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JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária de Santa Catarina
Gab. Juiz Federal GILSON JACOBSEN (SC-3C)
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RECORRENTE: DENILSON ACARI SIQUEIRA (AUTOR)
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RECORRIDO: UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (RÉU)
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:40 13
VOTO
:35 E
05 AR
Trata-se de recurso da parte autora contra sentença que julgou
improcedente pedido de reconhecimento do direito de receber Adicional de
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Compensação por Disponibilidade Militar no percentual de 41% do soldo, bem
como o pagamento das diferenças devidas.
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discutida e que não pode ser paga em percentuais distintos. Afirma que a
situação descrita não implica a incidência da Súmula 37 do STF. Por fim,
Em or: 2
JUSTIÇA GRATUITA
s
pre
Por sua vez, o art. 99, § 2º, Código de Processo Civil, autoriza o
magistrado a ponderar sobre a condição econômica do requerente, com base
nos elementos acostados aos autos:
[...]
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da doença no caso concreto e os gastos respectivos, ainda que não
descontados em folha de pagamento), não superarem o teto dos benefícios da
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previdência social".
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:40 13
Nesse sentido:
:35 E
ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ASSISTÊNCIA
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JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA FÍSICA. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA.
RENDIMENTOS SUPERIORES AO TETO DOS BENEFÍCIOS DO RGPS.
INDEFERIMENTO DO BENEFÍCIO.
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MÉRITO
(...)
A parte autora alega, em síntese, que a Lei n.º 13.954/2019 criou o Adicional
de Compensação por Disponibilidade Militar, contrariando disposições
constitucionais, em especial o artigo 37, inciso X, da Constituição Federal.
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independentemente do cargo que ocupam. Assim, sustenta que o adicional
de Compensação por Disponibilidade Militar deve ser aplicado de forma
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igualitária a todos os militares.
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O adicional de compensação por disponibilidade militar foi introduzido no
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ordenamento jurídico pela Lei 13.954/2019, que promoveu alterações na
legislação militar, reestruturando a carreira e dispondo sobre o Sistema de
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Proteção Social dos Militares, bem como revogando dispositivos e anexos da
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MP 2.215/2000.
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assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
índices.
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A previsão de percentuais escalonados para o pagamento do adicional
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de compensação por disponibilidade militar, conforme posto ou graduação do
militar, não constitui justificativa juridicamente hábil a motivar a interferência
do Poder Judiciário na criação de hipótese nova, qual seja, a majoração dos
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vencimentos da carreira dos servidores militares, mediante a extensão do
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percentual máximo previsto na norma a todos os militares. A opção pela
adoção de valores variáveis a depender do cargo ocupado representa escolha
essencialmente política, baseada nas características próprias da carreira,
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tarefas desempenhadas, grau de responsabilidade, entre outros, que
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princípios referidos.
Em or: 2
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Neste sentido, tem-se a Súmula Vinculante n.º 37, do Supremo Tribunal
Federal:
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Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
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legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob
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fundamento de isonomia.
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(...).
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Verifico que o tema já foi apreciado por esta Turma Recursal quando
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julgou o Recurso Cível nº 5013762-79.2020.4.04.7200, Relator Juiz Federal
Adamastor Nicolau Turnes, em sessão virtual encerrada em 16/12/2020. Dos
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(...)
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Contudo, o mesmo art. 8º, em seus incisos 2º e 3º, deixa claro que o
benefício é devido em percentuais distintos, de acordo com o posto na
carreira (grifei):
p
so
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11.784/2008. REESTRUTURAÇÃO OU CONCESSÃO DE MELHORIAS A
ALGUMAS CARREIRAS DETERMINADAS POR RAZÕES DIVERSAS
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DAQUELAS DE ATUALIZAÇÃO DOS VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE. A
garantia isonômica posta no artigo 37, inciso X, da Constituição Federal
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diz respeito à revisão geral anual de vencimentos, na qual não se
enquadram os reajustes trazidos pela Lei n.º 11.784/2008. Por outro
lado, o inciso X do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 não mais
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se aplica aos militares, conforme a nova redação do artigo 142, § 3º,
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inciso VIII, da Constituição Federal, com a redação que lhe foi dada pela
Emenda Constitucional n.º 18/2008. Não há óbice, portanto, à edição de
lei específica alterando a remuneração e o subsídio de apenas uma ou
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determinadas categorias de servidores públicos, ou para que se aplique
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340:
: 2 30.
EC 18/98, pelo que não pode ser aplicada por analogia no caso concreto.
s
pre
(...).
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem.
(...)
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(...)
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VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII,
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XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e
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com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
:35 E
(...)
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Nesse sentido, destaco a jurisprudência da Turma Nacional de
Uniformização:
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exposto, com fundamento no art. 16, II, do RITNU, dou provimento ao agravo
para admitir o incidente de uniformização e determinar a restituição à
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origem, a fim de que se proceda à adequação do julgado, se o caso. Intimem-
se. (PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI
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(PRESIDÊNCIA) 0002806-34.2005.4.03.6201, MINISTRO PAULO DE TARSO
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SANSEVERINO - TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO.) - grifei
:35 E
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região segue a mesma linha de
entendimento:
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MILITAR. LEI N.º 11.784/2008. REESTRUTURAÇÃO OU CONCESSÃO DE
MELHORIAS A ALGUMAS CARREIRAS DETERMINADAS POR RAZÕES DIVERSAS
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enquadram os reajustes trazidos pela Lei n.º 11.784/2008. Por outro lado, o
inciso X do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 não mais se aplica aos
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militares, conforme a nova redação do artigo 142, § 3º, inciso VIII, CF/1988,
com a redação que lhe foi dada pela Emenda Constitucional n.º 18/2008. Não
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17/11/2016)
so
PREQUESTIONAMENTO e SUCUMBÊNCIA
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amparo nos dispositivos da Constituição Federal de 1988 e na legislação
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infraconstitucional, aos quais inexiste violação.
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Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios
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(art. 55 da Lei n. 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei n. 10.259/01), fixados em 10%
(dez por cento) sobre o valor da condenação e, não havendo, sobre o valor
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atualizado da causa. Ressalvo que a condenação em honorários, a fim de evitar
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retribuição insignificante ao advogado, não pode ser inferior ao salário mínimo
vigente na data do acórdão, atualizado monetariamente. Fica suspensa a
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execução caso tenha sido deferido o benefício da gratuidade da justiça.
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DISPOSITIVO
0/2 6.5
Documento eletrônico assinado por GILSON JACOBSEN, Juiz Federal , na forma do artigo 1º, inciso III,
da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A
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RECORRENTE: DENILSON ACARI SIQUEIRA (AUTOR)
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ADVOGADO: REINALDO DENIS VIANA BARBOSA (OAB SC042945)
RECORRIDO: UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (RÉU)
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ACÓRDÃO
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A 3ª Turma Recursal de Santa Catarina decidiu, por unanimidade,
NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, nos termos do voto do(a) Relator(a).
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Documento eletrônico assinado por GILSON JACOBSEN, Relator do Acórdão , na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março
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