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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais

Licenciatura em Economia

Disciplina de Macroeconomia I

Turma: ESPECIAL

TRABALHO DE PESQUISA

CRESCIMENTO ECONÓMICO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

O discente e o código de estudante:

 Hérmen Salomão – 201741003


 Lewis Matanta - 201741022

O docente:

 Édson Garrine

Maputo, Junho de 2020


ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3

1.1. Contextualização ........................................................................................................................... 3

1.2. Objetivos ....................................................................................................................................... 4

1.2.1. Objetivo Geral ....................................................................................................................... 4

1.2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................ 4

1.3. Metodologia .................................................................................................................................. 4

2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................ 4

2.1. Conceitos....................................................................................................................................... 4

2.1.1. Crescimento Económico ....................................................................................................... 4

2.1.2. Desenvolvimento Económico ............................................................................................... 5

2.2. Modelos AK .................................................................................................................................. 5

2.2.1. Crescimento Baseado no “Aprender Fazendo” ..................................................................... 5

2.2.2. Crescimento baseado no Capital Humano ............................................................................ 6

3. CONCLUSÕES .................................................................................................................................... 9

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 10


1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa enquadra-se na cadeira de Macroeconomia I onde vai se


fazer uma breve análise sobre o Crescimento Económico e Desenvolvimento Económico.
Procuramos numa primeira fase apresentar os principais conceitos de Crescimento e
Desenvolvimento Económico segundo alguns autores que trabalharam nesta área para arranjar
mecanismos de solucionar este grande problema dos países em vias de desenvolvimento. Numa
segunda fase apresentaremos os modelos de crescimento econômico endógeno.

De referir que embora esses conceitos pareçam a primeira impressão iguais, reside uma
diferença entre eles, ora, quando se fala de Crescimento Económico este trata de variáveis em
termos quantitativos, como o PIB, o PNB e etc. Ao passo que quando se fala de Desenvolvimento
Económico este trata de variáveis qualitativas como a saúde, a educação e etc.

O objetivo central do Governo é a redução substancial dos níveis de pobreza absoluta em


Moçambique através de medidas para melhorar as capacidades e as oportunidades para todos os
moçambicanos, e em particular para os pobres.

Com a presente pesquisa iremos expor os modelos do crescimento económico,


instrumentos teóricos que não só devem explicar as experiências de crescimento a nível mundial,
mas também servir de base da qual se pode extrair orientações de política económica,
principalmente para os países menos desenvolvidos elevarem os níveis de renda per capita e
combaterem a pobreza.

1.1. Contextualização

A luta contra a pobreza tem sido realizada desde os primeiros dias da Independência. Foi
dada uma elevada prioridade às despesas da educação e saúde, de modo a acentuar o
desenvolvimento humano. Também foram realizados investimentos profundos na reabilitação da
infraestrutura básica. A partir de 1987, foi iniciado um programa de estabilização e ajustamento
estrutural cujo objetivo é o restabelecimento da produção e melhoria dos rendimentos individuais
num processo de reformas profundas no sentido do lançamento de uma economia propulsionada
pela iniciativa privada e pelas forças de mercado.
Nesta presente pesquisa apresentamos a “nova” teoria do crescimento económico, a teoria
do crescimento endógeno, cujo propósito é tornar endógena a variação da produtividade total de
fatores. Na verdade, esta é uma área de pesquisa ainda em progresso e não existe um modelo
unificado para explicar o crescimento endógeno. A nossa exposição irá apresentar um grupo de
modelo: (i) os modelos AK, que eliminam a implicação da convergência, introduzindo
externalidades geradas pela experiência no trabalho e do investimento no capital humano.

Segundo o Banco Mundial (1990-1995, p. 87) a redução e eliminação da pobreza tem sido
em geral considerada o objetivo último de todo o desenvolvimento económico.

1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo Geral
 Analisar o Crescimento Económico e Desenvolvimento Económico de forma concisa.
1.2.2. Objetivos Específicos
 Avaliar o modelo da teoria do Crescimento Económico endógeno;
 Dar a entender os conceitos de Crescimento e Desenvolvimento Económico;
 Debruçar sobre Crescimento e Desenvolvimento Económico de forma geral.
1.3. Metodologia

O método adoptado para alcançar os objectivos desta pesquisa foi o levantamento de


informações em geral, através de pesquisa biblográfica virtual e em sites de internet. Com a
pesquisa bibliográfica virtual, procurou-se localizar e obter informações em livros virtuais, obras
antigas e actuais, que pudessem representar conteúdos relevantes ao enriquecimento da pesquisa.
O acesso a sites de internet ligados a área da Macroeconomia completaram a pesquisa.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Conceitos
2.1.1. Crescimento Económico

Segundo Gomes (2011, p. 32) “Dicionário de Economia” Crescimento Económico é aquele


que assenta em modificações quantitativas do sistema produtivo num processo irreversível de
longa duração, que contam em si mesmo novos processos de desenvolvimento económico, ou seja,
modificações qualitativas e inovadoras. É um fenómeno económico quantitativo e, portanto,
mensurável, caracterizado pelo aumento da riqueza produzida num espaço económico, num dado
período, por uma transformação das estruturas da sociedade e consequentemente do rendimento
nacional mas, em sistema capitalista, sem a preocupação da melhoria das condições de vida da
sociedade.

2.1.2. Desenvolvimento Económico

Segundo Gomes (2011, p. 109) “Dicionário de Economia” Desenvolvimento Económico é


o fenómeno que traduz o progresso de carácter qualitativo, quantitativo e estrutural dum
determinado espaço económico. Os processos de transformação, evolução e multiplicação de
diferentes fatores socioeconómicos, políticos e culturais, permitem a continuidade do crescimento
e correspondem a uma fase inicial da inovação, que se observa ao longo de um período muito
extenso.

2.2. Modelos AK
2.2.1. Crescimento Baseado no “Aprender Fazendo”
Para eliminar a tendência dos rendimentos marginais decrescentes, característica do modelo
neoclássico, em 1986, Paul Romer assumiu que a criação do conhecimento é produto colateral
(secundário) do investimento. Esta abordagem deve-se ao contributo de Kenneth Arrow que, em
1962, citou a regularidade empírica segundo a qual o tempo (t) que se leva a construir um quadro
(“frame”) de um avião é inversamente relacionado com o número (n) de aviões do mesmo modelo
que já tenham construído, uma relação que toma a seguinte forma:
1
𝑡= 3
√𝑛
Assim, uma firma que aumenta o stock do seu capital físico aprende simultaneamente a
produzir mais eficientemente. Este efeito na produtividade é chamado “aprender fazendo” ou
learning by doing.
Suponhamos que a função de produção é do tipo Cobb-Douglas:
𝑌 = 𝐾 ∝ (𝐴𝐿)1−∝ , onde 0 <∝< 1
Dividindo ambos os lados por L, podemos representar esta função de produção na forma de
rácios por trabalhador:

Equação 1: 𝑦 = 𝐴1−∝ 𝑘 ∝

A produtividade do trabalho resulta do facto de o “aprender fazendo” funcionar através do


investimento. Quando as firmas aumentam o seu stock de capital, paralelamente, o seu stock do
conhecimento (A) aumenta. Em outras palavras, dado que a eficiência no uso dos insumos reflete
a experiência acumulada com os investimentos realizados no passado e o volume desses
investimentos esta refletido no stock do capital, definimos:
𝐴 = 𝐵𝑘, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐵 > 0
Substituindo esta expressão na Equação 1, temos:

Equação 2: 𝑦 = 𝑘 ∝ (𝐵𝑘)1−∝ = 𝐵1−∝ 𝑘

Deste modo, eliminamos os rendimentos decrescentes do capital.

Para derivarmos o equilíbrio deste modelo, precisamos de assumir que o investimento resulta
da poupança que é uma proporção fixa (s) do rendimento:

𝑖 = 𝑠𝑦 = 𝑠𝐵1−∝ 𝑘

de que resulta a seguinte dinâmica do stock de capital por trabalhador:

𝑘 = 𝑠𝐵1−∝ 𝑘 − (𝑛 + 𝛿)𝑘

Dividindo ambos os lados desta equação diferencial por k, temos a taxa de crescimento do
stock de capital:

𝑘
= 𝑠𝐵1−∝ − (𝑛 + 𝛿)
𝑘

Deste modo, neste modelo de crescimento não há lugar à convergência. O stock do capital
cresce a uma taxa constante.

2.2.2. Crescimento baseado no Capital Humano

Segundo Gode (2010, p.32) “Crescimento Económico” o capital humano joga um papel
importante nos modelos de crescimento económico. É insumo chave no sector da pesquisa, que
gera novos produtos ou ideias que impulsionam o crescimento económico. Países com maiores
stocks iniciais de capital humano experimentam taxas aceleradas de introdução de novos bens e,
portanto, tendem a crescer rapidamente. Numa perspectiva de economia internacional, a difusão
de novas ideias entre países é um fator importante para a promoção do crescimento económico.
Um maior stock de capital humano facilita a absorção, pelos países, de novos produtos ou ideias
inventados noutros países. Assim, um país seguidor com capital humano cresce rapidamente
recuperando a distância que o separa do líder tecnológico.

Robert Lucas, Jr., introduziu o capital humano no modelo de crescimento econômico


assumindo que a população desta divide o fundo de tempo, na proporção 0 < u < 1 para a
acumulação do capital humano (H) e a restante, 1−u, para a produção. Pode-se imaginar o capital
humano como sendo o número de trabalhadores (L) multiplicado pelas habilidades (h) do
trabalhador típico:

𝐻 = ℎ. 𝐿

A produção do bem final obedece a seguinte tecnologia 𝑌 = 𝐴𝐾 ∝ [(1 − 𝑢)𝐻]1−∝ que,


pondo o K em evidência, pode ser apresentada do seguinte modo:

𝐻
Equação 3: 𝑌 = 𝐴𝐾[(1 − 𝑢) 𝐾]1−∝

Os stocks do capital físico (K) e do capital humano evolvem de acordo com as seguintes
equações diferenciais, respectivamente:

Equação 4.1: 𝐾̇ =sY-𝛿𝑘 𝐾


Equação 4.2: 𝐻̇=𝐵(1 − 𝑢)𝐻 − 𝛿𝑘 𝐻

onde s é a taxa de poupança e δK e δH são as taxas de depreciação do capital físico e do capital


humano, respectivamente.

As firmas operam num mercado competitivo, de maneiras que os factores de produção são
remunerados de acordo com os respectivos custos de oportunidade:

𝜕𝑌 𝐻
Equação 5.1: 𝜕𝐾
= 𝛼𝐴[(1 − 𝑢)(𝐾 )]1−𝛼 = 𝑟𝐾

𝜕𝑌 𝐻
Equação 5.2: (1 − 𝛼)(1 − 𝑢)𝐴[𝑢( )]−𝛼 = 𝑟𝐻
𝜕𝐻 𝐾

Em equilíbrio, as taxas líquidas de retorno do capital físico e do capital humano, têm de ser
iguais à taxa de juro do mercado, 𝑟𝐾 − 𝛿𝐾 = 𝑟𝐻 − 𝛿𝐻 o que aplicado as condições marginais
Equação 5.1 e Equação 5.2, implica:

𝐻 𝐻
𝑢𝐴[(1 − 𝑢)( )]−𝛼 [𝛼 ( ) − (1 − 𝛼)] = 𝛿𝐾 − 𝛿𝐻
𝐾 𝐾
Sendo o lado direito desta igualdade uma constante, a mesma apenas se pode verificar se o
𝐻
rácio H/K também for constante, = 𝛽, o que substituido na função de produção na Equação 3
𝐾

mostra que o produto evolui linearmente com o stock do capital:

𝑌 = [(1 − 𝑢)𝛽]1−𝛼 AK

Assim, uma economia caracterizada por esta tecnologia pode evitar rendimentos
decrescentes através de uma política que assegure que o capital físico e o capital humano cresçam
𝐻
à mesma taxa, de modo a manter 𝐾 = 𝛽. Este é, portanto, um resultado análogo ao que encontramos

no modelo da H arrod-Domar.
3. CONCLUSÕES

Se o modelo que vimos expondo na presente pesquisa constituem uma teoria do


crescimento económico, então permanece, entre a teoria e a prática da política económica, uma
agrande oportunidade de arbitragem a ser explorada em prol do bem-estar de Moçambique, em
geral, e da população residente nos países em vias de desenvolvimento também.

A teoria do crescimento endógeno prevê que o investimento na educação favorece o


crescimento económico. Um maior stock do capital humano facilita a produção de novas ideias e
o progresso tecnológico ou — para uma economia que não está na fronteira tecnológica — uma
absorção e adaptação relativamente rápida de novas ideias. Além disso, as taxa de retorno do
capital humano podem ser crescentes devido a benefícios de externalidades; isto é, quando um
trabalhador com maior instrução torna o grupo inteiro de trabalhadores mais produtivo.

O benefício económico da educação é dado não só pelo aumento da produtividade da força


de trabalho, mas também pelos benefícios sociais derivados das mudanças comportamentais nas
famílias. A evidência mostra que mulheres com mais instrução têm prestam maior atenção ao
planeamento familiar; são mais eficientes no uso dos serviços de saúde, não só para si mas também
para as respectivas famílias; mandam seus filhos a escola e estão mais preparados para tirar
maiores benefícios dos investimentos na educação.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GODE, Constantino J. Crescimento Económico. Plural Editores. 2010
GOMES, Carlos. Dicionário de Economia. 2011
Wikipedia.com/desenvolvimentoeconomico

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