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E.E.B. Prof.

ª Maria do Carmo Lopes


Rua Dionísio João Amorim S/Nº – Serraria – São José - SC
🕿Fone 36655765 - E-mail: pedagogicomariadocarmo@gmail.com

DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFESSOR(A): GELAZIO PITZ


Nome: Heloísa San ago Ferreira 3º.ANO Turma: 32 Data: 27/11
 
ATIVIDADE 30 – REFLEXÃO/TEXTO 
OBSERVAÇÕES:
● Devolver/entregar (na escola ou via class room) no prazo de UMA SEMANA (se for pelo class room), ou
DUAS SEMANAS se for IMPRESSO (na escola), contando a par r da data do recebimento (impresso na
escola, ou via postagem no class room);
● TODAS AS (OUTRAS) ATIVIDADES TAMBÉM VALERÃO NOTAS.
● NÃO ESQUEÇA DE IDENTIFICAR SEU NOME E SUA TURMA
 

TEXTO  

As redes sociais e a questão da identidade


cultural
De que maneira as redes sociais estão ligadas à temática da identidade cultural
pós-moderna: a busca pelo individual e a super-segmentação.

O tema da identidade cultural na pós-modernidade vem sendo discutido por diversos teóricos do assunto.
Segundo Stuart Hall, "as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em
declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um
sujeito unificado. Assim, a chamada "crise de identidade" é vista como parte de um processo mais amplo
de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e
abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social".

Em síntese, mudanças estruturais estariam fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero,


sexualidade, etnia, raça e nacionalidade que, no passado, nos forneciam sólidas localizações como
indivíduos sociais.

Antes havia a idéia, como a formulada pelo filósofo Roger Scruton, que dizia que: "a condição de homem
exige que o indivíduo, embora exista e aja como um ser autônomo, faça isso somente porque ele pode
primeiramente identificar a si mesmo como algo mais amplo - como um membro de uma sociedade,
grupo, classe, estado ou nação, de algum arranjo, ao qual ele pode até não dar um nome, mas que ele
reconhece instintivamente como seu lar". Logo, o homem só pode ter sua noção de indivíduo se,
primeiro, tiver sua noção como sujeito parte de algo mais amplo: a sua sociedade, que possui a sua
própria cultura.

A tese de Scruton torna-se frágil se pensarmos hoje na multiplicidade de referências que uma única
sociedade nos oferece em termos culturais. Isto por diversos motivos:

- Uma sociedade, no mundo globalizado e conectado, sofre influências de diversas outras culturas e as
incorpora.
- "Tudo o que é sólido se desmancha no ar", como metaforizou Karl Marx, explicando que as sociedades
modernas são sociedades de mudança constante, rápida e permanente. O que acreditamos ser parte da
nossa identidade e cultura hoje, talvez não seja a mesma de vinte anos atrás, e tampouco será a mesma
daqui há trinta.

Neste contexto, as redes sociais como Facebook e Twitter tem um papel fundamental. Anthony Giddens
diz que "à medida que áreas diferentes do globo são postas em interconexão umas com as outras, ondas
de transformação social atingem virtualmente toda a superfície da terra". Por meio das redes, usuários de
todas as partes do mundo trocam experiências, vivências e ganham uma ainda pouco dimensionada
capacidade de influência.

Um recente estudo determinou quais eram as personalidades mais influentes no Twitter, mas ainda é
impossível dimensionar o poder desta influência e de que maneira isso modificou uma estrutura
sócio-cultural. Mas houve a modificação, isso é fato.

Mais do que isso, as redes sociais permitem que um indivíduo se apresente para o mundo como um
indivíduo autônomo, não mais como um indivíduo intimamente ligado à sociedade e cultura em que vive.

É bem verdade que em redes sociais como o Orkut existem as chamadas "comunidades", em que os
indivíduos são identificados com os grupos sociais que fazem parte. A tendência ao longo do tempo foi,
porém, ver um único homem associado há mais de 100 comunidades diferentes. Um brasileiro de 20
anos é identificado como flamenguista, aluno da UFRJ, estudante de economia, apaixonado por hip hop,
nascido em agosto, interessado em seriados americanos, que não suporta acordar cedo e odeia
cachorros.

A partir deste conjunto de comunidades forma-se um indivíduo único. O indivíduo X passa a ser
identificado por pertencer não há uma comunidade A, mas sim as comunidades A, B e C. O indivíduo Y
pode até compartilhar a comunidade A, mas nada impede que se inclua também numa comunidade D e
E, e portanto se diferencie do indivíduo Y.

A publicidade está começando a se atentar para esta mudança de paradigma. Evidente, ainda é cedo
para determinar o "fim das massas", mas é inegável o surgimento de uma publicidade super-segmentada
voltada para um público cada vez mais específico. No jornalismo, isto surge com as revistas
especializadas em aviões, em lutas, em plantas e até design em ambiente web.

O Facebook, Twitter e Orkut são armas poderosas nas mãos de pessoas que querem cada vez mais
fortalecer sua imagem como indivíduo, se destacar na multidão e mostrar para o mundo seus gostos,
suas idéias e até o que estaria pensando no momento. O auge desta busca pelo individualismo e
egocentrismo é a tendência dos jovens de se auto-fotografarem.

As redes sociais tornaram-se selvas onde todos querem chamar atenção, atrair seguidores e ter suas
frases repassadas de pessoas por pessoas, tornando-se, não conhecida, mas pelo menos citada no
mundo todo.
FONTE:
http://www.go2web.com.br/es-ES/blog/as-redes-sociais-e-a-questao-da-identidade-cultural.html.
Acesso em 19/11/20.

QUESTÃO:

01. Como as redes sociais interferem ou podem determinar a identidade de um indivíduo ou


de um grupo?

As redes sociais configuram-se como um local onde essa e outras vertentes das
representações identitárias convergem. Veicula-se no Orkut, Twitter, Facebook, My Space,
Linkedin e tantas outras, aquilo que se é, ou aquilo que se almeja ser. É um espaço de
construção dos sujeitos. Um local onde aqueles que se identificam unem-se sob a
perspectiva do pertencimento. Pertencer a uma determinada comunidade virtual é
compartilhar um mesmo território, os mesmos sentimentos e impressões. É exibir-se da
forma que se achar mais conveniente, carregando consigo a segurança de ter ao lado várias
outras pessoas que pensam da mesma forma e que assim reforçam o ideal de grupo.
A construção das identidades, virtuais ou não, ocorre no espaço do simbólico. Toda
concepção identitária se esboça em forma de representação e no caso das redes virtuais de
relacionamento, a representação do indivíduo se dá por meio da publicização do eu. O ego
se torna uma centralidade na rede. A forma de se projetar a imagem na rede pode ser
caracterizada como dramática, na medida em que é uma espécie de processo teatral de
representação.

BOM TRABALHO!
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