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18/02/2020

SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA:


CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO

Estágio de Prática Supervisionada - Família

Prof. Dr. Jorge Shiguemitsu Fujita


2020

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 11ª VARA DA


FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO -
SP

Processo nº XXXXXXXXXXXXX

JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, empresário, portador da Cédula de Identidade nº


XXXXXX/SSP-SP (doc. 1), inscrito no CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX (doc. 2),
residente e domiciliado na rua Taguá, 35, bairro da Liberdade, em São Paulo, Capital
do Estado de São Paulo, CEP XXXXX-XX, e-mail: joao-da-silva@gmail.com, nos
autos da AÇÃO DE SEPARAÇÃO LITIGIOSA, que lhe move MARIA OLIVEIRA DA
SILVA, vem, tempestivamente, por meio de seu advogado que esta subscreve,
consoante procuração particular anexa (doc. 3), à presença de Vossa Excelência, na
forma dos arts. 335 e seguintes (contestação), 343 (reconvenção), todos do Código
de Processo Civil de 2015, apresentar a sua

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1. DOS FATOS ALEGADOS PELA AUTORA

A Autora e o Réu, realmente se casaram em 11.08.2012 no 1º Registro Civil das


Pessoas Naturais da Comarca de Rio Claro – SP, sendo certo que dessa união
nasceram os filhos Neymar Oliveira da Silva (com cinco anos de idade) e Gabriel
Jesus Oliveira da Silva (com quatro anos de idade).

Em apertada síntese, alega a Autora que fora vítima de infidelidade do ora Réu, o qual
teria sido flagrado pela Autora numa tarde em seu escritório “abraçando e beijando,
calorosamente, a sua secretária Rita, com quem, ao que soube, o seu marido
mantinha uma longa relação extraconjugal, configurando, pois, a injúria grave, em
virtude da violação do dever de fidelidade” (vide articulado 4º da peça exordial).

Assevera, ainda, a Autora que o Réu, “descoberto em sua infidelidade”, saiu do lar
conjugal no mesmo dia, levando apenas alguns pertences de seu vestuário.

O suposto flagrante teria acontecido uma semana antes da distribuição da petição


inicial da Autora, no escritório, em que o Réu estaria mantendo um colóquio amoroso
havia algum tempo.

Ora, Excelência, os fatos reportados pela Autora não traduzem a realidade, sendo
verdadeiros devaneios mentirosos de uma esposa omissa e infiel, assim como de
mãe não amorosa e distante dos filhos.

Ocorre, Excelência, que, conforme poderão depor funcionários do escritório e da


recepção do prédio onde se encontra o escritório do Réu, a Autora, em nenhuma
oportunidade, dirigiu-se àquele local. Ademais, pela simples leitura do livro de registro
de todas as entradas de pessoas no prédio do Réu (doc. 4), a partir do dia
02.01.2019, pode-se confirmar essa assertiva. A propósito, a Sra. Rita, secretária do
Réu, é pessoa casada e honesta, com quem o Réu possui apenas um relacionamento
estritamente profissional, tendo sido leviana a acusação feita pela Autora.

Na realidade, Excelência, a verdadeira razão da discussão do casal e do rompimento


do elo de confiança foi a traição cometida pela Autora, que, há anos, mantém um
“caso” com Ricardo dos Santos, zelador do prédio residencial, onde vivia o casal.
Infelizmente, o Réu veio a descobrir recentemente essa relação amorosa pelas fotos
postadas no Facebook pelo amante Ricardo dos Santos (doc. 5) e pela confirmação
de vizinhos do seu apartamento e de outros condôminos.

Mesmo sendo a causadora da violação do dever de fidelidade, a Autora ameaçou de


morte o Réu, caso não saísse do lar conjugal. Para evitar o pior, o Réu decidiu retirar-
se, levando apenas os seus pertences de vestuário, dirigindo-se à casa de seus pais.

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Por essa razão, que demonstra a culpa da Autora, e não do Réu, apresenta este,
além da contestação, a sua reconvenção para os termos desta ação, a qual deverá
ser julgada improcedente contra a Autora, sendo julgada procedente a reconvenção
movida por este Réu-Reconvinte, com a condenação da Autora-Reconvinda.

2. DO DIREITO

As presentes contestação e reconvenção estão sendo oferecidas tempestivamente.

Efetivamente, o mandado de citação devidamente cumprido pelo Sr. Oficial de Justiça


foi juntado em 11.03.2019 (CPC, art. 231, II), data em que começou a contagem do
prazo legal de 15 (quinze) dias úteis para a contestação e reconvenção (CPC, art.
335, caput e inciso III, combinado com o art. 219), sendo o termo final a presente data
(29.03.2019).

A contestação do Réu se escora também no art. 341 do Código de Processo Civil


quanto à matéria de fato alegada pela Autora e rechaçada pelo Réu, que terá
oportunidade nesta ação, em sede de reconvenção, demonstrar à saciedade que é a
Autora a culpada pela separação de fato do casal.

A reconvenção do Réu-Reconvinte está em conformidade com o art. 343 do Código de


Processo Civil.

A conduta da Autora traduz sim a violação do dever de fidelidade, previsto no inciso I,


do art. 1.566, do Código Civil, autorizadora da dissolução da sociedade conjugal, pela
existência de injúria grave, preconizada no art. 1.573, inciso III, do Código Civil,
traduzindo a impossibilidade da comunhão de vida.

3. DA PARTILHA DE BENS, DO NOME DA AUTORA, DA GUARDA DOS FILHOS E


DA PENSÃO ALIMENTÍCIA

O Réu concorda com a Autora que os bens relacionados no articulado terceiro de sua
peça inicial sejam divididos meio a meio, porquanto foram adquiridos na constância do
casamento.

Quanto ao nome de solteira, não tem o Réu razão para se opor.

No tocante à guarda dos filhos, esta deverá ser atribuída inteiramente a este Réu-
Reconvinte, porquanto a Autora-Reconvinda não possui formação moral para o seu
exercício.

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Relativamente à pensão alimentícia, esclarece que o ora Réu e a Autora estão


discutindo o seu mérito mediante ação autônoma perante a 2ª Vara da Família e
Sucessões do Foro Central desta Capital – SP (processo nº XXXXXX), entendendo
este Réu-Reconvinte nada ser devido a título de alimentos em favor da Autora,
responsável pelo término da sociedade conjugal – doc. 6.

4. DO PEDIDO

Assim, exposta a matéria de fato e de direito, requer a Vossa Excelência se digne


determinar a intimação da Autora, na pessoa de seu advogado, para, dentro do prazo
legal (CPC, art. 343, § 1º), apresentar a sua defesa aos termos da reconvenção, sendo
certo que, a final, será julgada por Vossa Excelência a improcedência da ação movida
pela Autora e a procedência da Reconvenção, decretando a separação do casal por
culpa da Autora-Reconvinda e condenando esta ao pagamento das custas e despesas
processuais e da verba honorária sucumbencial na forma do art. 85, § 2º, do Código de
Processo Civil, além do reconhecimento da guarda dos filhos menores em favor do ora
Réu-Reconvinte.

5. DAS PROVAS

Para demonstrar as suas razões de fato e de direito, requer a Vossa Excelência a


produção de provas por todos os meios em Direito permitidos, sobretudo pelo
depoimento pessoal da Autora-Reconvinda, sob pena de confissão, juntada de novos
documentos e inquirição de testemunhas a serem oportunamente arroladas.

Nestes termos,
Pede deferimento.

São Paulo, 29 de março de 2019.

FULANO DE TAL
OAB/SP XXX.XXX

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FIM

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