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NTRODUÇAO

Cada língua tem a sua gramatica, é ensinada e aprendida no ambiente familiar,


especialmente na interação da mãe com a sua criança. O ensino gramatical na sala de
aula, muita das vezes ignora-se análise linguística. Gramatica e o principal objeto no
processo do ensino da língua. Teve a sua origem há muitos anos atrás.

A gramatica da língua portuguesa deve ser analisada de duas maneiras priorizando o


ensino gramatical e análise linguística, ambas assumem características diferentes
refletindo na qualidade do ensino. A metodologia deve ser aberta, relacionando a leitura
e a produção textual ou seja, linguagem, analise e a compreensão.
Numa analise da gramatica, a sua compreensão, e ate criticar, e necessário saber suas
origens, objetivos, contribuições para o aprendizado significativo da linguagem pelos
educandos
Segundo Antunes 2007, a criação da gramatica da língua portuguesa, foi uma forma de
controlar determinada língua contra ameaças de desaparecimento e declínios. Em suma
foi sendo atribuído aos compêndios de gramatica um papel de instrumento controlador
da língua ao qual caberia conduzir o comportamento verbal dos usuários, pela
imposição de modelos padrões.

E interessante analisar bem a influência que a gramatica da língua portuguesa pode


exercer nas nossas escolas, pois, a mesma passou a determinar as regras na língua,
mesmo tendo sido nascido depois do surgimento da linguagem. Também e
indispensável olhar a parte negativa dos professores ao ensino da gramatica e faze-los
uma chamada de atenção, que não estejam cientes que realmente estão por trás da
criação da gramatica para que possam ministrar o ensino de maneira eficiente.

Assim, analisando o uso gramatical por parte dos nossos estudantes depois de
terminarem o ensino liceal, constatemos muitos erros, questionando o porque desse
fracasso, a resposta seria a falta da politica de ensinar a leitura e a escrita todavia, a
gramatica portuguesa continua com o seu papel que e conservar o uso correto da língua.
Para desenvolver a capacidade das crianças, todas as escolas devem utilizar a gramatica
como ponto de partida a qual possa ocupar papel central no processo aprendizagem,
envolvendo as crianças a prenderem a ler diferentes tipologias textuais, fazendo analises
dos mesmos. Pois, acreditando que para a criança dominar a leitura e a escrita, precisa
de dominar a gramatica.

Por outro, para que ascrianças dominem a gramaticas, os professores devem adotar uma
política do ensino gramatical da língua portuguesa, sabendo que a língua portuguesa é
língua segunda na Guiné-Bissau, tendo em conta as línguas étnicas e o crioulo, a língua
mais falada pelos guineenses. Além disso, deve-se elaborar materiais didáticos a retratar
a realidade guineense, em que os professores vão explicar a matérias nas línguas
nacionais.

1.1 Problema:

1.Porque há tanta dificuldade no uso oral da língua portuguesa por parte dos estudantes
guineenses depois de término do ensino liceal?

2. Que metodologia deve-se aplicar ao ensino gramatical da língua portuguesa nas


escolas da Guiné-Bissau?

1.2Hipótese:

Os estudantes guineenses continuam apresentar grande dificuldade do uso correto da


gramatica da língua portuguesa ate o final do curso complementar. Esse problema tem
sido o tema de vários analistas que façam crítica a metodologia que se aplica desde o
ensino básico ate complementar, mostrando que é errada, porque os professores
ensinam a gramatica sem análise textual. Alem disso, a língua portuguesa deve ser
ensinada como a língua segunda, contudo sendo língua oficial e do ensino, por outro
lado, é bom tomar em conta a existência de línguas étnicas.

A solução para esse problema estudantil guineense, o governo da Guiné-Bissau deve


penar na formação dos professores, elaboração dos materiais didáticos a relacional com
a necessidade dos estudantes e exigir os professores a diversificarem a metodologia
durante a aula.

2.Objetivos
O objetivo desse trabalho é fazeruma análise geral a forma como a língua portuguesa há
muito tempo ate hoje, continua a dificultar os estudantes guineenses, sobretudo os de
liceus e não só, contudo é uma língua do trabalho.
Nisso, notei que esse problema tem a ver com vários fatores sobretudo a falta do
domínio do uso gramatical da língua, pois, os professores, agentes de transmissão de
conhecimento aos alunos, todavia, não aplicam a mitologia adequada ao processo do
ensino gramatical da língua portuguesa, em que análise gramatical vai partir sempre de
um textual. Como também, não há manuais adequados a nossa realidade, que permitirão
as nossas crianças a terem vontade de aprender mais sobre a gramatica.
Alem disso, os professores deveriam pensar na metodologias para as aulas, isso é,
pensar numa aula, que envolve a participação dos alunos. Todas essas situações devem
ser contornadas, através de um novo corículo, do ensino gramatical nas escolas do
ensino básico.

A gramática tem a função de regular a linguagem e estabelecer padrões da escrita e fala


para os falantes de uma língua. Em caso da língua portuguesa, através da sua gramatica,
até hoje a língua continua preservada, apresentando unidades e estruturas que permitem
bom uso.

Pois,assume na comunicação, sendo fonte facilitadora para compreensão das palavras,


pois está compilada por regras e normas que possibilitam de modo geral a compreensão
da forma como as palavras estão inseridas em uma frase. Essa relevância está no facto
de se desenvolver a capacidade expressiva dos usuários da língua portuguesa, tornando-
os competentes, a fim de poderem usar a gramatica adequadamente nas várias situações
de comunicação, implicando o conhecimento de linguagem, de coloquial até mais
culto.Nisso é preciso ensina-la as crianças, permitindo-as fazer análise de um texto, não
as palavras soltas.

Por isso, os professores devem ter a metodologia, a forma como a gramatica da língua
portuguesa vai ser ensinada na Guiné-Bissau, sobretudo nas salas de aula adequando-a
com o objetivo da língua portuguesa que seria desenvolver a competências linguísticas
dos alunos. Todavia, nota-se que os professores ensinam a gramatica com inúmeros
exercícios gramaticais, deixando de lado outros itens que ajudam para o verdadeiro
domínio da língua pela criança.
Essa enfase ao ensino da gramatica ganha certa justificação.
Quem a ensina, deve ter uma preparação suficiente, que esteja a altura de facilitar
aprendizagem dos alunos, ajudando-os a conhecer a sua estruturae da língua.

2.1Objetivo geral:
Analisar a forma como a gramatica da língua portuguesa esta a ser ensinada pelos
professores.
2.2 Objetivo especifico:

.Definir uma metodologia do ensino gramatical da língua portuguesa na Guiné-


Bissau nas escolas do ensino básico.
.Classificar a língua portuguesa no processo ensino guineense como a segunda.

2. Justificação

Guiné-Bissau é um país que está inserida numa organização de CPLP, por isso é bom
que o seu estudante esteja a par dos outros em termo de uso correto do aspeto gramatical
da língua portuguesa. Todavia, é notável grande dificuldade de uso correto do aspeto
gramatical da língua portuguesa por parte dos nossos estudantes ate o final do curso
complementar. Pois, deve-se as várias razões entre as quais, a falta de uma metodologia
adequada por parte dos professores do português e dos materiais didáticos que adequam
a realidade guineense. Além disso, os professores da língua portuguesa, devem ensina-la
como segunda língua as crianças, tendo em conta os diferentes grupos étnicos que
existem na Guiné, e que falam as línguas étnicas diferentes. Pois, os professores devem
priorizar sempre o diálogo numa aula, atravésdos temas voltado ao aspeto gramatical da
língua portuguesa, o seu uso e o contexto. Nessa análise, numa sala de aula, o professor
deve anotar todas as falhas cometidas pelas crianças e depois fazer correção juntamente
com elas. E essa metodologia deve ser aplicada desde ensino básico até liceal.
A criança para poder dominar a gramatica da língua portuguesa na Guiné, é
interessanteque no processo ensino aprendizagem, que o professor tenha o domínio da
língua da criança, sobretudo aquelas que têm tanta dificuldade de aprender, a fim de
facilitar a aprendizagem.

No ensino gramatical da língua portuguesa na Guiné, os professores, principalmente do


português, devem priorizar mais a leitura, ou seja, permitindo as crianças a fazerem
análise do aspeto gramatical a partir dos textos. E permitir as crianças a dialogarem.

Neste trabalho, desenvolvi a importância da gramatica da língua portuguesa, na Guiné-


Bissau, sua metodologia do ensino sobretudo nas series iniciais estudantis, os materiais
didáticos e a forma como está a ser ensinada há muito tempo. Pois, nessa reflexão sobre
a importância da mesma na Guiné, percebe-se queela é um material importante porque
conserva a regra a seguir para os falantes da língua portuguesa.

Essas regras gramaticais da língua portuguesa,para que sejam dominadas e aplicadas


pelos estudantes, do sistema do ensino guineense, osprofessores devem, ter formação e
domínio dos espetos gramaticais da língua em análise. Além disso, que o ministério da
educação nacional defina um novo currículo escolar, pensando na elaboração dos
materiais didáticos de todos níveis, e que os adequem a realidade e o ensino
escolarguineense.

Esse trabalho sobre a importância da gramatica da língua portuguesa na Guiné-Bissau,


para que tenha o sucesso é necessário ter domíniodas línguas nacionais, segundo ( Pina,
1990. Pág. 55-56 ).

Para atingir estes objetivos seria necessário, linguisticamente, trabalhar-se as


línguas nacionais e o crioulo:

-Elaborar matérias escolares sobre as línguas nacionais como já existe para a


alfabetização dos adultos;

-Introduzi as línguas nacionais pela radio e pela televisão e também através da


imprensa;

Introduzir as línguas nacionais pela radio e pela televisão e também e também


através da imprensa,
- Introduzir nas escolas normais cursos de línguas nacionais, sua estrutura
como suporte para aprendizagem do português como língua estrangeira;

- Nomear professores que são do meio ou que falam a língua local;

- Adaptar a formação contínua dos professores com o objetivo de começar a


experiência pedagógica nas línguas nacionais;

- Completar a carta escolar do país por uma carta sociolinguística;

- Acelerar o ensino do português como a língua segunda;

- Mudar radicalmente a metodologia em vigor do ensino da língua para uma


metodologia como língua estrangeira.
Enquadramento teórico

Gramatica e sua origem: um breve histórico

Cada povo tem uma língua e que tenha as regras que orientam o seu funcionamento e a
conserva, pois, os falantes as obedecem. Também a língua portuguesa tem as suas regras
que as suas comunidades segueme que conserve o seu bom uso. Sobre essa conservação
e bom uso linguístico, surge a gramatica. No ponto de vista de (Nascimento et al s.d,
pág.4) «cada língua é uma gramatica- um sistema de regras interativas: fonológica,
morfológica, sintáticas e semânticas- construída e renovada, naturalmente, pela
comunidade dos seus falantes…, é ensinada e aprendida no ambiente familiar».

Para que possamos analisar, compreender e até criticar o ensino da gramática


levantando seus prós e contra, é necessário realizarmos um estudo sobre a mesma, suas
origens, objetivos, contribuições ou “empecilho” para o aprendizado significativo da
linguagem pelos educandos.

A gramática teve origem há dois séculos antes da era cristã na escola de Alexandria,
sendo os gregos os primeiros a se dedicarem ao estudo gramatical e às suas estruturas
gramaticais com objetivo de preservar a pureza da língua grega que estava sendo
contaminada por barbarismos. (Lima, 2006, p.36).

Essa preocupação em proteger a língua, teve início com a constatação de diferenças


linguísticas na linguagem corrente da população em relação à língua clássica.
Amedrontados que tais diferenças pudessem atingir e modificar a língua, os gregos
criaram uma gramática da mesma, com objetivo de garantir sua preservação e sua
“pureza”. Como mostra(Bagno1999, p.56).

Quando o estudo da gramática surgiu, no entanto, na antiguidade clássica, seu


objetivo declarado era investigar as regras da língua escrita para poder
preservar as formas consideradas mais corretas e elegantes da língua
literária. Alias a palavra gramática, em grego, significa exatamente “a arte de

escrever”.
Essa gramática teve por base as obras de escritores clássicos que seguiam a risca a
linguagem grega sendo tomadas como padrões a serem seguidos. Segundo Neves
apud(Lima, 2006, p. 103-104).

Tendo-se tomado ciência da discrepância entre os padrões do grego clássico e


a linguagem corrente, contaminada de barbarismos, põem-se em exame os
autores cuja linguagem autenticamente grega oferece os padrões ideais que
devem ser preservados. Essa necessidade especial de divulgação do
helenismo impulsiona o desenvolvimento dos conhecimentos literários e
linguísticos: buscam-se os textos verdadeiros, não corrompidos,
especialmente os de Homero, e levantam-se os fatos que caracterizam essa
língua considerada modelo (1987, P.103-104).

A criação da gramática, segundo Antunes (2007), nada mais foi, e continua ser, uma
forma de controlar determinada língua contra ameaças de desaparecimentos e declínios,
entretanto, esse controle apresenta interesses mais amplos que vão além da mera
preservação da língua, entre eles estão interesses políticos, econômicos e sociais. Nada
melhor do que utilizar a linguagem como forma de dominação.
Através do domínio da língua, domina-se a população, facilitando assim, o
desenvolvimento de interesses de quem governa. Como cita Antunes (2007, p.36) “Em
suma, foi sendo atribuído aos compêndios de gramática um papel de instrumento
controlador da língua, ao qual caberia conduzir o comportamento verbal dos usuários,
pela imposição modelos ou padrões”.

A criação da gramática, na verdade tinha por objetivo a regularização, o estabelecimento


de um padrão na língua escrita, “Trata-se de um estudo, que pelas condições de seu
surgimento, se limita a língua escrita, especialmente a do passado, mais especificamente
a língua literária e, mais especificamente ainda, a grega” (Neves, 2002. p. 49).
Entretanto, essa regularização se estendeu a língua falada, gerando maiores problemas.

A regularização da língua culta realizada pelos manuais gramaticais estipulando-a como


a única correta, digna e pronunciada pela classe dominante, se analisada profundamente
nos depararemos com um dos maiores fortalecedores das diferenças sociais. A
linguagem utilizada por cada pessoa passou a ser um espelho de sua condição social, se
a língua utilizada for a culta o indivíduo conquista certo respeito diante da sociedade, já
se a língua utilizada se diferenciar desta, este indivíduo na maioria das vezes passa a
sofrer preconceitos, pois não se encaixa no padrão estipulado pela sociedade. A
linguagem passou a ser um marco delimitando os que pertencem a classe culta e os que
não pertencem a ela. Como critica Bagno (1999, p.149).

A gramática tradicional permanece viva e forte porque, ao longo da história,


ela deixou de ser apenas uma tentativa de explicação filosófica para os
fenômenos da linguagem humana e foi transformada em mais um dos muitos
elementos de dominação de uma parcela da sociedade sobre as demais.

É interessante analisarmos a influência exercida pela gramática da língua principalmente


nas escolas, pois a mesma passou a determinar o certo e o errado na língua mesmo tendo
nascida muito depois do surgimento da linguagem. É indispensável esse olhar crítico do
professor frente ao ensino da gramática, assim como é indispensável que os mesmos
estejam cientes do que realmente esteve por trás da criação da gramática para que
possam ministrar esse ensino de maneira eficiente.
Assim, se analisarmos a função que a gramática ocupa nas nossas escolas hoje, vamos
constatar que a mesma continua a desenvolver o papel que lhe foi atribuído quando
surgiu, o de repassar a língua culta utilizada pela sociedade, fortalecendo-a, mantendo
sua legitimidade.

O ENSINO DA GRAMÁTICA NA GUINE-BISSAU

Se questionarmos os professores do português da Guiné-Bissau, os que têm noção do


especto e uso correto da gramatica da língua portuguesa, a respeito sobre a forma
correta do ensino gramatical para com as nossas crianças,a resposta será unânime,
ensinar a leitura e a escrita. Para desenvolver essa função, a escola deve utilizar a
gramática como ponto de partida, a qual passa ocupar papel central no processo
ensino/aprendizagem, pois, acreditar que para a criança aprenda a ler e a escrever, a
mesma precisa dominar a gramática da língua portuguesa.

Entretanto, há muitas críticas a essa metodologia, pois a maneira como a gramática vem
sendo ensinada em sala de aula, não tem contribuído com os objetivos do ensino da
Língua Portuguesa, que seria desenvolver a competência linguística dos alunos, através
de análise gramatical na base de um texto, porém, torna inútil. Nota-se que os
professores ao dar tanta ênfase à gramática da língua portuguesa com inúmeros
exercícios gramaticais, deixam de lado outros itens que ajudam muito para o verdadeiro
domínio gramatical pela criança.

Pois,ela transforma-se em algo difícilà aprendizagem, a característica que é confirmada


na prática cotidiana em sala de aula, onde o objetivo do ensino da Língua Portuguesa
deve se restringido ao ensino das estruturas e regras gramaticais da língua, ignorando
seu principal objeto de estudo: a linguagem em suas várias formas de comunicação e
interação humana.

Essa ênfase ao ensino da gramática ganha certa justificativa, segundo Antunes (2007),
pela falsa ideia que língua e gramática são a mesma coisa, assim, ingenuamente, a
escola ensina a gramática crendo que esta ensinando a língua. A gramática nada mais é
que uma das partes integrantes da língua, sendo responsável pela regularização da
mesma, ao estabelecer determinadas regras, e não a própria língua. Tem função
reguladora, mas não regula tudo, é importante, mas não é tudo. Sendo assim “[...]
restringir-se, pois a sua gramática é limitar-se a um de seus componentes apenas. É
perder de vista sua totalidade e, portanto, falsear a compreensão de suas múltiplas
determinações.” (Antunes, 2007, p. 41).

Entretanto, torna-se praticamente impossível pensar no ensino de Língua Portuguesa


incumbido de ensinar a leitura e a escrita, sem que a gramática nos venha à cabeça.
Atribuímos inconscientemente o aprendizado destes, ao aprendizado da gramática.
Certamente o mesmo ocorre com os professores que na maioria das vezes sem
conhecimento e formação suficiente incorporam essa concepção, de que para dominar a
língua é necessário o domínio de sua gramática, resultando no fracasso linguísticos dos
alunos, os quais ao invés de estudarem a língua em seu pleno funcionamento, estudam
isoladamente apenas sua gramática.

O estudo da gramática é importante e deve ocorrer, pois o aluno conhecendo as


estruturas da língua irautilizá-lade maneira mais consciente (Lima, 2006).Todavia esse
ensino não deve ser precipitado como vem ocorrendo, Como cita (Bagno1999, p. 52) “É
claro que é preciso ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficialmente, mas não
se pode fazer isso tentando criar uma língua falada artificial e reprovando como erradas
as pronúncias que são resultado natural das forças internas que governam o idioma”.

Esse ensino deveria ser precedido pelo estudo da língua em suas verdadeiras condições
de uso, com objetivo de proporcionar aos alunos o conhecimento e domínio das
diferentes formas de comunicação, incluindo as diferentes tipologias textuais existentes
e não apenas a norma culta e sua gramática, para que no fim do processo os mesmos
sejam capazes de optar pela linguagem que mais se adapta a situação vivenciada.
Segundo (Antunes, 2007, p.99). “É de fundamental importância saber discernir o que é
adequado a cada situação, para se poder, com eficiência, escolher esta ou aquela norma,
este ou aquele padrão vocabular, este ou aquele tom, esta ou aquela direção
argumentativa”.

Estes, os gêneros discursivos, deveriam ser as prioridades e os principais objetivos do


ensino da Língua Portuguesa, possibilitando assim aos alunos o verdadeiro domínio
sobre a língua, para posteriormente partir para o ensino da sua gramática. Mas
infelizmente a realidade desse ensino está invertida, parte-se do ensino da gramática
para então se trabalhar com a língua em si, e quando isso ocorre, pois na maioria das
vezes o ensino da Língua Portuguesa fica restrito apenas ao ensinamento das regras
gramaticais. Como alerta (Bagno, 1999, p.107-108).

Esse ensino [...] em vez de incentivar o uso das habilidades linguísticas do


indivíduo, deixando-o expressar-se livremente para somente depois corrigir
sua fala ou sua escrita, age exatamente ao contrário: interrompe o fluxo
natural da expressão e da comunicação com a atitude corretiva (e muitas
vezes punitiva) cuja consequência inevitável é a criação de um sistema de
incapacidade, de incompetência.
Na realidade o que ocorre é que por trás dessa ênfase ao ensino da gramática, ao ensino
tradicional existem certos objetivos implícitos que se encontram camuflados a nossos
olhos, sendo estes os interesses da classe dominante em propagar sua ideologia, e sem
que nós percebamos são concretizados com êxito pela escola. Através da educação são
disseminados os interesses da classe dominante inclusive sua linguagem, assegurando
sua existência e sua supremacia. A escola ao invés de contribuir para a democratização
da educação, para a diminuição das desigualdades sociais, assume papel propagador dos
interesses da classe dominante, pois, a educação passa a ser mediadora desses interesses
e incumbida de repassá-los.

A educação contribui para a reprodução das relações de produção enquanto


ela, mas não só ela, forma a força de trabalho e pretende disseminar um modo
de pensar consentâneo com as aspirações dominantes. Isso se da pela
mediação de práticas sociais que concorrem para a divisão do trabalho, entre
as quais as práticas escolares. Evitando a conjugação teoria/prática,
impedindo o desenvolvimento de uma ideologia própria do operariado,
enfim, evitando a democratização do ensino, a burguesia procura impor a sua
própria ideologia ou então uma ideologia regressiva, a fim de manter a
relação capital/trabalho. (Warde, apudCury 1985, p.59).

Analisando tal situação, não interessa aos que governam, aos que detém o poder
oferecer uma educação de qualidade principalmente uma educação crítica a população,
pois isso resultaria em indivíduos mais cientes, de seus direitos, obrigações e das
injustiças sociais existentes. Porquanto, torna-se mais lucrativo utilizar a educação como
instrumento disseminador desses interesses do que proporcionar formação crítica aos
indivíduos, representando ameaças ao poder.

Essa postura precipitada da escola, em trazer para as séries iniciais o estudo da


gramática da língua torna-se prejudicial à aprendizagem, segundo (Antunes 2007, p. 80)
pois,

[...] não há por que se apressar e trazer para as primeiras séries a estranheza
da metalinguagem, com definições, classificações e subdivisões. É hora dos
primeiros contatos da criança com a reflexão sistemática sobre o mundo da
linguagem: que essa reflexão, nesse primeiro momento, não perturbe a
possibilidade de admirar o quanto esse mundo é fascinante.

O mesmo considera mais importante o desenvolvimento de atividades mais simples para


estimular o gosto e o aprendizado da língua pelas crianças nas primeiras séries, e que
com certeza surtiram maiores efeitos do que iniciar a alfabetização com o estudo da
gramática e com a realização de exercícios gramaticais isolados da língua. Como cita
(Antunes (2007, p.80):

O diálogo, a conversa, a escuta de historinhas, os relatos, as justificativas é


que devem preencher as situações orientadas para o desenvolvimento
específico da linguagem. Além disso, a leitura de bons textos, cheios de
interesses, de graça ou poesia e de encantamento é o melhor caminho para
levar a criança a descobrir um sentido para a linguagem, para a escrita e os
meios em que ela circula (livros, jornais, revistas, faixas, cartazes, meios
eletrônicos, etc.

Assim, torna-se evidente que mais importante do que se enfatizar as regras gramaticais
da línguaportuguesa desde o início da alfabetização, pois, proporcionar aos alunos
atividades significantes, partindo dos conhecimentos que os mesmos já possuem, no
caso a linguagem de cada um, para então iniciar o estudo da norma culta e sua
gramática. Faz-se necessário que o aluno compreenda o significado da linguagem e sua
função, para então compreender que existe uma norma culta de maior prestígio na
sociedade e muitas vezes diferente da sua linguagem, mas que ele precisará aprendê-la,
pois se deparara com situações em que a mesma lhe será solicitada.

As aulas de Português têm se restringindo ao estudo da gramática da língua


contrapondo-se ao verdadeiro objetivo do ensino de Língua Portuguesa, sendo assim,
qual seria o sentido do ensino da gramática principalmente nas séries iniciais, se seu
estudo da maneira como vem sendo ministrado não contribui para o aprendizado
eficiente da leitura e escrita pelo aluno? Como expõe (Períni2006, p. 27-28).

Ninguém, que eu saiba, conseguiu até hoje levar um aluno fraco em leitura ou
redação a melhorar sensivelmente seu desempenho apenas por meio de
instrução gramatical. Muito pelo contrário, toda a experiência parece mostrar
que entre os pré-requisitos para o estudo da gramática estão, primeiro,
habilidade de leitura fluente e, depois um domínio razoável da língua padrão
[...] Assim, para estudar gramática com proveito, é preciso saber ler bem – o
que exclui a possibilidade de se utilizar a gramática como um dos caminhos
para a leitura.
Acredita-se que pela gramática ser um conteúdo escolar, a mesma só é adquirida e
apreendida pelo aluno quando o mesmo inicia sua vida escolar, por isso, deve haver a
necessidade dos professores em acelerar seu ensino mesmo nas séries iniciais. Todavia,
essa visão é importante quanto inadequa, pois na realidade estudantil desde o início do
aprendizado da linguagem pela criança, a gramática se encontra presente. Através da
convivência com as pessoas, a criança vai aprendendo a sua língua materna (Língua
Portuguesa) na qual a gramática já é utilizada.

Assim, inconscientemente a criança já domina uma parte da gramática da sua língua,


sua linguagem se assemelha com a de um adulto que passou anos e anos estudando
gramática.Sendo assim, o ensino de Língua Portuguesa em sala de aula deveria partir da
própria linguagem das crianças, dos conhecimentos gramaticais que as mesmas já
possuem para então ser aprofundada, como referiu ( Neves2002, p.226):

Ora, em tal ponto de vista, tem significado, especialmente para esse nível de
ensino, o tratamento funcional da gramática, que trata a língua na situação de
produção, no contexto comunicativo. Basta lembrar que saber expressar-se
numa língua não é simplesmente dominar o modo de estruturação de suas
frases, mas é saber combinar essas unidades sintáticas em peças
comunicativas eficientes, o que envolve a capacidade de adequar os
enunciados às situações, aos objetivos de comunicação e às condições de
interlocução. E tudo isso se integra na gramática.

O ensino da gramática não consiste no ensino apenas das estruturas da língua


isoladamente como vem ocorrendo, tomando-se como exemplo palavras soltas que não
fazem nexo algum para os alunos. Pois, esse ensino deve partir e ocorrer no momento de
interação entre os alunos e professores, não deve ser ministrado como algo separado do
ensino da Língua Portuguesa, em determinado momento estuda-se a Língua e em outro
a gramática. Língua e gramática estão intimamente ligadas, ambas andam juntas, uma
complementa a outra, entretanto não é essa visão adotada na maioria das vezes em sala
de aula, como salientar (Neves 2002, p.238):

É preocupante verificar que os professores contemplam a gramática,


especialmente como atividade de exercitação da metalinguagem [...]
consideram que ela seja uma disciplina normativa. Despreza-se quase
totalmente a atividade de reflexão e operação sobre a linguagem, do que
resulta uma organização dos trabalhos em compartimentos totalmente
apartados: de um lado, redação e leitura com interpretação
(estruturação/representações/comunicação de experiências, mais
interpretação de experiências comunicadas), e de outro, gramática
(conhecimento do quadro de entidades da língua, e, também, alguns
conhecimentos do que se considera bom uso da língua).

Para que determinado conteúdo venha a contribuir na aprendizagem, o mesmo precisa


ser significativo, compreendido pelo aluno, no caso da gramática, torna-se necessário
que os mesmos compreendam o porquê de seu ensino, que utilidades farão dela. Quando
compreendam também os professores, que na maioria das vezes não veem utilidade
alguma no ensino da gramática, pois, a ensinam por que está estipulado no currículo
escolar que devem ensiná-la. Somente assim, compreendendo a verdadeira função da
gramática que seu ensino ganha significado.

Entretanto, a Língua Portuguesa ainda continua a ser trabalhada nas escolas, sobretudo
as dos países em é uma língua oficial e não só, porquanto, priorizando o ensino
gramatical, restando pouco ou quase nenhum espaço para a análise linguística.

Tal afirmação é comprovada através dos resultados obtidos com as análises das
atividades de Língua Portuguesa desenvolvidas, as quais sem exceção enfatizam o
estudo da gramática.

As atividades propostas pela maioria dos professores constituem-se de um texto, estudo


do mesmo com questionários quase sempre iguais, como por exemplo, qual é o título
dotexto? Onde se decorreu ahistória? Quais são os personagens dos textos? Passando
para o estudo da gramática que significa retirar palavras do texto e separá-las em
sílabas, circular os ditongos, classificar quanto ao número de sílabas, passar determinada
frase do texto para o plural ou o contrário e assim se segue. Enfatiza-se questões
referentes a morfologias, ou seja, classificação e formação das palavras e a fonética.
Raramente a questões de sintaxe encarregada da organização e formação das frases e
textos.E assim, o resultado final do processo de ensino-aprendizagem nas séries iniciais
é o que está presente na nossa realidade, crianças, jovens e adultos sem condições de
escrever um texto, pois não conseguem organizar suas ideias, colocá-las no papel.
As atividades propostas não visam a formação crítica da criança, situação comprovada
nos questionários de análise dos textos propostos, as quais para serem respondidas não
exigem da criança a análise, reflexão e compreensão do texto. As respostas são obvias é
só seguir a ordem do texto que as respostas estarão ali, todas uma abaixo da outra,
cabendo ao aluno apenas transcrevê-las no caderno. Abaixo segue uma das atividades
analisadas tendo como título: O raiozinho de sol e a formiga.

A presente atividade utiliza um texto com caráter motivacional, contribuindo para a


formação da autoestima dos alunos, e a reflexão sobre a existência de diferenças na
nossa sociedade. Entretanto não foi proposto atividades debatendo essas diferenças
existentes entre as pessoas, questões estas de suma importância para a formação do
aluno, todas as atividades não vão além do que está no texto, o qual passa a representar
um muro de onde não se consegue ultrapassar, ou melhor, não se incentiva o aluno a
ultrapassá-lo.

Uma forma que me chama atenção pois é pertinente para o sistema do ensino gramatical
na Guiné, tem a ver apolítica deanálisegramatical apartir dos textos pelascrianças
.Pois,asquais com um único objetivo, o de apenas estar presente no estudo do texto, pois
sua proposta de resolução em nada contribui para a compreensão das mesmas pelo
aluno, ou seja, não é discutido com o aluno o porque da diferença de classificação das
palavras em ditongo, tritongo e hiato, apenas lhe é solicitado que encontre palavras que
apresentem esses encontros vocálico sem a necessidade de justificá-las. Mais proveitoso
seria se essas classificações fossem reconhecidas no corpo do texto, onde a perceção de
suas diferenças seriam mais visíveis, como a constatação de ditongos nasais e orais, ou
seja, a diferença de sons na pronúncia de determinadas palavras e as diferentes
intensidades de cada sílaba.

Propor atividades onde a resolução ocorra no próprio corpo do texto o


transforma de pretexto para sujeito central da atividade, pois “O estudo da língua que se
ancora no texto extrapola o tradicional horizonte da palavra e da frase. Busca-se, na
análise linguística, verificar como os elementos verbais (os recursos disponíveis da
língua), e os elementos extravertais (as condições e situação de produção) atuam na
construção de sentido do texto” (Diretrizes Curricular de Língua Portuguesa do Estado
do Paraná, 2008), assim, o estudo da gramática assumiria seu verdadeiro papel no
ensino da Língua Portuguesa deixando de ser visto com “perca de tempo”.
Metodologia

Para a feitura deste trabalho académico, realmente percorri algumas fontes de


informações, em que entrevistei cinco pessoas de nacionalidade guineense. Eles são
professores licenciados na escola Normal Superior Tchico Te, no Instituto Camões e são
do sexo masculino. A entrevista foi feita em língua portuguesa, pois, antes elaborei um
guião de entrevista em que estão todos os questionários que pretendi para os
entrevistadosa fim de facilitar a entrevista e desenvolver o meu trabalho com a
eficiência.

Essa entrevista foi feita oralmente através dos questionários a volta da importância da
gramatica da língua portuguesa na Guine- Bissau, a metodologia do seu ensino
sobretudo na fase inicial estudantil e a causa de muita dificuldade do seu uso ate final do
ensino liceal. Esses professores deram satisfatoriamente as suas opiniões, sobre qual
deveria ser a metodologia do seu ensino sobretudo na fase inicial estudantil.Além disso,
espelharam a forma os professores se ensinam gramática, que segundo eles não é
adequada, porque os professores ensinam a gramatica deixando de análise linguística.

Todas essas informações, as das fontes de pesquisas edos autores, permitiram


desenvolver detalhadamente o capítulo do enquadramento teórico, fazendo a
comparação das informações e selecionar o pertinente.

E durante a feitura desse trabalho, dada a natureza do tema, basei no método qualitativo
para poder selecionar as informações que tenham sustentos das fontes seguras.

No que diz ao respeito sobre o comportamento dos entrevistados foi bom, apesar de
muitas correrias a traz deles, porque compreendem que a gramatica faz porte da vida
humana, sobre de um estudante. Alem disso, reconheceram que realmente há muita
dificuldade de uso gramatical por parte dos estudantes guineenses, principalmente dos
liceus e mostraram que é urgente mudar essa situação do ensino gramatical.

As dificuldades que eu encontrei durante a feitura do trabalho são várias, primeiramente


tive dificuldade conseguir os livros que abordam sobre o ensino gramatical da língua
portuguesa na Guiné-Bissau, segundo de encontrar computador para fazer a digitação do
trabalho, terceiro de encontrar pessoas capazes de fornecer as informações confiáveis e
por último do meio financeiro para fazer as movimentações.
Depois de varias consultas aos livros dos autores e pesquisas, conclui que a gramatica é
um material que dita as regras sobre um bom funcionamento de uma língua. Pois, todas
as línguas têm a sua gramatica. Ela surgiu há muitos anos depois da invenção da escrita.
E pode ser implícita ou explícita.

E da língua portuguesa tem também a mesma função das outras, que é de manter o uso
correto da língua portuguesa e esta está dividida em três partes que são morfologia,
sintaxe fonética, cada parte tem a sua função.

Ela na Guiné-Bissau, não tem um bom aproveitamento por parte dos estudantes que
terminam liceus porque há muita dificuldade do seu uso correto. Isso deve-se aos vários
fatores entre os quais a falta de uma metodologia correta do ensino gramatical da língua
portuguesa, pois, os professores a ensinam sem a compilação das partes: gramatical e
linguísticas. Além disso, ensinam a gramatica na perspetiva da língua materna.

Para que o ensino gramatical da língua portuguesa possa ter efeito positivo aos nossos
estudantes, o governo deve apostar mais na formação dos professores. E honrar o seu
compromisso que é pagar todos os funcionários regularmente, pois, vai fazer aos
professores a não aderirem a greve e a usar as suas influências para ministrar a aula.

Também, por outro lado, deve haver a estabilidade política na Guiné-Bissau, em que o
estado vai ter controlo de toda a situação do ensino, desde o currículo até os materiais
didáticos. Elaborar um currículo novo adequa-lo a nossa realidade. Porquanto, os
professores devem ensinar a língua portuguesa na perspetiva da língua não materna com
os materiais didáticos que tratam a nossa realidade e apoiar em língua nacional cajo
necessário.
A realidade mostra as contrariedades existentes no sistema educacional, onde a teoria
defende e incentiva uma postura crítica do educando frente aos conteúdos e
metodologias, mas na realidade em sala de aula seu posicionamento é praticamente o
contrário, há um abismo entre a teoria e a prática resultando no fracasso educacional.

Cabe a nós educadores começarmos a mudar essa realidade, não vermos a teoria que
relata a necessidade de um ensino de qualidade com algo apenas pregável, mas não
praticável, pois apesar das dificuldades e diferenças existentes nas escolas a maior delas
é a falta de vontade de mudar, de fazer diferente, de proporcionar aos nossos alunos uma
educação de qualidade que possibilite aos mesmos fazer a diferença na sociedade e não
apenas se adequar a ela.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Irandé Costa. Muito além da gramática: Por um ensino sem pedras
nocaminho. 1ª Edição. Belo Horizonte: Ed. Parábola, 2007

BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: O que é, como se faz. São Paulo: Ed.
Loyola, 1999.

CURY, Carlos Roberto Jamil. ducação e coEntradição. 4º Edição. São Paulo: Ed.
Cortez, 1985.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica-Língua Portuguesa.


SEED:2008.

PERINI, Mário ª Gramática descritiva do Português. São Paulo: Àtica, 2006.

SILVA, Délcio Barros da. As principais tendências pedagógicas na prática escolar


Brasileira e seus pressupostos de aprendizagem. Disponível
em:http
Resumo

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