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Resumo
Introdução
A seguir apresentarei os conceitos que servem de norte para a pesquisa ao final desse
estudo. Ressaltamos principalmente como se relacionam interdiciplinarmente os termos
apresentados no título: A logística, a qualidade e os serviços turísticos. Discutimos no
decorrer desse primeiro momento como os conceitos de logística e qualidade podem assumir
dimensões inovadoras quando aplicadas a gestão do produto turístico. Os conceitos que
desenvolvemos neste capítulo foram importantes para a compreensão e interpretação dos
dados coletados. O diagnóstico obtido por meio da pesquisa realizada em será apresenado na
ultima parte desse estudo.
O Turismo é uma atividade econômica que desde o seu surgimento, no século XIX,
vivencia em constante crescimento e transformações; É evidente sua importância e impacto
no cenário econômico dos países que investem de alguma maneira no desenvolvimento desse
setor. Reflexo disso são as modificações e constantes aperfeiçoamentos que a atividade sofre
ao longo dos anos, principalmente no campo teórico. O que antes podia ser considerada uma
área do conhecimento humano com relativamente pouco referencial para estudo, atualmente
conta com uma bibliografia extensa. Cursos de nível superior e técnicos voltados para
capacitação de profissionais do setor turístico são cada vez mais comuns nas instituições de
ensino de todo o Brasil, um efeito do já mencionado crescimento da atividade. Uma das
principais características desse setor, e talvez um dos fatores de maior atratividade para os
novos profissionais, é a sua interdisciplinaridade.
O Turismo como conhecimento científico e atividade profissional, se relaciona com
uma grande variedade de outras atividades do conhecimento humano. Dessa forma, “a
interdisciplinaridade, antes de tudo, é a relação mútua entre todas as disciplinas relacionadas à
determinada área. O turismo, sendo mais que uma atividade econômica interligada a diversas
áreas sócio-econômicas, culturais e ambientais se caracteriza como uma atividade
interdisciplinar1”.
Diferente do turismo o conceito de logística é bastante antigo e inicialmente surge
dentro de um contexto militar. Militares de civilizações antigas, intitulados Logistikas, eram
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Disponível em: <http://www.turisnautas.com.br/?p=711>
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Fórum de SCM, em Ohio StateUniversity.
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A qualidade é uma exigência constante para qualquer cliente que adquira um bem ou
serviço. Por muito tempo acreditou-se por parte das empresas que a qualidade poderia ser um
diferencial, um recurso para atrair clientes. Hoje a qualidade tornou-se uma obrigação de
entrega por parte dos prestadores, nada mais justo, já que a cliente paga pelo bem ou serviço.
O mínimo exigido deve ser a qualidade na entrega do mesmo
Para Castelli, não se pode mais duvidar que estamos entrando definitivamente na era
da Qualidade, neste início de século. Num mundo cada vez mais globalizado só terão vez as
empresas que oferecem produtos e serviços com a Qualidade exigida pelos clientes
(CASTELLI, 2002 p. 15).
Mas como é possível mensurar a qualidade de um bem ou serviço prestado? Onde
buscar esse indicador de que o cliente está de fato satisfeito com a qualidade do que adquiriu?
Ainda segundo Castelli, a qualidade de um produto-serviço pode ser percebida pelo
cliente por meio de seus componentes materiais e imateriais.
Onde os componentes materiais:
São formados pelo conjunto de elementos que caracterizam a qualidade técnica
(qualidade objetiva) de um produto. O produto pode ser considerado melhor ou pior,
por exemplo, em função da sua durabilidade e do seu desempenho. Duas das muitas
dimensões por meio das quais é possível analizar-se quantitativamente um
bem”(CASTELLI, 2002 p. 22).
Os componentes materiais do serviço turístico representam aquela parte dele que pode
ser considerada tangível.
A tangibilidade de um produto é tudo aquilo que o cliente sente e vê, como por
exemplo, a aparência física do hotel, tanto interna como externamente, ou seja, a
conservação do prédio, jardins bem cuidados, a iluminação externa, a sinalização,
bom acesso, uniforme, asseio e apresentação do pessoal, a decoração, a limpeza dos
ambientes.
Todos esses aspectos fazem parte do insumo do produto hoteleiro. Compõe sua
aparência física. São componentes tangíveis, por meio dos quais é captada ou
percebida a qualidade (CASTELLI, 2002 p. 22).
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Faz-se necessário entender que a percepção da qualidade pode variar para diversos
tipos de cliente. Deming apud Karassawa, o primeiro um teórico pioneiro no estudo da
qualidade, afirma que “um serviço é normalmente percebido de maneira subjetiva ‘e essa
percepção é manifestada em formas de sensações do tipo’ confiança, tato, segurança. Essa
forma de percepção é compatível com a intangibilidade dos serviços.”
Assim percebemos que os aspectos na prestação do serviço que devem garantir a
satisfação de um cliente são determinados pelas impressões de quem recebe o serviço,
portanto são variáveis.
A presente pesquisa exemplifica essa variação sobre como a qualidade pode ser
percebida de maneiras diferentes por clientes de perfis diferentes, quando nela constatamos
que um determinado perfil socioeconômico de turista durante o XIII FICA se sentiu
completamente satisfeito ao se hospedar em uma pousada com serviços relativamente
simples, enquanto outro turista ao receber esse mesmo serviço, percebe-o como incompleto e
carente de melhorias. Esse e outros resultados serão melhor analisados no capítulo 3 desse
trabalho.
Não é difícil perceber que Castelli fala essencialmente de logística no trecho destacado
acima. O processo do ciclo de serviços oferecidos pela cadeia do turismo receptivo é
composto por várias partes ou fases – a hospedagem, o transporte etc. – e caso cada um delas
falhe, a impressão sobre a qualidade por parte do cliente será afetada negativamente,
resultando em baixos índices de satisfação. É importante ressaltar que aqui apresentamos a
idéia de um processo único que engloba todos os atuantes do turismo receptivo, mas essa
idéia deve ser aplicada também ao micro-ambiente de cada uma das organizações.
Castelli (2002, p. 83) ressalta ainda que uma vez entendido o significado do processo
por parte de todos os membros que compõe uma organização, cada funcionário terá uma ideia
precisa de sua responsabilidade dentro da organização.
Transferindo essa afirmação para o nosso ambiente de estudo – o turismo receptivo –
temos que o processo do ciclo de serviço oferecido ao turista deve ser estabelecido de maneira
clara e a função de cada engrenagem nesse grande sistema deve ser desenvolvida com
perfeição e harmonia.
No entanto estabelecer o processo e prezar para que ele seja realizado á perfeição não
é a garantia de qualidade. Se fosse dessa forma, destinos turísticos com produtos
perfeitamente formatados seriam a prova de erros. È preciso aplicar ao processo
constantemente os métodos de controle e gerenciamento.
Para Castelli (2002, p. 86) o método já conhecido e praticado no meio empresarial
denomina-se PDCA (do inglês Plan, Do, Check, Action) ou seja: planejar, executar, controlar
e corrigir.
Com base no estudo de Castelli, sistematizamos a tabela abaixo que relacionada casa
uma dessas etapas do PDCA.
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Assim, o método PDCA deve ser aplicado constantemente a fim de controlar e garantir
a qualidade do serviço. O serviço turístico é cíclico, vive se repetindo, se renovando, portanto
os métodos de verificação e controle também devem ser constantes.
Sendo assim, a ausência de planejamento logístico na organização do turismo
receptivo pode também ser percebida como falta de qualidade nos serviços prestados pelo
visitante ou turista.
KARASSAWA (2003, p.46) afirma que o “turista é o componente mais importante do
sistema turístico”.
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Fonte: CASTELLI, 2002, p. 86
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Conclusão
O objetivo desse estudo nao é chegar a uma conclusão definitiva, mas sim deve ser
visto comoum estudo preliminar sobre a aplicação dos conceitos de logistica ao produto
imaterial, á prestação de serviços. Portanto, novas pesquisas podem vir a ser desenvolvida
para en função das peculiaridades no planejamento logistico e na questao da qualidade
quando o produto oferecido foge da regra convencional. Nessa linha de pesquisa ou em
outras, o universo a ser consultado é bem maior do que o aqui retratado. Assim sugiro que
novos estudos sejam realizados, pois o campo é vasto e inesgotável.
Sabemos que o planejamento da logística do turismo ro traz na sua base a preocupação
em atender as expectativas dos turistas visitantes de um destino turístico, e este atendimento
está diretamente ligado às formas de organização das comunidades receptoras, seus costumes
e tradições, assim como a sua própria participação nas fases de planejamento e execução.
Consequentemente, a falta de planejamento e ordenamento da atividade turística tem
apresentado muitos resultados negativos, uma vez que a maioria dos centros turísticos tem
crescido em decorrência do aumento da demanda e pela iniciativa de pequenos, médios e
grandes empresários que agem de acordo com seus próprios interesses, ignorando a
importância de ser realizar uma logística adequada, focando na qualidade do turismo
receptivo como um todo. É preciso ainda, destacar que o descaso do poder público também
aumenta os índices de insatisfação do visitante com relação a qualidade do serviço turistico.
Como citado anteriormente, com base nas teorias de Castelli (2002, p. 86), a aplicação
do método PDCA como um instrumento para a execução , controle e correção de eventuais
falhas na qualidade/logística no ciclo do serviço turistico. Pois a utilização dessa ferramenta
em cada uma das organizações que altera o resultado final quando o turista avalia a qualidade
dos serviços de uma maneira global.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS