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Tópicos em História da Música - [Fichamento]

História Social da Música, HENRY RAYNOR

Eduardo Costa Ribeiro, nº USP 6438170

Tópicos em História da música - Igrejas,


Chantres e Coros
 

O autor expõe que é a partir da obra "Syntagma musicum ou Tratato Musical" (p. 232) de
Michel Praetorius que se passa a ter uma organização da ordem das músicas durante os ritos
luteranos, primordialmente em território alemão: "a prática dos princípios do barroco
veneziano à liturgia luterana e serviços da Igreja" (p. 232), e evidencia a importância da
música luterana para o estabelecimento do estilo.

Em seguida o autor faz uma breve ilustração de como se dava cenário social da Europa
durante o período, e a consequente detrimento do ensino formal da música em comparação a
outras matérias como "línguas e matemática" (p. 254), criando assim um grande embate
entre políticas educacionais. O autor salienta que houveram grandes impactos oriundos tanto
da Guerra dos 30 Anos quanto da Peste Negra — decréscimo acentuado nas populações e
consequente crise econômica —, mas que o conservadorismo luterano se mantinha inalterado
pelas instituições com a ressalva que esse movimento não se estendeu ao âmbito musical —
"Houve evolução musical no seio das igrejas porque o sistema luterano criou um modo que
assimilava a transformação musical" (p. 238) —, mesmo esse último sofrendo muitas
dificuldades em se manter

Mas na maior parte, enquanto a guerra alterava a situação política e econômica


das cidades alemãs, as suas instituições continuavam inalteráveis. O luteranismo
continuou uma doutrina pública formal, e nas escolas onde o luteranismo
remodelara não houve empenho em remodelar a educação para oferecer um
sistema de educação de acordo com o novo estado de coisas do mundo [pós
guerra]. (p. 238)

"visto que o coro já está seriamente privado de cantores, e pouquíssimos dos que
ficaram têm vozes, de modo que o cargo de manter a música da igreja vem da
dificuldade de ensinar, pois os demais membros descuidam do coro por causa de
seus afazeres" (p. 240)
e essa evolução musical é constatada, além do sabido desenvolvimento da ópera no âmbito
secular, no desenvolvimento da cantata no âmbito religioso luterano. No Decorrer do
capítulo o autor constrói uma narrativa sobre alguns dos grandes nomes da música dentro do
contexto alemão — especialmente a trajetória de Kuhnau e Bach —, elucidando essa
evolução "dolorosa" do estilo barroco, evidenciado por exemplo no relatório onde Bach fala:

A música moderna é muito diferente da música antiga. Sua técnica é mais


complexa, e o gosto do público mudou de tal maneira que a música do passado já
nos parece estranha. Temos de tomar o maior cuidado na obtenção de executantes
capazes de satisfazer o gosto moderno e instruídos na técnica moderna, isso para
não mencionar o desejo do compositor de ouvir suas obras adequadamente
executadas.

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