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DE ALFABETIZAÇÃO:
PERSPECTIVAS
AUTORAIS E CONTEXTUAIS
ORGANIZADORES
Barbara da Silva Santos Corrêa - Claudia de Souza Lino - Elaine Constant - Ester de A. C. Assumpção
Jefferson Willian Silva da Conceição - Luciene Cerdas - Ludmila Thomé Andrade
Maria Elisa Vieira da C. C. de Almeida - Maria Leticia Cautela de Almeida Machado
Miriam Abduche Kaiuca - Monique de S. A. Ferreira dos Santos - Nilza da Anunciação dos Reis Moita
Paula da Silva Vidal Cid Lopes - Vanessa Soares de Souza
ORGANIZADORES
Barbara da Silva Santos Corrêa - Claudia de Souza Lino - Elaine Constant - Ester de A. C. Assumpção
Jefferson Willian Silva da Conceição - Luciene Cerdas - Ludmila Thomé Andrade
Maria Elisa Vieira da C. C. de Almeida - Maria Leticia Cautela de Almeida Machado
Miriam Abduche Kaiuca - Monique de S. A. Ferreira dos Santos - Nilza da Anunciação dos Reis Moita
Paula da Silva Vidal Cid Lopes - Vanessa Soares de Souza
POLÍTICAS E PRÁTICAS
DE ALFABETIZAÇÃO:
PERSPECTIVAS
AUTORAIS E CONTEXTUAIS
1A EDIÇÃO
© 2021 - POLÍTICAS E PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO: PERSPECTIVAS AUTORAIS E CONTEXTUAIS
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro,
sem autorização prévia por escrito da autora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem
os meios propagados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
Ficha Técnica
Diagramação e arte
Rodrigo Cabido
Editora
VW Editora
Vários organizadores.
ISBN 978-65-00-28546-8
21-76590 CDD-370.981
Índices para catálogo sistemático:
ORGANIZADORES
Barbara da Silva Santos Corrêa; Claudia de Souza Lino; Elaine Constant; Ester de
A. C. Assumpção; Jefferson Willian Silva da Conceição; Luciene Cerdas; Ludmila
Thomé Andrade; Maria Elisa Vieira da C. C. de Almeida; Maria Leticia Cautela de
Almeida Machado; Miriam Abduche Kaiuca; Monique de S. A. Ferreira dos San-
tos; Nilza da Anunciação dos Reis Moita; Paula da Silva Vidal Cid Lopes; Vanessa
Soares de Souza;
COMISSÃO AVALIADORA
SECRETARIA EXECUTIVA
CONSELHO EDITORIAL
Edna Silva Faria (UFG), Helenise Antunes (UFSM), Suzane da Rocha V. Gonçalves
(FURG), Vera Lucia Martiniak (UEPG), Elizabeth Orofino Lucio (UFPA), Mirna Fran-
ça da Silva de Araújo (Secretaria de Estado da Educação do DF - Coordenadora de
Projetos do DGPE/FGV), Lais Couy (UFVJM), AmoneInacia Alves (UFG)
5
SUMÁRIO
CONFERÊNCIAS
EXPERIÊNCIAS DOCENTES:
novos ventos para os processos de alfabetização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Guilherme do Val Toledo Prado
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SUMÁRIO
7
SUMÁRIO
8
SUMÁRIO
A DIVERSIDADE LINGUÍSTICA NO
CONTEXTO EDUCACIONAL BRASILEIRO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
Janaína Moreira Pacheco de Souza
9
SUMÁRIO
10
SUMÁRIO
11
VOZES DE SABERES, PRÁTICAS E ESPERANÇA
O livro está dividido em eixos, reunindo múltiplas vozes, que além de não se
furtarem de falar de uma questão complexa do ensino no momento de isolamento
social vividos na pandemia, entrelaçam história, políticas e práticas curriculares
de alfabetização. Essas vozes ecoam nos títulos que dão nomes aos quatro eixos,
sendo o primeiro dedicado à “Alfabetização em tempo de pandemia”; o segundo
que discute “Políticas públicas de alfabetização e pedagogias da alfabetização”; o
terceiro que coloca em debate “Currículo, inclusão e avaliação da aprendizagem na
alfabetização” e, por fim, o quarto eixo, intitulado “Formação inicial e continuada
do alfabetizador”, que completa esta obra, que se apresenta com importância
ímpar a todos que se dedicam para a alfabetização em suas riquezas, temas e de-
safios diários!
Com rigor e serenidade o livro coloca nas mãos dos leitoreso eixo 2,cujo tí-
tulo é POLÍTICAS PÚBLICAS DE ALFABETIZAÇÃO E PEDAGOGIAS DA ALFABETIZAÇÃO.
E o texto que abre este eixo “Transições e “transgressões” nas/das pedagogias para
alfabetização em prol do protagonismo dos alunos” leva-nos a refletir sobre uma
alfabetização pautada na perspectiva discursiva e que considera os aprendentes
como protagonistas nas ações do seu dizer, do seu escrever, enfim das suas pa-
lavras! Não diferente, em “Alfabetização entre caminhos e descaminhos”reafirma-se
a importância de se conhecer a trajetória da alfabetização e com isso continuar
caminhando no desvelamento das concepções que tramitam nas práticas peda-
gógicas. Segue-se com “Reflexões acerca de uma prática de alfabetização no ensino
fundamental” ereforça-se a importância de práticas pedagógicas significativas, nas
quais os alunos se envolvem de forma crítica e participativa, apropriando-se dos
conhecimentos de forma ativa e produtiva, podendo ressignificá-las em contextos
diversos de suas vidas.
Os demais artigos que compõem este eixo são fies ao propósito de convidar
sempre para uma reflexão, imbricando saber/fazer de modo que traz títulos que
muito descrevem e discutem esse imbricamento. Em face disso, veja-se o título “A
importância da formação continuada para o professor alfabetizador: reflexões sobre a
profissão docente à Luiz de António Nóvoa”. Este artigopromove um diálogo fraterno
com o reconhecido educador português, lançando novos olhares e desafios. Já o
texto “A formação continuada em serviço: apropriação da linguagem escrita nos anos
iniciais de escolarização” evidencia a relação existente entre o conhecimento teó-
rico-metodológico dos/as professores/as e o potencial formativo das formações
continuadas em serviço.
Por todo esse panorama aqui desenhado é lícito dizer tratar-se de um livro
denso e robusto de reflexões advindas de práticas de quem vive e está pleno/a em
sala de aula e que reconhece a dor e a alegria de ser professor/a neste país! Por
isso é um livro que reflete esperança e a certeza da grandeza do fazer coletivo, o
que reafirma a máxima freiriana que “não é possível buscar sem esperança; nem
tampouco, na solidão”.
Elaine Constant
Barbara da Silva Santos Corrêa
Jefferson Willian S. da Conceição
Maria Elisa Vieira da C. C. de Almeida
Monique de S. A. Ferreira dos Santos
Vanessa Soares de Souza
(Secretaria Executiva do Fórum Estadual de Alfabetização do Rio de Janeiro – FEARJ)
Cabe destacar que, desde 2019, o FEARJ vem superando a ideia de reali-
zação somente de plenárias temáticas com o público interessado nos temas em
torno da alfabetização escolar. Assim sendo, optou-se também por participação
e representação em vários eventos acadêmicos com apresentações de trabalhos
e promoção de rodas de conversas. Isto favoreceu a ampliação das atividades
1
Tomamos como referência uma expressão utilizada por Maria do Rosário Mortatti (2010). A al-
fabetização escolar é aquela que acontece em lugar apropriado e preparado, para isto: o espaço
escolar, caracterizando-se dever do Estado e direito constitucional assegurado às crianças.
2
Compõe uma gestão compartilhada por um grupo de pessoas sem distinção de maior ou menor
autoridade, mas que, quando reunidas, decidem entre si, cooperam – portanto, há uma prática
horizontalizada de “coordenação”. Assim, na composição do FEARJ, há membros representando
universidades públicas, como UFRJ e UERJ, instituição de ensino superior privada, movimentos
sociais, Sucursinho Infante Lins (CEJA), estudantes de pós-graduação e graduação, com profissio-
nais das secretarias de educação estadual e municipais do Rio de Janeiro.
3
É importante ressaltar que os temas apresentados nos eixos se delinearam durante as plenárias
e foram aprimorados durante as reuniões do Colegiado.
4
Há somente os 11, porque esses se propuseram a transformar seus resumos em relatos e artigos
sobre o trabalho pelo FEARJ. Outros optaram por apresentar o estudo em outras publicações.
Desse modo, dialogar sobre a alfabetização, mais que uma ação de urgên-
cia, torna-se um caminho para a constituição de espaços que possibilitam o en-
volvimento da sociedade na discussão sobre novas possibilidades nos processos
de ensino aprendizagem.
É importante frisar que 15 trabalhos compõem esta obra. São eles: Alfa-
betização em tempos pandemia: os desafios de alfabetizar mantendo a qualidade do
ensino;Facebook: uma ferramenta em rede de ensino remoto; Festa de aniversário
em tempos de pandemia: contexto afetivo e significativo para abordagens pedagó-
gicas envolvendo oralidade, leitura e escrita na educação infantil; Alfabetização de
jovens e adultos em tempos de pandemia: um olhar sobre o plano de ação realizado
por professores de uma escola da rede de ensino do município de Duque de Caxias;
Reflexões acerca de uma prática de alfabetização no ensino fundamental; Dispositivo
pedagógico ‘WhatsApp do Priscila’: o protagonismo discente como centralidade do
processo de alfabetização; Você é uma professora de verdade: reflexões sobre currícu-
lo e alfabetização; Memórias afetivas: registros de histórias de vida e vozes na EJA; A
importância da formação continuada para o professor alfabetizador: Reflexões sobre
a profissão docente à luz de António Nóvoa; Formação continuada em serviço: apro-
priação da linguagem escrita nos anos iniciais de escolarização; Estágio de docência
e PIBID: uma experiência de formação inicial de alfabetizadores; Estágio Remoto
na Educação Infantil: Diálogo entre Minas e Pará; Relato de Experiência da atuação
pedagógica no Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica;Cone-
xões e interlocuções da formação inicial na alfabetização; Desafios de uma professora
alfabetizadora iniciante em tempos de ensino remoto.
Por fim, desejamos que esta obra possa colaborar com o processo de apro-
priações das propostas governamentais que não se fazem de forma neutra e sem
conflitos. Da mesma maneira, desejamos que possam elucidar os caminhos per-
corridos por todos os envolvidos marcados por necessidades e interesses que se
originaram dos percursos na trajetória profissional, nas formações de professores
e das vivências na sala de aula. Estas são questões instigantes, que não se esgo-
tam nas análises desta obra, mas convidam sempre a continuar indagando sobre
o processo de ensino da Língua Portuguesa. Afinal, a brilhante escritora Clarice
Lispector nos lembra em suas reflexões: “Nem tudo o que escrevo resulta numa
realização, resulta mais numa tentativa. O que também é um prazer. Pois nem
tudo eu quero pegar. Às vezes, quero apenas tocar. Depois o que toco, às vezes
floresce e os outros podem pegar com as duas mãos”.
Referências
ALVES, Nilda. Cozinha e escola: algumas aproximações possíveis. XXI Reunião Anual
da ANPED, Caxambu: cd-rom, 1998.
RIBEIRO, Tiago; SOUZA, Rafael de; SAMPAIO, Carmen Sanches. Conversa como
metodologia de pesquisa uma metodologia menor? In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA,
Rafael de; SAMPAIO, Carmen Sanches (Orgs.). Conversa como metodologia de pes-
quisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018, p 36.
Ressaltamos, contudo, nossa preocupação para que este direito seja posto
em prática, pois, na medida em que crescem os números de infectados com a
COVID-19, começamos a lidar, mais claramente com situações que podem trazer
problemas para os estudantes e, no nosso caso, também futuras professoras e
professores. Tais perdas podem ser extensivas para além da obtenção do nosso
curso superior, mas estas podem ser indutores de políticas educacionais mais per-
versas, prejudicando, pelo menos, duas gerações à frente da nossa. Para melhor
compreensão, elucidamos alguns fatos sobre nossas realidades:
Podemos afirmar, sem dúvidas, que conviver com uma pandemia no século
XXI, exige um processo comunicativo bastante distinto de outros tempos históri-
Indagamos: nossa “volta” não terá que ser pensada e de forma dialogada
com toda comunidade acadêmica, pois acessar tecnologias com simples reposição
de aulas e conteúdos não irá reproduzir algo sem sentido para o atual momento?
Da mesma forma, questionamos: Se os dias, para nós, tão sofridos, não podem ser
transformados em frutíferos debates sobre as questões que geram inquietação e
relevância diante de uma pandemia, sendo a Universidade protagonista na ação de
disparar melhor compreensão sobre o que está acontecendo com a Educação? Fi-
nalmente, embora afastados fisicamente, não podemos nos aproximar planejando
atividades que, para além do cumprimento de um período letivo, estejamos prote-
gidos em nossas casas, porém possamos provocar mudanças radicais na forma de
perceber a Educação e a importância do pedagogo na sociedade?
Por tudo o que foi dito, queremos “voltar” para as atividades acadêmicas,
mas pedimos que analisem as condições reais enfrentadas por nós, estudantes e
futuros pedagogos. Com certeza, um país que despreza a formação de uma pro-
fessora e de um professor possivelmente não irá vencer desafios um tanto difíceis,
que ficaram tão visíveis diante da pandemia pelo Coronavírus.
1
Diante do fato de as classes de alfabetização, majoritariamente, terem uma mulher como docen-
te, neste texto, opto por fazer referência ao gênero feminino.
O olhar para o cotidiano escolar reforça que a prática educativa tem movimen-
to, dinamicidade, diferenças, conflitos, criatividade. Essas características possibilitam
estimular homens e mulheres a pensarem a sua relação com o mundo, a intervi-
rem na realidade construindo práticas emancipadoras. A reflexão sobre a prática nos
apresenta a multiplicidade de saberes presentes, que podem direcionar pedagogica-
mente o trabalho e nos remetem à leitura de sala de aula como um texto, repleto
de mensagens que possibilitam identificar a diversidade cultural e linguística dos
processos de construção do conhecimento, tanto por parte do educando como por
parte da educadora.
Aceitar o convite de Freire, contudo, não é uma tarefa fácil, pois, na pers-
pectiva da leitura de classes, a professora também está na tessitura desse texto.
Da posição em que estamos, conseguimos ver apenas aspectos da situação, não
o todo, falta-nos o excedente de visão (BAKHTIN, 2000). E se, por um lado, a in-
serção nas classes de alfabetização e a aproximação dos educandos possibilitam
leituras que um pesquisador externo não conseguiria ter, por outro, em alguns
momentos, vemo-nos tão imbricadas na ação, que o “distanciamento” necessário
à reflexão pode ser mais difícil.
Além disso, é preciso considerar que, no Brasil, que é um país com inúme-
ras comunidades linguísticas, apesar de o sistema alfabético do português ser o
mesmo para todo o território nacional, a conversão para os sons que uma ou mais
letras representam não é a mesma para todos os indivíduos. Com Bagno (2004, p.
35), vemos que “[...] como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma
gramatical de Portugal, as regras que aprendemos na escola em boa parte não
correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil”. Assim,
vemos que, dada a variação linguística presente em nosso país, muitas das dife-
renças são tidas como deficiência, simplesmente por não corresponderem a uma
regra única, imposta pela gramática normativa.
Considerações Finais
Vale ressaltar que o elevado índice de analfabetismo em nosso país não ex-
pressa meramente a incapacidade de ler e escrever, nem pode ser compreendido
como um fenômeno individual ou resultado de práticas educativas ineficazes.
Ele guarda estreita ligação com as dimensões sociais, econômicas e políticas de
nosso país. Partindo dessa compreensão, a escola tem um papel fundamental a
cumprir, que é garantir que crianças, jovens, adultos e idosos encontrem condi-
ções favoráveis para seu desempenho linguístico, na busca por sua autonomia
com a leitura e a escrita. Assim, a universalização da alfabetização pode contri-
buir para a garantia do direito à educação de todos os brasileiros e se constituir
como uma forma de intervenção na luta por uma sociedade mais justa, inclusiva
e fundamentalmente democrática.
Referências
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 31. ed. São Paulo:
Edições Loyola, 2004.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 11. ed. São Paulo: Scipione,
2009. (Coleção Pensamento e Ação na sala de aula).
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo:
Olho D’água, 1994.
LEMLE, Miriam. Guia teórico do Alfabetizador. São Paulo: Editora Ática, 2009.
1
Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), atua na Faculdade de
Educação da Baixada Fluminense e no Programa de Pós-Graduação em Educação Cultura e Comu-
nicação em PeriferiasUrbanas (PPGECC/UERJ).
Tendo como foco a análise das lógicas contingentes que operam nesse pro-
cesso relacional - discursivo de constituição de discursos hegemônicos, a Teoria
Política do Discurso tem apoiado diferentes pesquisas no campo do currículo e
da formação de professores, muitas delas referenciadas nas produções de Lopes
e Macedo (LOPES, 2012; 2015; 2019; MACEDO, 2012; 2015; 2016). Tais pesquisas
têm buscado desestabilizar as perspectivas que tencionam identificar o funda-
mento capaz de explicar, prever e controlar todo e qualquer fenômeno educacio-
nal, bem como a fixação de sentidos que determinam a priori o que o currículo,
a docência e o professor devem ser. Dessa forma, operam com as contribuições
da Teoria Política do Discurso para investigar, nos discursos curriculares, os con-
textos discursivos que possibilitam a hegemonização de sentidos de currículo,
de educação, de uma dada normatividade curricular, de conhecimento, identi-
ficados como particulares que alcançam, em complexos processos políticos, a
função de representar o currículo, seja da educação básica, seja da formação de
professores. As autoras, com suas pesquisas, têm contribuído para a constituição
de uma teorização curricular que identifica e sublinha os processos contingentes
de constituição dos discursos curriculares hegemônicos, sempre conflituosos e
indeterminados.
2
Compartilho aqui os primeiros achados da pesquisa “Sentidos de Professor e de Formação Do-
cente na Política Nacional de Alfabetização: uma investigação de suas lógicas instituintes”, que
tenho desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação Cultura e Comunicação em
Periferias Urbanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Considerações finais
Referências
GLYNOS, J.; HOWARTH, D. Explicação crítica em Ciências Sociais: a abordagem das lógi-
cas. In: LOPES, A. C.; OLIVEIRA, A. L. A. R. M. de, OLIVEIRA, G. G. S. de (orgs). A Teoria do
Discurso na Pesquisa em Educação. Recife: Ed. UFPE, 2018. p. 53-104.
LACLAU, E.; MOUFFE, C. Hegemonia e estratégia socialista: por uma política democrática
radical. Tradução de Joanildo Albuquerque Burity, Josias de Paula Júnior e Aécio Amaral.
São Paulo: Intermeios, 2015.
________ . Por um currículo sem fundamentos. Linhas Críticas, Brasília, v. 21, n. 45, p.
445-466, mai/ago, 2015.
MACEDO, E. Base nacional curricular comum: a falsa oposição entre conhecimento para
fazer algo e conhecimento em si. Educação em Revista, v. 32, n. 2, p. 45-68, jun, 2016.
Jefferson Mainardes
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
E-mail: jefferson.m@uol.com.br
Introdução
O fechamento das escolas representa uma perda enorme para os/as alu-
nos/as, principalmente da escola pública. A escola é um lugar onde ficam segu-
ros, com oportunidades de alimentação, de interação social, de aprendizado. O
1
Texto apresentado na live“ Tempo da Alfabetização no contexto atual”, no dia 2/12/2020. O
evento foi promovido pelo Fórum Estadual de Alfabetização do Rio de Janeiro.
Pressupostos teóricos
Sabe-se nem todas as crianças contam com apoio em casa e que muitas
2
A respeito da diferenciação curricular, ver Mainardes (2007)
De modo geral, pode-se deduzir que estas práticas são necessárias para
garantir a alfabetização de crianças que, durante o ano letivo de 2020, não tive-
ram a mediação (presencial) dos professores.
Considerações finais
Para finalizar, destaco que o papel da escola deve ser sempre o de aco-
lher a criança, ampará-la e fazer o máximo possível ser uma escola inclusiva, que
atende, assiste, orienta e não põe obstáculos aos processos de ensino-aprendiza-
gem e desenvolvimento dos alunos.
Referências
SEM afeto, não há alfabetização. Entrevista com Maria Auxiliadora Mattos Pimen-
tel. Nova Escola, v. 4, n. 32, ago. 1989, p. 22-24.
SOARES, M. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo:
Contexto, 2020.
YOUNG, M. Para que servem as escolas? Educação & Sociedade, Campinas, v. 28,
n. 101, p.1287-1302, set./dez. 2007.
E isso não é pouca coisa em um país que no ano de 2021 adentra novamen-
te nos índices de pobreza e faz pouco caso – infelizmente alguns e notadamente
os dirigentes da nação – das 450 mil mortes dos vitimados pela Covid-19.
Como foi dito na nalive, vou orientar a “nossa conversa”, a partir de alguns
pontos presentes no texto da Profa. RosauraSoligo, que participa do livro “Para
não esquecer: narrativas das experiências de professoras no contexto da pande-
Para trabalhar cada um dos três pontos, apresentamos uma narrativa (pre-
sente no livro anteriormente indicado) para que ela favoreça não só o diálogo,
como também mobilize os conhecimentos e saberes de professoras e professores
alfabetizadores a pensarem e sentirem novas possibilidades para o trabalho pe-
dagógico no cotidiano escolar (seja remoto ou presencial).
Vamos a eles!
Nesta narrativa da Profa. Elisabete, a partir das circunstâncias por ela com-
preendida do contexto em que seus e suas estudantes estão inseridos, a reflexão
sobre as práticas alfabetizadoras no cotidiano escolar são ressignificadas a luz
das condições de vida em que se encontram seus estudantes.
Ela problematiza aquelas velhas frases que diziam: “é preciso partir do con-
texto do estudante, sua cultura e, a partir dela, propor novas relações com as
práticas de leitura e escrita escolares”. Ainda que Emilia Ferreiro ou Telma Weiz
ou Paulo Freire tenham dito coisas parecidas, não é da “boca” deles que ouvimos
frase como a enunciada. Ouvimos de outros colegas que esses autores disseram
essa frase – as vezes com palavras diferentes ou com entonações em diversas.
Mas, de algum modo, atribuímos a esses pensadores, o sentido da frase indicada.
Quem dera...
O que importa?
Finalizo este texto, mais uma vez, com o agradecimento a todas e todos os
professores alfabetizadores, por possibilitarem a entrada na cultura letrada de
tantas crianças e jovens e com isso realizar a leitura da palavra, tão alentada pelo
Mestre Paulo Freire.
Termino meu texto, saudando a todas e todos e a cada uma e um, enviando
um grande abraço, nas singelas palavras do poeta pantaneiro Manoel de Barros:
Referências
BARROS, Manoel. Cantigas para um passarinho à toa. Rio de Janeiro, Editora Re-
cord, 2003.
GERALDI, João W (org.). O texto na sala de aula. São Paulo, Editora Ática, 2011
OLIVEIRA, Paula R.G. O que importa? In FRAUENDORF, Renata B.S.; LIMA, Fer-
nanda C.D.A.; PRADO, Guilherme V T. Para não esquecer: narrativas das expe-
riencias de professoras no contexto da pandemia do Covid-19. São Carlos, Editora
Pedro&João, 2020, págs. 42-44.
SMOLKA, Ana L. A criança na fase inicial da escrita. São Paulo, Editora Cortez,
13e.2018.
WEIZ, Telma. O diálogo entre o ensino e a aprendizagem. São Paulo, Editora Áti-
ca. 2000.
Luciene Cerdas
Docente do Departamento de Didática da Faculdade de Educação, UFRJ. Doutora em
Educação Escolar. Integrante do colegiado do FEARJ. lucienecerdas@gmail.com
Uma busca rápida na internet já revela, além dos artigos de opinião e re-
portagens, alguma produção acadêmica sobre a docência na pandemia, alguns
dos quais são reportados aqui, pois se debruçaram em discutir o trabalho dos
professores a partir de atividades remotas e em home office.
Essa situação que o país - e o mundo - atravessa é muito séria sob diferen-
tes aspectos (sociais, políticos, econômicos) e no caso da educação diz respeito
não só à “[…] questão dos conteúdos programáticos ou aos critérios e à metodo-
logia do processo avaliativo […] englobam questões sociais, familiares e econô-
micas dos estudantes.” (RONDINI; PEDRO; DUARTE, 2020, p. 54).
O ineditismo desse contexto exige o registro dessas vivências que não po-
dem ser esquecidas, mas que devem permitir reflexões sobre perdas e ganhos
para a educação em meio à crise sanitária da Covid-19, em um país, historicamen-
te, marcado pelas desigualdades sociais e exclusão das populações mais vulnerá-
veis. Assim, os desafios de alfabetizar crianças, jovens e adultos por meio das fer-
ramentas digitais e redes sociais que possibilitassem manter os vínculos com os
estudantes, são o foco desse eixo, que traz o relato de experiências vivenciadas
em diferentes contextos e sob diferentes perspectivas, o que permite a riqueza
das discussões que aqui se delineiam.
Conclusões e encaminhamentos
O primeiro eixo foi uma demanda que surgiu no cenário totalmente novo
e incerto em que nos encontramos: tempos de pandemia e o ensino, quando
acontece, de modo remoto com previsões para o modelo híbrido. Sendo assim,
o FEARJ só recebeu propostas de trabalhos em 2020, entretanto acreditamos
que, em 2021, a procura por pesquisas, estudos e novas produções pedagógicas
engendradas, metodologias de ensino e aprendizagem desenvolvidas nesse con-
texto e que estão se formando e reformando serão a tônica.
RONDINI, Carina Alexandra; PEDRO, Ketilin Mayra; DUARTE, Cláudia dos Santos.
PANDEMIA DA COVID-19 E O ENSINO REMOTO EMERGENCIAL: MUDANÇAS NA
PRÁTICA PEDAGÓGICA. Interfaces Científicas. Aracaju. V.10, N.1., 2020, p. 41 - 57.
Introdução
A partir dessa situação, vale a pena repensar quais são as condições que
estão sendo oferecidas na alfabetização, e quais os desafios dos docentes em
manter a qualidade na educação das crianças durante o ciclo alfabetizador, par-
tindo do princípio de que a fase inicial é a mais significativa para a vida escolar
do aluno, evolvendo a escola, família e sociedade.
Metodologia
Considerações finais
Enfim, toda equipe escolar e a família podem contribuir neste tempo pan-
dêmico para que a criança tenha sucesso na sua aprendizagem remota, auxilian-
do os professores superar o desafio que é alfabetizar com excelência, buscando
com qualidade de ensino.
Referências
FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Editora Cortez, 26ª Edi-
ção, 2011.
SOARES. Alfabetização: a questão dos métodos. 384p. São Paulo: Contexto, 2016.
Introdução
1
Centros Integrados de Educação Pública, implementados na década de 80, no estado do Rio de
Janeiro, visava incorporar o universo cultural dos alunos à unidade escolar (SECRETARIA DE ES-
TADO DE EDUCACAO DO RIO DE JANEIRO, 1991).
Atuo no CIEP supracitado, na Zona Oeste do Rio, e lecionei para uma turma
do segundo ano do Ensino Fundamental I no ano letivo de 2020, cujos alunos,
dessa vez, tiverampouco contato presencial. Foram cerca de quatro semanas de
aulas em sala. Estávamos diante de um quadro pandêmico que colocou em xeque
os sistemas de saúde mundial, e lugares com grande número de pessoas foram
momentaneamente fechados, sendo as escolas um deles.
2
No texto, ao se mencionar a familiaridade com o Facebook, não significa que a rede social seja
democrática no contexto no CIEP, porém foi a mais viável e que abrangeu uma maior resposta. No
entanto, ainda há muito que se caminhar para que haja a democracia digital no Ensino Público.
Como resultado foi possível observar uma interação crescente entre os alu-
nos, tanto do segundo ano, quanto de outras turmas, que participavam e envia-
vam suas atividades. O acesso aos recursos ainda é limitado e não foi possível
Considerações finais
Uma das preocupações com a turma Pré 5B da escola Edusesc Gama-DF, era
continuar com a ludicidade das aulas presenciais nas aulas remotas, garantindo
que os estudantes desafiassem seus conhecimentos, de maneira significativa e
funcional (FERREIRO E TEBEROSKY, 1999). Buscou-se continuamente corroborar
com um dos princípios descritos na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL,
2017), de que as crianças da educação infantil aprendem por meio dos eixos
brincadeira e interação, e com a proposta pedagógica norteadora, que trata: “Na
Educação Infantil (e não apenas nela) aprendem-se os conteúdos da língua e da
linguagem, participando de situações de uso social que deem sentido a elas.”
(SESC, DEPARTAMENTO NACIONAL, 2015, p. 212). Assim, uma possibilidade que
se apresentou foi estabelecer um paralelo entre as situações reais que as crian-
ças estavam vivendo e as práticas relacionadas aos processos de leitura, oralida-
de e escrita. Estudando a Proposta Pedagógica da Educação Infantil do Sesc (2015),
entende-se que a escola é o lugar onde as crianças podem concretizar suas pos-
sibilidades de conhecimento, sejam elas individuais e /ou coletivas por meio de
situações contextualizadas de aprendizagens. Quando essa possibilidade de co-
nhecimento se entrelaça com práticas sociais, apropria-se uma aprendizagem
muito mais significativa, pois é algo que parte da premissa dos conhecimentos e
das vivências das crianças.
Notava-se que ainda não estava claro o motivo de fazer aniversário. Então,
Conclusão
Referências
MEC/CONSED/UNDIME, 2017.
1
E aqui especifico a minha turma de Educação de Jovens e Adultos – 2ª etapa: 2º e 3º anos do
Ensino Fundamental - que faz parte do Ciclo da Alfabetização.
Diante do trabalho que realizo na escola com uma turma de Jovens e Adul-
tos que fazem parte do ciclo de alfabetização, comumente recorro aos estudos de
Magda Soares e Paulo Freire como base teórica para minha prática pedagógica
e não seria diferente neste momento tão difícil para a construção de sentidos e
aprendizagens.
Considerações finais
Referências
BRASIL. Ministério da Educação Portaria N.º 343. Dispõe sobre a substituição das
aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pan-
demia do Novo Coronavírus – COVID-19. Disponível em:http://portal.mec.gov.br/
component/content/article?id=88631. Acesso em: 19/06/2020.
Elaine Constant
constant.ela@gmail.com
Professora da Faculdade de Educação e da Pós-Graduação de Políticas Públicas e
Direitos Humanos da UFRJ
Introdução
Vale destacar que este eixo é composto por textos que versam sobre as
políticas públicas educacionais de/para alfabetização, como sobre as pedagogias
para lidar com este campo de conhecimento no cotidiano escolar. Da mesma for-
ma, são apresentados os relatos de experiências de professoras alfabetizadoras
sobre suas práticas pedagógicas.
A autora destaca que a temática gera inúmeros debates acerca das “anti-
gas” e “novas” explicações para um mesmo problema: como lidar com a dificulda-
de das crianças em aprender a ler e a escrever, especialmente na escola pública.
Ainda de acordo com a Mortatti (2008) há quatro momentos, que se estendem
desde 1976, o primeiro momento, que abarca o período de 1876 a 1890, eviden-
ciava a necessidade de o ensino contar com uma maior organização e para o
ensino da leitura eram utilizados “métodos de marcha sintética (da “parte” para o
“todo”): da soletração (alfabético), partindo do nome das letras; fônico (partindo
Por fim, Mortatti (2008) define o quarto momento como o período no qual
a tradição da “alfabetização sob medida, de que resulta o como ensinar subordi-
nado à maturidade da criança a quem se ensina” (p.10) passou a ser questionada,
visto às novas exigências políticas da época, tendo à escola a função de preparar
novas gerações. Ainda de acordo com a autora foi nesse período que “introdu-
ziu-se no Brasil o pensamento construtivista sobre alfabetização, resultante das
pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita desenvolvidas pela pesquisadora
argentina Emília Ferreiro e colaboradores” (p.10).
Por tudo que foi dito, e com inspiração nos estudos da autora supracitada,
foi possível constatar que a multiplicidade de problemas existentes a respeito
do ensino da leitura e escrita, bem como as dificuldades decorrentes acerca da
polissemia de sentidos da alfabetização propiciam que os professores alfabeti-
zadores criem espaços para apresentar novas “pedagogias” para a alfabetização,
ora baseadas em conceitos e métodos antigos ora pautadas em perspectivas mais
“progressistas”.
Neste sentido, vale ressaltar que, de acordo com Freitas (2012), a imple-
mentação das atuais políticas educacionais em nosso país, “não entendem o pro-
fessor como profissional, mas como um tarefeiro [...] então se tiver uma pessoa
movida a bônus e uma apostila, é o suficiente” (p.77). Dito isto, pensar na história
da alfabetização em nosso país torna-se de suma importância, pois, conforme
Saviani (1991), o enfoque nos métodos propiciou maior ênfase em “como” deter-
minados conteúdos seriam ensinados na leitura e a escrita. Assim, retornamos à
De acordo ainda com o autor, ao tratar a autonomia como o fator que possi-
bilita um trabalho independente e voltado para o contexto no qual está inserido,
é preciso tomar cuidado para não resultar em uma fragmentação, no individualis-
mo e até mesmo numa percepção de que a qualidade da educação está implicada
na soma dos esforços individuais, fato o qual relega o papel coletivo presente na
educação. Com isso, há a necessidade de instituir uma prática pedagógica pauta-
da na participação e no diálogo.
Goulart (2019) ressalta, também com base nos estudos de Bakhtin, que os
processos de produção de linguagem são espaços de constituição e transforma-
ção dos sujeitos. Assim, as vidas das pessoas são transformadas no movimento
de aprender a ler e escrever, em especial quando transforma-se
Por tudo o que foi dito, e retomando o apresentado pelas autoras dos tex-
tos que compõem o eixo “Políticas Públicas e Pedagogias da Alfabetização”, não
é possível negligenciar o passado, visto que o tempo escolar deve considerar o
passado e o presente. Dado que conhecer as concepções de alfabetização que
permeiam as práticas de ensino nos atuais sistemas públicos de ensino é de suma
importância, pois, como afirma a professora autora Polliana Pereira Lisboa des-
taca em seu texto, “as pretendidas transformações na realidade escolar estão
diretamente relacionadas com o reconhecimento das teorias tradicionais que ne-
cessitam ser transgredidas”.
Referências
FREITAS, Luiz Carlos de. Agenda dos reformadores empresariais pode destruir
a educação pública no Brasil. São Paulo: Revista Adusp. Entrevista concedida a
Michele da Costa, outubro, 2012.
Introdução
Metodologia
Através das obras de Mortatti (2004, 2006, 2010), foi possível trazer para
este texto o conhecimento a respeitos das situações fundantes da história alfabe-
tização, que, de acordo com a própria autora, trata-se de uma história multiface-
tada e complexa no Brasil, tal qual também o é o próprio processo de alfabetiza-
ção. Portanto, dos estudos bibliográficos da autora, se alcançou o entendimento
de que: na história da alfabetização, o processo de alfabetização – bem como
sua construção como prática escolar, se fundamenta da acirrada disputa entre os
defensores da marcha sintética e os defensores da marcha analítica. Desse modo,
da história analisada partir do Século XIX, compreendeu-se que a disputa pela
hegemonia metodológica acabou por fundar “[...] uma nova tradição: o ensino da
Desenvolvimento
Considerações Finais
FREIRE. Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 42.
ed. São Paulo: Cortez, 2001.
SMOLKA, Ana Luiza B.A criança na fase inicial da escrita: a alfabetização como
processo discursivo. São Paulo, Cortez, 1993.
Introdução
1
O nome da escola não será divulgado para a preservação da sua identidade.
Nesta fala fica evidente que os alunos possuem autonomia para participar
E acrescenta:
2
Os nomes dos alunos foram alterados para a preservação das suas identidades.
A docente continua:
Posto isto, a metodologia de construir listas “Os donos das palavras” pos-
sibilita aos alunos participarem da produção da escrita, visto que, eles mesmos
escolhem as palavras que desejam escrever, tornando o processo de alfabetiza-
ção muito mais criativo e prazeroso.
Considerações Finais
Referências
DANGIÓ, Meire dos Santos; MARTINS, Lígia Márcia. “A concepção histórico cultu-
ral de alfabetização”. In: Germinal: Marxismo e Educação em Debate, Salvador, v.
7, n. 1, p. 210-220, jun. 2015.
Introdução
Considerações Finais
Referências
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 15. ed. São
Paulo: Cortez / Autores Associados, 1989.
SOARES. Magda Becker. Alfabetização a questão dos métodos. 1ª edição. São Paulo:
Contexto, 2018, 384p.
Introdução
(Des)caminhos...
1
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=QAmODJZw6v0. Acesso em 25/02/2021.
Mobilizada por tais questões, resolvi fazer da minha sala de aula um es-
paço de escuta e trocar a pergunta “o que eu vou ensinar? ”, para “o que vocês
querem aprender?”. Assim, em conversa com os alunos da turma de 1º ano, resol-
vi perguntar o que eles gostariam de trabalhar naquele bimestre e as respostas,
das mais variadas possíveis, se fizeram surpreendentes.
2
O nome foi trocado para preservar a identidade da aluna.
Referências
Metodologia
Mas neste dia foi diferente das rodas anteriores, pois todos falaram um
pouco da sua infância, alguns com os olhos lacrimejando de saudade do que
haviam vivido ou deixado para trás. Neste dia, eu vi sentimentos e significados
Fizemos uma lista coletiva com os termos e expressões que os alunos ha-
viam registrado e, com apoio do alfabeto criado, fomos organizando-as. Os signi-
ficados de cada verbete foram registrados no quadro pelo aluno que o relatou e
assim, construímos um rico dicionário.
E ouvi, dos alunos, que não poderiam fazer por que não sabiam escrever,
não sabiam como se expressar, que isso não daria certo. Retomei os nossos mo-
mentos de conversas e relembrei várias das narrativas apresentadas, mostrando-
-lhes o quanto teriam a contar.
FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 14ªed. São Paulo: Cortez, 2007.
Claudia Lino
Rede Municipal de Duque de Caxias
Ester Assumpção
Rede Municipal de Duque de Caxias
Nilza Moita
CEJA-SUCURSINHO
Para Rego (1982, p.64), falar em currículo implica em ir muito além do con-
teúdo a ser aprendido, “significa toda a vida escolar da criança, pois um programa
O currículo não pode existir somente nas experiências das crianças, nem
somente nos livros de texto ou programas de estudo. Numa concepção democrá-
tica o currículo deveria incluir mais do que o conteúdo a ser aprendido. Através
dele buscamos ampliar os conhecimentos, melhorando a vida das pessoas e da
comunidade onde vivemos.
Referências
DELEUZE, G. O Atual e o virtual. In: DELEUZE, G.; PARNET, C. Diálogos. São Paulo:
Escuta, 1998. p.173 - 179
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
REGO, M.S. e outros. Ensinando a criança. In.: Reis, A e JOULLIÉ, V. Didática Geral
através de módulos instrucionais. Petrópolis, Vozes, 1982. P. 64
Introdução
1
O nome da instituição não será informado para a preservação da sua identidade.
Desenvolvimento
Isis2
– Notícia: Campanha de vacinação contra o Sarampo. Fonte:
Jornal O Dia.
2
Os nomes das crianças foram alterados para a preservação das suas identidades.
Após escolher o animal que será pesquisado o/a aluno/a deverá justificar
os motivos da escolha. Percebemos que a Roda possibilita ao/à aluno/a, ainda
no 1º ano do Ensino Fundamental, entender o que significa “justificar” e “argu-
mentar”. Exercitar tais práticas, já nessa etapa, permitirá aos/às estudantes uma
compreensão e um desempenho importante acerca da necessidade de escrever
textos com argumentação e autoria. Silva e Baião ressaltam que:
Considerações Finais
AXER, Bonnie & SASSON Crizan. “A roda como experiência curricular na alfabeti-
zação”. In: Revista Digital Formação em Diálogo, Rio de Janeiro, 2019.
SILVA, Gisele; BAIÃO, Jonê Carla. “Roda de pesquisadores: uma proposta de inte-
ração entre conhecimento e a produção de sentidos”. In: IX Simpósio Educação e
Sociedade Contemporânea, Rio de Janeiro, 2014.
Para início, quero propor as seguintes questões: por que avaliamos os/as
estudantes? Qual o sentido de avaliá-los/as? O quê e como avaliamos? Junto com
essas questões, quero afirmar que acredito que nunca houve (e não há) consenso
sobre avaliação. Ao contrário, a literatura nos mostra a presença de ideias dife-
rentes, muitas vezes, divergentes e, até mesmo, contraditórias.
Dentre essas diferentes ideias, a avaliação pode ser entendida como me-
dida, classificação, sinônimo de prova ou ‘instrumento’ a serviço da aprendiza-
gem. No primeiro caso, avaliação é expressa por um número, resultado de uma
Hoffmann (1971) afirma que nos anos 1970 era forte a concepção de ava-
liação como verificação de resultado, vinculada à ideia de olhar apenas o que o
estudante acertou: ‘somam-se os pontos para atribuir uma nota ao aluno’. Uma
avaliação classificatória que não leva em conta o processo de desenvolvimento
de cada estudante. Uma avaliação pautada por padrões de aprendizagem que os
professores definem como ideais para cada nível de ensino. Um tipo de avaliação
que, segundo a autora, só serve para confirmar “a doença”.
Para Luckesi,
A avaliação na alfabetização
Obtenção de resultados
Considerações finais
SOARES, M.B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
Introdução
A formação de leitores tem adquirido, cada vez mais, destaque nos debates
educacionais. Políticas de livro e leitura produzidas pelo Ministério da Educação
(MEC), com a distribuição de obras de literatura, de pesquisa e referência para
as escolas públicas, como o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), e
projetos de formação de professores com ênfase no trabalho com a literatura,
como o Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), chamaram
a atenção de muitos docentes e fizeram com que a leitura literária estivesse e,
assim permaneça, presente no cotidiano de muitas salas de aula.
É lendo que o leitor busca criar, de acordo com sua experiência de vida, a
compreensão do que leu. Logo, o sentido é criado na relação entre o leitor, sujei-
to de conhecimento, com o texto, objeto de conhecimento. Dessa forma, Freire
ratifica que não há passividade no processo de leitura e, sim, um diálogo, uma
experiência criativa, entre texto/autor e leitor, ou seja, uma relação dinâmica na
qual linguagem e realidade estão conectadas
1
A palavra Ciranda aparece aqui como nomenclatura do projeto que a equipe docente de primeiro
ano, formada naquele ano, elegeu, de forma coletiva, para fazer o movimento da roda de leitura.
Contudo, o desdobramento prático de cada docente seguiu um ritmo distinto conforme suas con-
cepções de leitura literária e formação do leitor, entre outras.
A1- Levei o livro que o A2 levou da outra vez, olha aqui... Que-
ro contar uma coisa que descobri!
O diálogo tecido entre professor e aluno foi curto, mas revela a vontade
e o desejo do estudante em contar algo que o mobilizou via leitura de um livro,
algo que descobriu, que fez sentido para ele a partir de suas experiências. Ele
tem ânsia de revelar sua descoberta, de ser o leitor-guia e de estabelecer inter-
locução. Eis a essência da roda de leitura: uma experiência participativa, onde é
possível falar de si, das experiências de leitura, dos sentidos elaborados e ouvir
o outro e assim estabelecer um diálogo (WARSCHAUER, 2017).
2
Parte de uma conversa entre a professora (P) e o aluno 1 (A1) antes da roda de leitura, numa tur-
ma de primeiro ano dos anos iniciais, no CPII – campus Tijuca I. Registro encontrado no caderno
de registros da docente da classe, em outubro de 2019.
Nessa perspectiva, segue mais uma parte da conversa, agora, na roda. To-
dos se acomodaram no centro da sala em círculo, vinte e um leitores, vinte alu-
nos e uma professora. Alunos com os livros que tinham levado nas mãos, abrindo,
remexendo, mostrando algo pontual para os mais próximos...
T- Sim.
A5- Não!!!! Vai Bola de fogo que mata geral!!! (Todos rindo!!)
Depois da votação...
A6- Fica fora do Brasil, outro país, A5! Meu pai já foi lá!
(...)
(...)
A1- Mas chá e pé não têm nada a ver com a história! Esse me-
nino aqui, achou um chapéu, tipo de Woody, do Toy Story e quis
levar para casa... Se você quiser saber o que aconteceu, é só
levar o livro para ler. Alguém vai querer?
Considerações finais
A roda de leitura faz diferença na forma de lidar com o ato de ler. Ela abre
“espaços para que a leitura possa ser reescrita como prática de liberdade” (AN-
DRADE e CORSINO, 2014, p.89), viabiliza diferentes leituras, mobiliza sujeitos e
seus conhecimentos, provoca sensibilização, desenvolve a criticidade, o pensa-
Referências
ALVES, Bruna. Palavras que contam: linguagem, formação docente e educação infan-
til. Jundiaí: Paço editorial, 2016.
ANDRADE, Ludmila e CORSINO, Patrícia. Critérios para a constituição de um acervo
literário para séries iniciais do ensino fundamental: o instrumento de avaliação do
PNBE 2005. In: PAIVA, Aparecida. et al. Literatura: saberes em movimento. 2.ed. Belo
Horizonte: Ceale; Autêntica, 2014, pp. 79-91.
CORDEIRO, Maisa. FERNANDES, Célia Regina. Práticas de leitura literária na escola:
um estudo de caso. Textura, v.17 n.35, set./dez.2015, pp.121-139.
CORSINO, Patrícia. Literatura infantil: as crianças e as leituras. In: CORSINO, Patrícia.
(org.) Travessias da literatura na escola. Rio de Janeiro: 7 letras, 2014, pp. 25-38.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.
GERALDI, João W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: GERALDI,
João W. (org.) O texto na sala de aula. 4.ed. São Paulo: Ática, 2006, pp. 39-46.
GOULART, Cecília e SOUZA, Marta. Como alfabetizar? Na roda com professoras dos
anos iniciais. São Paulo: Papirus, 2015.
________________e SANTOS, Andrea dos. Estudos do discurso como referência para
processos de alfabetização em perspectiva discursiva. In: GOULART, C; GONTIJO,
Claudia; FERREIRA, Norma (orgs.) A alfabetização como processo discursivo: 30 anos
de A criança na fase inicial da escrita. 1.ed. São Paulo: Cortez, 2017, pp. 99-112.
ORLANDI, Eni. Discurso e leitura. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
PAULINO, Graça. Algumas especificidades da leitura literária. In: PAIVA, Aparecida.et
al. (orgs.) Leituras literárias: discursos transitivos. Belo Horizonte: Ceale,Autêntica,
2005, pp.55-70.
SOARES, Magda. A escolarização da literatura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA,
Aracy et al (org.). A escolarização da leitura literária: o jogo do livro infantil e juvenil.
2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. pp.17-48.
Introdução
Metodologia
Desenvolvimento
A aluna Verônica relata que sua vida mudará de maneira significativa quan-
do ela aprender a ler e a escrever, porque segundo ela depender da ajuda de des-
conhecidos é difícil, pois alguns ajudam de bom ânimo, enquanto outros acham
que é abuso de sua parte. O aluno Pedro, diz que a Alfabetização possibilitará
Considerações finais
Referências
FREIRE, PAULO, 1921 – 1997. A importância do ato de ler: em três artigos que se
complementam / Paulo Freire. – 46ª. Ed. – São Paulo, Cortez, 2005.
Introdução
Portanto, oferecer uma educação baseada nesses moldes pode ser uma ma-
neira de melhorar as relações entre grupos étnicos, despertando a consciência dos
alunos sobre suas origens, características de sua própria língua e seu lugar no mun-
do. Para tanto, caberia à escola ser capaz de propor alternativas pedagógicas com o
intuito de que os alunos aprendam com as diferenças dentro do espaço escolar. Mas
de certa forma, o que se observa através de pesquisas (OLIVEIRA e ALTENHOFEN,
2011; CUNHA, 2012; LIMA, 2015; SOUZA, 2014, 2019) é que esse princípio da liberda-
de não é respeitado ou valorizado sequer pelas instituições de ensino ao persistirem
em não enxergar que a diversidade está cada dia mais presente nas salas de aula e
que a tentativa de invisibilizá-la promove estigmas e exclusão.
Desenvolvimento
1
Segundo Megale (2019), “Translinguagem” pressupõe que os sujeitos recorram a todos os re-
cursos verbo-visuais disponíveis para maximizar a compreensão e a interlocução dos sujeitos.
Implica uma nova forma de ser, agir e se expressar em diferentes contextos sociais, culturais e
políticos, permitindo fluidez e dando voz a outras realidades sociais.
Segundo Silva e Tristoni (2013) existem casos em que o professor, por falta
de formação direcionada aos contextos específicos de bilinguismo, nem mesmo
nota a presença de um aluno bilíngue na sala de aula, impossibilitando-o de
obter o auxílio necessário para superar as dificuldades durante o processo de
ensino e aprendizagem. Também reforçam que esses estudantes, por apresen-
tarem identidades, línguas e cultura diferentes, carregam estigmas durante sua
passagem pela escola, tais como: “ele não aprende mesmo”, “ele é preguiçoso”,
desconsiderando as circunstâncias do processo de alfabetização desses alunos.
Senna (1991, p.71) corrobora com essa reflexão ao destacar que “a meta da
democratização do ensino público brasileiro se perdeu dentro da escola, devido
à ausência de conhecimento e metodologias adequadas à realidade linguística.”
O autor atesta que, o objetivo do ensino escolar, que teria como princípio básico
o desenvolvimento da capacidade de comunicação e expressão, está sendo des-
considerado. Assim, “a escola praticamente estrangula qualquer possibilidade de
Souza (2014, 2019) ratifica a posição defendida por Senna (1991), ao cons-
tatar em suas pesquisas que o multilinguismo é um fator naturalizado fora dos
muros da escola nas regiões de fronteira brasileira. Ela demonstra que essa dis-
tância entre “o que há fora dos portões” e “dentro dos bancos escolares” é um
grande paradoxo motivado pela falta de políticas educacionais que contemplem
as especificidades das escolas que recebem alunos imigrantes, provocando um
processo de exclusão daqueles que procuram vagas nas escolas brasileiras.
A autora ainda ressalta que a escola não incentiva práticas discursivas que
privilegiem o ambiente multilíngue dentro da sala de aula, o que provoca cada
vez mais a soberania da Língua Portuguesa na prática pedagógica do professor.
A prática vigente nessas escolas obscurizam o fato de vários alunos não terem
a língua portuguesa como materna, negando-lhes uma condução metodológica
diferenciada.
Considerações finais
Introdução
De acordo com Cunha (2014, p. 200) o TEA é entendido como “um conjunto
de comportamentos agrupados em uma tríade principal: comprometimentos na
comunicação, dificuldades na interação social e atividades restrito- repetitivas.”
Metodologia
A análise dos dados foi através da análise de conteúdo por meio da inferên-
cia e da interpretação, segundo Bardin (2011).
Vale ressaltar que todas as fotos colocadas neste estudo foram autorizadas
nos termos da Lei 10.406 do Código Civil, de 10 de janeiro de 2002, do que trata
ao direito de imagem.
Desenvolvimento
Considerações finais
Apesar das diversas pesquisas científicas que tratam sobre o TEA e o pro-
cesso de alfabetização, ainda carecem que novos estudos surjam neste eixo, tra-
zendo respaldo teórico-epistemológico na construção de ações metodológicas
por parte dos docentes que atendam às diversidades destes alunos.
CAPRA, F. A teia da vida: uma compreensão científica dos sistemas vivos. São
Paulo: Cultrix, 1996.
ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.
Introdução
Metodologia
Para o desenvolvimento dos roteiros não foram necessárias aulas extras para
se observar as sequências didáticas com tecnologias digitais, a observação ocorreu
na agenda normal de aulas, em colaboração com o professor regente da turma.
A sala de aula com crianças precisa ser um lugar de pesquisa com diversas
variáveis, pois sua característica principal é a heterogeneidade, sendo assim ela
será mais bem entendida e atendida por professores dispostos a inovar, a ensinar
e a conhecer este maravilhoso mundo da leitura e escrita infantis.
Desenvolvimento
IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD). 18 mai. 2018.
Disponívelem:<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/ar-
quivos/0100c143af8b5ece22cdca063d2a4151.pdf.>. Acesso em: 19 jun. 2018.
GROSSI, Márcia Gorett Ribeiro et al. Uma reflexão sobre a Neurociência e os pa-
drões de aprendizagem: A importância de perceber as diferenças.Debates em
Educação, Maceió, v. 6, n. 12, p. 93-111, jul./dez. 2014. ISSN 2175-6600. Disponí-
vel em: <http://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/759.>
Acesso em: 22 jun. 2018.
NETO, Adolfo Tanziet al; Org: Roxane Rojo. Escol@ Conectada: Os multiletramen-
tos e as TICs.1ª ed. São Paulo: Parábola, 2013.
A escola, mesmo com suas variações inerentes, mantém seu papel formador
no processo de construção de identidades: seja no ensino público onde a criança
negra estará em contato com colegas mais parecidos consigo, ou no ensino priva-
do com um número reduzido de colegas negros. A importância do chão da escola
passa pelo reconhecimento da criança enquanto sujeito, sua construção de au-
toestima e fortalecimento da mesma. Para que isso ocorra, não basta apenas uma
mudança atitudinal por parte do corpo docente, mas cabe às instituições também
a revisão do currículo incluindo conteúdos que sejam alinhados às demandas
de todos os alunos. Os anos iniciais da educação básica têm a característica de
deixar marcas que serão fundamentais no futuro desses sujeitos. As identidades
são construídas dentro do discurso, através da interação, do contato com o outro,
da inserção em diferentes instituições e dos discursos que imperam nas mesmas,
conforme aponta Stuart Hall (HALL, 2000, p. 109). O discurso, por sua vez, não se
restringe ao texto escrito, mas expande-se às diversas situações de comunicação
às quais o aluno está exposto e é atravessado por questões que estruturam a
sociedade e a visão de mundo de determinados grupos sociais.
Com potencial para ocupar lugar na sala de aula enquanto ferramenta dia-
lógica entre educação e relações raciais, o curta-metragem documental“Lápis
de Cor”3, de Larissa Fulana de Tal, exibido na plataforma YouTube pelo Canal
Futura, carrega consigo uma essência portentosa de ressignificação identitária
de indivíduos. Por meio de uma narrativa que pode se entender voltada também
aos adultos, porém com as crianças em ação, o curta-metragem constrói uma
2
Edileuza Penha de Souza em entrevista dada ao grupo de pesquisa Representações do Negro na
Mídia Brasileira - USP. Disponível na íntegra em :<http://www.negromidiaeducacao.xpg.com.br/
entrevista.htm>.
3
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Dp-LxZ3Ck7c>
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/view/1940/1079>
Acesso em abril/2014.
______. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolo da identidade negra. 2ª ed.
Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
SOUZA, Edileuza Penha de. Negritude, Cinema e Educação: Caminhos para a imple-
mentação da Lei 10.639/2003. Belo Horizonte:Mazza Edições, 2011.
Introdução
Sendo assim, esse artigo tem como objetivo trazer uma breve elucidação,
de maneira expositiva e crítica, sobre a metodologia Oficinas Pedagógicas utili-
zada para a abordagem de diferentes temáticas na modalidade de ensino refe-
rente à Educação de Jovens e Adultos.
Desenvolvimento
Para refletir sobre tal questionamento, a Oficina, com base na Lei nº 11.645
de 10 de março de 2008, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obri-
gatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, convidou
os alunos da EJA a visitarem os tempos: passado, presente e futuro.
Considerações Finais
Referências
VIEIRA, E., VALQUIND, L.. “Oficinas de Ensino: O quê? Por quê? Como?”. 4º ed.
Porto Alegre. EDIPUCRS, 2002.
Janaína Moreira
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Introdução
Estas marcas podem ser observadas nos textos que compõem o Eixo 4 des-
ta publicação, intitulado “Formação Inicial e continuada do Alfabetizador”. Os re-
latos de experiência, bem como as discussões conceituais que os acompanham,
revelam que há muitas formas de viver o processo formativo e de contribuir para
A formação inicial
A formação continuada
Essa ética está interligada a um tempo de mudança que nos desafia a pen-
sar processos de alfabetização que ultrapassem a distância, seja ela física, em
tempos não-pandêmicos, ou a digital, como a vivida agora. O contexto educa-
cional brasileiro que está por vir será ainda mais desafiador, tanto para políticas
educacionais que regem a educação de nosso país, quanto para os alfabetiza-
dores que estão no chão da escola. Aluta contra a desigualdade e a inclusão de
crianças, jovens e adultos em nossa sociedade e na escola tende a ser a grande
discussão do século XXI. E para isso, o projeto de escola, que já estava em pro-
cesso de reconstrução nas últimas décadas, precisará ser ainda mais repensado.
Considerações Finais
Para isso, tem sido necessário estarmos atentos às políticas públicas con-
servadoras e autoritárias que, de diferentes formas, têm se esforçado para minar
o potencial docente - criador e autoral - na formação de leitores e escritores
crianças, jovens e adultos.
Luciene Cerdas
Faculdade de Educação - UFRJ
lucienecerdas@gmail.com
Rejane Amorim
Faculdade de Educação - UFRJ
rejane_almeida@hotmail.com
Introdução
Imagem 1 Imagem 2
Considerações Finais
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Para uma filosofia do Ato Responsável. Trad. Valdemir Miotello
e Carlos Alberto Faraco. São Carlos: Pedro & João Editores, [1919/20] 2010.
1. Introdução
O texto em foco tem como base a minha vivência como professora da se-
gunda etapa do primeiro ciclo de alfabetização, com o objetivo de relatar uma
experiência que vivi e os desafios que encontrei para trabalhar com turmas em
processo de alfabetização, assim com, reforçar a importância da formação con-
tinuada.
Concordamos com o autor Nóvoa (2017), quando fala que a profissão do-
cente está a evoluir para uma matriz coletiva, pois através da socialização e
interação com outros docentes pude vivenciar experiências valiosas que muito
contribuíram para melhoria da minha prática. Conforme relata o autor:
2. Objetivo
Enquanto pensavam construía com eles a palavra através dos sons das fa-
mílias e palavras-chave. Após escrita dos materiais necessários, solicitei a turma
que trouxessem meias velhas, na próxima aula.
Por isso, foram orientados a prestarem atenção nos sons das palavras, com
qual letra começava, qual seria a última letra, e todas as intervenções descritas
no material disponibilizado pelo projeto.
4.1 Material
Foi utilizado o lápis de cor para grifar esses materiais, no entanto, muitos
alunos não conseguiram fazê-lo conforme foi orientado e na hora de copiar para
o caderno o texto ficou desencontrado. A princípio não fizemos correções no
caderno, mas confeccionamos um cartaz com a folha trazida pela professora,
contendo a lista do material que seria utilizado para confecção do brinquedo,
expondo no mural do corredor, buscando valorizar as informações grifadas pelos
alunos e incentivar a autonomia discente.
7. Considerações finais
Referências
FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. São Paulo: Paz e
Terra, 1981.
Introdução
Metodologia
1
Segundo Ibiapina (2016), a pesquisa-ação pode ser classificada em colaborativa, emancipatória
e crítica.
Considerações Finais
Referências
Dayane MezuramTrevizoli
dayane.mezuram@gmail.com
Universidade Estadual de Maringá/UEM
Introdução
Ao dialogarmos com os pibidianos, observamos que eles, até então, por se-
rem alunos ingressantes no curso de Pedagogia, não estavam familiarizados com
os conceitos de alfabetização; analfabetismo; analfabeto; letramento; letrado e
iletrado; tal como definidos por Soares (2017). Consideramos relevante a reali-
zação desse diálogo inicial, momento em que pudemos enfatizar que enquanto
professores alfabetizadores (mesmo que em formação) temos como tarefa princi-
pal oportunizar aos nossos alunos a aprendizagem dos atos de ler, escrever e de
fazer uso da leitura e da escrita nas mais diversas práticas sociais.
f)
Considerações finais
Referências
Introdução
De mãos dadas teve início a saga à procura de uma escola que ofertasse
educação para crianças de zero a cinco anos e onze meses e que estivesse dispos-
ta a se juntar ao grupo do IFMG.
A abordagem teórica
Data Atividade CH
Curso Diário de Bordo – Escola “Espaço Brincar – Creche e Educação
31/08/20 3h
Infantil”
Seminário Integrado NEPEI/UFMG: Currículo e Campos de Experiência
02/09/20 2h
na Educação Infantil
05/09/20 Live Paulo Sérgio Fochi: “Existe conteúdo na Educação Infantil?” 1h
Mesa Redonda Escola “Espaço Brincar – Creche e Educação Infantil”:
10/09/20 Suporte e Documentação – Projeto Alimentação: Coloque mais cor em 2h
seu prato
Observação Turma das 10h (crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11
15/09/20 1h
meses)
Mesa Redonda Escola “Espaço Brincar – Creche e Educação Infantil”:
17/09/20 2h
Projeto Artes: Grandes Pintores
17/09/20 Observação Turma das 10h (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
18/09/20 Observação Turma das 10h (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
Observação Turma das 9h (crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11
21/09/20 1h
meses
21/09/20 Observação Turma das 14h (crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses) 1h
21/09/20 Observação Turma das 16h (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
22/09/20 Observação Turma das 14h (crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses) 1h
23/09/20 Observação Turma das 14h (crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses) 1h
Observação Turma das 15h (crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11
23/09/20 1h
meses)
23/09/20 Observação Turma das 16h (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
24/09/20 Turma das 9h (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
Mesa Redonda Escola “Espaço Brincar – Creche e Educação Infantil”: O
24/09/20 2h
Brincar Heurístico
25/09/20 Observação Turma das 10h (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
Observação Turma das 15h (crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11
25/09/20 1h
meses)
25/09/20 Observação Turma das 16h (crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses) 1h
28/09/20 Observação Turma das 8h30min (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
28/09/20 Observação Turma das 10h30min (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
28/09/20 Observação Turma das 14h (crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses) 1h
28/09/20 Observação Turma das 14h (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
Observação Turma das 15h (crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11
28/09/20 1h
meses)
29/09/20 Observação Turma das 10h30min (crianças de zero a 1 ano e 6 meses) 1h
Observação Turma das 16h30min (crianças de 4 anos a 5 anos e 11
29/09/20 1h
meses)
Referências
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. 1. ed.
São Paulo: Cortez, 2004.
SOUZA, Ester Maria de Figueiredo; FERREIRA, Lúcia Gracia. Ensino Remoto Emer-
gencial e o estágio supervisionado nos cursos de licenciatura no cenário da pan-
demia COVID-19. TEMPOS E ESPAÇOS EM EDUCAÇÃO. Aracaju: UFS, v. 13, nº 32,
dez. 2020.
Introdução
Sobre a Educação Básica, a LDB se refere no Art. 32 que: “terá por objetivo
Metodologia
Com esse intuito iniciamos por dizer que a proposta pedagógica de Paulo Frei-
re (2007) se alicerça sobre a base da ação reflexiva e dialógica e se articula como
possibilidade de transformação da pessoa e da sociedade. “Educação que, desvestida
da roupagem alienada e alienante, seja uma força de mudança e de libertação.”
Considerações finais
Referências
BARDIN, L. Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). (Obra origi-
nal publicada em 1977). Edições 70: Lisboa, 2006.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. LDB: Lei das Diretrizes e Bases
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&a-
lias=32621-cne-sintese-das-diretrizes-curriculares-da-educacao-basica-pdf&Ite-
mid=30192. Acesso em 10 jan. 2021.
Introdução
Metodologia
José era o caso que mais desafiava a professora e que até hoje a faz re-
fletir sobre a importância da realização de práticas pedagógicas significativas e
contextualizadas. A turma tinha passado por duas professoras anteriormente, no
mesmo ano, que não sustentaram a sua permanência na modalidade de ensino,
que abrange sujeitos em diferentes faixas etárias, culturas, histórias, trajetórias,
situações de trabalho e exclusão com relação a escolarização. Os argumentos
utilizados foram distintos, entre eles a ausência de formação para o trabalho
com esse público, as dificuldades de aprendizagens apresentadas pelos jovens e
adultos, o modo como ansiavam e pediam que as aulas fossem direcionadas para
que aprendessem a ler, já que sentiam que suas vidas na esfera pessoal estavam
restritas, pois não dominavam o código alfabético.
Desse modo, sentimos falta desse foco para uma educação para a diversi-
dade, principalmente na formação inicial e a preocupação com as propostas de
alfabetização e da valorização dos diferentes sujeitos que estão na escola e que
buscam de alguma forma mudanças para sua vida. Ainda temos um olhar para a al-
fabetização na idade certa e secundarizamos os outros segmentos e que devem ser
contemplados. Muitas vezes ouvimos: “Mas, eu não sou professor alfabetizador”.
Considerações finais
Quando pensamos em uma escola para todos, não podemos deixar de con-
templar a diversidade que nela se encontra, seja em termos profissionais ou em
relação ao alunado. Junto a isso, o desejo a aprendizagem, o domínio da leitura e
da escrita, que se encontra na história de cada sujeito e nas marcas que o docen-
te carrega ao lembrar das suas experiências e do valor da memória afetiva, que
influenciam as suas práticas.
Assim, novos enfoques são necessários para se pensar essa instituição edu-
cativa nos dias atuais e na formação docente, bem como a construção de mais
espaços de diálogos/trocas-formação dentro da escola, no sentido de fortaleci-
mento das ações, mas também da própria trajetória formativa e constituição da
identidade docente.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 31. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
__________. Educação como prática da liberdade. 43ª ed. São Paulo: Paz e Terra,
2018.
Introdução
Delineando o percurso
O trabalho coletivo para a construção dos materiais para cada ano esco-
lar se mostrou como um grande problema inicial, na medida em que, o próprio
conceito de coletividade estava distorcido, e a tentativa dessa reformulação de-
mandou um árduo caminho a ser percorrido. Apesar de o contexto educacional
envolver uma coletividade e embasar-se em um mesmo planejamento anual, que
por sua vez é construído pelos/as próprios/as professores/as, o trabalho didáti-
co-pedagógico desenvolvido em cada sala de aula assume características indivi-
duais, a depender do perfil da professora, de seu tipo de formação, concepção de
ensino-aprendizagem, dentre outros inúmeros fatores que fazem com que cada
prática pedagógica seja única.
Dessarte, pensar nas características dos alunos atendidos em cada ano es-
colar, nesse caso em específico, em quatro turmas de 1º ano, e chegar a um
consenso sobre uma sequência didática em comum, que fosse significativa para
todos os estudantes, demandou muito diálogo, busca constante por soluções e
estratégias diferenciadas, reflexão sobre o trabalho desenvolvido e, sobretudo,
Esse foi o ponto de virada nessa situação, posto que, por meio desses ques-
tionamentos e inquietações, e portanto, reflexões sobre o fazer docente, o traba-
lho desenvolvido passou a ser realmente integrado, partindo do cada profissional
conseguia oferecer naquele momento, e utilizando, também, a escrita como uma
forma de (re)significar as propostas pedagógicas, estreitando os laços com as
crianças e com as famílias, e fazendo o melhor possível, diante do contexto e
da situação em que estávamos inseridas. Isto posto, a escrita como uma prática
social tornou-se um ponto de fuga, de aproximação e de transformação das se-
quências didáticas preconizadas.
Além disso, o texto foi o eixo central das atividades propostas às crianças,
tal como defendido por Soares (2020), partindo em um primeiro momento de
textos que faziam parte do repertório infantil, como os contos clássicos e envol-
vendo a leitura e escrita de cartas, bilhetes, e pequenas narrativas. Houve tam-
bém a criação de estratégias complementares, dentre elas a que mais se mostrou
significativa no decorrer da composição das sequências didáticas foi à criação de
“caixas de textos” direcionadas aos pais e/ou responsáveis, por meio das quais
as professoras passavam orientações sobre o desenvolvimento das atividades,
sugeriam complementos lúdicos e explicitavam os objetivos de tal proposta, e
Referências
HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (coord).
Vidas de professores. Porto/Portugal: Porto, p. 31-78, 1995.
NÓVOA, A. Entre a formação e a profissão: ensaio sobre o modo como nos torna-
mos professores. Currículo sem fronteires, Porto Alegre, v. 19, n. 1, p. 198-208,
2019. Disponível em: https://www.curriculosemfronteiras.org/vol19iss1articles/
novoa.pdf. Acesso em: 15 fev. 2021.
SOARES, M. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo:
Contexto, 2020.