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Discente: João Pedro de Amorim Melo

A educação na perspectiva marxista: uma


abordagem baseada em Marx e Gramsci

O presente trabalho tem o objetivo de promover análises a respeito do texto “A


educação na perspectiva marxista: uma abordagem, baseada em Marx e
Gramsci”, dessa forma, apresentar-se-á um referencial analítico que proporcione
uma síntese acerca das perspectivas marxistas acerca da educação. Uma
pesquisa em relação aos vínculos entre a filosofia marxista e a educação, torna-
se indispensável no âmbito acadêmico, tendo em vista que é um elemento
importante na formação dos educadores. Vale também ressaltar que a filosofia
marxista, embora não tenha focado muito na esfera educacional, ela possui forte
influência no campo político-pedagógico e sociológico, visto que é muito evidente
que seus ideais demonstram implicitamente uma concepção de educação
libertadora e eficiente.

Inicialmente, por meio das análises acerca do texto, consideremos que as


perspectivas marxistas a respeito da educação não foram sistematizadas, ou
seja, não houve um plano de estruturação de uma educação marxista. Por outro
lado, é inegável que várias obras de Karl Marx e Gramsci propõem de maneira
implícita profundas mudanças voltadas não para o indivíduo, mas sim para a
sociedade, pois é essa que influenciará na formação das pessoas. Esse
pensamento retoma, de certa forma, os ideais do filósofo ilustrado Jean-Jacques
Rousseau que considera a sociedade como uma moldadora dos indivíduos.
Seguindo essa linha de raciocínio, Marx e Gramsci consideram a educação como
uma ferramenta fundamental para a elaboração de análises sobre a dimensão
política da sociedade, uma vez que podemos depreender uma proposta político-
pedagógica nas ideias marxistas em que se reconhece o papel da educação
como mediadora do entendimento da sociedade em relação aos segmentos
políticos e econômicos.

A esse respeito, Karl Marx estava inserido em um contexto de forte ebulição da


Segunda Revolução Industrial, quando as relações sociais passavam por
profundas mudanças em decorrência das condições impostas pelo trabalho nas
indústrias. Nesse contexto, o poder estava totalmente na classe burguesa, e os
operários estavam sob o julgo da “Mais-valia” e outras formas de exploração do
capitalismo industrial, isto é, a classe operária estava em um processo de
alienação. Em meio a esse cenário, Marx se dedicou em desenvolver análises e
críticas acerca dessas relações existentes que transformava o trabalhador
operário em “coisa” — em outras palavras — um processo denominado por Marx
como “reificação” ou “coisificação” do indivíduo.

Tendo a visão crítica de Karl Marx como referência, podemos inferir que na
perspectiva marxista a educação não pode ser classificada como um elemento
solto dos diversos segmentos sociais e do contexto em que ele está inserido,
pois o aspecto contextual é fator determinante para que se haja uma
transformação do sistema educacional para que ela se adeque a sociedade que
está presente. Nesse sentido, a educação deve ser pensada a partir do modo de
produção predominante que está na sociedade, tendo em vista que o difundido
sistema capitalista e outras ideologias possuem vários mecanismos que de
condução da vida social que objetivam a alienação e exploração da sociedade,
ocasionando, portanto, o crescente lucro. Por essa razão, a perspectiva marxista
sobre a educação, embora que implicitamente, baseia-se em propor uma nova
essência no processo de formação de uma sociedade crítica que esteja motivada
a exigir dos agentes históricos uma nova conjuntura das relações sociais na qual
os direitos sejam assegurados a todos os indivíduos e a alienação e exploração
sejam suprimidas.

Portanto, na percepção marxista, o âmbito da educação é uma importante


estrutura formadora da dinâmica política, já que, sem ela, a sociedade estará
exposta as diversas formas de exploração e alienação, isso porque a educação
é um instrumento potencializador da compreensão acerca das relações entre as
atividades realizadas em diferentes tempos e contextos, logo, Marx sugere um
investimento político para modificar a educação para um novo sistema
emancipatório que busque formar uma nova conformação social e econômica
mais eficiente e humanizada, que seja utilizada para esclarecer as dimensões
da realidade e consequentemente denunciá-la.

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