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Em uma mudança de raciocínio, Freud fala no capítulo III, página 18: “ O comportamento do
homem primitivo, de reagir aos fenômenos que estimulam sua reflexão formando a ideia de
almas e transferindo-as para objetos do mundo exterior é julgado bastante natural(...)”. Essa
citação me chamou a atenção ao recordar que nesse primórdio, os homens se valiam de suas
esculturas e desenhos para ilustrar a divindade na qual acreditavam, de forma a render
agradecimentos e pedidos. Essa linha de pensamento introduz o conceito de animismo,
definido por ele como a existência de um mundo em unidade, a partir de um ponto, ponto
esse que poderia ser uma criatura superior.
Ao iniciar o capítulo IV, o autor faz a avaliação das características do sistema do totem em
povos primitivos da Austrália, América e África. O toteismo é descrito como sendo uma
forma de base para a organização social das culturas daquele tempo, marcada como vemos
pela proteção social, com respeito e com proteção entre os integrantes do clã por causa dos
costumes. Então, é possível entender que os tabus teriam a finalidade de proteger os totens
das violações sociais, e a punição para uma possível violação seria uma doença inexplicável
ou até mesmo a morte.
Diante dessa leitura do psicanalista Sigmund Freud, vemos um contraste entre mito, ciência e
religião. Um certo incômodo é gerado ao notarmos que as atitudes do homem primitivo eram
movidas pelos impulsos sexuais, que refletiam na estrutura e na organização da sociedade.
Totem e Tabu é uma leitura profunda, mas nos convida a um ponto de vista novo sobre a
origem da sociedade até sua chegada como a vemos hoje.