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Índice

Introdução....................................................................................................................................2
1 Contextualização.......................................................................................................................3
2 Tema.........................................................................................................................................3
3 Delimitação de tema..................................................................................................................3
4 Justificativa...............................................................................................................................3
5 Problematização........................................................................................................................4
6.Objectivos.................................................................................................................................5
6.1 Gerais.................................................................................................................................5
6.2 Especifico...........................................................................................................................5
6.3 Hipóteses................................................................................................................................5
7 Metodologia..............................................................................................................................5
8 Fundamentação teórica..............................................................................................................6
8.1 Adopção.............................................................................................................................6
8.2 Licença de adopção............................................................................................................6
8.3 Licença paternidade............................................................................................................7
8.4 Licença-Maternidade..........................................................................................................7
9 Cronograma...............................................................................................................................8
Tabela 1....................................................................................................................................8
10 Orçamento...............................................................................................................................9
Tabela 2. Material de uso e consumo.......................................................................................9
10 Referência Bibliográfica........................................................................................................10

1
Introdução
O presente trabalho de pesquisa é um esqueleto do trabalho final para a obtenção do
grau de licenciatura em direito, sujeito ao tema: Analise Jurídica da licença de
Trabalho em face da doação

O direito moçambicano, a doação resulta para o adoptante e adoptado relações


familiares semelhantes às da filiação natural, com idênticos direitos e deveres. Com isto,
a adopção coloca o adoptante na posição de um progenitor natural, assim como ao
adoptado coloca na posição de um filho. Face a essa posição, os dois entes são munidos
de direitos e deveres como pai e filho.
No mundo laboral, a uma mãe que se encontra grávida ou que acabou de conceber, lhe é
dada licença de maternidade, igual direito assiste ao pai, embora com prazos de licencs
diferentes.
Sucede que igual direito não recai a um adoptante, para puder fortalecer o vinculo
jurídico-familiar que reside entre ambos.

Desta feita, pretendemos abordar acerca desta temática, recorrendo a doutrina, lei,
jurisprudência, artigos científicos, teses, dissertações, dentre outros mecanismos aceites
para levar a cabo uma pesquisa satisfatória.

2
1 Contextualização
O exercício da adopção carece de afecto, cautela e calma por parte do adoptante, pois o
primeiro contacto com o adoptado é que determina se a relação entre ambos será
saudável ou não. Com isto, contando que a lei da família confere aos sujeitos da
adopção (adoptante e o adoptado) a mesma força jurídica a uma relação entre “Pai e
filho”, a tutela deste direito carece de um rigor jurídico acautelado.

Para o adoptante que por ao mesmo tempo é trabalhador, interessa-nos o


reconhecimento laboral desta figura, concretamente a possibilidade de lhe ser conferida
licença de trabalho para puder se ambientar e fortalecer a relação com o adoptado.

O trabalho incide sobre aqueles trabalhadores que acabam de adoptar uma criança, de
modo a que a lei reconheça que necessitam de uma licença por um período satisfatório
para o exercício do poder parental para o recém-adoptado, com vista a adquirir a
confiança deste, se conhecerem melhor, dentre outras situações que são necessárias para
a que a adopção dê certo.

2 Tema
O presente trabalho versa acerca da análise jurídica da Licença de Trabalho em face
da Adopção.

3 Delimitação de tema
O tema enquadra-se no ramo do direito privado, concretamente na disciplina de direito
de trabalho, estendendo-se até ao Direito da Família. Subordinado ao tema: análise
jurídica das infanções disciplinares e as devidas sanções disciplinares face as
garantias do Trabalhador

4 Justificativa
A razão que nos leva a escrever sobre esse tema deve-se ao facto da Lei conferir ao
adoptante e adoptado mesmos direitos e deveres inerentes a uma filiação natural,
conforme consta no art. 399 LF. Sabe-se que em face da adopção, o adoptante e o
adoptado necessitam passar um tempo junto para que possam criar um laço afectivo de
Pai e filho.

3
Sucede que, relativamente as licenças de trabalho, que derivam da relação jurídico-
familiar de “pai e filho” são a Licença de Paternidade e maternidade e licença de
acompanhamento de filhos menores em caso de internamento em estabelecimento
hospitalar.

Aos trabalhadores que eminentemente tenham adoptado uma criança, a lei não confere a
licença de trabalho para que possam se ambientar com o adoptado e prestar assistência
de perto.

A existência desta licença criaria um vínculo satisfatórios na relação de ambos, pois


em alguns casos a adopção acaba não surtindo efeitos por não haver contacto inicial
entre ambas as partes porque o adoptante passa muito tempo no trabalho.

5 Problematização
O ordenamento jurídico-laboral Moçambicano reconhece a paternidade e a maternidade,
razão pela qual a lei confere licença em face de maternidade e paternidade. Vide o
art.10 e 12 LT. Como também reconhece que a ausência no local de trabalho de um pai
ou mãe em virtude de estar a acompanhar o filho internado no hispital , informando a
empresa constitui uma falta justificada.

Sucede que tal reconhecimento pouco se verifica quanto estamos diante de um


adoptante trabalhador, que em bom rigor é equiparado a um progenitor natural.

Quando estamos diantes de relações jurídico-familiares o afecto é um requisito crucial


para a triunfo da relação, principalmente quando envolve crianças. Então sendo a
adopção um fenómeno que envolve a transferência de uma criança a uma família nova,
ganhar novos hábitos, se relaciona com pessoas novas, ambas as partes (adoptante e o
adoptado) precisam de um tempo para criar um laço de afecto.

Desta feita, surge a seguinte questão: Pode o trabalhador pedir licença de trabalho
para puder exercer a adopção?

4
6.Objectivos

6.1 Gerais
 Analisar juridicamente a Licença de trabalho em face da adopção.

6.2 Especifico
 Compreender a adopção
 Discutir a licença de trabalho por conta das relações jurídico-familiares.
 Identificar as implicações da falta de licença de trabalho para adoptantes.

6.3 Hipóteses
 Que a Licença de paternidade e maternidade seja extensiva aos adoptantes
trabalhadores, dependendo da idade do adoptado.
 Aos trabalhadores que tenham adoptados uma criança, lhe sejam conferidos
licença de trabalho dias depois da sentença de adopção transitar em julgado.

7 Metodologia
Para alcançar os objectivos do presente trabalho usaremos como método de pesquisa o
explicativo, pois envolvera o levantamento bibliográfico, procurando explicar o máximo
os conceitos e realizando comparações. Quanto a abordagem será uma pesquisa
qualitativa baseada na interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados, com
o recurso ao método dedutivo partindo-se deste modo de uma análise do geral para o
particular.
Para a concretização das metas estabelecidas, mostra-se necessário o recurso consulta às
fontes bibliográficas nomeadamente: códigos, leis extravagantes, jornais, revista,
monografias, manuais de conceituados professores e juristas.

8 Fundamentação teórica

8.1 Adopção
A adopção é a acção de adoptar; de tomar, aceitar e receber como filho. A adopção
objectiva preservar a continuidade da família, para tanto, traz uma pessoa estranha a um
novo núcleo familiar através de uma ficção jurídica, na condição de filho.1

1
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. Vol. VI. 4. São Paulo:
Editora Saraiva 2007.

5
A adopção vem a ser o acto jurídico solene pelo qual, observados os requisitos legais,
alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo
ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho,
pessoa que geralmente lhe é estranha. A diferenciação no tratamento da mulher no caso
de gestação é perfeitamente compreensível, tendo em vista o aspecto biológico que
necessita de cuidados pós-parto diferenciados, contudo no caso da licença maternidade
deferida à adoptante, não se justifica qualquer diferenciação em relação ao homem e sua
Licença Paternidade. Aqui não entra os cuidados maternos no que concerne a
amamentação enquanto factor consubstanciado de diferenciação lícita.2

8.2 Licença de adopção


Determinar a concessão da licença-maternidade de acordo com a idade do adoptante não
fazia sentido num contexto de não diferenciação entre filhos biológicos e adoptados,
além de desonrar a aplicabilidade protecção da criança. Os adoptados vêm de contextos
de vulnerabilidade que denotam tanto cuidado quanto um recém-nascido.

Assim, negar aos adoptados o direito de serem inseridos na família com o tempo e
dedicação que advém da licença em seu tempo integral vem a ferir seus direitos
personalíssimos. É neste sentido que houve a decisão no sentido de mudar estes
conceitos, assim, a licença-maternidade.

A maternidade adoptiva tem relevância no mundo jurídico, e o tratamento dado até


então desabonava àqueles que optavam por ela, além de ferirem os direitos da criança
adoptada. Buscou-se o respeito a maternidade adoptiva, além de salvaguardar a criança
nesta relação.3

8.3 Licença paternidade


Historicamente o papel de cuidar e educar os filhos sempre coube à mulher. Numa
sociedade ligada ao modelo patriarcal é quase que comum o homem ficar alheio às
exigências do cotidiano de afectividade e educação dos filhos. Cabendo aos homens,
primariamente de ser o provedor da família, contudo é importante frisar que somente
isso não basta, havendo, portanto a necessidade do aspecto afectivo e psicológico. O
pleno exercício da paternidade ainda é um desafio para os homens que trabalham no

2
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 21ª edição, vol. 07, São Paulo: Saraiva 2007.
3
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão. Recurso Extraordinário 778.889/
Pernambuco. Equiparação do prazo da licença-adotante ao prazo de licença-gestante. Relator
Min. ROBERTO BARROSO. Brasília, 10 mar. 2016, p. 1-61.

6
mercado formal, haja vista ser um direito que sempre fora colocado em segundo plano,
fica evidente que os avanços com respeito à licença-paternidade permanecem limitados.

Assim como a licença-maternidade, a licença-paternidade consta no título referente aos


direitos sociais, dando a ambas licenças o denominador comum da importância social
intrínseca aos cuidados com o recém-nascido. A licença-paternidade é apresentada
constitucionalmente como um direito que busca promover o cuidado com a criança,
além da ligação emocional entre o pai e o recém-nascido, já que há a mudança da
estrutura da família com a chegada de um novo membro. 4
Isto posto, a licença-paternidade não é apresentada como direito do pai, sua existência
está em favor da criança e suas necessidades. Dessa forma a licença promoveria uma
melhoria na qualidade da relação interfamiliar com a repartição de responsabilidades, na
medida em que a presença do pai viabilizaria a responsabilização familiar em relação a
criança.

8.4 Licença-Maternidade
A licença-maternidade é um benefício de carácter previdenciário concedido a
empregada, assim há a autorização para afastar-se do trabalho nos estágios finais da
gravidez ou logo após dar à luz. Esta licença é remunerada pelo chamado salário-
maternidade, que é pago pelo empregador e por ele descontado dos recolhimentos
habituais devidos à Previdência Social. 5
A licença maternidade advém de uma necessidade básica do ser humano recém- nascido
de ser acompanhado e cuidado nestes momentos iniciais de sua vida, há biologicamente
a necessidade de cuidados. Importante ressaltar que não é concedido apenas tendo em
vista as necessidades biológicas, mas há também o envolvimento afetivo. Assim, é
importante estabelecer e desenvolver a relação familiar da criança junto ao início de sua
vida.

Encontra-se nessa norma a proteção à maternidade e a gestante. Ambas estão amparadas


pelo seguro público contra diversos riscos econômicos, neste dispositivo encontra- se o
alicerce fundamental da licença-maternidade. É por meio do suporte da previdência
social durante o período considerado necessário de afastamento para a licença, que a
mãe recebe sua remuneração.6
4
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. V. V, Direito de Família. 22ª. Ed. São Paulo:
Saraiva 2007.
5
ROCHA, Carmem Sílvia Moretzsohn. Direitos da Mulher: Uma história de dominação e lutas.
6
Idem.

7
9 Cronograma

Tabela 1.

Actividades Dias gastos Total de dias

Levantamento da doutrina 5

Elaboração do projecto 10

Colecta de dados 30

Tratamento de dados 5

Elaboração da monografia 40

Revisão do texto 03

95

10 Orçamento

Tabela 2. Material de uso e consumo

Designação Quantidade Preço unitário Preço total

Esferográfica 03 15.00 45.00

Papel A4 1 Resma 155 155

Flash 01 500 500

Cópias de manuais 6 Manuais e 6 100 600


legislações

Legislação 10 250 2500

Transporte 100 50 5000

Impressão final da monografia 4 Exemplares 2000 4000

8
Total 12800

9
10 Referência Bibliográfica
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 21ª edição, vol. 07, São
Paulo: Saraiva 2007.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 5. Ed., rev., ampl. e
atual. Rio de Janeiro: Ed. Impetus, 2005
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. Vol. VI.
4. São Paulo: Editora Saraiva 2007.
ROCHA, Carmem Sílvia Moretzsohn. Direitos da Mulher: Uma história de dominação
e lutas.
.

Legislação

Lei de Trabalho

Lei da Família em Moçambique

10
Capitulo I- Fundamentacao teorica

Adopcao

Evolução histórica

A humanidade sempre plantou, em sua essência, independente do tempo e do espaço, o


sentimento de perpetuar e ampliar o culto familiar. Assim, deu-se início ao instituto da
adoção, através da necessidade de dar continuidade à família, em especial, àquelas
pessoas que não possuíam filhos.

1 A adoção funcionava como uma fictio iuris (ficção jurídica), onde um indivíduo
recebia em sua família pessoa que lhe era estranha, assumindo esta, a posição de filho.
Antigamente, quase todos os povos, entre eles, os hindus, persas, egípcios, hebreus,
gregos e romanos, já cultuavam o instituto da adoção, amparando crianças como se
filhos naturais fossem.

No Egito, a história é narrada pela Bíblia Sagrada onde Moisés é adotado pela filha do
faraó. Entre os gregos, exerceu um importante papel social e político. Já os povos
orientais eram sistematizados por meio do Código de Manu e Hamurabi, disciplinando o
instituto e prevendo inclusive punições para aqueles que desafiassem a superioridade
dos pais adotivos.

Na Roma Antiga, vedava-se a adoção para aqueles que já possuíam sua prole natural,
bem como, exigia-se a idade superior a 60 anos ao adotante. O instituto apresentava
caráter de natureza pública, utilizado, até mesmo, para a designação de sucessores dos
imperadores, e posteriormente, limitou-se a funcionar como uma espécie de conforto
aos casais que não podiam ter filhos.

A família em Roma era desenhada como uma unidade político-religiosa, onde se


encontrava a necessidade de perpetuação dos cultos domésticos frente a morte do pater
famílias sem deixar descendentes. Dessa forma se fazia necessário o estabelecimento de
uma figura jurídica que permitisse a continuação da família, surgindo daí o instituto da
adoção.

No campo político, por meio da adoção, surgiu a possibilidade de plebeus se tornarem


patrícios e vice-versa. O instituto era concedido a famílias ricas/nobres para garantir
suas descendências e o predomínio sobre as nações, impedir a extinção de suas origens,

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além de possibilitar ao adotante contrair a condição de pai de família, situação esta
exigida por lei aos candidatos a cargos públicos e aos governos das províncias. Ao
adotado cabia-lhe adquirir a vantagem de herdar o patrimônio do adotante bem como
uma excelente oportunidade de caminhar para as carreiras públicas.

Foi no direito romano que o instituto se expandiu notoriamente e alcançou disciplina e


ordenamento sistemático. Exerceu bastante influência sobre a configuração jurídica
brasileira, apesar de se ter perdido aquela inspiração religiosa, pois o sentimento
moderno predominante hoje refere-se ao instinto paternal e afetivo e o sentimento de
solidariedade humana.

O instituto caiu em desuso, na Idade Média, por influência da Igreja Católica, até
desaparecer. A adoção foi ignorada pelo direito canônico pois os cristãos despojam suas
crenças no sacramento do matrimônio. Foi restaurada em 1804, pelos franceses, por
meio do Código Napoleônico.

Durante os quatro primeiros séculos brasileiros, existia uma influência bastante


poderosa que buscava impedir a utilização e a ampliação da adoção, qual seja: o direito
canônico. Trata-se de um conjunto de leis e regulamentos criados pela Igreja Católica,
bastante determinante nas relações familiares.

O direito canônico desconheceu o instituto da adoção, impondo-lhe inúmeras reservas.


Os sacerdotes enxergavam a adoção como forma de suprir a instituição do casamento e
a formação da família legítima, além de ser um mecanismo de burlar as normas que
impediam o reconhecimento dos filhos havidos por adultério ou incesto.

Direito Romano

O direito romano é o conjunto de regras jurídicas observadas na cidade de Roma, desde


a fundação da cidade em 753 a.C, e, mais tarde, ao corpo de direito aplicado ao
território do Império Romano, isto é, até a morte do imperador do Oriente Justiniano,
em 565 d.C. A história do direito romano integra mais de mil anos, desde a Lei das
Doze Tábuas (Lex Duodecim Tabularum, 449 a.C.) até o Corpus Iuris Civilis por
Justiniano (c. 530 d.C.) (MARKY, 1995).

A adoção no direito romano, não desapareceu totalmente com o cunho religioso, mas
além deste, desempenhou importante papel no meio político e econômico da época.

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Tendo ganhado importância por ter sido um império onde era necessária a continuidade
de perpetuar a dinastia dos imperadores

Na antiguidade romana, só poderia recorrer à adoção o pater que não possuísse


descendência legítima, sendo casado ou não. Desta forma o direito romano aceitava a
adoção como último recurso para evitar o aniquilamento da família (JORGE, 1975).

Sendo uma instituição de direito civil privado, a adoção romana introduzia mutuamente
relações aplicáveis aos que se submetiam à autoridade do pater, por filiação legítima.
Ela associava o adotado à família do adotante, com a qual, se lhe inexistiam laços
sanguíneos passavam a haver laços civis (LACERDA NETO, 2012)

Eram praticados duas modalidades de adoção: a ad-rogação (ad-rogatio) e a adoção


propriamente dita ou em sentido estrito (adoptio), assim previsto na Lei das XII Tábuas.
A distinção entre os dois tipos de adoção é que a adoptio pertencia ao direito privado,
enquanto que, a ad-rogatio pertencia ao direito público.

Na “ad-rogação” um pater familae era adotado por outro pater familae, juntamente com
o seu patrimônio, tornando-se, por isso, um incapaz, pois perdia seus bens e família para
o adotante. Esta apenas se concretizava por ordenança de lei, além da participação do
Estado e da religião. Era fundamental o assentimento, das partes interessadas, isto é, do
ad-rogante e do ad-rogado (CUNHA, 2011).

Na ad-rogatio, era exigida a idade mínima de 60 anos para o adotante e vedada à adoção
aos que já tivessem filhos naturais, só seria possível adotar uma pessoa do sexo
masculino e que estivesse na puberdade. Sendo uma adoção solene, quando o adotado
não tinha pai legitimo ou natural conhecido, o adotado renunciava ao seu antigo culto
(VIEIRA, 2011).

Idade Moderna

A Idade Moderna é o período compreendido entre a Idade Média e a Idade


Contemporânea, entre o século XV até XVIII. Foi nesse período que surgiram as bases
sociais e econômicas da sociedade atual, pois surge uma organização jurídica do tipo
que conhecemos até os dias de hoje (RAMOS, 2014).

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Na Idade Moderna, três legislações fixaram ordenamento, o Código promulgado por
Cristiano V, na Dinamarca (1683), o Código Prussiano, na Alemanha (1751) e o
Condex Maximilianus, na Bavária (1756) (SILVA FILHO, 1997).

O Código da Prússia foi o mais importante por influenciar o Código Napoleônico. Em


1974, foi promulgada como lei por Frederico Guilherme II, a regulamentação da adoção
nos artigos 666 a 716. Em sua parte II, título II, Seção X, a adoção, passou a formalizar-
se exigindo o contrato por escrito, a requerer confirmação (exame do tribunal) perante o
tribunal superior do lugar do domicílio do adotante, o instituto era submetido a observar
se existia vantagem para o adotado, sendo que neste regulamento o adotado herdava e a
adoção era irrevogável (SZNICK, 1999).

Dentre outros, eram requisitos para adotar que o adotante tivesse no mínimo 50 anos,
não tivesse descendência e não estivesse obrigado ao celibato, que o adotado fosse
menor que o adotante, não se determinando a diferença de idade, a faculdade é
reconhecida à mulher, que, se casada, necessitava da autorização marital, fazia-se
necessário o consentimento do adotando, quando este era maior de 14 anos, bem assim,
o assentimento de seus genitores. O adotado, não fazia jus aos bens dos pais adotivos,
conservando, porém seus direitos com relação aos pais biológicos (PICOLIN, 2007).

Definição

Adoção é um conceito muito amplo, sendo assim, vale analisar a origem da palavra para
que se entenda seu significado. Tal palavra, deriva do latim ad = para + optio =
opção,isto é, a opção que se tem de escolher um filho, acto deliberativo de vontade das
partes apenas.7

 o conceito de adoção por Maria Helena Diniz: “a adoção é o acto jurídico solene pelo
qual alguém estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco
consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na
condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha”. Com isto, nota-se que a
autora tem seu conceito diretamente ligado aos preceitos legais. 8

No conceito Pontes de Miranda define que “adoção é o ato solene pelo qual se cria entre o
adotante e o adotando relação fictícia de paternidade e filiação”. Por sua vez acerca da adoção,
7
https://clahaidar.jusbrasil.com.br/artigos/232768201/conceitos-de-adocao. Acessado em 12/02/2021
8
DINISZ, Maria Helena. Clássicos da Literatura Jurídica. Direito de Família. Rio de Janeiro: Rio,
1976, p.77

14
Carlos Roberto Gonçalves, explana “Adoção é o ato jurídico solene pelo qual alguém recebe em
sua família, na qualidade de filho, pessoa a ela estranha.”

Efeitos Pessoais

Os efeitos pessoais dizem a respeito do parentesco, poder familiar e ao nome, todos são ligados
ao desligamento do vinculo do adotado a sua família consanguínea.

Após a desvinculação com a família natural do adotado, a única ligação remanescente encontra-
se no plano da moralidade e relaciona-se com aos efeitos matrimoniais com parentes em linha
reta e com irmãos de sangue ou colaterais até o terceiro grau, conforme o Código Civil, art.
1.626 e pelo art. 41 do Estatuto da Criança e do Adolescente (EDINGTON, 2006).

Neste entendimento, Lôbo explica que: Os efeitos específicos em face o adotante e seus
parentes (...) são de três ordens: constitui relação de parentesco com o adotante, assumindo este
a posição de pai ou de mãe do adotado; constitui relação de parentesco entre adotante e os
descendentes do adotado, ou seja, filhos e netos, que passam a ser netos e bisnetos do primeiro,
mas não há qualquer parentesco do adotante com os parentes originários do adotado; constitui
relação de parentesco do adotado com os parentes doa adotante, ou seja, de seus ascendentes e
colaterais (2009, p. 267).

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