(1) A sociologia surgiu no século XIX como resposta às transformações sociais causadas pela Revolução Industrial e Revolução Francesa, visando compreender e explicar racionalmente os novos fenômenos sociais.
(2) O filósofo francês Auguste Comte cunhou o termo "sociologia" em 1839 para nomear esta nova ciência social, embora seus fundamentos tenham sido desenvolvidos por diversos pensadores antes dele.
(3) Este documento apresenta uma introdução problematizada à sociologia, discutindo questões como seus fund
(1) A sociologia surgiu no século XIX como resposta às transformações sociais causadas pela Revolução Industrial e Revolução Francesa, visando compreender e explicar racionalmente os novos fenômenos sociais.
(2) O filósofo francês Auguste Comte cunhou o termo "sociologia" em 1839 para nomear esta nova ciência social, embora seus fundamentos tenham sido desenvolvidos por diversos pensadores antes dele.
(3) Este documento apresenta uma introdução problematizada à sociologia, discutindo questões como seus fund
(1) A sociologia surgiu no século XIX como resposta às transformações sociais causadas pela Revolução Industrial e Revolução Francesa, visando compreender e explicar racionalmente os novos fenômenos sociais.
(2) O filósofo francês Auguste Comte cunhou o termo "sociologia" em 1839 para nomear esta nova ciência social, embora seus fundamentos tenham sido desenvolvidos por diversos pensadores antes dele.
(3) Este documento apresenta uma introdução problematizada à sociologia, discutindo questões como seus fund
1 Anotações para aula de Introdução à Sociologia /2018.
2 Licenciado em Ciências da Educação (opção Ensino da Sociologia) (Instituto Superior de Ciências da Educação [ISCED] de Luanda). Estudante do curso de Mestrado em Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto. SSeebbaassttiiããoo MMeerrlleenn AAnnddrréé22 “Filha da modernidade, a sociologia nasceu da vontade de compreender a sociedade e o facto social e de agir sobre ambos”. [Molénat, 2011: 9] Introdução O neologismo “sociologia” foi usado publicamente, pela primeira vez, em 1839, pelo filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), no seu Curso de filosofia positiva. Porém, o processo de formação desta ciência cujo nome Comte atribuíra é anterior a esta data e goza de um conjunto de condições sociais, políticas, económicas e intelectuais como pano de fundo [Martins, 1985; Ritzer, 2008]. É comum atribuir-se o surgimento da Sociologia às consequências da encruzilhada de três revoluções: (i) económica (Revolução Industrial); (ii) política (Revolução Francesa) e (iii) intelectual (o êxito do racionalismo e da ciência) [Quintaneiro et al., 2003; Molénat, 2011]. A Revolução Industrial, representada pela introdução da máquina a vapor e consequente aperfeiçoamento dos métodos de produção, não só proporcionou o surgimento do capitalismo como também se fez acompanhar de incontáveis consequências sociais: desemprego (causado pela maquinofactura), prostituição, alcoolismo, criminalidade, êxodo urbano, surgimento de bairros de lata e surtos de epidemias causadas pela falta de condições de habitabilidade, etc. [Martins, 1985; Ritzer, 2008; Molénat, 2011]. No campo intelectual, registaram-se transformações no modo de pensar: o advento do racionalismo. Filósofos iluministas começaram a sacudir o pó da superstição e da perspectiva sobrenatural que açambarcavam as explicações dos fenómenos sociais. Inspirados nos ganhos dos métodos utilizados pelas ciências naturais (observação, experimentação, acumulação de dados, etc.), os iluministas, ao combinar o uso da razão e da observação, analisaram diversos aspectos da sociedade e contribuíram para os ideais que animaram a Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade), à medida que declinavam a concepção de que a organização social é estanque e resultante de forças transcendentais [Martins, 1985]. A Revolução Francesa, sob os ideais iluministas, desferiu golpes contra a Igreja e a sua influência, contra as tradições e normas sociais e vários aspectos sociopolíticos e culturais do chamado “Antigo Regime”. Em linhas gerais, a 2 revolução de 1789 foi motivada pelo ideal de abolir radicalmente a antiga forma de sociedade (suas instituições sociais, crenças, hábitos e costumes) e implementar outra, assente na liberdade, igualdade e fraternidade, alicerçada na razão e livre de superstições e crenças infundadas [Martins, 1985]. Dentre as consequências da revolução, são assinaláveis a crise de valores, a anarquia, a perturbação e desorganização sociais que se registaram na sociedade francesa. A procura de explicações racionais e soluções para as consequências nefastas da industrialização e das insurreições da revolução francesa, mobilizou vários pensadores dos séculos XVIII e XIX, e forneceu um arsenal de conhecimentos, muitos deles inéditos, sobre a sociedade que facultaram o surgimento desta já não tão jovem ciência social baptizada sob o nome de Sociologia, por Comte. Note-se, entretanto, que, embora Comte tenha atribuído um nome a esta ciência social e seja considerado como o “pai da sociologia”, a sociologia é uma “produção colectiva” e cumulativa [Simon, 1994]. Dito de outro modo, a sociologia não é “obra de um único filósofo ou cientista”, mas sim “o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso [nos séculos XVIII e XIX]” [Martins, 1985: 11]. Nos pontos a seguir, tecer-se-ão considerações a respeito desta ciência do social. Trata-se de uma abordagem introdutória cuja tónica incidirá sobre algumas problemáticas que permeiam este campo de estudo. Daí, o subtítulo “Uma introdução problematizada”, pois, trata-se de problematizar temas transversais a uma iniciação sociológica, tais como: sua definição, seu objecto de estudo, seus métodos, sua periodização histórica, seus fundadores, seus níveis de análise, etc. Entenda-se “problematizar” no sentido de dar forma de problema aos referidos temas. E, por sua vez, entenda-se “problema”, tanto no sentido matemático (questão proposta para se achar solução), como no filosófico (situação que constitui o ponto de partida para indagação, podendo esta ser feita a partir de várias alternativas). Serão objectos de análise aqui: (i) a problemática dos fundadores e precursores da sociologia; (ii) a problemática da periodização da sociologia; (iii) a problemática do objecto de estudo e do método da sociologia; (iv) a problemática da objectividade do conhecimento sociológico; (v) a problemática da unidade do social e a pluralidade das Ciências Sociais; e (vi) a problemática dos níveis de análise da realidade social.