Esse conceito por ele tem duas

perspectivas: a) sentido latu/sentido amplo e

Aula do dia: 03 de maio de 2021.
Antes de conceituar ciência política,
importante ressaltar que terá dois grandes
problemas:
a) O fenômeno político não ocorre
igual em todo o mundo, por isso é
complicado dar um conceito amplo;
b) Ausência de neutralidade de quem
atua com essa ciência.
Dessa forma, conceituar a Ciência
Política de maneira técnica é algo delicado,
tendo em vista que, o fenômeno político varia
de país para país, de realidade para realidade.
Então, levando em consideração os fatores
históricos e demográficos,
.
Já no que se refere ao segundo
problema, importante saber que:
analisa o fenômeno político, analisa sempre
de maneira interna. Podendo ter, portanto,
uma cisão cheia de vícios, vícios estes que
são subjetivos (percepções muito próprias de
um país que é muito complexo como o Brasil).
E isso dificulta que cheguemos de fato a um
conceito amplo/global do que é a Ciência
b) sentido estrito/sentido específico.
A) tem por objeto o estudo
dos acontecimentos das instituições
e das ideias políticas tanto em
sentido teórico (doutrina) como em
sentido prático (arte), referido ao
passado, ao presente e às
possibilidades futuras. Ou seja, a
ciência política é o estudo do
fenômeno político ontem, hoje e
amanhã;
B) são os chamados
prismas ou tridimensionalismo:
– questionar a
essência do Estado, questionar as
justificativas que são apresentadas na vida em
sociedade, é buscar as origens, é nunca se
contentar com as respostas que foram
fornecidas. No âmbito jurídico, a Ciência
Política vai questionar todas as justificativas
quem apresentadas pelo Estado.
– analisa como a
Ciência Política e o fenômeno político lidam na
relação de poder. Analisar as relações sociais
dentro do fenômeno político.
– compreender qual é
o impacto das normas do direito na Ciência

Política. Política, onde é que o direito faz essa

intersecção necessária entre o fenômeno
No entanto, o professor Paulo
político e a Ciência Política.
Bonavides nos dá um caminho de saída ou
uma possibilidade de chegar à um conceito de
Ciência Política.
 Ou seja, sem o conhecimento dos
aspectos econômicos em que se baseia a
estrutura social, dificilmente se poderia chegar
A ciência política tem relação direta e à compreensão dos fenômenos políticos e das
imediata com algumas disciplinas instituições (palavras do slide).
importantes: a economia, a história e o direito
constitucional:
É impossível se compreender o que é,
sem compreender o que se foi. Dessa forma,
Na parte normativa a Constituição é preciso compreender a história para
Federal é o suprassumo de todas as normas, compreender o que foi, para compreender o
é topo da hierarquia normativa. Então é a que é e melhorar o futuro, então esse é o
primeira disciplina que tem relação direta com objetivo de analisar a Ciência Política a partir
a Ciência Política. Ou seja, o direito de uma perspectiva histórica, porque o
constitucional abrange larga área da coisa objetivo principal é entender o fenômeno
política – as instituições do Estado, em cujo como um todo e não de forma particularizada.
âmbito desenrolam-se os principais Ou seja, a história representa a acumulação
fenômenos do poder político, crítica de fatos e experiência vividas, o que
constitucionalmente organizado (palavras do torna fácil perceber a importância de seu
slide). estudo para Ciência Política (palavras do
slide).
Aula do dia: 05 de maio de 2021.
Tem relação direta e imediata, pois sem
entender o fenômeno econômico e o sistema
econômico, nunca teremos uma compreensão
exata do fenômeno político, nunca
Antes de adentrar na discussão acerca
conseguiríamos identificar se são crises
do poder e dominação, é preciso compreender
políticas que geram crises econômicas, ou se
o que é a política. E o que caracteriza o poder
são crises econômicas que geram crises
político. Importante agora analisar as imagens
políticas, ou seja, não dá pra saber quem
do slide (Unidade 2):
começa o que. No entanto, um impacta no
outro e isso acaba trazendo consequências – No primeiro retrato do slide, é

diretas quando vamos analisar o Estado, demonstrado uma submissão. Nesse

quando vamos analisar o impacto da ciência sentido, a democracia não é a única

política no Estado, na organização do Estado formatação existente, isso não significa dizer

e no Direito Constitucional. que a submissão esteja fora da Ciência

Política.
 Pelo contrário, a submissão integra a a) de um lado quem
Ciência Política desde sempre. Mas por óbvio, tem capital (bens) que são
é ideal que o Estado Democrático de Direito necessários para a vida em
não institua a política dessa forma. sociedade, essas pessoas que
– No terceiro slide (que trata do sentido detém do poder aquisitivo podem
de política) temos uma distinção entre política influenciar que outras pessoas
e politicagem. adotem determinados
a) é uma degeneração no comportamentos. É o Poder

mundo inteiro; Econômico que gerencia a vida em

sociedade e o Estado. Ele atua
b) tudo que fazemos na vida
sempre para tentar garantir o
em sociedade representa um
domínio dele, para garantir a
aspecto político. A palavra política
preponderância, a dominância e
tem sua origem na palavra grega
controlar a organização das forças
pólis, mais especificamente na
produtivas. E é por isso que quando
palavra politikós, que em stricto
um chefe nos dá uma ordem, nós
sensu refere-se ao urbano, ao que é
seguimos. Pois ele detém o capital
civil e social, ao que é público, ou
e somos pagos para cumprir as
seja, relaciona-se com a Cidade e
ordens.
a tudo que lhe diz respeito. Está
O poder mais complexo e mais
muito ligada à ideia de Poder.
perigoso é esse, pois é um poder invisível.
Qual o objeto fundamental da Política?
Muitas vezes esquecemos que ele existe, mas
O que caracteriza o Poder Político? Para
ele influencia diretamente nos outros poderes
responder à essas questões, é importante
a seguir. Quando o Bobbio fala do poder
relacionar com o maior cientista político
econômico, ele diz que ele produz uma
Norberto Bobbio.
sociedade de desiguais. No poder econômico,
Bobbio tenta explicar as relações de
a sociedade de desiguais é marcada por um
poder dentro do estado, pelo que ele chama
lado rico e outro pobre, pois o objetivo é
de tipologia do poder, existindo três tipos de
manter-se sempre como poder econômico.
poder na vida em sociedade: o poder
b) importante
econômico, o poder ideológico e o poder
compreender que a ideologia
político.
significa uma mesma visão de
O que significa a palavra poder: é a
mundo/mesma visão de pensar. É
possibilidade de exercendo dominância exigir
baseado na influência das ideias
que outras pessoas façam ou deixem de fazer
formuladas pelo poder dominante.
alguma coisa.
 Tem objetivo de produzir consenso, ou
seja, quero convencer as pessoas para
Ante a sua natureza, portanto, o
pensarem da mesma forma que eu, para
homem vive em sociedade e deve se
manter as estruturas intactas e preservar a
submeter a regras de convivência. Para ele,
classe dominante, um grande exemplo desse
essas regras são voltadas ao “bem comum”
poder é a fake news. Quem exerce o poder
(busca pela felicidade coletiva).
ideológico na vida em sociedade? Em primeiro
lugar, a mídia, é complicado pois em muitas
situações elas criam um modo das pessoas É próxima à explicação biológica, ou
adentrarem em certas questões. A família, as seja, a psique humana requer uma relação de
religiões, a escola, a faculdade também liderança e a integração dentro de um grupo
exercem o poder ideológico. organizados por regras (exemplo: o filme “A
a) é um tipo de poder Onda”).

que está direcionado à estrutura

burocrática do estado, então ele
Buscam explicar a “dominação”. São
representa o Estado. Em regra,
explicar da “teoria política”. Dessa forma,
quem detém o poder econômico e
temos:
ideológico, detém o poder político.
Se diferencia dos outros dois, pois
ele detém do monopólio da força,
então quem pode de forma Esse grande sociólogo tentou explicar
legítima utilizar a força para a dominação de três formas:
promover a coerção é poder
a) uma
político, em algumas situações
dominação justificada porque
pode utilizar a violência (hoje em dia
algumas pessoas possuem
é limitado).
características que fazem com que
outras pessoas reconheçam sobre
elas uma figura muito próxima de
heróis ou demagogos, as chamadas
características ideais. Além
Temos três explicações possíveis:
dessas características, existe uma
relação muito forte de lealdade
pessoal dos seguidores dos líderes
carismáticos.
 E isso acaba gerando graves
problemas na história, pois eles conservam
Serve para designar simplesmente se o
em sua forma mais pura o caráter autoritário
procedimento adotado, observou o que a lei
e imperativo. Grandes exemplos são: Adolf
previu. Toda vez que alguém cumpre aquilo
Hitler, Luís Inácio (LULA), Jair Bolsonaro.
que a lei estabeleceu, podemos dizer que
b) essa pessoa cumpriu a legalidade.
ao contrário da dominação Esse conceito se coloca em um
carismática que se baseia na
domínio formal, técnico e jurídico.
característica da pessoa, nessa
Esse conceito surge depois da
dominação o que importa é a
Revolução Francesa de 1789, que é a
TRADIÇÃO, algo que é passado de
efetivação do que chamamos de o primeiro
geração em geração. E
positivismo (pesquisar). A passagem para
normalmente, a pessoa que é
uma “soberania popular”. Somente a lei
investida de dominação tradicional
passou a ser admitida como uma restrição as
ou patriarcal, possui uma virtude
liberdades naturais do homem.
de SANTIDADE. Exemplos: família
Quando o poder político percebe que
e também autoridades divinas (o
para limitar a vontade das pessoas bastava a
papa).
criar a lei, eles começaram a abusar da
c) nessa
legalidade. Eles começaram a utilizar a lei
dominação, as outras duas características como instrumento de monopólio de poder
expostas acima não importam, eu obedeço a político e isso começou a gerar problemas
alguém porque existe um sociais graves. Começou a Legislar em
estatuto/regra/regulamentação que eu preciso excesso.
obedecer a aquela pessoa. Qualquer direito
pode ser modificado desde que formalmente
desobediência generalizada. Ineficiência
correto, a existência de uma lei me faz seguir
coercitiva aos particulares. Gerou a
uma determinação. Não é em função da
necessidade de ruptura, ou seja, precisamos
pessoa e nem de um direito próprio, mas sim
limitar o poder político do Estado. E quando
de uma regra, que reconhecemos como
começou esse problema, surgiu o conceito de
competente não somente quem devemos
LEGITIMIDADE, ou seja, NEM TODA LEI É
obedecer.
LEGÍTIMA.
 A lei, por si só, é um “instrumento de
exercício do poder político”.
A lei além de respeitar a legalidade, a
formalidade o conteúdo dela precisa estar de Assim, uma lei pode ser ilegítima; não

acordo com os anseios sociais. Por esse se confundido os conceitos de legitimidade e

motivo, a legitimidade é a aceitação popular a legalidade.

respeito do conteúdo de uma lei. Enquanto a

É questão de fundo,
legalidade é uma noção formal, a
legitimidade é uma questão de conteúdo substancial, relativa
É tão somente
à consonância do
(ideológica) e que vai mudar de país para questão de forma
país. Legitimidade está, portanto, atrelado ao poder com a opinião
pública
conceito de constitucionalidade (precisa
obedecer a seu conteúdo). É noção jurídica É noção ideológica
Conformação do Significa a
governo com as observância dos

Representa, em síntese, a aceitação disposições de um princípios da nova

popular mutável no tempo. É o exercício texto constitucional ordem jurídica

autorizado do poder pelo povo de um Estado precedente proclamada

que aceita ou tolera as decisões dos

representantes do poder.
A legitimidade possui considerações Aula do dia: 10 de maio de 2021.

filosóficas e sociológicas a saber:

Importante se perguntar: justiça e

A legitimidade Implica sempre vingança estão justas? Acreditem, sim! Elas
inquire acerca dos numa teoria andam lado a lado.
preceitos dominante do poder, Isso porque, justiça não é sinônimo
fundamenteis que suscitando a nem de lei e nem de Direito, ou seja, a Lei
justificam ou problemática da pode sim ser usada para cometer injustiças no
invalidam a autoridade em mundo inteiro.
existência do título e termos sociológicos.
do exercício do Existem três formas
poder, da regra básicas: carismática,
moral. tradicional e O livro essencial de Platão é o:

legal/racional. “República”, especialmente eu seu “Livro IV”.

 Nele, Platão fala da importância das 2) são responsáveis pela
tarefas executadas dentro da cidade pelos
proteção da pólis, garantir que ela não
cidadãos, para quando chegar no Livro IV ele
seja alvo de guerras internas e
falar do conceito de Justiça.
externas;
Antes de falar sobre justiça, ele trata
primeiro do que ele chama de “princípio do 3) são responsáveis pela
bom funcionamento da cidade”.
administração da cidade.
Após o diálogo realizado por Platão,
abordando a primeira parte do que é “justo”
Para compreender o que é justiça,
onde ele acreditava que os guardas não
primeiramente é preciso entender o que é
podiam ganhar mais, pois se tornariam
.
gananciosos. Ele passa para outro ponto
importante: O que vai definir para qual

Ele esclarece que a cidade para
funcionar bem, deve ter um *
*, ou seja, cada cidadão tem um
papel fundamental da polis. E cada um deles,
precisa desenvolver sua função dentro
daquilo que lhe foi ordenado ou que lhe foi
determinado (isso é o que ele chama de
princípio de funcionalidade da polis – que é
interna).
Existem três funções que se tem na
cidade ou que se deveriam existir, é o
chamado funcionamento orgânico – dividido
em funções e cada função é essencial para a
cidade:
1)
grupo/qual função as pessoas vão ter que
fornecer? É o que ele chama de PAIDÉIA
(educação). Logo, Platão vai defender que a
pólis tenha um processo rigoroso de
educação, que vai definir internamente quem
vai desempenhar cada função.
Platão não acredita e nem defende
nenhum tipo de determinismo, seja ele causal,
econômico ou liberdade individual de escolha.
Platão defende que a partir do
momento que você entrou em uma classe
social, aí sim você precisa morrer cumprindo
a mesma função. Pois exercer uma função
exige experiência e conhecimento técnico. E
isso pode trazer uma desestruturação para
toda poli, ou seja, pode quebrar a ideia de
união e organização da cidade.
A sociedade é a educação, essa

eles garantem a educação vai garantir que a cidade tenha um

funcionamento orgânico.
sobrevivência da polis (provém comida,
armamento para soldados, comércio);
 E por que ele se preocupa em construir Somente após isso tudo, ele trará o
toda essa base de funções que devem ser conceito de Justiça:
exercidas cada uma no seu aspecto “Justa é a cidade em que tenha a
específico, para só depois ele começar a falar justa distribuição das funções e justa é a
do conceito de justiça? Veja agora: cidade sábia, corajosa e temperante”
Depois de falar que a pólis tem uma Ou seja, o conceito de justiça em Platão
estrutura, Platão vai dizer que uma sociedade é SEMPRE SOCIAL.
organizada é uma cidade boa e ela precisa ter
Para
em sua estrutura três virtudes (características
ele não importa se temos, por exemplo, 100
positivas/qualidades):
pessoas em uma cidade e 99 pessoas forem
1) os
JUSTAS e 1 for INJUSTA, logo não teremos
cidadãos da pólis todos eles, devem justiça. Ou seja, a cidade precisa ser
adquirir a arte da sabedoria e da analisada em conjunto com os cidadãos, ele
ponderação, ou seja, precisam diz: “Sendo, o homem justo, enquanto justo,
saber agir de forma não será diferente da cidade justa, mas
prudente/segura/razoável e adotar semelhante a ela” –
decisões proporcionais;
.
2) coragem para lutar
Esse conceito de Platão de uma
contra problemas, contra sociedade que contempla em si o conceito de
adversidades, mas também justiça, é extremamente importante porque
coragem para lutar contra as leis ele serve de base, por exemplo, para um
cujo o conteúdo seja injusto; conceito moderno que começamos a adotar

3) é o autodomínio de si que é o conceito de Igualdade Material, ou

seja, a ideia de um tratamento igualitário
mesmo, das próprias ações.
para as pessoas levando em consideração
Dessa forma, a cidade somente será
as diferentes situações demográficas,
boa se houver essas três virtudes acima. Até
econômicas, sociais. Então essa visão
aqui, nota-se que ele não fala dos cidadãos
coletiva pode influenciar diretamente na
individualmente.
concepção de uma decisão política
Pelo contrário, na visão de Platão a
fundamentada adotada pelo Estado.
Justiça é coletiva, é um tripé.
Por fim, a Justiça para ele é sempre
A pólis é um organismo que, portanto,
algo social que exige um bum funcionamento
depende do funcionamento bem ordenado de
da cidade para que, consequentemente, nos
todos os seus componentes.
tenhamos justiça.
 É considerado o maior dos três autores. A justiça em sentido universal é a estrela
Sua obra essencial nesse tópico é a “Ética a d’alva da manhã (estrela brilhante, marca
Nicômaco”. muito forte, que mais se destaca) ou seja,

No livro V, especificamente, Aristóteles quando ele concebe a justiça como uma

define o seu conceito de homem justo/justiça virtude em sentido universal, esse senso de

numa necessária vinculação com o respeito justiça acompanha todas as outras virtudes.

da lei. Nesse sentido, para o filósofo, a justiça Desenvolver uma virtude, atuou com a

estaria imbricada ao cumprimento da lei, e a virtude, somos justos em seu sentido

injustiça noutro turno, ao descumprimento da geral/amplo. É ser justo com outras virtudes.

lei. Exemplo: ser paciente é uma virtude, no

entanto, de nada adiante ter a virtude
“Justo é aquele que cumpre a lei”.
(paciência) se não houver um conceito de
Nota-se então que, o conceito de
justiça.
justiça está atrelado ao cumprimento da lei.
Portanto:
Justo = cumpre a lei; também é uma virtude

Injusto = descumpre a lei. em si mesma, ela precisa significar alguma

Quando ele fala sobre o conceito de coisa. Justo é dar a cada um aquilo que lhe

que o justo é aquele que cumpre a lei, ele está pertence, mediante uma ação de

dizendo que a lei precisa ter um conteúdo distribuição que exige uma premissa que é

justo (é obrigatório). Então ele está conhecer o que é de cada qual, ou seja, o

estritamente ligado com a legitimidade. conceito de justiça está atribuído a distribuir

as coisas de forma proporcional, dando a
Dessa forma, ao sistematizar uma ideia
cada um aquilo que lhe pertence. E dentro
filosófica de justiça, Aristóteles aponta para
dessa justiça, temos duas justiças:
duas concepções a saber:

vamos distribuir
as coisas, em regra, a riqueza, mas não
somente ela, de acordo com uma métrica de
proporcionalidade. Para conseguir fazer a
justiça distributiva, é necessário levar em
consideração quatro termos (para saber se
foi justo ou não distributivamente em uma
situação, é preciso ter pelo menos, duas
pessoas e ter pelo menos duas coisas ou
duas situações para analisar a justiça no
caso concreto), dessa forma, é preciso
sempre um parâmetro de comparação para
analisar dentro do caso concreto se foi justo
ou injusto. Regra de proporcionalidade
matemática. Exemplo: o aluno X faz a
prova, acertou 2 questões e tirou 4. O aluno
Y fez a mesma prova, acerto também 2
questões, mas tirou 5. Isso foi justo
distributivamente? Não. Então nota-se que
se tem duas pessoas e duas provas.
Justiça aritmética que busca
retribuir algo semelhante ao que foi perdido
ou retirado, ou seja, é você corrigir algo, por
algo que foi perdido ou retirado. Dessa
forma, só precisa de dois termos: uma
pessoa e uma retribuição. Exemplo: você
quebra um Iphone 13 de uma pessoa e
tenta devolver um Nokia tijolão, isso não é
justiça corretiva.
Importante compreender que
Justiça Restaurativa, existe a reciprocidade:
quando você não
conseguir retribuir algo que foi perdido ou
retirado, você vai substituir algo por uma coisa
que tenha valor universal, ou seja, na nossa
atualidade a pessoa vai receber o valor do
bem perdido, isso é a reciprocidade.
Quando pensamos nesse tipo de
justiça, será que conseguimos compreender
ele no nosso sistema de justiça? Sim, seria a
indenização por dano moral, por exemplo.
existem apenas duas
justiças em sentido particular (distributiva e
restaurativa/corretiva), a noção de
reciprocidade não é uma nova justiça, ela
somente decorre da justiça restaurativa.
Portanto, para Aristóteles ser justo
implica em uma ação, ou seja, não se pode
ser justo por omissão.
O conceito de Justiça para Aristóteles,
não é algo meramente matemático como se
parece. Ele diz: para que consiga descobrir se
uma decisão, se algo é justo ou não, é
necessário analisar duas coisas: primeiro que
Filosofia exige a Justiça concreta, não se pode
ser justo em pensamento e segundo só pode
ser justo se analisar as condições sociais e
concretas do caso concreto para ser justo.
a pessoa X não gosta da pessoa Y
e quando a vê na rua decide cometer um
homicídio. A pessoa Z também não gosta da
pessoa Y e também tenta cometer um
homicídio. A pena da pessoa X e Z, será a
mesma? Não, pois vai levar em conta as
condições sociais, como essas pessoas
eram antes de comer o crime.
na
 Então, para Aristóteles, quando se fala Quando os autores tentam justificar a
de justiça é um, conceito situacional, ou seja, sua teoria eles fazem por meio de duas
só se pode ser justo se analisar as características centrais, que podem ser
circunstâncias do caso concreto. apontadas abaixo:
A justiça para o autor, será sempre 1) em
situacional e não normativa, já que depende regra a maior parte de nós
da análise de situações de fato (histórica, costumamos vincular a nossa
social e até demográfica), devendo equivaler felicidade a alguma entidade
ao meio termo e afastar excessos metafísica divina, ou seja, a seguir
(econômicos, políticos e sociais). algum tipo de Deus. E qual o
“Justo é aquele que julga, conforme a problema para o utilitarismo quando
régua de lesbos”. se escolhe uma religião? Existem
normas que esta religião estabelece
e quando descumprimos as normas
morais que ela estabelece,
Os dois grandes autores dessa teoria
acabamos sentido uma culpa.
são: Jeremy Bentham e John Stuart Mill. Eles
Então isso segundo o utilitarismo,
defendem que o conceito de justiça está
não gera felicidade. Eles afirmam
atrelado ao conceito de utilitarismo, ou seja,
que você não precisa vincular sua
um ato/uma decisão política/uma lei/uma
felicidade a alguma entidade
conduta governamental, ela vai ser
metafísica divina. Portanto, o
considerada como justa se ela conseguir
objetivo que os utilitaristas buscam
proporcionar a MAIOR FELICIDADE para
promover não depende da
os membros da sociedade. Os autores
existência de Deus, de um espírito
costumam resumir esse conceito no chamado
ou qualquer entidade metafísica;
Cálculo Felitício:
2)
+ Prazer + Pessoa –
para se defender o
Dor = Maior Felicidade.
utilitarismo, eles pregam que tudo o
Ou seja, quanto maior o prazer, maior
que você cometer que NÃO TIVER
felicidade para as pessoas, causando menos
a possibilidade de causar danos ao
dor possível, se tem o conceito de justiça.
coletivo, NÃO PODE SER
Nota-se então que, para o Utilitarismo o
condenado. Então, atos morais,
Estado precisa voltar suas decisões políticas
julgamentos morais que são
sempre na felicidade coletiva, tomando como
arbitrários.
base a decisão da maioria da sociedade.
 Portanto, ele acaba julgando e 3)
afastando esses julgamentos morais que a
não são apenas os
sociedade faz a respeito dessas questões, por
prazeres humanos que precisam
isso é um atrativo, pois é uma forma de
ser valorizados, toda e qualquer
justificativa a respeito de afastar esses
sensação humana é importante,
julgamentos morais. Por fim, o
seja qual for a forma que assumam;
Consequencialismo requer a verificação para
4) Satisfação das Preferências das
identificar se o ato ou procedimento objetivado
Pessoas: seja estas quais forem;
faz bem identificável ou não. Impede
5)
proibições morais arbitrárias que não
possuem consequências ruins identificáveis só pode admitir como útil
ou justificadas. aquilo que é racionalmente
Dentro do utilitarismo, no entanto, se for justificável, é importante pois pode
analisar a teoria vamos ver que ele se ser uma justificativa para a
subdivide em algumas correntes: (matéria internação compulsória involuntária.
somente para conhecimento)

1) a utilidade é
considerada em função da
felicidade. Utilidade = Felicidade, ou
seja, vai defender que felicidade é Para justificar o porquê qualquer

igual a justiça e justiça é igual a pessoa adotaria o utilitarismo, eles fazem o

cálculo Felitício. Portanto, a que chamam de “ ”.

utilidade é considerada em função o trem tem duas

de felicidade. Neste ponto,
direções para seguir, indo para a Direita ele
retornamos ao cálculo Felitício
mata apenas uma pessoa, indo para a
anteriormente demonstrado.
Esquerda ele mata 5 pessoas. Nesse caso,
2) vem de o que você faria? Mataria apenas 1 pessoa
uma filosofia hedonista que prega e deixaria as 5 vivas (felicidade maior) OU
que utilidade é tudo aquilo que pode Mataria as 5 pessoas e deixaria apenas 1
trazer sensação de prazer. pessoa viva? (Ninguém escolheria essa
Portanto, a utilidade deve traduzir- primeira opção).
se na experiência ou sensação de E daí começa a crítica. Será que daria
prazer, que se apresenta como bem para resolver assim sempre? Provavelmente,
fim da atividade humanas. não.
 Do lado direito, está
uma pessoa “boa”, a Milena. Do lado
esquerdo, estão 5 nazistas (Eichmann e
mais 4), quem você iria matar? Os 5
nazistas ou as pessoas não nazistas?
Imagine que a tem 1 pessoa do lado
direito e 1000 pessoas do lado esquerdo, e
se quem tiver com o poder de decidir for a
mãe da dessa 1 pessoa do lado direito?
Quem será que ela salvaria? Ela pode dizer
“é melhor a minha dor, do que a dor de 1000
pessoas”.
Com tudo acima exposto, como
vamos conseguir tornar algo objetivo,
sendo que não é objetivo? Não temos como
saber, por isso o utilitarismo da forma que foi
concebido é difícil de ser adotado como forma
de Teoria de Justiça. Então o Professor não
adota somente uma teoria, ele vai pegando
um pouquinho de cada uma.
E o que do utilitarismo é bom, que se
pode levar para a vida e ajudar nela? O
Consequencialismo, a ideia de se colocar no
lugar um do outro e não julgar o outro com
condão do que não irá trazer prejuízo ao
coletivo. Decisões individuais são decisões
individuais. Portanto, o Consequencialismo é
importante, tendo em vista que, ele abre a
oportunidade de se ter mais empatia.
Lembrar que não é só liberalismo, é
liberalismo igualitário.
Ele defende uma coisa que chamamos
de IGUALDADE DE OPORTUNIDADES, ou
seja, defende que todas as pessoas tenham o
acesso as mesmas oportunidades da vida.
Então todos os bens primários (vida,
liberdade, igualdade) tudo isso, precisa ser
distribuído de forma igualitária.
Um dos grandes autores é o John
Ralws – A Theory Of Justice.
Ele diz que, a distribuição dos bens
primários como liberdade, oportunidade,
renda e riqueza devem ser distribuídos
igualmente.
A primeira coisa que se crítica é que se
parece que ele trata as pessoas como
iguais, mas não leva em consideração as
desigualdades sociais, econômicas,
políticas, que estão presentes na vida em
sociedade.
E aí como forma de tentar responder
essas críticas, ele justifica sua teoria a partir
de dois princípios básicos:
todo
mundo tem direito as mesmas liberdades e
acesso aos mesmos bens primários, isso é
o começo de uma sociedade justa para
John. Cada pessoa deve ter um direito igual
ao sistema total mais extenso de liberdades
básicas compatíveis com um sistema de
liberdade similar para todos.
as desigualdades
sociais, somente são justificáveis quando se
tem a possibilidade de trazer benefícios
para setores menos favorecidos da
sociedade. Ele entende, portanto, que para
algumas situações nós podemos ter
tratamentos diferenciados para colocar as
pessoas em igualdade.
Além do Ralws, temos outro autor:
Ronald Dworkin – A Virtude Distributiva:
 Ele vai dizer que a distribuição de Em contraposição, temos outra
recursos se baseia em dois pilares explicação a fundamentação a justificativa
fundamentais: que tá atrelado a uma visão de esquerda. Que

I) todo mundo é algo mais social. É só pensar no exemplo

da FUVEST, de tudo que eu passei para
é importante, todo mundo
chegar onde estou e pessoas que têm
precisa ser tratado com a
privilégio chegando onde eu estou, sem ter
mesma consideração, ou seja, o
feito metade do esforço. Então não é bem
Estado não pode tratar nenhuma
como a matéria acima, onde todos são iguais,
pessoa de forma diferente, seja
independente dos fatores.
qual for a justificativa
apresentada. Está atrelada na frase famosa:
“igualdade é tratar igual os iguais, igualmente.
II) a
E os desiguais, na medida de sua
distribuição dos vens deve
desigualdade”.
refletir as escolhas individuais,
igualdade e
ou seja, para Ele é injusto que o
Estado retire da pessoa a oportunidade, perante a lei são todos iguais.

riqueza que ela batalhou tanto compensar

para ter e distribuir para alguém desigualdades sociais, para tentar colocar
que preferiu viver sem maiores as pessoas num patamar mais próximo
esforços. Para ele isso é (equidade).
inconcebível. É por isso que, um estudante de escola
É possível justificar essa teoria pública tem a possibilidade de concorrer com
validamente? Sim! Ela é próxima da chama outro estudante de escola pública na
ideologia de Direita. Que são os que FUVEST, por exemplo.
possuem uma visão mais liberal, que
defendem mais a liberdade individual. A
liberdade é o grande fato de determinação da
sociedade e da ideia de que tudo nasce igual, Marx chega na conclusão que, o
com as mesmas condições e que, portanto, o sistema capitalista na atualidade moderna, é
resultado da sociedade são frutos desse ele quem define o rumo do Estado. O Estado
desenvolvimento ideal/individual. Então, a é capitalista. E para Marx, o conceito de
igualdade e oportunidade por si só, seria o justiça será moldado para atender os
suficiente para garantir a igualdade entre as interesses do estado capitalista, ou seja,
pessoas. justiça é aquilo que o capitalismo quer que a
justiça seja.
 E para ele isso é inaceitável, ele Aula do dia: 12 de maio de 2021.
entende que, não é razoável que 10% da
população, detenha 90% do capital e que 90%
da população detenha 10% do capital. Por
isso, ele vai propor uma revolução social, em
que se tenha o que se chama de ditadura do
proletariado, no sentido de que as massas,
consigam governar o estado e cheguem a um É um dos maiores filósofos do mundo,
Estado final que é o Comunismo. conhecido como “Aristóteles de Atenas”.
Ou seja, o socialismo é uma passagem Tem basicamente dois livros
para o comunismo. Então, Marx defende que importantes: “A República” e “Leis”, ambos
o capitalismo é o mal da sociedade e ele escritos na forma de diálogos sendo Sócrates,
justifica isso, mostrando o seguinte: que a seu mestre, o principal interlocutor.
grande jogada do capitalismo, foi deixar o
Uma das coisas mais importantes no
trabalho abstrato. Ou seja, as coisas valem
Platão é aquela ideia dele a respeito da
não pelo o que elas são, mas sim porque elas
funcionalidade da pólis. Ou seja, da
têm um valor de troca. O capitalismo, excluiu
organização da cidade dentro daquilo que ele
a do trabalhador a ideia do mais valor, porque
chama de princípio de funcionalidade,
o trabalho hoje não é um trabalho mais
dessa forma, a cidade precisa ter um
pessoal, é um trabalho abstrato.
fundamento bem estruturado. É basicamente
Por fim, Marx vai dizer que, enquanto a ideia de igualdade e justiça estudada
existir Estado (na forma capitalista), nós anteriormente.
nunca vamos ter justiça. E por isso para ele,
Ele destaca a importância de que os
o conceito de justiça está atrelado a ideia de
homens e a pólis, tenham a mesma estrutura.
revolução.
E o que isso significa na prática? Bom, a
primeira coisa que ele percebe e destaca em
suas análises é que o homem (ser humano)
são dotados de três almas ou três
princípios de atividade:
 Ele vai dizer que todas as pessoas são
constituídas de três almas:
1)
alma está situada nas estranhas ou
abaixo do ventre (acima
joelhos). Ela representa os desejos
carnais, tanto de reprodução
humana quanto de sobrevivência. O
homem é constituído basicamente
de desejos carnais;
2) ela está situada no
coração e representa
sentimentos humanos (todos eles) e
as relações desses sentimentos
com todas as pessoas;
3)
situada na cabeça. Ela representa a
sabedoria, a inteligência; dedicada
ao conhecimento.
Nota-se, portanto, que existe uma
trindade, isso porque, o que se precisa para
ser justa são as três virtudes e o que precisa
para existir um ser humano também são três.
Platão diz que, os homens possuem
almas/desejos que podem levar a uma
desestruturação da pólis.
E como é que consegue
corrigir/aprimorar/trabalhar essas almas? O
que vai se utilizar?
A alma desejante precisa de qual
virtude para ser corrigida? A virtude da
essa temperança, pois a temperança segundo
Platão significa a ideia do autodomínio. Então
a temperança será a virtude essencial no
dos
pensamento Platônico, para que os homens
(seres humanos) não ultrapassem os limites
desejáveis da vida em sociedade apenas para
satisfazer os desejos carnais.
A alma irascível ela deve ser
representada ou trabalhada por qual virtude
na sociedade? Pela virtude da coragem, pois
os
quando se fala de sentimentos a coragem é
importante pois ela significa lutar pelas
adversidades (principal virtude que os
guerreiros precisam ter).
está
A alma racional ou intelectual
corresponde a qual virtude? A virtude da
sabedoria ou ponderação.
Portanto, para Platão justa será uma
sociedade corajosa, sábia e temperante. Ou
seja, justa é uma sociedade que tenha um
funcionamento como um tripé, um
funcionamento orgânico com três funções e
que todas as pessoas que exercem essas
funções conseguiram superar as almas ou os
princípios de atividades que direciona a
se interesses individuais e conseguiram alcançar
as virtudes para o desenvolvimento da pólis.
Platão é idealista, ou
seja, ele não está demonstrando o Estado
como ele é, está propondo teoria de como
deveria ser.
 Platão defende ainda, a ausência de
divisão da pólis em classes sociais (não se
deve sair da sua posição jamais), e consigna
pela necessidade de existência de um
processo de educação que envolva todas as
pessoas. Para o autor, portanto, a educação
deveria: (I) ser igual para todos, até os 20
anos, quando se teria o primeiro corte (teste)
ao identificar aqueles de “sensibilidade
grosseira”, que se destinariam à subsistência
da pólis – espécie de peneira, ou seja, são
pessoas que não tem uma verdade intelectual
muito aguçada, possuem outras habilidades –
essas pessoas que possuem sensibilidades
grosseiras, são chamadas também de alma
de bronze; (II) num segundo corte, vão
oferecer mais 10 anos de educação, passou
os 10 anos irão fazer uma nova análise,
adquirindo a virtude da coragem essencial aos
guerreiros responsáveis pela defesa da
cidade, são chamados de alma de prata (os
guardiões); (III) os restantes, que sobrassem
de tais cortes, por possuírem “alma de ouro”,
seriam instruídos na arte de pensar e dialogar,
estudando filosofia – esse processo levaria a
alma a atingir o mundo das ideias (somente
esses seriam filósofos).
Quem é o responsável pelos papéis
fundamentais da pólis? Quem tem
responsabilidade de gerenciar a pólis e por
que?
Essa resposta é dada por Platão, no
livro VII. No chamado “mito da caverna”. Só
serve para ser governante aquele que sai
da caverna, ou seja, só os filósofos
conseguem enxergar a realidade, são
aqueles que conseguem compreender toda a
realidade, enxergam o todo e não são
enganados somente pelos pontos de
vistas que são colocados diante de seus
olhos. Eles enxergam além. São os únicos
que têm as virtudes no grau máximo para
ordenar as pólis de forma necessária.
Por isso que a teoria política de Platão
chega a uma concepção: de que Platão odeia
a democracia ateniense: odeia por dois
motivos: I) ele não reconhece que o povo/a
massa/todas as pessoas têm a
possibilidade/capacidade de decidir de forma
correta as questões políticas; II) é porque foi a
democracia ateniense a responsável pela
morte de Sócrates.
O mais importante livro nessa matéria é
o chamado “A Política”.
Afirmações importantes:
Ele parte para uma concepção
sociedade que é, digamos de finalista. Pois
a para ele, a sociedade se une com um
objetivo em comum, não é individualista.
Ela é unida por um laço de fraternidade, ou
seja, as pessoas decidem viver em sociedade
para que ela possa alcançar a felicidade
coletiva. E isso vai trazer algumas
consequências importantes para Aristóteles:
 I) Ele vai entender que a política é a
ciência suprema, não existe nenhuma outra
ciência acima dela. Isso porque, todas as
outras dependem da política, isso também
está atrelado ao que ele chama de “homem
como animal político”, ou seja, tudo está
atrelado à visão de política de Aristóteles;
II) Ele defende/argumenta
objetivo central da política é promover a
felicidade coletiva, ou seja, as pessoas se
unem com o objetivo central de produzir a
felicidade coletiva e consequentemente
identificar quais são as melhores formas de
governo, quais são as melhores instituições
capazes de assegurar a concretização dessa
igualdade e dessa felicidade coletiva.
Adota a concepção de explicação
biológica de que o homem é visto como
animal político por essência.
consequência disso é que o homem não
consegue viver fora da sociedade, a não ser
que seja louco ou um Deus. Ninguém
consegue se isolar por completo. Ele enxerga
na sociedade uma espécie de comunidade, a
união de um conjunto de pessoas em torno de
um objetivo comum.
E essa ideia de um homem como
animal político, dentro de um contexto
comunitário está atrelada a própria natureza
humana de perpetuação e sobrevivência. Isso
porque, se considerarmos que o homem
isoladamente não possui grandes habilidades,
a opção do homem foi a fala (verbalização do
que o pensamento). O que demonstra que, a sua
natureza é eminentemente social.
Importante lembrar que, aqui as formas
são genericamente de formas de organização
do poder político do estado.
Ele diz que temos dois tipos de formas
de governo: a pura (existem três formas
dentro dela) e a impura/degenerada (existem
três formas dentro dela).
Monarquia: é o governo nas mãos
de uma única pessoa. Ele atribui outra
característica essencial e marcante para a
E a
monarquia, que tem como objetivo
obrigatório o respeito pelas leis.
Aristocracia: representa o governo
de alguns (melhores, mais capacitados).
Essa capacitação pode ser técnica,
econômica, de determinação religiosa. E a
característica que marca a aristocracia é
um governo ponderado e razoável que
consegue ter a rédea do poder em suas
mãos.
Democracia: representa o governo
do povo, cuja as bases estão assentadas
nos ideais de liberdade e de igualdade.
 Quando nós tivermos uma
degeneração, essas formas podem mudar,
modificando assim seus nomes e significados:
Tirania: a monarquia se torna tirania,
nessa a quantidade de representante
continua a mesma, só o que muda é que ao
invés de respeitar as leis, essa forma terá
um desprezo da ordem jurídica (leis);
Oligarquia/Despotismo: a uma forma impura/degenerada. Se o governo
aristocracia se torna a oligarquia, essa
representa riquezas desonestas, interesses
econômicos antissociais;
Demagogia: a democracia se torna a
demagogia, essa por sua vez, representa o
governo das multidões rudes, isso porque,
sem os ideais de igualdade e liberdade elas
não conseguem ter um discurso unificado.
É pouco falado, tanto na teoria do
estado como na ciência política.
Ele como Historiador, em seu livro
‘História’ fez uma análise do processo de
criação de várias cidade-estado. E ele chega
nas mesmas conclusões de Aristóteles na
quantidade de governo. Existem 6 formas,
sendo 3 boas e três ruins. E umas às outras
se sucedem naquilo que ele chama de ciclo
(algo que muda de tempos em temos,
geralmente por modo de sinergia).
Ele se diverge de Aristóteles em dois
pontos:
Primeiro porque Aristóteles chama de
demagogia, ele chama de oclocracia.
E segundo, discorda também com
relação a diferenciação de forma de governo,
pois para Ari o que diferencia as formas é a
intencionalidade do governante (se ele tiver
interesses individuais forma boa, interesse
coletivo ruim). Para Políbio, ele diz que se o
governo se pauta no uso exclusivo da força é
se pauta no uso do consenso/legitimidade:
forma pura de governo.
É um autor mal visto porque era um
absolutista.
Seu livro mais marcante é o chamado
“República”.
Ele se torna muito importante pois, é o
primeiro autor especificamente a tratar sobre
o conceito moderno de soberania. Por
tanto, sem um poder absoluto atribuído as
mãos de um monarca/princípio, ele não
conseguiria manter a existência do Estado.
Seja porque ele sofreria golpes internos ou
porque ele poderia ser atacado por outras
nações.
 Aula do dia: 17 de maio de 2021. Após alguns anos, ele escreve sua obra

é extremamente “O Príncipe”, como muitos apontam, na

tentativa de conquistar a monarquia. Então ele
importante analisar o pensamento político e a
escreve um manual, que serviria de base para
sua evolução, isso porque, sem considerar a
os monarcas de como se manter no poder
análise do pensamento político ao passado,
naquela Itália, naquele momento. No entanto,
ao presente e ao futuro, a gente não consegue
um pouco depois de entregar o livro, o reinado
pensar em soluções para problemas do
cai e instaura-se na Itália a República.
Estado que são problemas muito antigos e
precisam de solução, mas podem ser É perceptível que a grande

encontradas no antes, para pensar no agora e preocupação do autor é o Estado SEMPRE.

projetar no depois. Pois como bem diz Paulo Ele não está preocupado com a melhor forma

Bonavides, “é impossível se compreender o de Estado, mas está preocupado com o

que é, sem compreender o que há sido”. É presente. Ou seja, quando ele escreve suas

preciso entender o que foi, o que é e o que obras, não está tentando dizer como o Estado

pode ser. deve ser assim como os outros autores

faziam, ele está dizendo como o Estado é,
naquele momento (no presente).
Ou seja, o que Maquiavel faz é rejeitar
É extremamente marginalizado, toda aquela tradição idealista de Platão,
injustiçado e mau estudado. Aristóteles, sobre como estado deve ser.
Sua principal obra foi “O Príncipe”. Para falar sobre o Estado a partir de um ponto
Não dá para se analisar um autor com de partida e de chagada claro, é a chamada
uma lente da atualidade, ou seja, não se pode realidade concreta. Ele tem sim uma
tentar compreender ele com a mente de hoje. preocupação legítima, seu grande
Temos sempre que fazer um mergulho nas questionamento é:
condições históricas e sociais na qual aquele
autor estava situado.
Quando ele escreve “O Príncipe”, a
Itália vivia um momento de estrava
fragmentação política. Ele nasce em 1469, a
Itália era completamente fragmentada
(política, geográfica e juridicamente).
A única coisa que ele sabia fazer era Ele faz uma enumeração de coisas
trabalhar no estado, exercendo as funções do para que possamos tentar compreender:
próprio estado.
 A primeira coisa que ele fala é que O primeiro passo para conseguir
precisamos compreender qual é a natureza resolver o problema do Estado é conhecer a
humana e qual é a importância da história na história e ter uma compreensão sobre a
vida das pessoas. Quando ele fala da natureza da pessoa.
natureza humana, ele quer dizer que: você Segunda coisa importante no
príncipe/rei/súditos, precisam saber qual é Maquiavel: ele tem três conceitos, ele diz que
natureza das pessoas, o que elas precisamos entender os postulados da
representam e como se comportam na vida anarquia, do principado e da república.
em sociedade. Ele chega à conclusão que os A expressão , significa
homens são ingratos, volúveis, covardes
ausência absoluta ou completa de Estado, o
ante ao perigo e ávidos por lucro. Lembre-
objetivo dessa expressão é acabar com o
se que para compreender o porquê ele
Estado. Isso porque, eles partem do
chegou a essa conclusão, importante lembrar
pressuposto de que o Estado não é
seu contexto histórico/social, ou seja, ele
necessário, apenas traz mais males do que
estava inserido num círculo social em que foi
bem.
abandonado pelos próprios amigos, foi jogado
Maquiavel por sua vez, é um estadista.
e trancafiado em uma prisão sendo que ele
Então quando ele percebe que a própria
exercia sua função de maneira regular, dessa
sociedade pode colocar um fim no Estado, ele
forma, ele enxergou que quando as pessoas
diz que analisando a sociedade, temos dois
veem o lucro elas abandonam as outras.
tipos de forças sociais muito fortes e que
E quando Maquiavel fala sobre
podem gerar conflitos tão grandes que isso
história, ele faz uma anotação inicial muito
pode ocasionar uma anarquia. Essa
importante que é a seguinte: não podemos
instabilidade para Maquiavel, decorre de duas
conhecer a história apenas para um mero
forças sociais: de um lado aqueles que são
exercício de erudição, ele diz que conhecer a
dominados e que lutam contra a submissão
história é essencial para que a gente
e do outro lado aquele que estão no topo da
consiga tecnicamente resolver o problema
cadeia da submissão e que querem
do Estado. Vai dizer que, apenas
continuar impondo a sua vontade.
compreendendo o estado como ele era,
resgatando o passado como ele era,
utilizando-se do presente e aplicando-se para
o futuro é que nós vamos conseguir chegar de O conflito entre essas forças pode ser
fato ao conhecimento a respeito do Estado. tão grande a ponto de gerar a anarquia.
 Então para Maquiavel, é necessária Quando as condições sociais puderem
uma maneira de encontrar respostas que colocar em risco a existência do Estado,
permitam uma equalização entre essas Maquiavel diz que precisamos do Principado.
forças sociais, para evitar a anarquia. E as Ou seja, a monarquia em si vai atuar para
respostas que ele apresenta para evitar a termos o agente de transição.
anarquia e resolver esse problema/impasse, Vejamos uma representação das duas
são duas: respostas de Maquiavel para evitar a
Ele vai dizer que para evitar a anarquia anarquia:
e controlar as forças sociais que se
contrapõem são: podemos adotar o A nação está A sociedade
ameaçada e é encontra formas de
principado ou a república. Ou seja, não tem
preciso um governo equilíbrio;
como ele ser o “pai” do absolutismo se ele firme;
O Príncipe não é um O povo é “virtuoso”,
está dizendo expressamente que pode ser
ditador, é apenas um por ter passado por
o principado OU a república, não fazendo agente de essa transição de
transição. Estado.
menção nenhuma de preferência. Quem vai
não é preciso
definir se será principado ou a república, não
necessariamente a sociedade passar pelo
é a maioria, não é a vontade do governante,
principado, ou seja, caso ela já tenha uma
não é uma decisão política, quem vai
forma de equilíbrio/já é estável, pode ir
determinar se a organização será uma ou
diretamente para a república.
outra é a situação ou o contexto social, ou
seja, se nós estivermos em uma situação de Maquiavel tem mais dois conceitos

extrema ameaça a nação, de manifesta chave, importantíssimo para a teoria dele,

instabilidade política em que para evitar a quais sejam:

anarquia, seja preciso se ter um poder mais O primeiro conceito é o de “ ”,

absoluto, nesta situação precisamos do esse por sua vez trata-se de uma deusa grega
Principado, MAS CUIDADO O PRÍNCIPE e que quando era conquistada pelos homens,
NÃO É UM DITADOR, É UM AGENTE DE ela dava a eles muita riqueza, ou seja, um
TRANSIÇÃO PARA A REPÚBLICA. Ele símbolo de prosperidade, glória e poder, mas
admite desde sempre, portanto, que o também representa o imprevisível, a sorte, o
principado é somente um caminho para acaso. Qualquer pessoa que tenha
alcançar a república. fortuna/bens/riqueza, pode se tornar um
E quando se chega na República? governante/um príncipe. No entanto,
Quando a sociedade encontrou formas de Maquiavel diz que o difícil não é se tornar
equilíbrio. Então se houver estabilidade príncipe, é permanecer no poder.
social, pode-se ter a república. É por isso que só a fortuna não
funciona.
 O segundo conceito é de “ Para que se possa compreender o
Hobbes com exatidão, faz-se necessário
”, se refere as qualidades que são tidas
compreender o que ele chama de “estado de
como necessárias para que o governante
natureza”.
possa exercer a função. Ou seja, para que se
O Hobbes é um contratualista, ou
possa conquistar e manter o Estado o príncipe
seja, são os que defendem que a criação do
precisa apresentar algumas
Estado surgiu a partir de um contrato social,
qualidades/características que lhe permitam
contrato hipotético assinado por todas as
assumir e permanecer no poder.
pessoas que criou o Estado.
Maquiavel diz na obra:
Quando se pensa no contratualismo,
O Príncipe não precisa
pode-se pensar basicamente em três
NECESSARIAMENTE ter as virtudes que
momentos: a) inicial, estado de natureza é o
apresenta ao povo, MAS APENAS FINGIR
estado pré social, representa a colocação das
POSSUIR.
pessoas antes da existência do Estado no
Ou seja, para ele a virtude está
geral; b) após, vai gerar a existência do
relacionada com a capacidade de agir
contrato social; c) quando o contrato social é
conforme a necessidade, independente de
criado, gera o Estado.
ser praticar uma boa ou má conduta (uma
espécie de flexibilidade moral – na prática,
ele diz que você não pode ter uma moral Estado Contrato Estado
infalível, pois ele precisa ser maleável). de Social
Natureza
“É melhor ser temido, do que ser
amado”
Hobbes, portanto, por ser um
Maquiavel diz isso pois, o medo não
contratualista, parte do pressuposto que os
pode ser fingido, mas o amor sim.
homens viviam naturalmente sem poder e
sem organização até o momento que
decidiram criar o Estado. E essa criação do
Diferentemente do Maquiavel, ele é de Estado por meio do contrato social criou
fato absolutista. regras de convívio social e de subordinação

Livro “Leviatã”, ele diz que o Estado política.

precisa ser igual o Leviatã, ou seja, a grande “Os homens naturalmente serão
característica é impor o medo sobretudo e conduzidos a um estado de guerra do
sobre todos. homem contra todos os homens.”
 Ou seja, quando se fala do homem em a) as pessoas costumam
si ele chega à conclusão de que todos nós se atacar para decidir quem vai
somos biologicamente iguais, então a juntar mais bens, mais posses,
natureza humana é basicamente igual para quem será mais bem sucedido, ou
todo mundo. No entanto, ele chega a primeira seja, se atacam visando o lucro;
conclusão: o homem não aceita que outro seja
b) se não for a principal,
igual a ele o bastante para ser vitorioso sobre
é uma das mais principais. Ele diz
ele, ou seja, o maior medo das pessoas em
que o fato de não saber o que o
sociedade é o fato de que embora sejamos
outro está pensando e
todos igual, não sabemos o que o outro está
principalmente de achar que o outro
pensando – nós conhecemos apenas à nós
está querendo tomar o que é meu,
mesmos. E essa falta de conhecimento
vai me fazer achar com justo receio
sobre o outro, faz com que tenhamos uma
de ser atacado. PARA EVITAR UM
suposição da decisão que o outro irá
ATAQUE, EU PRECISO ME
tomar.
ANTECIPAR E ATACAR
Sem a existência do Estado, a
PRIMEIRO;
conclusão mais natural e razoável é que o
c) os homens se imaginam
outro está tentando me atacar e tirar o que é
meu. Então antes de ser atacado, ele diz que fortes, inteligentes, sábios e essas

vai atacar para se defender e vencer o outro. suposições sobre o que eles

É exatamente essa conceituação de Hobbes pensam a respeito de si, vai gerar

sobre “o homem é o lobo do homem”. Pois uma sensação/visão de que eles

senão existir um estado que esteja têm uma reputação na vida em

controlando e reprimindo as condutas, sociedade. Então quando sentem

fazer guerra contra os outros é a solução que essa reputação é humilhada,

mais racional. Sem o Estado para limitar a pode gerar um problema.

vida em sociedade, os homens vão se opor Portanto, o Estado de Natureza é uma

contra os homens. condição de guerra, ou seja, sem a figura do

Para Hobbes, existem basicamente Estado a consequência natural é um Estado

três causas principais de discórdia entre os de Guerra. Pois cada homem se imagina,

homens: poderoso, traído, humilhado.

No entanto, ele vai além, no estado
leviatã ele chega à seguinte conclusão: se não
houver um estado para impor a ordem
ninguém irá ceder a sua liberdade.
 Ou seja, o Estado precisa ser dotado de
pleno poder, pois os homens precisam ser
forçados ao respeito. E essa força vai
representar inclusive, a imaginação humana.
Pois terá a impressão de que cada um só vai
receber aquilo que o governante determinar.
Agora se tem ao menos uma noção do
que o outro vai fazer, porque quando surge o
Estado e quando o Estado determina as
regras que vão regulamentar a vida em
sociedade, tem-se pelo menos uma noção
básica de como o outro vai agir, ainda que ele
não aja 100% da maneira determinada.
Ele vai dizer, portanto, que o Estado é
uma condição de existência da própria
sociedade, pois se não tivermos um Estado a
consequência natural é a aniquilação da
sociedade, não teremos mais pessoas na
vida em sociedade. Para as pessoas viverem
em sociedade, faz-se necessário a existência
de um ESTADO COM PODER ILIMITADO.
O contrato social de Hobbes é sui
generis (de um gênero específico – ninguém
sabe o que aquela coisa é de fato), ou seja,
antes tinha o estado de natureza, durante é o
momento da assinatura e depois o surgimento
do estado. Na hora que assinam o contrato
(hipoteticamente), o estado só foi criado
depois de assinado, mas o Estado não
“assinou” o contrato. Temos um contrato que
foi assinado somente por uma das partes
(os súditos). Após criado o contrato, não se
pode voltar no tempo.
A segunda consequência é que o
Estado não está obrigado a nada, tendo em
vista que, ele somente assinou o contrato
após a sua criação, ou seja, ele pode fazer o
que bem entender na vida das pessoas.
A ideia então é que se constitui o
estado para criar um terceiro imparcial que vai
regular os conflitos da vida em sociedade.
Para o Hobbes, esse terceiro imparcial será o
Estado, já que é absoluto.
A ideia de igualdade e liberdade:
como o estado hobbesiano era um estado
leviatã, ele vai dizer que nesse estado a ideia
de igualdade e liberdade não existe. Na
verdade, ela está completamente restringida.
Quem define o grau, o nível e a forma de
exercício da liberdade e igualdade no contrato
social de Hobbes é o Estado. Pois, as pessoas
que tentam se amparar nesses ideais podem
causar guerras e conflitos. Resta aos
homens contudo, uma única liberdade: se o
estado falhar na proteção dos seus bens ou se
sua vida estiver em perigo e o Estado não
tutelá-la de forma adequada, aí sim os
homens têm a liberdade de se “desligar” do
estado e não precisam mais obedecer a ele.
No entanto, CUIDADO!! ESSA LIBERDADE
NÃO É COLETIVA, MAS SIM INDIVIDUAL.
Ele diz que o Estado dele é marcado
pelo medo, temor e pela propriedade. Os
homens não possuem direito de propriedade,
pois entende que estado de natureza quando
sede espaço ao Estado, ele sede TUDO a ele.
Tudo pertence ao estado e tudo é
controlado pelo Estado.
 A justificativa para que Hobbes seja
absolutista é que ele escreveu o Leviatã
durante a Revolução Gloriosa (revolução mais
sangrenta da Inglaterra). Naquele cenário
caótico, entendia que a única forma de se
ter um Estado que segurasse o estado de
guerra contra todos os homens seria um
Estado Absolutista.
Dessa forma, ainda que a visão de
Locke seja um estado repleto de paz e a
harmonia, a existência de um Estado faz-se
necessária pois existem pessoas que podem
quebrar essa paz e para essas pessoas
precisa criar um estado.
Trocadilho para não se confundir entre
John e Hobbes:
John = BOM
Hobbes = RUIM
A outra diferença entre Locke e Hobbes

Quando ele escreve a obra “Dois é em relação à teoria da propriedade,

tratados sobre o governo civil”, vai se vejamos:

contrapor ao Hobbes. Para Hobbes, a Para Locke, como a

propriedade propriedade já existe
Inclusive, o Locke é considerado como somente surge com antes do estado de
o pai do liberalismo, ou no termo mais o Estado, que é o natureza e é anterior
dono dela e faz o a criação do estado,
técnico o pai do direito de propriedade. que quiser com ela. o direito de
O Estado também propriedade é um
Locke é o primeiro autor que a defender
pode suprimi-la dos direito natural do
de fato a existência de um estado que precisa súditos a qualquer indivíduo que NÃO
tempo. PODE SER
conservar e garantir o direito de propriedade.
VIOLADO PELO
ESTADO.
Locke compreendia a
propriedade como a posse de bens móveis
Para Hobbes o Para Locke, acredita
estado de natureza é que antes das e imóveis.
um estado de guerra criações das regras A visão que se tem de contrato social
do homem contra jurídicas, as pessoas
todos os homens, ou tem direito à direitos é completamente diferente para Locke.
seja, marcado pelo naturais (inerentes a
medo e pelo temor, própria vida). Antes
sobre os seus da criação do
governados. Estado, os homens
viviam de forma
originaria num
estado pré social e
pré político, que era
revestido da mais
pura igualdade e
liberdade, ou seja, o
estado de natureza é
de relativa paz,
concórdia e
harmonia.
 Para Hobbes, o Para Locke, o Portanto, Hobbes e Locke são
contrato que é contrato social é um
completamente opostos por conta do período
formalizado entre as pacto de
pessoas, representa consentimento, ou histórico que existiram.
um impacto de seja, as pessoas de
submissão (não forma livre, e com o
pode mudar aquelas objetivo de
circunstâncias) consolidar e
preservar ainda
mais direitos que já Sua obra mais conhecida é o chamado
existiam no estado “Contratos Sociais”.
de natureza, criam o
Estado. Então, o Rousseau foi extremamente importante
Estado vem para não somente pelo desenvolvimento do
melhorar e
aprimorar, não Estado, mas para o conceito de povo e
para tirar o que é soberania popular. Ou seja, a ideia de que o
das pessoas.
poder está centralizado na mão do povo,
Outra coisa importante para Locke, é a
que representam o corpo moral coletivo cuja
questão da sociedade política ou civil.
as expressões são as que os homens nascem
Para Locke, não importa qual é a
livres e de que tenham a oportunidade de
forma de governo que o Estado vai assumir
exercer o poder político.
(democracia, aristocracia) desde que o
É o autor de base para a Revolução
governo cumpra com a sua finalidade
Francesa, ou seja, os ideais de liberdade,
(proteger e assegurar a propriedade), esse
igualdade e fraternidade são previstos por ele.
governo estará dentro daquilo que se espera.
A ideia de soberania popular para ele,
O conceito de direito de resistência,
não pertence ao Estado, mas sim ao povo.
em Hobbes só existe uma única liberdade (os
E em regra, esse poder precisa ser exercido
homens dentro do Estado, só tem a liberdade
de forma direta, ou seja, o Rousseau é o que
de se voltar contra o soberano de forma
se chama de paladino da democracia direta, é
INDIVIDUAL). Para Locke, essa liberdade é
o grande defensor da democracia direta.
COLETIVA, quando o Estado deixar de
Dessa forma, ele diz que a única forma de
atender os interesses coletivos, quando
termos decisões políticas adequadas é por
começar a atuar contra o direito de
meio de uma decisão popular direta. Ele
propriedade, ele se tornará uma tirania e
NÃO ACREDITA a ideia de representação
quando se tornar assim, colocará a sociedade
política.
em uma espécie de guerra contra o Estado.
Ou seja, o direito de resistência, é o
direito conferido ao povo inclusive para o
uso da força contra o exercício legal do
poder como forma de proteção.
 No entanto, ao final do seu livro ele diz movimentos
que talvez a democracia direta seja uma
sociais, históricos, culturais e políticos que
utopia, pois em primeiro lugar ela só serve
redundaram na criação das Constituições.
para países muito pequenos e em segundo,
Ou seja, a ideia da criação de uma
ela só funcionaria em um regime composto
constituição, seu objetivo central é limitar o
por deuses porque todos são iguais e
poder político do Estado, é impor barreiras
todos podem exercer a posição política de
a esse poder. É trazer a garantia de direitos
forma igualitária.
fundamentais para os cidadãos daquele
Essa visão dele sobre igualdade e
estado. Dessa forma, é dizer ao próprio
liberdade é muito importante, pois quando se
Estado que existem questões que ele não
teve a Declaração Universal do Direito do
pode tutelar.
Homem e do Cidadão, o art. 6º que prega a
Essa ideia é muito próxima ao princípio
ideia de igualdade política, fala
da legalidade, sua consequência direta ao
expressamente que a vontade geral precisa
Estado é que: ele somente pode fazer
trazer a máxima da igualdade para todo
qualquer coisa desde que tenha
mundo.
autorização normatiza (em regra legal).
Por fim, o objetivo por trás do conceito
Aula do dia: 19 de maio de 2021.
de Separação de Poderes é a necessidade se
colocar freios/limites à atuação do Estado,
para se evitar que tenha um Estado
Absolutista. E para assegurar que tenhamos
A ideia da Separação de um Estado onde cumulativamente o exercício
Poderes surge como uma forma de luta e de de um poder equilibrado e consequentemente
imposição de limites contra o poder do a garantia dos direitos individuais, coletivos e
Estado, que sempre foi previsto nas figuras sociais.
mais antigas. Quando se fala da Teoria Geral
da Separação de Poderes, queremos
identificar como é que o Estado tem a sua Quando se fala de “Teoria Geral da
atuação limitada dentro da vida em Separação de Poderes”, estamos falando
sociedade. tecnicamente da organização de poderes.
Esse conceito de Separação de Então quando se fala dessa Separação,
Poderes se desenvolve de forma muito podemos compreender o estudo da dinâmica
próxima ao conceito de constitucionalismo. dos três poderes do nosso Estado Federal
(país). São elas: a) poder legislativo; b) poder
executivo e c) poder judiciário.
 3 Poderes = 3 Funções
A expressão “funções” é um termo
mais técnico, pois a utilização da expressão
“poderes” pode passar a ideia de serem
distintos e não é essa ideia que se quer
passar, isso porque, só se tem um poder que
é aquele transferido pelo povo ao Estado para
regulamentar a vida em sociedade.
a) sua principal
função é o exercício da atividade
legiferante (criação de normas/leis);
b) sua principal
função é a responsabilidade de
administração e gerenciamento do
país, do estado ou do município;
c) sua principal
função é resolver os conflitos, dizer
o direito. Analisar a situação social
e identificar o conflito, dizendo
quem tem direito a algo.
é a pretensão qualificada por
um interesse resistido (conflito).
A Constituição Federal de 1988,
estabelece em seu artigo 2º:
São Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
um poder não está
diretamente submetido ao outro, ou seja,
ambos estão no mesmo plano;
um realiza a fiscalização
indireta do outro.
Qual a importância da Separação de
Poderes atualmente? Pois estamos falando
de uma cláusula pétrea – é o conjunto de
direitos e garantias tidos por fundamentais por
uma constituição, e que em função da sua
importância máxima ao Poder Constituinte
Originário, não podem ser objeto de
abolição, extinção ou redução. Ela pode ser
alterada, caso for incluir direitos.
Levando em consideração que a nossa
constituição tem 33 anos, ela não aborda
todos os problemas da nossa atual sociedade,
por esse motivo todas as constituições
possuem mecanismos formais de alteração,
as chamadas “emendas constitucionais”.
A Constituição poderá ser
emendada mediante proposta:
[...]
§ 4º Não será objeto de deliberação
proposta de emenda tendente a abolir:
[...]
III – a separação dos poderes;
 Pessoas defendem que quem foi o pai Em sua obra o “Segundo Tratado Sobre
da concepção teórica dessa teoria, foi o o Governo”, ele também trata sobre a
Aristóteles. Pois no seu livro “A Política”, ele separação de poderes. No entanto, é
traz o conceito de três funções. diferente, primeiro porque ele diz que existem
O Locke também traz no seu livro, apenas dois poderes: o poder executivo ou
sobre o estado ter dois poderes ou duas federativo e poder legislativo. E segundo,
funções. quando ele fala do poder Executivo, ele vai

Já o Montesquieu, na visão do fizer que a função importante é convocar o

Professor é de fato o pai da teoria. poder legislativo, isso porque o poder

executivo é permanente, diferentemente do
legislativo que deve ser convocado de tempos
em tempos.
Em seu livro “A Política” mais Ou seja, o poder judiciário no Locke é
especificamente quando ele aborda a uma espécie de sub poder que se encontra
“organização da pólis”, ele usa a expressão dentro do executivo.
das “funções estatais”. Ou seja, a) é
expressamente ele diz sobre uma função
aquele que garante o cumprimento
TRIPARTITE do Estado, sendo elas:
das leis e garante o bom
a) cuja função é criar funcionamento da cidade, ele
normas gerais de observância também julga e resolve os conflitos.
geral; Todas as vezes que o poder político
b) aplicar tais normas ao atuar dentro dos limites da pólis, chamará o

caso concreto (administração); poder de Executivo. Quando ultrapassar os

limites da pólis, chamará o poder de
c) julgar dirimindo conflitos
Federativo.
oriundo da execução de normas
gerais nos casos concretos.
Quando ele escreve sobre a separação
de funções, nesse momento, não está falando
da separação como uma forma política, ou
seja, sua preocupação não é limitar o poder
político do Estado. A única preocupação, é
com o funcionamento orgânico da pólis.
 b) tem uma visão
como poder supremo (superior),
possui algumas características: a) é
provisório, apesar de supremo não
se pode ser permanente; b) é a
primeira lei positiva e fundamental
de todas as comunidades, a competências ou de funções típicas, ou seja,
consequência é que somente o
Legislativo pode fazer as leis; c) o
poder legislativos e as leis devem:
(I) respeitar as leis naturais; (II) se
destinar ao bem
comum/coletividade e não ao grupo
de interesses específicos; (III)
assegurar a propriedade; e (IV) não
transferir o poder concedido pelo
povo a terceiros.
Não pode ser considerado o pai, pois
ele não está falando de uma forma política em
que a principal característica seja limitar o
poder, mas garantir o equilíbrio entre as
instituições. Portanto, na forma clássica da
separação ele não pode ser considerado o
pai: a) não prevê os três poderes e b) não
busca o equilíbrio. E isso pode gerar
disfuncionalidades no Estado.
É o grande autor da Teoria Geral da
Separação de Poderes. Sua obra principal é
“O Espírito das Leis”.
Capítulo 11: é o que fala sobre a
limitação do poder e sobre a separação dos
poderes. Ele diz que, cada uma das funções
(as três), percebe que cada um desses
poderes (legislativo, executivo e judiciário)
foram criados para o desenvolvimento de
a própria natureza desses poderes é marcada
por uma natureza específica.
Por exemplo, a função típica do poder
executivo é administrar, a função pela qual ele
foi criado. Já a função típica do poder
legislativo, é criar normas. E por fim, a função
típica do poder judiciário é resolver conflitos.
Quando ele vai analisar o contexto
histórico de evolução dos outros países,
principalmente da França, ele percebe que
durante muito tempo o mundo foi marcado por
autoritarismos e uma das principais
lembranças na sua tese, está relacionada as
penas capitais aplicadas pela igreja. Então,
quando se acontecia algo de errado, o estado
e a igreja criavam leis para impor castigos, o
mesmo estado e igreja administravam os
castigos e os dois também julgavam o caso. E
a consequência disso é que havia a execução
tirânica de leis, o exercício do poder político
extremamente abusivo, a falta de equilíbrio na
sociedade.
“Quando, na mesma pessoa ou no
mesmo órgão, o poder legislativo está
reunido ao poder executivo, não existe
liberdade; porque se pode temer que o
mesmo monarca ou o mesmo senado crie
leis tirânicas para executá-las
tiranicamente”
 Ele vai além e diz que da mesma forma,
não existe liberdade se o poder de julgar
estiver atrelado no poder executivo e
legislativo, porque se você pode ao mesmo Surge desde 1803, nos EUA. Mas foi

tempo julgar e criar leis o poder sobre a vida e muito aprimorada pelos autores: John Adams,

a liberdade do cidadão seria extremamente James Madison e Alexander Hamilton, os

arbitrário, já que o mesmo juiz seria o federalistas.

legislador. Essa importância da teoria veio com o

Chega à conclusão de que é da papel de que esse poder que veio junto com a

natureza humana, que o homem que detenha separação e com a teoria tinha como objetivo

o poder tenda a abusar do poder, ou seja, até atenuar a supremacia do Legislativo. Porque

a virtude precisa de limites. E a única forma de em um primeiro momento, quando tivemos os

se evitar um abuso do poder, é que pela três poderes o Legislativo tinha um poder

disposição das coisas, o poder limite o imenso, pois era o único que podia limitar a

próprio poder. Ou seja, o poder político vida das pessoas.

precisa encontrar mecanismos em que ele Caso Marbury vs. Madison de 1803: é
mesmo possa se autoconter. Uma espécie de um marco para muitas coisas no direito,
autorregulamentação do poder. inclusive a teoria da separação de poderes.

É por esse motivo que ele vai dizer que Esse caso foi no momento em que um dos

tais poderes possuem funções típicas e que presidentes dos EUA havia feito a nomeação

precisam ter a possibilidade de se controlar de uma pessoa para exercer o cargo de

reciprocamente, também diz sobre as ideias secretário do estado, quando aquele

de freios e contrapesos, ou seja, presidente sai e o novo entra no poder, ele

mecanismos de fiscalização e controle quis dissolver todas as nomeações feitas.

recíproco. Logo, o Marbury entra com uma ação contra o

A preocupação central em tratar de Madison (secretário) pedindo que o judicial

separação de poderes, não é para defender intervisse nesse caso. E o juiz foi o primeiro a

que um está acima do outro. Está preocupado falar sobre a separação dos poderes e

em limitar o poder político e evitar principalmente sobre a ideia dos freios e

arbitrariedades. contrapesos. A decisão diz expressamente:

“As funções precisam ser
fracionadas entre vários órgãos, que, por
sua vez, colaboram no exercício de cada
uma delas mediante controles recíprocos”.

Primeiro, ele ajuda a
evitar a tirania. Segundo, ajuda a limitar a
autoridade e impedir arbitrariedades. Terceiro,
ajuda a preservar a liberdade individual.
Vejamos o quadro dos motivos:
1) Evitar a tirania;
2) Limitar a autoridade impedindo
arbitrariedades;
3) Preservar a liberdade individual.
O sistema de controle recíprocos
que prega não somente a harmonia entre os
poderes, mas também a ideia de
independência, foi fundamental para que o
Executivo e o Judiciário saíssem
fortalecidos e estivesse em um pé mais
próximo de igualdade com os outros
poderes.
A teoria dos freios e contrapesos se
aplicou na organização político brasileira por
meio do constitucionalismo, ou seja, do
processo das criações das constituições
brasileiras.
Foi a primeira Constituição do Brasil.
Foi a constituição do Brasil Império.
Mais ou menos em 1822, Dom Pedro
viu a necessidade de que o Brasil tivesse um
ordenamento jurídico próprio, porque até
então o que tínhamos era uma aplicação das
ordenações afonsinas e manuelinas, ou seja,
o sistema jurídico de Portugal no Brasil.
Dom Pedro cria uma comissão de
juristas para elaborarem a constituição.
Quando ele recebe o projeto de
constituição, acaba percebendo que ele não
havia recebido poder nenhum, que o poder
dele como imperador não valia de nada. Ele
então rasga a constituição e promove no país
aquilo que se atende por “noite da agonia”,
porque ele mandou prender todos aqueles
que elaboraram o projeto.
Após esse momento, ele junta outras
pessoas que faziam parte de um partido
político e elaboram uma nova constituição,
dessa vez ele além dos poderes clássicos
(legislativo, executivo e judiciário), foi
acrescentado um novo poder que nunca
existiu em nenhuma teoria, o chamado “Poder
Moderador” – única vez que se teve esse
poder, basicamente era um poder atribuído ao
Imperador que seria considerado uma
espécie de chave para toda a organização
política. Então, Dom Pedro poderia decidir o
que quisesse.
Foi a Constituição da República. E foi
feita dois anos depois da independência do
Brasil.
 Essa constituição teve forte influência
Em 1945, Vargas sai do poder com
da constituição norte americana, tanto é que o
vários problemas.
nome era “Constituição dos Estados
É a primeira onda de democratização
Unidos do Brasil”. Adotou-se a separação
no Brasil. Retornando-se à previsão anterior,
dos poderes clássicos: Poder Legislativo,
assegurando a tripartição de poderes
Poder Executivo e Poder Judiciário.
idealizada por Montesquieu.

Foi a primeira constituição social do

No papel, ela trazia a separação de
Brasil, cria pela primeira o voto das mulheres.
poderes, no entanto na prática não funcionava
E no que diz respeito a separação de
assim. Portanto, a previsão da Tripartição de
poderes ele mantém a forma clássica de
Poderes permaneceu formalmente prevista,
Montesquieu, contudo, ele distribui uma
trazendo ainda vedação da delegação de
espécie de poder para o senado federal que
Poderes.
tinha a capacidade de fazer uma interlocução
Por fim, teve a centralização no Poder
entre os outros poderes. O problema é que
Executivo Federal (Presidente da República
três anos depois o Vargas faz o chamamos de
fortalecido).
“autogolpe”. Em 1937, ele instaura uma
Ditadura no Brasil e a desculpa que ele dá é:
ameaça do comunismo internacional.
É a constituição atual do Brasil.
Ela repete a ideia clássica da
separação de poderes. O que significa dizer
É a chamada constituição polaca, pois
que os poderes são independentes e
ela lembra muito uma constituição polonesa
harmônicos, conforme o art. 2º?
que era muito autoritária. Vargas basicamente
criou essa constituição para adquirir o poder
todo para ele.
O Poder Legislativo passa a ser
exercido pelo Parlamento Nacional com a
colaboração do Conselho de Economia
Nacional e do Presidente da República. De
caráter autoritarista, assegurava ao
Presidente poderes muito amplos.
 1) possuem
autonomia de funcionamento.
Cada função é exercida dentro de
determinada parcela de
competências asseguradas
constitucionalmente, por meio do
poder constituinte originário;

2) devem coexistir em
meio ao sistema, como se fossem
um organismo, com equilíbrio,
sintonia, integração e
proximidade.
Quando se fala de competências ou de
separação de poderes, existem dois tipos de
funções: a) típicas: basicamente, são aquelas
que estão alinhadas ao próprio poder, ligado a
natureza do órgão; b) atípicas: embora seja
originariamente pertencente ao outro órgão,
também pode ser exercida por outro poder.

Na teoria dos “Freios e Contrapesos” só

o poder pode frear o poder. Portanto, os
poderes entre si se limitam, se fiscalizam, se
regulam para evitar seus abusos e exercer um
controle recíproco entre si. Daí a necessidade
de que cada poder seja autônomo e
constituído de pessoas e grupos diferentes.
Aula do dia: 24 de maio de 2021.