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UNIVERSIDADE FEDERAL

DE MINAS GERAIS

SEGURANÇA E TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO


DE QUÍMICA

RELATÓRIO III :
 EXPERIÊNCIA III – CROMATOGRAFIA EM CAMADA
DELGADA

BELO HORIZONTE
19 DE ABRIL DE 2012
 OBJETIVO

Utilizar da técnica de cromatografia em camada delgada (CCD) para análise


de amostras de substâncias e também a determinação da ocorrência de
isomerização.

 MATERIAL UTILIZADO

- Equipamentos: Béquer de 50 mL, tubos capilares, placas cromatográficas


previamente preparadas, cubas de vidro, vidros de “penicilina”, iodo sólido, papel
de filtro e espátula.

- Reagentes: Tolueno, azobenzeno, benzidrol, benzofenona, acetona.

 INTRODUÇÃO

A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela está


fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que
ocorre devido a diferentes interações, entre duas fases imiscíveis, a fase móvel e
a fase estacionária. A grande variedade de combinações entre fases móveis e
estacionárias a torna uma técnica extremamente versátil e de grande aplicação.
A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por
comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de
compostos, separando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos
componentes de uma mistura.
As diferentes formas de cromatografia podem ser classificadas
considerando-se diversos critérios, sendo alguns deles: classificação pela forma
física do sistema cromatográfico (cromatografia planar e em coluna); classificação
pela fase móvel empregada (cromatografia gasosa, líquida e supercrítica);
classificação pela fase estacionária utilizada (fases sólidas, líquidas e
quimicamente ligadas) e classificação pelo modo de separação (adsorção,
partição, troca iônica, exclusão ou misturas desses mecanismos).
Dentro da cromatografia planar temos a cromatografia em camada delgada
(CCD). A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção
líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela diferença de afinidade dos
componentes de uma mistura pela fase estacionária. Por ser um método simples,
rápido, visual e econômico, a CCD é a técnica predominantemente escolhida para
o acompanhamento de reações orgânicas, sendo também muito utilizada para a
purificação de substâncias e para a identificação de frações coletadas em
cromatografia líquida clássica.
(http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/atual.pdf)

 PARTE EXPERIMENTAL

PARTE I : Isomerismo cis-trans no Azobenzeno

- Procedimento:
Aplicou-se em uma placa cromatográfica, usando um tubo capilar, uma gota
de azobenzeno, próximo a uma das bordas laterais.
A placa foi exposta a própria luz elétrica por cerca de 20 minutos. Adicionou-
se à cuba o solvente a ser utilizado na eluição.
Fez-se uma segunda aplicação de azobenzeno na placa com a solução que
permaneceu no escuro. A placa foi introduzida, da forma correta, na cuba de
eluição e esta foi tampada. Aguardou-se até que o solvente chegasse a cerca de
1 cm abaixo da extremidade superior da placa.
Houve a remoção da placa para o exterior da cuba e fez-se a marcação,
com o auxílio de uma lapiseira, da posição atingida pelo eluente. Após a total
evaporação do solvente, foram medidas as distâncias entre o ponto de aplização
da amostra e a frente do eluente, bem como do ponto de aplicação e o centro de
cada uma das manchas. Calculou-se os Rf’s e as manchas foram associadas ao
cis-azobenzeno e ao trans-azobenzeno.

PARTE II : Identificação dos Compostos Benzidrol e benzofenona

- Procedimento:
Uma pequena quantidade da substância A foi transferida para um frasco
pequeno e adicionou-se três gotas de acetona para dissolver a substância.
Aplicou-se a solução na placa próxima a uma das bordas laterais.
Em um segundo frasco pequeno e de modo semelhante, uma pequena
quantidade da substância B foi dissolvida em um pouco de acetona. A nova
solução foi aplicada próxima a outra borda lateral da placa.
A placa foi eluída com tolueno. Marcou-se a frente do eluente e aguardou-se
até que o solvente tivesse evaporado.
Introduziu-se a placa na cuba reveladora (contendo iodo sólido). Esperou-se
até que as manchas pudessem ser visualizadas. Aplaca foi removida e fez-se o
contorno das manchas utilizando-se de uma lapiseira. Efetuou-se as medidas
para o cálculo dos Rf’s.
As manchas foram associadas ao Benzidrol e à Benzofenona, em função da
polaridade.
- Montagens:

Desenho esquemático de
uma cromatoplaca.

Desenho esquemático da eluição da cromatoplaca.


 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Placa cromatográfica I: Azobenzenos

 Distância Percorrida pelo


eluente: 7,5cm

 Substância A (azobenzeno pós


fotoisomerização):
Distância percorrida: 1,5 cm

 Substância B (azobenzeno sem


fotoisomerização):
Distância percorrida: 4,5cm

Cálculo do Rf:
Rf= (Distância percorrida pela substância)/(Distância percorrida pelo
eluente)
RfA = 1,5/7,5 = 0,2
RfB = 4,5/7,5 = 0,6

Discussão:

Azobenzeno Trans Azobenzeno Cis


Analisando o momento dipolar de cada uma das moléculas de
Azobenzeno podemos perceber que o momento dipolar do Azobenzeno Cis é
maior que o do Azobenzeno Trans, portanto, o isômero cis é mais polar que o
trans. Na cromatografia em camada delgada substâncias mais polares tendem a
ficar retidas na fase estacionária (que é polar também) e substâncias menos
polares tendem a ser arrastadas pela fase móvel. Considerando esse
comportamento é possível concluir que a substância A é o Azobenzeno Cis e a
substância B é o Azobenzeno Trans.
Podemos identificar a presença de azobenzenos trans na aplicação A,
porém estes existem porque a fotoisomerização feita não foi completamente
eficiente.

Fotoisomerização do azobenzeno

Placa cromatográfica II: Benzidrol e Benzofenona

 Distância Percorrida pelo


eluente: 7,5cm

 Substância A:
Distância percorrida: 3,0 cm

 Substância B:
Distância percorrida: 4,0cm
Cálculo do Rf:
Rf= (Distância percorrida pela substância)/(Distância percorrida pelo
eluente)
RfA = 3,0/7,5 = 0,4
RfB = 4,0/7,5 = 0,53

Discussão:

Benzidrol Benzofenona

Analisando a estrutura do Benzidrol e da Benzofenona é possível afirmar


que ambos são polares, devido a presença dos grupos álcool e cetona. Porém o
grupo álcool do benzidrol é mais polar que o grupo cetona da benzofenona,
devido a possibilidade da hidroxila fazer ligações de hidrogênio mais fortes que a
cetona.
Como o Benzidrol é mais polar ele ficará mais preso à fase estacionária,
portanto subirá menos. Ou seja, ele é a substância A. Já a Benzofenona ficará
menos preso à fase estacionária e subirá mais. Ou seja, ela é a substância B.

 CONCLUSÃO

A cromatografia em camada delgada é eficiente para a identificação de


duas ou mais substâncias através do conhecimento da polaridade das mesmas.
Com ela é possível identificar substâncias com grupos funcionais diferentes,
isômeros, entre outras. No experimento realizado, foram diferenciadas duas
duplas de compostos de forma satisfatória.

 REFERÊNCIAS
[Introdução]

http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07/atual.pdf - Acesso em 23/04/2012

[Resultados e discussões]
Azobenzeno - http://es.encydia.com/pt/Azobenzeno - Acesso em 23/04/2012

 ANEXOS

QUESTIONÁRIO 3:

1) Em que consiste a técnica CCD?


R: A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção
líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela diferença de afinidade dos
componentes de uma mistura pela fase estacionária. Por ser um método simples,
rápido, visual e econômico, a CCD é a técnica predominantemente escolhida para
o acompanhamento de reações orgânicas, sendo também muito utilizada para a
purificação de substâncias e para a identificação de frações coletadas em
cromatografia líquida clássica.

2) Em que situações CCD pode ser utilizada como técnica de


separação/purificação? Justifique.
R: Para, por exemplo, separar compostos orgânicos a partir de extratos naturais.
Nesse caso o extrato é primeiro submetido à cromatografia em coluna e
posteriormente à cromatografia em camada delgada, onde misturas são
identificadas e as substâncias separadas.

3) Complete a tabela abaixo:

Substância Estrutura Polaridade (ordem Rf


decrescente)

Cis-azobenzeno

Cis-azobenzeno
>
Trans-azobenzeno
Trans-
azobenzeno
Benzidrol
Benzidrol >
Benzofenona

Benzofenona

4) Qual azobenzeno foi utilizado na atividade? Justifique.


R: Utilizou-se o trans-azobenzeno, uma vez que esta é sua configuração antes de
passar pela fotoisomerização. Após esse processo, ele transforma-se em cis-
azobenzeno, que também foi utilizado na atividade.

5) Qual deles é o mais estável? Por quê?


R: . Por várias razões o isômero cis é menos estável do que o isômero trans. Um
dos motivos é que o isômero cis tem uma conformação distorcida e é menos
deslocalizada do que a conformação trans. Dessa forma, o cis-azobenzeno
poderá relaxar termicamente para a forma trans via isomerização cis-trans.

6) O que ocorreu durante a irradiação da luz? Equacione a reação química


correspondente ao processo.
R: Sabendo-se que os azo-derivados possuem a ligação N=N, que é
fotoquimicamente sensível na região do visível, há a isomerização do composto.
A esquematização correspondente ao processo citado pode ser vista abaixo:

7) Identifique as substâncias A e B.
R: A = Benzidrol
B = Benzofenona

8) Como a confirmação da identidade dessas substâncias poderia ser feita,


utilizando CCD?
R: Considerando o caráter mais polar do Benzidrol e menos polar da
Benzofenona, a CCD confirma a identidade dessas substâncias (A e B)
analisando-se o quanto cada uma delas foi “arrastada” pelo solvente. Assim, a
que ficasse mais retida seria o Benzidrol e a que fosse mais arrastada seria a
Benzofenona.

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