Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Questão 1
A lei da utilidade marginal decrescente diz-nos que, quanto maior for a
quantidade consumida de um bem, menores são os acréscimos de satisfação ou utilidade
associados ao consumo de mais uma unidade do mesmo.
Questão 2
A lei da utilidade marginal decrescente pressupõe que:
1) o consumidor é capaz de medir a utilidade ou satisfação que retira do consumo
de diferentes quantidades do bem, ou seja, é capaz de atribuir um valor à sua
satisfação;
2) o consumo de todos os outros bens permanece constante.
Questão 3
A satisfação ou utilidade que um consumidor retira do consumo de um bem pode
ser medida de duas formas:
- Utilidade Total: a satisfação que o consumidor retira do consumo de determinada
quantidade de um bem, que vai variar com a quantidade consumida.
- Utilidade marginal: acréscimos de satisfação obtidos pelo consumidor com o
consumo de mais uma unidade do bem.
Vamos estudar o comportamento dos dois tipos de satisfação com a quantidade
consumida através dos respectivos gráficos, como nos é pedido.
Comecemos por representar a curva da utilidade total e analisemos o seu
comportamento.
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (2006/2007)
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados
11
10
9
8
7
utilidade total
6
5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6
quantidade consumida
4
utilidade marginal
0
0 1 2 3 4 5 6
quantidade consumida
Questão 4
A curva de procura individual relaciona a quantidade procurada ou consumida de
um bem por parte de um consumidor individual com o respectivo preço, ou seja, dá-nos a
quantidade de um bem que o consumidor está disposto a adquirir para cada preço. Esta
curva é decrescente o que significa que q o consumidor só está disposto a adquirir
quantidades superiores de um bem se o seu preço diminuir.
Isto acontece devido ao facto da Umg ser decrescente.
Umg=Acréscimo de satisfação ou benefício que o consumidor retira do consumo
de mais unidades do bem
Preço=Sacrifício que o consumidor tem que suportar para consumir mais unidades
do bem
O consumidor só vai estar disposto a consumir maiores quantidades de um bem se
o seu preço diminuir pois este representa o sacrifício que tem que fazer para adquirir o
bem, enquanto a Umg representa o benefício com o seu consumo.
Como o benefício que retira do consumo é decrescente com a quantidade
consumida, então o sacrifício que está disposto a fazer para adquirir o bem também é
cada vez menor, ou seja, o preço que está disposto a pagar pelo bem para consumir
maiores quantidades vai ser cada vez menor.
Questão 5
A curva de procura de mercado relaciona a quantidade procurada do bem por
todos os consumidores nele interessados com o respectivo preço.
A curva de procura de mercado vai resultar do comportamento de procura
individual de todos os consumidores que fazem parte do mercado, ou seja, todos os
consumidores que desejam consumir esse bem. Assim, a quantidade procurada no
mercado para cada preço vai ser igual à soma das quantidades procuradas por cada
consumidor.
15
10
preço
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5
quantidade
Questão 6
Os factores que influenciam a procura de um bem são: o preço do bem; o
rendimento do consumidor; o preço dos outros bens; os gostos ou preferências do
consumidor. Outros factores podem ainda ser apontados tais como, as expectativas do
consumidor; factores culturais do meio onde está inserido.
Questão 7
Quando analisamos a procura de um bem através da curva da procura estamos a
relacionar explicitamente a quantidade procurada do bem com o respectivo preço,
supondo que todos os outros factores que não o preço permanecem constantes (hipótese
ceteris paribus).
Quando se constrói a curva da procura até aqui todos os outros factores que
influenciam a quantidade procura que enunciámos na questão anterior são supostos
constantes.
Questão 8
O bens consumidos podem ser classificados de acordo com a influência de
variações do rendimento sobre a quantidade procurada dos mesmos.
Temos então:
- Bens normais: alterações do rendimento provocam variações do mesmo sinal da
quantidade procurada, por exemplo, um aumento do rendimento aumenta a
quantidade procurada. Estes bens dividem-se ainda em bens de primeira necessidade,
se a alteração da quantidade é menos do que proporcional em relação à alteração do
rendimento, e bens de luxo, se a alteração da quantidade é mais do que proporcional
em relação à variação do rendimento;
- Bens inferiores: alterações do rendimento provocam alterações de sinal contrário da
quantidade procurada, por exemplo, um aumento do rendimento provoca uma
diminuição da quantidade procurada.
8.1. Se aumenta o rendimento do consumidor então ele vai poder e querer consumir mais
de um bem normal mesmo que o seu preço não se tenha alterado, o que corresponde a
deslocar a curva da procura para a direita.
Preço r
quantidade
Questão 9
Os bens podem também ser classificados de acordo com a influência de variações
no preço de outros bens consumidos sobre a quantidade procurada do bem.
Assim temos:
- Bens substitutos se alterações do preço de outro bem provoca alterações com sinal
contrário da quantidade procurada do bem. Por exemplo, um aumento do preço de um
substituto provoca um aumento da quantidade procurada do bem;
- Bens complementares se alterações do preço de outro bem provoca alterações com o
mesmo sinal da quantidade procurada do bem. Por exemplo, o aumento do preço do
bem complementar provoca uma diminuição da quantidade procurada do bem;
- Bens independentes se alterações do preço de outro bem não tem qualquer influência
sobre a quantidade procurada do bem.
Como exemplos dos primeiros temos os bens que satisfazem o mesmo tipo de
necessidades diferindo apenas ligeiramente as suas características, tais como refrigerantes
de marcas diferentes, o Cinema Dolce Vita e Forum, livros de capa duro (hardback) ou
mole (paperback), livros e fotocópias.
Os bens complementares são bens que os consumidores necessitam de consumir em
conjunto para satisfazerem uma determinada necessidade, como por exemplo, cinema e
pipocas, bife e batatas fritas, café e tabaco, saídas e bebidas.
Como exemplos de bens independentes temos o pão e os livros, ou o chá e o
turismo.
Questão 10
Se o bem A é complementar do bem B e o seu preço diminui então a quantidade
procurada do bem B vai aumentar.
A diminuição do preço do bem A permite aumentar o seu consumo mas como ele
é consumido em conjunto com B, apesar do preço deste não se ter alterado, a respectiva
quantidade procurada vai também aumentar.
PB
QB
Para cada preço a quantidade procurada é agora superior pelo que a curva da
procura se desloca para a direita.
Questão 11
A elasticidade preço da procura dá-nos a variação relativa da quantidade procurada do
bem na sequência de uma variação relativa unitária do preço do bem.
A procura de um bem é classificada como elástica quando o valor da elasticidade preço
da procura é inferior a –1 ou, em valor absoluto, superior a 1. Assim, as procuras de
ervilhas e electricidade são ambas elásticas.
A procura de um bem é classificada como inelástica quando o valor da elasticidade preço
da procura é superior a –1 e inferior a 0 ou, em valor absoluto, inferior a 1 e superior a 0.
Assim, as procuras de cinema e viagens de avião são ambas inelásticas.
Questão 12
A elasticidade rendimento da procura dá-nos a variação relativa da quantidade procurada
do bem na sequência de uma variação relativa unitária do rendimento do consumidor.
Um bem diz-se normal quando a respectiva elasticidade rendimento da procura é positiva.
Assim, automóveis, mobiliário e água são bens normais.
Um bem diz-se inferior quando a respectiva elasticidade rendimento da procura é
negativa. Assim, margarina e transportes públicos são bens normais.
Questão 13
A elasticidade rendimento da procura dá-nos a variação relativa da quantidade procurada
de um bem A na sequência de uma variação relativa unitária do preço do bem B.
Dois bens bem dizem-se substitutos quando a respectiva elasticidade preço cruzada da
procura é positiva. Assim, manteiga/margarina e electricidade/gás natural são bens
substitutos.
Dois bens bem dizem-se complementares quando a respectiva elasticidade preço cruzada
da procura é negativa. Assim, entretenimento/restauração e cereais/peixe fresco são bens
complementares.
Até aqui analisámos várias facetas da procura de um bem a partir de uma curva da
procura negativamente inclinada, cuja justificação assentou na lei da utilidade marginal
decrescente. Ora esta lei pressupõe que o consumidor é capaz de atribuir valores
concretos à satisfação que retira do consumo de um bem. Esta teoria do consumidor é por
isso conhecida por teoria cardinal da procura.
Existe outra teoria que explica o comportamento do consumidor, conhecida por
teoria ordinal da procura, que chega também a uma relação negativa entre quantidade
procurada e preço sem pressupôr que o consumidor atribui valores específicos à
satisfação, mas apenas que ele é capaz de ordenar as diferentes combinações de consumo
de acordo com a diferente satisfação que delas retira.
Questão 14
Essencial à dedução da curva da procura nesta nova teoria é o conceito de curva
de indiferença.
Genericamente, uma curva de indiferença dá-nos todas as combinações de
consumo de dois bens que conferem ao consumidor o mesmo grau de satisfação total.
Supondo, por exemplo, que o consumidor consome apenas dois bens, X e Y,
então a curva de indiferença dá-nos todas as combinações de consumo de X e Y que
conferem ao indivíduo o mesmo grau de satisfação total.
Bem Y
III
II
I
Bem X
Questão 15
A curva de indiferença é uma curva decrescente e convexa.
É uma curva decrescente pois quanto mais se consome de um bem menor terá que
ser a quantidade consumida do outro para que a utilidade total não se altere.
É uma curva convexa pois quanto maior for a quantidade consumida de um bem
menor é a quantidade do outro bem a que podemos prescindir de forma a manter a
utilidade total constante.
A taxa marginal de substituição de um bem X dá-nos a quantidade do bem Y a
que o consumidor tem que prescindir para aumentar o consumo do bem X em 1 unidade e
manter a utilidade total constante.
Questão 16
A recta do orçamento dá-nos as combinações de consumo de dois bens, X e Y,
que o consumidor pode adquirir com o seu rendimento e é representada por uma recta
com a seguinte equação:
Preço X x Quant Cons X + Preço Y x Quant Cons Y = Rendimento
Questão 17
O equilíbrio do consumidor vai resultar do problema de maximização da utilidade
total face ao rendimento disponível, ou seja, da melhor afectação (melhor do ponto de
vista da utilidade) do rendimento entre o consumo dos vários bens.
As curvas de indiferença informam-nos sobre a utilidade total associada a
diferentes combinações de consumo.
A recta do orçamento dá-nos as combinações de consumo que o consumidor pode
adquirir com o seu orçamento.
Em equilíbrio o consumidor irá a escolher a combinação de consumo que lhe
confere a maior satisfação e respeita a sua restrição orçamental.
Em termo gráficos vai corresponder ao ponto de tangência ou ponto em que a
recta do orçamento toca a curva de indiferença mais afastada da origem possível face ao
seu rendimento.
Bem Y
Ponto de equilíbrio
Bem X
Questão 18
Segundo nos é dito no exercício, a satisfação que o consumidor retira do consumo
de qualquer uma das cinco combinações de consumo de X e Y é igual, pelo que em
termos de satisfação é indiferente ao consumidor a escolha de qualquer uma delas.
Mas é provável que às diferentes combinações correspondam diferentes valores
de despesa não podendo o consumidor escolher uma combinação que ultrapasse o seu
rendimento.
Temos então que calcular a despesa associada às diferentes combinações e
verificar qual é a que respeita a sua restrição orçamental.
Quant. Quant. Despesa X Despesa Y Despesa total
X Y (u.m.) (u.m.) (u.m.)
A 10 15,8 1000x10=10000 1157x15,8=18280,6 28280,6
B 12 13,7 1000x12=12000 1157x13,7=15850,9 27850,9
C 14 12,1 1000x14=14000 1157x12,1=13999,7 27999,7
D 16 10,9 1000x16=16000 1157x10,9=12611,3 28611,3
E 20 9,1 1000x20=20000 1157x9,1=10528,7 30528,7
Das cinco combinações consideradas apenas a combinação B corresponde a gastar
a totalidade do rendimento do consumidor. Todas as outras exigem um rendimento
superior.
Assim, a combinação de consumo óptima ou de equilíbrio corresponde a
consumir 12 unidades do bem X e 13,7 unidades do bem Y.
Se quiséssemos também poderíamos representar graficamente a escolha do
consumidor:
Se gastarmos todo o rendimento no consumo do bem X podemos adquirir no
máximo 27,85 unidades deste (=27850,9/1000). Se gastarmos todo o nosso rendimento
no consumo do bem Y podemos adquiri no máximo 24,1 unidades deste (=27850/1157).
Unindo os dois pontos de intersecção com os eixos obtemos a representação gráfica da
restrição orçamental deste consumidor.
Representando as cinco combinações para as quais o nível de preferência ou
satisfação do consumidor é igual e unindo-as obtemos a representação gráfica da curva de
indiferença à qual pertencem.
26
quantidade consumida do bem Y
24
22
20
18
16
B
14
12
10
8
6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
quantidade consumida do bem X
Questão 1
Suponhamos que se verificou um aumento da procura que vai levar o produtor a
aumentar a sua produção, para o que tem que variar a quantidade utilizada de factores.
O horizonte temporal das decisões de um produtor pode ser classificado em curto
ou longo prazo atendendo ao número de factores cuja quantidade utilizada varia para
responder ao acréscimo da procura.
Assim, diz-se que o produtor está a tomar uma decisão de curto prazo se existe
pelo menos um factor de produção cuja quantidade utilizada está fixa, ou seja, para
aumentar a quantidade produzida apenas varia a utilização de alguns factores de
produção. Por exemplo, se a empresa antevê que o aumento da procura é temporário,
então vai responder a essa procura acrescida utilizando mais matérias primas e
subsidiárias ou utilizando horas extraordinárias dos seus trabalhadores, mas não vai
construir novas instalações. No curto prazo, temos então factores fixos (edifícios,
máquinas) e factores variáveis (matérias, horas de trabalho).
Diz-se que o produtor está a tomar uma decisão de longo prazo se para variar a
quantidade produzida vai alterar a quantidade utilizada de todos os factores de produção.
Se, ao contrário do exemplo anterior, antevê que o aumento da procura é permanente
então a empresa decide construir mais edifícios e comprar mais máquinas, além de
utilizar mais matérias primas e subsidiárias e mais horas de trabalho. No longo prazo
todos os factores são variáveis.
Questão 2
Podemos começar por estudar a relação entre a quantidade de factores utilizada e
o produto obtido considerando o caso mais simples, aquele em que, no curto prazo, o
produtor utiliza apenas um factor variável, que para o nosso exercício é o trabalho.
O Produto Total corresponde à quantidade de produto obtida para cada
quantidade utilizada do factor variável, o trabalho.
2.1. O Produto Médio é a quantidade de produto por unidade de factor variável utilizada,
ou seja, é o produto que cada trabalhador produziu em média:
Produto total
Produto médio =
Quantidade de trabalho
4500
4000
3500
3000
produto total
2500
2000
1500
1000
500
0
0 1 2 3 4 5 6
quantidade de trabalho
Como podemos constatar a curva tem inclinação positiva, pelo que o produto total
aumenta com a quantidade de trabalho utilizada. Mas ela é também côncava o que
significa que o produto total cresce mas a um ritmo decrescente.
Representemos agora as curvas do produto total e do produto marginal,
Produto médio e marginal
2500
2000
1500
Produto médio
Produto marginal
1000
500
0
0 1 2 3 4 5 6
quantidade de trabalho
2.3. Como dissemos atrás a curva do produto total é côncava em relação ao eixo das
abcissas o que significa que o produto total cresce mas a um ritmo decrescente, ou seja, a
cada nova unidade de trabalho utilizada está associada um menor acréscimo do produto
(o que é o mesmo que dizer que o produto marginal é decrescente).
Este comportamento do produto total deve-se à já nossa conhecida lei dos
rendimentos decrescentes que nos diz que, utilizando uma empresa pelo menos um factor
fixo, a acréscimos sucessivos e iguais do factor variável estão associados acréscimos cada
vez menores de produto.
Ora se o produtor está a tomar decisões no curto prazo então, por definição, pelo
menos um dos factores que utiliza está fixo.
A lei dos rendimentos decrescentes é então a responsável pela concavidade da
curva do Produto Total e pela inclinação negativa das curvas do Produto Médio e do
Produto Marginal.
Questão 3
Suponhamos que o nosso produtor é uma exploração agrícola que no longo prazo
apenas pode variar a quantidade utilizada de terra e trabalho. Para obter o mesmo nível de
produção pode praticar uma agricultura intensiva, utiliza relativamente mais o factor
trabalho, ou uma agricultura extensiva, utiliza relativamente mais o factor terra. Existem
então várias combinações de terra e trabalho que permitem obter a mesma produção.
Consideremos que este produtor enfrenta uma restrição orçamental, i.é., uma
restrição nos custos, só podendo gastar 12um. Consideremos também os dados seguintes
relativos às combinações de terra e trabalho pertencentes a três isoquantas:
Produção=346 Produção=490 Produção=600
trabalho terra trabalho terra trabalho terra
A 1 6 2 6 3 6
B 2 3 3 4
C 3 2 4 3
D 6 1 6 2 6 3
3.1. O problema deste produtor é saber qual a combinação de terra e trabalho que deve
utilizar de forma a produzir o máximo mas respeitando a sua restrição orçamental.
São-nos fornecidas combinações de terra e trabalho que permitem obter três níveis
de produção diferentes, ou seja, que pertencem a três isoquantas diferentes. Por exemplo,
o produtor só pode escolher uma combinação que permite produzir 600 unidades se esta
não ultrapassar a sua restrição orçamental de 12 um.
Para sabermos qual a quantidade óptima de produção temos que saber qual o
custo associado às diferentes combinações de terra e trabalho de forma a verificar quais
as que respeitam a restrição orçamental de 12 um. Se mais do que uma combinação
respeitar esta restrição então a óptima será aquela que permite obter o maior nível de
produção.
Se Pt=2um e Pte=3um, podemos calcular o custo associado a cada uma das quatro
combinações das várias isoquantas:
Produção=346
trabalho terra Custo total
A 1 6 1x2+6x3=20
B 2 3 2x2+3x3=13
C 3 2 3x2+2x3=12
D 6 1 6x2+1x3=15
Produção=490
trabalho terra Custo total
A 2 6 2x2+6x3=22
B 3 4 3x2+4x3=18
C 4 3 4x2+3x3=17
D 6 2 6x2+2x3=18
Produção=600
trabalho terra Custo total
A 3 6 3x2+6x3=24
B
C
D 6 3 6x2+3x3=21
A combinação óptima corresponde à utilização de 3 unidades de trabalho e 2 de
terra e permite a obtenção de 346 unidades de produto. Esta é a única combinação das
três isoquantas que respeita a restrição orçamental do produtor.
Este problema do produtor, escolher a combinação de factores de produção que
maximiza a produção respeitando uma restrição orçamental ou de custos, pode também
ser facilmente resolvido através do recurso a um gráfico. Nesse gráfico têm que estar
representados os dois aspectos do problema: a quantidade de produto associada às
diferentes combinações de terra e trabalho, por um lado, e o custo das diferentes
combinações, por outro.
3.2. A equação da recta de isocusto, combinações de terra e trabalho que têm o mesmo
custo total, que corresponde a um custo total de 12um é dada por:
Preço trabalhoxQuantidade.Trabalho+Preço terraxQuantidade.Terra=Custo Total
2T+3Te=12
Para representarmos graficamente a recta precisamos de dois pontos sendo os
mais fáceis de determinar os pontos de intersecção com os eixos:
Te=0=>2T+0=12=>T=12/2=6
T=0=>0+3Te=12=>Te=12/3=4
Podemos já representar graficamente a recta de isocusto:
4
terra
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
3.3. Com os dados que temos podemos representar três isoquantas, combinações de terra
e trabalho que permitem obter o mesmo nível de produção. Quanto mais afastada da
origem estiver uma isoquanta, maior é o nível de produção que lhe está associado.
Mapa de Isoquantas
4
terra
3 Prod=600
2 Prod=490
1 Prod=346
0
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
1
Note-se que o problema que o produtor enfrenta é em tudo semelhante ao problema enfrentado pelo
consumidor: tendo em conta a sua restrição orçamental vai determinar a combinação de bens que maximiza
a sua utilidade total e respeita o orçamento. O produtor, tendo também em conta a sua restrição orçamental,
vai determinar a combinação de factores de produção que maximiza a quantidade produzida e respeita os
custos.
Equilíbrio do Produtor
4
terra
0
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
Questão 4
Consideremos agora que o nosso produtor, a exploração agrícola, enfrenta não
uma restrição orçamental, mas uma restrição na quantidade a produzir. O problema do
produtor agora é escolher a combinação óptima de terra e trabalho para produzir as 346
unidades de produto, ou seja, a combinação que permite obter este produto ao menor
custo. Novamente, a solução deste problema é analisada facilmente em termos gráficos
pelo que temos que representar no nosso gráfico todos os dados do problema do produtor.
Em primeiro lugar temos que representar as combinações de terra e trabalho que
permitem obter a produção pretendida, ou seja, temos que representar a isoquanta
correspondente à produção de 346 unidades do bem.
Em seguida temos que representar o custo associado à utilização de cada uma das
combinações de factores. Uma recta de isocusto dá-nos todas as combinações de terra e
4
terra
0
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
4.2. Se a empresa quiser produzir 346 unidades vimos que o pode fazer utilizando
diferentes quantidade de terra e trabalho. O seu objectivo será então produzir as 346
unidades utilizando a combinação dos dois factores que implique um menor custo, ou
seja, o seu objectivo é minimizar os custos.
A escolha da combinação de factores que minimiza os custos depende desde logo
do preço que a empresa tem de pagar pelos factores. Atendendo ao preço dos factores
podemos, para cada valor de custos, encontrar várias combinações de terra e trabalho que
correspondem a esse custo.
Uma recta de isocusto dá-nos todas as combinações de terra e trabalho que
implicam o mesmo custo e pode ser representada pela seguinte equação:
Preço trabalhoxQuantidade.Trabalho+Preço terraxQuantidade.Terra=Custo Total
Se Pt=2um e Pte=3um, podemos calcular o custo associado a cada uma das quatro
combinações da nossa isoquanta:
trabalho terra Custo total
A 1 6 1x2+6x3=20
B 2 3 2x2+3x3=13
C 3 2 3x2+2x3=12
D 6 1 6x2+1x3=15
Cada uma das combinações pertence a uma recta de isocusto diferente, para os
mesmos preços dos factores o custo total que lhe está associado é diferente.
Temos então que representar quatro rectas de isocusto diferentes. Para representar
uma recta precisamos apenas de dois pontos da mesmas e os pontos mais fáceis de
determinar são os pontos de intersecção com os eixos.
Vamos então escrever a equação da recta de isocusto á qual pertence cada uma
das combinações para ver como é que determinamos os pontos de intersecção:
7
6
5 CT20
4 CT15
terra
3 CT13
2 CT12
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
trabalho
Quanto maior for o custo total mais afastada da origem está a recta de isocusto.
As isocustos são rectas porque qualquer que seja o ponto da mesma, se quisermos
aumentar a quantidade utilizada de um factor em 1 unidade temos que prescindir sempre
da mesma quantidade do outro factor de forma a manter o custo total constante.
Custo Total=20
7
6
5
4
terra
CT20
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
trabalho
12
10
8 CT=20;pt=2;pte=3
terra
6
4
2 CT=20;pt=3;pte=2
0
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
4.3. Das quatro combinações aquela que implica um menor custo é a combinação C que
corresponde à utilização de 3 unidades de trabalho e 2 unidades de terra. Isto implica um
custo total de 12 um.
4.4. Em termos gráficos, para conhecermos a condição que garante que o produtor está a
escolher a combinação de factores que minimiza os custos tendo em vista a obtenção de
um determinado nível de produção, temos que considerar conjuntamente a isoquanta que
representa a restrição na quantidade a produzir que a empresa enfrenta e as várias
isocusto, que representam os níveis de custo das várias combinações da isoquanta.
O objectivo do produtor é então produzir 346 unidades de produto utilizando a
combinação de terra e trabalho com o menor custo possível.
Em termos gráficos isso acontece no ponto em que uma das rectas de isocusto
toca ou é tangente à isoquanta. A combinação correspondente é a que minimiza os custos.
Equilíbrio do Produtor
7
6
5
4
terra
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
trabalho
Questão 5
Este problema é semelhante ao anterior, ou seja, o problema do nosso produtor
consiste em saber qual a combinação de terra e trabalho que deve utilizar de forma a
produzir, agora, 490 unidades do bem.
trabalho terra Custo total
A 2 6 22
B 3 4 18
C 4 3 17
D 6 2 18
5.1. Temos quatro combinações de terra e trabalho que permitem obter as mesmas 490
unidades do bem, ou seja, que pertencem à mesma isoquanta:
Isoquanta (Produção=490)
4
terra
terra
3
0
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
5.2. Podemos novamente construir três rectas de isocusto uma vez que das quatro
combinações de factores duas têm o mesmo custo total:
trabalho terra Custo total Equação da recta Intersecção OX Intersecção OY
(Te=0) (T=0)
A 2 6 22 2.T+3.Te=22 T=22/2=11 Te=22/3=7,
B 3 4 18 2.T+3.Te=18 T=18/2=9 Te=18/3=6
C 4 3 17 2.T+3.Te=17 T=17/2=8,5 Te=17/3=5,7
D 6 2 18 2.T+3.Te=18 T=18/2=9 Te=18/3=6
Tendo os pontos de intersecção podemos já representar graficamente as três rectas
de isocusto:
Rectas de Isocusto
5
CT17
terra
4 CT18
CT20
3
0
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
5.3. Das quatro combinações que conhecemos, a combinação de terra e trabalho que
minimiza os custos é a combinação C que corresponde à utilização de 4 unidades de
trabalho e 3 unidade de terra e tem um custo total de 17um. Esta será a combinação que
5
terra
0
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
5.5. O preço do factor terra alterou-se pelo que temos que refazer o exercício para este
novo dado, ou seja, temos que determinar qual é agora a combinação de factores que
permite obter a produção de 490 unidades ao custo mínimo.
A isoquanta não sofre alterações temos é que desenhar novas rectas de isocusto
pois o preço de um dos factores alterou-se logo o custo total de cada combinação também
se altera.
trabalho terra Custo total Equação da recta Intersecção OX Intersecção OY
(Te=0) (T=0)
A 2 6 2x2+6x1=10 2.T+1.Te=10 T=10/2=5 Te=10/1=10
B 3 4 3X2+4x1=10 2.T+1.Te=10 T=10/2=5 Te=10/1=10
C 4 3 4x2+3x1=11 2.T+1.Te=11 T=11/2=5,5 Te=11/1=11
D 6 2 6x2+2x1=14 2.T+1.Te=14 T=14/2=7 Te=14/1=14
16
14
12
10 CT10
terra
8 CT11
6 CT14
4
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
trabalho
16
14
12
10
terra
0
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
Apesar de todas as isocusto serem rectas e decrescentes já não são paralelas pois
desenhámos dois conjuntos de isocustos diferentes para diferentes preços do factor terra.
Tendo em conta as novas isocusto já podemos determinar a nova combinação de
factores que minimiza os custos:
16
14
12
10
terra
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
trabalho
Questão 6
Já sabemos como relacionar a quantidade produzida com a quantidade de factores
utilizada e como determinar a combinação de factores que minimiza os custos de
produção de uma determinada quantidade.
Para a determinação da quantidade oferecida por cada empresa interessa-nos
raciocinar ao contrário, ou seja, ver como evoluem os custos em função da quantidade
produzida, aonde se chega facilmente a partir da análise anterior uma vez que os custos
de produção derivam da quantidade de factores de produção necessária para produzir uma
determinada quantidade.
O Custo Total é o custo associado à produção de uma determinada quantidade,
que varia com a quantidade produzida. Ao falarmos em custo total estamos a supor que é
6.1. Dispomos dos custos fixos e variáveis para vários níveis de produção pelo que
facilmente chegamos ao custo total:
quantidade Custo Custo Custo
produzida fixo Variável total
0 55 0 55+0=55
1 55 30 55+30=85
2 55 55 55+55=110
3 55 75 55+75=130
4 55 105 55+105=160
5 55 155 55+155=210
6 55 225 55+225=280
Como podemos verificar o custo total aumenta com a quantidade produzida
devido à utilização de maiores quantidades de factores variáveis, ou seja, porque aumenta
o custo variável.
O custo fixo não se altera com a quantidade produzida.
Custos de Produção
300
250
200 Custo fixo
custos
50
0
0 1 2 3 4 5 6 7
quantidade produzida
A recta do custo fixo é paralela ao eixo horizontal pois este não varia com a
quantidade produzida.
A curva do custo total tem inclinação positiva pois este aumenta com a quantidade
produzida devido ao aumento dos custo variáveis.
A curva dos custos variáveis tem o mesmo comportamento da curva do custo total
mas situa-se mais abaixo pois não inclui os custos fixos.
A diferença entre curva do custo total e curva do custo variável é constante e igual
ao montante de custos fixos.
6.3. A partir das noções de custos anteriores podemos chegar a outras essenciais para a
determinação da quantidade a produzir. São elas os custos médios e o custo marginal.
Comecemos por determinar os vários custos médios.
O Custo Total Médio, ou simplesmente Custo Médio, diz-nos quanto é que em
média cada unidade custa a produzir e obtém-se :
Custo Total
Custo Médio =
Quantidade Produzida
O Custo Fixo Médio diz-nos que parte dos custos fixos cabe em média a cada
unidade produzida e obtém-se:
Custo Fixo
Custo Fixo Médio =
Quantidade Produzida
O Custo Variável Médio diz-nos que parte dos custos variáveis cabe em média a
cada unidade produzida e obtém-se:
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 32
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (2006/2007)
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados
Custo Variável
Custo Variável Médio =
Quantidade Produzida
Custos de produção
90
80
70
60
custos
Como podemos constatar a curva do CFM é decrescente uma vez que, sendo o
custo fixo constante, à medida que aumenta a quantidade produzida é repartido por um
número cada vez maior de unidades produzidas.
Já o CVM e o CM têm um ramo inicial decrescente mas passam depois a ser
crescentes. Ou seja, inicialmente, quanto maior é a quantidade produzida menor é custo
médio, total e variável, associado a cada unidade. Mas para níveis de produção mais
elevados os custos médios passam a ser crescentes, i.é., quanto maior é a quantidade
produzida maior é o custo de cada unidade.
Na alínea 7 vamos ver o porquê deste comportamento dos custos médios.
6.5. Chegamos ao nosso último conceito de custos, o Custo Marginal, talvez o mais
importante no que respeita à determinação da quantidade a produzir.
O Custo Marginal corresponde ao acréscimo de custos associado a cada nova
unidade produzida:
Variação do Custo Total
Custo Marginal =
Variação da quantidade
0 55
1 85 (85-55)/(1-0)=30
2 110 (110-85)/(2-1)=25
3 130 (130-110)/(3-2)=20
4 160 (160-130)/(4-3)=30
5 210 (210-160)/(5-4)=50
6 280 (280-210)/(6-5)=70
Custos de Produção
100
80
custos
60 Custo médio
Custo marginal
40
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7
quantidade produzida
6.6. Atendendo à lei dos rendimentos decrescentes podemos já explicar o porquê da curva
de custos marginais ter um ramo decrescente e um ramo crescente.
A lei dos rendimentos decrescentes diz-nos que, inicialmente, se acrescermos o
factor variável mantendo um factor fixo, os acréscimos de produção são crescentes de
onde resulta que, para produzir mais uma unidade á necessária uma quantidade cada vez
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 34
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (2006/2007)
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados
menor de factor pelo que o custo de cada nova unidade é decrescente. Até aqui ainda não
entraram em acção os rendimentos decrescentes.
Mas como há pelo menos um factor que está fixo a partir de algum nível de
produção começará a ser sobre-utilizado e os rendimentos decrescentes vão começar a
fazer-se sentir: a cada nova unidade do factor variável está associado um acréscimo cada
vez menor da produção pelo que para acrescermos a produção sempre de uma unidade
temos que utilizar uma quantidade cada vez maior de factor pelo que o custo de cada
nova unidade é crescente.
6.7. Que relações podemos identificar entre o custo médio e o custo marginal? Olhando
para o gráfico vemos que:
- enquanto o custo marginal é inferior ao custo médio este é decrescente;
- quando o custo marginal é superior ao custo médio este é decrescente;
- os dois são iguais no ponto em que o custo médio é mínimo.
Que explicação para este comportamento?
Como custo médio corresponde ao custo por cada unidade produzida se a produção de
uma nova unidade tem um custo inferior à média das anteriores então vai puxar o custo
médio para baixo, se a produção de uma nova unidade tem um custo superior à média das
anteriores então vai puxar o custo médio para cima. Se a produção de uma nova unidade
tem um custo exactamente igual à média anterior então o custo médio é igual ao custo
marginal e atinge o seu valor mais baixo.
Esta nossa análise não responde contudo ao facto da curva da oferta ter inclinação
positiva uma vez que existe um intervalo de preços e quantidades para o qual a curva do
custo marginal tem inclinação negativa.
Porque é que então o produtor só produz quantidades para as quais os custos
marginais são crescentes?
A resposta a esta questão tem a ver com dos dois tipos de custos totais que o
produtor enfrenta, fixos e variáveis. Escrevamos então a função lucro com os dois tipos
de custos:
L = RT - CF - CV
O objectivo do produtor é maximizar os seus lucros pelo que poderíamos ser
levados a pensar que só lhe interessam produzir quantidades para as quais os lucros são
positivos. Mas tal não é exactamente assim pois, mesmo que não produza nada, o
produtor tem sempre que suportar os custos fixos.
Então, para determinada quantidade, mesmo que tenha prejuízo, se este for
inferior ao prejuízo de quando não produz nada (igual ao valor dos custos fixos),
interessa-lhe produzir.
Daqui resulta que vai produzir quantidades positivas desde que o preço seja igual
ao custo marginal e simultaneamente superior ao custo variável médio, logo na parte
crescente da curva de custos marginais:
L(Q=0) = 0-CF-0 = -CF
L(Q>0) = RT-CF-CV
Produz Q>0 se L(Q>0) for superior a L(Q=0) Ù
RT-CF-CV > -CF Ù
PxQ > CV Ù
P>CVM
Para P>CVM o produtor produz quantidades positivas e a curva da oferta coincide
com a parte crescente da curva do Cmg.
Para P<CVM, a quantidade produzida é nula pelo que a curva da oferta tem a
forma de um segmento de recta horizontal ao nível da origem.
Questão 2
Sabe-se que o produtor A actua no mercado do bem X e que tem a seguinte
função oferta:
50
45
40
35
30
preço
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
quantidade
Quanto maior for o preço do bem X, maior é a quantidade que o produtor A está
disposto a oferecer deste bem, devido aos custos crescentes.
Para além do produtor A, actuam neste mercado mais 99 produtores com idênticas
funções custo pelo que a quantidade de X que estão dispostos a oferecer para cada preço
é a mesma do produtor A.
Podemos assim facilmente determinar a oferta de mercado uma vez que esta
corresponde à soma de todas as ofertas individuais. Neste caso, para cada preço a
quantidade oferecida no mercado é igual à quantidade oferecida pelo produtor A vezes
100:
Oferta de Mercado
50
45
40
35
30
preço
25
20
15
10
5
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
quantidade
Questão 3
Para o mesmo mercado, conhecemos também a procura:
Curva da Procura
50
45
40
35
30
preço
25
20
15
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
3.1. Uma vez que conhecemos já a procura e a oferta de mercado podemos determinar o
preço de equilíbrio, ou seja, o preço para o qual a quantidade oferecida é exactamente
igual à quantidade procurada não desejando qualquer dos intervenientes, para esse preço,
alterar as quantidades transaccionadas:
Preço Oferta Procura Excesso de
Procura
15 446 1478 1032
18 524 1232 708
21 588 1056 468
24 644 924 280
27 694 821,3 127,3
30 739,2 739,2 0
33 781 672 -109
36 821 616 -205
39 858 568,6 -289,4
42 893 528 -365
44 916 504 -412
Equilíbrio de Mercado
50
45 Oferta
40
35
30
preço
25
20
15 Procura
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
3.2. Como podemos constatar para preços superiores ao preço de equilíbrio, 30, a oferta é
superior à procura, ou seja, há um excesso de procura negativo. Neste caso, produtores
que não conseguiram vender tudo o que produziram estão dispostos a oferecer X a um
preço inferior, mas à medida que o preço diminui a procura aumenta e a oferta diminui
pelo que o excesso de procura negativo é cada vez menor, até que deixa de existir quando
se restabelece o equilíbrio, ou seja, quando o preço volta a ser igual a 30.
50
45 Excesso de Oferta
40 Oferta
35
30
preço
25
20
15 Procura
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
3.3. Para preços inferiores ao preço de equilíbrio, 30, o excesso de procura é positivo, ou
seja, a procura é superior à oferta. Neste caso, compradores que não conseguiram adquirir
todas as unidades de X que desejavam estarão dispostos a oferecer um preço superior.
Mas à medida que o preço aumenta a procura diminui e a oferta aumenta tornando-se a
desigualdade cada vez menor até que desaparece quando é restabelecido o equilíbrio.
50
45 Oferta
40
35
30
preço
25
20 Excesso de Procura
15 Procura
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
1.2. Suponhamos que se trata de um ano agrícola muito mau devido às condições
climatéricas, o que se traduz numa escassez temporária de pão. Isto é, as quantidades
transaccionadas no mercado em equilíbrio são anormalmente baixas devido às más
condições climatéricas.
Dado que se trata de um bem essencial, isto pode significar que o preço de
equilíbrio é demasiado elevado no sentido que não vai permitir aos consumidores com
rendimentos mais baixos ter acesso às quantidades mínimas necessárias de pão.
Neste caso o Estado intervém fixando um preço máximo para o pão com o
objectivo de permitir o acesso ao mesmo por parte dos consumidores referidos
anteriormente.
Assim, o preço máximo fixado tem que ser inferior ao preço de equilíbrio do
mercado caso contrário não produziria os efeitos desejados. Se o mercado for deixado
funcionar livremente o preço que se vai estabelecer para o pão é o preço de equilíbrio.
Ora este preço é considerado demasiado elevado, logo não faria sentido fixar um preço
máximo superior ao preço de equilíbrio.
1.3. Sabendo que o preço máximo fixado é de 25, inferior ao preço de equilíbrio,
necessariamente terá que existir um desequilíbrio entre as quantidades procuradas e as
quantidades oferecidas pois só ao preço de equilíbrio é que estas se igualam.
45
40 Oferta
35
30
preço
25
20 Excesso de
15 Procura
10
5 Procura
0
310 320 330 340 350 360 370 380 390
quantidade
1.5. Com a fixação de um preço máximo este deixa de cumprir a sua função de
racionamento das quantidades uma vez que a procura é superior à oferta, i.é., não é
garantido que quem está disposto a pagar o respectivo preço pelo bem o consiga
efectivamente adquirir.
Neste caso vão surgir mecanismos alternativos de racionamento tais como as filas
de espera (quem está à frente na fila é quem consegue adquirir o bem), senhas de
racionamento ( o Estado distribui as senhas que dão direito a determinada quantidade do
bem pelos consumidores em função de algum critério), ou é o vendedor que decide a
quem quer vender o bem.
1.6. Como há compradores que não vão conseguir tudo o que queriam do bem estando
dispostos a pagar por ele um preço superior ao fixado pelo Estado estão criadas as
condições para que surja o mercado negro, i.é., um mercado à margem do mercado oficial
onde o bem é transaccionado a um preço superior ao fixado.
Questão 2
Os sobrelucros associados a cada decisão de produção são dados pela expressão,
Lucros = Receitas Totais - Custos Totais = PxQ – CMxQ
Hipótese 1
L=12,38x3,513-12,38x3,513=0
Oferta de Mercado
Procura de Mercado
Q
merc3 Q Qin=3,513 Q
Hipótese 3
L=30x7,392-16,212x7,392=101,92
Oferta de Mercado
P
merc
P =30 Procura Individual
Procura de Mercado
Q
merc Q ind
Q =7,392 Q
Questão 3
Para P=19,88 a quantidade que maximiza o lucro é 5,655. Se este produtor decidir
aumentar o seu preço para 21 para aumentar os seus lucros vai deixar de conseguir vender
o bem pois este é um mercado de concorrência perfeita em que os produtores são
tomadores de preços, i.é., a sua dimensão é tão reduzida face à dimensão do mercado
imediatamente os outros produtores absorvem os seus clientes se decidir vender acima do
preço de mercado.
Questão 1
A função custo total de longo prazo dá-nos o custo mínimo de produção de uma
determinada quantidade quando o produtor toma todos os factores de produção como
variáveis, ou seja, tem implícita a escolha da dimensão da unidade de produção que
permite produzir essa quantidade ao custo mínimo.
Já a função custo total de curto prazo dá-nos o custo mínimo de produção de uma
determinada quantidade quando o produtor toma pelo menos um factor de produção
como fixo, em geral a dimensão da empresa. Isto significa que, para dada dimensão da
empresa, nos dá o custo mínimo de produção da quantidade pretendida.
Questão 2
O equilíbrio de curto prazo de um produtor individual acontece quando o preço é
igual ao custo marginal. Nesta situação a empresa pode registar lucros positivos desde
que o preço seja superior ao custo médio. Mas a realização de lucros num mercado vai
atrair outros produtores.
Quando estudamos o equilíbrio de curto prazo do produtor estamos a supôr que o
número de produtores pode variar. Quando estudamos o equilíbrio de longo prazo, o
número de produtores a actuar no mercado está fixo.
Diz-se então que o produtor está em equilíbrio de longo prazo quando não há
qualquer incentivo à entrada ou saída de produtores do mercado. Como estas decisões são
função dos lucros realizados tal vai acontecer quando os produtores de concorrência
realizam lucros nulos, ou seja, quando P=Cmg=CM.
Se, por exemplo, os produtores estiverem a realizar lucros positivos, novos
produtores vão entrar no mercado o que provoca um deslocamento da curva de oferta de
mercado para a direita e logo uma diminuição do preço de mercado. Com a diminuição
do preço do mercado cada produtor vende agora uma quantidade inferior e vê os seus
lucros diminuírem. Se os lucros forem ainda positivos mais produtores entram no
mercado e novamente a curva da oferta se desloca para a direita e o preço desce. Quando
o preço tiver descido de forma que passa a ser igual ao custo médio os produtores deixam
de realizar lucros e não há novos produtores a querer entrar no mercado.
P Oferta de Mercado CP
Procura de Mercado
Qmerc Q Qind Q
Procura de Mercado
O lucro de cada produtor individual é agora menor mas ainda é postivo pelo que
ainda vão entrar mais produtores no mercado e novamente a oferta vai aumentar.
Consideremos que a nova situação é já a correspondente ao equilíbrio de longo
prazo.
Procura de Mercado
Questão 3
A curva de oferta de longo prazo de um mercado de concorrência pura e perfeita é
uma recta horizontal para o preço de mercado igual ao mínimo do custo médio, único
ponto em que este é igual ao custo marginal. Qualquer que seja a quantidade oferecida
pelos produtores o seu lucro é nulo.