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Age Alberto Trinta

Bruno Hermenegildo Luís

David João

Elsa de Célia Manuel

Felizarda José Viegas

Gabriela L.T.J.B.Vantitia

Hilario Domingos

Isaura Basílio João Joaquim

Joaquim António

Aplicação da 2a lei da termodinâmica

Licenciatura em ensino de Biologia com habilidades em Química

Universidade Rovuma

Nacala Porto

Dezembro de 2021
Age Alberto Trinta

Bruno Hermenegildo Luís

David João

Elsa de Célia Manuel

Felizarda José Viegas

Gabriela L.T.J.B.Vantitia

Hilario Domingos

Isaura Basílio João Joaquim

Joaquim António

Aplicação da 2a lei da termodinâmica

Licenciatura em ensino de Biologia com habilidades em Química

Trabalho em grupo de carácter avaliativo,


pertencente a cadeira de Química Física,
curso de Biologia, 4o ano II semestre.
Docente: Adélio Consula

Universidade Rovuma

Nacala Porto

Dezembro de 2021
III

Índice
Introdução............................................................................................................................... 4

Aplicação da 2a lei da termodinâmica. ................................................................................... 5

Enunciado de Kelvin-Planck: ................................................................................................. 5

Consequências imediatas do enunciado de Kelvin ................................................................ 5

Enunciado de Clausius: .......................................................................................................... 6

Motor térmico ou máquina térmica e a 2a lei da termodinâmica ........................................... 6

Eficiência térmica ................................................................................................................... 9

Refrigerador ........................................................................................................................... 9

Bombas de calor ................................................................................................................... 11

Equivalência entre os enunciados de Kelvin e Clausius ...................................................... 11

Processos reversíveis e irreversíveis .................................................................................... 12

O ciclo de Carnot.................................................................................................................. 13

Teorema de Carnot ............................................................................................................... 14

Entropia ................................................................................................................................ 14

Entropia: processos irreversíveis .......................................................................................... 15

A variação da entropia para vários processos ...................................................................... 16

Formulação da 2a lei da termodinâmica em termos da entropia .......................................... 17

Entropia e desordem ............................................................................................................. 18

Conclusão ............................................................................................................................. 19

Bibliografia........................................................................................................................... 20
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Introdução

A primeira lei da termodinâmica estabelece que, para um sistema que efectua um ciclo, a
integral cíclica do calor é igual à integral cíclica do trabalho. No entanto, a primeira lei não
impõe nenhuma restrição quanto à direcção do fluxo de calor e trabalho. Um ciclo, no qual
uma determinada quantidade de calor é cedida pelo sistema e uma quantidade equivalente de
trabalho é recebida pelo sistema, satisfaz a primeira lei da mesma maneira que um ciclo em
que as trocas de calor e trabalho se dão em sentido oposto. Todavia, sabemos da experiência
que não basta um ciclo obedecer somente à primeira lei para que ele ocorra. Esse tipo de
evidência experimental é que levou à formulação da segunda lei da termodinâmica. Dessa
forma, um ciclo termodinâmico só ocorrerá se a primeira e a segunda lei forem satisfeitas.

O principal significado da segunda lei envolve o facto de que processos ocorrem em


determinada direcção, e não na oposta. Uma xícara de café quente esfria em virtude da troca
de calor com o meio, mas o meio não cederá calor para a xícara de café quente retornar ao
estado inicial. Um carro, para subir uma colina, consome gasolina, mas, descendo-a, o nível
da gasolina no tanque não voltará ao inicial. Observações desse tipo e diversas outras são
evidências da validez da segunda lei da termodinâmica. SILVA (2019, P 73).

Na óptica do autor, a 2a lei da termodinâmica, age sobre as máquinas térmicas e ilustra-nos


que é impossível construir uma máquina térmica que tenha uma eficiência térmica de 100%.

O uso da 2a lei, não se limita à identificação da direcção dos processos, ela afirma que a
energia tem qualidade bem como quantidade. Entretanto, a 2a lei, oferece os meios
necessários para determinar a qualidade bem como o nível de degradação da energia durante
um processo.

A segunda lei da termodinâmica declara que certos processos são irreversíveis. Colocando
dois corpos em contacto térmico feito por uma parede diatérmica, o fluxo de calor é sempre
direccionado num certo sentido, que aproxima o sistema composto de um novo estado de
equilíbrio termodinâmico. O sistema nunca se afasta deste estado sem ajuda externa.
5

Aplicação da 2a lei da termodinâmica.

A 2a lei da termodinâmica, foi apresentada a partir dos estudos sobre máquinas térmicas
feitos pelo físico e engenheiro Sadi Carnot (1796-1832). Entretanto, Carnot não conseguiu ir
muito além em suas pesquisas. Um tempo depois, Rudolph Clausius retomou os trabalhos de
Carnot e, como resultado, elaborou a 2a lei da termodinâmica. Além disso, esta lei pode ser
também aplicada às máquinas térmicas, tratado proposto por Kelvin-Plank.

A segunda é que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria,


pois trata directamente do rendimento e da eficiência limitada das máquinas térmicas.

Os enunciados da 2ª Lei sempre enfatizam a impossibilidade de certos tipos de máquinas


operarem em processos cíclicos monotérmicos.
Enunciado de Kelvin-Planck:

O enunciado de Kelvin-Plank, esta relacionado com as máquinas térmicas e a conservação de


calor em trabalho.

“Não existe uma máquina térmica perfeita, isto é, não se pode construir certa máquina que,
operando ciclicamente, tenha como único efeito a extracção de calor de uma fonte de calor e
a realização de trabalho equivalente”. SILVA (2019, p76).

De acordo com esse enunciado, a substância de trabalho recebe ciclicamente uma certa
quantidade de calor Q1 da fonte quente, converte uma parte em trabalho e rejeita,
obrigatoriamente, uma quantidade de calor Q2 para uma fonte fria que se encontra numa
temperatura T2 menor que T1.
O mesmo enunciado implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um
rendimento de 100%, ou seja, por menor que seja, sempre há uma quantidade de calor que
não se transforma em trabalho efectivo.
Consequências imediatas do enunciado de Kelvin

 A agregação de calor por atrito a partir de trabalho mecânico é irreversível


 A expansão livre de um gás é um processo irreversível;
Com efeito, na expansão livre de um gás ideal é Podemos inverter este
processo, passando de um volume para com Poderíamos
depois voltar de para fechando um ciclo, por uma expansão isotérmica com
.
6

Enunciado de Clausius:
O enunciado de Clausius, relaciona se com a espontaneidade do fluxo de calor entre corpos.

“É impossível uma máquina, sem ajuda de um agente externo, conduzir calor de um sistema
para outro que esteja a uma temperatura maior”. REZENDE (2021, p44).
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta
para a mais baixa, e que para que o fluxo seja inverso é necessário que um agente externo
realize um trabalho sobre este sistema.
Segundo Marques, a 2a lei da termodinâmica, pode ser enunciada a partir de observações
experimentais:
É impossível para qualquer sistema sofrer um processo no qual ele absorva calor a uma dada
temperatura e converta todo o calor absorvido em trabalho, retornando a um estado idêntico
ao inicial. Neste enunciado, podemos concluir que é impossível que o calor passe
espontaneamente de um corpo mais frio para um corpo mais quente, como defende também
Clausius.
Nesta perspectiva, a 2a lei da Termodinâmica introduz uma restrição a 1a lei (ΔE = q – W), o
qual prediz que o trabalho produzido por um sistema durante uma transformação cíclica é
igual ao calor recebido.

Motor térmico ou máquina térmica e a 2a lei da termodinâmica

As máquinas térmicas, são aplicações directas da 2a lei da termodinâmica em nosso dia-a-dia.


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Fig.1, Motor ou máquina térmica.

A máquina térmica, é um dispositivo muito útil para compreender a 2a lei da termodinâmica,


visto que, ela transforma calor parcialmente em trabalho ou em energia mecânica.
As máquinas térmicas diferem consideravelmente uma da outra, mas todas são caracterizadas
pelo seguinte: Fig.1.
 Recebem calor de uma fonte de alta temperatura (energia solar, aquecedor a óleo,
reactor nuclear etc).
 Convertem parte deste calor em trabalho (geralmente sob a forma de um meio de
rotação eixo).
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 Rejeitam o calor restante para um sumidouro a baixa temperatura (atmosfera, rios


etc).
 Operam em um ciclo.
Geralmente, uma quantidade de matéria no interior da máquina recebe ou rejeita energia na
forma de calor, expande se e se comprime e, algumas vezes sofre transição de fase. Essa
matéria é chamada de substância de trabalho da máquina.
Uma máquina térmica ou motor térmico, produz trabalho a partir de calor, operando
ciclicamente. Pelo enunciado de Kelvin, isto é impossível com único reservatório térmico.
Precisamos ter pelo menos dois reservatórios térmicos a temperatura diferentes ,
Onde o reservatório da será uma fonte quente mais elevada e, frio o outro reservatório a
.
Neste sentido, podemos considerar um sistema de temperaturas diferentes que estão em
contacto e isolado da vizinhança por paredes adiabáticas:

Depois de um tempo, os corpos estarão em equilíbrio termodinâmico devido ao fluxo de calor


do corpo 1 ao corpo 2. A energia total do sistema permanece a mesma.
Este processo é explicado pelo enunciado de Clausius que defende sobre o reservatório
térmico, que é um sistema cuja temperatura não varia mesmo que seja adicionada ou
removida energia na forma de transferência de calor.
Nesta perspectiva, seja o calor fornecido ao sistema pela fonte quente (absorvido da fonte
quente) e, o calor fornecido pelo sistema à fonte fria (transferido à fonte fria) em cada
ciclo. Seja W o trabalho realizado pela maquina num ciclo. No entanto, pela 1a lei da
termodinâmica; W =
Com a conversão do sinal temos;

Não pode ser , Porque se fosse, não seria necessária a fonte fria: , teria sido
completamente convertido em W, que teríamos um motor ou maquina miraculoso, violando o
enunciado de Kelvin.
Também não pode ser isto porque equivale a absorver calor de ambas fontes. Com o
efeito, se fosse , bastaria estabelecer contacto térmico entre as duas fontes até que, por
condução do calor, fosse transferida uma quantidade de calor da fonte quente para a
fria, para trazer a fonte fria de volta a condição inicial.
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Neste caso, o resultado líquido seria a produção de trabalho retirando calor apenas de fonte
quente, o que violaria novamente o enunciado de Kelvin, por conseguinte, tem de ser
ou seja, W .
Isso pode se representar de forma esquemática e temos que:

Eficiência térmica

O investimento em energia térmica fornecida é representado por . O trabalho útil fornecido


é W, o calor é um sob produto não aproveitado. Entretanto, é natural definir o rendimento

ou eficiência

Com base a equação a cima descrita, podemos interpretar a eficiência de uma máquina
térmica como a razão entre o trabalho realizado e a quantidade de calor fornecido.

Da equação W temos,

Nota se que pela equação que equivale a , ou seja, o rendimento é

inferior a 100%.
A eficiência térmica de uma máquina térmica é sempre menor que a unidade.
A eficiência térmica é uma medida de eficiência da conversão de calor recebido por uma
máquina térmica em trabalho.
O aumento da eficiência, significa menor consumo de combustível e consequentemente
menores custos operacionais.

Refrigerador

É do conhecimento da maioria que, o calor é transferido na direcção da maior para menor


temperatura. O processo inverso, no entanto não pode ocorrer por si só. A transferência de
calor a partir de um meio de baixa temperatura a uma alta temperatura requer dispositivos
especiais que são os refrigeradores.
Numa máquina a vapor, a água é substância ou o agente que é submetida ao processo cíclico.
Num refrigerador, esse agente é o refrigerante que se escolhe com uma substância cujo calor
latente de vaporização é elevado, como a amónia ou freon.
O objectivo do refrigerador é remover o calor de um reservatório térmico (fonte fria aa
temperatura ) ex: interior de uma geladeira domestica, “transferindo calor para uma
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fonte quente aa temperatura ”. Literalmente, o objectivo é manter o ambiente refrigerado a


uma temperatura baixa através da remoção de calor.
Não é possível que seja , porque isso viola o enunciado de Clausius, é indispensável
fornecer um trabalho W para realizar o processo com W .
Os refrigeradores sendo dispositivos que trabalham em ciclos, o seu ciclo de refrigeração
frequentemente mais utilizado é o ciclo de refrigeração por compressão de vapor que envolve
quatro componentes principais: um compressor, um condensador, uma válvula de expansão e
um evaporador.
Na figura abaixo esta representado o fluxo associado a um refrigerador, vê-se que um
refrigerador, pode ser pensado como um motor térmico funcionando ao contrario, mas na
pratica, ele remove calor da fonte fria evaporando se e transfere calor a fonte quente
condensando-se.

Fig. 2 Esquema de funcionamento de um refrigerador.

No funcionamento do refrigerador, nota se que o compressor comprime o fluido refrigerante.


Isto eleva a pressão e temperatura do fluido refrigerante, de modo que as serpentinas externas
de troca de calor da geladeira permitem que o fluido refrigerante dissipe o calor devido à
pressurização.
À medida que esfria, o fluido refrigerante se condensa em forma liquida e flui pela válvula de
expansão;
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Quando passa pela válvula de expansão, o fluido refrigerante se move da zona de alta pressão
para a zona de baixa pressão e, se expande e evapora;
As serpentinas dentro da geladeira, permitem que o fluido refrigerante absorva calor, fazendo
com que a parte interna da geladeira fique fria. Então o ciclo se repete.

Fig.3 Refrigerador corresponde ao motor térmico funcionando em sentido inverso.


Bombas de calor

Os refrigeradores e as bombas de calor, operam no mesmo ciclo, mas diferem nos seus
objectivos.
O objectivo de uma bomba de calor, é manter um espaço aquecido a uma temperatura
elevada.
Entretanto, esse objectivo é alcançado através da absorção de calor a partir de uma fonte de
baixa temperatura, tal como a água ou ar frio no inverno e, fornecer esse calor para o meio de
alta temperatura.

Equivalência entre os enunciados de Kelvin e Clausius

a) Os enunciados de Kelvin e de Clausius da 2a lei da termodinâmica são equivalentes,


isso nota se pelo facto do enunciado de Kelvin implicar o de Clausius, isto é, se o
Kelvin não implicasse o Clausius, um motor térmico real poderia ser acoplado com
um refrigerador miraculoso, o qual devolveria a fonte quente o calor transferido a
fonte fria pelo motor térmico. Neste caso, o resultado liquido, seria remover calor
da fonte quente e converte-lo inteiramente em trabalho W, ou seja, estaria
contradizendo se a hipótese do enunciado de Kelvin.
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b) O enunciado de Clausius implica o de Kelvin, se isso não fosse assim, um refrigerador


real poderia ser acoplado com um motor que converteria totalmente em trabalho W a
diferença entre o calor cedido aa fonte quente e o calor absorvido da fonte
fria pelo refrigerador real. E este trabalho W alimentaria o refrigerador real.
Entretanto, o resultado líquido do ciclo seria a transferência integral do calor da
fonte fria aa fonte quente, sem qualquer outro efeito o que violaria o enunciado de
Clausius.
Com essas combinações, concluísse que os enunciados de Kelvin e de Clausuis da 2a lei da
termodinâmica são equivalentes. E é nesses termos em que essa 2a lei se aplica para
determinar as direcções em que ocorrem os fenómenos naturais.

Processos reversíveis e irreversíveis

A 2a lei da termodinâmica, é aplicada também nos processos termodinâmicos reversíveis e


irreversíveis, no ciclo de Carnot e na entropia.
O processo termodinâmico reversível é aquele que é realizado por um sistema
termodinâmico, primeiro no sentido directo e depois no sentido inverso, tanto sistema mesmo
como todos os corpos exteriores com que ele entra em interacção, voltam para os seus estados
originais.
Nesta perspectiva, o processo reversível o sistema termodinâmico volta para o seu estado
inicial de maneira que não deixa transformação alguma no meio ambiente.
A condição suficiente e indispensável da reversibilidade de um processo termodinâmico é o
equilíbrio de todos os estados consecutivos do processo. E todos os estados homólogos do
sistema termodinâmico nos processos directo e inverso, são totalmente idênticos entre si.
(é um processo reversível por exemplo, o movimento mecânico dum corpo em vazio, sempre
que não existam as forcas de atrito).
Processos termodinâmicos irreversíveis, são aqueles para os quais é impossível a realização
do sentido inverso, a não ser com a intervenção das forcas exteriores. Se o ciclo tiver uma
transformação rápida de tal forma que seja possível identificar as etapas dizemos que o
processo é irreversível. Em outras palavras, podemos dizer que o processo irreversível o
sistema e a vizinhança não podem ser perfeitamente restaurados aos seus estados iniciais ao
final do processo.
(é irreversível por exemplo, o processo directo de travagem de um corpo sob acção das forcas
de atrito, uma parte da energia cinética transforma se em energia calorífica).
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O ciclo de Carnot

“Um ciclo reversível com duas fontes é necessariamente formado por duas porções de
isotermas ligadas por duas porções de adiabáticas”.

Fig.4 – Representação esquemática do ciclo de Carnot, em um diagrama p versus V, para um


gás ideal.
 Duas transformações isotérmicas;
 Duas transformações adiabáticas.
O ciclo de Carnot tem as seguintes características:

1. Os processos em contacto com as fontes devem ser isotérmicos.

2. Os processos que ligam estados às temperaturas das fontes devem ser adiabáticos. Uma vez
que não dispõe de outras fontes de calor, deve-se utilizar processos adiabáticos para levar o
sistema de uma temperatura para a outra e permitir que o ciclo se feche.

As quatro etapas do ciclo de Carnot que a figura ilustra são as seguintes:


1. Partindo do ponto A, faz se uma expansão isotérmica reversível a temperatura, até o
ponto B. o gás realiza trabalho e absorve uma quantidade de calor da fonte quente;
2. A partir de B, o sistema coloca sobre a base isolante, sofre uma expansão adiabática
reversível; o gás realiza trabalho e sua energia interna diminui com consequente
queda de temperatura;
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3. Partindo de C, o recipiente é colocado em contacto térmico com a fonte fria e é


submetido a uma compressão isotérmica reversível a temperatura da fonte fria. O gás
recebe trabalho e fornece uma quantidade de calor à fonte fria;
4. Finalmente, a partir de D, o sistema é recolocado sobre a base isolante e submetido a
uma compressão adiabática reversível, aquecendo o gás até que ele retome a
temperatura da fonte quente, isto permite recoloca-lo em contacto com essa fonte,
voltando a (1) e fechando o ciclo.

Teorema de Carnot

“O rendimento de qualquer máquina térmica, que opere entre duas temperaturas


especificadas, não pode exceder jamais o rendimento de uma máquina de Carnot que opere
entre essas mesmas temperaturas.”

Nesta perspectiva, o rendimento de Carnot é o limite superior para o desempenho de uma


máquina térmica. Clausius e Kelvin demonstram que o teorema de Carnot é uma
consequência necessária da segunda lei da termodinâmica.

Entropia

A segunda lei da termodinâmica é relacionada com a variável S, denominada entropia, e


podemos expressar a segunda lei da termodinâmica quantitativamente em termos dessa
variável.

A entropia é uma função de estado que relaciona a capacidade de um sistema de trocar calor
por unidade de temperatura. Além de indicar o sentido espontâneo de uma mudança de
estado, ela deve considerar se o processo é reversível ou irreversível.

Numa maquina térmica reversível de Carnot, quando o sistema termodinâmico que realiza
trabalho é um gás perfeito, tem se que:

Igualando as duas formulas teremos:


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Para qualquer ciclo reversível, podemos substituí-lo por um conjunto de ciclos de Carnot
formado por uma família de isotérmicas e uma família de isobáricas ao longo do ciclo
qualquer.

Pode se escrever esta relação na fórmula;

A equação acima sugere que num ciclo reversível de uma máquina de Carnot, existe uma
função de estado que se anula. Esta função de estado, introduzido por Carnot designa se por
entropia que significa transformação.

A variação da entropia entre dois estados de equilíbrio de um ciclo termodinâmico reversível


é igual à variação de calor a dividir pela temperatura absoluta do sistema:

ds

Entropia: processos irreversíveis

A equação anterior descreve o cálculo da mudança da entropia num processo reversível.


Porém, não há processos absolutamente reversíveis na natureza.

Atrito e transferências de calor não desejadas estão sempre presentes, e raramente podemos
executar processos reais em passos infinitesimais. Todo processo termodinâmico é, pois, até
certo grau, irreversível.

Para calcular a variação de entropia num processo irreversível, tiramos vantagem do fato de
que a entropia é uma variável de estado. A diferença de entropia entre os estados i e f
independe do trajecto escolhido para ir de i a f.

Mesmo que a natureza tenha escolhido um caminho irreversível para o processo real entre i e
f, podemos escolher qualquer caminho reversível conveniente para calcular a mudança de
entropia.
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A variação da entropia para vários processos

Para um processo isocórico a entropia do sistema cresce com o aumento da temperatura;

Num processo isotérmico, a entropia aumenta com o aumento do volume;

No caso duma expansão livre de um gás ideal a variação da entropia é considerada nula;

Para um processo isobárico, a entropia cresce com o aumento da temperatura;

∫ sabe se que para p= constante

∫ ∫

A variação da entropia de um reservatório de calor, provocado por uma troca de calor ocorre
de forma reversível ou não. Se o calor for absorvido por reservatório a temperatura T, então a
entropia do reservatório aumenta de . Se o calor for removido, então a entropia do

reservatório diminui de . No caso de condução de calor o reservatório quente perde calor,

assim sua variação de entropia é;

O reservatório frio absorve calor, assim sua variação de entropia é;

A variação liquida da entropia do universo é; ;

Logo, .

Num processo irreversível a entropia do universo cresce;

Para o ciclo de Carnot, se houver transformação adiabática a entropia não varia.

Para a expansão isotérmica: ∫ ∫ ;


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Para compressão isotérmica: ∫ ∫ ;

Para o ciclo completo: .

A variação da entropia do gás perfeito no decorrer de sua passagem do estado inicial para o
final é independente para com o tipo de transformação e depende apenas dos estados
envolvidos.

Formulação da 2a lei da termodinâmica em termos da entropia

Em qualquer processo termodinâmico que ocorra de um estado de equilíbrio para outro, a


entropia do sistema + vizinhança permanece constante ou aumenta.

A variação da entropia do universo só é nula se o processo for reversível. No entanto, a


entropia dum sistema isolado não pode decrescer em quaisquer processos que se
desenvolvam dentro do sistema ela só pode crescer ao manter-se constante.

A segunda lei da termodinâmica, é uma generalização da experiência.

Ela não pode ser demonstrada, mas pode ser verificada em várias circunstâncias.

Podemos mostrar que é consistente com a observação porque proíbe processos que satisfazem
todas as outras leis conhecidas e não são, de facto, observados.

A segunda lei da termodinâmica é a lei que distingue a termodinâmica das outras áreas da
Física. Ao mesmo tempo, é uma lei fundamental na natureza que possui implicações que
extrapolam a área da Física. Diversos são seus enunciados e seus significados. Ela foi
introduzida independentemente por Clausius e por Kelvin, a partir das ideias de Carnot sobre
máquinas térmicas e processos cíclicos. Por esse motivo, os enunciados originais dessa lei
referem-se à operação de máquinas térmicas e a processos cíclicos.

Podemos chegar a uma conclusão sobre a entropia de que:

A entropia é medida da irreversibilidade dos processos térmicos;

Nos processos naturais a entropia pode ser produzida mas não pode ser destruída;

A entropia mostra o sentido de ocorrência dos processos naturais com o tempo, em todo
sistema fechado, as transformações se realizam no sentido do aumento da entropia no caso
particular das transformações reversíveis a entropia se conserva;
18

A entropia caracteriza a ordem interna dos sistemas físicos macroscópicos, estando o seu
aumento associado a espécie de tendência natural para a desordem.

Entropia e desordem

“Vimos que a entropia aumenta em transformações irreversíveis ainda que, devido à 1ª lei
da Termodinâmica, a energia total do sistema e vizinhança se conserve. O que ocorre é uma
distribuição mais dispersa da energia”. REZENDE (2021, p, 63).

A entropia como grandeza do estado, fornece o grau de desordem de um sistema.

Isso porque, ao mudarmos a entropia de uma substância por um valor , mudamos a

desordem da substância. A entropia sempre aumenta porque uma grande quantidade de


desordem é por definição, mais provável do que se o sistema for ordenado.

Tomando-mos como exemplo, temos uma porção de água quente separada de uma porção de
água fria e que são misturadas. Podemos pensar que inicialmente tínhamos uma situação mais
organizada, com as moléculas de maior energia cinética média (água quente) separadas das
moléculas de menor energia cinética média (água fria). Após a mistura, as moléculas trocam
energia entre si e perdemos aquela “ordem” inicial. O sistema agora está mais desordenado
em termos de energia.

Nesta situação, a entropia é entendida como uma medida da dispersão da energia, o que leva
à interpretação de que a variação da entropia é um aumento na desordem.
19

Conclusão

O estudo da 2a lei da termodinâmica é de importância extrema, para terminarmos primeiro


queremos expressar nossa gratidão por termos desenvolvido esse tema, uma vez que, no acto
do desenvolvimento desse trabalho notamos a 2a lei da termodinâmica estabelece que não é
possível que a máquina transforme todo o calor recebido em trabalho, o que corresponderia a
um rendimento de 100%, e também que o calor flui espontaneamente do reservatório de
maior temperatura para o reservatório de menor temperatura (da fonte quente para a fonte
fria). E para se entender melhor essa lei, é necessário considerar com muita atenção as três
partes que a compõe.
Para SILVA, (2019, p80) a segunda lei da termodinâmica deve ser entendida como
consistindo de três partes. A primeira delas nos leva às definições de temperatura absoluta e
entropia. Combinada com o princípio da conservação da energia, ela nos permite construir o
espaço termodinâmico e introduzir a relação fundamental de sistemas de equilíbrio.

A segunda parte consiste na forma postulada por Gibbs para o princípio da máxima entropia.
Ela nos conduz à propriedade de convexidade da entropia às condições de estabilidade dos
sistemas termodinâmicos em equilíbrio. Essas duas partes referem-se apenas a estados de
equilíbrio e são representadas pelo princípio de Carnot e pelo princípio de Clausius- -Gibbs,
respectivamente. Esses dois princípios constituem conjuntamente a segunda lei da
termodinâmica para sistemas em equilíbrio.

A terceira parte da segunda lei da termodinâmica refere-se à evolução temporal dos sistemas
termodinâmicos e diz respeito ao crescimento da entropia em processos irreversíveis e
espontâneos. Ela corresponde, portanto, ao aspecto dinâmico do princípio da máxima
entropia. Ressaltamos, entretanto, que esse aspecto não é utilizado de forma explícita na
forma dada pelo princípio de Clausius-Gibbs. Quando os estados inicial e final de um
processo irreversível forem constituídos por estados de equilíbrio, existe uma relação estreita
entre os dois aspectos.

Nesta perspectiva, as leis da Termodinâmica surgem com os embasamentos teórico e


experimental, que resultam nos fundamentos matemáticos, os quais mensuram como a
agitação molecular de um sistema influencia no universo observado, de acordo com as
limitações impostas pela troca de informações possíveis entre os enunciados estudados.
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Bibliografia

BASTOS, António Cláudio Lima Moreira; et all; Físico-químico; Universidade Federal do


Paraná, 2011;
DARIO, Evandro Rodrigo; Engenharia mecânica, Instituto Federal Santa Catarina;
FILHO, Jailton dos Santos; As leis da termodinâmica: contexto histórico, definições e
aplicações;
GREGIO, Nivaldo de Oliveira; Termodinâmica, um tutorial para entendimento do
conceito de entropia, São Carlos-SP. 2016;
MARQUES, Nelson Luiz Reyes; Segunda lei termodinâmica, Instituto Federal Sul Rio
Grande;
MOURA, Marcos; AGUIAR, Carlos Eduardo; Entropia e a segunda lei da termodinâmica;
REZENDE, Nei Rogério; História das máquinas térmicas e o desenvolvimento das leis da
termodinâmica; Universidade Federal Rural do rio de Janeiro, 1a edição 2021;
SILVA, Rui Carlos Barros; Química, Físico-química; edição Fortaleza, 2019;
Sebenta da cadeira de Física Molecular e Termodinâmica; Universidade Pedagógica;
Delegação de Manica.

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