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História da literatura ocidental (transcrição da lista):

 O Olavo diz que a literatura alemã do século XX é a que mais retrata a perda da consciência
humana.

 LITERATURA GRECO-LATINA;

 Literatura grega: (algumas bibliografias na nota - N. - 1]);

 Homero (‘Homero’: isto significava tradição [...], como norma da interpretação da doutrina e da vida”. N. 2). ⭐

 Hesíodo: Teogonia (“revela crenças religiosas pré-homéricas”), Os trabalhos e os dias (N.11). ⭐

 Tirteu: (compôs elegias bélicas e políticas, referência quando se fala de elegias. N.13). ⭐

 Arquíloco: (seus poemas, segundo a tradição, causavam o “suicídio dos seus adversários”. N.16). ⭐

 Alceu (N.17) e Safo (N.18): (poetas das “paixões violentas”). ⭐

 Anacreonte: suas poesias, descobertas em 1554, influenciaram poetas dos mais diversos países durante o
século XVII e XVIII, “poesia bonita, sem dúvida, mas sem significação humana”. N.19).

 Anthologia Graeca (N.20).

 Píndaro (N.21): (“esse poeta parece mais perto dos deuses que dos homens, [...] o mais dificil dos autores
gregos”). ⭐

 Notas 22 e 23 são estudos sobre o teatro grego.

 Esquilo (N.24; suas peças tratam de destinos coletivos; “a Oresteia é a maior tragédia política de todos os
tempos), Eurípedes (N.25; oposto de Esquilo, trata de destinos individuais; influenciou, direta e indiretamente,
Racine, Goethe, Sêneca, Shakespeare e Calderon), Aristófanes (N.26; o primeiro comediógrafo; “nunca mais o
mundo ouviu coisa semelhante”), Sófocles (N.27; “gradíssimo artista”). ⭐

 Heródoto (N.28, pai da historiografia), Tucídides (N.29): maiores historiadores gregos. ⭐

 Lísias (N.33; “simplicidade extrema dos recursos de expressão”), Isócrates (N.34; “mais artista, mais
eloquente”), Demóstenes⭐ (N.35; junção de Lísias e Isócrates; maior – logo, mais importante).

 Xenofonte (N.36): Ciropedia (pedagogia política), Hiéron (“segredos antiditatoriais de sabedoria política”). ⭐

 Plauto (N.38; “um gênio do palco”; pertence a civilização romana; “o seu teatro é popular [...]um gênio do
palco”). Terêncio (N.40; “o comediógrafo da aristocracia romana [...]. Tudo é verossímil, realista, mas também
polido e – em certo sentido – mais humano do que em Plauto”). ⭐

 Calímaco (N.41; “o maior poeta alexandrino”). ⭐

 Teócrito (N.42;” o espírito da Odisseia renasce nos seus idílios; em seus versos há uma arcádia, a mesma de
Sannazzaro e Montemayor, Garcilaso de la Vega e Camões, Sidney e D´Urfé). ⭐

 Longos (N.45): Dáfnis e Cloe (leitura preferida de André Gide).

 Heliodoro (N.46; “contribuirá para a formação do romance de cavalaria”; Cervantes o imitou em Persiles y
Sigismunda; “os maiores eruditos do séc. XVI [...] consideravam o ilegível romance de Heliodoro como peça de
historiografia autêntica”). ⭐
 Políbio (N.48; “grande historiógrafo, pretende explicar por que os romanos venceram o mundo”). ⭐

 Plutarco (N.49; criador das biografias). ⭐

 O mundo romano (bibliografias sobre a literatura romana nas N.1 e 2):

 Caio Júlio César (N.3) e Virtúvio Polião (N.4) são os pilares que construíram Roma (César é mais importante,
porém Virtúvio foi arquiteto, posso tirar alguma lição dele). ⭐

 Salústio (N.5; “descreve as discussões turbulentas no Senado, na época da revolução anarquista de Catilina, e a
corrupção dos generais e governadores romanos, na época da conquista da África. [...] estilo rápido, nervoso,
sentencioso”). ⭐

 Cícero (N.6; exerceu uma influência “tão universal como – além de Platão – nenhum autor da Antiguidade.”;
durante séculos a Europa inteira falou a sua língua; ele criou o tipo “homem de letras”). ⭐

 Lucrécio (N.8; “é um mestre”, nele “encontram-se quase todas as teorias do positivismo científico). ⭐

 Catulo (N.9; maior dos poetas líricos após a era de Cícero e Lucrécio; “poeta muito humano”; “é, entre os
poetas, o primeiro que se comove com a paisagem”). ⭐

 Ovídio (N.12; “contaminou a literatura universal, fornecendo-lhe assuntos tediosos”). ⭐

 Horácio (N.13; “Horácio criou um dicionário poético e uma língua poética comuns à humanidade inteira”;
influenciou Ariosto, Parnini, frei Luis de León e Quevedo, Ronsard, La Fontaine, Marvell, Pope e Goethe [N.14]).

 Tito Lívio (N.15; a Eneida completa as lacunas históricas de suas obras). ⭐

 Vígilio (N.16; “é o que Homero não foi e não podia ser: é artista. [...] É o ‘pai do Ocidente’” [N.17]). ⭐

 Lucano (N.18; primeiro poeta que fez uma epopeia com fatos históricos; descreve o fim da república romana). ⭐

 Seneca (N.19; influenciou o cristianismo; ‘’como poeta, sabe o mundo povoado de demônios e de almas
decadentes, já incapazes de resistir; os ecos de suas tragedias se encontram em Shakespeare e Racine). ⭐

 Quintiliano (N.20). ⭐

 Estácio (N.25; Dante e Chaucer o estimaram como “fonte de informações mitológicas e como hábil narrador
em verso”). ⭐

 Juvenal (N.26; “a voz da consciência romana”). ⭐

 Tácito (N.28; “grande romano [...] advogado destemido da nação mais nobre contra a tirania mais infame”). ⭐

 Plínio, o velho (N.29; é um positivista cheio de superstições; lê-lo para um estudo sobre o positivismo), e Plínio,
o jovem ⭐ (N.30).

 Luciano (N.31; inspirou Erasmo, Rabelais, Swift, e Voltaire; “não compreende aquilo que zomba. Dá-se ares de
anti-Homero, mas não passa de animador de um show humorístico [...]”).

 Apuleio (N.32; patrício de Tertuliano e Agostinho; sua “insinceridade inata” e sua “habilidade de narrador” não
permitem distinguir a realidade da ficção, “nem na sua ficção nem na sua vida”; “é um grande literato”). ⭐

 Marco Aurélio (N.33; seus “germes se encontram em toda parte”). ⭐

 O cristianismo e o mundo:
 Esta parte do livro abrange muito mais historiografia e filosofia. Há alguns escritores que produziram missais,
no entanto, no momento, meu foco não é este. Deixarei elencado todos os que eu havia selecionado na lista
escrita: Gregório de Tours (historiógrafo da “época das migrações dos bárbaros”; ele é “digno de toda
confiança; só sua filosofia da história é algo infantil”), Ambrósio (N.2), Jeronimo (N.3), Agostinho (N.5),
Prudêncio (N.10), Venâncio (N.11), Gregório Magno (N.12), Liber Pontificalis (historiadora romana). Ademais,
tem-se as notas: 1 – literatura patrística; 6 – sobre o hinário; 7 – Meyer e a versificação; 14 – literatura
bizantina; 15 – indicação de leitura sobre Romanos.

 A Idade-Média:

 A fundação da Europa (Séc. V):

 N.1, 2, 3 e 4 falam sobre o começo da Idade-Média e alguns acontecimentos históricos. ⭐

 Beda Venerabilis (N.5; primeiro scholar inglês).

 N.6: (os principais manuscritos anglo-saxônicos foram descobertos por Franciscus lunius, 1655. Edição por
C.W.M. Grein. Bibliothek der angelsächsischen poesie (Biblioteca de Poesia Anglo-Saxônica) 2ª ed. 4 vols.
Leipzig, 1894; St. A. Brooke. English literature of the Anglo-Saxons. Princeton, 1949.

 Cynewulf (N.7; “último e maior dos poetas anglo-saxões”). ⭐

 Ler N.9 sobre a “Renascença carolíngia”, cujo objetivo era a “conquista e dominação espiritual dos germanos
pela Igreja Romana” – posso ler um pouco das obras de Alcuino (N.10), que ajudou no processo.

 Ler N.11 sobre como a Suíça tornou-se centro de estudos. ⭐

 Lay of Beowulf (N.13; considerado por alguns como “o poema épico mais poderoso que já se escreveu nas ilhas
britânicas”). ⭐

 Paulo Diácono (N.14; historiador de muita influência na passagem de ideias para os germânicos).

 Ler N.15 sobre a notável literatura escrita em língua islandesa, e a N.18 sobre as sagas.

 Edda (N.16; seleção de poemas que constituem “verdadeiro compêndio da mitologia nórdica”). ⭐

 Saxo Grammaticus (N.20; sua história dos dinamarqueses consiste em um grande monumento). ⭐

 N.21 sobre a devastação moral na Europa no séc. X.: F. Gregorovius. Geschichte der Stadt Rom im Mittelalter
(História da cidade de Roma na Idade Média). 8 vols. Stuttgart, 1859-1872 (Ed. ital., 4 vols. Roma, 1900-1901);
C. Dawnson. The making of Europe. London, 1935. ⭐

 Ler N.23 e 27 sobre a nova literatura, os hinos. Nesse âmbito têm-se: Notker Balbulus, que inventou uma nova
forma litúrgica (“a sequência, poemas em versículos, espécie de verso livre”), Adam de St. Victor (N.28), Santo
Tomas e seus hinos.

 Bernardo de Claraval (N.26). ⭐

 Ler N.31 sobre a geste de Charlemagne, N.32 sobre o ciclo Bretão, e N.34 sobre o Ciclo Antigo. ⭐

 Geoffrey of Monmouth (N.33): História dos reis britânicos (historia regum britanniae) ⭐

 Ler as N.35, 36, 37e 38 (esta, sobre o problema da história das religiões, aquelas, sobre formação de gêneros
literários). ⭐

 Chanson de Roland (N.39; capaz de representar sua nação – França – na época anterior à França cristã). ⭐
 O poema Del Mio Cid (N.40) e A canção dos nibelungos (N.41). ⭐

 Universalismo Cristão:

 N.1: E. Panofsky. Gothic Architecture and Scholasticism. New York, 1957 ⭐.

 Ler as N.2 e 3 sobre a renascença do séc. XII. ⭐

 Ler as N.4, 5 e 6 sobre a reforma do ensino. ⭐

 Ler as N.7, 8, 9, 11 e 12 sobre a literatura medieval. ⭐

 Jacopus de Varagine (N.10; referência na hagiografia).

 Ler nota 13 sobre a Visio (gênero literário percursos da Divina Comedia). ⭐

 Guibert de Nogent (N.14; descreveu a primeira cruzada), Matthaeus Parisiensis (N.15; sua Chronica major é o
monumento maior e mais poderoso da Inglaterra católica), Salimbmben (N.16; sua Chronica descreve a vida
prosaica na Itália). Esses três são gêneses de três diferentes tipos de historiografia que continuarão: a
patriótica, a política, e a do povo e vida pitoresca. ⭐

 N.17: E. Gilson. De la Bible à François Villon (in: Les idées et las letres. Paris, 1923). ⭐

 Gesta Romanorum (N.18). ⭐

 Ler N.19 sobre as peças dramáticas profanas durante a idade média. ⭐

 Procurar a obra História de proeliis, escrita por Leo de Nápoles, sobre a história de Alexandre Magno. ⭐

 Gualterius de Châtillon (N.20): Alexandreis (Sobre Alexandre, o Grande). ⭐

 Guido dele Colonne (N.21; “é o mais morto entre os ilustres defuntos do cemitério da literatura universal”):
Historia destructionis troiana. ⭐

 Hildebert de Lavardin (N.22).

 Abelardo (N.23; Gounrmont chamou-o de “o primeiro racionalista e artista tipicamente francês”), Alanus ab
Insulis (N.24; completamente oposto a Abelardo), e Johannes de Salisbury (N.25)

 N.26 sobre Vigilio: D. Comparetti. Vigilio nel Medio Evo. 2ª ed. Firenze, 1896; e J.W. Spargo. Virgil, the
Necromancer. Cambrigde, Mass., 1934. ⭐

 Ceasarius de Heisterbach (N.27): Dialogus miraculorum.

 Aucassin et Nicolette (N.28; conto anônimo; “aí está a poesia dos goliardos e outros vagabundos latinos”).

 N.29 sobre os goliardos: H. Waddell. The Wandering Scholars. 6ª ed. London, 1932. ⭐

 Camina Burana (N.30). Manuscritos mais importantes: n.4660 da Biblioteca Nacional de Munique; o
manuscrito 978 da biblioteca Harleiana em Oxford; e o manuscrito Arundel do British Museum. ⭐

 N.31: H.O. Taylor. The Medieval Mind. A history of the Development of Thougth and Emotion in the Middle Age.
4ª ed. 2 vols. London, 1925. ⭐

 Lullus (N.32; ler por desencargo de consciência, pois as suas tentativas filosóficas de criar uma “Ciência geral”
suscitaram a admiração de Leibniz e anteciparam “algo da logística moderna”).
 N.33: M. Preger. Geschichte der deutschen Mystik im Mittelalter (história do misticismo alemão na idade
média). 3 vols. Leipzig, 1874-1893. Fr. Heer. Europaische Geistesgeschichte (história intelectual europeia).
Stuttgart, 1953. ⭐

 A literatura dos castelos e das aldeias:

 N.2 sobre a literatura na Dinamarca, N.3 sobre a literatura na Noruega, e N.4 sobre os Folkvisor suecos.

 N.5 sobre as baladas inglesas e escocesas: F.J. Child. The English and Scottish Popular Ballads. 10 vols. Boston,
1882-1898 (edição abreviada em 1 vol. Por G.L. Kittredge, Boston, 1904); F. E. Bryant. A history of English
Balladry. Boston, 1913; J.C.H.R Steenstrup. The Medieval Popular ballad (traduções por E.G. Cox). Boston,
1914; G.H. Gerould. The Ballad of Tradition. London, 1932; E.K. Chambers. English Literature at the Close of
Middle Age. Oxford, 1945. ⭐

 N.6 sobre a poesia popular alemã: Des Deutschen Knaben Wunderhorn, ed. por C. Brentano e A. von Arnim,
1805-1808 (nova edição por F. Ranke, Leipzig, 1908); I. Meier. “Das Volksllied” (a canção folclórica), ed. por H.
Paul: Grundriss der germanischen Philologie (esboço da filologia germânica). 2ª.ed.P. II. Vol. 1. Starsbourg,
1909; H. Meersmann. Das deutsche Volkslied (a canção folclórica alemã). Berlin, 1922. ⭐

 N.7 sobre o surgimento da poesia aristocrática: K. Burdach: “Über den Ursprung des mittelalterlichen
Minnesangs” (sobre as origens dos menestréis medievais) (In: Vorspiel. Vol. 1. Halle, 1926); A. Rodrigues Lapa.
Das origens da poesia lírica em Portugal na Idade Média. Lisboa, 1929. ⭐

 (As N. 8 a 10 referem-se a um debate sobre a origem da poesia arábico-espanhola. Não é de meu interesse,
mas é bom deixar alertado, caso eu precise procurar algo no futuro).

 N.11: Beziehungen zwischen romanischer und mittellateinische lyrik, mit besonderer Berücksichtigung der
Metrik un Musik (Relações entre romance e poesia do latim médio, com ênfase especial em métricas e
música). Berlin, 1936.

 N.12 sobre a literatura provençal (lá estão citadas 10 antologias, eu selecionarei apenas duas, mas, se meu
interesse aumentar, procurarei mais): A. Jeanroy. Anthologie des troubadours. Paris, 1927; J. Anglade. Historie
sommaire de la littérature méridionale au Moyen Âge. Paris, 1921.

 Arnaut Daniel (N.15; “Dante eternizou-lhe a memória [purgatório, XXV, 117], declarando que ‘soverchiò tutti’
[oprimindo a todos]; para Dante, ele era o maior de todos os provençais). ⭐

 N.23: E. Baret. Les troubadores et leur influence sur la littérature du midi de l´Europe. Paris, 1867. ⭐

 N.24: A. Jeanroy. Les origines de la poésie lyrique em France. 2ª ed. Paris, 1904. ⭐

 N.25: G. Bertoni. I Trovatori d´Italia. Modena, 1915. ⭐

 N.28: J. Ruggieri. Il canzoniere di Resende. Genova, 1931.; P. Le Gentil. La poesia lyrique espagnole et
portugaise à la fin du Moyen Âge. Reenes, 1949; M. Rodrigues Lapa. Lições de literatura portuguesa. Época
medieval. 3ª ed. Lisboa, 1952. ⭐

 N.31: Manuscrito Manesse (“maior cancioneiro alemão”; Biblioteca de Heidelberg). Primeira edição por F.H.
von der Hangen, 1838. Edição crítica por F. Pfaff. Heidelberg, 1909. F. Grimme. Geschichte der Minnesaenger (a
história dos menestréis). Paderborn, 1892. A. Schiller. Der Minnesang als Gesellschafts Poesie (Minnesang
como poesia social), Bonn, 1908. ⭐

 N.35: E. Faral. Recherches sur les sources latines des contes et romans courtois. Paris, 1913. ⭐

 N.37: R.R. Bezzola. Les origines et la formation de la littérature courtoise en Occident (As origens e formação da
literatura cortês no Ocidente). 2 vols. Paris, 1944, 1960. ⭐
 N.38: S. Singer. Apollonius von tyrus. Berlin, 1906. (“forneceu a Shakespeare [...] o enredo para uma festa
fantástica”). ⭐

 N.43: J.D. Bruce. The Evolution of arthurian romance from the beginnings down to the year 1300. 2 vols.
Gottingen, 1923-1924; J. Marx. La Légende arthurienne et le Graal. Paris, 1952. ⭐

 Nas N.48, 49 e 50, há uma lista de obras que tratam sobre a história de Arthur e o Santo Graal.

 Wolfram von Eschenbach (N.51): Parzival (“Eis uma epopeia autêntica, em estilo difícil e obscuro”. É “um
romance da evolução religiosa de uma alma; antecede aqueles numerosos romances alemães modernos que,
desde o Wilhelm Meister, de Goethe, irão descrever o caminho de um homem pela vida em busca de si
mesmo”). ⭐

 N.54: P. Meyer. Alexandre le Grand dans la littérature du Moyen Âge. 2 vols. Paris, 1886.; G. Cary. The medieval
Alexander. Cambrigde, 1956⭐

 Oposição burguesa e eclesiástica:

 Don Juan Manuel (N.2; “incorporou muitos enredos à memória comum da humanidade”; é um dos primeiros
grandes escritores da língua castelhana”). ⭐

 N.4: L. Sudre. Les sources du roman de Renart. Paris, 1892. N.5: Les fabulistes latins depuis le siècle d´Auguste
jusqu´à la fin du Moyen Âge, 2ª ed. 5 vols. Paris, 1893/1899.

 Ler o Phisyologus (N.6: F. Lauchert. Geschichte des Physiologus (História do Physiologus). Strasbourg, 1890;
M.R. James. The Bestiary. London, 1928). ⭐

 Roman de Renart (N.8; “coleção de 27 contos”, na maior parte façanhas de Renart; é ‘‘a sátira de clérigos
inteligentes e pobres contra os poderes constituídos”), edições por E. Martin, 3 vols., Strasbourg, 1882-1887; e
por P. Paris, 2ª ed., Paris, 1921. ⭐

 Willem (N.9): Van den vos Reynaerde.

 N.12: A. Dempf. Sacrum Imperium. Geschichts und Staatsphilosophie des Mittelalters um der politischen
Renaissance (Império sagrado. Filosofia histórica e política da Idade Média em torno do renascimento político).
München (Munique), 1929; A. Jeanroy. La poésie lyrique des troubadours. 2 vols. Paris, 1934; C. Camproux.
Historie de la littérature occitane. Paris, 1953; L.T. Topsfield: Troubadours and love. Cambrigde, 1974. ⭐

 Otto von Freising (N.13; “é o maior dos historiadores medievais, também pela cultura clássica”). ⭐

 São Francisco de Assis (N.14; E. Monaci. Crestomazia italiana del primi secoli. Città di Castello, 1912): Fioretti di
San Francesco (N.15: edições por F. Sarri, Firenze, 1926, e por F. Casolini, Milano, 1926). ⭐

 Thomas de Celano (N.18; ele criou o Dies Irae, o Rex Tremendae etc.).

 Jacopone Todi (N.19; embora tenha sido esquecido, é reconhecido como um dos grandes poetas da língua
italiana): Laude (edição por G. Ferri, 2ª ed., Bari, 1915). ⭐

 N.20: H. Thode. Franz Von Assisi und die Anfänge der Kunst der Renaissance in Italien (Francisco de Assis e os
primórdios da arte renascentista na Itália). Berlin, 1885; L. Couajod: “Les véritables origines de la Renaissance”.
(Gazette des Beaux-Arts, 1889, 1). ⭐

 N.21: E. Benz. Ecclesia spiritualis. Kirchendeko und Geschichtstheologie der Franziskanischen Reformation
(Ecclesia spiritualis. Decoração da igreja e teologia histórica da Reforma Franciscana). Stuttgart, 1934.

 O Trecento:
 N.1: A. Bartoli. “Il Decamerone nelle sue attinenze colla novelística europea” (In: Rivista Europea. T. XIV/XV,
1879); A. Farinelli. Dante in Spagna, Francia, Inghilterra, Germania. Torino, 1921. ⭐

 N.2: G. Carducci. “Dello svolgimento della letteratura nazionale (1868-1871)” (In: Prose. 1859-1903. Bologna,
1909). ⭐

 N.3: H. Pirenne. Histoire économique et sociale du Moyen Âge. Paris, 1933. ⭐

 N.4: J. Luchaire. Les démocraties italiennes. Paris, 1920; H. Pirenne. Les villes du Moyen Âge. Bruxelles, 1927. ⭐

 N.5: N. Sapegno. Il Trecento. 2ª ed. Milano, 1938. ⭐

 N.6: V. de Bartholomaeis. Primordi della lírica d’arte in Italia. Torino, 1943. ⭐

 N.7: L.F. Mott. The System of Courtly Love. 2ª ed. New York, 1924; G. Dolci: L´umano i il divino nella concezione
dell´amore. Milane, 1939. ⭐

 (A N.8 separa alguns livros sobre a origem do Dolce stil nuovo – estilo dos poetas do séc. XIII, como Dante e
Petrarca. Das cinco que o Carpeaux separou, irei separar duas. Se porventura eu tiver um desejo maior de
conhecer sobre, eu posso ler mais sobre): L. Azzolina. Il dolce stil nuovo. Palermo, 1903; F. Figurelli. Il dolce stil
novo. Napoli, 1936.)

 Guido Guinizelli (N.9; Dante o chamou de “Il padre mio, e degli altri miei miglior [Meu pai, e meu outro melhor]
Purgatório, XXVI, 97-98”). ⭐

 Guido Cavalcanti (N.10; Dante o chamou “la gloria della língua” Purgatório, XI,98; “pai da literatura italiana). ⭐

 Cecco Angioglieri (N.11).

 Santa Catarina de Siena (N.12; “a santa foi quem melhor escreveu em prosa no dolce stil novo”). ⭐

 Dino Compagni (N.13).

 Dante Alighieri (N.14; “O ‘Paraíso’, em que Dante conseguiu tornar visível o invisível e dizível o inefável, é o
mais alto cume que a expressão humana jamais atingiu: talvez seja o cume da literatura universal”). ⭐

 Francesco Petrarca (N.15; “é universal como Goethe. [...] Petrarca é humanista, no sentido de cultor dos
estudos clássicos e no sentido de ‘humani nihil a me alienum puto [nada humano me é estranho]’; “a poesia
petrarquesca virou imenso lugar comum. Mas Petrarca não é petrarquista.”). ⭐

 Giovanni Boccaccio (N.18; “O Decamerão não é uma coleção heterogênea de contos, mas uma composição
inspirada pela imaginação mais fantástica e solidamente fundamentada pelo realismo são e saudável de
Boccaccio”; inspirou Ronsard, Sá de Miranda, Du Bellay, Conde de Surrey e Spenser.). ⭐

 Realismo e Misticismo:

 N.1: W. Worringer. Formprobleme der Gotik (problemas da forma gótica). München, 1911; D. Frey. Gotik und
Renaissance (o Gótico e o renascimento). Wien, 1929 ⭐

 Juan Ruiz, o arcipreste de Hita (N.4; “figura mais fascinante da idade média espanhola”): Livro de buen amor. ⭐

 John Gower (N.7; “Shakespeare encontrará ainda um enredo nesse contador popular. E Gower é o mestre de
Chaucer”). ⭐

 Geoffrey Chaucer (N.8; “se não fosse Dante, Geoffrey Chaucer seria o maior poeta no intervalo entre a
antiguidade e os tempos modernos. [...] Chaucer é o Dante inglês, o pai da literatura inglesa.”, “Chaucer é um
grande dramaturgo, o primeiro em língua inglesa, e não igualado até Shakespeare.”, “Shakespeare pouco
conhecia da vida humana comparado a Chaucer” – Erza Pound) ⭐

 N.9: J.M. Clark. The great German. Mystics: Eckhart, Tauler and Suso. Oxford, 1949. ⭐

 Jan van Ruusbroec (N.10; “o maior dos místicos).

 Sire de Joinville (N.13) - ler sua biografia do rei Luís de França.

 Marco Polo (N.15).

 Jean Froissart (N.17) – lê-lo por ser o repertório mais rico de imagens da vida medieval.

 Fernão Lopes (N.19; “the greatest chronicler of any age or nation” - Southey): Crônica d´el-rei D. João. ⭐

 Paston Letters (N.21; cartas da família Paston que revela uma parte da história da Idade Média). ⭐

 N.22: F. Tupper. Types of Society in Medieval Literature. New York, 1926. ⭐

 Jehan de Meung (N.23; “é o primeiro representante da aliança entre a burguesia e os intelectuais, daquela
aliança que fará, cinco séculos mais tarde, a Revolução Francesa). ⭐

 N.28: D. Merlini. Saggio di ricerche sulla sátira contra il villano Torino, 1894.

 N.29: Heinrich Wittenweiler ou Wittenweiler, c. 1400. Der Ring. Edição comentada por E. Wiessner, 2 vols.,
Leipzig, 1931-1936.

 Beatrijs (N.31): séc. XIV (atribuído a Gijsbrecht) ⭐

 N.32: W. Stammler. Das religiöse Drama des deutschen Mittelalters (O drama religioso da Idade Média alemã).
Leipzig, 1925.

 N.33: V. de Bartholomaes. Le origini della poesia drammatica italiana. Bologna, 1924. ⭐

 N.35 (“o mais rico teatro medieval é o francês”): Les miracles de Notr-Dame, por G. Paris e U. Robert, 8 vols.,
Paris, 1876-1893; Le mystère du Vieux Testament, por J. Rothschild e E. Picot, 6 vols., Paris, 1878-1891; Le
mystère de la Passion, de Arnoul Gréban, por G. Paris e G. Raynaud, Paris, 1878; L. Petit de Juleville. Histoire du
Théâtre em France au Moyen âge. 4 vols. Paris, 1880-1886; L. Cohen. Le Théâtre em France au Moyen Âge. 2
vols., Paris, 1928-1931; G. Frank. The Medieval Franch Drama. Oxford, 1954. ⭐

 N.36 (teatro medieval inglês, o oposto do francês): Towneley Plays, edição por G. England e A.W. Pollard.
Londos,1897; E.K. Chambers. The Medieval Stage. 2ª. 2 vols. Oxford, 1925; K. Young. The Drama of the
medieval Church. 2 vols. Oxford, 1933; H. Craig. English religious drama of the Middle age. Oxford, 1955. ⭐

 O Outono da Idade Média:

 N.1: J. Huizinga. O Outono da Idade Média. ⭐

 N.2 (sobre a queda do feudalismo, explicada pela evolução da arte militar): C. Oman. History of the art of war
in the Middle Age. London, 1928. ⭐

 Amandis de Gaulo (N.3) – devido a grande quantidade de obras, não as listarei.

 Marlory (N.4): Le morte d´Arhut (é lida e admirada como primeiro grande exemplo do ramance inglês). ⭐
 Ausias March (N.9; primeiro grande petrarquista das literaturas europeias; “se a língua da sua região não fosse
de divulgação tão restrita, ele já seria reconhecido universalmente como grande poeta que é, um dos mais
profundos da literatura universal”). ⭐

 Fernando de Rojas (N.12): Celestina (Comedia de Calisto y Melibea; “se não fosse o Dom Quixote, seria o maior
monumento da literatura espanhola”). ⭐

 Romancero (N.15; “é um dos produtos mais genuínos da literatura espanhola”). ⭐

 Bernardim Ribeiro (N.16; “é um grande poeta que os próprios portugueses nem sempre pareciam apreciar
devidamente”): Menina e moça. ⭐

 Philippe de Vitry (N.18).

 Sebastian Brant (N.19): Das Narrenschiff (A nau dos insensatos). ⭐

 Das Ackermann aus Böhmen (o fazendeiro da Boêmia) (N.24; o que o distingue das danças macabras é “o tom
nobre e até sublime da discussão”). ⭐

 Eustache Deschamps (N.25; “conseguiu, em momentos de inspiração, ser a expressão máxima de sua época”). ⭐

 N.26: Les danses macabres et l´idée de la mort dans l´art Chrétien. 4ª ed. Paris, 1908; F. Whyte. The Dance of
Death in Spain and Catalonia. Baltmore, 1931.; J.M. Clark. The Dance of Death in the Middle Ages and the
Renaissances. London, 1950. ⭐

 William Dunbar (N.27; “Chaucer escocês”, “Não passa de um poeta secundário que encontrou, uma ou outra
vez, uns versos sobremaneira felizes”): The Dance of the Sevin Deidly Synss, In Honour of the City of London, Et
nobis puer natus est, Lament for the Makaris. ⭐

 N.29: A. Castro. Curso de literatura española. Barcelona, 1933. ⭐

 N.30: R. Burkart. "Leben, Tod und Jenseits bei Jorge Manrique und François Villon (Vida, morte e vida após a
morte com Jorge Manrique und François Villon)". (In: L. Spitzer. Romanische stil-und literaturstudien [Estilo
romântico e estudos de literatura]. Marburg, 19931.) ⭐

 François Villon (N.31; “é um dos maiores artistas da língua francesa; alguns acham: o maior poeta da língua”). ⭐

 O Renascimento e a Reforma:

 N.2: M. Dvorak. Geschichte der italienischen Kunst im Zeitalter der Renaissance (História da arte italiana na
época do Renascimento). Vol. 1: Das 14. und 15. Jahrhundert. Munchen, 1927. ⭐

 N.3: J. Burckhartd. Die kultur der Renaissance in Italien (a cultura da renascença na Italia) (tradução francesa,
2ª ed. Paris, 2906). ⭐

 N.4: A. von Martin. Soziologie der Renaissance. Stuttgart, 1923; F. Antal. Florentine paiting and its social
background. The Bougerois Republic before Cosmio Medici. London, 1948. ⭐

 N.5: G. Cammelli. I dotti bizantini e le origini dell´umanesimo italiano. 2 vols. Firenze, 1940-1942. ⭐

 N.6: G. Voigt. Die wiederbelebung des klassischen altertums (O renascimento da antiguidade clássica). 3ª ed. 2
vols. Berlin, 1893; E. Garin. L´Umaneismo italiano. Bari, 1952. ⭐

 N.7: P. Monnier. Le Quattrocento. Hitorie littéraire du XVe Siècle Italien. 2 vols. Paris, 1901. ⭐

 N.8: F. de Sanctis. Storia della letteratura italiana. 1871. (2ª ed. por B. Croce, Bari, 1913 ⭐).
 N.9: E. Rho. La lírica di Ambrogio Poliziano. Torino, 1923; (pelo mesmo autor) Lorenzo il Magnifico. Bari, 1926.

 N.10: P. Monnier. Le Quattrocento. Essai sur l´historie littéraire du Xve siècle Italien. Paris, 1901. ⭐

 N.11: F. Torrefranca. Il segreto del Quattrocento. Milano, 1939⭐

 Procurar sobre Giovanni Pontano, “erudito e poeta de gênio, é uma academia em pessoa”.

 Lorenzo de Medici (N.13; “o único príncipe que foi um grande poeta”): Nencia (“única obra prima do poeta”),
Ambra, Corinto, Canzone di Ballo, Trionfi, Laudi sacre, Santi Giovanni e Paolo, Altercazione. ⭐

 Luigi Pulci (N.17 – a N.18 fala de influências de seitas judaicas na obra dele): Morgante.

 N.19 (Diferença entre renascença e humanismo): H.O. Taylor. Thougth and expression. In the sixteenth century.
2 vols. New York, 1920. ⭐

 N.20 (problema das renascenças sucessivas, do ponto de vista da história das artes plásticas): A. Warburg.
Gesammelte Schriften (Escritos coletados). Hamburg, 1934; E. Panofsky. “Renaissance and Renaissances” (In:
Kenyon eview. VL/2, 1944). ⭐

 Giovanni Pontano (N.23; nele, o sentimento de amor “tem algo de cósmico: compreende a paisagem e o
universo, vivificando tudo, de modo que as divindades e personagens mitológicas [...] são, em Pontano, a coisa
mais natural do mundo”): De amore coniugali, Versus iambici, Lepidina. ⭐

 Ambrogini Poliziano (N.25; “é o primeiro classicista das literaturas europeias; [...]. Poliziano foi humanista
eruditíssimo, um dos fundadores da filologia moderna.”): Stanze; Orfeo. ⭐

 Francesco Colonna (N.26): Hypnerotomachia Poliphili (“romance enorme, cjeio de descrições de obras de arte,
palácios, jardins”). ⭐

 N.27: K. Burdach. Reformation, Renaissance, Humanismus. Berlin, 1918; V. Zbughin. Storia del Rinascimento
Cristiano in Italia. Milano, 1924; E. Walser. Gesammelte Studien zur Geistesgeschichte de Renaissance (Estudos
coletados sobre a história intelectual da Renascença) Basel, 1932; C. Angeleri. Il problema religioso del
Rinascimento. Firenze, 1952. ⭐

 N.28: A. Viscardi. “La poesia religiosa del magnifico Lorenzo” (In: Atti del Reale Instituto Veneto, LXXXVII, 1928).

 Jacopo Sannazaro (N.32; “era um espírito algo estéril, mas nobre”): Arcadia (obra que criou o gênero do
mesmo nome). Eclogae piscatoriae. ⭐

 Leone Battista Alberti (N.33; “É um dos grandes homens universais da Renascença”): Della famiglia, Defunctus
(“Virtú contra Fortuna, eis o começo da luta pela racionalização da vida”). ⭐

 Gerolamo Savanorola (N.34; “grande lírico da predicação popular”; “Com Savanorola, a Renascença cristã
acabou; sobreviverá apenas em poucos poetas evasionistas...”).

 O Cinquecento (Igreja e humanistas, igualmente ameaçados, é o que constitui o espirito do Cinquecento):

 G. Togganin. Il Cinquecento. Milano, 1935. ⭐

 Ludovico Ariosto (N.2; “é o mestre da ottava rima”; “é o instrumento com que esse artista puro domina as
desarmonias e dissonâncias da vida cinquecentesca, harmonizando aventuras e crimes, loucuras e nobrezas,
sabedoria e doidice, tudo numa harmonia maravilhosa, puramente imaginária e, contudo, não menos reald=
do que outra realidade. [...] Dominando a realidade pela arte, Ariosto é um clássico”): Orlando Furioso; Satire. ⭐

 N.3: A. Sainati. La lírica latina del Rinascimento. Pisam 1919. ⭐


 Leone Ebreo (N.7; “Leone exerceu influência profunda sobre Bembo e Castiglion, Ronsard e Du Bellay, Frei Luis
de León e Camões, Montaigne e Cervantes; esses dois últimos incluíram os Dialoghi entre os seus livros
preferidos. Leone é um grande estilista, e os seus períodos revelam, em meio a exposições secas e estéreis,
inesperada força poética. [...] Nasceu uma poesia viciada nas raízes pela idealização filosófica e
pseudofilósofica e pelo convencionalismo da expressão”): Dialoghi d´amore. ⭐

 N.8 M. Pieri. Le petrarquisme au XVIe siècle. Marseille, 1895. Antologias: L. Frati. Rime di poeti del XVI secolo.
Bologna, 1873; Lirici del secolo XVI (biblioteca clássica econômica Sonzogno, Milano, 1879). ⭐

 Pietro Bembo (N.9): Asolani (“belo panorama das conversas espirituosas, no ambiente artístico de Veneza de
1500”), Sarca (Burckhardt considerava-a obra-prima do idílio latino). ⭐

 Annibale Caro (N.10; “grande escritor”).

 Carlo Bo. Bernardino Rota (N.14; imitou tão bem Petrarca e Sannazzaro que os contemporâneos achavam-no
superior).

 Gaspara Stampa (N.16; “conseguiu o que nenhum dos outros conseguira: sem romper com o petrarquismo,
fazer do soneto convencional o vaso de uma expressão pessoal e apaixonada [...], da qual o próprio Petrarca
não fora capaz”). ⭐

 N.18: F. Neri. La tragedia italiana nel 500. Firenze, 1904. ⭐

 N.20: J. Sanesi. La commedia. Milano, 1911; L. Russo. Le comedie fiorentine del 1500. Firenze, 1939. ⭐

 Grazzini, chamado Il Lasca (N.25; era considerado o mestre mais espirituoso da língua florentina): Arzigogolo
(“um panorama vivo da sociedade italiana do século XVI, dos costumes da burguesia e da Jeunesse dorée”) ⭐.

 N.27: G. B. Pellizzaro. La commedia del secolo XVI; (mesmo autor) la novellistica anteriore. Vicenza, 1901. ⭐

 Lorenzino de Medici (N.28): Arisodia (“uma das melhores comédias plautinas do século”), Apologia (“a maior
peça de eloquência italiana, de uma força digna de Demóstenes”). ⭐

 N.29: P. e Nolhac. Erasme et l´Italie. 2ª ed. Paris, 1925 (Cf. N.5); A. Renaudet. Erasme et l´Italie.

 N.30: V. Zabughin. Storia del renascimento Cristiano in Italia. Milano, 1924. ⭐

 Girolamo Vida (N.32; “recentemente se celebra Vida como percursos poético da Contrarreforma”): Christias
(Tasso, Milton e Klopstock encontraram nela a ideia do conselho dos espíritos infernais). ⭐

 Baldassare Castiglione (N.33; “conhece o esplendor do espírito e sabe da sua limitação. Sabe escrever diálogos
como só o sabia fazer Platão, mas não tem a fé de Platão na indestrutibilidade das ideias e dos ideais”):
Cortegiano. ⭐

 Nicolau Maquiavel (N.34).

 Francesco Berni (N.35): Lode dele cose ignobili, Orlando innamorato rifatto.

 Teofilo Folengo (N.39; “nenhum outro poeta italiano se aproxima tanto de Dante como esse humorista”; “pela
brincadeira linguística desse humorista fala a voz da consciência do século”): Moschea, Baldus, Caos del
Triperuno, La umanità del figliuolo di Dio. ⭐

 Benvenuti Cellini (N.40).

 Vasari (N.41; biografou grandes artistas). ⭐


 N.44: C. Church. I riformatori italiani. 2 vols. Firenze, 1935; D. Cantimori. Gil eretici italiani del 1500. Firenze,
1940. ⭐

 Vittoria Colonna (N.45; não tão grande poetisa, um tanto fria, mas inspiradora; sua vida é quase uma tragédia
do próprio protestantismo italiano). ⭐

 Michelangelo Buonarroti (N.46; “a personalidade de artista mais poderosa de todos os tempos”): Rime. ⭐

 Francesco Guicciardini (N.48; teórico do conformismo burguês; “é contemporâneo de Maquiavel, do qual


parece ser o companheiro e é, em tudo, a antítese”; “é realmente um historiador mais autêntico do que
Maquiavel; sabe separar rigorosamente os fatos e a teoria”): Ricordi politici e civili. ⭐

 N.50: L. Stoppato. La commedia popolare in Italia. Padova, 1887. ⭐

 Angelo Beoloco, chamado Il Ruzzante (N.51); “maior representante da literatura popular”, “com ele, a literatura
italiana começa a retirar-se das alturas do Olimpo clássico para as aldeias do Vêneto, da Toscana e da Sicília.
Desde então, existem duas literaturas na Itália: a sublime e eloquente dos cultos e a cômica e vivace do povo).

 Renascença Internacional:

 N.1: F.A. Wright e T.A. Sinclair. A history of later latin literature to the end of the seventeenth century. London,
1932; P. Van Tieghem. La littérature latine de la Renaissance. Paris, 1944. ⭐

 F. Hennebert. Histoire des traducteurs français d´auteurs grecs et latins pendant le XVle et XVII siècles. Gant,
1853. ⭐

 Jacques Amyot (N.3; tradutor de Plutarco para o francês – foi por sua tradução que napoleão leu Plutarco). ⭐

 N.4: F. Schoell. Étude sur l´humanisme continental en Angleterre à la fin de la Renaissance. Paris, 1926. ⭐

 Sir Thomas North (N.5; traduziu Plutarco para o inglês – por meio de sua tradução, inspirou-se Shakespeare). ⭐

 George Chapman (N.6; tradutor de Homero; “era poeta romântico, de vitalidade assombrosa e linguagem
musical. O seu Homero é um poema entre Shakespeare e Beaumont e Fletcher, ou antes, entre Marlowe e
Webster, um imenso palácio ou jardim encantado da língua inglesa”) ⭐

 N.10: A. Meozzi. Il petrarchismo europeo nel secolo XVI. Pisa, 1934. ⭐

 Garcilaso de la Veja (N.12; “é, em certo sentido, o maior poeta de língua espanhola, porque nenhum outro foi
tão exclusivamente poeta). ⭐

 Francisco de La Torre (N.13; “escreve com grande perfeição”) ⭐

 Frei Agostinho da Cruz (N.15).

 N.16: I. Vianey. Lé pétrarquisme en France au XVIe siècle. 2 vols. Paris, 1906-1907; H. Chamard. Les origines de
la poési Française de la Renaissance. Paris, 1920. ⭐

 N.17: J. Plattard. La Renaissance des Lettres em France. 2ª ed. Paris, 1931. ⭐

 N.18: P. Laumonier. In: Revue de la Renaissance, 1, 1901. ⭐

 N.19: H. Guy. Historie de la poésie Française au XVIe siècle. 2 vols. Paris, 1910-1926; P. de Nolhac. Tableau de la
pésie Française au XVI siècle. Paris, 1924; Th. Maulnier. Introduction à la poésie Française. Paris, 1939; H.
Chamard. Histoire de la Pléiade. 4 vols. Paris, 1939-1940. ⭐
 Maurice Scève (N.20): Microcosme (“um sonho de Adão representa os sentimentos cósmicos da humanidade
inteira”), Délie (“a maior meditação poética em língua francesa”). ⭐

 Louise Labé (N.21; “é grande artista da elegia erótica”). ⭐

 N.24: H. Guy. Histoire de la poésie française au XVIe siècle. Vol. 1: L´école des rhétoriqueurs. Paris, 1910. ⭐

 Ronsard (N.25; “é o maior nome da Plêiade e, apenas de todas as objeções que surgem sempre de novo, um
dos grandes poetas da literatura universal. [...] É preciso ler Ronsard inteiro, mesmo que isso constitua trabalho
forçado.) ⭐

 Du Bellay (N.26; “Ronsard é o maior poeta da Plêiade; outros dirão, talvez, que Du Bellay é o maior artista.”) ⭐

 N.27: M. Allem. Anthologie poétique Française, XVIe siècle. 2 vols. Paris, s.d. ⭐

 Robert Garnier (N.33): Élegie à Desportes, Élegie à Nicolas de Ronsard, Élegie sur la mort de Pierre de Ronsard
(“três peças realmente grandes. A última é o canto de cisne da Plêiade”). ⭐

 N.35: M. Evans. English poetry in the sixteenth century. London, 1955. ⭐

 Earl of Surrey (N.37; não é muito importante, mas faz uma transformação na forma do soneto inglês).

 George Gascoigne (N.38; na década de 50, era muito elogiado pelos críticos americanos).

 Samuel Daniel (N.39; aprendeu a fazer boa poesia; estilo simples, versos facilmente memorizáveis – é bom para
aprender inglês). ⭐

 Drayton (N.40; “grande poeta” ;): Ide´s Mirror (um dos cinco sonetos “foi considerado por Dante Gabriel
Rossetti como o melhor soneto em língua inglesa: e Rossetti entendia de sonetos”); Polyolbion (epopeia
geográfico-histórica “enorme e ilegível”). ⭐

 Sir Philip Sidney (N.41; “maior sonetista elisabetano”): Astrophel and Stella (“os sonetos não são impecáveis: a
sintaxe é algo confusa, a versificação, dura. Mas são mais ingênuos, mais frescos do que todos os outros
sonetos do século XVI”), Arcadia (ilegível aos nossos dias). ⭐

 Sir Walter Ralegh (N.42 e 43; humanista, historiador de importância, cientista, cortesão, político, guerreiro, e,
quando se metia a fazer poesia, fez versos extraordinários): The passionate Man´s Pilgrimage. ⭐

 Ler os Elizabethan Songs Books (N.43; “coleção de poesia culta e poesia anônima, de um encanto muito
especial”) ⭐

 Thomas Campion (N.44; o maior dos líricos autênticos; “nenhum outro poeta da literatura inglesa revela tanta
variedade, sobretudo na poesia erótica”). ⭐

 Edmund Spenser (N.46; reformou a métrica e a língua inglesa; “como criador de uma língua poética, Spenser
não é menor do que Dante”; ): Shepheardes Calender, Amoretti¸ Epithalamion, Prothalamion, Faerie Queene⭐

 Hakluty (N.47; “monumento inglês da época das descobertas”). ⭐

 Bernal Díaz del Castillo (N.48): Verdadera Historia (transfigurou as conquistas em epopeia). ⭐

 N.50: A.J. Saraiva. e O. Lopes. História da literatura portuguesa. Rio de Janeiro, 1969. ⭐

 Fernão Mendes Pinto (N.51): Peregrinação. ⭐

 Ler as histórias trágico-marítimas (histórias das naus que afundaram em Portugal) (N.52): Bernardo Gomes de
Brito, 1688; publicada em 2 vols., 1735/1736. Ed. por D. Peres, e vols., Lisboa, 1936/1937. ⭐
 João de Barros (N.53; descreve a conquista da Índia pelos portugueses): Década (dizem que inspirou Camões a
escrever os Lusíadas). (Foi continuada por Diogo do Couto, N.54). ⭐

 Luís de Camões (N.56; “poucos poetas sugerem como ele a impressão de poeta nato: a poesia parece a sua
língua materna”, “Camões ocupa na literatura portuguesa o lugar de Dante na literatura italiana: a sua
grandeza sufocou os posteriores”). ⭐

 N.57 (sobre a écloga): E. Carrara. Poesia pastorale. Milano, 1908; A. Fatinelli. Italia e Spagna. Vol 1. Torino,
1929; H. Genouy. L´élement pastoral dans la poésie narrative et le drame em Angleterre de 1579 à 1640. Paris,
1929; A Hulubei. L´églogue em France au XVIe siècle. Paris, 1938. ⭐

 Battista Mantovano (N.58; suas éclogas latinas foram usadas como livro didático no ensino do latim de todos os
países, e por meio dele Shakespeare aprendeu a língua). ⭐

 Bernardino Baldi (N.61) e Francesco Bracciolini (N.62) escreveram as melhores éclogas italianas do século XVI.

 Diogo Bernardes (N.66) (Écloga Sylvia) e Rodrigues Lobo (N.67): poetas bucólicos portugueses. ⭐

 Alexander Barclay (N.68): escreveu éclogas e traduziu a Nau dos Insensatos para o inglês.

 Claude Gauchet (N.74; suas éclogas mostram a devastação das guerras religiosas na França).

 N.75: H. Rennert. The Spanish Pastoral Romances. Baltimore, 1892; H. Genouy. L´Arcadia de Sidney dans ses
rapports avec l´Arcadia de Sannazaro et la Diana de Montemayor. Paris, 1926. ⭐

 Montemayor (N.79; participa dos efeitos que tornam o gênero do romance pastoril impossível a leitura): Diana.

 Gil Polo (N.80): Diana enamorada.

 Rodrigues Lobo (N.81; “poeta interessante e romancista curioso, uma das muitas personalidades notáveis da
chamada ‘decadência’ portuguesa do século XVII”). ⭐

 Greene (N.83): Pandosto. Lodge (N.84): Rosalynde. (De ambos, Shakespeare tirou enredos). ⭐

 Honore D´Urfé (N.86): Astrée (tamanho demasiado grande dificulta a leitura, e seu estilo afetado é melhor do
que parece; inspirou madame de La Fayette, Racine, Marivaux, abade Prévost, Rousseau e Georges Sand; ela
representa a sociedade francesa do séc. XVII). ⭐

 Samuel Usque (N.87): consolação às tribulações de Israel (“é um poderoso libelo, cheia de força verbal dos
profetas do velho testamento; [...] é o único romance pastoril de verdade”). ⭐

 Jan Kochanowski (N.88): Fraskzi (“burlas”; “são uma espécie de diário poético de um homem culto,
acompanhando com espírito de independência as suas experiências, num ambiente ainda meio bárbaro” –
esse livro em específico interessou-me, posso buscar outros futuramente). ⭐

 Balassa (N.89; primeiro grande poeta húngaro). ⭐

 N.90 (“a literatura Ragusa foi, durante mais de dois séculos, o posto mais avançado da civilização europeia”): A.
Pavic. História do teatro rugasano. Zagreb, 1901; M. Medini. História da literatura croata na Dalmácia e em
Rugasa. Vol. 1. Zagreb, 1902. A. Cronia. Il canzoniere raguseo de 1507. Zara, 1927; M.S. Stanojevic. Early
Iugoslav literatura, 1000-1800. London, 1922; J. Torbarina. Italian influence on the poets of the Ragusan
Republic. London, 1931. ⭐

 Ivan Franov Gundulic (N.91; “maior poeta de Ragusa”): Osman, Dubravka. ⭐

 Antonio Guevara (N.92; “é um percursor (do barroco)”): Libro aureo del emperador Marco Aurelio, Epístolas
familiares, Menosprecio de corte y alabanza de aldeã. ⭐
 Fernando Herrara (N.93): Por la victoria de Lepanto; Por la perdida del rey D. Sebastian.

 N. 94: M. Arce Blanco. Garcilaso de la Veja. Madrid, 1930.

 N.95: I.M. Galvez Olivares. Guevara in England. Berlin, 1916.

 John Lyly (N.96): Euphues or the anatomy of Wit, Songs, Alexander and Campaspe (“preparou a comédia
shakespeariana”), Euphues. ⭐

 N. 98: L. Zanta. La Renaissance du stoicisme au XVIe siècle. Paris, 1914. ⭐

 Justus Lipsius (N.99; “maior representante do estoicismo da Renascença”): De constantina (“comoveu os


melhores espíritos da Europa”). ⭐

 Montaigne (N.100; criador do gênero ensaio; possui opiniões heréticas e, segundo o Olavo, muito de seus
escritos são falsos): Essais. ⭐

 Hans Sachs (N.101; “não é grande poeta, ou melhor, nem sequer é poeta em sentido algum: é apenas uma
figura histórica, de importância relativa”).

 Gil Vicente (N.102; “um grande poeta, um dos maiores da renascença. [...] é grande artista, [...] suas farsas,
além de representarem todas as facetas da vida portuguesa da época, refletem vários aspectos da vida
europeia [...]. Só Shakespeare e alguns outros dramaturgos elisabetanos oferecem a mesma abundância de
lirismo espontâneo.”). ⭐

 Thomas Deloney (N.107; “um dos escritores mais curiosos da literatura inglesa, tão rica em figuras singulares”):
Jack of Newberry, The gentle Craft, Thomas of Reading. ⭐

 Leonardo da Vinci (N.108). ⭐

 N.109: L. Thorndike. A history of magic and experimental Science. Vol. IV: “The fifteenth Century”. New York,
1934 (procurar os outros volumes). ⭐

 Giordano Bruno (N.110; tomar cuidado; “o filósofo que reúne à glória, de ter criado a cosmologia moderna a
outra glória, de criador da literatura filosófica em língua italiana e de escritor extraordinário”).

 Bernard Palissy (N.111; “era um gênio universal como havia tantos na Renascença, um pequeno Leonardo
francês: cientista, técnico, artista e grande escritor”) ⭐

 Bacon (N.112; tomar cuidado).

 François Rabelais (N.113; “é o gênio do macarronismo”): Gargantua e Pantagruel. ⭐

 N.114: E. Gilson. In Revue des études, franciscaines, I. 1924. N.115: H. Hauser. La préponderance espagnole.
Paris, 1933. N.116: M. Bataillon. Le roman picaresque. Paris, 193; A. Valbuena Prat. La novela picaresca em
España. Madrid, 1943. ⭐

 Lazarillo de Tormes (N.117 e 118; “não é apenas o primeiro romance picaresco; é o primeiro romance da
literatura universal que permaneceu legível até hoje, não como objeto de estudos históricos, mas como leitura
divertida e como ‘crítica da vida’”). ⭐

 N.119: L. Geiger. Renaissance und Humanismus in Italien und Deutschland. Berlin, 1882; A. Taylor. Problems in
literary history of the fifteenth and sixteenth centuries. New York, 1939. ⭐

 Ulrich von Hutten (N.120): Epistolae obscurorum virorum (“são uma das sátiras mais mordazes da literatura
universal”; eram as aramas mais eficientes da reforma luterana). ⭐
 N.121: H. Plessner. Das Schiksal des deutschen Geistes im Ausgang seiner burgerlichen Epoche. Zurich, 1935.
N.122: W. Stammler. Von der Mystik zum Barock, 1400-1600. Stuttgart, 1927. N.123: U. Paul. Studien zur
Gestchchte des deutschen nationalbewusstsein im Zeitalter des Humanismus und der Reformation. Berlin,
1936. ⭐

 Renascença cristã: a reforma:

 Lutero (N.2, 3 e 4; “é uma das personalidades mais poderosas da história universal; poderosíssima no bem e no
mal”; “como homem particular, Lutero era fraco”; “é o maior escritor da língua, o Dante da língua alemã”;
“Lutero nunca pretendeu abolir os efeitos da fé na vida prática; apenas pareciam-lhe mais bem garantidos
esses efeitos na mão do Estado leigo que na igreja corrompida”). ⭐

 Calvino (N.5; “uma energia como a de Lutero, apenas mais bem disciplinada por uma espécie de classicismo
inato da raça”) ⭐

 Ulrich Zwingli (N.6; “o menos considerado entre os grandes reformadores, porque foi vencido”; “a teologia de
Zwingli aproxima-se bastante do panteísmo e do conceito de considerar o cristianismo como uma forma entre
outras formas, se bem que a mais desenvolvida, da religião universal [...]: o seu fim era a república cristã da
Burguesia de Zurique”). ⭐

 N.7: E. Bruggeman. Les mystiques flamands. Lille, 1928.

 John Coler (N.8; foi “o grande pedagogo do Humanismo cristão; chegou a doutrinar Erasmo” – lê-lo apenas
para uma investigação da educação ao longo dos tempos). ⭐

 Erasmo (N.9; um teólogo protestante moderno diz: “Profeta da ura sagrada contra tudo o que é falso e
bárbaro”; Lutero chamou-lhe “inimigo e adversário do Cristo, retrato de Epicuro”; “parece” que foi ariano;
criticava e zombava da vida nos mosteiro, no culto aos santos, do dogma, mas afirmava ser fiel a igreja romana;
seu interesse no cristianismo é puro e principalmente moralista; o próprio não se tornara protestante, mas
teve suas raízes em vários países, e sobretudo na Espanha). ⭐

 Thomas Morus (N.10; “para os progressistas, Morus é o criador da primeira utopia, do primeiro sonho de uma
ordem socialista”): Utopia. ⭐

 N.13: H. Wantoch. Spanien. Das Land ohne Renaissance. Berlin, 1927. ⭐

 Luis Vives (N.15; “um dos fundadores da pedagogia moderna [...]”): De anima et vita (“declaração de guerra às
definições escolásticas, a primeira obra de psicologia empírica na história da filosofia moderna, chegando, na
argumentação ontológica, às fronteiras do atomismo materialista”); De subventione pauperum (é o primeiro
tratado de política social, superior aos sonhos de Morus pelo espírito realista do espanhol”); De concordia et
discórdia in humano genere (carta-dedicatória ao imperador Carlos V, “descreve a situação da Europa com
palavras atualíssimas e tira conclusões de valor permanente”). ⭐

 Aldana (N.16; “poeta esquecido [...]. ‘Esquecido’, porque ele, a quem os contemporâneos chamavam ‘El
Divino’, caiu depois em olvido completo”): Carta del capitán Francisco de Aldana para Arias Montano (“é uma
grande peça de arte renascentista: versificação da teoria platônica do amor divino”). ⭐

 N.17 sobre a raiz holandesa do erasmismo espanhol: P. Groult. Les mystiques des Pays-Bas et la littérature
espagnole du XVIe siècle. Louvain, s.d.

 Juan de Avila (N.18): Audi, filia, et vide; Epistolario espiritual para todos los estados. N.19: H. Boehmer. Loyola
und die deutsche Mystik. Leipzig, 1921. N.20: E. Gothein. Ignaz von Loyola und die Gegenreformation. Halle,
1895. ⭐

 Frei Luis de Granada (N.22; “é antes de tudo grande orador”; “Em decênios e decênios passados no
confessionário, o dominicano conheceu as fraquezas e misérias da alma humana; será um grande psicólogo da
persuasão lenta e paciente. Mas também sabe da tenacidade e autodeterminação irresistível daquelas almas e
apresenta-lhes o que chegou a conhecer em decênios e decênios de mortificação ascética: o lado noturno da
Criação”): Discurso fúnebre de la reina D. Catalina (“é digno de Bossuet”); Libro de la oración y meditación
(estilo coloquial, dirigido às almas devotas e simples); Guia de pecadores (“estilo conciso, denso e
impressionante de Sêneca”); Introducción del símbolo de la fe (“manejando a frase ciceroniana, largamente
desenvolvida, como para compreender todas as almas, as coisas e o mundo inteiro”). ⭐

 Luis de León (N.23; é o maior poeta da língua espanhola, “o superlativo é bastante justificado”; grande espírito
erudito, nutrido de letras clássicas; o assunto de suas poesias é a fuga para dentro de um quadro da
renascença – “contra todas as aparências, (o autor) não é um poeta de evasão: não abandona, apenas
transfigura a realidade”; “como poeta, está perto daquele outro criador de céus e de luz: Dante”; uma das
poesias mais sublimes que o mundo já ouviu): La perfecta casada, De los nombres de Cirsto (duas obras
publicadas em vida, obras em prosa; as poesias seriam póstumas, publicadas por Quevedo). ⭐

 Padre Mariana (N.26; “o último erasmiano espanhol”): Historia general de España, De rege et regis instituione,
De monetae mutatione, De morte et immortalitate, De advento Jacobi apostoli in Hispania.

 Alfonso de Valdés (N.27): Diálogo de Mercurio y Carón (“esse dialogo representa um gênero literário particular
da Renascença: a transformação das danças macabras e cortejos carnavalescos medievais e sátira mais especial
e particular, atenuando-se as inventivas pela forma clássica.”). ⭐

 Juan de Valdés (N.28; é protestante; “O ideal secreto de Erasmo fora uma ‘Terceira Igreja’, entre o catolicismo e
protestantismo, a Igreja do Humanismo cristão; nesta, o misticismo teria sido substituído pela inteligência
esclarecida – mas não s fundam Igrejas sobre a inteligência. Em Juan de Valdés, erasmiano místico, sucumbiu a
última possibilidade de uma Igreja erasmiana”): Dialogo de lá lengua (defesa da língua castelhana contra a
latina). ⭐

 N.29: H. Schoeffler. Das abendland und das Alte Testamente (O Ocidente e o antigo testamento).. Frankfurt,
1941. ⭐

 N.31: V. Hehn. Gedanken über Goethe (reflexões sobre Goethe). 7ª ed. Berlin, 1909. ⭐

 CHristiern Pedersen (N.33) e Olaus Petri (N.34) são dois reformadores cujo trabalho fora traduzir a bíblia para o
dinamarquês e o sueco, respectivamente. São dois grandes escritores. O Carpeaux segue citando traduções em
outras línguas e suas influências: N.35. A.S. Cook. The bible and English prose style. Boston, 1892, J. Brown. The
History of the English bible. Cambrigde, 1911, D. Daiches. The king jame´s version of the English bible. Chicago,
1941. N.36: E. Petavel-Olligg. La Bible em France ou les traductions françaises des Saintes Écritures. Pari, 1864. ⭐

 Satire ménippée (N.38; “é a sátira mais elaborada da literatura francesa, sátira contra os revoltados católicos da
Ligue e em favor do rei legítimo, Henrique IV, que terminará a guerra civil, convertendo-se ao catolicismo e
concedendo tolerância aos protestantes”). ⭐

 D´Aubigné (N.39; ´’ Se a indignação jamais fez versos, nunca os fez mais poderosos. D´Aubigné é, sem dúvidas,
um dos maiores poetas em língua francesa”): Les aventures du baron de Faeneste, Tragiques. ⭐

 Du Bartas (N.40; “um dos poetas franceses de maior sucesso no estrangeiro, desprezado, porém, na França” ):
La première semaine (“uma versificação exuberante, as pouco hábil, do Hexaemeron, dos seis dias da criação do
mundo” – a obra foi traduzida para várias línguas, incluindo para o holandês, que inspirou Arrebo, o primeiro
grande poeta da literatura dinamarquesa; inspirou também Tasso e Milton). ⭐

 N.41: D. Alonso. “La lengua poética de Góngora, I”. (Revista de Filología Espanõla, Anejo XX, Madrid, 1935). ⭐

 N.42, sobre o hino alemão e sua importância, “literatura sui generis”: Das deutsche Kirchenlied des 17.
Jahrhunderts, edit. por A.F.W.Fischer e W. Tuempel. 6 vols., Gutersloh, 1904-1916. P. Nelle. Geschicte des
deutschen evangelischen Kirchenliedes. 3ª ed. Leipzig, 1928. ⭐
 Paul Gerhardt (N.44; “maior poeta da Igreja Luterana” – “a canção luterana acabou, enfim, em artifícios e
sentimentalismo”). ⭐

 N.45; “(a poesia luterana) tinha começado como poesia popular; tinha recebido influências barrocas; e perdeu,
enfim, sua razão de ser, adaptando-se ao racionalismo sentimental da ilustração alemã”: K. Berger. Barock und
Aufklärung im geistlichen lied (O Barroco e o Iluminismo na canção espiritual). Marburg, 1951. ⭐

 Arrebo (N.46; “pai da literatura dinamarquesa”, e o maior dela) ⭐

 Thomas Kingo (N.47; “este é um grande poeta, talvez maior do que qualquer do luteranos alemães”; sobre sua
poesia, dizia-se “abriu a essa pobre povo as portas do Céu”). ⭐

 Marnix Van St. Aldegonde (N.48; “poderoso poeta em língua holandesa”): Bienkorf der H. Roomsche Kerke
(“sátira violenta contra a igreja Romana, apresentada como colmeia pululando de prelados e jesuítas,
ridicularizados em palavras e palavrões enormes, neologismos grosseiros, que lembram a língua de Rabelais”),
Wilhelmus van Nassouwe (“até hoje é o hino nacional da Holanda”). ⭐

 Camphuysen (N.50; “grande poeta menos que sabe exprimir emoções simples em formas complicadas que
parecem simples – o que é arte consumada”; “poeta religioso mais querido da Holanda”). ⭐

 Jacob Revius (N.51; “lado grandioso do calvinismo, em que a majestade divina, despida de música e artes”;
“dono de ritmos violentos contra os papistas e de acorde como de órgãos para os seus, e também de
confissões contritas”). ⭐

 N.53: G.E. van Es. Barokke lyrics van protestantsche dichters (Letras barrocas de poetas protestantes.).
Haarlem, 1946. ⭐

 Ler o Book of Common Prayer (N.54; “Fora da liturgia romana, não existe no mundo outra comparável a essa
inglesa. Nasceu a dignidade de uma língua, destinada a grandes coisas”). ⭐

 Lancelot Andrewes (N.55; santo; não existe coisas parecidas com suas obras no mundo): Preces privatae.
Richard Hooker (N.56). (Com Lancelot, a igreja alcança profundeza religiosa, com Hooker, forma humanística). ⭐

 George Whiter (N.57; criador da hinografia da Igreja da Inglaterra), Quarlers (N.58; aperfeiçoou a hinografia
inglesa, embora não seja grande poeta; “com Quarlers principia a evolução, dentro da igreja aristocrática e
humanista, para a religiosidade popular). ⭐

 N.59, resultado das reformas: E. Troeltsch. Die Soziallehren der christlichen Kirchen und Gruppen (Os
ensinamentos sociais das igrejas e grupos cristãos.). 2ªed., Tübingen. [A obra precisa de algumas retificações,
as quais podem ser encontradas nos estudos de W. Elrt: Morphologie des Luthertums (Morfologia do
Luteranismo), 2 vols., Berlin, 1931-1933). ⭐

 N.60, houve também uma “reforma” na Igreja Católica: E. Gothein. Ignaz von Loyola und die Gegenreformation
(Inácio de Loyola e a Contrarreforma). Berlin, 1895. ⭐

 O BARROCO E O CLASSICISMO:

 O problema da literatura barroca:

 Este capítulo é destinado única e exclusivamente para explicar a origem da escola literária, suas influências e
influenciadores, sobre a forma de escrita adotada pelos autores, além de discussões sobre escritores
específicos – não há nenhuma abordagem geral sobre escritor algum. Cito aqui algumas obras e escritores a
pesquisar, pela curiosidade: obras de Sperane Speroni, Vincenzo Maggi, Alessandro Piccolomini e Ludovico
Dolce (estudiosos do aristotelismo e críticos literários da época); Emanuele Tesauro; a obra de Innocent
Gentillet, “Discours sur les moyens de bien gouverner, et maintenir em bonne paix um Royaume ou autre
Principauté. Contre Nicholas Machiavel Florentin” (traduzido para o inglês por Simon Paterycte, em 1602);
Antonio Possevino e Pedro di Ribadeneyra (grandes divulgadores do antimaquiavelismo).

 Poesia e teatro da contrarreforma:

 N.1: E. Norden. Die antike Kunstprosa vom 6. Jahrhundert von Christus bis in die Zeit der Renaissance. 2ªed.
Leipzig, 1915; M.W. Croll. “Attic prose in the Seventeeth Century” (In: Studies in Philology, XVIII, 1921). N.2: G.
Scopa. Osservazioni critiche sull´ origine del secentismo. Napoli, 1907. N.3: F. Magno. Le fonti dell´Adone.
Torino, 1891. N.4: D. Alonso. “La lengua poética de Góngora” (In: Revista de filolofía española, anejo XX, 1935).
N.5: R. Tuve. Elizabethan and Metaphysical Imagery. Chicago, 1948. N.6: G. Diaz-Plaja. El espíritu del Barroco.
Barcelona, 1940. N.7: J.A. Richards. Principles of literary Criticism. 6ªed. London, 1938; W. Empson. The seven
types os ambiguity. London, 1931. N.8: H. Pongs. “L´image poétique et l´inconsciente” (In: Psychologie du
Langage, ed. por H. Delacroix e outros. Paris, 1933). N.9. S. Filipponi. Il marinismo nella letteratura tedesca.
Firenze, 1910. N.19: F.P. Wilson. “Notes on the Early life of John Donne (In: Review of English Studies, III, 1927).
N.11: K. Burke. The philosophy of literaty from. Studies in Symbolic Action. New Orleans, 1941. ⭐

 Torquato Tasso (N.12; “O marinismo é o produto da ambiguidade, na mente daqueles intelectuais, entre o
hedonismo aristocrático-lascivo e a angústia religiosa: é o caso de Tasso”; “Com efeito, Tasso é o percursor
imediato do marinismo. [...] De Tasso provém o estilo marinista, no sentido mais superficial da palavra, como
arte de ornamentos verbais, como música verbal. Finalmente, a poesia italiana do Seicento transformar-se-á
em música, e o drama, a grande aspiração frustrada de Tasso, acabará em Opera). ⭐

 Luigi Tansillo (N.13; “foi notável poeta lírico, e a melancolia romântica dos seus sonetos não encontra analogias
em toda a poesia renascentista): Clorida, Il Vendemmiatore, Le lagrime di San Pietro. ⭐

 Giambattista Marino (N.14; “se não é grande poeta, é pelo menos um grande artista”; suas poesias “são
coleções, habilmente reunidas, de amostrar da arte poética de todos os tempos. Marino era grande leitor,
conhecedor culto e até erudito de Teócrito e Virgílio, Catulo e Ovídio, Ronsard e Tasso, Montemayor e Lope de
Vega. Afirmam que anotou, em cadernos volumosos, os belos versos e frases e expressões que encontrou
naqueles poetas, compondo então os seus poemas como mosaico de sitações”; seus discípulos não
conseguiram manter seu estilo, caindo em degeneração): Strage degli innocenti (epopeia bíblica), Adone
(epopeia lasciva), Galleria (“é uma coleção de peças de museu, quase arte parnasiana”), Sonetti Marittimi,
Sampogna, Dicerie sacre. ⭐

 N.15: Il parnaso in rivolta. Barocco e antivarroco nella poesia italiana. Milano, 1940.

 N.16; “a civilização italiana da Contrarreforma põe tudo à disposição dos poetas, tudo, menos o sentido
humano”: Lirici Marinist, ed. por B. Croce, Bari, 1910. ⭐

 Gabriello Chiabrera (N.21; inventou a poesia anacreontica; possui alguma importância histórica).

 Fulvio Testi (N.22; Leopardi, num julgamento justo e de maior honra ao poeta, disse que “Em uma era menos
bárbara ... ele teria sido nosso Horácio”): All alteza del duca di Savoia. ⭐

 Filicaia (N.23; “poeta frio, celebrando vitórias francesas e austríacas como se fossem triunfos do cristianismo”;
“é o único poeta italiano do séc. XVII que consegue um ou outro verso forte, bem construído e ao mesmo
tempo bem sentido [...]. O resto é apenas exercício estilístico”). ⭐

 N.24: L.-P. Thomas. Le lyrisme et la préciosité cultistes em Espagne. Halle, 1909; A. Reyes. Cuestiones
gongorinas. Madrid, 1927. ⭐

 Carrillo y Sotomayor (N.26; serviu de modelo estilístico para Góngora): Fábula de Atis e Galatea. ⭐

 Luis de Góngora y Argote (N.27; contrário a todo romantismo; “um grande técnico da poesia, um virtuose que
sabe fazer tudo: poesia popular e poesia hermética”; “Góngora é um arquiteto da língua”): Lieds, Alusión y
elusión (a fórmula da poesia de Góngora, segundo Dámaso Alonso), Polifemo y Galatea e Soledades (as obras-
primas de Góngora), En la fiesta del Santíssimo Sacramento. ⭐

 Procurar a tradução da Farsália, de Lucano, feita por Jáeuregui, “a maior tradução em língua castelhana,
perfeita expressão barroca do estoicismo, que é, desde Lucano e Sêneca, outro elemento essencial da alma
espanhola”. ⭐

 Ler, por desencargo de consciência, Bocángel (N.29), Soto de Rojas (N.30), Trillo y Figueroa (N.31) e Polo de
Medina (N.32).

 Valdivielso (N.33): a lo divino.

 Juana Inés de la Cruz (N.34; o único gongorista que tem algo do mestre): El cetro de San José, El divino Narciso,
Los empenões de uma casa. ⭐

 Lupercio Leonardo de Argensola e Bartolomé Leonardo de Argensola (N.36).

 Rodrigo Caro (N.37): Canción a las ruinas de Itálica. ⭐

 Estebán Manuel de Villegas (N.38; não há figura mais barroca do que ele). Solís (N.39): Historia de la conquista
de México. ⭐

 Malherbe (N.40): Stances à Du Périer sur la mort de as fille, Larmes de Saint-Pierre.

 Maynard (N.41; foi o poeta que Malherbe julgava ser; “é o mais completo poeta barroco da literatura
francesa”): Ode à Alcippe, Sonnet à Séguier, Regrets d´une grande dame, Poésies priapées. ⭐

 Du Bois Hus (N.42; o único sucessor digno de Maynard; poeta provinciano). ⭐

 Théophile Viau (N.43): Le Matin, La solitude, Pyrame et Thisbe.

 N.45: G.Mongrédien. Les précieux et les précieuses. Paris, 1939; R.Bray. La preciosité et les précieus. Paris,
1948. ⭐

 Voiture (N.46; criou o gênero literário que brilhará séculos depois.)

 Gombauld (N.47; o último que sabe fazer sonetos na França – até Nerval). ⭐

 Benserade (N.48; “escreveu os versos que acompanharam os bailados da corte, versos espirituosos, brilhantes
e, em certo sentido, admiráveis [...]”).⭐

 Chapelain (N.49; “precursor de Boileau”): La pucelle d´Orléans (a mais séria epopeia heroica do barroco
francês, “uma das expressões, se não felizes, pelo menos características, do patriotismo monárquico e religioso
que constitui o fundamento espiritual do Classicismo francês”), Lettre sur l´art dramatique (começa o domínio
das regras aristotélicas no teatro francês), Les sentiments de l´Académie Française sur le Cid. ⭐

 N.50; “O teatro jesuítico é, aliás, realmente uma ‘meraviglia’; quase não somos capazes, hoje, de imaginar os
seus efeitos poderosos. Era um instrumento fantástico de reação psicológica para dissolver as tensões na alma
do homem barroco”: Jacobus Pontanus. Poeticarum institutionum libri III eiusdem Tyrocinium poeticum (1594).

 Daniello Bartoli (N.52; autor da obra de historiografia mais marivilhosa da época). ⭐

 Jacobus Balde (N.53; “é um grande poeta lírico, manejando o latim como uma língua viva e superando pela
originalidade barroca os próprios romanos”): Judith, jocus serius, Jephtias, Medicinae gloria, de venitate
mundi, Batrachomyomachia, Castrum ignorantiae expugnatum, Drama georgicum. ⭐
 Sarbievius (N.54; “é poeta ainda maior (que Jacobus Balde) [...]; Herder e Goethe o admiraram, Gourmont
considerou-o ‘merveilleux’, e vanguardas poéticas do futuro o redescobrirão”) ⭐

 Procurar a obra Mercator, de Thomas Naogerogus, “panorama vivíssimo das discussões religiosas da época”. ⭐

 N.56: J. Gregor. Wiener szenische Kunst (A arte cênica vienense). Wien, 1924; A. Nicoli. The Development of
the Theatre. London, 1937. N.57: G. Gnerghi. Il teatro gesuitico ne´suoi primordi a Roma. Roma, 1907. ⭐

 Frederico della Valle (N.58): Judith (não está longe de ser uma obra-prima). ⭐

 N.59: E. Stender. Das Jesuitendrama bei den Slawen (O drama jesuíta entre os eslavos). Praga, 1931. N.60: E.
Boysse. Le théâtre de Jésuites. Paris, 1880. P.C de Rpchemonteix. Un collège des Jésuites au XVIIe et XVIIIe
siècle. Le collége Henri IV de La Flèche. Le Mans, 1889. ⭐

 N.60 sobre o teatro jesuítico na Alemanha meridional e na Áustria, maior sucesso do gênero: B. Duhr S.J.,
Geschichte der Jesuiten in den Laendern deutscher Zunge, 6 vols., Freiburg, 1907-1928. W. Flemming.
Geschichte des Jesuitentheaters in den Landern deutscher Zunge. Berlin, 1923. E. Haller. Das osterreichische
Jesuitendrama. Weimar, 1931. ⭐

 Jacobus Bidermann (N.62; “o maior dos dramaturgos jesuítas”): Cenodoxus (“maior tragédia do teatro
jesuítico”), Josephus, Belisar, Philemon Martyr, Cosmarchia, Calybita. ⭐

 Nicolaus Avancinus (N.63; “celebrou, com luxo enorme de arquiteturas, máquinas, bailados e música, a vitória
da aliança entre igreja e monarquia”; muito dos seus textos serviram de composições aos Habsburgo). ⭐

 N.64, sobre o teatro espanhol: A. von Shack. Geschichte der dramatischen Literatur und Kunst in Spanien. 2ªed.
4 vols. Frankfurt, 1874 (tradução espanhola por E. Mier, Madrid, 1885); N. Diáz de Escobar e A. Lasso de la
Veja. Historia del teatro español. Barcelona, 1924; L. Pfandl. Geschichte der spanischen Nationalliteratur in
ihrer Blutezeit. Freiburg, 1929; A. Valbuena Prat. Literatura dramática española. Barcelona, 1930. ⭐

 Lope de Vega (N.65; criador do teatro espanhol nacional; aparentemente, escreveu entre 1200 e 1500 peças;
“é o autor mais fértil da literatura universal”; “é um improvisador genial, escrevendo rapidamente para o
consumo dos teatros ou para desabafar os seus casos sentimentais”; sua obra é “exuberante, estrondosa,
variadíssima, com todas as retumbâncias do Barroco”; “hoje Lope de Veja é geralmente considerado como a
expressão mais completa da alma espanhola, fonte inesgotável de inspirações populares”; é um grande poeta,
“grande na emoção simples e comovida da sua religiosidade sincera, das suas paixões eróticas, da maledicência
contra inimigos”; nele há tudo, quando a obra sai bem, é grandiosa, quando não, uma miséria). ⭐

 Tirso de Molina (N.66; “foi dramaturgo consciente da sua arte, capaz de dar o passo decisivo para a
barroquização completa do teatro nacional”; é um grande comediógrafo): La venganza de Tamar, El mayor
desengano, Tanto es lo de más como lo de menos, Los cigarrales de Toledo, Gallega Mari-Hernández, Santa
Juana, La prudência em la mujer, La elección por la virtud, Don Gil de las calzas verdes, El vergonzoso em el
palacio, El melancólico, El burlador de Sevilla y convidado de piedra, El condenado por desconfiado. ⭐

 Guillén de Castro (N.67; “é o Eurípedes do teatro espanhol, dramaturgo-humanista de caracteres livres”): La


tragedia por los celos, Los mal casados de Valencia, Conde Alarcos, Las mocedades del Cid. ⭐

 Pérez de Montalbán (N.68): Comédia famosa del Gran Séneca de España, Felipe II (uma das peças mais
populares do século). ⭐

 Vélez de Guevara (N.69; grande dramaturgo espanhol): El diablo cojuelo, La luna de la sierra, La serrana de la
Vera, Reinar después de morrir (sua obra-prima, tragédia humana de conflito entre a lei do Estado e alei da
personalidade). ⭐

 Mira de Amescusa (N.70; “é um escritor riquíssimo, mas não um grande dramaturgo. Criou as formas nas quais
o seu admirador e discípulo Calderón insuflará o espírito que vivifica”): El esclavo del demonio. ⭐
 Juan Ruiz de Alarcón (N.71; é um caso singular: escreve meia dúzia de peças, seguindo caminho diferente do da
massa popular; “é p único dramaturgo espanhol em que se sentem influências da comédia latina, sobretudo de
Terêncio”): Verdad sospechosa, No hay mal que por bien no venga. ⭐

 Calderón (N.72; sua história literária correu caminho oposto a de Lope de Veja: é o representante do barroco
culto; em algumas peças, Calderón revela “grande superioridade na construção dramatúrgica, tão sólida que os
personagens parecem prisioneiros da lógica dos acontecimentos”; “A linguagem ricamente metafórica, os
fortes contrastes, a atomosfera sombria, a abundância de decoração cênica, todos esses elementos barrocos
servem para encobrir e revelar o tema principal de Calderón e do teatro espanhol: a liberdade de ação dos
personagens é diminuída, limitada pelas intervenções da Graça divina, do Demônio, das convenções sociais”;
“O fundo filosófico, mesmo nas comédias, é o fatalismo”; “Não há nada que esteja mais longe da Antiguidade
clássica do que essas peças de assunto clássico”; “para Calderón, porém, o dogma representava a suprema
realidade. Não há nada de subjetivismo, sentimental ou arbitrário em Calderón, nada de romantismo; é antes o
defeito principal de sua arte a substituição do simbolismo pelo realismo intelectualista das alegorias”). ⭐

 N.73: A. Valbuena Prat. Literatura dramática Espanõla. Barcelona, 1930. ⭐

 Francisco de Rojas (N.75; “vivesse alguns anos mais, Francisco de Rojas teria sido um dos maiores dramaturgos
da literatura universal, e a sua obra, a síntese definitiva dos elementos do teatro espanhol”): Don García del
Castañar, ou Abajo del rey ninguno (“é um dos dramas mais fortes do teatro espanhol”), La viña de Nabot, Caín
de Cataluña, Abre el ojo, Lo que son mujeres, Donde hay agravios no hay celos. ⭐

 N.76; “As obras dos dramaturgos espanhóis do séc. XVII foram editadas com descuido incrível”: Comedias
nuevas escogidas de los mejores ingenios de España, 58 vols., Madrid, 1652-1704. (Repertório essencial para o
conhecimento de dramaturgos menores). ⭐

 Hoz y Mota (N.77): El montañés Juan Pascual (“uma das mais fortes tragédias de honra do teatro espanhol,
fonte do Zapatero y rey, de Zorrilla”).

 Cuéllar (N.78): Pastelero de madrigal (tragédia poderosa).

 Antonio Coello (N.79): Conde de Essex, Los empeños de seis horas.

 Moreto (N.82): El desdén com el desdén, El valiente justiceiro, La adúltera penitente, Trampa adelante, El lindo
Don Diego. ⭐

 Bances Candamo (N.83; deu um salto para a pura fantasia; “é um dos últimos poetas gongóricos e, ao mesmo
tempo, um dramaturgo que reúne a música verbal de Góngora e a cenografia fantástica das peças mitológicas
de Calderón”). ⭐

 N.84: E. Cotarelo y Mir. Orígenes y desenvolvimiento de la ópera em España hasta 1800. Madrid, 1917. ⭐

 Pastorais, epopeias, epopeia herói-cômica e romance picaresco:

 N.1: P. de Bouchaud. La pastorale italienne. Paris, 1920. ⭐

 Guarini (N.3; “é um psicólogo requintado do amor”; “é superior a todos os libretistas na arte de conduzir o fio
dramático. [...] é o primeiro e maior dramaturgo barroco da Itália”): Il pastor fido (grande obra de arte;
“ensinou à Europa inteira a arte barroca de resolver, por meio de efeitos teatrais, problemas que já era
desaconselhável discutir”), favola. ⭐

 N.4. “O drama pastoril conquistou a Europa inteira”: A. Mazzoleni. La poesia drammatica pastorale in Italia.
Bergamo, 1888; E. Carrara. La poesia pastorale. Milano, 1909. ⭐

 N.7: J. Marsan. La pastorale dramatique em France à la fin du XVIe siècle et au commencement du XVIIe siècle.
Paris, 1905. N.8: W.W. Greg. Pastoral Poetry and Pastoral Drama. ⭐
 Thomas Randolph (N.9): Amynthas.

 N.13: T. Spoerri. Renaissance und Barock bei Ariost und Tasso (Renascença e Barroco com Ariosto e Tasso).
Zurique, 1922. ⭐

 Hojeda (N.15): Cristiada (obra mais seria do gênero epopeia sacra). ⭐

 N.16. R.A. Sayce. The French Biblical Epic in the Seventeenth Century. Oxford, 1955. ⭐

 N.18: H.H. Krempien. Der Stil der “Davideis” von Cowley. Hamburg, 1936.

 N.19: A. Belloni. Il poema epico e mitologico. Milano, 1911. ⭐

 Luigi Alamanni (N.20): Avarchide (“expressão do pensamento antiespanhol” – ler justamente por conta disso). ⭐

 N.22: A. Belloni. Gil epigoni della “Gerusalemme liberata”. Padova, 1893. ⭐

 Pesquisar as obras Croce riacquistata e Bulgheria convertita, de Francesco Bracciolini; Conquista di Granada, de
Girolamo Graziani; Imperio vendicato, de Antonio Caraccio (cantou a quarta cruzada); Babilonia distrutta, de
Scipione Errico (história islamítica); e Oceano, de Tassoni (descobertas espanholas e portuguesas). ⭐

 Balbuena (N.24): Bernardo (canta a Gesta de Carlos Magno, “elaborada à maneira de Ariosto”). ⭐

 Ercilla (N.25): Araucana.

 Procurar as obras Mexicana, de Gabriel Lasso de la Vega; Peregrino indiano, de Antonio de Saavedra; Conquista
del nuevo mundo, de Gaspar de Villarga (epopeias sobre a conquista do novo mundo; N.26). ⭐

 N.27: T. Braga. Os seiscentistas. Porto, 1916; F. de Figueiredo. História da literatura clássica (2ª Época 1580-
1756. Lisboa, 1920) e A épica portuguesa no século XVI (São Paulo, 1938); H. Cidade. Lições de cultura e
literatura portuguesa. Vol.1.2ª ed. Coimbra, 1942 (“essas epopeias não valem nada: são crônicas e biografias
minuciosas, penosamente metrificadas, ou então florestas de imaginação fantástica, mas sem ânimo poético,
antes de um prosaísmo ridículo”). ⭐

 N.29 sobre a epopeia heroica francesa: R. Toinet. Quelques Recherches autor des poèmes héroiques épiques
français du XVIIe siècle. Paris, 1899; A. Marni. Allegory in the French Heroic Poem of the Seventeenth Century.
Princeton, 1936. ⭐

 Procurar a obra Leoline and Lydanis, de Francis Kynaston.

 Chamberlayne (N.31): Pharonnida (“é uma das obras mais singulares do Barroco inglês”). ⭐

 Dživo Franov Gundulić (N.32; celebra façanhas reais de um heroísmo verdadeiro em guerra real, a dos
poloneses contra turcos). ⭐

 Nicolau Zrinyi (N.33; “Tasso bárbaro”): Zrinyade.

 Ler as notas 34, 35, 36 e 37 sobre a epopeia herói-cômica.

 Alessandro Tassoni (N.38; “é uma das figuras mais curiosas desse século XVII, tão rico em personalidades
extraordinárias. [...] Tassoni não era um burguês, e sim um aristocrata, nem era pacífico, e sim polemista nato e
muito agressivo. A sua erudição em todos os setores do saber humano era imensa, do mesmo modo que a
erudição enciclopédia de muitos contemporâneos seus, uma erudição bizarra e esquisita, menos para saber a
verdade do que para contradizer os outros, para afirmar a todo custo coisas inéditas. Mas os ‘contras’ de
Tassoni acertaram sempre”): Considerazioni sopra le rime del Petrarca, Felippiche, Secchia rapita. ⭐
 Francesco Bracciolini (N.39): Croce riacquistata, Batino (revelou capacidade supreendente de “descrever com
realismo minucioso a vida dos camponeses italianos.”), Scherno degli dei. ⭐

 Boileau (N.42): Art poétique, Le Lutrin. ⭐

 Samuel Butler (N.43; “é mais espirituoso do que todos os seus modelos”): Hudibras (“observou-se que, além da
Bíblia, de Shakespeare e de Bunyan, nenhum livro inglês forneceu tantos provérbios, citações, alusões e frases
feitas à língua inglesa como o Hudibras; a linguagem poética de Pope e Byron está cheia de reminiscência da
leitura de Butler. [...] ‘Inúmeras pessoas de língua inglesa usam diariamente expressões butlerianas sem terem
jamais lido o Hudibras. É uma forma anônima da imortalidade’”). ⭐

 N.44: E.A. Richards. Hudibras in the Burlesque Tradition. New York, 1937. ⭐

 Forteguerri (N.45): Ricciardetto (“notável documento social”).

 N.49: J. Bonfiglio. Les sources littéraires de l´” Astrée”. Torino, 1911. ⭐

 N.50: E. Cohn. Gesellschaftsideale und Gesellschaftsroman des 17. Jahrhunderts (Ideais da sociedade e
romance social do século XVII.). Berlin, 1933; M. Magendie. Le roman français au XVIIe siècl. De L' "Astrée" au
"Grand Cyrus". Paris, 1933. ⭐

 La Calprenède (N.51): Cassandre, Dléopâtre, Faramond ou L´Histoire de France. Madeleine de Scudéry (N.52):
Ibrahim, Le grand Cyrus, Clélie. (os mais famosos romances heroico-galantes da época. “Os romances heroico-
galantes são alegorias políticas da França no século XVII, espécie de Divina Comédia da França aristocrática”). ⭐

 N.53: C.E. Miller. The influence of the French Heroico-Historical Romance on Seventeenth Century English
Prose Fiction. Charlotteville, 1940; W. Mann. Drydens heroische Tragödie als Ausdruck hoefischer Barock Kultur
(A tragédia heroica de Dryden como uma expressão da cultura barroca da corte). Tubingen, 1932. ⭐

 Abade de Saint-Réal (N.54): Histoire de la conjuration des Espagnols contre la République de Vénise, Histoire de
Dom Carlos.

 Aphra Behn (N.55; “poetisa espirituosa e autora de comédias lascivas”; “tinha muito talento”): Oroonoko
(“romance meio autobiográfico, descreve com realismo surpreendente os sofrimentos dos escravos pretos [...].
Na verdade, ela pretendeu antes opor, em contraste vivo, os bárbaros primitivos aos civilizados decadentes e,
portanto, corrompidos e cruéis [...]: acumulou as obscenidades para exaltar a virtude, conseguindo, porém,
efeito contraproducente. [...] Oroonoko seria uma obra-prima, se não fosse um romance heroico-galante, com
os defeitos fatais do gênero”). ⭐

 N.56 sobre a literatura alemã da época; “está mais longe da realidade que outra (literatura) qualquer; os
romancistas oscilam entre erudição histórica e angústias religiosas, produzindo algumas das obras mais
curiosas desse curioso século”: F. Bobertag. Geschichte des Romans in Deutschland (história do romance na
Alemanha). 2 vols. Berlin, 1876-1884. ⭐

 (por curiosidade) ler os romances Durchleuchtige Syrerin Aramena e Romische Octavia, do duque Anton Ulrich
de Braunschwig (encheu seus livros de erudição histórico-arqueológica “para transformá-los em livros didáticos
de retórica e ciência política para os príncipes e estadistas”). ⭐

 Lohenstein (N.57; “melhor narrador”): Grossmutiger Feldherr Asminius. Zesen (N.58): Adriatische Rosemund,
Assenat, Simson. ⭐

 Procurar os romances mais divulgados da primeira metade do séc. XVIII: Des Christlichen Teutschen Gross-
Fürsten Herkules und der Böhmischen Königlichen Valiska Wundergeschichte, de Andreas Heinrich Buchholtz
(O Grande Príncipe Teutônico Cristão Hércules e a história do milagre da Boêmia Real Valiska), e a Die
Asiatische Banise, oder Blutiges doch Mutiges Pegu (O banise asiático, ou sangrento, mas corajoso Pegu), de
Heinrich Anselm Ziegler.
 Charles Sorel (N.59): in extenso da Vraie histoire comique de Francion, Berger extravagante. ⭐

 Ler o Lazarillo de Tormes (N.60; “o grande modelo do romance picaresco”) ⭐

 Thomas Nash (N.61; “um pequeno Dickens do séc. XVI”): Unfortunate traveller (“é cronologicamente a primeira
obra com as características do romance inglês”). ⭐

 N.62 sobre a literatura inglesa “Roguery”: F.W. Chandler. The literature of Roguery. 2 vols. New York, 1907. ⭐

 Richard Head e Francis Kirkman (N.63): The English Rouge (grande repositório da Roguery Literature; “vasta
coleção de novelas, autobiografias verdadeiras ou fictícias, anedotas, reflexões morais, sobre esse mundo da
perdição”). ⭐

 N.64: A. Mireya Suárez. La novela picaresca y el pícaro em la literatura española. Madrid, 1928; M. Bataillon.
Le roman picaresque. Paris, 1931; J.L. Sánchez Trincado. La novela picaresca. Valencia, 1933; A. Valbuena Prat.
La novela picaresca em España. Madrid, 1943; G.T. Northrup. The picaresque novel. New York, 1935; R. Alter.
Rake´s Progress. Studies in the picaresque Novel. Cambrigde, Mass., 1954.

 Mateo Alemán (N.65): Guzmán de Alfarache (primeiro, e mais importante de todos, dos romances picarescos
do Barroco; “uma das maiores da literatura espanhola e da literatura universal. Guzmán conta, na primeira
pessoa, as suas aventuras, que consistem em um panorama enorme da vida espanhola do começo do séc. XVII.
[...] é um comentário da vida humana, de valor permanente. [...] O resultado (da forma da obra) é um
contraste fortíssimo entre a baixeza dos personagens e a nobreza da apresentação”). ⭐

 Salas Barbadillo (N.67): La hija de Celestina (“a pícara desse romance é uma filha do povo, corrompida nos
círculos cortesãos, caindo depois até o fim trágico”). ⭐

 Vicente Espinel (N.68): Marcos de Obregón (“espírito engenhoso e sentimentalismo delicado colaboram para
produzir uma obra de valor universal, que agradou em toda a parte”). Nocolaes Heinsius (N.69): Vermakelijke
Avonturier (imitação do Marcos de Obregón, “é um dos romances mais espirituosos do século”). ⭐

 Quevedo (N.70): Vida de Buscón (“o melhor romance picaresco, depois do Guzmán de Alfarache [...]. A vida de
Buscón reúne, com a maior concisão, todas as qualidades do gênero; mas ao lado do Guzman de Alfarache é
apenas uma novela”). ⭐

 Cristóbal Lozano (N.72; é tido como dramaturgo de segunda ou terceira categoria, “a técnica das suas peças é
frouxa e pouco artística, a atmosfera é fantástica e sombria”; não há nada como suas obras fora da Espanha):
Los reyes nuevos de Toledo (“é a combinação fantástica de um romance de cavalaria com uma história não
menos fantástica dos reis medievais de Castela”), Soledades de la vida y desenganos del mundo. ⭐

 N.73: G. Reynier. Le roman realiste au XVIIe siècle. Paris, 1914. ⭐

 Paul Scarron (N.74): Hypocrites, Roman comique (é o mais original romance picaresco; ‘’O ambiente burguês
daquela cidade provinciana de Le Mans e a miséria dos atores cômicos viajantes são caracterizados com
realismo insubornado, enquanto o hábito da poesia burlesca produz as cenas humorísticas, irresistíveis, nas
quais se defrontam os versos sublimes das tragédias representadas e a miséria material e moral dos atores. [...]
Nunca mais a França produziu romance tão ingênuo e engenhoso”). ⭐

 Furetière (N.75; é romancista dos “burgueses de Paris e dos ‘parasitos’ da vida burguesa, dos boêmios
literários: é burguês com consciência, embora o espírito e as franquezas morais do literato profissional. [...] É
um escritor admirável na apresentação de personagens cômicos e na narração viva.”): Roman Bourgeois. ⭐

 Giambattista Basile (N.77): Muse napoletane (poesias que trazem cenas realistas da vida popular napolitana da
época – ler por curiosidade histórica), Cunto de li cunti (além de escrever em dialeto napolitano, produz as
narrações mais fabulosas que existem no mundo); “é uma das obras mais curiosas do Barroco”). ⭐
 Petter Dass (N.78; fundador da literatura norueguesa): Vise, Nordlands Trompet (poema descritivo da natureza
do norte ártico e da vida dos pescadores e camponeses); “pretendeu enriquecer os conhecimentos de
geografia da pátria). ⭐

 Grimmelshausen (N.79; “a literatura alemã barroca é bastante rica; mas não é original, é literatura de segunda
mão, de uma elite italianizada e afrancesada, sem raízes do espírito nacional”; “Aquilo a que Grimmelshausen
aspirava era um cristianismo além das confissões dogmáticas, e o caminho da vida do seu Simplicissimus é um
caminho de educação e autoeducação, através das tentações e experiências da vida”): Simplicissimus (“um dos
maiores livros do séc. XVII, um livro ainda hoje terrivelmente vivo”; mostra a Alemanha após a guerra dos
trinta anos; “O horror seria insuportável se não fosse o humorismo de Grimmelshausen, às vezes irônico, às
vezes brutal, introduzido por um truque genial: o seu herói, o Simplicissimus, é um ‘simples’, quer dizer, um
menino que cresce, tornando-se adolescente e homem, observando e relatando aqueles horrores com espirito
da mais perfeita ingenuidade; [...].”; foi comparada ao Parzival e ao Wilhelm Meisteri; foi o criador do
Bildungsroman, o “romance de educação”). ⭐

 Christian Reuter (N.81; escreveu “quadros vivíssimos da vida estudantil, na Leipzig do séc. XVII”). ⭐

 Schnabel (N.82): Insel Felsenburg (romance onde o pícaro se refugia numa ilha para construir um estado ideal,
tendo, como base, as ideias do séc. XVIII). ⭐

 O Barroco Protestante:

 N.1: C.A. Swinburne. The Age of Shakespeare. London, 1908. ⭐

 N.3: R.S. Walter. “Bem Jonson´s Lyric Poetry” (In: Criterion, XIII) 1934. N.4: A.C.Sprague. Beaumont and Fletcher
on the Restauration Stage. London, 1926. N.5: P. RadKte. James Shirley. His Catholic Philosophy on Life. London,
1929. N.6: T.S. Eliot. Elizabethan Essays. London, 1934; U.M. Elis Fermor. The Jacobean Drama, London, 1936.
N.7: P. Meissner. Die geistesgeschichtlichen Grundlagen des englischen Literaturbarock (Os fundamentos
histórico-intelectuais da literatura barroca inglesa). Berlim, 1934. N.8: E.M.W. Tilyard. The Elizabethan World
Picture. London, 1943. ⭐

 Ler A mirror for magistrates (N.9; “obra representativa da época”). ⭐

 Thomas Sackville (N.10; “poeta notável, um mestre do estilo solene [...]; é um precursor do Barroco.”). ⭐

 N.11: O. Walzel. "Shakespeares dramatische Baukunst" (In: Jahrbuch der Deutschen Shakespeare-Gesellschaft
["A arquitetura dramática de Shakespeare" (In: Anuário da Sociedade Alemã de Shakespeare.] LII, 1916). ⭐

 N.12: E. Eckhardt. "Gehört Shakespeare zur Renaissance oder zum Barock?" ("Shakespeare pertence ao
Renascimento ou ao Barroco?") (in: festschrift fuer F. Kluge). Tubingen, 1926; L. Deutschbien. Macbeth als
Barockdrama. Marburg, 1934; L. Schuecking. “The Baroque Character of the Elizabethan Tragic Hero” (in:
Proceedings of the British Academy). ⭐

 N.13: J. Dover Wilson. The essential Shakespeare. 7ªed. Cambrigde, 1943. ⭐

 N.14: J. Prys. Der Staatsroman des 16 und 17. Jahrhunderts (O romance de estado dos séculos XVI e XVII).
Wurzburg, 1913. ⭐

 Antonio de Guevara (N.15): Relox de príncipes, o Libro aureo del emperador Marco Aurelio (“a primeira obra
dedicada exclusivamente à pedagogia política”). ⭐

 Procurar as obras Tratado de la religión y virtud que debe tener el príncipe Cristiano, do padre Pedro de
Ribadeneyra, e De rege et regis institutione, do grande Mariana – duas “obras-primas” da pedagogia política
dos jesuítas (obras nas quais os jesuítas aplicam seus métodos pedagógicos à política). ⭐
 Ler a N.16: Epistola ad Innocentium XI de Lodovici Delphini iinstitutione (introdução da Politique tirée de l
´Écriture Sainte).

 Fenelon (N.17; “o mais famoso educador da corte”): Les aventures de Télémeque (“a obra inteira é uma alusão
à situação e às necessidades futuras do reino de Luís XIV; daí o sucesso enorme – vinte edições só no ano da
primeira publicação – que hoje não compreendemos”).

 N.18: W. Benjamin. Der Ursprung des deutschen Trauerspiels (A origem da tragédia alemã.). Berlin, 1928; A.
Sorrentino. Storia dell´ antimachiavellismo europeo. Napoli, 1936. ⭐

 Antonio Pérez (N.19; “esse epistológrafo famosíssimo exerceu influência profunda, pelas suas cartas
literariamente elaboradas, sobre a formação do estilo barroco e sua divulgação internacional; mas foi mais
profunda a influência da vida de Pérez”). ⭐

 N.20: L. Zanta. La Renaissance du stoicisme au XVIe siècle. Paris, 1914. ⭐

 N.21: G. Toffanin. Machiavelli e il tacitismo. Padova, 1926. ⭐

 N.22: Jan Kott. Shakespeare, notre contemporain (“explica os enredos dos dramas históricos de Shakespeare
como sucessão rítmica de traições, vitórias e desastres dos reis, comparáveis aos ditadores totalitários do séx.
XX”). Paris, 1962. ⭐

 Lodovico Castelvetro (N.23; “A solução (questões sobre o aristotelismo no teatro; ele deu uma solução anti-
aristotélica) abriu ao teatro jesuítico e ao teatro espanhol o repositório dos assuntos históricos, tratados como
se fossem invenções; disso resultou a feição novelística das tragédias históricas espanholas, tragédias de
tempos lendários da Espanha ou de países longínquos, pouco conhecidos”). ⭐

 N.24: E. Meyer. Machiavelli and the Elizabethan Drama. Berlin, 1897; M. Praz. The Flaming Heart. New York,
1958. ⭐

 N.25: F. Neri. La tragedia italiana nel 1500. Firenze, 1904. ⭐

 N.27: W. Cloetta. Die Anfänge der Renaissancetragödie (“O início da tragédia renascentista”). Halle, 1892. ⭐

 Antônio Ferreira (N.30; dramaturgo português): Castro. Virués (N.31; “dramaturgo violento, que mistura no
palco os horrores mais crassos com belezas líricas e grande retórica”). ⭐

 Miguel de Cervantes (N.32): Don Quijote, Numancia. ⭐

 N.33: R. Lebègue. La tragédie française de la Renaissance. Paris, 1954. ⭐

 Julius Caesar Scaliger (N.34; latinista que, segundo a expressão de Lintilhac, “o fundador do Classicismo, cem
anos antes de Boileau”). ⭐

 Robert Garnier (N.36; maior poeta lírico que dramaturgo, suas obras são grandes obras da literatura francesa”).

 N.37: J.W. Cunliffe: The Influence of Seneca on Elizabethan Tragedy. London, 1893; F.L. Lucas. Seneca and
Elizabethan Tragedy. Cambridge, 1921; A.M. Witherspoon. The Influence of Robert Garnier on Elizabethan
Drama. New Haven, 1924. ⭐

 N.39: The Tenne Tragedies of Seneca. Ed. por T.S. Eliot, 2 vols., London. ⭐

 N.42: William Alexander, earl of Stirling, 1567-1640. Four Monarchique Tragedies: Croesus, Darius, The
Alexandrean, Julius Caesar (1604-1607).
 Fulke Greville (N.43; “como poeta lírico, é um cortegiano da Renascença, do erotismo intenso [...]; nas suas
tragédias de vingança, é o mais barroco de todos os dramaturgos ingleses, poeta da majesty of power e da luta
entre passion and reason, conforme as suas próprias palavras. Ao mesmo tempo, é Greville um espírito
inquieto, conhecedor de teorias “revolucionárias” da Renascença italiana, “republicano” e “ateísta” estoico
indomável. A filosofia estoica, em Greville, converteu-se, afinal, em religiosidade angustiada, e a resignação,
em lamento da ‘wearisome condition of humanity’”. ⭐

 N.44: E.K. Chambers. The Elizabethan Stage. 4 vols. Oxford, 1923; C.E. Bentley. The Jacobean and Caroline
Stage. 2 vols. London, 1941; A. Harbage. Shakespeare´s Audience. New York, 1941. ⭐

 N.45: A.W. Ward. History of English Drammatic Literature to the Death of Queen Anee. Vols. I-II. 2ªed. London,
1899.

 Jonh Bale (N.46): Kynge John (luta do rei da Inglaterra contra o Papa; pretexto para fazer propaganda do
protestantismo), The troublesome raigne of John, Troublesome raigne (dar uma olhada na nota 47). ⭐

 John Lyly (N.48; “o criador do eufuísmo”; “criador da comédia literária”). Robert Greene (N.49; “poeta alegre,
idílico, fantástico” mas não é grande dramaturgo): Pandosto (dessa peça Shakespeare tirou o enredo de sua
Winter´s tale). Thomas Kyd (N.50; levou para o teatro inglês a influência de Sêneca): The Spanish Tragedy
(primeira “tragédia de vingança” inglesa; possui profundos efeitos teatrais). ⭐

 Christopher Marlowe (N.51: “Marlowe foi um monstro, se bem que um monstro genial. [...] A obra de Marlowe
é tão monstruosa como o caráter do seu ator”; sua retórica pretende provocar; “Criou o verso [...] que é capaz
de exprimir todos os sentimentos humanos e simbolizar, pela modulação do ritmo, as diferenças de caracteres
e paisagens e a durée do tempo”): Tamburlaine (“passa por todos os crimes para conquistar o mundo inteiro e
no fim se encontra desiludido e desesperado; é a tragédia do niilismo”); Doctor Faustus; The Jew of Malta
(“farsa trágica” – Eliot); Edward II (a “mais bem construída das suas peças”, “há quem admita a superioridade
dessa ‘história’ sobre os primeiros dramas históricos de Shakespeare”). ⭐

 William Shakespeare (N.52 e 53; “as suas peças não são confissões autobiográficas, e sim experiências
sucessivas de mediação entre o gosto dos espectadores, aristocráticos ou populares, e as suas necessidades de
expressão poética. Não é admissível identificar o poeta com certos personagens seus, nem procurar nas suas
peças a expressão de uma filosofia da vida. Sempre se havia observado que o mundo poético de Shakespeare
era um mundo completo, fechado em si, a ponto de Shakespeare ignorar a Providência e Deus [...]. Seria
melhor dizer que o poeta, como poeta, não tem filosofia nem religião; só tem estilo dramático e poético. [...] O
segredo dessa imortalidade do grande dramaturgo está na poesia de Shakespeare, ou mais exatamente, no seu
verso. Shakespeare é o maior artista do verso inglês, e a interpretação da sua obra tem de ser, em primeira
linha, interpretação poética, ao lado da análise dos valores humanos. [...] No fundo devemos conformar-nos
com o fato de que a arte de Shakespeare sobreviverá a todas as nossas interpretações.”). ⭐

 N.54: C. Lamb. Specimens of English Dramatic Poets, who lived about the time of Shakespeare. 1808; A.C.
Swinburne. The Age of Shakespeare. London, 1908; W. Archer. The Old Drama and the New. 2ª ed. New York,
1929; U.M. Elis Fermor. The Jacobean Drama. A interpretation. London, 1936. ⭐

 George Chapman (N.55; “sua grandiosa tradução de Homero constitui o cume linguístico da Renascença
inglesa”): Bussy d´Ambois, Revenge of Bussy d´Amboi, All Fools, The Widdowes Teares. ⭐

 Bem Jonson (N.56; “antes de Chapman ser devidamente apreciado, considerava-se Bem Jonson como o maior
poeta renascentista entre os companheiros de Shakespeare”; seus instrumentos artísticos foram usados para
exprimir o seu conceito de natureza humana, imbuído de um pessimismo atroz, o qual fora responsável por
criar monstros morais, “antes imorais”): The Forest; Underwoods; Alchemist, Bartholomew Fair; Every Man in
his Humour; Volpone (“eis a obra da qual nem o pessimismo de Shakespeare teria sido capaz, a obra em que
Jonson supera o mestre”); Catiline; Sejanus. ⭐

 John Marston (N.57; possui surpreendente capacidade de expressão poética): Antonio and Mellida, The Dutch
Courtezan, Eastward Hoe, The malcontente, Tragedy of Sophonisba. ⭐
 Thomas Dekker (N.58; é o dramaturgo mais popular da época; “é grande poeta dramático”): The guls
hornebook, Old Fortunatus, The Witch of Ed,onton, The Shoemakers Holiday, The honest whore. ⭐

 Thomas Heywood (N.59; fez uma tentativa para enobrecer a vida da gente humilde): Appius and Virginia, The
fair maid of the West, A woman killed with kindness. ⭐

 Thomas Middleton (N.60; “nos seus momentos mais felizes ombreia com Shakespeare, superando-o no
descuido absoluto pelo destino literário da sua obra dramática. [...] A parte mais autêntica da sua obra – as
comédias da vida das classes baixas de Londres – revela um observador agudo, grande realista, com uma forte
dose de cinismo imoral”): A chaste maid in Cheapside, A trick to catch the old one, Mirchaelmas term, Roaring
girl, A game at chesse, A Fair quarrel, Women beware Women, The changeling (sua obra-prima, cujo tema é o
“determinismo psicológico”, e é, “ao lado de Macbeth, das maiores do teatro barroco inglês”). ⭐

 N.61: W. Empson. English Pastoral Poetry. New York, 1935. ⭐

 John Fletcher e Francis Beaumont (N.62; “Samuel Johnson, o austero crítico classicista, chamou ao verso de
Fletcher e Beaumont o mais perfeito da língua inglesa, preferível ao de Shakespeare e Milton; Keats dedicou
aos dois poetas a famosa Ode on the poets [Bards of passion and of mirth], chamando-lhe poetas sans phrase;
e o século XIX concedeu-lhe, sem hesitação, o segundo lugar depois de Shakespeare. Hoje, pensa-se de
maneira diferente”; “Fletcher parece o maior dos dois”): The Faithful Shepherdess, Maid´s Tragedy, A king and
no a king, The scornful lady (“as comédias [como esta] revelam mestria igual no diálogo cômico e trágico, sem
se elevarem acima do nível geral da comédia elisabetana. O terreno próprio dos dois poetas está situado entre
tragédia e comédia”), Philaster, The Knight of the burning pestle, (obra independente de Fletcher) Monsieur
Thomas, The humorous lieutenant, Bonduca, Valentiniau (essas duas são tragédias de retórica eficiente), The
wild-goose chase, Rule a wife and have a wife (duas peças de construção magistral). ⭐

 Philip Massinger (N.63; era católico; conhecia a fundo o teatro espanhol, o que lhe legou muitos enredos,
tornando seu teatro “um dos mais ricos e interessantes do tempo”; sua fraqueza reside nas “comédias sérias”;
“Massinger é, realmente, o precursor da tragédia da Restauração, pelo romantismo sem emoção profunda,
pelo heroísmo meramente decorativo e – last but no least – pela cultura do seu estilo poético. Entre os
dramaturgos ingleses é Massinger, sem ser grande poeta, um dos maiores mestres do verso”): The great of
Florence (“comédia fina”), A new way to pay old debts, A very woman, The city madam (“melhor comédia”),
The unnatural combat, The duke of Milan, The virgin martyr, The Roman actor. ⭐

 Cyril Tourneur (N.64): The revenger´s Tragedy (“é uma ‘tragédia de vingança’ senequiana, como tantas outras,
mas que supera todas. [...] The revenger´s Tragedy é expressão de um pessimismo incurável e cínico. [...] O que
Tourneur deixou é como que uma voz chamando do além-túmulo contra este mundo”). ⭐

 John Webster (N.65; seu teatro, “apesar dos fortíssimos efeitos cênicos, é essencialmente lírico. É a adaptação
do ‘teatro de horrores’ italiano de Giraldi e Speroni [...] a um estado da alma lírico, em que reminiscências do
Sêneca dramaturgo e do Sêneca moralista se misturam com as luzes infernais do ‘maquiavelismo’ lendário:
criaturas humanas caindo vítimas de uma política diabólica de gabinetes secretos que é o instrumento de uma
ordem, ou antes desordem, cósmica”; “As tragédias de Webster, cheias de ações violentas sem motivação
psicológica, cheias de incoerências, crassas, não são dramas humanos: são coleções de cenas magníficas, cenas
de horror fascinante”, “os personagens de Webster estão presos em cárceres infernais [...] e a única saída
parece ser a morte voluntária. [...] Nenhum outro poeta sentiu, nem exprimiu com tanta força, a significação
cósmica que a morte individual tem para o indivíduo [...].”): White Devil, Duchess of Malfi, Appius and Virginia.

 John Ford (N.66; a sua língua poética é “romântica, melancólica, intensa, mas não eloquente como a de
Webster – Ford é um dos poetas mais ‘puro’ do século XVII, poeta de músicas angélicas”): Perkin Warbeck, Tis
pity she´s a whore, The broken heart. ⭐

 Shirley (N.67; representante da última fase do barroco inglês): The traitor, The cardinal, Hyde Park, The lady of
pleasure.
 N.68: J. Huizinga. Die holländische Kultur des 17. Jahrhunderts (Cultura holandesa do século XVII.). Jena, 1933.
N.69: G. Kalff. Literatuur en toneel te Amsterdam in fe zeventiende eeuw (Literatura e teatro em Amsterdã no
século XVII). Haarlem, 1895.

 Hooft (N.70; “considerado como a figura mais típica da Renascença holandesa”; “a impressão geral da obra de
Hooft é de literatura culta de uma elite erudita e viajada, que cultiva um patriotismo artificial de uma liberdade
moderada”): Granida, Warenar, Baeto. ⭐

 Bredero (N.71; é “filho prodigo da pequena burguesia, poeta lírico de violentos acentros eróticos e, finalmente,
de profunda emoção religiosa. Mais alguns anos de vida, e Bredero teria sido um dos grandes dramaturgos
barrocos, foi a sorte que coube a Vondel): Kluchten, De Spaansche Brabander. ⭐

 Joos van den Vondel (N.72; “é o maior poeta da língua holandesa e um dos maiores da literatura universal. A
sua obra constitui uma enciclopédia do século XVII. É o século do teatro; e Vondel é o dramaturgo”; “apenas no
drama o seu lirismo é emoção livre, capaz de exteriorizar-se e exprimir uma civilização inteira”; “Vondel é uma
síntese. Os poetas menores do seu século desenvolvem aspectos parciais da sua obra; são, em geral, de valor
apenas histórico”; “Vondel é, antes de tudo, um grande poeta religioso”): Lijkzangen, Altaergeheimenissen,
Hekeldichten, Gysbregth van Aemstel, Lucifer, Vorstelijke warande der dieren. Hierusalem verwoest, Batavische
Gebroeders, De Leeuwendalers (“a transfiguração inesquecível da paisagem holandesa”), Joseph in Egypten,
Joseph in Dothan, Maria Stuart, (suas odes “são os maiores monumentos da grandeza política, civil e
econômica dos Países Baixos”), Jephta (“é a maior expressão do espírito religioso da nação”), Adam in
Ballingschap, Zungchin. ⭐

 Dullaert (N.77; grande poeta, “um dos maiores do século”): Christus Sonnetten, Aan Mijin Uitbrande Kaerse. ⭐

 Petursson (N.81): Sonetos sobre a paixão (“uma das obras mais poderosas do séc. XVII, expressão de profundas
experiências religiosas em versos herméticos, artificialíssimos, são consideradas obra capital do Barroco
Protestante”). ⭐

 N.82: S. Filipponi. Il Marinismo nella leteeratura tedesca. Firenze, 1910; H. Cysar. Deutsche Barockdictunf
(Ditado barroco alemão). Leipzig, 1924; W. Benjamim. Ursprung des deutschen Trauerspiels (Origem da
tragédia alemã). Berlin, 1928; H. Cysarz. Barocke Lyric (lirismo barroco). # vols. Leipzig, 1937. (Antologia com
importante introdução) ⭐

 Optiz (N.83; figura medíocre que entrou para história, pois seu livro ensinou os conceitos do aristotelismo aos
alemães, e por isso ficou conhecido como fundados da literatura alemã moderna): Buch von der Deutschen
Poeterey.

 Dar uma olhada nas obras de Paul Fleming (N.84). Stieler (N.85), e Hofmannswaldau (N.86), pois tiveram
alguma importância para a história literária, embora não tão grandes.

 Andreas Gryphius (N.87; “eis um autêntico poeta, mesmo um grande poeta”; “Gryyphius era realista quando se
tratava de ver, de olhos bem abertos, a miséria deste mundo; as desvastações e os sofrimentos trazidos pela
guerra crudelíssima arrancaram-lhe alguns dos seus sonetos mais sentidos, confirmando-o na sua profunda
melancolia, já próxima da loucura religiosa. A imaginação de Gryphius estava povoada de cemitérios e
decomposição, demônios e anjos-mensageiros do Juízo Final”; “é o mais profundo ou, pelo menos, o mais
profundamente emocionado poeta religioso de língua alemã”; “sua verdadeira grandeza reside na poesia
lírica”):Horribilicribrifax, Galibte Dornrose, Cardenio und Celinde, Carolus Stuardus, Leo Arminius, Papinianus
(sua maior tragédia). ⭐

 Lohenstein (N.88; “possesso de visões sexuais e fúnebres e de erudição enciclopédica”): Sophonisbe. ⭐

 Johannes Scheffler (N.89; “um anjo ele é realmente [referente ao apelido que recebera, ‘Angelus Silesius’], um
mensageiro de outros mundos que o poeta encontrara nas profundidades da alma humana”; infelizmente, sua
gloria é intraduzível, o que vale uma busca pelos textos originais): Cherubinischer Wandersmann. ⭐
 Jacob Bohme (N.90; “a dialética religiosa de Bohme exerceu profunda influência sobre os românticos:
Schelling, Novalis, Tieck, Adam Muller, na Alemanha; Coleridge e Shelley, na Inglaterra. [...] Blake era bohmiano,
[...]. Newton foi grande admirador de Bohme, [...]. Milton não menciona o nome de Bohme; mas a sua
influência é evidente na Doctrina Christiana. [...] A filosofia de Bohme faz parte do ambiente espiritual em que
a metaphysical poetry floresceu”): Urgrund (por caso dessa história foi perseguido por luteranos). ⭐

 Ler a nota 91 sobre a Metaphysical Poetry e a nota 92 sobre uma das maiores épocas da poesia inglesa– pela
vasta quantidade de livros não poderei escrevê-lo aqui. ⭐

 N.93: E.M.W. Tillyard. The Metaphysical and Milton. London, 1956. N.94: R. Tuve. Elizabethan and
Metaphysical imagery. Chicago, 1948. ⭐

 William Drummond of Hawthornden (N.95; “Por trás de uma linguagem maravilhosamente clara, é Drummond
um poeta fantástico, o primeiro dos muitos ingleses excêntricos que, como Swift e Landor, pareciam
classicistas”). ⭐

 Thomas Carew (N.97; “o primeiro dos cavalier poets e talvez o maior entre eles”). ⭐

 Richard Lovelace (N.99; “o mais famoso dos cavalier poets”): To Lucasta, going beyond the seas; To Althaea,
from prision; To Lucasta, going to the wars. ⭐

 Robert Southwell (N.101; “tinha uma enorme paixão religiosa, [...] dedicada com predileção ao Cristo-menino –
Southwell é o poeta do Natal, e The burning babe é a mais famosa das suas poesias -, paixão religiosa que
pretende exprimir-se nas formas algo pálidas e algo preciosas da Renascença italiana”). ⭐

 John Donne (N.103; “nenhum poeta inglês – e poucos em outras línguas – celebrou tanto o corpo feminino, e
sempre nas expressões mais diretas, até obscenas e, às vezes, cínicas. A poesia erótica de Donne é a mais
original do mundo, e aí está o seu papel na história da poesia inglesa: foi ele quem acabou com o petrarquismo
da Renascença. Substituiu-o por uma mistura de neoplatonismo exaltado e naturalismo sexual, representando
assim uma nova definição do Barroco”; “a sua poesia não é fruto de sentimentos românticos, mas de uma
inteligência vivíssima que transforma tudo em imagens; e essas imagens são as mais supreendentes, porque
Donne é homem de transição entre duas épocas, imbuído de escolástica e erudição medievais, e fortemente
impregnado dos conceitos da nova geografia, astronomia e filosofia”; “afirmam que Donne foi o maior orador
sacro do seu tempo; e os seus sermões continuam a impressionar o leitor moderno. A prosa de Donne é tão
artificial como a sua poesia e realiza o mesmo milagre de uma grande inteligência que fala diretamente ao
coração, falando sempre da mesma coisa: a morte. A eloquência de Donne é inesgotável quando se trata da
morte. [...] A morte foi a maior preocupação desse grande egoísta e, ao mesmo tempo, a sua grande esperança
de reunir-se aos outros numa grande comunidade, maior do que a dos vivos, e na qual desaparecerão as
torturas da carne e da solidão humana.”): The first aniniversary; The second anniversary, The funueral, The
relic, The profress of the Soul (alguns dos seus vastos e incríveis poemas). ⭐

 Thomas Browne (N.104; “’Intellectually’ é uma boa definição do seu estilo, modelado artificialmente, de
harmonia com os modelos latinos”; “é um metaphysical poet em prosa”): Pseudodoxia Epidemica, The Garden
of Cyrus, Religio medici, Urn Burial (o capítulo V dessa obra “é, em prosa, a maior ode em língua inglesa”). ⭐

 Jeremy Taylor (N.105; “o maior orador sacro depois de Donne”. [...] Taylor é um grande poeta em prosa, poeta
elisabetano que passou pela escola de Donne”). ⭐

 Henry King (N.106; poeta da estirpe de Donne): Exequy (possui um dos melhores versos da língua inglesa; “Poe
achou-os terrificantes”). ⭐

 George Herbert (N.107; “poeta sutil, de riqueza espantosa de ritmos e cadências, procurando efeitos musicais
que se diriam simbolistas; poeta metafórico como poucos no Barroco, usando imagens da vida doméstica, da
vida das profissões, do Universo inteiro para ilustrar os seus sentimentos religiosos; por meio de metáforas
violentas, às vezes de maus gosto, Herbert reúne o mais sacro e mais profano [...]”): The Temple (“breviário
poético da Igreja Anglicana”), The Sacrifice (“seu maior poema”). ⭐
 Richard Crashaw (N.108; o único católico entre os metaphysical poets, o mais barroco entre eles; marinista,
“mas está longe da frivolidade e do oportunismo artístico italiano. O simbolismo obscuro das suas imagens, as
elipses forçadas da sua sintaxe, a rapidez vertiginosa dos seus metros não provém de ambiguidades e
angústias”): The weeper (poemas famoso sobre as lagrimas de Maria Madalena, “é artificial e engenhoso”),
Music Duel. ⭐

 Henry Vaughan (N.109; “é tão inglês como Herbert, talvez mais intenso, mais harmonioso; mas, em
comparação, é um poeta menor. [...] Nos seus momentos lúcidos, Vaughan é feliz e grande como aquele outro
grande ocultista e maior poeta da literatura inglesa, William Blake”). ⭐

 Traherne (N.110; “na poesia, Traherne também é grande retórico, com a eloquência veemente do prosador
Donne; mas é mais místico, está mais perto de Vaughan; e a sua religiosidade é diferente; e, apesar a erudição
notável do poeta, ingênua como a dos primeiros místicos do século XVIII.”). ⭐

 N.112: R. Tuve. A Reading of George Herbert. London, 1952. N.113: M.W. Croll. “The Baroque Style in Prose”
(in: Studies in English Philology. Miscellany for F. Klaeber). Minneapolis, 1929. ⭐

 Izaak Walton (N.114; “é o comentarista em prosa do movimento ‘metafisico’”; “Apesar da sua simplicidade,
como escritor e como homem, Walton é um autor consciente, tão consciente da sua arte esportiva como da
sua arte da prosa. Walton é pescador e poeta. Um poeta do silencio nas longas horas de espera paciente do
peixe, algo semelhante ao silêncio místico dos místicos”): The compleat angler (“diálogo entre Piscator e
Venator sobre a técnica e as vantagens essenciais da pesca à linha, já foi chamado poema pastoril em prosa e é
o mais belo poema pastoril da língua inglesa, certamente o mais completo”). ⭐

 Robert Herrick (N.115; não é um metaphysical, “o seu amor, assunto permanente da sua poesia, não é sutil
nem conhece complicações psicológicas; é admiração física, afeição cordialíssima, e féerie romântica”, “um dos
maiores artistas da poesia inglesa”). ⭐

 John Milton (N.116; “é o maior poeta inglês depois de Shakespeare”; “talvez o artista mais consciente da
literatura inglesa e, nesse aspecto, só comparável a Goethe”): Paradise lost (é, depois de Shakespeare, “a maior
obra da literatura inglesa do século XVII”; “é um monumento. Uma epopeia pelo menos igual a Gerusalemme
liberata e os Lusíadas, uma das poucas epopeias que ainda se leem com admiração sincera. [...] Mas o Paradise
Lost distingue-se de todas as outras epopeias por mais uma qualidade especial: a força dramática da
caracterização dos personagens; sobretudo o Satã de Milton é um dos maiores personagens dramáticos da
literatura universal”; “Milton é o Dante do protestantismo”), De Doctrina Christiana (livro “cheio de opiniões
heréticas, não apenas a respeito do catolicismo, o que se entende num puritano, mas também heréticas a
respeito do credo protestante e cristão em geral, [...]: com efeito, Milton não acreditava na criação do mundo
ex nihilo nem na divindade de Jesus Cristo; o poeta de uma epopeia sobre o pecado original acreditava até na
liberdade absoluta da vontade humana.”); Paradise Regain´d; Samson Agonistes; Penseroso (e outros poemas;
sua poesia é poderosa). ⭐

 N.117: R.D. Havens. The influence of Milton on English Poetry. Cambridge, Mass., 1922. ⭐

 Andrew Marvell (N.119; “Marvell reuniu as qualidade de patriota parlamentar metaphysical barroco e
humanista sereno, tornando-se o gentleman mais fino da história da poesia inglesa”; seus poemas, poemas de
forma clássica, esconde algo do maquiavelismo; “o wit de Marvell tem outro fundamento, e nisso difere
essencialmente de Milton: não é revolta moral, e sim angustia religiosa, que o leva a desrespeitar as coisas
terrestres”). ⭐

 John Bunyan (N.120; “é o único escritor de língua inglesa que pode ser comparado com Milton”; “o pober
visionário caminhava pelo país, consertando caldeiras e pregando sermões aos camponeses”): Grace
abounding to the chief of sinners (“autobiografia espiritual”); The pilgrim´s progress (“assim como o outro
mundo de Dante é a imagem fantástica da Itália do século XIII, assim é o mundo de Christian, herói do pilgrim´s
progress, é uma imagem fantástica da Inglaterra do século XVII, povoada de personagens alegóricos que
acompanham, perturbando ou ajudando, o pobre Christian na sua viagem, da Cidade da Destruição para Zion,
a Cidade de Deus. [...]: todas aquelas paisagens fantásticas respiram a atmosfera terrificante do déjà-vu nos
sonhos, todos aqueles personagens alegóricos estão tão vivos que acreditamos tê-los conhecido pessoalmente;
a leitura torna-se pesadelo, como se fosse o maior thriller entre os romances policiais; e o fim vitorioso é um
alívio enorme, como uma verdadeira salvação. [...] Com efeito, The pilgrim´s progress é a segunda Bíblia das
nações anglo-saxônicas, o Paradise Lost do homem do povo. [..] The pilgrim´s progress é, porém, a maior obra
alegórica da literatura inglesa”). ⭐

 Misticismo, moralismo e classicismo:

 N.1: P. Sainz Rodriguez. Introducción a la historia de la literatura mística em España. Madrid, 1927. ⭐

 N.2: A.M. Carreño. Ensayos literários. México, 1915; M.C. Huff. The Sonnet “no me mueve, mi Dios”. Its Theme
in Spanish Tradition. Washington, D.C., 1943. ⭐

 San Juan de la Cruz (N.4; santo e grande humanista; teórico consciente; “a poesia do santo é ‘poésie pure”,
porque é incapaz de ser parafraseada em conceitos racionais; apresenta símbolos de experiências inefáveis.
[...] San Juan de la Cruz, o maior ‘poeta noturno’ de todos os tempos, é, fora da sua poesia, um espírito solar,
um humanista”): Subida del Monte Carmelo, Noche oscura del Alma. ⭐

 Santa Teresa (N.6; “com Santa Teresa estamos em terra firme, longe da atmosfera celeste de San Juan, na qual
só os eleitos podem respirar”; mais realista que San Juan; “emprega com gosto as frases saborosas da gíria,
exibe, nas cartas, franquezas inesperadas e luzes de humorismo. A energia da sua expressão é enorme,
ajudada pela linguagem algo arcaica. [...] Há em Santa Teresa algo de Dom Quixote, da sua paixão pela boa
causa, do seu romantismo.”): Livro de las fundaciones; Caminho de perfección; Las moradas o El castillo interior
(“é o maior livro de devoção mística em língua espanhola, e talvez em qualquer língua.”). ⭐

 N.7: P. Rousselot. Les mystiques espagnols. Paris, 1867. ⭐

 Malón de Chaide (N.8; “a obra de Malón de Chaide é a de um grande artista, e por isso menos popular...”):
Conversión de la Magdalena. ⭐

 Nieremberg (N.9; em suas obras se mistura as “descrições macabras e terrificantes” ao “ascetismo sóbrio dos
castelhanos.”; suas obras foram traduzidas para todas as línguas, o que ajudou a conhecer a mística
espanhola). ⭐

 N.10: H. Bremond. Histoire littéraire du sentimento religieux em France depuis a la fin des guerres de religion
jusqu´à nos jours. 10 vols. Paris, 1916-1932.; G. de Reynold. Le XVIIe siècle. Le Classique et le Baroque.
Montreal, 1944.; J. Rousset. La littérature de l´âge baroque em France. Paris, 1953. ⭐

 N.11: M. Petrocchi. La controriforma in Italia. Roma, 1947. ⭐

 N12: F. Sarri. Il venerable Fra Bartolommeo Cambi da Salutio. Firenze, 1925.

 São Francisco de Sales (N.13; é de formação humanista; suas obras literárias são de um cristianismo calmo,
sereno e até alegre; “Francisco de Sales não pensava, é claro, em facilitar o cristianismo; pretendia apenas
demonstrar que em nossa própria natureza agem forças morais paralelas e que, portanto, o fim não é
inacessível nem de dificuldade sobre-humana.”): Introduction à la vie devote. ⭐

 Pierre Camus (N.16): Palombe, ou La Femme honorable. (Astrée em língua francesa; ilegível, mas importante
documento do barroco francês). ⭐

 N.18: J. Rousset. La littérature de l´âge baroque em France. Paris, 1953. ⭐

 Jean de Sponde (N.19), Jean François Sarrazin (N.20), Agrippa d'Aubigné (N.21) – poetas franceses
intermediários; o último é protestante. Desmarets de Saint-Sorlin (N.22; ilegível, parece ter sido o
“Chateaubriand da sua época”: Clovis), Antoine Godeau (N.23; este, então, foi o Lamartine; é o mais
liricamente emocionado). Martial de Brives (N.24; transforma versículos bíblicos em verdadeiras torrentes de
metáforas). Eis uma série de poetas de segunda ordem.

 Jean-Louis Guez de Balzac (N.26; “é considerado o Malherbe da prosa francesa, o criados da frase clássica
harmoniosa redonda. O que se censura a Balzac é a falta de ideias, o lugar-comum permanente, que, por sua
vez, teria facilitado a divulgação do novo estilo. [...] Balzac, criador a prosa clássica, é um espírito barroco; a
própria abundância de metáforas na sua prosa não é muito clássica.”): Socrate Chrétien; Le prince. ⭐

 Paolo Segneri (N.30; “pregador da corte papal, dono de erudição enciclopédica e virtuose da língua, grande
polemista contra inimigos existentes [...], que combate com vigor de advogado; é, apesar de tudo isso, um
moralista destemido, dizendo a verdade ao papa e aos cardeais. [...]: o grande dialético, para vencer os
recalcitrantes, baseou os seus sermões em disposições tão rigorosamente elaboradas que nos parecem até
agora irrefutáveis.”). ⭐

 N.32: F. Bunitière. L´evolution des guerres dans l´histoire de la littérature. Paris, 1890. ⭐

 N.33: C.E. Freppel. Bossuet et l´éloquence chrétieene au XVIIe siècle. 2 vols. Paris, 1893. ⭐

 Bossuet (N.34; “a maior figura da Igreja docens da França, não cabe inteiramente no gênero ‘eloquência
sacra’”; o abade Maury, ao ler os sermões de Bossuet, chamou-lhe “o maior orador cristãos de todos os
tempos”; é a “figura mais completa do movimento que se chama ‘Classicismo francês’, cujo estudo se começa
convenientemente com ele. A sua atividade literária foi imensa: eloquência e historiografia, epistolografia e
política, meditações místicas e polêmicas exegéticas. [...] Bossuet tem consciência do seu gênio literário; mas
não se serve dele para criar belezas verbais ou para exprimir a sua própria forte personalidade, e sim para fizer
a verdade como ele a entende: a verdade da Igreja da qual é bispo, investido para pregar, defender e ampliar o
reino de Cristo.”; “não encontrou estilo bíblico em língua francesa; criou, então, um estilo francês
correspondente ao bíblico; porque Bossuet era um gênio hebraico, da estirpe dos pontífices do templo de
Jerusalém.”) ⭐

 Bourdaloue (N.35; “o seu fim é prático, de moralista; ataca os erros morais da época, assim como um grande
jornalista ataca as diretrizes erradas dos políticos para conseguir uma mudança na opinião pública. [...] O
moralista Bourdaloue, confessor experimentado, é um grande psicólogo; é rico em ‘retratos’ característicos, em
observações surpreendentes, desmascarando as desculpas mundanas no vícios”; “o leitor que vem do grande
poeta Bossuet não pode deixar de sentir decepção. [...]: a sua lógica é fria, quer dizer, sem retórica poética.
Quase não parece literatura.”): Sermon sur la médisance, Sermon sur la sévérité évangélique; Sermon sur l
´hypocrisie. ⭐

 Ler as obras da nota 37 sobre a história do jansenismo.

 N.39: E. Krantz. Essai sur l´esthétique de Descartes, étudiée dans les rapports de la doctrine cartésienne avec la
littérature française Classique au XVIIe siècle. Paris, 1882. ⭐

 N.40: F. Brunetière. “Jansénistes et cartésiens”. (In: Études critiques sur l´histoire de la littératura française. Vol.
IV. Paris, 1898). ⭐

 N.41: G. Lanson. “L´influence de la philosophiae cartésienne sur la littérature française”. (In: Études d´histoire
littéraire. Paris, 1929). ⭐

 N.42: H. Peyre. Le Classicisme française, New York, 1942. ⭐

 Blaise Pascal (N.43; “não foi poeta, nem dramaturgo, nem romancista; é o primeiro grande prosador francês,
mas não o maior; contudo, é o gênio literário mais completo da nação francesa. É até um gênio universal, [...].
Pascal é, segundo sua própria expressão, um ‘esprit géométrique’; mas distingue-se de todos os outros
espíritos geométricos pela angústia que o objeto dos seus estudos lhe inspira. [...] ‘O silêncio eterno desse
infinito espaço assusta-me’. E nessa citação, que se tornou lugar-comum, está Pascal inteiro: a angústia
desesperada em face de problemas da epistemologia, da metodologia astronômica e teológica. [...]
Evidentemente, não se trata de um mero especialista em matemática e física. [...] Partindo de começos geniais,
não termina coisa alguma, porque sua verdadeira curiosidade não diz respeito à física, mas à metafísica.”):
Lettres provinciales; Pensées; Memorial. ⭐

 N.45: F. Brunietière. “Le naturalisme au XVIIe siècle” (In: Études critiques sur l´histoire de la littérature
française. Vol.1. Paris, 1896. ⭐

 N.46: L. Abercrombie. The Theory of Poetry. London, 1924. ⭐

 N.47: J.C. Fidao-Justiniani. Discours sur la raison Classique. Paris, 1937. ⭐

 N.49: A.M. Knoll. Der Zins in der Scholastik (O interesse pela escolástica). Wien, 1932.

 N.50: B. Groethuysen, Origines de l´esprit Bourgeois em France. Paris, 1927; B. Groethuysen. Die Entstehung
der bürgerlichen Welt-und Lebensanschauung in Frankreich (O surgimento da visão de mundo burguesa na
França). 2 vols. Halle, 1927-1930. (Os dois se completam). ⭐

 N.52: A. Gide. Incidences. Paris, 1924. ⭐

 N.53: S. Wilma Holsboer. Histoire de la mise-em-scène dans le Théâtre français de 1600 à 1657. Paris, 1934. P.
Mélèse. Le Théâtre et le public à Paris sous Louis XVI. Paris, 1935. ⭐

 Alexandre Hardy (N.54; gostava de utilizar enredos espanhóis; possui um estilo “bombástico”; foi o criador do
teatro francês, e foi o primeiro a fazer peças para serem representadas). ⭐

 N.59.; a importância de Sêneca na evolução da tragédia clássica: G. Lanson. Esquisse d´une histoire de la
tragédie française, 2ª ed., Paris, 1927. ⭐

 Pierre Corneille (N.60; “nas comédias, fez a tentativa de desembaraçar-se, reduzindo o novo ambiente a
dimensões cômicas. Nas tragédias, tentou engrandecer-se a si mesmo, até à altura dos reis e príncipes de que a
realidade e a sua imaginação povoaram esse grande mundo. [...] Na aula de Retórica aprendeu Corneille o que
para o futuro as teorias estéticas lhe confirmaram: que só grandes caracteres e acontecimentos extraordinários
merecem memória perpétua; e de grandes caracteres e acontecimentos extraordinários estava cheia a sua
alma de burguês provinciano, tímido e sonhador. Como dramaturgo, Corneille não fez outra coisa senão
exteriorizar seu deslumbramento íntimo. [...] Assim, Corneille criou a simplicidade característica do teatro
clássico, a tragédia psicológica dos franceses. O mundo exterior começa a ter importância cada vez menor.”; os
conflitos em Corneille são entre diferentes paixões, “e o dramaturgo distingue razoavelmente paixões mais
nobres e paixões mais baixa. [...]. A língua de Corneille é pouco sugestiva, pouco poética; é expressão direta
das situações dramáticas. É sentenciosa apenas para condensar no mínimo de palavras o resultado do conflito
psicológico. [...] Corneille, segundo a expressão de Schlumberger, é o realista dos sonhos heroicos de todas as
almas humanas.”): La Galerie du Palais; La Place Royale; Le menteur; Le Cid; Horace; Cinna; Polyeucte; Le
menteur; L´illusion comique; Trois Discours; Othon; Sertorius; Agésilas; Suréna; La toison d´Or; Psyché. ⭐

 Rotrou (N.62; “teria sido um grande dramaturgo, se tivesse a severa disciplina de Corneille”): Hercule mourant;
Laure persécutée; Don Bernard de Carbrère; Saint-Genest; Vanceslas; Bélisaire. ⭐

 Thomas Corneille (N.63; seu teatro é o teatro dos grandes sucessos mundanos): Timocrate; Stilicon; Le comte d
´Essex. ⭐

 N.64: L.-A. Prévost-Paradol. Études sur les moralistes français. Paris, 1865. ⭐

 Cardeal de Retz (N.65; “o que lhe faltava na vida, falta-lhe também na literatura: o senso moral.”): Mémoires
(“falsificam intencionalmente a verdade histórica, menos para justificar os fatos injustificáveis do que para
engrandecer a figura do memorialista vencido que não se arrepende de nada. A sua justificação é a
inteligência, que se revela nos penetrantes retratos psicológicos de companheiros e adversários, na
complicação dramática das intrigas, na descrição vivíssima do ambiente, na apreciação dos fatos e
condensação epigramática das experiências em aforismos de interesse penetrante.”). ⭐

 La Rochefoucauld (N.66; “A vida de La Rochefoucauld é, desde a idade madura, uma velhice prolongada,
ocupada em descobrir nos outros os defeitos que lhe haviam causado o fracasso: o amour-propre e o intérêt.
[...] La Rochefoucauld é infeliz porque sempre tem razão. [...] La Rochefoucauld é o último dos précieux,
caçando a expressão mais densa, mais certa, mais brilhante. Supera o preciosismo, tornando-se o maior
aforista de todos os tempos, o clássico do gênero.”): Maximes. ⭐

 Madame de Sévigné (N.67; “inteligente e um pouco leviana, religiosa e alegre, culta e superficial, amável e
espirituosa, tão espirituosa que nem uma citação, nem muitas citações, nem a transcrição de uma carta inteira,
nem de várias ou de muitas cartas, poderia dar a mínima ideia do seu esprit; seria preciso citar todas as 1500
ou mais cartas que a marquesa escreveu, [...] – o corpus das cartas de Madame de Sévigné é a enciclopédia do
século. [...] É necessário lê-la para ter ideia da escritora, talvez a mais completa da língua francesa. Nada lhe
falta para grande dama; para grande dama do séc. XVII falta-lhe apenas o arrependimento e a penitência.”) ⭐

 Madame de Maintenon (N.68; “esposa morganática de Luís XIV, conselheira de suas perseguições religiosas e
derrotas políticas, tem fama de fanática sombria, empenhada em expiar a heresia de seu avô Agrippa d
´Aubigné; [...] em comparação com Madame de Maintenon, a Sévigné parece uma princesa da Renascença.”). ⭐

 Madame de La Fayette (N.71; “é grande dama como a Sévigné e natureza profunda como a Maintenon; o seu
espírito é menos rico que o da primeira, mais concentrado que o da outra, e seu estilo, menos vivo e mais
simples. Além disso, Mada de La Fayette é – o que nem a Sévigné nem a Maintenon foram – uma vocação
literária.”): La princesse de Clèves (“é o primeiro romance moderno da literatura francesa e é – bem
caracteristicamente – um romance moderno. [...] O gênero, do qual La princesse de Clèves é o primeiro
exemplo, será o mais poderoso da literatura francesa e, talvez, da literatura moderna em geral.”). ⭐

 N.72: R. Bray. La formation de la doctrine Classique en France. Paris, 1931. ⭐

 Abade d´Aubignac (N.73) e Bouhours (N.74) são dois teóricos literários (“A influência das teorias na literatura é
menor do que se pensa. A verdadeira importância dos teóricos do séc. XVII não é de ordem técnica, e sim de
ordem moral; a sua tarefa é a justificação da causa literária.”).

 Tristan l´Hermite (N.76; “Os fatos essenciais, no entanto, são trechos líricos, às vezes de beleza raciniana, e
sobretudo a transformação do caso político em conflito psicológico. Nesse sentido, Tristan é percursor de
Racine “): Le page disgracié; Mariamne.

 Jean Racine (N.77; “é o poeta mais perfeito da língua francesa – essa afirmação pode contar com a quase
unanimidade dos críticos e leitores.”; as poesias dramáticas de Racine “revela as almas com o realismo agudo
de Eurípedes. [...] Racine seria, quando muito, um Virgílio teatral, um elegíaco suave e algo frívolo, um grande
poeta menor.”; “O chamado realismo de Racine é realismo psicológico, como o de Dostoievski; e não está,
bem-feitas as contas, tão longe da força brutal do grande russo. [...] É um poeta do lado noturno da alam, um
poeta das paixões mórbidas e perversas; e todos os indícios biográficos revelam que era ele mesmo homem
apaixonado e perverso, impondo-se apenas – penosamente – a compostura calma e mesurada que os seus
versos serenos e musicais sugerem em meio às tempestades psíquicas. [...] Racine parece banal, porque a sua
poesia dá a formula mais geral, mais humana, das emoções humanas. [...] Racine foi o único dramaturgo
moderno que conseguiu criar uma tragédia comparável à grega, mitológica e, contudo, já não mitológica –
assim como nos convém, a nós, que já não acreditamos no mito. Nesse sentido especial – porque a tragedia
mitológica é a mais permanente de todas – é Racine o maior dramaturgo dos tempos modernos, maior até que
Shakespeare.”): Iphigénie em Aulide (é, para Voltaire, a maior obra do espírito humanos); Andromaque;
Britannicus; Phèdre; Esther; Athalie. ⭐

 N.80: R. Rollan. Histoire de l´Opéra em Europe avant Luli et Scarlatti. Paris, 1895. ⭐

 N.81: A. Adam. Histoire de la littérature française au XVIIe siècle, 4 vols., Paris, 1949-1954. ⭐
 O antibarroco:

 Florian Ocampo (N.1; “procura de maneira fantástica, aparentemente medieval, ligar a história espanhola à
história romana para criar uma perspectiva ampla da história universal, para patentear o sentido universal,
“romano”, da política do imperador”). ⭐

 Antonio de Guevara (N.2).

 Espístola moral a Fabio (N.8; obra anônima, “síntese única do estoicismo erudito à maneira de Sêneca e do
estoicismo popular que é a filosofia das esquinas de rua na Espanha antiga.”; “livro de preferência de
Cervantes”). ⭐

 Gregório de Matos (N.9).

 Baltasar Gracián (N.11; “teórico do conceptismo”; Carpeaux dá-lhe quatro páginas, mas pelo que li não daria
nem uma página: fez esquemas estilísticos capaz de expressar o maquiavelismo, o qual tem, por base, o
desprezo da natureza humana; foi pedagogo): Agudeza y arte de ingenio; Político; Oráculo manual y arte de
prudencia; Criticon. ⭐

 Dom Francisco Manuel de Melo (N.12; “grande escritor em língua portuguesa e em língua espanhola,
humanista e homem de ação como Quevedo,”). Antônio Vieira (N.13; “Como estilista, é tão barroco quanto
Quevedo e Gracián, e mais do que Segneri. Uma erudição enciclopédica e a experiência de uma vida
agitadíssima de noventa anos fornece-lhe a abundância de imagens e metáforas que impressionam o século.”).

 Trajano Boccalini (N.14; “é o Quevedo italiano, mais direto e menos barroco”; sua sátira literária chamou-me
um pouco atenção): Ragguagli di Parnasso. ⭐

 Tommaso Campanella (N.16; “barroca é a sua erudição enciclopédica e confusa, em que a magia desempenha
papel importante. Barroco é o estilo abundante de sua prosa. [...] Campanella nem se limita à utopia; como
todas as grandes figuras do Antibarroco, é um homem de ação, embora vencido.”; os ideias que existentes em
sua obra ajudaram na formação da burguesia): Città del Sole. ⭐

 Hugo Grotius (N.18; “Grotius é o renovador do direito internacional, [...]. É antes o começo do liberalismo
político, correspondente ao liberalismo jurídico econômico. Principia a distinção entre Direito natural e Direito
divino; e o fim será um direito natural que já não precisa da sanção religiosa: o dos filósofos da Encyclopedia.”):
De veritate religionis christianea; De jure belli ac pacis eclipsar. ⭐

 Paolo Sarpi (N.19): Istoria del Concilio Tridentino (“demonstração historiográfica da tese seguinte: o concílio de
Trento não conseguiu a reforma necessária a Igreja, porque não foi inspirado pelo Espírito Santo, e sim dirigido
pelas intrigas e maquinações da cúria romana e dos jesuítas. Pelo estilo, a obra distingue-se de qualquer outra
obra do século: não imita a eloquência sublime de Lívio nem a concisão sombria de Tácito; relata os fatos com
rigor lógico e precisão implacável). ⭐

 Galileu (N.20).

 N.21: E.A. Burtt. The Metaphysical Foundations of Modern Physical Science. 2ªed. New York, 1932. ⭐

 Amos Comenius (N.22; Carpeaux dá-lhe mais de uma página, mas eu não daria dois parágrafos).

 N.23: W. Struck. Der Einfluss Jacob Bohmes auf die englische Literatur des 17 (Influência de Jacob Bohme na
literatura inglesa do século XVII). Jahrhunderts. Berlin, 1936.

 N.24: F. J. Powicke. The Cambrigde Platonists. London, 1926.

 N.25: F. Lachèvre. Le libertinagem au XVIIe siècle. 4 vols. Paris, 1921.


 Cyrano de Bergerac (N.28; “o mais complexo dos boêmios”; “o gênio fantástico de Cyrano de Bergerac
permitiu-lhe descobrir outra expressão que, apensar das reminiscências de Ariosto e Rabelais, é sua: o
romance fantástico. [...] Porém, Cyrano ficou como literato menor, talvez porque não sabia decidir-se entre
pensamento e arte, entre os caminhos da literatura tendenciosa e os da arte despreocupada.”): La mort d
´Agrippine (apresenta riqueza de pensamentos filosóficos nos diálogos). ⭐

 La Fontaine (N.29; “o único artista puro entre os libertins”; é um grande fabulista; “La Fontaine pode ser
considerado poeta no sentido dos séculos XVI, XVIII, ou até XIX, épocas nas quais a poesia compreendia tudo
quanto era escrito em verso [...]; mas nunca no sentido da poesia ‘sugestiva’ dos séculos XVII e XX. O metro,
em La Fontaine, é instrumento de estilização; estiliza-se a natureza e os animais, guardando-se as proporções
naturais só dos homens, que são os heróis de várias fábulas, exibindo conceitos morais bem ‘naturalistas’ e
pouco edificantes.”): Fables. ⭐

 A N.32 apresenta uma série de antologias da literatura italiana.

 N.33: A. Bartoli. Scenari inediti della commedia dell´arte. Firenze, 1880. ⭐

 N.34: Le Théâtre Italien de Gherardi, ou Recueil général de toutes les comédies. Paris, 1964-1967. ⭐

 N.35: N.M. Bernardin. La comédie italienne em France et les théâtres de la foire et du boulevard, 1570-1791.
Paris, 1902; P.L. Duchartre. La comédie italienne. Paris, 1925; G. Attinger. L´espirit de la Commedia dell´Arte
dans les théâtres de la foire et du boulevard. ⭐

 Molière (N.37; “os franceses reconhecem em Molière o próprio gênio nacional; [...]. Molière é, quase como
Homero, objeto de admiração unânime. A única restrição que lhe fizeram alguns críticos franceses refere-se à
sua linguagem, que dizem desleixada e prosaica. [...] Molière é, antes de tudo, o grande mestre do
divertimento ligeiro, para os burgueses e para o povo; e só às vezes parece ter utilizado a liverdade do ator
cômico para improvisar algumas verdades desagradáveis.”; sua sabedoria maior é na construção dramatúrgica;
“a documentação psicológica de Molière baseia-se na observação do ambiente”; é poeta, principalmente, nas
suas farsas”): Le misanthrope; Les femmes savantes; Fourberies de Scapin; Les précieuses ridicules; Les fâcheux;
L´école des femmes; Le médicin malgrê; La princesse d´Élide; Amphitryon. ⭐

 Regnard (N.39; “é o mais famoso dos comediógrafos pós-molierianos; o único que e mantém ao lado de
Molière, se bem que em posição muito inferior. [...] É, porém, um farsista excelente. [...] Regnard é um mestre
das suas situações, mas de modo a nenhuma coerência.”) ⭐

 O Iluminismo e a Revolução:

 O Rococó:

 N.1: P. Hazard. La crise de la conscience europénne. 3 vols. Paris, 1925. ⭐

 N.2: H. Gillot. La querelle des anciens et des modernes em France, de la “Defense et illustration de la langue
française” aux “Parallèles des anciens et des modernes”. Paris, 1914. ⭐

 Saint-Évremond (N.3; suas reflexões sobre a história romana antecipam ideias de Montesquieu; na querelle
defendeu que os antigos são admiráveis mas nem sempre servem de modelo).

 Sir William Temple (N.4; “o primeiro grande ensaísta inglês, epicureu fino e culto, dotado de senso prático da
vida política”): Upon ancient and modern learning. ⭐

 Houdart de La Motte (N.5; não possui talento poético algum, seus escritos são ridículos, mas dele tirou-se a
conclusão de que a poesia é inútil, e a época concordou com sua ideia: “pela primeira vez, a própria literatura
está em questão”.)

 N.6: F. Heer. Europäische Geistesgeschichte (História intelectual europeia). Stuttgart, 1953. ⭐


 Francesco Redi (N.7; era poeta elegante e grande cientista): Bacco in Toscana (“pequena obra-prima”).

 N.8: G. Toffani. L´eredità del Rinascimento in Arcadia. Bologna, 1923; M. Fubini. “Arcadia e Iluminismo” (in:
Questioni e correnti di storia letteraria. Edição por A. Momigliano. Milano, 1949). ⭐

 Lemène (N.9; “homem grave, ‘capaz de versificar a Summa de São Tomás inteira’, mas que, nos seus capricci, já
faz dançar os Amoretti nus do rococó”): capricci. ⭐

 Benedetto Menzini (N.10; padre que “canta vinho e amor com a graça de uma borboleta”, de erudição barroca
e sátiras violentas). ⭐

 Alessandro Guidi (N.11; modelo de todos os poetas da Arcádia da primeira geração; escreveu odes pindáricas
pomposas).

 Paolo Rolli (N.13; “verdadeiro mestre do verso harmonioso, elegíaco algo sentimental, dominava todos os
estilos: imitou Virgílio, traduziu Racine; tendo vivido na Inglaterra, também traduziu Milton. No seu
sentimentalismo anuncia-se a poesia pré-romântica”). ⭐

 Metastasio (N.14; era “anacreôntico melodiosíssimo, artificial como Marino, sentimental como Tasso, erótico
como Guarini; um compêndio da decadência da poesia italiana, mas com rasgos de verdadeira beleza lírica,
sobretudo nas cantatas”): Galatea. ⭐

 N.15: G. Toffanin. L´Arcadia. Saggio storico. Bologna, 1946. ⭐

 Villegas (N.16; “foi, no século XVIII, o mais apreciado dos antigos poetas espanhóis”). ⭐

 N.17: V.Cian. Italia e Spagna nel secolo XVIII. Torino, 1896.

 Correia Garção (N.20; metastasiano português): Assembleia ou Partida. ⭐

 Filinto Elísio (N.21; escritor português “anacreôntico, horaciano, versificador vazio com veleidades de filosofia
enciclopédica”; é o espírito bagunçado de Bocage). ⭐

 Bocage (N.22; “o mais hábil, não o mais profundo dos versificadores portugueses, a expressão de uma alma
caótica; [...]. Hernâni Cidade caracterizou bem o boêmio indisciplinado de Lisboa como figura de transição
entre catolicismo tradicional e racionalismo superficial, ideias sublimes e instintos selvagens, estilo arcádico e
temperamento romântico.”; a poesia de Bocage é antes “sintoma da transformação da Arcádia em poesia pré-
romântica”). ⭐

 Csokonai (N.24; antípoda húngaro de Bocage, “todo rococó nas suas epopeias herói-cômicas, boêmio
indisciplinado como Bocage na vida e verdadeiro romântico [...] nas suas Canções a Lilia, a primeira produção
moderna da poesia húngara.”). “A poesia anacreôntica serviu até para despertar, poeticamente, nações que
ainda não possuíam literatura; o que, aliás, é função típica do movimento pré-romântico.” Donalitius (N.25; sua
poesia foi uma influência sobre a poesia anacreontica alemã): As estações. ⭐

 N. 26: F. Ausfeld. Die deutsche anakreontische Dichtung des 18. Jahrhunderts (A poesia anacreôntica alemã do
século XVIII). Estrasburgo, 1907. ⭐

 Johann Christian Gunther (N.27; “as suas poesias de ‘vinho e amor’ são autênticas, às vezes brutais. É o
primeiro poeta alemão que, renunciando ao grande estilo barroco, volta à inspiração da poesia popular. A sua
influência póstuma sobre os pré-românticos e românticos foi considerável; Gunther continua lido até hoje,
como poeta de sentimento e expressão pessoais; os anacreônticos só o apreciam como anacreôntico”). ⭐

 Delille (N.32; powta descritivo inglês, “poeta dos jardins da França, mas pensador também de problemas da
ordem no universo”). Fontanes (N.33; “poeta oficial de Napoleão 1, lucreciano frio e versificador magistral, ‘o
último dos clássicos’”). ⭐
 N.35: A.H. Lindgren. Sveriges vittra storhetstid (O apogeu da meteorização na Suécia). 2 vols. 1895-1896; O.
Levertin. Fran Gustaf ills dagar (Dos dias de Gustaf). 2ª ed. Stockholm, 1897.

 Kellgren (N.36; virtuose do verso sueco, “lembra em mais de um sentido as figuras de Gunther e Bocage, e o
talento e o gosto não o aproximassem antes de Chénier. Boêmio devasse e anacreôntico, classicista sensual e
elegíaco desesperado, satírico mordaz, racionalista anticristão e idealista quase romântico, não criou nada de
definitivo, mas belos versos em abundância e uma atmosfera artificial de arte pura. A corte contaminou a
cidade. A burguesia despertou do sono do moralismo luterano e começou a imitar os aristocratas”). ⭐

 Bellman (N.38; “é da estirpe de Villon e Verlaine: um dos grandes poetas para todos os tempos. Boêmio
plebeu, [...]. As poesias de Bellman chamam-se anacreônticas; mas estão fora das convenções arcádicas; são
sinceras, delicadamente irônicas ou brutalmente humorísticas, às vezes furiosas, desesperadas e mordazes,
[...]. Como todos os grandes poetas, Bellman criou um mundo completo, transfiguração do seu mundo real [...].
A poesia de Bellman não é comparável a nenhuma outra; é a poesia de um mundo encantado, e um golpe
estranho do timbale bastará para despertar-nos violentamente.”). ⭐

 N.39: P. Raffaelli. Il melodrama in Italia, dall´anno 1600 fino ai nostri giorni. Firenze, 1881.

 Antônio José da Silva (N.40; “foi brasileiro de nascimento, mas português pela vida e expressão literária. A sua
obra destinava-se ao teatro popular do Bairro Alto, sobretudo às festas de carnaval, e não passa, em geral, de
farsas, representadas por bonecas. [...] E embora já tenha havido elogios exagerados, os espírito teatral do
Judeu ainda não parece ter sido devidamente apreciado.”). ⭐

 Giambattista Lorenzi (N.42): Scrate immaginário (“é um exemplo do conservantismo da arte popular: revela,
com evidência maior do que as grandes óperas sérias, o espírito barroco do teatro musicado”). ⭐

 N.43: N. Fehr. Apostolo Zeno und seine Reform des Operntextes (Apostolo Zeno e sua reforma do texto da
ópera). Zurique, 1912. ⭐

 Pietro Metastasio (N.44; “ora elogiadíssimo, ora desprezadíssimo, é um dos poetas representativos do século
XVIII e, dentro dos limites estreitos do seu gênero, um dos grandes poetas da literatura universal. Facilidade de
improvisador e virtuosismo no verso harmonioso teriam resultado, em Metastasio, um notável poeta lírico, se
o seu sentimento fosse mais profundo, menos teatral; mas por isso mesmo preferiu o teatro, e a fraqueza da
sua obra dramática reside principalmente na hipertrofia do lirismo. Poeta foi Metastasio, o último dos poetas
barrocos, da estirpe dos eróticos como Tasso, Guarini, Marino. Renovou essa arte decadente, introduzindo-a
no mecanismo da tragédia à maneira francesa, e fê-lo com sucesso absoluto: [...]. Metastasio criou um drama
aristocrático, cheio de ações e sentimentos nobres, mas não sem frivolidade íntima; e o seu mecanismo teatral
é monótono, mas eficientíssimo. [...] Nos seus versis fácies aprendeu toda a gente culta do século XVIII a língua
italiana”): La clemenza di Tito; Gioas re di Giuda; Attilio Regolo (“tragédia notável”). ⭐

 N.45: A. Trigiani. Il teatro raciniano e i melodrammi di Metastasio (Teatro raciniano e melodramas de


Metastasio). Turin, 1951. ⭐

 Henry Purcell (N.46; um compositor barroco): Dido and Aeneas; Fairy queen; Enchanted island.; Tyrannic love;
Amphitryon; King Arthur; Theodosius. ⭐

 N.47: D. Canfield Fisher. Corneille and Racine in England. New York, 1904 ⭐

 N.48: C. Charlanne. I´influence française em Angleterre au XVIIe siècle. Paris, 1906. ⭐

 N.49: D.H. Miles. The influence of Molière on Restorarion comedy. New York, 1910. ⭐

 N.50: A.F.B. Clark. Boileau and the French classical critics in England. Paris, 1925. ⭐
 N.51: C.E. Miller. The influence of the French Heroico-Historical Romance on seventeenth century English prose
Fiction. Charlotteville, 1940; W. Mann. Drydens heroische Tragödie als Ausdruck höfischer Barockkultur (A
heróica tragédia de Dryden como expressão da cultura barroca da corte). Tübingen, 1932.

 N.52: A.C. Sprague. Beaumont and Fletcher on the Restoration stage. Cambrigde, Mass., 1926; J.H. Wilson. The
influence of Beaumont and Fletcher on Restoration drama. Columbus, Oh., 1928.

 William Davenant (N.53; o primeiro dramaturgo que é autenticamente do estilo da Restauração; “os aspectos
multiformes da sua obra anunciam a figura proteica de Dryden”): Gondibert; The Siege of Rhodes; The cruelty
of Spaniards in Peru. ⭐

 John Dryden (N.54; “Para os ingleses, é um dos grandes mestres do verso satírico, o criador do teatro moderno,
da prosa coloquial e da crítica literária. [...] De fato, a poesia lírica de Dryden tem poucos encantos. [...] A
poesia de Dryden é polêmica, retórica. [...] O estilo de Dryden é erudito; mas qualquer leitor alcança o espírito
que mata o adversário – com tanto vigor falam as imagens e rimas. [...] Dryden é, acima de tudo, uma grande
inteligência. [...] adotou o sistema francês; e para conseguir feitos poéticos acessíveis à sua própria natureza
poética, substitui o verso branco do teatro nacional pelo heroic couplet, que favorece oportunidade para rimas
engenhosas e eloquentes. [...] Fryden criou um teatro de complicações e desfechos lógicos, diálogo espirituoso
ou retórico, problemas geralmente humanos, efeitos sentimentais e até melodramáticos. [...] Dryden tinha
consciência das hesitações do seu estilo dramático. Tornou-se por isso o maior crítico de teatro da literatura
inglesa. Se bem que as suas comparações entre o teatro inglês e o teatro francês não chegassem a resultados
definitivos, os seus prefácios são muito superiores aos de Corneille. [...] T.S. Eliot chama-lhe o criador da língua
literária moderna. Dryden é, porém, algo mais: é o criador da literatura moderna não somente pela linguagem
poética, pelas novas convenções teatrais que estabeleceu, pela prosa, mas ainda pela atitude. É o primeiro
inglês que foi conscientemente e profissionalmente ‘homem de letras’. [...] É o primeiro grande tory,
conservador, da língua inglesa, e nisso também tipicamente inglês. [...] A obra de Dryden é, na verdade, tão
pouco clássica como a de Eliot – é monárquica, anglo-católica, retórica, heroica e satírica; quer dizer, barroca..
[...] No moralismo de Dryden – até a indecência das suas comédias pretende denunciar o vício – já existe muito
da mentalidade burguesa. [...] Dryden sintetiza o passado e o futuro da literatura inglesa; para os estrangeiros
significa pouco, mas para os ingleses é quase um Goethe.”): Absalom and Achitophel; Mac Flecknoe (este
poema, dirigido contra o poetastro Shadwell, “é a sátira literária mais amarga, mais eficiente que existe em
qualquer língua”); Almanzor and Almahide; Aureng-Zebe (ambas são consideradas, pelo que diz Carpeaux, são
as melhores tragédias barrocas do teatro inglês); Don Sebastian; All for love (é, segundo unânime opinião dos
críticos, “uma peça melhor construída e mais eficiente do que a grande obra de Shakespeare”); Spanish friar;
Marrige à la mode; Amphitryon; Mr. Limberham. ⭐

 N.55: A. Nicoll. A History of Restoration Drama, 1600-1700. Cambrigde, 1923.; (do mesmo autor) A History of
Early Eighteenth Century Drama, 1700-1750. Cambrigde, 1925. ⭐

 N.56; “A tragédia da Restauração é a obra de poètes maudits; a tentativa de síntese entre espírito teatral inglês
e forma francesa não era realizável; os seus representantes acabaram na loucura ou na miséria.” /62: B.
Dobrée. Restoration Tragedy. Oxford, 1929. ⭐

 Thomas Hobbes (N.57; “foi inimigo da metaphysical poetry; censurou a poesia metafórica, exigindo uma poesia
expositiva, capaz de sugerir admiração pelas virtudes heroicas – como filósofo do absolutismo totalitário, não
admite outra poesia a não ser uma poesia ‘útil’.”)

 N.58: C. Brooks. “A note on the death of Elizabethan Tragedy”. (In: Modern Poetry and the Tradition. Chapel
Hill, 1939. ⭐

 Thomas Otway (N.59): Don Carlos; Venice preserv’d (“foi imensamente elogiada durante o séc. XVIII e a
primeira metade do séc. XIX e seria realmente uma poderosa tragédia romântica – no sentido em que é
romântico o teatro jacobeu – e um interessante estudo psicológico do conspirador fracassado Jaffier, se não
fosse a teórica vazia, a falsa poesia”); The soldiers’ fortune (sua obra mais original).
 Nicholas Rowe (N.61; adaptava com muita habilidade as peças elisabetanas; “Rowe transforma a tragédia
neobarroca em drama burguês, que será gênero típico do Pré-Romantismo.”): The fair penitente (“tragédia fina
e comovente”, é sua obra-prima); Jane Shore; Lady Jane Grey. ⭐

 George Etherege (N.63): The man of mode (seu diálogo vivíssimo “não foi superado”)

 Wycherley (N.64; “é divertidíssimo, tem instinto infalível pela comicidade das situações sexuais, apresentando-
as com vigor naturalista”; é grande criador de caracteres “humanos, humanos demais”): The country wife (“um
cavaleiro que alega ser eunuco para tranquilizar os maridos e seduzir-lhes as mulheres); The plain dealer. ⭐

 Congreve (N.67; “é o comediógrafo mais admirado da literatura inglesa: causeur espirituoso, técnico
habilíssimo da cena, cínico sem excessiva obscenidade.”): The way of the world (“peça digna de Molière”); The
mourning bride⭐

 George Farquhar (N.69; enredos indecentes de linguagem moderada, “e o amor dá-se ares românticos.
Farquhar é, aliás, entre todos esses comediógrafos tão hábeis, o maior técnico da cena”): The beaux’
stratagem (“é, do ponto de vista puramente teatral, a comédia máxima da literatura inglesa, cheia de verve e
interesse, e não sem certa poesia da paisagem dos Midlands, dos castles, inns e highways do rococó inglês –
romantismo em plein air.) ⭐

 N.70: W. Archer. The old drama and the new. New York, 1929. N.71: J. Palmer. The comedy os manners. London,
1913. ⭐

 Conde de Rochester (N.72; o maior devasso da corte inglesa da Restauração e amigo íntimo do rei, “confirmou
pela vida a autenticidade do panorama moral da comédia da Restauração; e também pela sua literatura.
Rochester é o Dryden de um mundo de bêbados e prostitutas; mas a comparação não ofende o grande homem
de letras.”; era um homem de muito talento, e a crítica moderna lamenta um gênio perdido da literatura
inglesa): Valentinian; Sodom, or the Quintessence os debauchery; Satire Against mankind; Love and Life. ⭐

 Samuel Pepys (N.73; seus diários constituem o documento mais singular da literatura inglesa”; “O homem
Pepys é centro do seu mundo. Reflete os grandes acontecimentos de sua época – coroação do rei, guerra com
a Holanda, incêndio e peste em Londres; e também a vida cotidiana, as intrigas políticas da corte e do
parlamento, aventuras e adultérios, brigas de família, teatro, ópera, cafés, reuniões científicas, a Bolsam os
piratas, comerciantes, judeus, levantinos, o porto de Londres, as livrarias e os bordéis. Está tudo ali. É o
panorama mais completo que existe de qualquer época, pintado sem pretensões de composição literária – um
universo literário como de Dante e Balzac.”): Diary (“é a mais completa autorrevelação de qualquer homem em
qualquer época e literatura. Não fazendo distinção alguma entre qualidades respeitáveis e pequenas vaidades,
atitudes duvidosas e vícios sórdidos, assuntos da maior importância política e ocupações de mesquinhez
ridícula, Pepys anotou tudo nos seus cadernos [...]. O grande valor do Diary está, em primeiro plano, na
sinceridade absoluta do diarista. [...] O seu diário é, no dizer de Stevenson, ‘a Bible os humam being’, um
comentário permanente da maneira de ser homem.”). ⭐

 N.74: J.W. Krutch. Comedy and conscience after Restoration. New York, 1924.; K.M. Lynch. The Social mode of
Restoration comedy. New York, 1926.

 N.76: E.E. Stoll. “The beau monde at the Restoration”. (In: From Shakespeare to Joyce). ⭐

 Lady Montagu (N.77; “não existe literatura mais espirituosa, cínica e intencionalmente amoral do que as (suas)
cartas” – procurá-las por mero interesse). ⭐

 Fénelon (N.78; uma das personalidades mais fortes da história espiritual da França; possui estilo fluido,
elegante, cheio de imagens convencionais, untuoso, ondoyant – “é a expressão perfeita da sua personalidade
inquieta, que se esconde atrás de maneiras polidas” –; foi educador nato de príncipes; “o pensamento de
Fénelon não pertence ao mundo da ilustração. [...] Não é pensador da França moderna. [...] Fénelon antecipa o
que será a oposição da Régence: neobarroco, ‘liberal’ como os futuros classicistas, sentimental como os futuros
pré-românticos e falando muito em amor, se bem que nem sempre no amor místico.” ⭐
 Saint-Simon (N.79; “representa uma oposição absurda”; “um hoberreau estúpido, sem ideias políticas
definidas, sem tendência razoável. [...] Como político e como historiador, Saint-Simon seria completamente
esquecido, se não fosse um grande escritor, um verdadeiro ‘imortal’. Saint-Simon talvez seja em toda a história
da literatura universal a maior testemunha do valor autônomo da literatura.”; “a linguagem de Saint-Simon é
algo arcaica, é a do séc. XVII; [...] Saint-Simon é tão grande estilista porque não aspira a ter estilo; nele se
poderia aprender a escrever, se não fosse impossível aprender esse degrau máximo da arte literária.”; “Tem
uma visão concreta onde os outros só viram abstrações clássicas. É um homem e escritor barroco entre
sombras literárias razoáveis. É o maior poeta da sua época”): Mémoires (muita da documentação é inventado;
suas memórias “são um comentário permanente da baixeza humana. [...]: sem piedade, mostra as suas
vítimas, por assim dizer nuas, despidas de tudo que não é essencial, de modo que só se vê a humaine
condition: a extrema decadência moral e física.”). ⭐

 Jean-Baptiste Rousseau (N.80; o mais acadêmico dos poetas franceses e o mais lido do séc. XVIII; “encarnou o
espírito de resistência do ancien régime, político e literário.”). Le Franc de Pompignan (N.81; poeta superior a
Rousseau – e dele fez o necrológio poético.) ⭐

 La Bruyère (N.83; moralista francês; “artista extraordinário da palavra, da frase, do parágrafo. Nesse sentido é
La Bruyère o maior dos prosadores de língua francesa; e o superlativo não é exagero. [...] La Bruyère é o único
escritor das literaturas modernas a assimilar perfeitamente os preceitos da retórico antiga; usa com a maior
virtuosidade todas as artes e também os truques dos oradores políticos e forenses de Atena e de Roma, a
escolha eficiente de palavras concretas e pitorescas, o requinte dos desfechos surpreendentes das frases, a
composição engenhosa de retratos, que eram a sua maior especialidade. É um artista puro. O conteúdo, o
pensamento contam menos. [...] Não é pensador, nem pretende ser. É um espectador da sociedade
aristocrática da qual depende, e o espetáculo torna-o mal-humorado até na indignação.”; La Bruyère é “o
maior barroco dos escritores franceses. Assim como o estilista, La Bruyère sabe escolher as palavras; assim
como o satírico, La Bruyère sabe escolher os assuntos. [...] O estilo de La Bruyère é uma lição permanente da
arte de escrever. A sua virtuosidade não tem limites; [...]. O grande estilista sabe escolher; e na sua galeria de
retratos satíricos falta o autorretrato oposicionistas, sim.”). ⭐

 Philippe Néricault Destouches (N.84; serviu-se dos caracteres de La Bruyère como “maquinas animadas da
psicologia cartesiana, colocando-os em enredos e intrigas de desenvolvimento lógico e desfecho satisfatório,
acreditando ter feito peças tão boas como as de Molière”; “as comédias de Destouches são melhores do que a
sua fama admite; o que lhes falta é a força cômica por falta de sentimento humano”.): L’irrésolu; Le médisant;
Le glorieux; L’ambitieux. Nivelle de La Chaussée (N.85; é chamado de burguês reacionário – o que, muito
provavelmente, já vale para ser lido). ⭐

 As comédias dos moralistas Dancourt (N.87; “apresenta no palco as burguesas que gostariam de passar por
grandes damas, as damas menos grandes do demi-monde, os nouveaux-riches”) e Rivière-Dufresny (N.88;
“inovador audacioso, inventor de complicações cênicas e diálogos alusivos que preparam o gênero de
Marivaux”) são “injustamente esquecidas”. ⭐

 Torres y Villarroel (N.91; sua autobiografia é “um dos documentos mais divertidos do século XVIII: um indivíduo
inteligente e esclarecido, mas incapaz de livrar-se das superstições sociais do seu ambiente; um pícaro que
acaba como padre”). ⭐

 Lesage (N.93; “é comediógrafo e literato a serviço dos atores e editores; é autor profissional. Leituras extensas
suprem lacunas da sua experiência própria, que é a de um observador agudo do mundo de Dancourt. [...]
Lesage precede Balzac.”; “A filosofia de Lesage é serena, alegre mesmo; ele tem confiança na vida.”): Gil Blas
(“não é uma grande obra de arte. É um excelente romance para leitura de divertimento, cheio de espírito e
bonhommie; é um livro que será legível através dos séculos – distinção que obras muito maiores não
conseguiram. De maneira incomparável, Lesage sabe reunir fidelidade realista na apresentação dos costumes
alegres da Régence e certo elemento de permanência típica na sua caracterização e no desenvolvimento,
herança preciosa do Classicismo. Nasceu assim um panorama encantador do mundo rococó e um comentário
permanente da natureza e vida humanas, sem enfeite nem acrimônia. É um dos livros mais agradáveis e mais
inteligentes do mundo.”); Turcaret (“comédia mais cômica do séc. XVIII francês, antes de Beaumarchais”). ⭐
 Marivaux (N.94; “é o mestre da nuance”; “complicações e desfecho servem para revelar os movimentos
infinitesimais da alma. Marivaux é o Leibniz do amor. Como Leibniz, descobriu sentimentos subconscientes,
nuanças inesperadas com consequências estranhas e, como Leibniz, acreditava Marivaux na harmonia
preestabelecida no melhor dos mundos: o mundo do amor. [...] Marivaux é estudioso assíduo da psicologia
humana, como um dos grandes moralistes do século XVII, mas o resultado dos seus estudos não é negativo.
[...] O mundo exterior pouco lhe importa, e o estudiosos de minúcias psicológicas não se preocupa com a
elaboração de caracteres completos. Para os seus fins, bastam os personagens típicos da commédie italienne
com os nomes sempre iguais, as intrigas estandardizadas, a decoração fixa de um salão irreal, de uma casa
irreal. [...] Daí o encanto poético do seu teatro, que se situa entre as comédias fantásticas de Shakespeare e as
comédias românticas de Musset. Marivaux é mais espirituoso do que os epigramatistas espirituosíssimos da
Régence; o seu diálogo é irresistível. [...] E o resultado dessa união entre sentimento e espírito é o preciosismo
poético do rococó, do qual Marivaux é o maior poeta. [...] Marivaux não se preocupa com a apresentação
realista do ambiente social, porque só lhe interessa o realismo psicológica da revelação dos sentimentos
íntimos.”): Jeu de l’amour et du hasard; Surprises de l’amour; Arlequin poli par l’amour; La nouvelle colonie ou
La ligue des femmes; L’ile des esclaves; La vie de Marianne; Le paysan parvenu; Iliade travestie; Pharsamon. ⭐

 N.95: S. Fiske Kimball. The creation of the rococó. Philadelphia, 1943. ⭐

 N.96: P. Jessen. Das Ornament des Rokoko und seine Vorstufen (O ornamento do Rococó e suas etapas
preliminares). Berlin, 1894. N.97: R. Sedlmaier. Grudlagen der Rokokoornamentik in Frankreich (Fundações da
ornamentação Rococó na França). Wien, 1917. N.98: E. Ermatinger. Barock und Rokoko (Barroco e Rococó).
Leipzig, 1926. H. Cysarz. "Literarisches Rokoko" ("Rococó literário"). (In: Weltratsel im Wort [Enigma do mundo
na palavra]. Wien, 1948). N.99: F. Schuerr. Barock, Klassizismus und Rokoko in der franzosischen Literatur
(Barroco, Classicismo e Rococó na Literatura Francesa). Leipzig, 1928.

 Donneau de Visé (N.100; precursor da literatura da Régence): Mercure galant (revista literária mais influente
do séc. XVIII). Crébillon (N.102): Atrée et Thyeste. ⭐

 N.104: I.W. Krutch. Comedy and Conscience after the Restoration. New York. ⭐

 Thomas Hobbes (N.105). Locke (N.110)

 N.106: J.N. Figgis. The divine rights of Kings. 4ªed. Cambridge, 1934. ⭐

 N.107: E.K. Winter. Sozialmetaphysik der Scholastik (Metafísica social da escolástica). Wien, 1929. ⭐

 N.109: G.P. Gooch. English democratic ideias in the Seventeenth century. 2ªed. Cambrigde, 1927. ⭐

 Fontenelle (N.112; o mais importante dos neocartesianos; “habilíssimo”; “fortaleceu a superioridade


intelectual dos nossos tempos em relação aos tempos idos”; “progressista inofensivo”). ⭐

 Saint-Pierre (N.113; “o famoso fabricante de projetos utópicos de uma organização europeia para a
manutenção da paz perpétua, de um governo colegiado para a França, e de mil outros”).

 Lord Herbert os Cherbury (N.114; um dos primeiros a terem o pensamento deísta). Bolingbroke (N.116; “o
criador dos princípios do Partido Conservador inglês, que foi, na prática, como secretário de Estado e como
chefe da oposição contra Walpole, o último representante do secretário diabólico, do político maquiavelista à
maneira do séc. XVII”). ⭐

 N.117: E. Cassirer. Die Philosophie der Aufklärung (A filosofia do Iluminismo). Tübingen, 1932. ⭐

 Pietro Giannone (N.118): Triregno (“exposição perfeita do protestantismo em termos católicos”); Storia civile
del regno di Napoli (seu objetivo é a “destruição do poder temporal do clero”). ⭐

 Voltaire (N.120)
 Gibbon (N.121; sua formula é “erudição e ironia”; sua ironia não serve para ataque, mas para autodefesa;
“Gibbon pensava, como racionalista autêntico, menos no passado do que no futuro; nos obstáculos
formidáveis que a massa das tradições acumuladas opunha ao progresso, até o final triunfo da razão. [...] A
ironia levou-o a uma atitude quase nietzschiana de ‘transvalorização de todos os valores’”; “o próprio cardeal
Newman considerava-o como o mais competente entre os historiadores ingleses da igreja”; seu valor literário
“reside no estilo solene e no entanto deliciosamente irônico, no poder admirável de composição e construção,
na coerência lógica dos inúmeros fatos relatados”): History os the decline and fall of the Roman Empire (“é, em
forma épica, a maior das tragédias históricas do Barroco; ou, antes, do neobarroco [...]”.). ⭐

 N.122: W. Dilthey. Das 18 Jahrhundert und die geschichtliche Wel (O século XVIII e o mundo histórico). 1901.
(Gesammelte Schriften [Escritos Seletos], vol.III. Berlin, 1927). ⭐

 Malebranche (N123; “platônico de inclinações místicas que restabelece a independência do mundo ideal dos
espíritos, apoiando-a na intervenção divina, continua, em todas as ocasiões de contato com o mundo físico”;
nega o cogito ergo sum). ⭐

 Giambattista Vico (N.124; suas ideias influenciaram Montesquieu, Herder, Hegel e Michelet, “sem que os
influenciados tivessem tido sempre ideia clara do influente”; sua forma é barroca, forma estilística e do
pensamento; “Vico não é um grande escritor em sentido literário; é obscuro e confuso, em parte porque a
abundância de ideias não lhe permite encontrar expressão adequada, em parte porque a imaginação
autenticamente poética de Vico excede as possibilidades da prosa. Às vezes, ele é fantástico, e não somente no
estilo. Exibe toda a erudição bizarra do Barroco”). ⭐

 N.125: H. Horkheimer. Die Anfaenge der bürgerlichen Geschichtsphilosophie (Os primórdios da filosofia
burguesa da história). Frankfurt, 1927. ⭐

 Montesquieu (N.126).

 Classicismo racionalista:

 N.1; os últimos anos do séc. XVII e os primeiros do XVIII foi um momento histórico: o encontro entre literatura
e jornalismo. G.S. Marr. The periodical essayists of the eighteenth century. London, 1923; W. Graham. The
beginnings of England literary periodicals, 1665-1715. New York, 1930. ⭐

 Addison (N.2; “um Marvell sem poesia”): Letter from Italy (“é amostra de uma versificação retórica, hábil e fria,
iniciando, no entanto, a era da poesia intelectual na Inglaterra, tão diferente da poesia intelectualista dos
metaphysical”); Cato (uma tragédia não destituída de valor, mas que, sem as referências políticas, não seria
nada senão um “drama burguês em roupas romanas”); The drummer (obra sua que marcará época; a sua
melhor). Steele (N.4; “é o mestre da comédia sentimental”; “Steele criou o ideal de uma nação. O drama
burguês viverá a suas expensas; o romance psicológico, de Samuel Richardson até Jane Austen, imitar-lhe-á a
atitude e os processos.”): Funeral; The tender husband; The conscious lovers (sua obra-prima, criou o ideal do
“gentleman inglês, cordial e firme, cristão sem hipocrisia, alegre sem excesso, sentimental sem fraqueza.”) ; The
christian hero; The tatler; The spectator (obra de colaboração com Addison); Guardian; Englishman.
(observação do Carpeaux: “Nem Addison nem Steele são escritores realmente grandes. O momento
histórico serviu-lhes bem, conferindo a quase tudo que escreveram importância descomunal). ⭐

 Cibber (N.3; homem habilíssimo do teatro, “sabe arrancar lágrimas”). ⭐

 Dalin (N.6; poeta de grande talento, imitador das comédias de Molière): Svenska Friheten. ⭐

 N.7: E. Hilberg. Die moralischen wochenschriften des 18. Jahrhunderts (Os jornais semanais morais do século
XVIII). Meissen, 1880. E. Umbach. Die deutschen moralischen wochenschriften und der "spectator" von
Addison und Steele (Os semanários morais alemães e o "espectador" de Addison e Steele). Strasbourg. ⭐

 Gasparo Gozzi (N.8; “clássico autentico, indignado contra os falsos”; “Gozzi representa, num estilo
verdadeiramente clássico, a honestidade da burguesia italiana na época do crepúsculo pitoresco da corrompida
aristocracia veneziana”.): Defesa di Dante (“ridicularizando as censuras do jesuíta voltairiano Bettinelli ao poeta
nacional, é uma das sátiras mais mordazes da língua”); Sermoni. ⭐

 N.9: M. Weber. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Tubingen, 1920. R.H. Tawney. Religion and the
rise of capitalismo. London, 1926. J.B. Kraus. Scholastik, Puritanismus und Kapitalismus. Munchen, 1931. ⭐

 N.10. “Groethuysen descreveu, com dialética quase dramática, a luta desesperada do catolicismo e
particularmente do jansenismo sobrevivente contra a ascensão do espírito burguês na França do séc. XVII: a
dissolução dos conceitos cristãos de inferno, pecado e morte, a substituição das recompensas celestes pelo
sucesso econômico, a eliminação das limitações ascéticas da ganância”: B. Groethuysen. Origines de l’esprit
Bourgeois em France. Paris, 1927. ⭐

 Scipione Maffei (N.11; “historiador e crítico, teórico de problemas monetários e dramaturgo sentimental, é
cronologicamente o primeiro escritor completo da burguesia”): Marope. ⭐

 Mandeville (N.12; é um “inimigo da moral ascética”; cético como Bayle, acredita que o mal no mundo não pode
ser eliminado): The fable of the Bees (“esse apólogo pretende demonstrar que os vícios podem ser tão úteis à
sociedade como as virtudes”).

 N.13: A. Feuillet de Conches. Les salons de conversation au XVIIIe siècle. Paris, 1883. C. Fisher. Les salons.
Paris, 1929. R. Picard. Les salons littéraire et la Société française. New York, 1943. N.14: F. Fosca. Histoire des
cafés de Paris. Paris, 1935. ⭐

 N.15: A. Beljame. Le public et les hommes de lettres em Angleterre, 1660-1775. 2ªed. Paris, 1897. A.S. Collins.
Authorship in the days of Johnson. London, 1927. ⭐

 Daniel Defoe (N.16; “um dos maiores wits do jornalismo”; “Defoe é um dos maiores jornalistas de todos os
tempos”; “Matter-of-fact é o seu ideal literário, e oseu desejo foi que as invenções da sua imaginação”; “na
história da literatura inglesa, Defoe é como um Robinson Crusoé”): Robinson Crusoé; Journal of the plague
year (“sobre a grande peste em Londres”); A tour through the whole Island of Great Britain; A true relation of
the apparition of one Mrs. Veal (“estupenda reportagem ocultista”); Memoirs of Captain Carleton; Adventures
of Captain Singleton; Moll Flanders; Roxana; Augusta Triumphans. ⭐

 N.17: O. Elton. The augustan age. Edinburg, 1899. G. Saintsbury. The peace of the augustan ages. London,
1916. ⭐

 Butler (N.18): Analogy of religion (“em estilo de clareza clássica, algo seco, com acessos de sublimidade
poética, quase pré-romântica, quando se trata da maravilhosa harmonia do universo, o bispo refuta os deístas e
restabelece a fé no Deus dos cristãos; o seu método de demonstração, porém, é realista e empirista, adotando os
processos lógicos dos adversários, de modo que o Deus de Butler não se distingue muito, afinal, do Deus dos
deístas sinceros; não é, decerto, o deus de Tindal e Toland, mas o de Locke e Newton. Poucos livros exerceram
influência tão profunda sobre o espírito inglês como a Analogy of religion, manual de um cristianismo razoável.
Desde então, a sátira, a crítica, já não eram as armas dos libertadores, e sim as dos reacionários em retirada, que
defenderam o humanismo ortodoxo das universidades, o pessimismo barroco e o amoralismo herdade da
Restauração”). ⭐

 Jonathan Swift (N.20; “um dos maiores satíricos da literatura universal, talvez o maior de todos”; “Swift vive na
história da literatura inglesa como encarnação do ressentimento, como o mais cínico dos misantropos”; “era
humanista. [...] Grande sátira não é possível sem rigorosos critérios morais; o satírico é satírico porque os seus
critérios morais são mais rigorosos do que os do seu ambiente”; “Swift só é comparável a Tertuliano”):
Gulliver’s travels (“é o livro mais cruel que existe”); Journal to Stella; Drapier’s Letters (“não existe panfleto
político mais eficiente”);Modest proposal (“o estilo dessas sátiras é eficientíssimo, pelo tom seco e equilibrado
das afirmações mais extravagantes, pela dissimulação cuidadosa da emoção veemente, pela expressão sonora e
bem fraseada de ideias morais – sejam antecipações do socialismo, sejam lugares-comuns clássicos. É a prosa
mais clássica da língua inglesa”); Battler of the books; The tale of a tub; Abolishing of Christianity (“defende a
religião de maneira muito estranha, salientando-lhe a capacidade de fornecer pretextos e subterfúgios para
consagrar as atividades mais profanas e até infames. Como religião autêtica, Swift só admite o cristianismo
hostil ao mundo, o pessimismo cristão”). ⭐
 John Gay (N.21; “é dos primeiros boêmios da literatura inglesa”; poeta menor em relação a Swift, mas sabe
ferir): Trivia; Rural sports; Shepherd’s week; The beggar’s opera. ⭐

 Alexander Pope (N.23; “Edith Sitwell celebrou a qualidade incomparável do seu verso”; Byron chamou-lhe “o
mais impecável dos poetas ingleses”, e, à sua poesia, “o único templo grego em língua inglesa”; “Pope não é
clássico, é apenas classicista, o mais impecável dos classicistas”): Windsor forest; Elegys; The rape of the lock
(“quadro encantador da vida ociosa dos aristocratas ingleses do rococó, parecia de ‘uma insignificância
perfeita’ a Hazlitt, ao passo que De Quincey salientou, com razão, o parentesco desse mundo feérico com o
reino das fadas de Shakespeare”); Essays (o Essay on man “forneceu, porém, à língua inglesa um enorme
tesouro de citações e locuções proverbiais, como a Bíblia e Hudibras”); Dunciad. ⭐

 Samuel Johnson (N.24; “o último (dir-se-ia póstumo) representante daquele Classicismo reacionário”; “esse
Johnson, scholar de erudição antiquada, moralista sonoro e trivial, estilista pomposo, chegou a impor a sua
vontade ditatorial à literatura inglesa”; foi grande escritor, T.S. Eliot considerou-o digno de Juvenal suas sátiras,
“pela precisão do verso, pela justeza do sentimento disciplinado”; “nas poesias religiosas – Johnson foi homem
de profunda religiosidade -, treme uma angustia secreta [...]”; “Apesar de fazer restrições, contribuiu
poderosamente para a reabilitação de Shakespeare. Johnson é crítico puramente intelectual, cheio de
preconceitos extraliterários, mas às vezes de penetração surpreendente. Subjugou os criticados, fossem eles
mortos ou vivos. Soube impor-se”; “Johnson significa o fim de uma época e o começo de uma nova era”.):
Dictionary of the English languege; London; A poem; The Vanity of human wishes; The history of Rasselas; The
rambler; The idler; Irene; The lives of the English poets (“obra-prima do Classicismo míope, [...] biografias
respeitosas de uma turma de poetas esquecidos, tudo isso numa prosa ciceroniana, complicada e sublime”). ⭐

 James Boswell (N.25): Life of Samuel Johnson (“o maior monumento da autoridade indestrutível de Johnson
[...]. O instinto da nação inglesa, porém, reconheceu na Life of Samuel Johnson a maior biografia da língua e
talvez de todos os tempos. [...] o Johnson da biografia é superior ao Johnson da realidade”). ⭐

 Akenside (N.27; “rico em versos espirituosos e citáveis, é retórico demais para o nosso gosto”), Shenstone
(N.28; foi um apreciável poeta elegíaco, amante da poesia popular e quase um pré-romântico) e Richard Jago
(N.29; “os seus versos classicistas respiram a atmosfera da paisagem inglesa”, possui descrições muito
minuciosas da Inglaterra, é o “canto de cisne da velha Inglaterra patriarcal”, aprecia as ruínas góticas): poetas
menores que chamam atenção.

 Pe. José Agostinho Macedo (N.31; poeta português “lembrando por Johnson pela obstinação em fazer poesia
classicista – os poemas didáticos são melhores do que a sua fama – e pelo desrespeito à poesia nacional antiga;
e ainda pelas atitudes de boêmio meio vagabundo e de violento panfletista reacionário. O fato mais curioso é
que esses católicos antivoltairianos admitem, em matéria literária, um só deus e modelo: Voltaire”). ⭐

 Voltaire (N.32; eu já sei a importância desse sujeito para a história da ideias, eis aqui apenas as obras):
Henriade; Pucelle d’Orléans; Zadig; Micromégas; Candide; Lettres philosophiques; Dictionnaire philosophique;
Mérope; La Rome sauvée; Zaire; Alzire; L’orphelin de la Chine; Essai sur les moeurs et l’espirit des nations (“com
Voltaire [...], venceu o Classicismo na europa inteira”).

 Lomonossov (N.37;” o primeiro gênio da literatura russa: plebeu, teve carreira vertiginosa, poeta, historiador,
filólogo, cientista cujos conhecimentos enciclopédicos constituíam uma Academia inteira, Lomonossov realizou
o milagre de vivificar a ode no estilo de Boileau, tornando-a vaso de emoções profundas, de autêntica
dignidade nacional, de sentimento da natureza e angústia religiosa. Púchkin, que tinha penetrante senso
crítico, reconheceu em Lomonossov o seu predecessor imediato, e a crítica moderna considera-o como uma
das maiores expressões da alma russa”). ⭐

 Derzhavin (N.38): Deus. ⭐

 N.39: F.J. Schneider. Die deutsche Dichtung vom Ausgang des Barock bis zum Beginn des Klassizismus (Poesia
alemã do final do barroco ao início do classicismo), 1700-1785. Stuttgart, 1924. L. Reynaud. Historie génerale
de l'influence française en Allemagne. Paris, 1924. ⭐
 N.40: R. Benz. Deutsches Barock. Stuttgart, 1949.

 Gottsched (N.41; possui o mérito de ser um reformador literário, ao lado de Optiz e de Lutero, “até hoje se
escreve em alemão como ele escreveu. Mas isso se refere às formas gramaticais” – útil no aprendizado da
língua. Exerceu profunda influência). ⭐

 Vicente García de la Huerta (N.44): Raquel (“tragédia imponente, reúne, com efeito, qualidade do teatro
nacional espanhol com um rigor quase grego da forma, e não sem revelar certo sentimentalismo pré-romântico;
[...]. É, na Europa inteira, a melhor obra do estilo”). ⭐

 Gellert (N.48; “é moralizante, amavelmente espirituoso, bastante sentimental, já burguês; [...] destina suas
fábulas ao público dos ‘seminários morais’; introduzindo a língua coloquial na poesia alemã, Gellert tornou-se o
autor mais lido da nação do século XVIII”), Iriarte (N.49; possui uma sátira contra os literatos boêmios) e
Krylov (N.50; “o ‘La Fontaine russo’, que forneceu à língua mais citações correntes do que qualquer outro
autor, não é nada lafontainiano; é um russo à antiga, grosseiro, inculto, bem-humorado, maledicente. Não é nada
revolucionário; o seu patriotismo russo revolta-se contra a europeização do império meio asiático, e, nesse
sentido, é precursor dos eslavófilos”): fabulistas interessantes. ⭐

 Dinis da Cruz e Silva (N.51; português que apoiou a campanha antieclesiátisca de Pombal). ⭐

 Parini (N.53; não foi o ambiente racionalista que criou o poeta; há, em torno da sua obra, “a atmosfera de uma
velha e fina civilização agonizante na qual respira a alma nobre de um grande poeta”; era um velho padre,
“devoto sem superstição, erudição sem arrogância, filantropo sem fraqueza; o último e o mais nobre
representante de uma Arcádia ideal. Mas já não brinca. É homem sério”; sua poesia se situa entre os polos do
lirismo e do classicismo, “é poeta lírico, não dos maiores, mas dos mais verdadeiros do século. É classicista
atenuado à maneira rococó, cheio de lugares-comuns”; “De Horácio não tem apenas o espírito e os metros, mas
também a fina cultura, o equilíbrio de um poeta de uma civilização elevada e antiga; Parini é mais literato, mais
artista, do que poeta”; “Num mundo de efeminados, era o único homem; no ambiente de uma aristocracia
degenerada, esse plebeu era o único verdadeiro aristocrata”; “às vezes, as invenções graciosas de Parini chegam
a ser símbolos assombrosos”; “Em Parini existe algo de um crepúsculo melancólico, mas sem tristeza, algo da
música meio sensual, meio celeste de Mozart. E não se pode dizer coisa maior sobre um poeta rococó nas
vésperas da Revolução. Dentro da literatura italiana, a poesia de Parini significa, pelo estilo autenticamente
clássico e pela ideologia, uma renascença completa: uma nova dignidade viril após dois séculos de degradação
moral. [...] Foi, enfim, um homem independente, um verdadeiro intelectual, tão independente que nem podia
conformar-se com a Revolução que profetizara”): A la musa (caracterizou-se nessa ode); La salubrità de l’aria;
L’educazione; Il bisogno; Silvia; Il pericolo; La caduta; Il giorno (“é a descrição épica de um dia, de um dia
futilíssimo na vida de um giovin signore, do lever até a noite no teatro. Muitos amores, nenhum trabalho, tudo
divertimento e tudo tédio, descrito com aquela ironia contínua, mantida, que é uma das coisas mais difíceis em
arte”). ⭐

 Giambattista Casti (N.54; porta-voz da desilusão [com a revolução francesa]; “sob todos os aspectos é o
contrário de Parini”): Poema tártaro (“sátira de mordacidade inédita”); Gli animali parlanti (descrição burlesca
da tempestade revolucionário, “na qual os bichos de La Fontaine representam as principais figuras políticas da
Europa. Essa alegoria é a última das epopeias herói-cômicas e, em certo sentido, a maior de todas: um vasto
panorama da Europa pós-revolucionária, resumo das experiências de uma época passada; um epílogo de
melancolia amarga, fim de um velho pecador, muito velho e desesperado”). ⭐

 Holberg (N.53; criou a historiografia e o teatro dinamarquês; “Holberg é o comediógrafo da mais autêntica
estirpe europeia. Conseguiu transformar em comédia ‘internacional’ toda a vida da pequena Copenhague do
rococó, os eruditos, pastores, oficiais, dândis afrancesados, criador, comerciantes, funcionários e charlatães,
um mundo engraçado e encantador de miniaturas teatrais”; “Holberg não era poeta. Mas criou a prosa
dinamarquesa, renovando-a no espírito da língua coloquial, dos provérbios do povo. Não pretendeu outra
coisa senão moralizar. Mas a força moral da sua acusação ainda não acabou”): Jeppe paa Bjerget; Peder Paars
(“a história de um comerciante dinamarquês que naufragou numa viagem costeira e encontrou na ilha de
Anholt o panorama em miniature da sociedade dinamarquesa. É uma das sátiras mais maliciosas do século”);
Moralske Tanker; Epistler; Nicolai Klimii iter subterraneum (romance escrito no latim de Erasmo; uma “sátira
‘geográfica’ de uma viagem alegórica, zombando das dieferentes nações europeias e de suas instituições,
lembra recursos de Voltaire; mas baseia-se, no fundo, no ressentimento do ‘estudante errante’ contra todas as
ordens estabelecidas”); Don Ranudo de Colibrados (sátira contra aristocratas orgulhosos); Barselstuen (peça de
costumes ridículos); Den politiske Kandestoeber (comédia de um picheleiro, apaixonado pela política, ao qual
metem na cabeça que foi nomeado prefeito); Erasmus Montanus; Ulysses von Ithacien (sátira mordaz contra o
uso da mitologia na literatura e contra o estilo gongórico da tragédia barroca). ⭐

 Wessel (N.56; é “um norueguês que deixou a sua pátria, então rudíssima, para respirar os ares civilizados da
capital dinamarquesa”): Kjaerlighed uden Stroemper (ataca, “além da arte falsa, o sentimento falso que
também é imortal”). ⭐

 Carlo Goldoni (N.58; seu ponto de partida é a sátira literária, “começou com tragédias que dariam hoje mais
para rir do que as suas farsas”; é o “maior comediógrafo do século XVIII”; “Goldoni tinha o senso bem italiano
da realidade, inclusive das coisas humildes. Suas comédias são construídas à maneira francesa, não há quase
decoração cênica, e, contudo, a atmosfera é inconfundível”; “Goldoni não é tão simples ou simplista como
parece. O seu gênio é multiforme como a própria vida”; “Poeta, Goldoni só é quando renuncia aos grandes fins
da sua arte, escrevendo aquelas saborosas farsas em dialeto popular veneziano, como Le baruffe Chiozzote”):
Pamela; Il giocatore; Il bugiardo; Il campiello; Ventaglio; Bottega del caffe; Il servitore de due padroni (“a
construção dramática é de simplicidade desconcertante, os enredos e desfechos, quase infantis, os caracteres
são tipos sem vida individual, em cada página importunam o leitor discursos de moralismo trivialíssimos”); Le
smanie per le villeggiatura; Le baruffe Chiozzote (“o próprio Goethe admirava”); Uma dele ultime sere di
carnavale; Mémoires. ⭐

 Fonvizin (N.62; escritor russo): Fidalgo (“sátira holberguiana contra a moda europeizante dos aristocratas-
intelectuais da época da tzarina Catarina; um grande problema russo do século XIX anuncia-se nessa comédia,
que reflete o choque entre os costumes bárbaros da Rússia antiga e uma civilização importada”). ⭐

 Griboiedov (N.63; “é o mesmo precursor da ‘literatura de acusação social’ à maneira de Gógol e Tolstói. Mas o
comediógrafo é superior ao seu personagem e ao seu enredo. [...] Com ele, o gênero ‘comédia burguesa’
demonstrou evidentemente as suas possibilidades imensas, à condition d’em sortir; mas o próprio gênero já
esteve morto”): Gore et Uma (Inteligência prejudica a gente). ⭐

 Sheridan (N.64; “Segundo a opinião geral, Sheridan é o herdeiro da comédia da Restauração”): The duenna;
The rivals; The critic; The school for scandal; A trip to Scarborough.

 Beaumarchais (N.65; suas comédias constituem “na história do teatro francês do século XVIII uma novidade
absoluta: pela primeira vez depois das farsas de Molière, a gente pôde rir, e rir às gargalhadas, enquanto a
comédia de Destouches e Marivaux permitira apenas o sorriso”; “A literatura de Beaumarchais é um incidente
na sua aventurosa de proletário parisiense, relojoeiro, mestre de música das princesas reais, a gente secreto,
fornecedor de armas, editor das obras completas de Voltaire e, novamente, brasseu d’affaires na República”;
“Beaumarchais pretende destruir uma ordem social fora da qual a sua arte não será possível. Daí resulta certa
poesia melancólica nas entrelinhas, poesia que encontrará a sua expressão plena só na música de Mozart”):
Mémoires (“grande monólogo de súdito indignado” e muito eloquentes); Eugénie; La mère coupable; Mariage
de Figaro. ⭐

 Pré-romantismo (nessa época, o público tornou-se anônimo, sem formação humanística):

 N.1: M. Lamm. Upplysningstidens Romantik (O Romance do Iluminismo). 2 vols. Stockholm, 1918-1920. P. van
Tieghem. Le préromantisme. 3 vols. Paris, 1948⭐

 N.2. J. Texte. Jean-Jacques Rousseau et les origines du cosmopolitisme littéraire. Étude sur les relations
littéraires de la France et de l'Angleterre au XVIIIe siècle. Paris, 1895. ⭐

 Abade Prévost (N.3): Mémoires et aventures d’um homme de qualité.

 Shaftesbury (N.7; “A influência dos plantonistas de Cambridge levou-o a uma interpretação entusiástica da
‘harmonia universal’, à maneira de Giordano Bruno, no qual o inglês aprendeu a crença na perfeitabilidade do
mundo e do homem, garantida pela comunhão entre as criaturas e o universo, assim como entre os objetos e s
ideias platônicas”; ele resolveu o velho problema do platonismo – relação entre ideias e objetos e as criaturas
particulares – “à maneira da filosofia estoica: os germes do bom e do belo estão espalhados por toda parte,
comunicando vida superior às realidades materiais. [...] As ideias estéticas inatas explicam as atividades do
‘gênio’ nos artistas; e as ideias éticas inatas permitem estabelecer uma ética do sentimento sem sanções
divinas”; é o “grande filósofo do Pré-Romantismo”; “no otimismo entusiástico de Shaftesbury encontram-se os
germes espirituais da ética e revolução burguesas e da estética pré-romântica”). ⭐

 N.8. M. Menédez y Pelayo. Historia de las ideas estéticas em España. Madrid, 1891. N.9. I.G. Robertson. Studies
in the genesis of romantic Theory in the eighteenth century. Cambridge, 1923. ⭐

 N.10. H. Wolf. Versuch einer Geschichte des Geniebegriffs (Uma tentativa de história do conceito de gênio).
Leipzig, 1923. E. Zilsel. Die Entstehung des Geniebegriffs (A origem do conceito de gênio). Tubingen, 1926. O.
Grappins. La théorie du génie dans le Préclassicismo allemand. Paris, 1952. ⭐

 La Harpe (N.11): Cours de littérature ancienne et moderne (“é bíblia e código do classicismo”). ⭐

 Philip Francis (N.12; talvez o maior porta-voz do liberalismo em todo século XVIII): Letters of Junius (“a carta
XXXV, endereçada ao próprio rei, é uma das peças mais extraordinárias de prosa inglesa; uma prosa muito
latinizada, de grandes períodos ciceronianos, de elevação clássica”). ⭐

 Chamfort (N.14; “o revolucionário quase anarquista e autor dos aforismos mais mordazes em língua francesa”):
Mustapha et Zéangir. ⭐

 Mirabeau (N.15; “a grande voz da razão revolucionário, talvez seja o maior orador político do século: dos
oradores liberais dos parlamentos do séc. XIX ele se distingue pela grande verve [...]. Entre todos os oradores
modernos foi Mirabeau o que mais se aproximou dos processos de trabalho da eloquência antiga; e o seu
estilo, no sublime como no epigramático, corresponde ao ideal demosteniano. O tribuno é um clássico”). ⭐

 Feijóo (N.17; “filho do século XVII, dono de uma cultura enciclopédica – partindo da teologia e chegando, por
meio das letras, até a biologia e a medicina – como só os eruditos barrocos sabiam reunir. [...] É um grande
lutador contra as superstições populares e um grande divulgador de conhecimentos científicos e úteis; Bacon é
o seu modelo de pensar. Evidentemente não pretende purificar ou reformar a Igreja Romana. O que lhe
importa é a reforma de sua pátria decadente; é um reformador por patriotismo; e, visando a esse fim divulga
as ideais da ilustração francesa”; “é menos literário do que crítico da civilização”): Razon del gusto; El no sé
qué; Teatro crítico universal. ⭐

 Vauvenargues (N.18; “homem da ação e espírito melancólico”; “é o representante ideal de um estoicismo viril,
de resistência profunda”; “Stendhal, que o adorava, reconheceu nele sua preferência pelas grandes almas
apaixonadas, mesmo que fossem menos virtuosas que as dos burgueses tímidos. A psicologia de Vauvenargues
é anticristã, ou pelo menos antijansenista. [...] Vauvenargues tinha fé na bondade da natureza humanal”;
“Vauvenargues, enfermo como Pascal e leitor infatigável das Pensées, é um irmão espiritual do pensador de
Port-Royal, não pela fé, mas pelo ceticismo”).

 Galiani (N.19; abade italiano afrancesado nos salões parisienses, a contradição entre razão e sentimento levou-
o a uma revisão racional dos valores sentimentais; “os escritos que ele mesmo publicou tratam, em estilo vivo,
mas de maneira muito séria, do valor da moeda e do comércio de trigo. [...] Galiani chegou ao esboço de uma
nova economia política, baseada numa teoria dos valores; antecipação espantosa da teoria do marginalismo,
que só um século mais tarde, na época dos Jevons e Böhm-Bawerk, se tornará ciência reconhecida”; essa
teoria dos valores também foi aplicado à política e psicologia pelo próprio autor; “acabou com o valor absoluto
das instituições políticas: profetizando a Revolução e a transformação da Revolução em nova ordem burguesa.
Acabou com o valor absoluto da moral cristã, antecipando o pragmatismo de Nietzsche”; “matou os
adversários pelo esprit, pelo riso, atrás do qual se revela, em raros momentos, a melancolia crepuscular de
uma civilização finíssima, condenada à morte. Em Galiani há algo de Mozart, da alegria abundante de Don
Giovanni e dos acordes metálicos do ‘convidado de pedra’”). ⭐
 Lichtenberg (N.20; com ele, “o conflito entre sentimento e razão chega à plena autoconsciência”; assim como
Vauvenargues e Galiani, sua obra é composta de aforismos; “’quanto Lichtenberg fez um bom-mot, descobriu-
se um problema’, dizia Goethe, e os problemas que esse enfant terrible do racionalismo levantou foram os da
conduta humana, problemas irresolúveis pela razão. Lichtenberg é o último racionalista e o primeiro
romântico”). ⭐

 Madame Du Deffand (N.22; “é como a encarnação do esprit claro e seco do racionalismo. O seu fim de vida,
prolongado durante decênios dolorosos de cegueira, é um deserto de ennui de uma alma culta e vazia; dá
testemunho disso a sua correspondência com a única pessoa que amou, o inglês Horace Walpole, vazio como
ela, e que, por diletantismo e para divertimento, criou um gênero romântico, o ‘romance de horrores’”).
Mademoiselle de Lespinasse (N.23; suas cartas revelam uma mulher consumida por paixões violentas; “nela, a
literatura sentimental do Pré-Romantismo torna-se realidade dolorosa). ⭐

 N.24. A. Monglond. Le préromantisme français. Vol. 1. Paris, 1930. ⭐

 N.25. J.U.Nef. War and human progress. An essay on the rise of industrial civilization. London, 1950. ⭐

 N.26. H.A. Beers. A history of English romanticism in the eighteenth century. London, 1899. N.27. M. Reynolds.
The treatment of nature in English poetry betwen Pope and Wordsworth. 2ªed. Chicago, 1909. B Willey. The
eighteenth-century background. London, 1940. J. Arthos. The languege of nature description in XVIIIth century
poetry. Ann Arbor, 1949. ⭐

 James Thomson (N.28; “merece, como poucos outros, o título de poeta de transição. Operou uma revolução
completa na poesia inglesa e universal; contudo, está muito ligado às tradições do Classicismo. O seu ponto de
partida é a poesia de Pope: como este, Thomson não é musical; prefere o gênero descritivo, porque ele é uma
natureza didática. A sua ideologia é o racionalismo, atenuado pelo sentimentalismo de um moralista – mistura
tipicamente inglesa. Por isso, ele se tornou poeta nacional, lido e querido como poucos outros”; “Thomson
representa bem o senso inglês das realidades”; “Thomson afirma-se como poeta autêntico pela harmonia
perfeita entre a intenção e o metro que escolhe”; “Thomson, além de conquistar admiração internacional, tem
tido mais outro privilégio dos poetas de primeira ordem: despertar literaturas que dormiam ou, então,
inaugurar-lhes nova época”): Masque of Alfred (“peça em estilo classicista-restauração”), Poems. ⭐

 Tullin (N.29; inaugurador da literatura norueguesa; foi um teólogo erudito patriota e prático, descobridor das
belezas de maio no alto norte). Oxenstjerna (N.32; o maior poeta descritivo da Escandinávia; “descrevendo os
aspectos cambiantes do dia, do amanhecer até à noite, combinou de maneira admirável a elegância
aristocrática e a melancolia já rousseauniana, exercendo influência considerável sobre o Romantismo sueco”).

 N.30. W. G. Johnson. Thomson’s influence on Swedish literature in the eighteenth century. Urbana III., 1936.
N.34. M.M. Cameron. L’influence de “Saisons” de Thomson sur la poésie descriptive in France. Paris, 1927. ⭐

 Brockes (N.36; foi um “precursor audacioso, com um coração de grande poeta lírico”; seus contemporâneos
não o entenderam): Irdisches Vergnügen in Gott. Ewald von Kleist (N.37; “nas suas odes já bramam as
tempestades frias e descem as névoas nórdicas”).

 N.39. P. van Tieghem. “Les idylles de Gessner et le rêve pastoral” (In: Le Préromantisme. Études d’histoire
littéraire europénne). Vol. II. Paris, 1948. ⭐

 William Collins (N.41; “não criou a nova língua poética; nem é possível qualificar Collins de precursor porque as
poucas poesias que o pobre demente escreveu nos seus momentos lúcidos são de equilíbrio clássico, perfeitas
como poucas outras em língua inglesa. Em Collins não há ambiguidades ‘interessantes’ à maneira de
metaphysical poetry; mas sim ambiguidades entre forma classicista e assunto pré-romântico, entre língua alta e
sentimento primitivo”; “melodia verbal é o apanágio de Collins”; “Collins é o primeiro e único poeta classicista
que sabe fazer música verbal. Os poetas pré-românticos valeram-se da sua melodia sem a sua forma clássica.
Dentro dos limites estreitos da sua arte foi Collins um gênio; infelizmente, um poeta raro”): Ode, Written in the
Year 1746; The passions, an ode to music; Ode on the popular superstitions of the highlands of Scotland (poema
inacabado, clássico, erudito, que supera o ossianismo pela “melodia individual do senso melancólico das coisas
que se foram”); Ode to Evening (a mais famosa das suas poesias). ⭐

 Thomas Gray (N.42; não era poeta original, sua “aparente inspiração espontânea dos seus versos é, na
verdade, produto de elaboração cuidadosa, e a aparente riqueza de pensamento – Gray forneceu à língua
inglesa numerosas e frequentes citações – revela-se como abundância de lugares-comuns bem estilizados. Mas
Gray era um artista tão superior que as suas soluções daqueles problemas logo se tornaram definitivas; depois
de Gray só pode haver plagiários ou revolucionários; e desse modo alcançou o supremo fim da arte, se bem
que não da poesia”; “Em suma, Gray é o ideal dos inúmeros professores de Cambridge e Oxford que, durante
séculos, compõe versos nas horas de ócio: é o maior scholar poet. Erudição literária e finíssimo gosto artítico
elevaram-no, no dizer da última frase do Progress of poesy, ‘Beyond the limits of a vulgar fate’”; “Gray é o
poeta clássico da revolução agrária; mas gravou-se na memória da nação, porque ‘never spoke out’ o que
sentiu. Era um inglês típico”): Ode on the spring; Ode on the death of a favorite cat; Hymm to adversity; Ode on
a distant prospect of Eton college (“aquela a mais elaborada, esta a mais clássica das suas poesias”); The
progress of poesy (reabilitação poética da memória de Shakespeare e Milton, documento poético de
importância histórica e de excelência insuperável da melodia verbal”); The bard; The fatal Sisters; The descente
of Odin; An elegy wrote in a country church yard (“talvez seja o poema mais famoso da língua inglesa”); Elegy
(“seria o idílio mais nobre que existe em qualquer língua, se fosse um idílio”). ⭐

 Goldsmith (N.43; “é um poeta menor que o destino adverso lançou a todas as desgraças, para colocá-lo, enfim,
no templo algo classicista da glória. A sua obra mais comovente é a sua própria vida”; “foi escritor de talentos
muito variados”; “Goldsmith é, em sentimento e humorismo, um dos maiores poetas do home inglês, que,
visto através da nostalgia do traveller inquieto, se transfigurou para ele em paraíso”): Deserted village
(“descrição comovida e sentimental da paisagem da Revolução Industrial e por isso muito popular”; “é um
clássico da língua inglesa; só uma vez; só aí, se reuniram de maneira perfeita o estilo equilibrado de Pope, o
talento descritivo de Thomson, a melancolia de Young e uma calorosa simpatia social para com a gente simples
e pobre, simpatia que é o apanágio de Goldsmith”); Retaliation (a sátira “certamente mais suave da literatura
inglesa”); The traveller (“poema moral e descritivo”); Essays; Citizen of the world; She stoops to conquer (“uma
das farsas mais brilhantes do teatro inglês”); The vicar of Wakefield (“é uma novela bastante incoerente, muito
sentimental, cheia de reminiscências de Richardson – e, no entanto, uma obra pessoal e até vigorosa”; “foi,
durante sessenta anos, livro de predileção de Goethe”). ⭐

 Crabbe (N.44; um dos poetas menos populares da Inglaterra; mas dos mais fortes; “ele é um dos maiores
pintores e um dos piores músicos entre os poetas ingleses; por isso, esse poeta do povo nunca se pôde tornar
popular. A sua arte provém de terras longínquas, da poesia realista dos gregos; o seu pensamento tende para o
pessimismo fatalista de Hardy”). ⭐

 Hölty (N.45; “as suas variações do carpe diem são bastante artificiais; quando adota o tom da poesia popular,
aproxima-se, porém, às vezes, da inspiração de Goethe. Mörike o admirava, e Brahms pôs-lhe em música uma
ode. Höolty morreu cedo, é uma figura comovente; com mais arte, em língua mais amadurecida, teria sido o
Gray alemão”). ⭐

 Voss (N.47; traduziu Homero para o alemão; “quando escreveu em língua literária, adotou as formas
classicistas dos ingleses, acreditando aproximar-se do realismo de clássico de Homero”): Der siebzigste
Geburtstag; Luise; Winterawend (A noite de inverno) (“descreve com toda a franqueza a situação miserável dos
camponeses sob a servidão feudal”); Geldhappers (Os prestamistas) (“transforma-se a advertência em
protesto, em ameaça de revolução – quinze anos antes da Revolução, que nunca chegou, aliás, àquelas regiões
nórdicas”). ⭐

 Albrecht von Haller (N.49; “grande cientista e patrício orgulhoso de Berna”): Die Alpen (primeira poesia sobre
os Alpes). ⭐

 N.50. J.W. Draper. The funeral elegy and the rise of English Romanticism. New York, 1929.

 Robert Blair (N.51; deve sua popularidade ao seu rival Edward Young): The Grave (“as angústias religiosas são
muito acentuadas”).
 Edward Young (N.52; “um dos poetas de influência profunda na literatura universal, embora as qualidades
poéticas não o justifiquem. Young é um poeta fastidioso. Aos leitores modernos aborrece a poesia didática de
lugares-comuns cristãos, os sermões metrificados sobre a vaidade da vida e a imortalidade da alma, a
monotonia do estilo sublime”; “com todas as suas frases feitas sobre Deus e imortalidade, é Young um deísta
ou até panteísta que finge ser cristão. Realmente cristão, em Young, é só o pessimismo desiludido. Disso
resulta o prazer em evocar imagens de noite, túmulo, cemitério, putrefação [...] e disso também são
provenientes as súbitas explosões de anarquismo moral”; “Young exprimiu em forma clássica e em símbolos
cristãos a melancolia angustiada, pré-revolucionária, da época): Revenge; Night thpughts (o assunto é a noite,
o túmulo, cemitério, putrefação); Conjectures on original composition (nova teoria poética; condena a imitação
erudita dos antigos e celebra o “ pretenso gênio instintivo” de Homero e Shakespeare: tal teoria agradou muito
aos pré-românticos). ⭐

 N.55. J. Barnstorff. Youngs Nachtgedanken und ihr Einfluss auf die deutsche Literatur (Os pensamentos
noturnos de Young e sua influência na literatura alemã). Bamberg, 1895. N. 56. G. Muoni. Poesia noturna
preromantica. Milano, 1908. N.60. “Young et ses nuits em France” (In: Études d’histoire littéraire). Paris, 1907. ⭐

 José Cadalso (N.59): Noches Lúgubres (ler somente essa obra. São “um fascinante, embora repulsivo, sintoma
da mentalidade da época pré-romântica”).

 Bryant (N.64; depois de seu poema Thanatopsis levou “mais sessenta anos de atividade poética, quase sempre
medíocre; descobrindo, é certo, a paisagem americana, mas contando com pedantismo as folhas das flores
desconhecidas na Europa, à maneira da poesia didática do século XVIII. Bryant era um homem do século XVIII,
como grande jornalista liberal e inimigo da democracia turbulenta das ruas americanas): Thanatopsis (“é, sem
dúvida, uma obra nobre; visão digna de um grande poeta, essa visão da humanidade como caravana em
marcha para o fim de cada um e de todos no cova. Com esses versos – e com o fim moralizante e trivial do
poema – Bryant arrancou aos ianques do começo do século XIX, hostis a qualquer atividade literária, o
reconhecimento da poesia como força viva na vida humana”). ⭐

 “A relação entre a melancolia pré-romântica e uma religiosidade vagamente mística, relação que se
manifesta na Graveyard School, é da maior importância para a história da literatura universal e para a
história espiritual da Europa. É sintoma, um entre vários, de um renascimento religioso durante o século
XVIII, tão racionalista na aparência. É sintoma disso a discussão sobre o milagre e sobre os milagres na
poesia”.

 Swedenborg (N.65; um mineralogista, geólogo, engenheiro “e visionário fantástico que conversou diariamente
com anjos e demônios. A religiosidade de Swedenborg teve, sem dúvida, fundo patológico...”). ⭐

 Gottfried Arnold (N.67; “estudiosos da Igreja, convertido por Spener ao pietismo. Arnold partiu de um
quietismo do amor divino à maneira de Fénelon, para chegar a especulações fantásticas, à maneira de
Swedenborg, sobre as relações entre a religião e a sexualidade – Arnold é representante típico do misticismo
herético. Mas a sua heresia foi mais longe. Não encontrando nos credos oficiais o amo cristão como o
entendia, começou a convencer-se de que o cristianismo inteiro estava errado. Para demonstrá-lo, escreveu,
com erudição imensa, a Unparthyische Kirchen-und Ketzerhistorie (História imparcial da Igreja e dos heréticos):
todas as igrejas estabelecidas, diz Arnold, estavam sempre erradas; quem estava sempre com a razão eram os
heréticos. Com essa obre criou Arnold, quase sem sabê-lo, a moderna historiografia crítica da Igreja. Sem sabê-
lo porque esse percursor do racionalismo teológico visava a fins diferentes: pretendeu desmoralizar os dogmas
que separam a cristandade, para unir todos os homens numa igreja espiritual do futuro. [...] O misticismo do
século XVIII é um aliado subterrâneo do racionalismo; e talvez fosse mesmo percursor da Revolução, se não
entendermos Revolução burguesa. A variante burguesa do mesmo misticismo é o sentimentalismo”). ⭐

 N.66. F. Heer. Europaeische Geistesgeschichte (História intelectual europeia).. Stuttgart, 1953. ⭐

 Madame Guyon (M.69; mulher de talento extraordinário para a persuasão, tanto que “seduziu até um Fénelon.
O quietismo, doutrina da passividade da alam humana em face do amor de Deus, não teve vez nos países
católicos e se refugiaram nos países protestantes). ⭐
 N.70. E. Seillière. Madame Guyon et Fénelon, précurseurs de Jean-Jacques Rousseau. Paris, 1918. ⭐

 Pierre Poiret (N.71; destaque dentre o quietismo renano, homem cuja existência passou desapercebida pelos
historiadores da literatura e “que é, no entanto, uma das figuras mais importantes da história literária do
século XVIII. Filósofo anticartesiano, estudou a doutrina de São João da Cruz e de Santa Teresa, editou os
tratados de Madame Guyon e fundou, em 1688, um eremitage de quietistas em Rhynsburg: o primeiro centro
de quietismo místico na região renana, fundação de consequências transcendentais. O conceito central da
doutrina de Poiret era a alma hermosa, conceito encontrado em Santa Teresa; o itinerário místico levaria a uma
transformação da alma humana em são de sentimentos belos e divinos. Schöne Seele é a expressão sinônima,
em língua alemã, e essa expressão teresiana encontra-se com frequência surpreendente nos místicos alemães
do século XVIII e na literatura sentimental, pré-romântica, do mesmo século, em Gellert e Wieland, Klopstock e
Miller, nas regiões altas e baixas da literatura alemã. Poiret é, sem exagero, o pai do sentimentalismo pré-
romântico alemão”). ⭐

 N.72. M. Waldberg. Zur Entwicklungsgeschichte der schönen Seele bei den spanischen Mystikern (Sobre a
história do desenvolvimento da bela alma entre os místicos espanhóis). Berlin, 1910. M. Wieser. Der
sentimentale Mensch, gesenhen aus der Welt hollaendischer und deutscher Mystik im 18. Jahrundert (O
sentimental, visto do mundo do misticismo holandês e alemão do século XVIII). Berlin, 1924. ⭐

 Gerhard Tersteegen (N.73; “operário, depois pregador e autor de poderosos hinos em língua solene, barroca: a
única grande poesia que o calvinismo alemão produziu”).

 N.74. Br. Bauer. Der Einfluss des englischen Quarkertums auf die deutsche Kultur (A influência do quarkismo
inglês na cultura alemã). Berlin 1878. N.75. A. Ritschl. Geschichte des Pietismus (História do pietismo). 3 vols.
Bonn, 1880-1886. N.77. W. Dilthey. "Gotthold Ephraim Lessing" (in: Das Erlbnis und die Dichtung [A herança e a
poesia]). ⭐

 Spener (N.76; “Não pretendeu destruir a Igreja Luterana, mas apenas conquistá-la internamente, pela
atividade pacífica de conventículos de leigos; pacífica, mas eficiente: e esses conventículos foram os berços do
sentimentalismo pré-romântico. Entre os discípulos de Spener estavam August Hermann, o grande educador
que preparou os caminhos à pedagogia de Rousseau, e aquele Gottfried Arnold, místico fantástico que exerceu
a maior influência sobre os racionalistas mais teimosos”). Graf Zinzendorf (N.78; fundador do ramo mais
“entusiasta” do pietismo alemão, a seita dos Herrnhuter “ou ‘Irmãos da Morávia’, inspirada diretamente por
Comenius”; é ele “um modelo de religiosidade perversa, contaminada por complexos recalcados; os hinos de
Zinzendorf chegam a incluir metáforas obscenas ou nauseabundas. Mas isso não impediu a eficiência da
propaganda da seita: missão em todos os continentes e fortíssima influência espiritual na Europa”). ⭐

 N.79. K. Pinson. Pietism as a factor in the rise German nationalism. New York, 1934. ⭐

 Isaac Watts (N.80; precursor poético do metodismo, irmão inglês do pietismo alemão). William Law (N.81):
Serious Call (“é o livro de devoção mais lido em língua inglesa, mas não se pode desconhecer, em sua e em
qualquer mística, um elemento de religiosidade de elite, dos círculos eleitos”).

 John Wesley (N.82; “fundador do metodismo, o Spener inglês; e com a ascensão das burguesia desapareceram
logo os elementos quietistas. Assim como os petistas alemães, não pretendeu ele sair da Igreja, mas revificar-
lhe a vida religiosa por um novo método de conduta religiosa, métodos de iluminação repentina, tipicamente
entusiasta”): Journal.

 Christopher Smart (N.83; poeta que acabou no reformatório): A song to David (assustou os editores; “é uma
das grandes obras da poesia inglesa do século XVIII”). ⭐

 Cowper (N.84; homem de emoções religiosas fortes e acessos patológicos de melancolia, “era um infeliz,
doente, precisando de ajuda como uma criança”): The task (sua obra “mais ambiciosa”, “poema descritivo à
maneira classicista, cântico da modesta paisagem inglesa que a Revolução Industrial destruiu; às vezes
rebentando em versos de eloquência magnífica”); The castaway (comparação da própria alma a um marinheiro
perdido no temporal em alto-mar). ⭐
 William Blake (N.85; “poeta lírico de inspiração simples e musical, é, ao mesmo tempo, o porta-voz de todos os
anjos e demônios do universo; a sua obra é das mais vastas e mais difíceis jamais criadas por um poeta inglês”;
foi mal interpretado até o advento do simbolismo; “conhecer a vida de Blake, poeta, místico, revolucionário e
louco, e estudar as múltiplas influências de Böhme e Swedenborg, dos gnósticos e de Rousseau na sua obra,
ainda não basta para encontrar caminho certo na floresta desse universo poético”; “Blake está situado entre
profeta e louco; a verdade das suas visões reside na sinceridade do amor humano, que é a base das suas
conclusões revolucionárias, e a expressão dessa verdade divina é uma poesia de pureza celestial”; “a poesia de
Blake possui um diploma de autenticidade mística”; “Blake é Dostoievski em verso: proclama a
responsabilidade de todos por todos”; “Blake é um simbolista avant la lettre, mas sem o evasionismo social dos
simbolistas. [...] Blake tem algo da imaginação cósmica e da inteligência descontrolada de Victor Hugo, algo de
embriaguez intelectual de Hölderlin, algo do espírito profético de Dante.): Poetical sketches (“apresenta-nos
um poeta classicista, logo redimido pelas leituras de Shakespeare e Ossian”); Songs of innocence (“alcançou a
plena liberdade de expressão abandonando os artifícios que Cowper não soube eliminar, antecipando o estilo
coloquial de Wordsworth. [...] Songs of innocence é o livro mais ‘puro’ de Blake no sentido do simbolismo
neorromântico”; “Se Blake foi um louco, então foi o louco mais lúcido de todos os tempos. Porque mais cedo
do que os outros reconheceu os motivos sociais da Revolução e adivinhou-lhe a degeneração em vitória da
burguesia”); The marriage of Heaven and Hell (“grande profecia em prosa, ou, antes, um enorme discurso de
eloquência irresistível”; “ataca com a maior violência os dualismos da religião cristã e da tirania política, as
distinções entre o Bem e o Mal, alma e corpo, autoridade e povo, pregando a identidade de Deus e Homem”);
The French Revolution (“celebra a libertação política como se fosse um acontecimento transcendental nos
céus”); The visions of the daughters of Albion (“exige o complemento da revolução pela libertação moral,
festejando a santidade do ato sexual”); Songs of experience (“apresenta um quadro tremendo, dantesco, da
miséria humana”); Holy Thursday, London e The Chimney Sweeper (“constituem a expressão máxima das
consequências da revolução industrial”). Daí em diante, Blake recebeu revelações celestes e infernais à
maneira de Swedenborg, manifestando-se-lhe a relação secreta entre as tempestades históricas e as
revoluções do universo; ou então poder-se-ia dizer, segundo um ponto de vista diferente, que Blake
enlouqueceu, começando a compor cosmogonias e mitos fantásticos, nos quais seres sobre-humanos e infra-
humanos, munidos de nomes esquisitos, resolvem os destinos do mundo; literatura à maneira dos livros que
costumam publicar os paranoicos. The book of Urizen, The book of Los, The four Zoas (“iniciam uma série de
‘livros proféticos’, culminando [nos livros a seguir]), Milton, The everlasting Gospel e Jerusalem (“vasta
literatura religiosa ou pseudorreligiosa, constituindo uma espécie de anti-Bíblia na qual as noções divinas e
demoníacas trocaram as posições. [...] Tudo isso em estilo por vezes eloquente, por vezes epigramático,
interrompido por poesias fascinantes, de hermetismo ‘metafísico’, voltando-se logo para os personagens
tremendos de uma mitologia particular e para um simbolismo dificílimo que as pesquisas mais pacientes não
conseguiram esclarecer”). ⭐

 N.86. W. J. Warner. The wesleyan movement in the Industrial Revolution. London, 1930. M. Lee. The historical
background of early methodist enthusiasm. New York, 1931. ⭐

 Abade Prévost (N.87; “escritor de segunda categoria, benemérito do intercambio literário entre Inglaterra e a
França”; a Inglaterra que Prévost conheceu não é a real, mas sim “fruto de leituras dos dramaturgos e
romancistas da Restauração inglesa, uma Inglaterra romântica de ladrões e esquisitões, malandros e
prostitutas”): Manon Lescaut (“romance de primeira ordem”, “uma daquelas obras que se gravaram
indelevelmente na memória da humanidade”, “é o primeiro romance realmente moderno”; “é uma obra
permanente”; “a obra significa a transição do Classicismo, da Princesse de Clèves, ao revolucionarismo, da
Nouvelle Heloise, por meio da influência do sentimentalismo inglês, do qual Prévost, tradutor de todos os
romances de Richardson, foi representante na França”; “Prévost não escreveu o romance de um ambiente
pitoresco, mas as aventuras de duas almas desvairadas; e esse assunto é eterno. Eis por que Manon Lescaut
permanece, entre todos os romances sentimentais, o único perfeitamente legível: é que, do naufrágio de uma
literatura inumerável, salvaram-se dois personagens, entrando no panteão dos poucos tipos imortais da
espécie humana”). ⭐

 Samuel Richardson (N.89; precursor de Rousseau e do Werther, homem de grande importância histórica e
cujos romances são igualmente grande; “os romances de Richardson seriam versões dialogadas da literatura
edificante do puritanismo, que constituía a única leitura permitida nas tardes de domingo”; seus romances
intermináveis, interpreta a crítica moderna, são “consequência inevitável das análises psicológicas exatíssimas,
e daí extensas, de um precursor de Proust”; “Richardson é um conhecedor incomparável da alma feminina”;
“Richardson fez o possível para tornar convincentes os seus romances; como jogos gratuitos da imaginação, o
puritano não os teria escrito. O esforço para alcançar verossimilhança manifesta-se sobretudo no processo
novelístico que empregou, e que é mais uma inovação decisiva: o método epistolográfico. Não analisa
diretamente os personagens; eles mesmos revelam, trocando cartas, os seus sentimentos; e esse método,
típico do romance sentimental do século XVIII, é um processo eminentemente dramático”; “a arte de
Richardson não provém dos tratados edificantes, mas do teatro da Restauração: daí os villains terríveis, as
heroínas eloquentes, o moralismo meio libertino”; “o método dramático de Richardson está historicamente
entre a maneira de narrar em primeira pessoa, dos romances picarescos e de Defoe, e a onisciência do
romancista objetivo”; “Richardson, porém, pegou caro a exatidão das suas análises psicológicas; pagou com
prolixidade imensa; Clarissa parece ser o mais longo dos romances em língua inglesa, e o esforço de ler essas
obras por inteiro será sempre raro e heroico. Mas compensa. Um crítico observou que a lentidão meticulosa de
Richardson simboliza o ritmo da própria vida. Richardson foi um homem banal e um grande artista”): Pamela;
Clarissa (“um homem como Klopstock escreveu que o fim de Clarissa lhe custou cinco lenços molhados”);
Charles Grandison. ⭐

 N.90. E. Schmidt. Richardson, Rousseau and Goethe. 2ªed. Leipzig, 1902. G.F. Singer. The epistolar novel.
Philadelphia, 1933. P. van Tieghem. “Le roman sentimental em Europe de Richardson à Rousseau” (In: Revué
de littérature comparée). 1940. ⭐

 Jorge Isaacs (N.98): Maria (“famosa pela simplicidade comovente do idílio sentimental e pelas descrições da
natureza tropical, é o primeiro romance autêntico das literatura hispano-americanas”). ⭐

 Taunay (N.99; escritor brasileiro): Inocência (romance sentimental). ⭐

 N.101. A. Eloesser. Das bürgerliche Drama im 18. Und 19 (O drama burguês nos séculos 18 e 19). Jarhundert.
Berlin, 1898. E. Bernbaum. The drama of sensibility. Boston, 1915. F.O.Nolte. Early class drama. Lancaster Pe.,
1935. N.102. I.L. Davis. “Mystical versus enthusiastic sensibility” (In: Journal of the History of Ideas. IV/3). 1943.

 N.103. C.H. Peake. Domestic Tragedy in relation to theology in the first Half of the eighteenth century. ⭐

 George Lillo (N.104): The London Merchant or The history of George Barnwell (“por ser um dos piores dramas
da história da literatura universal, não deixa de merecer aa observação de ter marcado época: pela primeira
vez, um burguês apareceu no palco como herói trágico; trágico é, aliás, modo de dizer; a peça que emocionou
profundamente o século XVIII produziu, na ocasião de representações modernas, gargalhadas intermináveis”).

 Diderot (N.105; “não foi grande dramaturgo; mas, nesse gênero assim como em todos, um grande precursor”):
Les fils nature; Le père de famille (ambas “reúnem o moralismo sentimental e o protesto contra convenções
sociais obsoletas, de uma maneira que pôde ser entendida como afirmação das virtudes tradicionais em
sujeitos humildes, e também com apelo aos sentimentais revolucionários, não sem certa dose de sensualidade
mal dissimulada”). ⭐

 Schiller (N.110): Kabale und Liebe (opõe violentamente À degeneração moral da corte a honradez e desgraça
da casa burguesa, “é a tragédia mais revolucionário do século XVIII”). ⭐

 Kotzebue (N.112; “dramaturgo habilíssimo e superficialíssimo, de fertilidade espanhola”): Die deutschen


Kleinstädter (Os pequenos cidadãos alemães; “excelente farsa”, “imitada de Cassina, de Plauto, e modelo de
inúmeros vaudevilles franceses”); Menschenhass und Reue (Misantropia e remorso ; “a peça mais
representativa e mais representada do gênero ‘drama burguês’”, “muito mais famosa do que todas as peças de
Goethe e Schiller”, “nenhuma qualidade literária justifica essa glória; mas a técnica dramatúrgica é nova e
eficiente”). ⭐

 Marmontel (N.113; “literato meio sentimental e meio revolucionário, meio racionalista e meio
rousseauniano”): Contes moraux (“uma das obras mais divulgadas do século XVIII, apresentou os usuais
tableaux de famille, para reivindicar os direitos do coração contra as falsas convenções sociais, sobretudo
quando se trata do coração enamorado”). ⭐

 N.114. H. Scheffler. Protestantismus und Literatur. Neue wege zur englischen Literatur des 18. Jarhundert
(Protestantismo e Literatura. Novos caminhos para a literatura inglesa do século XVIII). Leipzing, 1922. N.116.
J.M. Creed e J.S. Boys. Religious thought in the eighteen century ilustrated from writers of the period.
Cambrigde. ⭐

 N.117. J. Woodforde. The diary of a country Parson.

 Washington Irving (N.120): Sketchbook (impressões de viagem na Inglaterra, “românticas, humorísticas,


sentimentais, é sua obra prima, obra goldsmithiana – Irving escreveu uma biografia de Goldsmith – e obra pré-
dickensiana, exercendo forte influência sobre o autor do Pickwick club”); Knickerbocker’s history of New York
(“história humorística dos governadores holandeses da antiga colônia de Nova Amsterdã, com alusões satíricas
à Nova York americana de 1800”); The legend of Sleepy Hollow; Rip Van Winkle (contos americanos incluídos
no Sketchbook; ambas são “pequenas obras-primas, nas quais realiza o milagre de transfigurar poeticamente a
paisagem prosaica em redor da Nova York”). ⭐

 N.121. E. Birkhead. The tale of terror. London, 1921. A.M. Killen. Le roman terrifiant et le roman noir. Paris,
1923. J. Brauchli. Der englische Schauerroman. Berlin, 1935. H. Garte. Kunstform Schauerroman. Berlin, 1935.
H.P. Lovecraft. Supernatural horror in literature. A study in English gothiv and romantic Fiction. New York, 1945.

 N.122. A Viatte. Les sources occultes du romantisme. Paris, 1928. N.123. W. Sypher. “Social Ambiguity in a
Gothic Novel” (In: Partisan Review, XII/1), 1945.

 Horace Walpole (N.124; “grande aristocrata e diletante nas letras, considerado como o maior epistológrafo da
língua inglesa”): Castle of Otranto. William Beckford (N.125; “milionário cheio de spleen, descobridor dos
encantos pitorescos de Portugal e Espanha”; chegou a influenciar Byron): History of the Caliph Vathek
(arquitetou um oriente que foi legado aos românticos). Ann Radcliffe (N.126; “estava como em casa em
castelos misteriosos e conventos habitados por monges diabólicos. Além disso, teve a ideia esplêndida de
introduzir as aparições sobrenaturais, chegando a assustar a Europa inteira. A dama tinha algum talento
literário, que Sir Walter Scott analisou com lucidez. Contudo, não voltaremos a lê-la. É importante, todavia,
saber que mrs. Radcliffe foi a autora mais lida e mais divulgada do século XVIII. Os contemporâneos
compararam-na a Shakespeare; hoje falariam em Dostoievsky”). Gregory Lewis (N.127): Monk (“a história
horrorosa do monge espanhol, apaixonado pela própria irmã e caindo vítima do Demônio, deixou vestígios em
Byron, Tieck, Hoffmann e Poe”). ⭐

 Maturin (N.128; “o único escritor notável entre os ‘góticos’”): Melmoth, the Wanderer (“emprega todos os
recursos do romance de terror para salientar um personagem interessante, mistura de Fausto, Judeu Errante e
Holandês-Fantasma. Essa obra, que impressionou Hugo, Balzac e Baudelaire, criou um tipo de literatura
romântica; contudo, está hoje esquecida”). ⭐

 Charles Brockden Brown (N.129; “um dos góticos mais curiosos [...], talento inculto, mas vigoroso”): Ormond;
Wieland (sua obra principal, “ainda hoje pode impressionar; só é decepcionante o fim, em Brown, racionalista
impenitente, pretende dar uma explicação pseudocientífica dos acontecimentos pseudossobrenaturais que o
envolvem, no romance, o grande crime. Mas justamente esse desfecho é de importância histórica. Brown
exerceu grande influência sobre Poe; e a continuação lógica daquele desfecho é o conto ‘científico’, isto é, a
narração de um acontecimento misterioso, desemaranhado depois por meio de silogismos engenhosos; e isso
é a definição do romance policial, último descendente do romance gótico”). ⭐

 Buffon (N.130; foi definido como “Bossuet du Jardin des Plantes”; não foi grande cientista, mas foi o último
grande homem de letras, como Bossuet, antes do ascensão do utilitarismo científico).

 N.132. D. Mornet. Le sentimento de la nature em France, de Jean-Jaques Rousseau à Bernardin de Saint-Pierre.


Paris, 1907. ⭐
 Bernardin de Saint-Pierre (N.133; seu exotismo “não é geográfico; enquadra-se na procura do que in principio
erat, do virginal e intacto”): Paul et Virginie (“renovaram a arte descritiva pela expressão sensual e concreta”);
Études de la nature; Chaumière indienne (“idílio de tendência rousseauniana”).

 N.136. R.D. Havens. The influence of Milton on English poetry. Cambridge, Mass., 1922. N.137. J.G. Robertson.
Milton’s fame on the continente. London, 1909. ⭐

 N.140. G.C.D. Odell. Shakespeare from Bettorton to Irving. @ vols. New York, 1920.

 N.144. J.G.Robertson. Studies in the genesis of the romantic Theory in the eighteenth century. Cambridge,
1923. ⭐

 James Macpherson (N.146; traduziu dois poemas épicos, Fingal e Temora, tratando das guerras heroicas dos
antigos celtas, e mais uma coleção de poesias, os Songs of Selma – atribuindo todas essas obras a um poeta
lendário como Homero, Ossian. “A originalidade das poesias era evidente: descreviam uma natureza selvagem
e sombria, desconhecida da poesia clássica, uma paisagem de mares bravios e montanhas negras, encobertas
das névoas devida às quais só raramente, quando a tempestade havia dissipado as nuvens, olhava a lua triste”.
No entanto, pesquisadores descobriram certa proximidade destas lendas célticas com lendas nórdicas e algo da
mitologia grega. As investigações confirmaram: “Macpherson era um falsificador. Talvez devêssemos atenuar a
palavra áspera. É verdade que a prosa rítmica que empregou foi um produto de artes estilísticas requintadas do
século XVIII, não se encontrando nunca em poesias primitivas; e é verdade que pertencem igualmente ao
tradutor ou editor a melancolia nobre e a composição épica, confusa e insignificante. Mas Macpherson não
inventou de todo: utilizou realmente poesias populares autênticas, adaptando-as ao gosto pré-romântico da
época, conseguindo, assim, sucesso imediato e enorme. [...] Os historiadores da literatura costumam afirmar
que não é o valor de Ossian que importa – valor inexistente – mas só a influência imensa que exerceu. O crítico
moderno deveria dizer que o esquecimento completo de Macpherson é uma injustiça; que Ossian não foi um
gênio, mas que Macpherson foi um poeta notável”). ⭐

 N.148. P. van. Tieghem. Ossian en France. 2 vols. Paris, 1917. N.149. R. Tombo. Ossian em Germany. New York,
1901.

 Cesarotti (N.150; “não é apenas o melhor tradutor que Ossian encontrou no estrangeiro; criou um autêntico
clássico da língua, um clássico do Pré-Romantismo, [...]. Essa forma italiana do ossianismo, um estoicismo triste
em vez da melancolia vaga do original, sobreviveu ao fim do século XVIII: revela-se – por meio do êxito
internacional de Cesarotti – em Chateaubriand e Senancour, em Byron e Lamartine, e acabou somente com o
romantismo revolucionário dos franceses e a revolução burguesa de 1830”). ⭐

 N.153. E. Ehrmann. Die bardische Lyrik im 18. Jahrhundert (Poesia bárdica no século XVIII). Halle, 1892.

 Percy (N.155): Reliques of ancient English poetry (baladas inglesas e escocesas que recontam antigas histórias –
Robin Hood, Chevy Chase etc. – modernizados ao gosto da época. Isso abriu novas influências para a poesia
inglesa).

 Burger (N.156; “poeta genial de versos eróticos de rara intensidade, o maior sonetista da língua [alemã], foi um
homem quebrado pela vida irregular e devassa”; “sabia fazer ressoar atavismos arquivelhos de angústias
supersticiosas, que dormem em todos nós, e contou a história sinistra da corrida para o cemitério com uma
verve espantosa, inesquecível”): Lenore (“uma das obras permanentes da literatura universal”); Der wilde
Jaeger. ⭐

 Heder (N.158; crítico literário alemão que se aproxima de Vico): Uber den Ursprung der Sprache (Da origem da
língua, 1772); Ossian und die Lieder alter Völker (Ossian e as canções antigas, 1773); Stimmen der Völker in
Liedern (Vozes das nações em canções, 1778-1779).

 Matthias Claudius (N.159; o maior poeta popular do século XVIII): Der Wandsbecker Bote (O mensageiro de
Wandsbeck; revista popular cheia de “contos, histórias edificantes ou didáticas, ‘lições de coisas’ e inúmeras
poesias ao gosto dos seus leitores, muitas delas insípidas, outras muito boas, e algumas de uma inspiração tão
extraordinária como sequer se encontra na obra lírica de Goethe); Abendlied (seu começo “é um panorama da
natureza noturna – florestas, campos, névoas, magicamente iluminados pela lua – e todo dissolvido em
sugestiva música verbal, [...]. São versos cuja riqueza em assonâncias e variações rítmicas seria capaz de sugerir
um tratado completo da arte poética”); Der Tod und das Madchen (A morte e a donzela; “famosa pela música
de Schubert, encabeça uma série de poesias fúnebres de força dantesca de expressão”). ⭐

 Robert Burns (N.160; “é um gênio autêntico, e sem falsa ‘profundidade’. Sua obra é inspirada, essa inspiração
não vem do alto. Foi um simples proletário rural, camponês pobre ao qual a repentina glória poética nada lhe
adiantou, antes serviu para o perder; nunca conseguiu situação na vida e, enfim, perdendo o equilíbrio, morreu
bêbado. Burns é considerado poeta espontâneo: os seus temas são os da poesia anacreôntica – amor, vinho,
liberdade, pobreza do poeta livre –; a sua forma é a canção popular, o Lied; a língua é o dialeto da Escócia. É o
maior cantos popular, talvez, de todos os tempos, cheio de música e vida. [...] Burns é poeta da liberdade, mas
não da liberdade inofensiva do boêmio ao ar livre, e sim da revolução”; “representa, enfim, a verdadeira
‘literatura popular’ que o romance sentimental e o idílio rústico não conseguiram produzir; ao mesmo tempo, é
também o representante da ‘poesia primitiva’ que o Pré-romantismo popularista não conseguiu alcançar,
porque fugiu para os documentos do passado): The cotter’s Saturday night; The ordination; The Holy fair; Holy
Willie’s Prayer; Address to the Devil (peça de satanismo explicito); Addres of Beelzebub; To a Louse; The twa
dogs (“veementes sátiras do proletário, sem as quais não é possível entender bem o seu entusiasmo pela
Revolução Francesa”); A man’s a man for a’ that; To a field-mouse; The patriarch; The court of equity; The
fornicator (estas três são poesias “violentamente obscenas”); The jolly beggars (“cantata aristofânica” que
reúne duas tendências, uma revolucionária e outra aristotélica). ⭐

 N.161. H. Hecht. "Die Merry Muses of Caledonia und Burns' Court of Equity" (As Alegres Musas da Caledônia e
o Tribunal da Equidade de Burns) (in: Archiv fur das Stadium der neueren Sprachen und Literaturen [rquivos
para o Palco das Línguas e Literaturas Modernas], CXXIX-CXXX) 1912. J.L. Ferguson. “The suppressed poems of
burns” (In: Modern Philology, XXX, 1932-1933). ⭐

 Henry Fielding (N.162; “é um aristocrata alegre que se mistura com o povo para protestar contra a moralização
da vida inglesa pelo puritanismo burguês”; “a sua obra constitui uma epopeia herói-cômica da vida inglesa do
século XVIII. [...] Fielding possui uma qualidade cervantina, ausente em todos os seus modelos imediatos, que é
o humor”; “Fielding tinha, em face da vida, um grandioso senso de justiça, uma imparcialidade soberana que o
tornou incapaz de esboçar meras caricaturas, mas capaz de criar vastos panoramas da existência humana, de
criar o romance inglês moderno”; “Fielding descendia da mais alta aristocracia inglesa, era até parente
longínquo da casa de Habsburgo; Gibbon profetizou, porém, que os seus romances sobreviveriam à casa
imperial da Áustria, e a profecia se cumpriu”): The history of the adventures of Joseph Andrews (primeiro
romance); Life of Jonathan Wild, the Great; The history of Tom Jones, the Foundling (é romance picaresco, o
maior de todos. A vivacidade extrema da narração, a comicidade das situações, o realismo penetrante na
interpretação dos destinos humanos, a agudeza da caracterização, tudo isso quase não deixa perceber o
espantoso domínio da língua coloquial – na época do Classicismo de Pope – e a construção magistral do
enredo; Coleridge achou a composição de Tom Jones só comparável ao Alchemist, de Bem Jonson, e ao Édipo
sofocliano”). ⭐

 John Cleland (N.163): Fanny hill (“a obra pornográfica mais famosa da literatura universal”. Certamente, o
romance deve a celebridade à descrição minuciosa da vida nos bordeis londrinos do ´seculo XVIII e à sequência
ininterrupta de proibições pela censura e de edições clandestinas; mas também é notável como panorama da
realidade, certamente inferior a Fielding, mas também mais audacioso que Smollett”). ⭐

 Tobias Smollett (N.164; “dá a impressão de escrever tão relaxadamente como falam os seus marujos e
malandros, mas é um romancista nato; o próprio Fielding não escreveu um romance tão bem narrado como
Ferdinand Count Fathom”): Ferdinand Count Fathom; Roderick Random (“puro romance de aventuras, com
ação na Espanha e na América como os de Defoe, mas o narrador não é um cavaleiro errante em serviço no
estrangeiro, e sim um marujo inglês, um tipo nacional que entra com Smollett na literatura inglesa”) ; Peregrine
pickle (seu segundo romance, passa-se na Inglaterra e apresenta “um antipático quadro de costumes, realista
no sentido algo caricatural de certos mestres da pintura holandesa. Peregrine pickle é considerado como o
melhor romance de Smollett pelos críticos que não admitem problemas nesse autor”); The expedition of
Humphrey Clinker (seu último romance; “é uma obra problemática, não quanto ao valor – é um dos melhores
da literatura inglesa –, mas quanto à significação da obra. O assunto é a viagem de um tipo smollettiano, do
irascível Matthew Bramble, acompanhado de sua família, para a estação de águas de Bath e para a Escócia; um
romance de viagem – tipo arcaico, picaresco, do gênero – apresentado pela técnica mais requintada, a forma
epistolográfica de Richardson”). ⭐

 Giacomo Casanova (N.166): Mémoires (Edmund Wilson caracterizou-as como “grande romance, um dos
maiores do século. Certamente não existe descrição mais atraente da vida aristocrática ítalo-francesa do
rococó agonizante, entre Goldoni e Fragonard e Diderot e Rousseau; mas o importante é o desfecho dessas
inúmeras aventuras eróticas no mesmo sentimentalismo arrependido dos que nunca viveram, porque só
acreditavam ‘viver’”). ⭐

 Laurence Sterne (N.167; nele encontra-se a “mais fina sublimação desse sentimentalismo sensual”; possui
afinidades psicológicas com Montaigne, porém não literárias; “na arte de falar por alusões e no ritmo musical,
mozartiano, da sua prosa, poucos ingleses se comparam a Sterne”; “talvez tenha sido o maior conservador
literário de todos os tempos”; sua leitura em pequenas doses dá a “impressão de cultura requintada,
crepuscular; um dos últimos admiradores sinceros de Sterne foi Nietzsche”): Viagem sentimental; Tristam
Shandy; Sermons of Mt. Yorick (uma das obras mais queridas do século). ⭐

 Choderlos de Laclos (N.168; “continua e termina a evolução que começara em Crébillon Fils: o
sentimentalismo. Decompondo as bases morais da conduta, toma ao libertinismo o caráter antimoralista,
transformando-o em imoralismo”; “Laclos, aristocrata, depois jacobino, depois general de Napoleão, não foi
escritor profissional. Seu romance resume, como uma única manifestação literária, as experiências morais de
sua vida e de sua época. Laclos é sincero. Não mente. [...] Têm, em vez da consciência moral, uma ‘falsa
consciência’ [no sentido marxista desse termo]”): Les Liaisons dangereuses (“São uma obra intemporal, porque
propriamente diabólica. Talvez o maior romance psicológico da literatura francesa”). ⭐

 Marquês de Sade (N.169; escreveu romances famosos “que parecem menos documentos da mais baixa
corrupção aristocrática do que produtos patológicos da mesma mentalidade que criou em outros
contemporâneos a ‘religião do gênio’. [...] É possível encontrar algo daquilo [sadismo], muito pouco, aliás, nas
intenções do autor que foi ateu por desespero; mas nas suas obras, não. OS romances são menos terríveis do
que terrivelmente insípidos e monótonos; o vício é mesmo monótono”).

 Restif de la Bretonne (N.171; “foi um grafomaníaco, um paysan perverti pela literatura, exteriorizando o
pesadelo de uma imaginação égarée. Apesar de tudp isso, foi Restif um escritor de grande talento; quando
alcançou, como em Monsieur Nicolas ou em La vie de mon père, a realidade das suas próprias experiências,
logo abandonou o pseudonaturalismo, revelando o sentimentalismo que constitui a base de toda a literatura
pré-revolucionária”; “O que faltava ao jornalista autodidata do Palais Royal não era a cultura, mas a
inteligência. Era um escritor instintivo e, por isso, capaz de dizer coisas que os teóricos pré-românticos da
‘literatura instintiva’ dissimularam. Mas por esse caminho só era possível chegar até a decomposição da
literatura, e não à revolução. Entre as condições da revolução estavam a aliança entre o libertinismo pré-
romântico dos sentimentos e o radicalismo consciente da inteligência”): Paysan perverti; Contemporains (obra
em 42 volumes); Françaises (obra em 23 volumes); Parisiennes; Palais-Royal; Nuits de Paris (obras em 147
volumes); Monsieur Nicolas; La vie de mon père. ⭐

 Encyclopédie (N.173; “o intuito da obra foi o fomento técnico-econômico, como contribuição para quebrar o
poder do absolutismo político e eclesiástico”; “A consequência imediata da Encyclopédie já não era o
anticlericalismo, e sim a economia burguesa, nem o fortalecimento do anticlericalismo, mas o apoio às ideias
fundamentais da economia burguesa”).

 Helvétius (N.181; concluiu que “os egoísmos e até os vícios são capazes de contribuir para o progresso técnicos
e econômico da humanidade”; “Halvétius será seguido, embora não citado, onde a burguesia vencer”). ⭐

 Benjamin Franklin (N.184; “como escritor, é inglês: o seu humor é uma edição simplificada, popular, do
humorismo de Addison e Steele, e essa urbanidade, inédita entre os puritanos rudes, sugeriu a um crítico a
definição de Franklin como ‘o primeiro americano civilizado’. [...] A coragem revolucionária de Franklin,
empregada, aliás, em negociações parlamentares e diplomáticas, tem a mesma origem que os seus sucessos
técnicos e comerciais: trata-se de puritanismo secularizado”). ⭐

 Thomas Paine (N.185; “inglês agitado, rousseauniano revolucionário; o mais poderoso jornalista da Revolução
Americana...”): The American crisis; The age of reason (seu título “encovre uma true theology, uma nova
religião da humanidade”). ⭐

 Rousseau (N.187).

 N.188. J. L. Talmon. The origins of totalitarian democracy. London, 1952. ⭐

 O último classicismo:

 N.1: H. Plessner. Das Schicksal deutschen Geistes im Ausgang seiner burgerlichen Epoche (O destino do espírito
alemão no final de sua era burguesa). Zurich, 1935. ⭐

 N.2: H. Cysarz. Baroke Lyrik (poesia barroca). 3 vols. Leipzig, 1937. N.3: R. Benz. Deutsches Barock (O barroco
alemão). Stuttgart, 1949. ⭐

 N.5: W. Arnsberger. Wolffs Verhaeltnis zu Leibniz (A relação de Wolff com Leibniz). Heidelberg. 1887. ⭐

 N.6: H.M. Wolff. Die Weltanschauung der deutschen Aufklärung (A visão de mundo do Iluminismo alemão).
Bern 1949. N.7: A. Köster. Die deutsche Literatur der Aufklärungszeit (A literatura alemã do período do
Iluminismo). Leipzig, 1928. ⭐

 Bodmer e Breitinger (N.15; protagonistas teóricos do Pré-Romantismo; “imitando os ‘seminários morais’ de


Addison e Steele, traduzindo Milton, defendendo o uso do milagre na poesia, citando, pela primeira vez
Alemanha, o nome de Shakespeare, substituindo a influência francesa pela influência inglesa”).

 Wieland (N.17; “no seu tempo, a sua influência foi imensa; a sua carreira literária empolgou o século”; “os
romances de Wieland, todos de assuntos gregos, são obras de erudição sólida, ainda hoje interessantes pelas
atitude de oposição contra a Grécia idealizada, meio cristã. De Weimar; descobrindo a significação do cinismo
grego e dos sofistas, Wieland é um precursor de Nietzsche, ao passo que o romance autobiográfico Agathon se
situa entre os ‘romances de formação’, entre Simplicissimus e Wilhelm Meister”; “Wieland é representante
amável e respeitável de altos ideais humanitários”): Oberon (poema “de um encanto até hoje não apagado,
que é a sua obra-prima”); Komische Erzaehlungen (contos cômicos); Agathon (“se situa entre os ‘romances de
formação’, entre Simplicissimus e Wilhelm Meister”); Goldener Spiegel (Espelho de ouro); Teutscher Merkur
(essa revista “foi o órgão líder da literatura alemã. Wieland conseguiu – o que nem Gellert conseguira –
atravessar as fronteiras da Alemanha luterana, conquistar o sul católico e a Áustria, ensinando-lhes a língua de
Gottsched e incorporando-os à literatura alemã, depois de uma separação de quase dois séculos”). ⭐

 Winckelmann (N.19; “é uma figura europeia; a primeira figura europeia da literatura alemã. A sua história da
arte antiga, traduzida para todas as línguas, substituiu os modelos romanos pelos modelos gregos, criou um
novo Classicismo europeu, o de Goethe e Chénier, criou a imagem da Grécia serena e olímpica – ele mesmo
fala de ‘edle Einfalt und stille Groesse (simplicidade nobre e grandeza tranquila)’ das esculturas gregas”. [...] O
proletário Winckelmann, fazendo uma carreira vertiginosa, é modelo da atitude antipopular,
pseudoaristocrática, que será a de Weimar; e a maneira como ele disciplinou o Demônio na sua alma
constituirá exemplo para Goethe, Stifter, Mörike”): Gedanken über die Nachahmung der Griechischen Werke
(Ideias sobre a imitação das obras gregas; “revelam uma emoção profunda e religiosa”); Geschichte der Kunst
des Altertums (História da arte da Antiguidade). ⭐

 Gotthold Ephraim Lessing (N.20; “é o maior crítico literário do século XVIII. O superlativo não passará sem
sofrer restrições, porque Lessing não era um mestre de interpretação; nisso, Coleridge é superior”; “Lessing
pôs toda a sua erudição imensa a serviço de lutas literárias; a sua crítica é sempre polêmica, é jornalismo no
mais alto sentido da palavra, jornalismo de um lutador de coragem inédita para atingir o idealismo mais puro,
servindo-se do estilo rápido, epigramático, mordaz, eloquente: a primeira prosa moderna em língua alemã.
Possuía o talento de matar os seus adversários; mas só empregou a arma terrível com o fim de contribuir para
a vitória das suas ideias justas”; “Lessing é classicista, mais à maneira de Voltaire que à Goethe”):
Hamburgische Dramaturgie (Dramaturgia em Hamburgo; analise de peças francesas; “serviram-lhe para fins
polêmicos ou fins doutrinários, para destruir a celebridade dos objetos de análise ou para extrair dele lições
teóricas”; “cometeu a injustiça enorme de estender a Racine e Corneille a condenação do teatro de Voltaire; e,
continuando crente ortodoxo da infalibilidade dos antigos, empregou os sofismas mais artificiais para apoiar
nas expressões ambíguas de Aristóteles a nova dramaturgia. Mas a lição principal da obra – a dignidade
literária e humana do teatro como uma das supremas instituições nacionais – inspirou durante mais de um
século a cena alemã e continua como inspiração de todas as nações cultas. Como crítico-lutador, Lessing não
tem paralelo na história da literatura”); Briefe, die Neueste Literatur Betreffend (Cartas sobre a literatura
recente; “matou Gottsched, para livrar o teatro alemão das influências francesas e preparar uma nova arte
cênica, baseada nas lições dos gregos e de Shakespeare”); Laokoon (“matou a poesia descritiva, estabelecendo
a fronteira entre poesia e a pintura – lição de valor permanente, que nem sempre foi ouvida, mas já pertence
ao pequeno número das teorias estéticas indiscutidas. Lessing pretendeu excluir da poesia os gêneros
descritivo e didático, os gêneros estáticos, porque identificou poesia com movimento. O teatro, isto é, a poesia
em movimento físico, significou para ele, como para todo o século XVIII, o cume mais alto da literatura”) ; Wie
die Alten den Tod Gebildet (Como os antigos imaginaram a morte; demonstrou “que os antigos representaram
a Morte não como esqueleto horrível, mas como irmã do sono e como gênio consolador – marca época na
história do espírito europeu: em vez do protesto racionalista contra o cristianismo, surge o protesto estético,
neopagão, de um novo helenismo”); Nathan der Weise (Nathan, o Sábio; “peça literariamente fraca, mas
eficiente e admirável pela emoção sincera em favor da tolerância. A parábola do judeu Nathan – comparando
as três religiões principais a três anéis iguais, que um pai legara aos filhos, e dos quais ninguém sabe qual o
anel autêntico – foi a coisa mais forte que se disse no século XVIII contra as religiões positivas); Miss Sara
Sampson; Minna von Barnhelm (“excelente comédia”); Emilia Galotti (“grande tragédia”, “obra-prima do teatro
lessinguiano, pela qual pretendeu o autor exemplificar as suas teorias dramatúrgicas – tragédia de composição
magistral, apesar de certas fraquezas da motivação psicológica revelarem que Lessing foi mais crítico do que
criador – está muito mais perto dos franceses do que Shakespare”): Ernst und Falk (diálogo que expõe as
doutrinas da maçonaria); Uber die Erziehung des Menschengeschlechtes (último de seus tratados; entrevem
uma “’educação da humanidade’ para uma nova Igreja humanitária, para além do cristianismo”). ⭐

 N.21: F. Ernst: "La tradition médiatrice de la Suisse au XVIIIe et XIXe siècles (A tradição mediadora da Suíça nos
séculos 18 e 19)” (In: Revue de Littérature comparée). Vol. VI, 1926. ⭐

 N.22: M. Koch. Über die Beziehungen der englischen Literatur zur deutschen im 18. Jahrhundert (Sobre a
relação entre a literatura inglesa e alemã no século 18). Leipzig, 1883. ⭐

 N.30: I.L. Kind. Young in Germany. New York, 1906.

 Klopstock (N.23; “Klopstock criou uma nova linguagem poética, igualmente distante do gongorismo dos
últimos poetas barrocos, da trivialidade seca dos gottschedianos e da ternura superficial dos anacreônticos:
uma língua grave, solene e digna, a de Goethe, Schiller, Hölderlin e de todos os maiores poetas alemães até
George. Klopstock criou um metro: o hexâmetro homérico, adaptado de maneira admirável à língua alemã”; “o
gênio de Klopstock é principalmente lírico; quando não peca por experimentos métricos – introduziu na poesia
alemã todos os metros antigos –, está cheio de lirismo. Mas até nas poesias religiosas sofre da mesma falta de
clareza que se observa no Messias, perdendo-se em lugares-comuns retumbantes”; “Klopstock estava
consciente dessa falta de realidade na sua poesia; procurava o chão sob os pés e acreditava encontrá-lo no
sentimento nacional”; “com Klopstock, a literatura alemã enquadrou-se, enfim, na literatura europeia”):
Messias (não é lido hoje, e “até se pode afirmar que a obra, em conjunto, é ilegível. A epopeia compõe-se de
grandes blocos, cenas imaginadas com força criadora superior, mas nunca realmente vistas; o entusiasmo
religioso derrama-se em discursos e diálogos intermináveis, em descrições das mais vagas, em lágrimas
abundantes – tudo celeste, celeste demais, irreal, nebuloso, como se fora visto através de véus”) ; Der Tod
Adams (A morte de Adão; comoveu a Europa inteira); Der Zürchersee (ode maravilhosa que, logo no começo,
“cria logo uma atmosfera poética que se impõe à mente do leitor”). ⭐
 Fritz Stolberg (N.26; o mais klopstockiano de todos os aprendizes de Klopstock; “preferiu metros clássicos para
exprimir um violento nacionalismo alemão e – o que surpreende – um ódio veemente contra reis, príncipes,
aristocratas e o clero”).

 Hamann (N.29; “estudos modernos reconhecem nele um precursor do existencialismo cristão. Hamann
considera o racionalismo como inimigo de Deus e do homem. É algo como um metodista, muito longe do
sentimentalismo quietista [...]; odeia o humanismo, pretende revolucionar a literatura. [...] Em linguagem
confusa, em fragmentos incoerentes, Hamann propõe uma teoria mística da poesia. Os objetos da natureza são
os elementos e letras da língua divina, que não tem nada a ver com a língua racional. ‘Poesia, porém, é a língua
materna do gênero humano’. Pela língua poética, o homem cria uma imagem do mundo divino. O poeta é o
homem que se entende com Deus diretamente, sem intervenção da Ratio”). ⭐

 Herder (N.32; sua contribuição para o pensamento pré-romântico alemão consiste, primeiro, na aplicação no
conceito de “gênio”; “no começo, Herder só parece limitar a dar expressão compreensível e coerente aos
fragmentos confusos da estética irracionalista de Hamann: sobretudo no tratado sobrea a origem da língua”;
“Herder é um espírito precursor: um dos maiores pensadores da humanidade, experimentando a desgraça de
terem sido as suas ideias geralmente aceitas a ponto de se lhes esquecer a origem”; “Herder não tinha talento
para fazer poesia original. Como tradutor, era um mestre, pela capacidade da empathy, do sentir com almas
alheias, individuais ou coletivas. Herder é o primeiro europeu que, conservando-se cosmopolita no sentido da
Ilustração, interpretou a Europa como sinfonia de múltiplas vozes diferentes, das vozes nacionais, sabendo
distingui-las e caracterizá-las. Eis a segunda grande contribuição de Herder para o pensamento pré-romântico e
romântico: criou o nacionalismo literário. Substituiu a uniformidade da estética classicista pela consciência das
particularidades nacionais, criou a consciência nacional dos alemães, dos escandinavos, dos eslavos. E essa
parte do seu pensamento de um homem do século XVIII terá um futuro imenso e nefasto: no pangermanismo
e no pan-eslavismo. Desse futuro, Herder não é culpado. As suas ideias eram diferentes”; “Como filho do
século ilustrado, Herder acreditava no progresso infinito da humanidade para o humanitarismo; viu, porém,
esse progresso não em linha reta, e sim apenas nas espirais complicadas da história. [...] Considerava como a
expressão mais completa dessas condições históricas as literaturas e tornou-se desse modo o criador da
história literária comparada. [...] Herder é o criador do historismo, isto é, do método que dominará o trabalho
científico do século XIX; o método utilizado pela ciência romântica e, depois, pela ciência positivista”): Von
deutscher Art und Kunst (Da mentalidade e arte alemãs; “não é fácil, hoje, apreciar devidamente esse trabalho:
primeiro, porque a forma rapsódica, abrupta, do estilo prejudica a expressão; depois, porque as descobertas
estéticas ali expostas se tornaram, desde então, lugares-comuns”; “sem dúvida, aquelas páginas Von deutscher
Art und Kunst constituem a maior peça de crítica literária em língua alemã e um dos grandes documentos da
história literária europeia. O ensaio sobre Shakespeare é a primeira interpretação sintética do maior dos
poetas, a primeira interpretação de uma obra literária – no caso, de Macbeth – como estrutura coerente e viva;
Schlegel, Coleridge e De Sanctis lhe devem muito”); Stimmen der Völker in Liedern (Vozes dos povos em
canções; é uma antologia de Lieds alemães, canções inglesas, escandinavas, eslavas e até ‘romances
espanhóis’). ⭐

 N.33: H.A. Korff. Der Geist der Goethezeit (O espírito da era Goethe). Vol.1. Leipzig, 1923; H. Kinfrtmsnn. Die
Entwicklung der Sturm und Drangbewegung (O desenvolvimento do movimento Sturm und Drang). Stuttgart,
1925; F.J. Schneider. Deutsche Dichtung der Geniezeit (Poesia alemã da época do gênio). 2ªed. Stuttgart, 1952;
H.B. Garland. Storm and Stress. London, 1952; R. Pascal. The German Sturm und Drang. Manchester, 1952. ⭐

 N.34: E. Zilsel. Die Entstehung des Geniebegriffs (A origem do conceito de gênio). Tübingen, 1926; P.Grappin. La
théorie du génie dans le préclassicisme allemand. Paris, 1952. ⭐

 N.35: E. Walther. Der Einfluss Shakespeare's auf die Sturm und Drangperiode unserer Literatur (A influência de
Shakespeare no período Sturm und Drang de nossa literatura). Chemnitz. 1890; F. Gundolf. Shakespeare und
der deutsche Geist (Shakespeare e o espírito alemão). Berlin, 1914. N.36: R. Genée. Geschichte der
Shakespeare' schen Dramen in Deutschland (História dos dramas de Shakespeare na Alemanha). Leipzig, 1878.

 Schröder (N.37; lê-lo mais pelo seu imenso mérito de ter introduzido Shakespeare no teatro alemão. “Schröder
era um homem prudente; conhecendo o sentimentalismo e os preconceitos do público alemão, não
representou versões integrais de Shakespeare. Tirou as expressões e cenas que lhe pareciam fortes demais,
deu a algumas tragédias um happy end – e, em suma, Schröder, que era também autor de dramas sentimentais
ao gosto inglês, transformou as peças de Shakespeare em dramas burgueses-sentimentais, ao gosto alemão.
Desse modo, os espectadores sentiam esse Shakespeare schrödiano como poeta contemporâneo, tanto mais
que os atores usavam trajes ‘modernos’, quer dizer, de 1770. Foi assim que Shakespeare se incorporou à
literatura alemã, em cuja história o dia 20 de setembro de 1776 é uma data decisiva”). ⭐

 Moritz (N.38; é o “representante mais típico do Sturm und Drang: filho de um artesão, criando-se na pobreza,
angustiado pelo pietismo do ambiente, fugindo dos fantasmas da sua imaginação, fracassando como ator no
teatro”; “Moritz cultivava a psicologia como ciência, antecipando várias doutrinas do Romantismo e da
psicanálise sobre os sonhos e o subconsciente”): Anton Reiser (romance autobiográfico, “um dos livros mais
interessantes do século, pela exatidão da auto-observação psicológica”). ⭐

 Jung-Stilling (N.39; místico angustiado que acabou no ocultismo mais fantástico; os seus escritos apocalípticos
são o último produto deformado da ideia da Ecclesia spiritualis. Nem sequer se advinha isso, lendo-lhe a
autobiografia, história de uma mocidade resignada e panorama atraente da vida das classes baixas no século
XVIII, livro que Nietzsche considerou um dos cinco melhores livros da literatura alemã. O mesmo Jung-Stilling
foi, depois, capaz de perturbar a mente da visionária Juliane von Krüdener, cujos songos de reunião das Igrejas
e nações cristãs empolgaram o tzar Alexandre I. Assim – os caminhos da divulgação tornam-se misteriosos – as
ideias de Jung-Stilling se propagaram na Rússia e aparecerão, no fim do século XIX, como reminiscências
literais, nas Três conversações, de Soloviev”). ⭐

 Lavater (N.40; “o criador da fisiognomonia e propagandista de uma religiosidade altamente sentimental,


chorosa e com acessos de sensualidade. A sua influência sobre a juventude intelectual da Alemanha foi,
durante alguns anos, ilimitada; o próprio Goethe o adorava. Lavater representa o aspecto sentimentalista do
Sturm und Drang”). ⭐

 Klinger (N.41; “foi um escritor de grande talento e um caráter independente”; “Klinger situa-se entre o
conformismo político do luterano alemão espiritualmente insubmisso e o conformismo político do classicista
Goethe”): Betrachtungen und Gedanken (livro de aforismos, livro da velhice, “revela algo do espírito das
conversações de Goethe com Eckermann”). ⭐

 Lenz (N.42; “Lenz foi um gênio malogrado; em outras condições e com mais firmeza de caráter, teria sido um
dos maiores escritores da literatura alemã”): Die Soldaten (Os soldados; drama burguês; nele “conseguiu criar
um estilo dramático próprio, que de vez em quando reaparecerá na dramaturgia alemã: cenas fortemente
realistas em sequência incoerente e rápida, desfecho brutalmente trágico, diálogo lacônico em linguagem
popular, humorismo grosseiro e emoções que ferem o coração, ataque vigoroso a problemas políticos e
sexuais; essas obras dramáticas serão no século XX revivificadas por Brecht. A sua poesia lírica, publicada
decênios depois da sua morte, revelou um grande talento, talvez não muito inferior ao gênio de Goethe”). ⭐

 Goethe (N.43): Götz von Berlichingen (tragédia shakespeariana, até hoje muito representada na Alemanha);
Werther (obra de mais larga repercussão internacional, “o único dos romances sentimentais do século XVIII que
ainda continua legível”).

 Schiller (N.44): Räuber (Os bandoleiros); Fiesco; Kabale und Liebe (Intriga e amor).

 Johannes Ewald (N.48; “maior poeta pré-romântico do norte”): vaudeville Fiskerne; autobiografia. ⭐

 N.45: J.W. Appel. Werther und seine Zeit (Werther e seu tempo). 4ªed. Oldenburg, 1896. ⭐

 N.50: G. Stefansky. Das hellenisch-deutsche Weltbild (A visão helênico-alemã do mundo). Leipzig, 1925; W.
Rehm. Griechentum und Goethezeit. Geschichte eines Galubens (Grécia e Goethe hora [?]. História de uma
crença). 3ªed. Bern, 1952. ⭐

 N.51: F. Ernst. Der Klassizismus in Italien, Frankreich und Deutschland (Classicismo na Itália, França e
Alemanha). Zurich, 1914. ⭐
 N.54: M. Albert. La littérature française sous la Révolution, L'Empire et la Restauration. 1789/1830. Paris, 1891.
N.56: A. Aulard. Les orateurs de la Révolution. 3 vols. Paris, 1905-1907. N.58: H. Welschinger. Le théâtre de la
Revolution. Paris, 1881. ⭐

 Camille Desmoulins (N.57; ler o jornalista para estudar a revolução francesa).

 Alfieri (N.62; “realizou o que aqueles grandes escritores jacobinos tentaram em vão: eternizou em grande estilo
clássico a tempestade furiosa da sua época, de que ele era a expressão mais perfeita. À primeira vista, não
parece assim: o classicismo de Alfieri é retórico, seco, criando tipos sem vida, estátuas que andam, movidas
por paixões artificiais, última decadência da tragédia francesa. [...], Alfieri também é um aristocrata decadente
e neurastênico em vésperas da Revolução”; foi grande homem, mas não grande poeta: “Alfieri é o único poeta
notável da literatura universal que precisava aprender a poetar que se esforçou a poetar. Só é poeta
espontâneo nos sonetos, expressões imediatas da sua grande alma; muitas vezes, são autorretratos ou
instantâneos dos seus estados de alma, muito variáveis”; “o próprio Alfieri é o maior dos seus personagens
trágicos. É um individualista furioso, com o desejo violento de não ver ninguém acima de si, um inimigo mortal
dos ‘tiranos’”): Vita di Vittorio Alfieri da Asti scritta da esso (“uma das maiores autobiografias de todos os
tempos e a maior de suas obras”. Uma grande alma viril entre as máscaras do rococó”); Merope (superior a de
Voltaire); Virginia (“superior a todas as numerosas versões do assunto”); Mirra; Oreste (“é o que, no teatro
moderno, mais se aproxima do grego”); Agamemnone (“há cenas de vigor shakespeariano”); Timoleone (“é o
cume do ‘teatro jacobino’”); Della tirannide; Saul (“sua maior tragédia, inspirada pela dramaturgia de
Shakespeare e pelos versos ossiânicos de Cesarotti”); Filippo; Maria Stuarda; Satire. ⭐

 Napoleão Bonaparte (N.63; “de fora da literatura, dominava a literatura do seu tempo como dominava
exércitos, países e nações”). ⭐

 Bilderdijk (N.64; os holandeses consideravam-no, durante o século XIX, “o seu maior poeta depois de Vondel;
até hoje o apreciam muito os círculos calvinistas da sua pátria): De Ziekte der Geleerden; (procurar) ode a
Napoleão (“obra-prima do grande estilo; mas não é sincera”); De Ondergang der Eerste Wereld (O fim do
Primeiro Mundo; poema bíblico em que há algo de Milton). ⭐

 N.66: P. Hazard. La révolution française et les lettres italiennes. Paris, 1910. ⭐

 Vincenzo Monti (N.70; sua obra poética é “de uma abundância perturbadora. Durante cinquenta anos soube
cantar os assuntos mais diferentes, em versos dos mais harmoniosos, nunca profundo, sempre brilhante,
aberto a todas as influências tradicionais e estrangeiras, sem revelar jamais a sua alma, talvez porque não
tivesse uma. Não cantou para exprimir-se, mas para encantar os outros. [...] Monti enfeitou festas
aristocráticas, eclesiásticas, revolucionárias, imperiais, austríacas, tudo com a mesma felicidade – e isso
importa –, com a mesma sinceridade ingênua. Era conformista por índole, e as suas obras só se compreendem
tomando-se o ano da publicação como critério”; “Monti, dotado de uma habilidade eclética sem par, sabia
dizer tudo em versos italianos. [...] Incorporou à literatura italiana todos os estilos e todos os sentimentos
novos, transformando tudo em decoração suntuosa e, no entanto, harmoniosa. [...] A sua poesia é menos fruto
de experiências que de leituras e impressões alheias, é poesia de segunda mão; mas a forma é sempre sua, a
forma é tudo: o conteúdo e o endereço não importam, as vacilações políticas de Monti não tem significação
alguma”): Versi (são pré-revolucionários, de 1783; “imitam Ovídio e Savioli, embora não faltem reminiscências
do então moderníssimo Young”); Al signor di Montgolfier (ode); Aristodemo (“tragédia classicista, era nova pela
doce melancolia que o poeta aprendera no Ossian de Cesarotti”); Bassvilliana (“os remorsos póstumos do
revolucionário; à alma arrependida do assassinado, o poeta apresenta, em grandes quadros dantescos, os
horrores do terrorismo, a morte de Luís XVI no patíbulo e a reação das forças divinas e monárquicas. E imitou a
linguagem grave de Dante com tanta habilidade que a Bassvilliana se tornou o seu poema mais belo e um dos
mais belos da literatura italiana”); Musogonia (profetiza uma nova era); Prometeo; Caio Gracco; Liberazione
d’Itália; Mascheroniana (“canta os heróis e os benefícios da paz, lembrando o Windsor Forest, de Pope, mas
com quadros descritivos e bucólicos à maneira do Cinquecento italiano – a Mascheroniana é a obra mais
perfeita de Monti”); Il bardo della selva nera; Palingenesia politica; Sermone sulla mitologia (“defendeu os
deuses olímpicos, as ninfas e os faunos contra asa divindades bárbaras do norte, às quais ele mesmo tinha
sacrificado mais de uma vez. É um poema sincero e belo, este em que a melancolia ossiânica chora a morte das
criaturas divinas do céu grego. É o canto fúnebre de um mundo que já desaparecera”). ⭐

 N.71: V.Cian. Italia e Spagna nel secolo XVIII. Torino, 1896; A. Farinelli. Italia e Spagna. Vol.II. Torino, 1929. N.72:
A. Coester. “Influences of the lyric drama of Metastasio on the Spanish Romantic Moviment”. In Hispanic
Review, VI, 1938. N.80: W. Binni. Preromanticismo italiano. Napoli, 1948. ⭐

 Meléndez Valdés (N.73; “foi, sem dúvida, uma natureza profundamente poética. Sua poesia é delicada, pálida,
nuançada, quase sempre em tom menor; admirável, decerto, mas sem nos transmitir o porquê do enorme
prestígio de que gozou”): Los besos de amor (“poesias bucólicas, horacianas, e sonetos que revelam a maestria
de forma de um classicista em tom menor”); La gloria das artes (ode pomposa em que celebra os progressos
da humanidade”); Presencia de Dios; La noche y la soledad; Elegia V; Elegia de las misérias humanas.

 André Chénier (N.77; suas obras foram publicadas vinte e cinco anos após sua morte, e um ano antes das
poesias de Lamartine, fazendo-o parecer anacrônico; “mas foi logo saudado como precursor do romantismo”;
“Chénier é um poeta ambíguo: muito grego e muito moderno ao mesmo tempo”): Elégies; L’aveugle; Le
malade; Le mendiant; La liberté; Hermès (seus fragmentos conservados “lembram a perda do que teria sido
uma das maiores criações poéticas em língua francesa”); Bucoliques.

 Thomas Campbell (N.79): Specimens of the British poets (antologia que foi “o grande repositório da poesia
classicista dos tempos de Pope e Gray”); Ye mariners of England; Hohenlinden; The battle of the Baltic; Ode to
Winter (todas essas poesias são muito conhecidas pelo povo inglês, sobretudo Ye mariners of England, e nelas
imortalizou os poetas ingleses).

 Ugo Foscolo (N.82; “uma das mais nobres figuras da literatura italiana, [...]. É o mensageiro da beleza grega,
num país e num momento histórico em que a tradição clássica estava representada por um latinista como
Savioli ou por um ‘oportunista’ poético como Monti”; “O Romantismo de Foscolo não é dos românticos, é o de
Rousseau. A revolução decepcionou-o, porém, profundamente; Napoleão traiu a Itália, desmembrando-a e
sacrificando-a, em vez de libertá-la”; “Como este Foscolo é um intelectual revoltado, e a sua nova religião
gumanitária, já não rousseauniana, é algo burguesa, utilitarista”): Bonaparte libertadore (poesia anterior a sua
decpção); Le últime lettere di Jacopo Ortis; A Luigia Pallavicini; Alla amica risanata; Alla sera; A Zacinto; Di se
stesso; Dei sepolcri; Le Grazie (“é o seu poema mais clássico, mais pagão”). ⭐

 Arriaza (N.84; versificador habilíssimo); Canción del Pirineu (“verve profética”); Terpsícore o Las gracias del
baile.

 Quintana (N.86; “A arte de Quintana hipnotizou e dominou durante decênios a poesia espanhola, e igualmente
a hispano-americana. Forneceu aos poetas das novas repúblicas o estilo para amaldiçoar os espanhóis, saudar
os libertadores e bajular os caudilhos”): A la invención de la imorenta (canta as “grandes invenções libertadoras
da humanidade”); A España después de la Revolución de Marzo; Vidas de españoles célebres. ⭐

 Béranger (N.92; poeta medíocre que conseguiu enganar muitos, até mesmo um Goethe).

 Elizabeth Wolff-Bekker e Aagje Deken (N.94; escritoras cujos livros romances foram os primeiros legíveis da
literatura holandesa; escreveram romances pedagógicos; os precursores do movimento simbolista de 1880
consideraram essas leituras como “fontes do prosaísmo que estragara a literatura holandesa”): Sara
Burgerhart. Fanny Burney (N.95; criou o romance para moças, mas também foi lida por homens; tinha a
pretensão de “not to show the world what is actually is, but what it appears to a Young girl”): Eveline
(considerada por Macaulay como um dos grandes romances ingleses). Maria Edgeworth (N.98; a que mais
chegou perto de Elizabeth Wolff-Bekker e Aagje Deken; imbuída de ideias rousseaunianas): Belinda (cultivava,
na época, tendencias de pedagogia racionalista); Castle Rackrent (“romance da vida provincial irlandesa”). ⭐

 Jane Austen (N.97; “Jane Austen é um gênio. Tennyson comparou-a a Shakespeare; e a opinião geral na
Inglaterra não seria muito diferente”; “Relações familiares, noivado e casamento são os seus únicos temas. O
seu panorama do mundo era tradicionalista, o da gentry da Inglaterra de 1800: rei, aristocrata, Upper Middle
class, as autoridades civis, militares e da Igreja Anglicana em perfeita harmonia dos poderes, mesmo que
fossem indignos ou ridículos os representantes dessa hierarquia. [..] O tradicionalismo e provincianismo,
porém, não lhe inibiram a liberdade da criação literária; e a estreiteza do seu campo de observação
intensificou-lhe a análise psicológica”; ela era míope, por isso não descrevia o exterior dos personagens; “Em
Jane Austen há algo de Racine. Mas é mais moderna que os clássicos franceses, que tinha, aliás, lido muito. É
uma grande precursora. Os seus personagens podem ser shakespearianos, mas a maneira lenta e vagarosa de
pô-lo em movimentos, a maneira de deduzir dos caracteres as complicações [...] será a técnica de Henry
James”; “Eram reduzidos, porém, os seus conhecimentos de literatura inglesa; [...] Jane Austen revela pouco
lirismo e nenhuma paixão”; “Na obra de Jane Austen estão ausentes a alta aristocracia e o povo”): Pride and
Prejudice (Elizabeth Bennett e Fitzwilliam Darcy estão entre as criaturas mais completas da literatura
universal); Mansfield Park; Emma; Persuasão (seu último romance; nele é “objetivíssima a respeito do mundo
que encontrou e no que toca aos personagens que criou”); A abadia de Northanger. ⭐

 Goethe (N.99; na sua conversa com Eckermann definira a sua poesia: “Foram, todas, poesias de ocasião, quer
dizer, a realidade deve ter fornecido a ocasião e a matéria. Um caso particular torna-se universal e poético,
quando um poeta o trata. Todas as minhas poesias são poesias de ocasião”; “A Goethe serviu tudo: mulheres e
amigo, nação e Estado, trabalho, ciência, literatura, arte, a própria época histórica; tudo isso teve para ele o
valor instrumental de ser ‘ocasião’ para ele transfigurar em poesia. Daí a universalidade, a poligrafia desse
gênio do egoísmo”; “O equilíbrio é o grande mistério de Goethe. A sua obra compreende todo o espectro de
emoções humanas e, contudo, a sua poesia tem algo de disciplinado, de moderado; nas obras da velhice, até
algo de frio. [...] E não foi nunca realmente popular; o culto imenso, dedicado à sua memória, sugere antes a
impressão de um culto dos lábios. Nem sequer durante um momento a obra de Goethe cessou de ser objeto
de leitura, estudo e do supremo prazer estético de todas as pessoas cultas; mas, com o tempo, a influência de
Goethe sobre realistas, naturalistas, simbolistas, expressionistas diminuiu rapidamente e, na época dos
modernismos, acabou. ‘What’s price Glory!’”): Götz von Berlichingen (“obra incoerente, mas vigorosa,
pretendeu glorificar, à maneira de Shakespeare, o passado tumultuoso da Alemanha, a Reforma e a revolução
dos camponeses, e conseguiu sucesso barulhento”); Willkommen und Abschied (Bem-vinda e despedida); Neue
Liebe, neues Leben (Novo amor, nova vida); Heidenröslein; Urfaust (o primeiro esboço do Fausto; tragédia de
Gretchen, uma moça abandonada, que se passa entre as cenas grosseiras da juventude estudantil alemã);
Werther; Wilhelm Meisters theatralische Sendung (A vocação teatral de Wilhelm Meister; Prometheus, Das
Göttliche (O divino; grande odes); Harzreise im Winter (Viagem ao Harz no inverno; um dos maiores poemas
líricos de Goethe); Wanderers Nachtlied (Canção de noite do caminhante); An den Mond (A lua); Gesang der
Geister über den Wassern (Canção dos fantasmas sobre as águas); Grenzen der Menschheit (Limites da
humanidade; Torquato Tasso; Iphigenie auf Tauris; Römische Elegien (elegias romanas); Wilhelm Meister
Lehrjahre (Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister); Pandora (“- uma das suas obras mais poderosas e
menos conhecidas -, conseguiu transfigurar essa teoria em realidade artística”); Hermann und Dorothea;
Wahlverwandtschaften (Afinidades seletivas; “um dos primeiros romances psicológicos da literatura
europeia”); West-östlicher Divan (Divã ocidental-oriental; seu último volume de poesias, “onde se encontram
as suas poesias mais amadurecidas, mais clássicas, apesar das aparências orientais da forma”); Trilogie der
Leidenschaft (Trilogia da paixão) e Bei Betrachtung von Schillers Schädel (Contemplação do crânio de Schiller;
tais poesias “pertencem àquela categoria extraordinária de ‘obra de velhice’, na qual se encontram as últimas
gravuras de Rembrandt e os últimos quartetos de Beethoven”); Dichtung und Wahrheit (poesia e verdade;
“grande panorama do movimento literário alemão por volta de 1770, com a figura do próprio autor no
centro”); Farbenlehre (Teoria das cores; do ponto de vista da física, a teoria antinewtoniana está totalmente
errada; mas está de todo certa como teoria fisiológica das sensações subjetivas; Goethe considerava-a como “a
obra máxima da sua vida, porque já tinha descoberto a lei da sua própria personalidade: a lei da polaridade de
todos os fenômenos. Esse conceito serviu-lhe para inspirar vida e movimento ao sistema algo mecanicista do
seu querido Spinoza, criando um spinozismo vitalista, que é, no fundo, neoplatonismo. Do panteísmo vago e
entusiástico dos pré-românticos salvou-o o senso artístico da forma: como supremo resultado da cooperação
das forças da natureza, reconheceu a elaboração de tipos perfeitos nos quais a vida se cristaliza. Chegou a
pensar numa hierarquia de tipos, cujo protótipo seria o tipo humano. E, desse modo, extraiu dos estudos
biológicos a lei da sua vida: a elaboração de uma personalidade própria e perfeita, como tipo humano. Eis o
conceito goethiano de Bildung, de “formação”: a transformação do caos de experiências e conhecimentos em
uma estrutura orgânica”). ⭐
 N.98: F. Gundolf. Shakespeare und der deutsche Geist (Shakespeare e o espírito alemão). 2ªed. Berlim, 1914.
N.102: F. Schultz. Klassik und Romantik der Deutschen (Clássico e romântico dos alemães). Vol.1: Die
Grundlagen der klassisch-romantischen Kultur (os fundamentos da cultura romântica clássica). Stuttgart, 1935.
N.103: F. Bulle. F. Hemsterhuis und der deutsche Irrationalismus des 18. Jahrhunderts (F. Hemsterhuis e o
irracionalismo alemão do século XVIII). Leipzig, 1911. ⭐

 Heinse (N.104; “é um grande escritor: na arte dificil de escrever em palavras obras de arte plástica, ninguém o
alcançou em língua alemã, e poucos em outras línguas”): Ardinghello; Hildegard von Hohenthal (nela forneceu
“admiráveis paráfrases verbais de obras musicais”) ⭐

 Hölderlin (N.105; “o seu caso é tanto mais sério quanto é certo tratar-se não de um talento, e sim de um gênio;
tanto mais sério que o seu mergulhar na loucura não representa um caso pessoal, mas simboliza o último
conflito entre Classicismo e cristianismo antes de ambos desaparecerem, provisoriamente, da literatura.
Hölderlin, um dos maiores poetas da Alemanha e da literatura universal de todos os tempos, foi muito
maltratado pela posteridade”; “os nietzschianos celebraram o Hölderlin dionisíaco, ébrio de entusiasmo divino,
dançando sobre os abismos da existência humana, revelando aos mortais o segredo dos deuses e castigado,
por estes, com a loucura sagrada”; foi adepto entusiasta da revolução francesa; “Hölderlin é hoje um dos
poetas de maior influência na literatura universal. Mas não se pode afirmar que o sentido dos seus versos já
tenha sido inteiramente decifrado”): Hyperion; Archipelagus; Hyperions Schicksalslied; Hälfte des Lebens;
Patmos. ⭐

 N.107: H. Cysarz. Von Schiller zu Nietzsche (De Schiller a Nietzsche). Halle, 1928. N.111: E. Boas. Schiller und
Goethe im Xenienkampf. 2 vols. Stuttgart, 1851. N.112: A. Bettex. Der kampf um das klassische Weimar (A
batalha pelo clássico Weimar). Zurich, 1936. N.113: O. Brahm. Das deutsche Ritterdrama des 18. Jahrhunderts
(O drama do cavaleiro alemão do século XVIII). Strabourg, 1880. N.114: K. Muller-Fraeureuth. Die Ritter-und
Rauberromantik (O romantismo de cavaleiros e ladrões). Halle, 1899. ⭐

 ROMANTISMO:

 “O acontecimento da Revolução Francesa produziu na Europa inteira – e no continente americano – uma


profunda emoção, exprimindo-se em uma literatura de tipo emocional, que deu a si mesma o nome de
‘Romantismo’. A história desse movimento literário pode ser escrita em termos de história das revoluções:
foi produzido pela revolução de 1789; foi desviado pelo acontecimento contrarrevolucionário da queda de
Napoleão, em 1815; reencontrou o élan inicial pela Revolução de 1830; e acabou com a Revolução de 1848.
É literatura política, mesmo e justamente quando pretende ser apolítica. [...] Até então, basta, embora
provisória e precariamente, uma definição como essa: ‘O Romantismo é um movimento literário que,
servindo-se de elementos historicistas, místicos, sentimentais e revolucionários do Pré-Romantismo, reagiu
contra a Revolução e o Classicismo revivificado por ela; defendeu-se contra o objetivismo racionalista da
burguesia, pregando como única fonte de inspiração o subjetivismo emocional’. [...]: é possível distinguir três
pontos de partida diferentes do Romantismo. O ponto de partida alemão é principalmente pré-romântico. O
ponto de partida francês é principalmente pré-revolucionário. O ponto de partida inglês é principalmente
contrarrevolucionário. Mas depois, as correntes se confundem. A literatura romântica, que tantas vezes se
gabava de ser mais nacional e mais nacionalista do que o Classicismo, constituiu, no entanto, o movimento
literário mais internacional de quantos a Europa até então tinha visto”.

 Jean Paul (N.1; “poucos escritores foram, em vida, tão idolatrados como Jean Paul; hoje a leitura dos seus
romances é dos trabalhos mais difíceis que possa haver. Obras de grande tamanho e de enredo
complicadíssimo, mas tão pouco coerentes que o leitor, depois das primeira cinquenta páginas, perde o fio,
enfrentando com resignação os acontecimentos mais romanescos e inverosímeis, entorpecido como está pelos
derramamentos de um sentimentalismo desenfreado, banhado em um mar de lágrimas”; foge da vulgaridade
dos expedientes novelísticos banais pelo humorismo, “humorismo fantástico, caprichoso, inesgotável em
aperçus espirituosos, satisfazendo plenamente à definição do humorismo como ‘sorriso entre lágrimas’”, que
aprendeu com Laurence Sterne; “no mio de centenas de páginas indigeríveis encontra o leitor paciente belezas
e até profundidades extraordinárias”; “é preciso aprender a ler Jean Paul. Então, as suas obras se revelam
como documentos de intenso lirismo em prosa. E essa prosa constitui a sua arte. [...] Jean Paul é o maior
colorista da prosa alemã”): Titan (“parece subliteratura, composta de resíduos do século XVIII”); Unsinchtbare
Loge; Elegies (Wuz, Jubelsenior etc.); Vorschule der Aesthetik (tratado que é “uma crítica surpreendentemente
sagaz à estética de Kant e Schiller”); Levana (tratado contrário aos requintes do classicismo); Die Unsichtbare
Loge; Flegelijahre (os dois, juntos com Titan, são romances de educação contrários ao Meister, “e o produto
dessa educação é um adolescente sentimental e sonhador, assim como será o herói dos românticos”);
Siebenkäs (“a mais fantástica das suas obras [...] é um vigoroso romance da pobreza”).

 N.2: O. Walzel. Die deutsche Romantik. Vol.II; 5ªed., Leipzig, 1925. R. Haym. Die romantische Schule. 5ªed.
Berlin, 1928. H.A. Korff. Der Geist der Goethezeit. vols.II Leipzig, 1930.

 N.3: R.Unger: Herder, Novalis, Kleist. Frankfurt, 1922.

 Friedrich Schlegel (N.4; sua primeira pretensão foi fazer uma história da literatura greco-romana, “pendant da
história da arte greco-romana, de Winckelmann”; considerava a poesia grega “não como expressão
permanente da beleza clássica, e sim como expressão natural de um povo de gênio”; “A sua crítica magistral de
Wilhelm Meisters Lehrjahre interpretou, pela primeira vez, uma obra de arte como estrutura completa,
autossuficiente, independente da realidade e sem alusões morais. Friedrich Schlegel é lembrado sobretudo
como grande crítico. Esconde-se, porém, no fundo das suas teorias literárias, um sistema filosófico, sobre o
qual deu aulas em Iena e que só em nossos dias foi descoberto: sistema idealista, cujos elementos essenciais, a
polaridade dialética em torno do centro criador da personalidade subjetiva, são conclusões audaciosas de
ideias de Goethe”): Lucinde (“Exigiu o amor livre como um dos meios de protestar contra vida cinzenta de
todos os dias, em favor de uma vida aventurosa, surpreendente, intensa – uma vida estética”).

 Tieck (N.7; “habilíssimo imitador de todos os estilos de todos os tempos e ditador literário da Alemanha
romântica”; “Tieck não deixou nenhuma obra definitiva, por falta de responsabilidade artística; um talento
muito grande se esgotara-se em virtuosismo, ironia e jogos de imaginação”): William Lovell (“romance gótico,
cheio de horrores, titanismo do Sturm und Drang, sensualidade desenfreada”); Der Blonde Eckbert (conto de
fadas; “tornou-se peça magistral de angústia supersticiosa”); Der Gestiefelte Kater (comédia literária “na qual
um público de burgueses racionalistas assiste a uma representação de um conto de fadas dramatizado,
exprimindo com barulho a sua indignação contra o assunto ‘inverossímil’, conversando, da plateia, com o poeta
e os atores no palco, obrigando, enfim, estes últimos a representar um drama sentimental-burguês”); Franz
Sternbalds Wanderungen (“é um Wilhelm Meister em que a educação do herói se realiza pela arte medieval”) ;
Genoveva; Oktavianus (as duas são dramatizações “altamente poéticas de lendas medievais, introduzindo-se os
efeitos do teatro espanhol”); Der Aufruhr in den Cevennen (A revolta nas Cevenas); Vittoria Accorombona (os
dois são romances históricos “vigorosos”, escritos ao fim da vida).

 Zacharias Werner (N.8; homem de poderoso talento cuja responsabilidade moral sucumbiu completamente;
bom escritor que, por imitar seus antecessores visando uma influência ideológica, estragou as primeiras peças;
“as suas últimas tragédias de mártires cristãos ou bíblicos são melhores do que a fama que deixaram”; teve
grande influência sobre o teatro alemão): Martin Luther; Wanda; Der 24. Februar (O dia 24 de fevereiro; “é
uma tragédia de horrores e assassínios inspirados pelo Destino”).

 N.9: J. Minor. Die Schicksalstragödie in ihren Hauptvertretern (A tragédia do destino em seus principais
representantes). Frankfurt, 1883; M. Enzinger. Das deutsche Schicksalsdrama (O drama fatídico alemão).
Innsbruck, 1922.

 August Wilhelm Schlegel (N.11; teve, na França e na Itália, influência poderosa sobre Stael, Stendhal e Hugo,
Berchet e Manzoni, “de modo que, com ele, a época dos cornelianos e racinianos acabou definitivamente”).

 Chamisso (N.12): Peter Schlemihl (“as desilusões sucessivas da realidade e da personalidade pelo Romantismo
alemão são símbolos da dissolução da realidade social pela Revolução. Da consciência clara dessa situação
nasceu a obra definitiva da época inteira. [...] Simbolizando o seu destino na história de Peter Schlemihl, pobre-
diabo que vendeu, para ser feliz, ao Diabo, a própria sombra; mas à Terra, Schlemihl não encontra a felicidade
em parte alguma, senão – Chamisso era botânico e admirador de Goethe – no estudo desinteressado da
natureza”. “Eis um livro permanente”. Esse livro “distinguiu-se de quase todos os produtos contemporâneos
pela clareza dos símbolos e do estilo”).
 Novalis (N.13; a mística, em suas obras, é séria; “Novalis será o maior poeta da morte”; “é que Novalis tomou
tudo a sério, o medievalismo, a poesia, a filosofia e a morte”; é o poeta “mais profundo dos românticos”;
“como poeta, Novalis está sozinho na sua época; como pensador, não”): Lieds; Die Christenhit oder Europa (A
cristandade ou Europa); Heinrich von Ofterdingen (“romance de um educação espiritual por metempsicoses
sucessivas, é um protesto intencional contra ‘prosaísmo’ de Wilhelm Meister, e a sua poesia é um protesto
inconsciente contra a poesia lúcida do Classicismo. É poesia noturna”); Hymnen na die Nacht (Hinos à noite;
“as poesias insertas entre essa prosa, hinos [...] superam pela música verbal as poesias de Poe e pela
profundidade de angústia os frissons de Baudelaire. Só nos tempos do Simbolismo Novalis entrou no pequeno
número dos poetas alemães de importância universal”); Fragmente.

 Schelling (N.14).

 N.15: W. Leibbrand. Die spekulative Medizin der Romantik (A medicina especulativa do romantismo). Hamburg,
1956.

 N.16: Ric. Huch. Die Blutezeit der Romantik (O apogeu do romance). 13ªed. Leipzig, 1924.

 Heinrich von Kleist (N.18; suas influências são “o ocultismo científico do Schubert e a revolta rousseauniana
que sobrevivera ao Pré-Romantismo, o conservantismo nacional vindo de Herder, e mais os elementos de uma
dramaturgia meio shakespeariana, meio schilleriana, como Zacharias Werner a elaborara [...]; será ainda
preciso lembrar o momento pessoal do choque entre uma natureza gravemente patológica e uma realidade
duríssima, e – last but not least – o gênio, para saber por que esse poeta malogrado, que acabou suicidando-se
com 34 anos de idade, é o maior dramaturgo alemão e o único na literatura universal que merece o epíteto de
‘shakespeariano’. Filho de uma grande família prussiana que fornecera ao Estado numerosos generais e
ministros, parente do delicado idilista pré-romântico Ewald von Kleist, tornou-se Heinrich um dos poetas mais
desgraçados de todos os tempos, em vida e depois da morte”): Die Familie Schroffenstein (obra introdutória,
“um Schicksalsdrama avant la lettre, horrível e horroroso”); Das Kathchen von Heilbronn (“peça medieval [...]
(que) repugnou os contemporâneos pelo sadismo indisfarçado, expressão dos sentimentos patológicos do
poeta – o mesmo sadismo que torna grandiosa e repugnante ao mesmo tempo a Penthesilea, a tragédia do
amor-ódio da amazona contra o seu vencedor”); Penthesilea; Der Zerbrochene Krug (O cântaro quebrado); Die
Hermannsschlacht (“de um nacionalismo tão furioso que não foi possível pensar em publicá-la”); Prinz
Friedrich von Homburg (“obra-prima”, “a tragédia do general que ataca na batalha o inimigo, contra as ordens
expressas do supremo comandante; que se torna vencedor e é, contudo, condenado à morte como
insubordinado – é a maior glorificação da majestade da lei prussiana, acima de arbíyrários geniais e veleidades
subjetivas, e é a única peça realmente shakespeariana dos tempos modernos”); Michael Kohlhaas (“talvez a
maior de suas obras: um homem que foi ofendido pelos poderosos e que não é capaz de encontrar justiça
vinga-se pela revolução anárquica, violando, por sua vez, rodas as leis e toda a Justiça, e acaba no patíbulo
como vítima da Justiça, que restabelece assim a lei, endireitando a ‘fragilidade deste mundo’”).

 Chateaubriand (N.20; “tornou-se um egoísta tão poderoso como Goethe. E o seu papel na literatura francesa
pode ser comparado ao de Goethe na literatura alemã. [...] Chateaubriand pretendeu ‘formar-se’, dar à sua
personalidade uma formação perfeita, colocando-a no centro do seu mundo; e, assim como Goethe, chegou a
fazer da sua vida a maior das suas obras”; “Cada obra de Goethe representa a cristalização poética, mais ou
menos perfeito, de um momento da sua vida. As obras de Chateaubriand são como que ensaios de um grande
ator [...]. Desse modo, Chateaubriand não é um grande poeta; nem sequer sabia fazer versos. A sua prosa
poética, embora rica em valores musicais, é, no fundo, um modelo de eloquência ornada. Chateaubriand não é
um grande romancista; os seus romances, cheios de sentimentalismo obsoleto e pomposas descrições
fastidiosas, são hoje pouco legíveis. Mas tudo em que tocou transformou-se em literatura. Era um grandíssimo
homem de letras, talvez o maior de todos, estilizando a sua vida segundo as suas ideias literárias”; “De fato,
Chateaubriand foi extraordinário jornalista, sempre atual, sempre eficiente, sempre corajoso”; “Com efeito, na
vida de Chateaubriand existe só uma verdade, e esta é muito subjetiva: a do seu ‘eu’. Por isso, a sua
contribuição mais eficiente para a literatura francesa é um sentimento subjetivo, o mal du siècle, a forma
francesa do wertherismo: a sua obra histórica mais importante é René. No resto, o escritor fragmentou-se em
descrições da viagens orientais, italianas, espanholas, americanas”; “Não se esperam dele obras ideológicas,
solidamente elaboradas”; “Quanto mais Chateaubriand escreve, tanto mais se revela a fraqueza dos
argumentos, meramente estéticos, da sua apologia cristã”; “Chateaubriand, um homem só, esboçou um
programa de uma literatura inteira para um século inteiro; e a sua repercussão ainda não acabou”): Génie du
Christianisme; Mémoires d’outre-tombe; René; Les marthyrs (“só revela o classicismo irremediável de poses
teatrais e frases feitas retumbantes da sua retórica; nesta, a mais ambiciosa das suas obras, Chateaubriand só é
um precursor de Sienkiewicz e de falsidades semelhantes”).

 N.22: G. Brandes. Emigrantlitteraturen – Hovedstrømninger i det 19de Aarhundredes Litteratur (Literatura do


emigrante - Principais correntes da literatura do século XIX). Vol. 1. 6ªed., København, 1924; tradução alemã:
Leipzig, 1891; tradução inglesa: London, 1924.

 Madame de Stael (N.27; “Sentimento há muito, psicologia pouca”; “Madame de Stael é utopista do feminismo,
mas não só do feminismo; na verdade, o utopismo é atitude típica de todos os emigrantes, que sempre
esperam voltar”): Delphine; Corinne.

 Robert Southey (N.29): History of Brazil; The life of Nelson.

 N.30: A. Symons. The romantic Movement in English Poetry. London, 1909.; O. Elton. Survery of English
Literature, 1780-1830. 2ªed. London, 1920.

 George Canning (N.31): Anti-Jacobin. Edmund Burke (N.32; “o maior dos oradores ingleses. Ninguém o igualou
jamais no precisão dos argumentos nem na elevação dos períodos clássicos; só o temperamento lhe faltava
para ser o Demóstenes dos tempos modernos”; “Quanto à Revolução Francesa, Burke estava, sem dúvida,
errado; havia um equívoco fatal entre os termos franceses e os termos ingleses. Os ‘privilégios’, que
significavam na França abusos aristocráticos, construíram na Inglaterra as garantias da liberdade
constitucional”): Reflections on the Revolution in France.

 William Wordsworth (N.33; “Quem não aprendeu a viver em intimidade com a poesia de William Wordsworth
ficará perplexo, ouvindo sobre ele as opiniões mais contraditórias. [...] O próprio Wordsworth criou equívocos.
Escreveu muito, demais, de modo que um grande número de poesia extraordinárias se encontra dispersado
entre um número maior de poesias medíocres. É preciso certa indulgência para com a pessoa do poeta, mas
Wordsworth fez pouco para consegui-la: a sua biografia é da mesma trivialidade que a sua cara e as suas
atitudes”; “toda a poesia inglesa do século XIX é, em certo sentido, wordsworthiana: foi ele quem acabou com
o estilo ‘elevado’ da poesia classicista, ensinando todos os poetas a falar em língua coloquial, em inglês
normal”; “Em vez de cantar assuntos mitológicos ou heroicos, Wordsworth pretende apresentar ‘incidents and
situations from common life’; e em nenhuma parte acredita encontrara sentimentos mais profundos e sinceros
do que em ‘humble and rustic life’”): The borderers; Lyrical ballads; Laodamia (“é dos mais clássicos – e dos
mais belos – em língua inglesa, e o propósito de prosaísmo desaparece de todo quando Wordsworth pretende
poetizar ideias filosóficas. Está nesse caso a Ode on the intimations of immortality from recollections of early
childhood, na qual a teoria platônica do saber como anamnese é invocada para recuperar a fé do poeta,
quando menino, na imortalidade da alma”); Lucy poems; Elegiac stanzas suggested by a Picture of peele castle
in a storm; Lines composed a few miles above Tintern Abbey; Yarrow unvisited, Yarrow visited; The prelude; The
excursion (ambos são “leitura difícil e fastidiosa, mas ricos em trechos extraordinários; são verdadeiros
manuais de poesia especificamente inglesa”).

 N.34: F.W. Stokoe. German Influence in the English Romantic Period, with Special Reference to Scott, Coleridge,
Shelley and Byron. Cambridge, 1926.; M.L. Astaldi. Influenze tedesche sulla litteratura inglesa del primo 800.
Milano, 1955.

 Coleridge (N.35; “Coleridge é a figura mais ambígua, mais misteriosa da literatura inglesa, um Proteu que
escapa a todas as definições; até hoje existem apenas interpretações parciais e insuficientes da sua vida e da
sua obra. O único meio de aproximar-se do seu gênio é a exposição metódica dos fatos da sua existência”;
“Coleridge é, muito antes dos tempos dos simbolistas, o maior poeta simbolista da literatura inglesa”;
“Contudo, a sua importância ainda é maior como crítico literário”): France: an ode (após essa obra, “na qual
renunciou às ilusões revolucionárias, encontrou o seu tom próprio: uma música etérea, que parece exprimir
todos os mistérios do Universo, mas que escapa a qualquer interpretação racional, dissolvendo-se em pura
música verbal”. Assim são as obras seguintes); Hymn before Sunrise, in the Vale of Chamouni; Frost at
Midnight; Dejection e Youth and age; Christabel; The rime of the ancient mariner; Kubla Khan, a vision (“o cume
da poesia de Coleridge [...], uma visão mágica do Oriente, inspirada pelo ópio”); Biographia literaria (“é a maior
obra de crítica literária inglesa: a distinção entre a imagination criadora e a fancy arbitrária e ilusória; a
exigência da suspension of disbelief, para compreender e apreciar obras que exprimem crenças e filosofias
alheias às nossas; e a definição da poesia como expressão de um equilíbrio, como resultado de uma tensão
dialética entre impulsos contrários na alma do poeta, e daí a definição da poesia como ambiguidade, são ideias
hoje familiares a todos [...] porque a crítica literária dos I.A. Richards, Empson, T.S. Eliot, Cleanth Brooks se
baseia neles”); Constituition of Church and State; Ancient marines.

 Thomas Moore (N.36): Irish melodies; Lalla Rookh; Utopia.

 Eichendorff (N.44; “A música da língua e o sentimento da natureza harmonizam-se de tal modo que se pode
dizer, sem exagero: essas pequenas composições são do número das poesias mais perfeitos, das mais puras em
língua alemã. Nada de ingenuidade; e a aparente monotonia dos motivos poéticos revela antes uma intenção
muito certa”): Aus dem Leben eines Taugenichts (“É uma reação aos terrores das guerras napoleônicas e
sobretudo da Revolução”); Ahnung und Gegenwart; Das Marmorbild (“Aquela harmonia entre música verbal e
sentimento da natureza não é um presente do Céu a um poeta leve; é grande arte, resultado da disciplina
verbal mais estrita”).

 Annette von Droste-Hulshoff (N.45; “a maior poetisa alemã”; “uma visionária”): Die Schlacht im Löner Bruch (A
batalha de Loen; a maior de suas obras, “trata-se de uma visão assustadora da história regional da sua terra, do
fim dos grandes senhores. Visão sinistra que a atraiu tanto como os fantasmas noturnos no pântano,
reminiscências da mitologia germânica”).

 N.46: C. Schmitt. Politische Romantik. 2ªed. Munchen, 1925. D. Bagge. Les idées politiques em France sous la
Restauration. Paris, 1953.

 Joseph De Maistre (N.47; “como escritor, foi definido, por Thibaudet, como ‘gentilhomme de province’”; “tem a
cabeça clássica”): Considérations sur la France; Soirées de Saint-Pétersbourg (são “tão eloquentes como cruéis,
celebrando a guerra e o carrasco como instituições cristãs”

 Donoso Cortés (N.49; “orador fogoso, em que certo misticismo histórico, de origem agostiniana, contrastando
a Cidade de Deus com as cidades terrestres, veste-se das dobras de uma eloquência ciceroniana – e apolítica”).

 Lamennais (N.50; “ao qual o catolicismo francês deveu uma renovação gloriosa, é de importância primordial
conhecer as fontes da sua fé tradicionalista; só assim será possível explicar a sua apostasia sensacional, depois
de tantas lutas apologéticas”): Esquisse d’une philosophiae; Essai sur l’indifférence; Paroles d’um croyant;

 N.51: M. Bonfantini. Le idee e la poesie del primo romanticismo francese. Milano, 1951.

 Lamartine (N.54; “é um poeta muito grande, um dos maiores e mais puros da língua francesa. Um dos poucos
grandes poetas que conseguiram o sucesso merecido [...]. Mas a carreira pública de Lamartine foi um fracasso
completo. Não sabia agir, porque nada tinha a dizer. Lamartine deu à poesia francesa uma nova sensibilidade e
um novo verso; mas não deu à literatura francesa nenhuma nova ideia, a ponto de ele mesmo se confessar
‘incapaz de pensar’. [...] Lamartine não era um pensador nem um homem de ação, em um momento histórico
que exigiu o pensamento e a ação”): Premières méditations poétique; Poète mourant; Nouvelles méditations;
Harmonies poétique et religieuses (o cume da poesia lamartiniana).

 Lacordaire (N.62; “o maior orador sacro francês desde os tempos de Bossuet”).

 Montalembert (N.63).

 Romantismos de evasão:

 Walter Scott (N.1; “foi, entre todos os escritores da literatura universal, aquele que obteve, em vida, maior
sucesso”; alguns poucos críticos, dos bons, consideram-no o melhor romancista de todos os tempos;):
Waverley novels; Ivanhoe; Quentin Durward; Kenilworth (romance da época elizabetana); The abbot (romance
em torno de Maria Stuart); Woodstock (época de Cromwell; Carpeaux diz que estes três são enfadonhos pelo
processo novelístico, e pretensiosos); The fortunes of Nigel (romance escocês do começo do século XVII); A
legend of Montrose (lutas escocesas contra Cromwell); The bride of Lammermoor (que se passa na Escócia por
volta de 1700); Old mortality; The antiquary (estes são romances muito bons); Guy mannering; Rob Roy (obras-
primas, junto com Waverley, uma trilogia da resistência escocesa contra a Inglaterra no século XVIII); The heart
of Midlothian; Redgauntlet; Minstrelsy of the Scottish border; Liver of the novelists; Redgauntlet; St. Ronan’s
well.

 N.2: J. Ortega y Gasset. “Para um museo romântico” (In: El Espectador, vol.VI, Madrid, 1922).

 N.3: H. Butterfield. The Historical Novel. Cambridge, 1924.

 Os irmãos John e Michael Banim (N.6; “descrições dramáticas da luta irlandesa nos séculos XVII e XVIII têm o
fim confessado de excitar o sentimento nacionalista contra os ingleses”).

 “O sucesso de Scott na Alemanha é um fenômeno de psicologia coletiva. Leituras de grandes façanhas


heroicas no passado distraíram uma população meio entorpecida pela atmosfera cinzenta e ‘idílica’ de
Restauração Absolutista”.

 Alexis (N.9; “talvez o maior dos discípulos de Scott no Continente. Foi só ele, entre todos, que compreendeu o
verdadeiro sentido do gênero: a biografia de uma nação – e escreveu a biografia da Prússia, ou antes, de
Brandeburgo, dos dias pitorescos da Idade Média até os dias da humilhação napoleônica em 1806, revelando
mais uma intenção bem scottiana, a da pedagogia nacional, advertência contra os perigos morais que
precedem a derrota. Alexis é um narrador pouco hábil e um estilista lamentável, mas tem alma de poeta”).

 Ingemann (N.12): Em Polsk Familie (trata da revolução polonesa); Robert Fulton (trata dos destinos de um
inventor).

 N.7: L. Maigron. Le roman historique à l’époque romantique. Essai sur l’influence de Walter Scott. 2ºed. Paris,
1912. N.8: F.W. Bachmann. Some German Imitators of Walter Scott. Chicago, 1933; W. Thomas. “Walter Scott et
la littérature allemande” (In: Mélanges Henri Lichtenberger. Paris, 1934). N.13: E. Lindström. Walter Scott och
den historiska romanem och novellen i Sverige intill 1850. Goeteborg, 1925. N.14: H. Vissink. Scott and His
Influence on Dutch Literature. Zwolle, 1922. N.20: G. Zeller. La novela histórica em España. New York, 1938.
N.22: A. Peers. History of the Romantic Movement in Spain. Cambridge, 1939. N.36: G. Agnoli. Gil albori del
romanzo storico in italia e i primi imitatori di Walter Scott. Piacenza, 1906. N.44: I. Krzyzanowski. “História do
Walter-scottismo polonês” (In: Przeglad Wspólcz, 130, 1933). N.71: A. Béguin. L’âme romantique et le rêve. 2
vols., Marseille, 1937. N.74: Svensk Romantik (Romance Sueco). Stockholm, 1916.

 N.87: C.P. Cambiaire. The Influence of Edgar Allan Poe in France. New York, 1927. N.88: M. Praz. La Carne, la
Morte e il Diavolo nella letteratura romântica. Torino, 1942. N.92. Ric. Huch. Ausbreitung und Verfall der
Romantik (Propagação e declínio do romance.). 11ªed. Leipzig, 1924.; H.A. Korff. Der Geist der Goethezeit (O
espírito da era Goethe.). IV: "Die Hochromantik" (o alto romantismo). Leipzig, 1953. N.93: G. Salomon. Das
Mittelalter als Ideal der Romantik (A Idade Média como ideal de romance). München, 1922. N.96: F. Luebbe.
Die Wendung vom Individualismus zur sozialen Gemeinschaft im romantischen Roman (A passagem do
individualismo para a comunidade social no romance romântico). Berlin, 1931. N.98: J. Baxa. Einfuehrung in die
romantische Staatswissenschaft (Introdução à ciência política romântica). 2ªed. Jena, 1931. N.111: D.
Comparetti. Il Kalevala e la poesia tradizionale dei Finni (O Kalevala e a poesia tradicional dos finlandeses).
Roma, 1891.; A. Anttila. Elias Lönnrot. Helsinki, 1945. N.112: H. Lohre. Von Percy zum Wunderhorn. Leipzig,
1902. N.133: Th.G. Masaryk. Russland und Europa. Zur russischen Geschichts-und Religionsphilosophie. (Rússia
e Europa. Sobre a filosofia russa de história e religião.) Jena, vol.1.1913. N.133: G. Smolic. "Westler und
Slawophile in der neueren Forschung (Ocidentais e eslavófilos em pesquisas recentes)" (In: Zeitschrift fuer
slavische Philologie [Jornal da filologia slava], IX-X, 1932-1933). N.153: J.W. Nagl e J. Zeidler. Deutsch-
oesterreichische Literaturgeschichte (História literária germano-austríaca), vols.1-2 Viena, 1899-1910.

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