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Universidade de Vila Velha

Graduação em Medicina Veterinária


Técnica Cirúrgica Veterinária

Nefrectomia
Professor Rodrigo Viana Sepúlveda

2016.1
Conteúdo
 Introdução;

 Anatomia aplicada à técnica cirúrgica;

 Indicações;

 Pré-operatório;

 Técnica cirúrgica;

 Pós-operatório;

 Complicações.
Introdução
 Cirurgia nos rins:
 Doenças renais podem causar insuficiência
renal aguda (IRA) ou crônica (IRC);

 Lembrar que os pacientes com doença


renal podem ter outros desequilíbrios
graves, além da azotemia:
 Hipercalemia;

 Anemia;

 Desidratação;

 Hiperfosfatemia;

 Outros.
Introdução
 Cirurgia nos rins:
 O sucesso da cirurgia renal depende da
indicação criteriosa do procedimento
cirúrgico e do preparo do paciente para a
cirurgia;

 É extremamente importante a avaliação


renal criteriosa antes da remoção de um
rim;

 Deve-se garantir a função de pelo menos


um rim antes da cirurgia.
Introdução

 Definição:
Nefrectomia

Rim Extirpação

Extirpação dos rins Chamada também


de
ureteronefrectomia

Remoção cirúrgica dos rins e do


ureter ipslateral
Introdução
 Indicações de nefrectomia:
 Lesões renais graves e irreversíveis;

 Trauma renal grave;

 Abcessos renais;

 Hemorragias;

 Neoplasias renais.
Anatomia aplicada à técnica
cirúrgica
Anatomia aplicada à técnica
cirúrgica
Pré-operatório
 Anamnese:
Anamnese criteriosa. Questionar quanto a qualidade e
frequência da micção e da urina.

 Exame físico geral:


Avaliar o paciente quanto a sinais de uremia. Lembrar: distúrbios
urinários podem alterar o equilíbrio hidroeletrolíticos com
consequências graves ao sistema cardiovascular.
 Exame físico específico:
Palpação abdominal pode revelar dor. É altamente indicado
a coleta da urina para análise laboratorial.

 Exames complementares:
Pré-cirúrgico básico. Urinálise. É necessário a avaliação
eletrolítica (sódio, potássio e fósforo, por exemplo).
Ultrassonografia é útil para avaliação renal.
Pré-operatório
 Avaliando a função renal do rim contralateral:
 Parâmetros séricos não são confiáveis para uma
avaliação fiel da função renal:
 Uréia e creatinina só aumentam quando 75% da
função renal está comprometida.
 Ultrassonografia:
 Útilpara avaliar tamanho e forma, mas também
não é um exame fiel da função renal.
 Urografia excretora:
 Avalia a capacidade de filtração de cada rim por
um contraste radiopaco e com conhecido tempo
de filtração glomerular;
 Pode ser afetado por hipotensão ou obstrução do
fluxo.
Pré-operatório imediato
 Jejum de sólidos e líquidos:
Atenção para a idade da
 6 a 12 horas de sólidos. paciente!!!!
 4 horas de líquidos.

 Tricotomia:
 Preparar a região abdominal desde o apêndice
xifoide até o púbis, estendendo lateralmente a área
com tricotomia.

 Antissepsia:
 Preparo do campo operatório de forma rotineira;

 Lembrar da sondagem uretral e limpeza do prepúcio


nos machos.
Técnica cirúrgica
 Posicionamento e preparo do campo:

• Decúbito dorsal e acesso


pela linha média
ventral.
Técnica cirúrgica
 Acesso:

Cadelas e felinos Cães machos


Técnica cirúrgica
 Celiotomia mediana:

• Incisão na linha alba;

• Deslocamento cranial do omento.


Técnica cirúrgica
 Nefrectomia total:
 Identificar e inspecionar os dois rins;

 Liberar o rim afetado do espaço retroperitoneal


por divulsão romba;

 Pode-se utilizar divulsão digital para separar o rim


do peritônio;

 Após a liberação completa do rim, gentilmente,


rotacioná-lo medialmente para expor o hilo renal.
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia total:

Rotação medial do rim


para exposição do hilo
renal
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia total:
 Após a exposição do hilo renal, identificar a
artéria e a veia renal, bem como o ureter;

 Realizar a ligadura dupla da artéria e da veia


(animais maiores, fazer uma ligadura tripla);

 As veias ovarianas e testiculares esquerdas


drenam para a veia renal e não devem ser
ligadas.
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia total:

Identificação da
artéria (seta
verde) e veia (seta
preta) renal
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia total:
 Após ligadura dos vasos do hilo renal, disseca-se
o ureter até a sua inserção na bexiga.
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia parcial:
 Restrita a casos de traumas (raro em cães e gatos);

 A cápsula renal é dissecada próxima a região


lesionada;

 Realizar três ligaduras separadas no parênquima


renal e realizar a ressecção da parte lesionada e,
então, o rim é suturado em padrão simples contínuo
(material de sutura absorvível de calibre 5-0 ou 6-0);

 Ocluir o parênquima renal com a cápsula (difícil) ou


com o omento ou com retalho de serosa intestinal.
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia parcial:

Dissecar a cápsula e
definir a área a ser
removida
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia parcial:

Realizar três ligaduras


separadas no
parênquima renal
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia parcial:

Realizar três ligaduras


separadas no
parênquima renal
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia parcial:

Realizar três ligaduras


separadas no
parênquima renal
Técnica cirúrgica
 Nefrectomia parcial:

Realiza-se a ressecção
da parte lesionada e,
então, o rim é
suturado em padrão
simples contínuo
Pós-operatório
 Retirada dos pontos de pele entre 7 e 10
dias;

 Uso obrigatório da roupa de proteção ou


do colar elizabetano;

 Uso de analgésicos;

 Fluidoterapia por 24 horas e avaliação da


produção urinária (1 a 2 mL/Kg/h).
Complicações
 Complicações inerentes a qualquer
procedimento cirúrgico:
 Infecção  relacionada a assepsia
pobre  uso de antimicrobianos;

 Dor  relacionada a manipulação


excessiva dos tecidos e edema;

 Deiscência  relacionada a uma baixa


técnica de síntese.
Complicações
 Complicações relacionadas a técnica
cirúrgica utilizada:
 Hemorragia  baixa técnica na
ligadura;

 Ureterocele  uma grande porção do


ureter permaneceu no paciente;

 Insuficiênciarenal  indicação do
procedimento em um momento errado,
uso de drogas nefrotóxicas ou
hipotensão anestésica.

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