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ETIOLOGIA
INTRODUÇÃO • Iatrogênico
Traumas são a principal causa de morte em pacien- o Cirurgias percutâneas e laparoscópicas
tes até 40 anos, sendo que cerca de 10% acometem • Não iatrogênico
o trato urinário, mais frequentemente o rim.
o Ferimentos por arma branca (30%)
o Outros ferimentos
TRAUMA RENAL
O rim é o 3º órgão parenquimatoso mais acometido CONDUTA
no trauma abdominal fechado (perde para fígado e MAIORIA = TRATAMENTO CIRÚRGICO (rara-
baço), sendo a hematúria a manifestação mais fre- mente pode ser conservador)
quente, seguida de dor e equimose no flanco/dorso IMPORTANTE: cirurgia do aparelho urinário sempre
e fratura de arcos costais inferiores. Contudo, a he- tem que ser fio absorvível, se não, forma-se uma
matúria pode estar ausente em situações em que matriz de cálculo.
urina ou sangue não atingem a bexiga:
• Avulsão de ureter
TRAUMA RENAL NÃO PENETRANTE (FE-
• Obstrução de ureter por coágulos
CHADO OU CONTUSO)
• Lesões extensas do parênquima ou pedículo
O rim é retroperitoneal, e é fixado somente pelo CORRESPONDE A 80% DOS TRAUMAS RENAIS
pedículo vascular e pelo ureter, sendo exposto a
deslocamentos por aceleração/desaceleração. CONDUTA
O GRAU DE HEMATÚRIA NÃO TEM RELAÇÃO COM
Paciente hemodinamicamente estável
A GRAVIDADE (PODE ATÉ ESTAR AUSENTE)
• Urografia excretora normal → observação
• Urografia excretora inconclusiva → indica TC
CLASSIFICAÇÃO O tratamento não operatório consiste em:
• Repouso
• Manutenção da volemia
• Correção do Ht
• Monitorização clínica e radiológica
Podem ser APENAS OBSERVADOS:
• Pacientes com lesões pequenas (grau I, II e III)
• Pacientes com lesões grandes (grau IV), porém
estáveis
o Se você abordar, com certeza vai ter que tirar
o rim; se não abordar, ocorre cicatrização e é
possível que sobre alguma função renal
DIAGNÓSTICO TRATAMENTO
Na suspeita de rotura uretral, evitar cateterismo A sutura deve ser feita sempre em dois planos.
uretral. Deve-se determinar se a rotura de bexiga é: Deve-se manter drenagem contínua da urina (tanto
• INTRAPERITONEAL → indicação de cirurgia na rotura intra quanto extraperitoneal) no pós-ope-
o Mais comum e mais associada a fratura pélvica ratório por sonda de Foley para evitar a distensão
o Suspeita: TC com líquido livre + sem lesão vesical, permitindo melhor cicatrização.
de víscera maciça + hematúria Deve-se drenar também o espaço de Retzius e a
• EXTRAPERITONEAL → indicação de drenagem cavidade abdominal, evitando a formação de cole-
ções e abscessos.
DETERMINAR SE HÁ LESÕES RENAIS ASSOCIADAS
TRAUMA DE URETRA Consiste na perineostomia com esvaziamento do
hematoma, hemostasia, uretrorrafia término-ter-
Uretra minal e sonda uretral por 2-3 semanas.
peniana
Uretra COMPLICAÇÕES: pode haver retração do coto
anterior
Uretra bulbar
proximal, sendo necessário o cateterismo retró-
Trauma de Diafragma grado por abertura da bexiga (cistostomia). Identi-
uretra
Uretra
urogenital ficando-se os cotos, faz-se a uretrorrafia término-ter-
membranosa minal, sonda e fechamento da cistostomia.
Uretra
posterior
Uretra
prostática TRAUMA DE URETRA POSTERIOR
(MEMBRANOSA E PROSTÁTICA)
Em 90%, é causado por trauma contuso.
PRINCIPAL EXAME: uretrocistografia retrógrada. A ROTURA DE URETRA MEMBRANOSA É A
A SONDAGEM É CONTRAINDICADA NO PACI- MAIS FREQUENTE DE TODAS
ENTE COM SUSPEITA DE LESÃO URETRAL! (re- 90% são causadas por fraturas da pelve óssea (mas
alizar uretrografia primeiro) ocorrem em 5% dessas fraturas) → é condição prati-
camente obrigatória. São quase sempre totais e
completas devido ao mecanismo de guilhotina
TRAUMA DE URETRA PENIANA por desgarramento da aponeurose perineal média.
Ocorre por choque direto ou flexão brusca (coito ou Clinicamente, ocorre mau estado geral, hipotensão
masturbação). Pode ser classificada em: e sinais de hipovolemia e choque. Ao toque retal,
• Rotura parcial não se sente a próstata (“próstata flutuante”), que
o ROTURA PARCIAL INTERNA (rotura apenas da está substituída pelo hematoma.
mucosa) → dor e uretrorragia
o ROTURA PARCIAL EXTERNA (rotura da parte TRATAMENTO
esponjosa, sem lesão da mucosa) → hema- • Cistostomia percutânea (se possível) ou aberta
toma periuretral, sem uretrorragia (se laparotomia por outra causa ou fratura pél-
• ROTURA TOTAL → hematoma + uretrorragia vica) + correção da lesão uretral (anastomose
OBS.: Uretrorragia é saída de sangue pela uretra, direta ou telescopagem)
não acompanhada pela saída de urina. o Técnica de escolha por menor incidência de
estenose uretral e impotência sexual
o A correção é feita meses após o trauma
TRATAMENTO
• Melhora do quadro geral
Em alguns casos, requer somente o uso de sonda
uretral de demora, que tampona o sangramento. o Reposição volêmica
o Medidas de suporte
Após, o paciente é acompanhado em ambulatório
com avaliação do fluxo urinário, e, se necessário, O USO DE SONDA COMO TRATAMENTO PRI-
realização de dilatações para manter o calibre de- MÁRIO NÃO É POSSÍVEL NA MAIORIA DAS
vido ao grande risco de estreitamento. LESÕES DE URETRA POSTERIOR
• Ensina-se ao paciente como colocar sonda de OBS.: A cistostomia só é feita nos traumas de uretra
Melaton: coloca, tira, lava e guarda, todos os dias posterior!
durante 1 mês, então 3x/semana, diminuindo
gradativamente; se piorar, aumentar a frequência
TRAUMA DE PÊNIS
TRATAMENTO
CIRURGIA IMEDIATAMENTE
A via de acesso pode ser:
• Circunferencial no sulco coronal
• Longitudinal na rafe mediana
• Desenluvamento do pênis
• Rafia da túnica albugínea – pode haver disfunção TRAUMA CONTUSO → DEPENDE
erétil secundária à fibrose TRAUMA ABERTO → ORQUIECTOMIA
Expõe-se os corpos cavernosos para identificar le- O tratamento cirúrgico consiste na drenagem do
sões a serem reparadas. hematoma e da hematocele, com desbridamento e
síntese da albugínea.
ROTURA DA TÚNICA ALBUGÍNEA → CIRURGIA
INDICAÇÕES CIRÚRGICAS
• Hematoma + dor
• Impossibilidade de distinguir o testículo do
epidídimo
• Trauma penetrante de escroto – exceto feri-
mento superficial ou tangencial
• Tempo > 3 dias do trauma
• Vascularização comprometida
Na suspeita de torção, cintilografia e USG podem
ser utilizados.
AMPUTAÇÃO Nos casos de amputação, o reimplante deve ocorrer
em até 8h.
Deve-se manter o coto em solução salina com he-
parina e antibióticos até o início da reconstrução,
que deve ser o mais precoce possível, com microa-
nastomoses do nervo e vasos dorsais, e anastomose
da uretra.
O tratamento consiste na reconstrução peniana
(reimplante, se possível, ou uretrostomia perineal
ou cistostomia).
OBS.: Amputação tira só o pênis, emasculação tira
pênis e testículos.
TRAUMA DE TESTÍCULO
RUPTURA
Geralmente ocorre em impactos de alta energia ci-
nética.
QUADRO CLÍNICO
• Dor
• Edema escrotal
• Equimose/hematoma
• Incapacidade de distinguir clinicamente testí-
culo e epidídimo