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USUCAPIÃO EXT RAJUDICIAL E SUA EFICÁCIA COMO MEIO DE PROMOÇÃO DO ACESSO À JUST IÇA FRE…
Bruno Mart ins Ribeiro Bast os
FACULDADE DAMÁSIO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LAT U SENSU EM DIREIT O NOTARIAL E REGIST RAL …
André Luiz Bogado Cunha
201757 ConJur Minuta do CNJ sobre usucapião extrajudicial contraria a Constituição
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OPINIÃO
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201757 ConJur Minuta do CNJ sobre usucapião extrajudicial contraria a Constituição
Não é preciso grande vivência para saber que é muito fácil forjar um
compromisso de compra e venda, ou uma promessa de cessão. Tão fácil
quanto isso é a possibilidade de elaboração de uma declaração de quitação
do débito previsto no referido instrumento contratual. Com isso, pela
proposta contida na Minuta do CNJ, estaria dispensada a notificação dos
titulares de direitos reais. Perceba-se que, em razão do processo de
envelhecimento dos documentos, o requerente-fraudador poderia requerer
a usucapião de um imóvel por ele nunca possuído. Depois de transferida a
propriedade, sem qualquer comunicação ao ex-titular do domínio, o
requerente “invade” o imóvel. A propriedade estaria, agora, em nome do
fraudador. O prejuízo seria incalculável.
Ainda que não se apele para um exemplo extremo, como o narrado acima, é
preciso rejeitar esse tipo de proposta, na qual documentos, não submetidos
ao contraditório, são vistos como suficientes para acarretar a perda da
propriedade imobiliária. Ora, em juízo, sobre as provas devem submeter-se
a argumentação das partes e, mais do que isso, ao direito de produção de
uma prova contrária. Não há nada de sofisticado nisso, é apenas a
compreensão basilar do que se possa entender por processo.
2 http://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/consultas-publicas/regulamentacao-
do-procedimento-de-usucapiao-extrajudicial
4 Para que a assertiva não fique vaga, devemos lembrar aqui que a
expressão “grileiro” tem origem numa prática desse tipo. Coloca-se um
determinado documento, feito na atualidade, num dado recipiente,
juntamente com um ou mais grilos. Depois de pouco tempo, o papel, antes
branquíssimo, toma o aspecto de envelhecido, amarelado e roído.
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201757 ConJur Minuta do CNJ sobre usucapião extrajudicial contraria a Constituição
Dierle Nunes é advogado, doutor em Direito Processual, professor adjunto na PUC Minas e
na UFMG e sócio do escritório Camara, Rodrigues, Oliveira & Nunes Advocacia (CRON
Advocacia). Membro da Comissão de Juristas que assessorou na elaboração do Novo CPC na
Câmara dos Deputados.
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COMENTÁRIOS DE LEITORES
2 comentários
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Com a devida vênia, algumas conclusões são questionáveis. Primeira, s. m. j., ninguém
vai perder a propriedade de um imóvel pelo registro da usucapião. A inscrição do direito,
mesmo originário, tem eficácia juris tantum (salvo para o Dr. Leonardo Brandelli,
defensor isolado, porém com respeitável fundamentação, de uma eficácia registral
superior). Logo, a inscrição pode ser cancelada se o suporte fáctico criador da usucapião
não tiver sido corretamente aferido pelo registrador. Segunda, a práxis registral impõe a
máxima cautela, diversamente de outros ramos jurídicos. Por esta razão tantos
operadores anteveem se tornar a usucapião extrajudicial letra morta, em virtude das
pesadas exigências (documentais) que são esperadas dos registradores. Em âmbito
extrajudicial trabalha-se com segurança jurídica, ou seja, os documentos
indubitavelmente aptos à declaração extrajudicial de usucapião também o deverão ser
em âmbito judicial. Não é crível que um registrador imobiliário defira a declaração de
usucapião sem um conjunto documental com elevadíssimo grau de "certeza". Na falta de
certeza será indeferido. Ressalta-se que o maior trunfo desta usucapião extrajudicial,
ainda não explorado pela doutrina, não é permitir a mera aquisição de imóveis, mas sim
alcançar as hipóteses de retificação extramuros e acréscimos de áreas, efeito que a
retificação administrativa não propicia. Em referência à tentativa de maximizar a
utilidade do instituto, há de se concordar que a utilização da expressão "livre
convencimento" foi infeliz, pois não existe convencimento do registrador (muito menos
livre). A qualificação registral é híper rigorosa e fundada em (in)suficiência documental,
de sorte que a decisão positiva do registrador é mera ratificação.
USUCAPIAO EXTRAJUDICIAL
jocafilho (Advogado Autônomo - Empresarial)
20 de abril de 2017, 9h39
O procedimento tornou-se mais burocrático do que a via judicial, e na prática tem sido
recusado por tabelionatos e registros imobiliários - tende a se tornar letra morta.
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