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Práticas Laboratoriais de

Bioquímica

Quantificação de
proteína

João Ricardo Sousa


Departamento de Biologia e Ambiente
Escola das Ciências da Vida e do Ambiente
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
jricardo@utad.pt
Extensão: 4352
A espectroscopia de absorção molecular no
ultravioleta (UV) e visível (Vis) é uma
técnica muito usada em laboratório, que se
baseia na interação da radiação
electromagnética com a matéria

(medir a quantidade de energia absorvida em


função do comprimento de onda  usado)
(principio da técnica)

João Ricardo Sousa (UTAD)


... com base neste principio a espectroscopia
de absorção molecular no ultravioleta (UV)
e visível (Vis) permite:

 identificar substâncias químicas (análise qualitativa);

 determinar a sua concentração (análise quantitativa);

João Ricardo Sousa (UTAD)


A região ultravioleta (UV) do espectro é
considerada na faixa dos 200 a 400 nm, enquanto
a região do visível (Vis) entre os 400 a 800 nm

João Ricardo Sousa (UTAD)


Absorção molecular no UV/Vis

 absorção da radiação electromagnética de


 na faixa de 160 a 780 nm;

  inferiores a 150 nm são altamente


energéticos que levam à ruptura de ligações
químicas;

 acima de 780 nm atinge-se o IV próximo, onde a energia, com


níveis relativamente baixos, começa a promover apenas vibrações
moleculares e não transições electrónicas;

 devido ao elevado número de estados vibracionais e rotacionais, um


espectro de absorção no UV/Vis apresenta um formato alargado
(banda);

João Ricardo Sousa (UTAD)


Espectros de absorção
Riscas Abs. Atómica Bandas Abs. Molecular
(nº limitado de frequências absorvidas) (maior nº de estados de energia)

Energia E1
E = h.
E0
átomo molécula
Absorvância

Absorvância

Absorvância
(nm) (nm) (nm)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Características da radiação electromagnética

Carácter ondulatório Carácter corpuscular


natureza dual
(reflexão; refração) (absorção; emissão)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Características da radiação electromagnética

Carácter natureza dual


Carácter corpuscular
(absorção; emissão)
ondulatório
(reflexão; refração)

Comprimento Comprimento
de ondas longo de ondas curto

Reduzida frequência () Elevada frequência ()


Reduzida energia (E) Elevada energia (E)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Carácter ondulatório da radiação electromagnética

Relação entre o comprimento de onda () e a energia (E)

()1

espaço

1distância
entre 2 pontos consecutivos na
mesma fase de vibração (nm; m)
h: constante de Planck (6,63*10-34 Js);
c: velocidade da luz no vazio (2,99*108 ms-1);
: frequência;
: comprimento de onda;

ENERGIA (E) é inversamente proporcional ao COMPRIMENTO DE ONDA ()

João Ricardo Sousa (UTAD)


Na espectrometria os máximos de absorção são a principal
diferença que se observa no espectro de substância diferentes

Fenómeno menos energético

Espectrograma do -caroteno Espectrograma da Ag coloidal

O QUE FAZ QUE A ABSORÇÃO DA LUZ SEJA


DIFERENTE ENTRE SUSBTÂNCIAS
João Ricardo Sousa (UTAD)
… as substâncias absorvem radiação devido à presença de
GRUPOS CROMÓFOROS …

Absorve em vários
comprimentos de onda
diferentes (vários grupos
funcionais) ASPARTAME

grupos cromóforos:
São grupos funcionais que apresentam absorção característica na
região do UV ou Vis

ex: carboxilo (-COOH) (200-210 nm)


João Ricardo Sousa (UTAD)
… as substâncias absorvem radiação devido à presença de
GRUPOS CROMÓFOROS …

Outros grupos cromóforos:

 Carboxilo (-COOH): 200 – 210 nm;


 Aldeído (-COH): 210 nm; 280 – 300 nm;
 Amino (-NH2): 195 nm;
 Brometo (-Br): 208 nm;
 Dissulfeto (-S-S-): 194 nm; 255 nm;
 Éster (-COOR): 205 nm; Substâncias diferentes
 Éter (-O-): 185 nm; diferentes grupos funcionais
 Nitro (-NO2): 210 nm;
 Nitroso (-NO): 302 nm;
 Tiocarbonilo (=C=S-): 205 nm;
 Tioeter (-S-): 194 nm; 215 nm;
 Tiol (-SH): 195 nm;

João Ricardo Sousa (UTAD)


… as substâncias absorvem radiação devido à presença de
GRUPOS CROMÓFOROS …

… o processo de absorção da radiação envolve transições


electrónicas bem definidas (energia quantizada) (E=h)

E = h.

E = h.

subnível
energético

Cada transição electrónica vem


Nível energético
acompanhada de uma transição rotacional
e vibracional (consequência?)
João Ricardo Sousa (UTAD)
2,0

1,5
Absorvância

1,0

0,5

0,0

350 400 450 500 550 600 650 700 750

 (nm)
Absorção molecular: O espectro de absorção é caracterizado por bandas largas
devido aos vários níveis e subníveis energéticos dos orbitais moleculares.
João Ricardo Sousa (UTAD)
Absorção da radiação

1ª Etapa:
Excitação electrónica da molécula “M”

M + h → M*

2ª Etapa:
Relaxamento

M* → M + calor

M* → M’ + M” (fotodecomposição)

M* → M + h (luminescência)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Características dos processos de absorção do visível

A cor de uma espécie em solução é a cor complementar àquela do  que absorve

A região que contém o  de máxima absorção de uma espécie de interesse pode ser
prevista se a solução da amostra for colorida
João Ricardo Sousa (UTAD)
Medida da absorção e análise quantitativa
Quando um feixe de radiação monocromática atravessa uma
solução contendo uma espécie absorvente, uma parte da energia
desse feixe é absorvida e outra é transmitida

I0 – intensidade do feixe de luz incidente;


I – intensidade do feixe de luz emergente;
b – percurso óptico (1 cm);

Transmitância (T) – atenuação da intensidade sofrida pelo feixe de luz incidente (I0);
Absorvância (A) – depende do nº de centros absorventes (concentração);

QUANTO MAIOR A TRANSMITÂNCIA MENOR É A ABSORVÂNCIA


João Ricardo Sousa (UTAD)
Absorvância
 adimensional;
 traduz a diferença de intensidade entre feixes de radiação monocromática
incidente (I0) e emergente (I);
 é proporcional à intensidade de absorção (concentração da espécie
absorvente na solução) (c);
 é proporcional à espessura da célula de leitura (cuvete) (b);

João Ricardo Sousa (UTAD)


Relação entre a absorvância e concentração (lei de Beer-Lambert)

A quantidade de radiação monocromática absorvida por uma


amostra é descrita pela lei de Beer-Bernard-Bouguer-Lambert

João Ricardo Sousa (UTAD)


Relação entre a absorvância e concentração (lei de Beer-Lambert)

Johann Heinrich Lambert (1728 – 1777):


observou que a intensidade da luz transmitida por um
meio absorvente era proporcional à espessura do meio
pelo qual a luz passava

Bouguer e Lambert observaram que quando a energia é absorvida a energia


transmitida decresce exponencialmente com o caminho óptico (a
proporção de luz incidente absorvida é directamente proporcional à
espessura da amostra atravessada pelo feixe de luz).

João Ricardo Sousa (UTAD)


lei de
Lambert
Um aumento da distância
percorrida pelo feixe de radiação
implica um aumento do número
de moléculas absorvente da
radiação de energia (E=h)

A1<A2<A3<A4

João Ricardo Sousa (UTAD)


Relação entre a absorvância e concentração (lei de Beer-Lambert)

August Beer (1825 – 1863):


observou que a intensidade da luz transmitida por um meio
absorvente era proporcional à concentração da espécie
absorvente

Beer e Bernard observaram que quando a energia é absorvida, a energia


transmitida decresce exponencialmente com a concentração (a proporção
de luz incidente absorvida é directamente proporcional ao número de
moléculas da substância atravessada pelo feixe de luz).

João Ricardo Sousa (UTAD)


lei de Beer
A1<A2<A3<A4

Um aumento da
concentração da solução
implica um aumento do
número de moléculas
absorvente da radiação de
energia (E=h)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Relação entre a absorvância e concentração (lei de Beer-Lambert)

(i) combinando as duas equações:

(ií) como a A = - logT, temos:

(iií) a absorvância é directamente proporcional à concentração e espessura


do meio absorvente (percurso óptico)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Relação entre a absorvância e concentração (lei de Beer-Lambert)

(iv) A constante k3 é designada de absortividade () e é dependente do 


e da natureza do material absorvente

k3: coeficiente de absortividade (L g-1 cm-1);


: coeficiente de absorvitividade molar ou de extinção molar (L mol-1 cm-1);

coeficiente de extinção molar () de uma substância é o valor da absorvância


exibido por uma solução dessa substância de concentração 1M, quando medida num
tudo com um percurso óptico de 1 cm

A=bc lei de Beer-Lambert

João Ricardo Sousa (UTAD)


Os fotómetros (colorímetros) e espectrofotometros são
instrumentos utilizados para registo dos valores de
absorvância (Abs) ou transmitância (T) em função do
comprimento de onda ().
… aparelhos de medição da absorção de radiação ocorrida num feixe de
comprimento de onda () definido (radiação monocromática) que atravessa
uma solução em que se encontram presentes as moléculas a identificar ou
quantificar …

Espectrofotómetro de bancada Fotómetro de bancada

João Ricardo Sousa (UTAD)


Componentes da instrumentação usada na
determinação da absorvância na zona UV/Vis

amostra
fonte de radiação indicador
detector

elemento dispersante

registador

Fotómetro: o  usado na avaliação é seleccionado de forma descontínua; a


selecção do  é realizada por filtros que limitam a radiação incidente a uma
determinada banda de  (380-780 nm);
Espectrofotómetro: o  usado na avaliação é selecionado em gamas limitadas, de
forma contínua e variável, em toda a zona do espetro (200 a 1000 nm); a seleção
do  usado é realizada por um monocromador;
João Ricardo Sousa (UTAD)
Componentes do espectrofotometro

Fonte

Espectrofotometro de bancada

João Ricardo Sousa (UTAD)


Componentes do espectrofotometro

fonte de
radiação

Fonte de radiação:
 deve possuir um feixe de radiação com intensidade suficiente para
proporcionar a medida (ser facilmente detectada e medida);
 pode ter mais que uma fonte emissora;
 o feixe produzido deverá ser estável;
João Ricardo Sousa (UTAD)
Zona do UV Zona do visível (Vis)

200 nm 390 nm 800 nm

(i) lâmpada de descarga lâmpada de Tungsténio de


eléctrica de hidrogénio (H) filamento incandescente
e (ii) lâmpada de deutério

(ii) (i)
João Ricardo Sousa (UTAD)
Emissões, por comprimento de onda, das principais
lâmpadas para espectrofotometria

João Ricardo Sousa (UTAD)


Zona do UV Zona do visível (Vis)

200 nm 800 nm

LED’s (díodos emissores de luz)

Arco de Xenon (Xe)


(gás nobre)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Componentes do espectrofotometro

fonte de
radiação

(2)
(1)

(3)

(1) fendas
(2) Lentes ou espelhos Selecionadores de
(3) Unidades de dispersão da REM comprimento de onda ()
(elementos de resolução)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Fendas:
 entrada da REM

 saída da REM

tem como objectivo reduzir


ou fixar as dimensões do
feixe de radiação,
restringindo assim radiação
desnecessária, mas também,
radiação parasita.

João Ricardo Sousa (UTAD)


Lentes ou
Espelhos
colimadores

tem como objectivo focar o


feixe de radiação

colimação da radiação
Tornar os feixes de luz quase paralelos aumentando a precisão
das trajectórias das suas partículas (fotões)
João Ricardo Sousa (UTAD)
Componentes do espectrofotometro
Lentes

Fonte de
radiação

Fenda

Rede de
difração

Detector

Cuvete Fenda Lentes

João Ricardo Sousa (UTAD)


Componentes do espectrofotometro

João Ricardo Sousa (UTAD)


Fonte

Compartimento da célula de leitura

João Ricardo Sousa (UTAD)


As células de leitura são colocadas no compartimento de células do
espectrofotometro, que deve garantir um elevado grau de estanquicidade à
luz ambiente (minimizar interferências) (compartimento fechado).

Porta células
João Ricardo Sousa (UTAD)
material

João Ricardo Sousa (UTAD)


micropipetas

100 – 1000 μl
200 – 1000 μl
1 – 5 ml

ponteiras
João Ricardo Sousa (UTAD)
micropipetas (1)

(2)
(1) êmbolo; (3)
(2) botão de ejeção da ponteira; (4)

(3) ajuste do volume;


(5)
(4) leitura do volume;

(5) eixo de ejção da ponteira;

(6) fixação da ponteira;

(6)
João Ricardo Sousa (UTAD)
Como usar a micropipeta

aspiração descarga

João Ricardo Sousa (UTAD)


Como usar a micropipeta

João Ricardo Sousa (UTAD)


Soluções de albumina

Solução aquosa de albumina Solução aquosa de albumina


(BSA) 0,4% (m/v) com concentração desconhecida

João Ricardo Sousa (UTAD)


para 1L:
1,5 de sulfato de cobre (CuSO4);
6,0 g de tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6·4H2O);
300 ml de solução de hidróxido de sódio (NaOH) 2,5M
1,0 g de iodeto de potássio (KI);

papel cientifico
Solução aquosa de
BIURETO

H2O destilada
João Ricardo Sousa (UTAD)
Células de leitura de plástico com
espectrofotómetro um percurso óptico de 1 cm

João Ricardo Sousa (UTAD)


Células de leitura
(cuvetes)

João Ricardo Sousa (UTAD)


 Características de transparência;

 Tamanho;

 Forma;

João Ricardo Sousa (UTAD)


As células de leitura deverão ser construídas em materiais que
não interfiram (não absorvam ou sejam transparentes) com a
radiação electromagnética na região espectral usada

QUARTZO (Q)
VIDRO ÓPTICO (G)

PLÁSTICO

Características de transparência
(MATERIAL)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Absorção molecular no UV/Vis

O vidro absorve fortemente os comprimentos de onda na zona do UV.


Abaixo de 300 nm toda a radiação é absorvida. O quartzo começa a
absorver fortemente somente abaixo de 200 nm.
João Ricardo Sousa (UTAD)
As células de leitura deverão ser construídas em
materiais que não interfiram (não absorvam ou sejam
transparentes) com a radiação electromagnética na
região espectral usada

Material cdo (nm) Zona espectral


Cristal óptico/vidro borossilicatado 380 – 780 Vis 1
Plástico 380 – 780 Vis 1
Quartzo fundido < 380 UV 2
Quartzo UV 185 UV 2
Quartzo ES 190 – 2000 UV 2/Vis 1
Quartzo IR 220 - 3500 IR 3
1Visível; 2Ultravioleta; 3Infravermelho

João Ricardo Sousa (UTAD)


Absorção molecular no UV/Vis

João Ricardo Sousa (UTAD)


As células de leitura deverão ser construídas em
materiais que não interfiram (não absorvam ou sejam
transparentes) com a radiação electromagnética na
região espectral usada

(NSG Precision Cells, 2007)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Cuvetes - tipos
Cuvete padrão com tampa de teflon Semi-micro cuvete com tampa de teflon

Cuvete padrão e rectangular com tampa de teflon Cuvete de fluxo contínuo

Cuvete de anaeróbia Cuvete cilíndrica com rolha de teflon

Cuvete padrão com rolha de teflon ou vidro Cuvete padrão para fluorimetro com tampa de teflon

G – vidro óptico;
H – quartzo UV;
I – quartzo IR;
S – quartzo ES
Tamanho das células = percurso óptico

Cuvete Tipo 1 UV10

(1)

(1)

(2)

(3)
(1) Diâmetro interno (percurso óptico)
(2) Espessura da parede (2*1,25=2,50 mm)
(3) Diâmetro externo (12,5 mm)

(1) = (3) – (2) = 10,0 mm = 1,0 cm


João Ricardo Sousa (UTAD)
Tamanho das células = percurso óptico

(mais usado)

100 mm

50 mm
40 mm
20 mm 2mm 1 mm
10 mm 5 mm

(2) (1)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Cuvete de percurso óptico duplo

Percurso óptico (luz) de 10 mm (1,0 cm)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Cuvete de volume variável

Volume de amostra reduzido

João Ricardo Sousa (UTAD)


Formas das cuvetes

 Faces planas e perpendiculares à radiação


incidente;

 Cilíndricas (menor custo e repetibilidade);

João Ricardo Sousa (UTAD)


Face lisa
(para leitura)

Face estriada ou
fosca
(para manipulação)

cuvete cuvete
cuvete

Manuseio das cuvetes


João Ricardo Sousa (UTAD)
vortex

x7

Suporte de tubos de ensaio tubos de ensaio (7)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Computador portátil
(tratamento dos resultados; estimativa da recta padrão;
determinação dos valores de concentração da amostra e
respectiva correção (fd)
João Ricardo Sousa (UTAD)
metodologia
João Ricardo Sousa (UTAD)
1ª parte:
Identificação do valor de  em que a coloração violeta do método de
BIURETO tem o valor máximo de absorvância

Tubo A: Tubo B:

 2 ml H2O;  2 ml BSA 0,4%;

 4 ml BIURETO  4 ml BIURETO

Tubo A Tubo B

Vortex (≈ 10 s) para homogeneizar

João Ricardo Sousa (UTAD)


1ª parte:
Identificação do valor de  em que a coloração violeta do método de
BIURETO tem o valor máximo de absorvância

Após vortizar (homogeneização),


deixar reagir durante um período
aproximado de 10 minutos para obter
desenvolvimento de cor (?)

Tubo A Tubo B

João Ricardo Sousa (UTAD)


BIURETO:
Biureto obtém-se a partir da decomposição da ureia, quando esta é submetida a uma temperatura
de aproximadamente 180 ºC.

Soluções alcalinas que contenham biureto


desenvolvem uma coloração violeta, quando em
presença de sulfato de cobre (CuSO4). Esse
fenômeno deve-se à formação de um complexo
entre o íão Cu2+ e os átomos de azoto (N)
presentes na molécula do biureto. O esquema ao
lado representa um modelo da formação do
respetivo complexo:

interação biureto – Cu2+


João Ricardo Sousa (UTAD)
BIURETO:
As ligações existentes na molécula de biureto são similares às ligações peptídicas
estabelecidas entre os aminoácidos durante a formação de peptídeos e proteínas, tal
como observado na figura que representa a interação entre as ligações peptídicas de
uma proteína ou peptídeo com o ião Cu2+:

interação biureto – Cu2+ interação ligação peptídica – Cu2+

João Ricardo Sousa (UTAD)


BIURETO:
A reação de peptídeos e proteínas com o sulfato de cobre recebeu o nome de Teste do
Biureto, e é utilizada para pesquisa de ligações peptídicas.

Reagente de biureto

(CuSO4; NaOH)

Proteína

Complexo de cor violeta

João Ricardo Sousa (UTAD)


1ª parte:
Identificação do valor de  em que a coloração violeta do método de
BIURETO tem o valor máximo de absorvância

Tubo A Tubo B

Branco Solução com o


(controlo) analito (BSA)

João Ricardo Sousa (UTAD)


varrimento
A

máx

João Ricardo Sousa (UTAD)


A
Absorvância
B
mA

mB
C
mC

D
mD

Concentração (mg/ml)

Maior declive da recta maior sensibilidade do modelo

João Ricardo Sousa (UTAD)


Sensibilidade:
medida da capacidade do modelo descriminar entre
pequenas diferenças na concentração de um analito.

-Dois fatores limitam a sensibilidade: a


inclinação da curva de calibração e a
reprodutibilidade ou precisão do dispositivo
de medida;

-Para dois métodos que tenham a mesma


precisão, aquele que tem a curva de
calibração mais inclinada será o mais
sensível;
sensibilidade analitica: γ = m/Ss
m: inclinação da curva de calibração;
Definição: INCLINAÇÃO DA CURVA Ss: desvio padrão de medida;
DE CALIBRAÇÃO A UMA DADA
CONCENTRAÇÃO DE INTERESSE (m);

João Ricardo Sousa (UTAD)


2ª parte:

2.1 determinação da recta padrão ou curva de calibração

2.1.1 determinação dos valores de absorvância (A) em


soluções de concentração conhecida (soluções padrão);

2.1.2 estabelecimento da equação de regressão linear pelo


método dos quadrados mínimos, através do Excel;

2.2 determinação da concentração de albumina (proteína) na


solução de concentração desconhecida;
2.2.1 determinação do valor de absorvância (A);

2.2.2 interpolação do valor de concentração (c) com base no


modelo matemático de regressão;

João Ricardo Sousa (UTAD)


2.1 determinação da recta padrão ou curva de calibração
2.1.1 determinação dos valores de absorvância (A) em soluções
de concentração conhecida (soluções padrão);

Soluções padrão
Tubo Albumina H2O dest. BIURETO Concentração Abs
nº 0,4% (ml) (ml) (ml) (mg/ml)

1 0,0 2,0 4,0 0 ?

2 0,5 1,5 4,0 1 ?

3 1,0 1,0 4,0 2 ?

4 2,0 0,0 4,0 4 ?

aplicação dos reagentes no tubo de ensaio


João Ricardo Sousa (UTAD)
2.1 determinação da recta padrão ou curva de calibração
2.1.1 determinação dos valores de absorvância (A) em soluções
de concentração conhecida (soluções padrão);

Soluções padrão Cálculos ?

Tubo Albumina H2O dest. BIURETO Concentração Abs


nº 0,4% (ml) (ml) (ml) (mg/ml)

1 0,0 2,0 4,0 0 ?

2 0,5 1,5 4,0 1 ?

3 1,0 1,0 4,0 2 ?

4 2,0 0,0 4,0 4 ?

que volumes ? João Ricardo Sousa (UTAD)


Cálculos

Vpip ? Vpip ? Vpip ? Vpip ?

Sol. Padrão 1 Sol. Padrão 2 Sol. Padrão 3 Sol. Padrão 4

Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml


Solução mãe de Tubo nº 1 Tubo nº 2 Tubo nº3 Tubo nº4
albumina 0,4% (m/v) (0,0 mg/ml) (1,0 mg/ml) (2,0 mg/ml) (4,0 mg/ml)

Que volume se deve pipetar da solução mãe (alb 0,4%) para, por diluição,
fazer soluções padrão de concentrações de 0,0, 1,0, 2,0 e 4,0 mg alb/ml

João Ricardo Sousa (UTAD)


Solução mãe de
Cálculos
albumina

0,4% (m/v) ? mg/ml

0,4% (m/v) «» 100 ml de solução → 0,4 g de albumina

1 ml de solução → 0,004 g de albumina

1 ml de solução → 4,0 mg de albumina

João Ricardo Sousa (UTAD)


Solução mãe:
C1V1 = C2V2
Csol. mãeV1sol. mãe= Csol. Padrão i Vfinal tubo

Vpip Vpip Vpip Vpip

0,0 ml 0,5 ml 1,0 ml 2,0 ml

Padrão 1 Padrão 2 Padrão 3 Padrão 4

Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml


Solução mãe de Tubo nº 1 Tubo nº 2 Tubo nº3 Tubo nº4
albumina 0,4% (m/v) (0,0 mg/ml) (1,0 mg/ml) (2,0 mg/ml) (4,0 mg/ml)
ou 4,0 mg/ml

João Ricardo Sousa (UTAD)


H2O:

H2 O

Vpip Vpip Vpip Vpip

2,0 ml 1,5 ml 1,0 ml 0,0 ml

Padrão 1 Padrão 2 Padrão 3 Padrão 4

Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml


H2O destilada Tubo nº 1 Tubo nº 2 Tubo nº3 Tubo nº4
(0,0 mg/ml) (1,0 mg/ml) (2,0 mg/ml) (4,0 mg/ml)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Reagente de cor

BIURETO

Vpip Vpip Vpip Vpip

4,0 ml 4,0 ml 4,0 ml 4,0 ml

Padrão 1 Padrão 2 Padrão 3 Padrão 4

Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml


BIURETO Tubo nº 1 Tubo nº 2 Tubo nº3 Tubo nº4
(0,0 mg/ml) (1,0 mg/ml) (2,0 mg/ml) (4,0 mg/ml)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Amostra pré-diluída 10x (Porquê)
Solução de albumina
com concentração
desconhecida

Tubo nº Amostra diluída H2O (ml) BIURETO Abs


10x (ml) (ml)

5 1,0 1,0 4,0 ?


6 1,0 1,0 4,0 ?
7 1,0 1,0 4,0 ?

João Ricardo Sousa (UTAD)


diluição
diluição de 10x

H2 O
(destilada)

amostra de soro com balão volumétrico de


concentração elevada 100 ml
de albumina

João Ricardo Sousa (UTAD)


Amostra de BSA concentração desconhecida:

Vpip Vpip Vpip

1,0 ml 1,0 ml 1,0 ml

Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml


Solução de BSA de Tubo nº 5 Tubo nº 6 Tubo nº7
concentração desconhecida (R1) (R2) (R3)
(diluída 10x)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Amostra de BSA concentração desconhecida:
H 2O

Vpip Vpip Vpip

1,0 ml 1,0 ml 1,0 ml

Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml


H2O destilada Tubo nº 5 Tubo nº 6 Tubo nº7
(R1) (R2) (R3)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Amostra de BSA concentração desconhecida:
BIURETO

Vpip Vpip Vpip

4,0 ml 4,0 ml 4,0 ml

Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml Vtubo = 2 ml

BIURETO Tubo nº 5 Tubo nº 6 Tubo nº7


(R1) (R2) (R3)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Quadro resumo: ??

João Ricardo Sousa (UTAD)


Varrimento:

 máxima
Absorvância

João Ricardo Sousa (UTAD)


Curva de calibração (recta de regressão):

Soluções padrão de BSA recta de regressão:

 inserir;
 gráfico (dispersão; pontos);
 adicionar linha de tendência;
 modelo linear;
 mostrar equação do gráfico;
 mostrar valor de r2 do gráfico;
 identificar as variáveis;

João Ricardo Sousa (UTAD)


Curva de calibração (recta de regressão):

João Ricardo Sousa (UTAD)


Curva de calibração (recta de regressão):

Este modelo matemático permitirá


transformar o sinal espectroscópico,
absorvância (A), da amostra com
concentração desconhecida em valores
de concentração de albumina (mg/ml)

João Ricardo Sousa (UTAD)


Interpolação do valor de concentração (c) com base no
modelo matemático de regressão:

Valores de
concentração da
amostra original?
João Ricardo Sousa (UTAD)
Não – existiram diluições; logo o valor de concentração é
inferior ao da amostra original (1ª diluição)

 diluição durante a preparação da


amostra (fd1=10x);

João Ricardo Sousa (UTAD)


Não – existiram diluições; logo o valor de concentração é
inferior ao da amostra original (2ª diluição)

1 ml 1 ml
(solução de BSA de (H2O destilada)
concentração
desconhecida)

 diluição durante o modo


Tubo nº (5,6,7) preparatório (fd2=2x);
João Ricardo Sousa (UTAD)
Concentração da amostra original (correção):

diluição prévia do soro


toma da amostra

Valor de concentração de
albumina da amostra original
Fim João Ricardo Sousa (UTAD)

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