Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Complicações do diabetes................................................................................ 12
Toda vez que seu médico bate na tecla “glicemia”, é para se referir à quantidade
de glicose (açúcar) presente no seu sangue, simples assim. Para chegar até a
sua corrente sanguínea, existe um caminho “oficial”, que envolve a ingestão de
alimentos ricos em carboidratos, como pão, bolos, bolachas e massas, além
daquela cerveja gelada e, claro, dos doces.
Toda vez que tiver dúvidas sobre esse mecanismo, tente pensar na insulina
como uma chave que abre as fechaduras das células do corpo e permite a
entrada da glicose.
4
Isso vai te ajudar a entender, inclusive, o motivo desse hormônio ser tão
importante e as implicações que o seu mau funcionamento pode acarretar
para a saúde. Não se preocupe, falaremos mais sobre isso adiante.
Mas o que você precisa saber, por ora, é que quando os níveis de insulina estão
inadequados, a glicose fica sem essa “carona” para viajar até o interior das
células e, nessa eterna espera, ela acaba se acumulando no sangue repetidas
vezes.
Lembra daquela velha história de que o consumo não pode ser maior que o
gasto de energia diária? Pois bem. Além disso, o excesso de açúcar no sangue
é convertido em acúmulo de gordura corporal.
Tudo isso abre alas para outras doenças crônicas sérias, como problemas
cardiovasculares, hipertensão e diversos tipos de câncer.
Mas é claro que não vou me resumir a essas informações: meu objetivo, neste
material, é te ajudar a vencer qualquer barreira que atrapalhe a sua linha de
chegada para uma vida com menos açúcar e mais saúde. E para isso quero
trazer muitas informações valiosas para pavimentar esse caminho.
Você sabia?
Não é preciso consumir tantos carboidratos para ter energia como te contaram.
Isso porque nosso organismo também produz glicose naturalmente para nos
manter ativos, sem precisar necessariamente ingerir alimentos.
É como se a sua saúde ficasse sob panos escuros, sem receber notícias do
seu estado: é grave? Está tudo sob controle? Preciso fazer algo?
6
Outros exames importantíssimos para flagrar níveis inadequados de glicemia
e insulina são:
7
Diabetes: um assassino silencioso
Vou começar dizendo que nem tudo se resume aos tipos 1 e 2 de diabetes
— até porque também existe uma terceira variação, não tão mencionada nos
consultórios nem nas conversas de portão.
Mas antes de chegar nessa parte, precisamos falar sobre o meio termo entre
saudável e diabético: o pré-diabetes, conhecido como o estágio inicial da doença.
Pré-diabetes
A condição é um grande aviso de que o paciente tem potencial para desenvolver
diabetes tipo 2. Nesse quadro, já é possível observar alterações na glicemia
e resistência à insulina no organismo do paciente, mas ainda não em níveis
tão altos a ponto de caracterizar a doença propriamente dita.
Esse momento “nem lá, nem cá” pode durar anos e representa alto risco
quando os devidos cuidados não são tomados para barrar a chegada da
“Bete” no baile. Ao mesmo tempo, é uma janela de oportunidade que mostra,
ao horizonte, que ainda dá tempo de reverter esses danos com mudanças
efetivas nos hábitos de vida.
8
Tempos depois, aparecem os sinais que acusam o verdadeiro e perigoso
diabetes tipo 2...
• Sede excessiva;
• Cansaço;
• Fome;
• Vontade frequente de urinar;
• Visão embaçada;
• Aumento do apetite...
Mas vamos com calma, porque quero te explicar as engrenagens por trás
de cada tipo de diabetes. É importante que você conheça suas principais
características para que, se for o caso, parta para um tratamento certeiro e
eficiente.
Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 costuma aparecer logo na infância ou adolescência e é
considerado uma doença autoimune, em que o organismo, equivocadamente,
começa a atacar as células do pâncreas que produzem a insulina.
9
Diabetes tipo 2
Esse é o tipo mais comum. Lá atrás, era padrão afirmar que essa doença
atingia, majoritariamente, pessoas com mais de 40 anos que estão acima do
peso, são sedentárias e/ou têm predisposição genética para o diabetes tipo 2.
Diabetes tipo 3
O que diabetes tem a ver com Alzheimer? Segundo médicos mais atualizados,
tudo. Pesquisas recentes já mostraram que o açúcar no sangue, quando mal
controlado, pode, sim, elevar o risco de desenvolver a doença neurodegenerativa.
10
beta-amiloide, uma proteína presente em maiores concentrações no cérebro
dos portadores de Alzheimer que rouba a memória e as funções cognitivas
ao longo do tempo.
11
Complicações do diabetes
Doenças cardiovasculares
A International Diabetes Federation é enfática: mais de 80% das mortes por
diabetes estão relacionadas a problemas cardíacos. O diabetes, quando está
fora de controle, potencializa os processos inflamatórios do organismo e
aumenta exponencialmente os riscos de infarto, AVC e endurecimento das
artérias.
Problemas na visão
A retinopatia diabética é mais um dos intrusos que vêm dentro da mala do
diabetes. Essa é uma complicação que danifica os vasos sanguíneos dentro
da retina dos olhos, deixando a vista embaçada, com borrões e dificuldade
em diferenciar cores. Em estágios mais avançados, pode ocorrer cegueira.
Catarata e glaucoma também podem vir acompanhados.
Impotência sexual
Essa informação pode chocar, mas você
não deve ficar sem saber: a prevalência de
disfunção erétil chega a atrapalhar a vida de
52,5% dos homens com diabetes. Essa é a
conclusão de um estudo publicado no jornal
científico Diabetic Medicine.
12
Quando eles estão fora de campo, fica complicado para o estímulo chegar
ao pênis e os vasos dilatarem para aumentar o volume do órgão masculino.
Infecções
A hiperglicemia atrapalha os glóbulos brancos na hora de fazer seu trabalho
de combate à infecções. E é por esse motivo que toda vez que elas surgem
em pessoas diabéticas, tendem a ser mais complicadas de serem curadas. A
cicatrização de feridas, muitas vezes, acontece a passos de formiga ou sequer
chega a ser completa.
Pé diabético
Peito do pé inchado, calos, feridas, dedos avermelhados, perda de sensibilidade…
Todos esses sintomas fazem parte dessa condição muito comum entre os
portadores de diabetes. Em casos muito graves, quando as lesões não recebem
os devidos cuidados, pode ser necessária até mesmo a amputação do membro.
13
Os supernutrientes que nocauteiam a
glicose alta
Picolinato de cromo
Essa junção do ácido picolínico e do mineral cromo não veio para brincadeira:
além de desempenhar um importante papel no metabolismo de carboidratos,
lipídios e gorduras, potencializando a ação da insulina e evitando picos de
açúcar no sangue, o picolinato de cromo também pode ser aproveitado para
aumentar a saciedade e cessar aquela vontade de atacar a geladeira.
Após esse período, foi constatado que aqueles que usaram o suplemento de
picolinato de cromo apresentaram aumento significativo na sensibilidade à
insulina sem mudanças na distribuição da gordura corporal, em comparação com
14
os indivíduos que tomaram o placebo, que não tiveram alterações importantes.
Biotina
Pesquisadores de Bangkok, na Tailândia, investigaram efeitos de diversos
nutracêuticos — entre eles, a biotina. Suas conclusões foram animadoras: a
vitamina está envolvida no metabolismo celular da glicose e pode estimular
a liberação de insulina no pâncreas.
Junte a biotina com o carinha ali de cima — o cromo — e o efeito é melhor ainda:
essa dupla de sucesso é boa para melhorar o controle glicêmico, diminuindo
os níveis de glicemia e hemoglobina glicada em pessoas com sobrepeso e
obesos com diabetes tipo 2.
Magnésio
Entre tantos motivos pelos quais você deveria consumir mais magnésio,
um deles é para evitar seu déficit no organismo que está relacionado ao
desenvolvimento de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica (cujo denominador
15
comum é a resistência à insulina, que aumenta as chances de desenvolver
doenças cardíacas, diabetes e AVC).
Isso porque seus baixos níveis podem levar à alteração na função do pâncreas,
o que, automaticamente, compromete a produção de insulina. Quando ela falha,
a glicose não consegue entrar nas células para se transformar em energia e,
com isso, ocorre o aumento da glicemia no sangue.
Zinco
Da mesma forma que o magnésio, muitos estudos já forneceram evidências
de que o baixo nível de zinco está associado à diminuição da sensibilidade
e secreção prejudicada da insulina, além do aumento de biomarcadores
inflamatórios.
Vitamina B2
A riboflavina, como também é chamada a B2, faz toda a diferença para auxiliar
no metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras, convertendo-as em
energia para as atividades do dia a dia sem deixá-las passeando “sem rumo”
pelo organismo. Com toda essa otimização, é possível afirmar que a vitamina
B2 favorece o emagrecimento.
16
Selênio
Um recente estudo italiano investigou o efeito da suplementação de selênio
em um grupo de indivíduos com sobrepeso e obesidade com idade entre 18
e 65 anos, que adotaram uma dieta de baixa caloria por três meses.
Mais tarde, os dois grupos foram comparados e aqueles que tomaram selênio
apresentaram uma mudança significativa na composição corporal, envolvendo
diminuição da massa gorda e dos níveis de leptina (hormônio que regula o
apetite).
Cobre
“Quanto mais cobre existe [no organismo], mais a gordura é decomposta”, é
o que declara um cientista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Ele desvendou, junto à sua equipe, a importância desse mineral para quebrar
as células de gordura para que possam ser usadas como energia. A descoberta
foi publicada na revista científica Nature Chemical Biology.
17
Café verde
O extrato de grão de café verde é do tipo mil e uma utilidades: ajuda a reduzir
a pressão arterial sistólica (aquele maior valor verificado durante a medição,
sabe?), a glicose no sangue e a resistência à insulina. Tudo isso foi comprovado
em uma análise feita pela Universidade Shahid Beheshti de Ciências Médicas,
no Irã.
Vale lembrar também que o café verde pode atuar como um potente termogênico,
que ajuda a acelerar o metabolismo e facilitar a queima de gordura localizada.
Pimenta
Já ouviu falar que comer pimenta emagrece? Ok, nada é capaz de fazer milagre
sozinho, mas a verdade é que essa iguaria pode, sim, ajudar nesse processo.
É que a capsaicina e a piperina, duas substâncias encontradas na pimenta,
possuem ação termogênica e fazem com que o metabolismo trabalhe de
forma acelerada para gastar mais energia e, assim, ajudar a eliminar quilos
que podem incomodar.
18
Chás que derrubam a glicemia
Ambas são muito úteis para controlar a glicemia e cuidar do diabetes tipo 2
de forma natural. Essas duas plantas que vou te apresentar são, inclusive,
reconhecidas pela OMS para o tratamento da doença e podem ser prescritas
no SUS. Tome nota:
19
Modo de preparo:
Utilize 2 gramas do fruto seco para cada 150 ml e faça uma infusão por 10
minutos. O ideal é consumir uma xícara (150 ml) de duas a três vezes ao dia
e, de acordo com a Dra. Lara, fazer um rodízio a cada 16 semanas, trocando
por outro chá.
Contraindicações:
Modo de preparo:
20
Contraindicações:
Também deixo aqui outras sugestões de chás poderosos para você experimentar
em casa e ter uma ajuda natural para combater o diabetes:
• Chá de graviola;
• Chá de carqueja;
• Chá de goiaba.
Vou aproveitar essa deixa para deixar um ponto muito claro: apesar de parecer
algo muito convidativo, o açúcar não precisa ser a principal fonte de energia
do seu corpo.
No Protocolo Contra o Diabetes, programa do Dr. Naif Thadeu, outro grande colega
e parceiro da Jolivi, você encontra um guia completo com todas as mudanças
de hábitos necessárias para reduzir a glicose e a insulina descompassadas
com alimentação cetogênica, suplementação e outros meios.
Hoje fico por aqui, na torcida para que tenha te ajudado a enxergar sua saúde
de uma outra perspectiva e a equilibrar seu índice glicêmico.
Um abraço,
Fernando Scremin.
21
Referências bibliográficas:
• Nguyen TT, Ta QTH, Nguyen TKO, Nguyen TTD, Giau VV. Type 3 Diabetes and Its Role Implications in
Alzheimer's Disease. Int J Mol Sci. 2020 Apr 30;21(9):3165. doi: 10.3390/ijms21093165. PMID: 32365816;
PMCID: PMC7246646.
• The Lancet Diabetes & Endocrinology. Type 2 Diabetes in Adolescents and Young Adults.
• Wiley Online Library - Diabetic Medicine. High Prevalence of Erectile Dysfunction in Diabetes: a Systematic
• Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre Diabetes
Tipo 2.
• Roshan H, Nikpayam O, Sedaghat M, Sohrab G. Effects of green coffee extract supplementation on anthro-
pometric indices, glycaemic control, blood pressure, lipid profile, insulin resistance and appetite in patients
with the metabolic syndrome: a randomised clinical trial. Br J Nutr. 2018 Feb;119(3):250-258. doi: 10.1017/
• Christopher Edet Ekpenyong* (2018). Micronutrient deficiency, a novel nutritional risk factor for insulin
22
resistance and Syndrom X, Archives of Food and Nutritional Science .2, 016-030. doi:10.29328/journal.
afns.1001013.
• Barbagallo, M., & Dominguez, L. J. (2015). Magnesium and type 2 diabetes. World journal of diabetes, 6(10),
1152–1157.
• Córdova Mariángel P, Avello Lorca M, Morales Leon F, Fernández Rocca P, Villa Zapata L, Pastene Navarrete
E. Effects of Bauhinia forficata Link Tea on Lipid Profile in Diabetic Patients. J Med Food. 2019 Mar;22(3):321-
• Welihinda J, Karunanayake EH, Sheriff MH, Jayasinghe KS. Effect of Momordica charantia on the glucose
• DOE/Lawrence Berkeley National Laboratory. (2016, June 6). Copper is key in burning fat: Scientist says
• Cavedon, E., Manso, J., Negro, I., Censi, S., Serra, R., Busetto, L., Vettor, R., Plebani, M., Pezzani, R.,
Nacamulli, D., & Mian, C. (2020). Selenium Supplementation, Body Mass Composition, and Leptin Levels in
Patients with Obesity on a Balanced Mildly Hypocaloric Diet: A Pilot Study. International journal of endocri-
• William T. Cefalu, Audrey D. Bell-Farrow, Jane Stegner, Zhong Q. Wang, Telle King, Tim Morgan, James G.
23