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NEGÓCIO JURÍDICO
MAPUTO
2021
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA EM MOÇAMBIQUE
Escola Superior de Direito
NEGÓCIO JURÍDICO
MAPUTO
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4
CAPÍTULO I .................................................................................................................. 5
NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................................. 5
1.Conceito .................................................................................................................................... 5
2.Classificação dos negócios jurídicos ....................................................................................... 5
2.1.1Negócios jurídicos unilaterais ........................................................................................ 6
2.1.2 Negócios jurídicos bilaterais .......................................................................................... 6
3. Negócios inter vivos e negócios mortis causa ......................................................................... 6
METODOLOGIA
Boa leitura!
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CAPÍTULO I
NEGÓCIO JURÍDICO .
1.Conceito
Os Negócios jurídicos são actos jurídicos constituídos por uma ou mais declarações de
vontade, dirigidas à realização de certos efeitos práticos, com intenção de os alcançar sob
tutela do direito, determinado o ordenamento jurídico produção dos efeitos jurídicos
conformes à intenção manifestada pelo declarante ou declarantes. 1
Podemos conceituar, ainda, objetivamente, como sendo facto voluntário, cujo núcleo
essencial é integrado por uma ou mais declarações de vontade, a que o ordenamento
jurídico atribui efeitos jurídicos concordantes, com o conteúdo das partes.
Facto jurídico (lato sensu) – Facto jurídico voluntário ou ato humano – ato jurídico
(lato sensu) – lícito – negócio jurídico.
1 PINTO, Carlos Alberto da Mota, Teoria Geral do Direito Civil, 4ª edição: Coimbra Editora, 2005, p.379.
2A classificação aqui apresentada é a que consta do plano temático da disciplina de Teoria Geral do
Direito civil para o ano letivo de 202 A 0 do ISCTEM.
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2.1. Negócios jurídicos unilaterais e negócios jurídicos bilaterais.
De acordo com prof. Mota Pinto, o critério que está por detrás dessa classifição tem
a ver com o número e modo de articulação das declarações integradoras do negócio3.
Os negócios jurídicos inter vivos são aqueles que produzem efeitos em vida das
partes, entre os vivos 5. Exemplo: Os contratos em geral são realizados para que seus
efeitos sejam produzidos dessa maneira.6
3 PINTO, Carlos Alberto da Mota, op. cit., p.385.
4 Ibidem. p.386.
5 PINTO, Carlos Alberto da Mota, et al. op. cit., p.389.
6 CASTRO, Paulo Roberto Ciola de. Direito Civil-Negócio jurídico.2018. Londrina : Editora e Distribuidora
Educacional S.A. p. 16
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4.Negócios consensuais ou não solenes e negócios formais ou solenes.
4.1Negócios consensuais ou não solenes.
Os negócios jurídicos consensuais ou não solenes são aqueles que podem ser
celebrados por quaisquer meios declarativos aptos a exteriorizar a vontade negocial, a lei
não exige uma forma7. Torna-se importante destacar que no nosso direito como regra
geral os negócios jurídicos são consensuais, de acordo com o artº 219º do CC (Princípio
da liberdade declarativa ou liberdade de forma).
5.Negócios reais
Os negócios reais são aqueles em que, para o acto ficar perfeito, além de uma
manifestação de vontade das partes, formal ou não, se exige a prática de um acto de
entrega da coisa que é objecto do negócio9. Essa entrega materia da coisa diz-se tradição.
Desse modo, nesses negócios a perfeição depende, além da declaração, da tradição da
coisa que nele é objecto. Exemplo: depósito (vide o artigo 1185 do Código civil), mútuo
(vide o artigo 1142 do Código civil).
Os negócios jurídicos pessoais são negócios cuja disciplina não tem que atender à
disciplina dos declaratários e aos interesses gerais da contratação, mas apenas à vontade
real, psicológica do declarante.Isto é, não há vontade real da parte, não há liberdade
contratual. Exemplo: casamento (veja-se o artigo 7 da Lei n.º 10/2004, de 25 de Agosto).
7 Os negócios consensuais firmam-se com simples acordo de vontades.
8 CASTRO, Paulo Roberto Ciola de. op.cit. p. 16.
9 FERNANDES, Luís A, teoria geral do direito civil, V. II, parte II. pag. 206
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7.Negócios onerosos e negócios gratuitos
A distinção dos negócios jurídicos em onerosos e gratuitos tem como critério o conteúdo
e finalidade do negócio nos termos que a seguir se evidenciam10.
10 PINTO, Carlos Alberto da Mota, op. cit.,399.
11 PINTO, Carlos Alberto da Mota, op. cit.,p. 406.
12 Ibidem. p.407-8.
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Ao invés, actos de disposição são os que, dizendo respeito à gestão do património
administrado, afectam a sua substância, alteram a forma ou a composição do capital
administrados, atingem o fundo, a raiz, o casco dos bens. São actos que ultrapassam
aqueles parâmetros de actuação correspondente a uma gestão de prudência e
comedimento sem riscos 13.
Os requisitos legais do objecto negocial são formulados no artigo 280 do Código civil,
das quais, possibilidade física ou legal, determinável, lícito, conforme com a ordem
pública, conforme os bons costumes.
Isto é , para a existência de um negócio jurídico, é necessário que haja declaração da/s
parte/s, pois, sem declaração, não há negócio jurídico. O artigo 217 versa sobre os tipos
de declaração, a saber, declaração expressa e declaração tácita.
Quanto a forma, o legislador cedeu aos que celebram o negócio a liberdade de forma, ou
seja, é permitido aos interessados fixarem livremente o conteúdo do negócio, embora
dentro dos trâmites legais.
Por exemplo: se um empresário necessita de alguém para exercer a administração de sua
empresa enquanto está ausente, mas possui empregados muito resistentes à autoridade de
um mandatário, pode haver a celebração de uma compra e venda resolúvel da sociedade
que tem por escopo a mera transferência dos poderes de administração (ao invés de
celebração de contrato de mandato).
13 PINTO, Carlos Alberto da Mota, op. cit., p.408.
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Existem também pressupostos para a realização do negócio jurídico: capacidade jurídica.
Segundo o artigo 130 do Código civil, o que tem 21 anos adquire capacidade plena de
exercícios de direitos, ficando habilitado a reger a sua pessoa e a dispor dos seus bens. Os
incapazes também podem realizar o negócio jurídico, desde que estejam devidamente
representados ou assistidos.
Resumindo, para que o negócio jurídico tenha validade deve seer firmado por agente
capaz:
• Pessoa que tenha no mínimo 21 anos, com capacidade plena;
• Pessoa absolutamente incapaz, devidamente representada;
• Pessoa relativamente incapaz, assistida pelo seu assistente;
• Pessoa jurídica.
CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
1.Obras de referência
2.Legislação
• Código Civil.
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