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Modelos em Terapia Ocupacional

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Modelos em Terapia Ocupacional
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Um Modelo significa… ordem, regra…

“O objectivo último de um Modelo de prática é prescrever


formas de converter estados de disfunção ocupacional em
e s t a d o s d e f u n ç ã o o c u p a c i o n a l ”.
( Tr o m b l y, 1 9 9 5 )

Explica a ordem, a desordem, o processo terapêutico.


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“Um Modelo é uma representação simplificada da estrutura e


d o c o n t e ú d o d e u m fe n ó m e n o o u s i s t e m a , q u e d e s c r e v e o u
explica relações complexas dentro do sistema e integra
e l e m e n t o s d a t e o r i a e d a p r á t i c a ”.

(Hagedorn, 1997)

“ O M o d e l o c o n c e p t u a l a j u d a o Te r a p e u t a a e s p e c i f i c a r e
e n q u a d r a r o p r o b l e m a ”.

( K i e l h o f n e r, 1 9 9 2 )
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H i e r a r q u i a d o s M o d e l o s e m Te r a p i a O c u p a c i o n a l

■ Modelos Profissionais

■ Modelos de Delineação

■ Modelos de Aplicação
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■ Modelos Profissionais

▪ Descrevem de uma forma global o papel e a prática do


Te r a p e u t a O c u p a c i o n a l .

▪ Podem ser aplicados a diferentes clientes e situações .

▪ Centram-se no termo ocupação.


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■ Modelos de Delineação

▪ C a r a c t e r i z a m a a b o r d a g e m d o Te r a p e u t a O c u p a c i o n a l a
grupos específicos de clientes ou situações.

▪ Estabelecem limites e dão d i r e c t r i ze s para essa


abordagem.
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■ Modelos de Aplicação

▪ Descrevem acções específicas a aplicar ao cliente.

▪ Descrevem de forma objectiva técnicas específicas de


avaliação e intervenção.

▪ Estão intrinsecamente ligados aos Modelos de Delineação.


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■ C a ra c t e r í s t i c a s d o M o d e l o d e D e l i n e a ç ã o

▪ Cada Modelo é construído a partir de bases


interdisciplinares.

▪ Cada Modelo dirige-se a um grupo particular ou fenómeno .

▪ C a d a M o d e l o é c o n s t i t u í d o p o r A r g u m e n t o s Te ó r i c o s .
▪ O r d e m , D e s o r d e m , I n t e r v e n ç ã o Te r a p ê u t i c a .
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> Ordem – o modelo explica como o fenómeno opera e


influencia o comportamento ocupacional.

> Desordem – o modelo explica o processo da


desorganização que pode ocorrer no fenómeno e o impacto
dessa desorganizaçãono comportamento ocupacional.

> I n t e r v e n ç ã o Te r a p ê u t i c a – o m o d e l o e x p l i c a c o m o a
intervenção pode positivamente influenciar a disfunção do
fenómeno .
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▪ Uma vez que os Modelos são utilizados na prática,


acumulam também tecnologia para aplicação terapêutica.

▪ Os Modelos submetem-se à investigação no que diz


respeito aos argumentos teóricos e à eficácia da terapia.
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M O D E LO S P RO F I S S I O N A I S
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■ Modelo de Ocupação Humana (MOHO)

■ Modelo Canadiano do Desempenho Ocupacional (MCDO)


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M O D E LO S D E D E L I N EAÇ ÃO
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■ Modelo de Reabilitação

▪ Baseia-se nos princípios da medicina e das ciências físicas.

▪ Pretende prevenir e/ou diminuir as disfunções, caso estas


n ã o s e c o n s i g a m u l t r a p a s s a r.

▪ O Te r a p e u t a O c u p a c i o n a l a s s u m e o p a p e l d e p r o p o r c i o n a r
formas de compensação que facilitem o desempenho
ocupacional da pessoa.
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■ 4 premissas

▪ Recuperação da independência através de compensações.


▪ Os papéis e valores da pessoa influenciam a motivação
para a autonomia.
▪ O contexto ambiental e a situação económica da família
influenciam a motivação para a autonomia.
▪ No raciocínio clínico devem considerar-se o ambiente, a
capacidade funcional e os dispositivos adequados.
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■ Comportamento indicador da função/disfunção

Avaliação das Áreas de Ocupação

Classificação indica os níveis de assistência necessária:


▪ Assistência (mínima, moderada e máxima)
▪ Supervisão (mínima, moderada e máxima)
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■ Avaliação

▪ Observação directa provocada


▪ Observação directa espontânea
▪ Entrevista
▪ Instrumentos de avaliação
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■ Intervenção

▪ Dispositivos de compensação
▪ Ortóteses
▪ Modificações ambientais
▪ Dispositivos para a marcha
▪ Modificações na cadeira de rodas
▪ Aconselhamentos sobre segurança
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■ Modelo Biomecânico

Bases interdisciplinares
▪ Cinemática
▪ Mecânica

Te n d o s u b j a c e n t e :
▪ Anatomia
▪ Fisiologia
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Ordem

O movimento envolve 3 componentes:

▪ Amplitude de movimento
▪ Força
▪ E n d u ra n c e
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Desordem

■ Limitação da amplitude de movimento


▪ Lesão da articulação
▪ Doença ou traumatismo
▪ Edema dos tecidos
▪ Dor
▪ Espasticidade
▪ Encurtamento do músculo ou tendão
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■ Diminuição da força
▪ Lesão do neurónio motor
▪ Distrofia muscular
▪ Imobilização

■ Falta de endurance
▪ Actividades complexas e de longa duração
▪ Disfunções cardiovascular e respiratória
▪ Doença muscular
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I n t e r v e n ç ã o Te ra p ê u t i c a

■ Preservar e modificar a capacidade funcional

▪ Prevenção das deformidades


▪ Manutenção ou melhoria da capacidade do movimento
▪ Compensação de movimentos limitados
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Te c n o l o g i a p a ra a p l i c a ç ã o t e ra p ê u t i c a
■ Avaliação
▪ Dinamómetros
▪ Te s t e m u s c u l a r
▪ Prono-supinador
▪ Inclinómetro
▪ Goniómetro
▪ Endurance é medida através do tempo ou número de
repetições que se consegue desempenhar antes de se ficar
fatigado.
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Te c n o l o g i a p a ra a p l i c a ç ã o t e ra p ê u t i c a

■ Intervenção

▪ Desenho, confecção e treino de ortóteses


▪ E xe r c í c i o s t e r a p ê u t i c o s
▪ Estudo de equipamento especial e das modificações de
certos procedimentos
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■ Modelo de Neurodesenvolvimento

Bases interdisciplinares
▪ Neurofisiologia
▪ Neuropsicologia
▪ Estudos sobre o DMN
▪ Psicologia
▪ Ciência do movimento
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Ordem

▪ O c o n t r o l e m o t o r n o r m a l e m e r g e d o u s o d o s r e f l e xo s
subcorticais presentes no nascimento.
▪ O controle motor requer uma aprendizagem das sensações
do movimento.
▪ M o v i m e n t o s p o s t u ra i s s ã o 1 º a p r e n d i d o s e s ó d e p o i s
elaborados e integrados.
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▪ O desenvolvimento motor depende do equilíbrio entre


músculos antagonistas.
▪ A aprendizagem motora requer informação multisensorial .
▪ O desenvolvimento motor dá-se numa sequência ordenada
dos padrões de movimento.
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Desordem

▪ A lesão cerebral provoca um tónus e padrões de postura


anormais.
▪ Incorrecta informação transmitida ao SNC interfere com a
aprendizagem dos movimentos normais.
▪ Lesão do SNC e problemas ortopédicos interferem com a
c a p a c i d a d e d e e xe c u ç ã o d a s a c t i v i d a d e s .
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I n t e r v e n ç ã o Te ra p ê u t i c a

▪ Inibição dos padrões anormais e facilitação dos padrões


normais.
▪ Estimulação multisensorial.
▪ Obtenção de respostas adequadas no desenvolvimento dos
padrões de movimento.
▪ Utilização dos movimentos durante uma actividade.
▪ A p r e n d i z a g e m d o s p a d r õ e s r e f l e xo s a t r a v é s d o c o n t r o l e
m o t o r.
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■ Avaliação

▪ I d e n t i f i c a r o p a d r ã o m o t o r.
▪ Determinar o estadio de desenvolvimento.
▪ D e t e r m i n a r a d i s t r i b u i ç ã o d o t ó n u s m u s c u l a r.
▪ Determinar o desenvolvimento de posturas e movimento.
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■ Intervenção

▪ Normalização do tónus através de estimulação sensorial.


▪ Promover oportunidades para a repetição das
aprendizagens.
▪ Inibição do tónus através do manuseamento (participação
activa sempre que possível).
▪ I n i b i ç ã o d o s p a d rõ e s a n o r m a i s a t r a v é s d a e s t i m u l a ç ã o
sensorial e facilitação dos padrões normais.
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▪ Aprendizagem do movimento voluntário através de


sinergias reflexas.
▪ Irradiação.
▪ Indução.
▪ Inervação recíproca.
▪ Contacto manual.
▪ Comandos verbais.
▪ Estiramento .
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At ra v é s d a s t é c n i c a s :

▪ Rood
▪ Bobath
▪ Brunnstrom
▪ Kabat
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■ M o d e l o I n t e g ra ç ã o S e n s o r i a l
Bases teóricas
▪ Neurociência
▪ Estudos sobre o desenvolvimento
▪ Estudos sobre as dificuldades de aprendizagem

Conceitos de relação entre:


▪ Neurociência
▪ Filosofia
▪ Psicologia
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Ordem

▪ Integração sensorial é um sistema aberto.


▪ Funções cerebrais funcionam como um todo.
▪ I n t e g r a ç ã o s e n s o r i a l é u m p r o c e s s o s e n s o r i a l m u l t i m o d e l a r.
▪ O brincar é o 1º meio para as experiências sensoriais.
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Desordem

▪ D é f i c e s n o p r o c e s s a m e n t o e i n t e g ra ç ã o dos inputs
interfere com a aprendizagem motora .

Desordens da integração sensorial:


▪ Problemas no processamento vestibulo-proprioceptivo .
▪ Problemas no processamento táctil e proprioceptivo .
▪ Dificuldade no registo e resposta das sensações.
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I n t e r v e n ç ã o Te ra p ê u t i c a

▪ Te r a p i a a p o n t a p a r a u m p r o b l e m a s e n s o r i a l .
▪ Melhorar a capacidade de integração da informação
sensorial.
▪ Aumentar e melhorar as aquisições sensoriais.
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■ Avaliação
▪ Te s t e s s e n s o r i a i s
▪ Observação directa espontânea
▪ Observação indirecta

■ Intervenção
▪ Experiências sensoriais.
▪ Brincar como veículo para a escolha de comportamentos
sensoriais e motores apropriados.
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■ Modelo Cognitivo-Comportamental

Premissas
▪ Te m p o r b a s e a s t e o r i a s d a a p r e n d i z a g e m .
▪ A aprendizagem ocorre através da interacção de um
contexto securizante e reforçante.
▪ Os pensamentos podem influenciar os comportamentos.
▪ Através do reforço, é possível modificar o comportamento
desadequado, alterando os pensamentos que o originaram.
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▪ É necessário desenvolver conhecimentos base para a


resolução de problemas.
▪ Consiste no ensino de aptidões necessárias e na
e s t i m u l a ç ã o d a a p r e n d i z a g e m a t ra v é s d o r e f o r ç o ( v a l o r i z a ç ã o
da auto-estima, auto-confiança e o desenvolvimento da
capacidade de iniciativa e motivação).
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E s t ra t é g i a s c o g n i t i v o - c o m p o r t a m e n t a i s

A investigação demonstra que as técnicas educacionais por


si só não são suficientes – as técnicas cognitivo-
comportamentais envolvem a aplicação sistemática de
princípios de aprendizagem para ajudar a pessoa a obter e
utilizar a informação e competências discutidas.
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Reforço

▪ Reforço Positivo – aumento de algo que é agradável (ex.


boa refeição, dinheiro, um abraço, um elogio, ter um
trabalho interessante) .
▪ Reforço Negativo – decréscimo de algo que é desagradável
(redução nos sentimentos de ansiedade, zanga e
aborrecimento; decréscimo do desconforto causado pelos
sintomas, redução das recaídas e hospitalizações) .
(punição – quando algo indesejável acontece)
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▪ À medida que a pessoa aprende a informação e põe em


prática as competências que lhe são ensinadas, o recurso às
mesmas é reforçado consoante as mudanças desejadas são
alcançadas.
▪ Conforme a pessoa tem experiência dos benefícios das
competências, estas são reforçadas e tornam-se parte do
seu dia-a-dia.
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▪ O reforço positivo é utilizado recorrendo a elogios,


sorrisos, interesse e entusiasmo – reconhecimento do
esforço, fazendo com que a pessoa se sinta bem consigo
própria.
▪ Conforme a pessoa aprende a utilizar as competências
ensinadas para lidar com a doença e fazer progressos no
s e n t i d o d a r e c u p e r a ç ã o , t e m a e x p e r i ê n c i a d o s e fe i t o s
reforçadores dessas competências (redução do desconforto,
aumento da auto-suficiência…).
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Moldagem

▪ Reforço de aproximações sucessivas a um objectivo.


▪ “ D e v a g a r s e v a i a o l o n g e ”.
▪ A informação e as competências ensinadas levam tempo a
serem aprendidas – tempo para a interiorização .
▪ “A t i t u d e d e m o l d a g e m ” – c o m p r e e n s ã o q u e a a p r e n d i za g e m
leva tempo e requer esforço, providenciando reforço sempre
que a pessoa progride.
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Modelagem

▪ D e m o n s t ra ç ã o d e u m a c o m p e t ê n c i a p a r a e n s i n a r – a j u d a a
pessoa a aprender novas competências.
▪ “Modelar ” uma nova competência – descrever a natureza
da competência, explicando que esta será demonstrada, de
forma a mostrar como funciona.
▪ Diversidade de competências – pode ser utilizada em
contextos sociais ou quando a pessoa está sozinha.
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Tr e i n o e D ra m a t i z a ç ã o

▪ “A p r á t i c a l e v a à p e r f e i ç ã o ” – a p r e n d e r n o v a s
c o m p e t ê n c i a s , p r a t i c a n d o d e n t ro e f o r a d a s a c t i v i d a d e s
terapêuticas.
▪ A prática ajuda a pessoa a familiarizar -se com uma nova
competência, identifica obstáculos à sua utilização fora das
sessões de aprendizagem e fornece oportunidades de se
obterem comentários da parte do profissional e terceiros.
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▪ O treino é especialmente efectivo quando é combinado


com a modelagem feita pelo profissional .
▪ Um dos melhores métodos para ajudar a pessoa a praticar
uma nova competência é o profissional realizar uma
dramatização que permita à pessoa tentar utilizar a
competência numa situação que potencialmente surgirá na
sua vida.
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▪ Depois da competência ter sido treinada, o profissional


deve referir sempre os pontos fortes do desempenho da
pessoa, tentando ser tão específico quanto possível. Pode
dar sugestões sobre como poderá a competência ser
realizada ainda com mais eficácia.
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Tra b a l h o s p a ra c a s a

▪ São um veículo essencial para ajudar a pessoa a pôr em


prática as competências por si só.
▪ É importante envolver a pessoa no planeamento de tarefas
para casa e dar-lhe confiança que conseguirá utilizar a
competência com sucesso.
▪ Q u a n d o a p e s s o a s e c o n f ro n t a c o m u m p r o b l e m a , o
profissional poderá explorar o que correu mal, fazer as
modificações necessárias e pô-las em prática,
desenvolvendo uma nova tarefa para casa para praticar a
competência.
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R e e s t r u t u ra ç ã o C o g n i t i v a

▪ O que a pessoa pensa sobre si própria e sobre o mundo


q u e a ro d e i a e o s e u e s t i l o p e s s o a l d e p r o c e s s a r e
compreender a informação, influencia a forma como
responde aos acontecimentos.
▪ As crenças e estilos de processamento cognitivo podem ser
p o u c o p r e c i s o s o u b a s e a d o s e m r e f l e xõ e s d i s t o r c i d a s d o
m u n d o e x t e r i o r.
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▪ A reestruturação cognitiva é uma estratégia cognitivo-


comportamental que implica ajudar a pessoa a desenvolver
um modo de olhar para as coisas alternativo, mais
adaptativo e mais preciso.
▪ O profissional pode ajudar a avaliar a exactidão dos
p e n s a m e n t o s , f a c i l i t a d o p e l o e n s i n o s o b r e “d i s t o r ç õ e s
cognitivas comuns” de determinados acontecimentos (saltar
p a r a c o n c l u s õ e s , p e n s a m e n t o s “ t u d o o u n a d a ”, p e n s a m e n t o
catastrófico …).
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▪ A essência deste ensino como estratégia para lidar com


emoções negativas é transmitir a mensagem que os
sentimentos são um resultado dos pensamentos, que estes
pensamentos são muitas vezes imprecisos e que a pessoa
pode decidir alterar os seus pensamentos tendo por base a
análise da evidência.
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■ Modelo de Deficiência Cognitiva

Bases Interdisciplinares
▪ Neurociências
▪ Psiquiatria biológica
▪ Psicologia cognitiva
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Premissas

▪ A cognição está subjacente a todos os comportamentos.


▪ A lesão cerebral altera o processamento cognitivo que é
observável nas diversas atividades diárias, restringe a
habilidade cognitiva da pessoa para desempenhar uma ação
motora.
▪ A avaliação da deficiência cognitiva é realizada a partir da
observação do desempenho.
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▪ A s d i f e r e n ç a s q u a l i t a t i v a s d o s c o m p o r t a m e n t o s n a s ro t i n a s
do dia a dia, classificam-se hierarquicamente constituindo
seis níveis cognitivos.
▪ Em situações clínicas instáveis (patologias onde se pode
esperar recuperação) a reorganização das capacidades
cognitivas segue uma sequência previsível e hierárquica .
▪ O Te r a p e u t a O c u p a c i o n a l a n a l i s a a s a t i v i d a d e s d e s e j a d a s
para determinar competências específicas que o cliente
pode ter de desenvolver e pode ou não melhorar através da
estimulação.
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▪ Em situações clínicas estáveis ou com incapacidade que


p r o d u z e m l i m i t a ç õ e s c o g n i t i v a s r e s i d u a i s ( AV C ’s , l e s õ e s
cerebrais traumáticas, Esquizofrenia, Demência), as
estratégias de intervenção mais adequadas são as
compensações ambientais.
▪ As atividades podem ser modificadas para maximizar a
u t i l i z a ç ã o d a s c a p a c i d a d e s c o g n i t i v a s i n t a c t a s e p a ra
compensar os processos cognitivos deficitários.
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Dimensões do processamento de informação

São consideradas 3 dimensões do pensamento como estadios


de um modelo de processamento de informação que
necessitam ser analisados em cada um dos seis níveis
cognitivos:
a) Sinais sensoriais
b) Associações sensoriomotoras
c) Acções motoras
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a) Sinais sensoriais
▪ O processamento da informação inicia -se com um estímulo
sensorial do ambiente que nos faz captar e manter a
atenção.
▪ Podem ser sinais internos da pessoa (subconscientes ou
sinais propriocetivos), sinais que resultam do ambiente
(táteis, visuais, auditivos ou outros) e sinais simbólicos
c o m p l e xo s .
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b ) A s s o c i a ç õ e s s e n s o r i o m o t o ra s
▪ Representam o processo interpretativo dos sinais
sensoriais.
▪ Referem-se aos objetivos implícitos no desempenho de
uma ação que por vezes, pela deficiência cognitiva que a
pessoa apresenta, podem não estar de acordo com os
objetivos explícitos de uma atividade.
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c ) A c ç õ e s m o t o ra s
▪ Representam o estadio final do processamento da
informação.
▪ As ações produzem-se por sinais sensoriais, guiadas por
associações sensoriomotoras e são observáveis no
desempenho de uma atividade.
▪ Existem dois tipos de ações motoras, as espontâneas e as
imitadas.
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■ Este modelo proporciona analisar a dificuldade na


realização de uma atividade desejada, em função das
dimensões do processamento de informação requeridas.
■ Po d e m i d e n t i f i c a r - s e f a t o r e s a m b i e n t a i s q u e f a c i l i t a m o u
restringem a produção de cada dimensão do pensamento.
■ As estratégias de intervenção advêm da compreensão de
como os elementos cognitivos ambientais podem modificar-
se dentro da estrutura da atividade, para reforçar as
capacidades cognitivas e compensar as limitações.
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■ Modelo Psicodinâmico

Premissas
▪ A abordagem dinâmica é uma tentativa de determinar o
que há de único em cada pessoa – cada pessoa tem a sua
história de vida, os seus sonhos, medos, fantasias,
esperanças, impulsos, desejos, percepção dos outros e
reacções pesicológicas aos sintomas.
▪ Abordagem caracterizada por um modo de pensar sobre as
pessoas e clínico, que inclui o conflito inconsciente, défices
e distorções de estruturas intrapsíquicas e relações
objectais internas.
Modelos em Terapia Ocupacional
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▪ O Modelo Psicodinâmico consiste na explicação dos


fenómenos mentais resultantes de um conflito .

▪ A Psicanálise e a Psicoterapia Psicanalítica têm por base o


Modelo Psicodinâmico, em que se estuda as ideias,
i m p u l s o s , e m o ç õ e s e m a c a n i s m o s d e d e fe s a , o s q u a i s
explicam como funciona e se adapta a mente humana.
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▪ A Psicanálise procura basear-se na interpretação,


c o n c e n t r a n d o - s e n a t r a n s f e r ê n c i a . Te n t a r e c o n s t r u i r a v i d a
passada da pessoa.

▪ A Psicoterapia Psicanalítica também utiliza a interpretação


mas concentra -se menos na transferência e mais nos
acontecimentos da vida real. Enfatiza as actividades
interpessoais no presente.
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Av a l i a ç ã o
Consiste em identificar a natureza do conflito inconsciente,
o qual produz os sintomas da pessoa.

Uma das metodologias utilizadas são as técnicas projectivas,


uma vez que permitem a expressão dos conflitos,
sentimentos e emoções, revelando o mundo interno da
pessoa.
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As técnicas projectivas são actividades não estruturadas nas


q u a i s a p e s s o a f i c a l i v r e p a r a a g i r, e x p r e s s a r e p r o j e c t a r a s
suas próprias experiências internas, sentimentos, emoções,
fantasias, necessidades e conflitos.

Quanto menos estruturada for a actividade maior é a


projecção – colagens, barro, desenho, pintura (…).
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São valorizados os símbolos inerentes às representações,


comportamento verbal e não verbal e as associações livres.

É valorizada a forma como a pessoa se relaciona com os


materiais e com a actividade e se tira prazer da mesma .
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E s p e c i a l a t e n ç ã o d o Te r a p e u t a
▪ P r o c e s s o d e Tr a n s f e r ê n c i a u t i l i z a d o p e l a p e s s o a p a ra
melhor entender os seus relacionamentos significativos do
passado
▪ P r o c e s s o d e C o n t r a t ra n s f e r ê n c i a ( c o n j u n t o d e r e a c ç õ e s d o
Te r a p e u t a e m r e l a ç ã o à p e s s o a ) – d e v e i d e n t i f i c a r o s
mesmos, de forma a não interferirem negativamente no
processo terapêutico. Deve menter o distanciamento ideal
para conseguir ser objectivo (a consciência destes
sentimentos pode ajudar a entender a natureza do mundo
objectal da pessoa e os problemas nas suas relações) .
Modelos de Aplicação
(Técnicas)
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E xe m p l o s

Rood
Margaret Johnstone
Bobath
PNF
Psicodrama (Moreno)
Sociodrama
Musicoterapia
Abordagens
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E xe m p l o s

Reabilitação Psicossocial

Te c n o l o g i a A s s i s t i d a
Metodologias
73

E xe m p l o s

“ Te r a p e u t a d e R e f e r ê n c i a ” ( C a s e M a n a g m e n t )
Tr e i n o d e AV D ’s
Tr e i n o d e A j u d a s Té c n i c a s
Tr e i n o d e C o m p e t ê n c i a s S o c i a i s
Snoezelen
Bibliografia
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H o p k i n s , M . ; S m i t h , H . ( 1 9 9 8 ) . W i l l a r d / S p a c k m a n Te r a p i a
O c u p a c i o n a l ( 8 ª E d . ) . M a d r i d : E d i t o r i a l M e d i c a Pa n a m e r i c a .

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