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Pode aceder-se a cada um dos episódios, disponíveis em streaming, no site da RTP Play:
https://www.rtp.pt/play/
Da sua visualização, desejavelmente feita em aula, resultarão, por turma, quatro trabalhos de grupo
cujos aspetos a serem observados se descrevem abaixo.
A opção por quatro trabalhos diferenciados resulta do próprio desdobramento da série, também ela
distribuída por quatro episódios com os seguintes títulos:
• Maquinaria das Emoções.
• Em Construção;
• A Peça que Falta;
• Inesgotável;
c) Expor o que nesse episódio ficamos a saber que se conhece sobre o cérebro e o que sobre ele
não se conhece.
e) Apresentar a reflexão, em linhas gerais, que cada um desses intervenientes faz, sem recorrer à
transcrição.
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Componentes do trabalho
2. apresentação escrita;
3. apresentação oral.
Para efeitos da avaliação deste trabalho, sugere-se a utilização da Grelha de avaliação de trabalho de
grupo, disponível no separador Grelhas do Dossiê do Professor. Aí poderão consultar-se os vários itens
a ter em consideração na avaliação do trabalho.
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• que a rotinização das nossas práticas foi fundamental para diminuir o consumo de energia,
oriunda dos alimentos, de que carecemos para conseguirmos pensar;
• que o aumento das dimensões do nosso cérebro, consubstancial à sua evolução, deriva também
da socialização, ao mesmo tempo que a incrementa;
• que a dessensibilização face ao que acontece no interior do nosso organismo é uma resposta
evolutiva à necessidade de prestarmos atenção, para nos defendermos, ao que acontece no
nosso exterior – daí também a extrema importância dos nossos sentidos;
• que a inteligência afetiva ou emocional, pela sua prioridade evolutiva, é fundamental à nossa
sobrevivência. O nosso cérebro é uma poderosa maquinaria que alberga no seu seio as
emoções e os sentimentos, não os relegando para o seu exterior, como na visão tradicional se
refere, projetando-os no coração.
Não se sabe:
• como é que um código genético tão limitado permite a construção de algo tão belo e complexo
(cérebro) e pode arquitetar um ser em constante evolução;
• até que ponto o nosso cérebro e o nosso corpo podem influenciar decisões que tomamos em
matérias com efeitos tão dilatados no tempo como as alterações climáticas.
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• António Damásio: justifica a riqueza do cérebro mais com a sua complexidade neuronal do que
com o seu tamanho, relaciona o “bem-estar” do cérebro com o “bem-estar” do cérebro (de que é
parte integrante), metaforiza a nossa existência como “seres multimédia”, explicita a necessidade
de ligar o universo das emoções ao mundo da razão e justifica a possibilidade de morrer por
amor.
• Alexandre Castro Caldas: recorda a nossa descendência de seres herbívoros, relembra que a
criatividade consome muito mais energia do que muitas outras atividades e relaciona o tamanho
do nosso cérebro com a dimensão do nosso grupo social.
• Henry Markram: explicita o que é o neocórtex cerebral.
• Pedro Cabral: compara o cérebro a uma empresa sempre preocupada com o que está em falta e
a sua consequente reposição, recorda, remetendo para uma experiência com ratos, que o
aumento do número de neurónios e a resistência ao stress estão ligados à socialização e reflete,
na esteira de António Damásio, sobre a importância do amor.
• Lisa Feldman Barrett: compara igualmente o cérebro a uma empresa e reflete sobre a
importância da intuição, ligando este fenómeno à relação entre as emoções e a razão.
• Michio Kaku: esclarece que o cérebro evoluiu em três fases, distingue a procriação dos insetos
da dos seres humanos, reflete sobre a importância da imaginação e liga-a às limitações do QI,
e refere que a essência da consciência e da inteligência é a previsão do futuro.
• Daniel Levitin: refere que, ao experienciarmos diferentes sensações, são ativadas diferentes
hormonas.
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• apesar de a memória ter um papel determinante nas nossas vidas, não devemos confiar
demasiado nela;
• ter uma supermemória é, para se ter uma vida normal, mais uma desvantagem do que uma
vantagem;
• pessoas com capacidades excecionais, como as descritas, apresentam algumas diferenças, por
mais pequenas que sejam, na anatomia dos seus cérebros;
• a música ativa mais regiões do cérebro do que qualquer outra coisa, ligando o cérebro primitivo
aos centros cognitivos no córtex pré-frontal;
• as crianças desenvolvem-se mais rapidamente com educação musical, apresentam mais calma
na hora de tomar decisões e aparentam ter um maior controlo das emoções;
• há um impacto positivo da música no desenvolvimento dos processos auditivos e melhorias nas
habilidades cognitivas, incluindo memória de trabalho e função de inibição;
• apesar da inegável influência genética, as circunstâncias ambientais em que o cérebro cresce
determinam, até certo ponto, o seu potencial; por exemplo, crianças que vivem em meios mais
pobres apresentam um córtex cerebral mais fino.
Não se sabe:
• qual é exatamente a origem de capacidades extraordinárias como as dos savants;
• se primeiro nasceu a linguagem ou a música.
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• Michio Kaku: descreve, exemplificando com alguém que voa sobre uma cidade e tudo consegue
depois descrever, as extraordinárias capacidades dos savants. Associa a música à sedução para
acasalamento, pelo que parece corresponder a um mecanismo evolutivo em várias espécies, que
não apenas a humana. Diz que o cérebro é uma máquina de aprendizagem. Nele tudo se religa
quando há aprendizagem de uma nova tarefa. A chave do sucesso, afirma (e isso também se
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da linguagem. Liga a música ao acontecimento, ao que está entre as notas, o silêncio entre elas
e elas próprias. Como a eletricidade: está nos polos positivo e negativo e na relação entre eles.
• Daniel Levitin: afirma que ainda existem incertezas sobre o que nasceu primeiro: a música ou a
linguagem. Todavia, os estudos têm indicado que as áreas cerebrais ativadas pela música são
mais antigas, pelo que se acredita que a música surgiu primeiro. Acrescenta que a música é mais
facilmente memorizada que a linguagem, e isso é uma vantagem da primeira relativamente à
segunda. A batida é a expressão matricial da música, e dela resulta sincronização, o que
contribui para a coesão social. Compara a música à riqueza visual de um pavão, que serve para
seduzir e acasalar. A música ativa várias partes do cérebro, ligando partes mais antigas (como o
cérebro reptiliano) a zonas mais recentes (como o córtex pré-frontal), e ativando nele os centros
de prazer. Diz haver evidência empírica de que crianças que aprendem a tocar um instrumento
musical têm melhor comportamento social, devendo começar a estudar música tão cedo quanto
possível. Afirma serem necessárias cerca de dez mil horas para nos tornarmos especialistas em
alguma área à escala mundial, seja ela a música, como jogador de futebol ou piloto de corrida, ou
até como grande líder de um país. Diz-nos que a neuroplasticidade dura toda a vida, embora seja
maior na infância.
• Wim Mertens: liga a música ao acontecimento, ao jogar um jogo, que, para chegar às emoções,
tem de ser jogado uma e outra vez mais. “Play” traduz-se literalmente por brincar ou tocar um
som, pô-los em marcha, a acontecer. Daí a ligação.
• Chad Smith: relata a bem-sucedida experiência de parceria com António Damásio e a Los
Angeles Philharmonic que tem sob a sua responsabilidade.
• António Damásio: afirma, baseado na experiência com a Los Angeles Philharmonic, que a
educação musical contribui significativamente para o desenvolvimento de determinadas zonas do
cérebro. Acrescenta, com evidência empírica, que crianças com estudos musicais têm maior
facilidade de adiar recompensas. Recorda que nas famílias de grandes compositores, como Bach
ou Mozart, havia uma tradição no ensino da música, começando esses estudos muito cedo, pelo
que parece sensato acreditar que há tanto um elemento genético como cultural na génese desse
potencial.
• Suzana Herculano-Houzel: compara o uso do cérebro (de que resulta a sua formação) à
passagem de um bloco de mármore para uma escultura.
• Garry Kasparov: diz que o talento numa determinada área, como, por exemplo, o xadrez, é um
pré-requisito para o sucesso, mas é o trabalho árduo o que permite a excelência. É uma questão
relacionada com o balanço certo.
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• O suicídio.
• Além dos neurónios, as moléculas.
• Cartografar o cérebro.
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centenas de milhares de exemplos de portadores e não portadores da doença. Uma vez que não
existe cura definitiva para a doença, há quem discuta a utilidade dessa previsão.
• Pedro Cabral: refere que as doenças mentais que afetam as crianças nos nossos dias são
perturbações decorrentes do seu desenvolvimento e de situações congénitas, nascendo muitas
vezes com elas.
• Henry Markram: diz-nos que os microcircuitos no neocórtex estão intensamente conectados,
o que significa que, quando recebem informação, reagem muito fortemente, produzem respostas
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muito complexas e aprendem muito rapidamente. O autismo é precisamente um cérebro
hipersensitivo, que pensa o mundo como se alguém tivesse aumentado a intensidade das luzes,
das cores, dos sons, das texturas. Conclui que esse talento particular nos permite pôr em prática
capacidades fora de série.
• Nilli Lavie: diz-nos que as pessoas com transtorno do espetro do autismo (TDAH) têm uma
capacidade incrementada no processamento da informação visual, pelo que deveriam ser
direcionadas para tipos de emprego que requerem essa competência em grau superior.
As pessoas com síndrome de Asperger são também mais aptas para a realização de
tarefas específicas computadorizadas. As pessoas com transtorno de défice de atenção e
hiperatividade são mais distraídas do que as pessoas que não padecem desse transtorno.
Porém, se dificultarmos as tarefas às pessoas com TDAH, o seu nível de atenção aumenta.
• António Damásio: diz-nos que é errado pensar que só pessoas com um elevado grau de
patologia mental conseguem ser grandes artistas. Depois de estabelecer que todos somos
neuróticos, ou que todos temos um certo grau de neurose, diz-nos que, se tal não acontecesse,
seríamos pessoas extremamente aborrecidas e aborrecentes.
• Suzana Herculano-Houzel: afirma que algumas substâncias têm o poder de entrar diretamente
no cérebro, ligando o sistema que nos dá a sensação de prazer. Como o sistema é tão
fortemente ativado por estas drogas, mais do que alguma vez seria por si mesmo, o cérebro
protege-se, tornando-se menos sensível, e, portanto, da seguinte vez será necessária uma
quantidade maior dessa droga para sentirmos aquela sensação. É a explicação que avança para
as adições.
• Zachary Mainen: é sua opinião que a forma como as drogas atuam no cérebro é um mistério.
Acrescenta que ainda não se sabe o que é exatamente a depressão, estando nós, em larga
medida, a usar as mesmas técnicas que já utilizávamos há cinquenta anos.
• Alexandre Castro Caldas: recorda-nos que os neurónios são apenas 10% das células do
cérebro, estando ainda nós a evoluir no sentido de perceber o funcionamento celular, tanto no
cérebro como noutras partes do nosso organismo.
• John Donoghue: diz-nos que o cérebro é a estrutura mais complexa que conhecemos,
eacrescenta que é extraordinário ver como o mundo se está a unir para compreender o seu
funcionamento.
• Katrin Amunts: fala-nos do Human Brain Project, e diz-nos que aí se estudam as redes
neuronais, dado serem elas a chave para a compreensão do funcionamento da cognição ou da
consciência cerebral.
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• Michio Kaku: distingue telepatia de telecinesia (e fala das possibilidades que há hoje nesta
segunda área, em que se explora a movimentação de objetos através da mente), e afirma que a
nossa mente é a entidade mais complexa do Universo. O nosso cérebro muda constantemente e
é por isso que será sempre um mistério. A partir deste raciocínio, conclui que o cérebro é
inesgotável.
• Rui Costa: realça o poder da mente humana, e menciona experiências em que, através da
mente, já foi testado, com sucesso, o controlo de voo de aviões e de drones.
• Anastasia Dedyukhina: diz-nos achar que a fusão entre a tecnologia e a espécie humana é um
dos grandes avanços da humanidade. Ainda assim, alerta para a tentação (os riscos) de
substituirmos partes do nosso corpo que funcionam bem. Apesar de referir tantos aspetos
positivos (a substituição de um olho “cego” por um olho biónico, por exemplo) como negativos,
foca-se sobretudo nos segundos. Diz-nos que vivemos numa espécie de escravatura tecnológica
e que a tecnologia pode ser aditiva. Devido aos dispositivos tecnológicos, estamos, de certa
forma, a fazer o nosso cérebro regredir, uma vez que deixamos de treinar algumas das suas
capacidades, fundamentais para a sobrevivência do ser humano, as quais, com o passar do
tempo, temos vindo a substituir por outras. Para finalizar, a especialista em bem-estar digital diz-
nos que a evolução da tecnologia e a própria tecnologia em si não vão tornar-nos mais felizes.
Comprova isso com um estudo que mostra que as pessoas mais felizes pertencem a um povo
que não reconhece qualquer tipo de tecnologia: os Amish.
• Joe Paton: afirma que, apesar de não termos a visão de uma águia ou a audição de um morcego
(e isso serem efetivas limitações), somos a espécie mais inteligente, a única capaz de se adaptar
e aprender.
• James Mcgaugh: diz acreditar que, com o passar dos anos, seremos capazes de criar seres
humanos com capacidades extraordinárias, embora possa haver um preço a pagar por isso.
• Alcino Silva: acredita que não conhecemos suficientemente o cérebro humano para poder
alterá-lo. Afirma que, uma vez introduzida tecnologia na espécie humana, torna-se muito difícil
livrarmo-nos dela. Diz que não estamos preparados para manipular o genoma humano, e dá o
exemplo de um cientista ambicioso na China que alterou características genéticas de duas
meninas, incrementando a sua capacidade cognitiva. Seria bom podermos reparar certas lesões
no cérebro, que levam, por exemplo, a comportamentos violentos, como os dos serial-killers e
psicopatas.
• Iain McGilchrist: considera que a tecnologia não é nem boa nem má, sendo simplesmente um
poder. Recorda que, apesar de esse poder ser bom, tudo depende de quem o controla: dar esse
poder a alguém que não seja sábio é como dar uma arma extremamente potente a uma criança
para brincar. Diz-nos ainda que o hemisfério esquerdo nos permite manipular o mundo e que o
hemisfério direito apenas ajuda a compreendê-lo, mas adverte para o facto de que confiar em
excesso no hemisfério esquerdo, cuja perspetiva é limitada e não nos permite ver as coisas a
longo prazo, pode comprometer o nosso futuro, ao adotarmos uma visão mecanicista (e, por
consequência, reducionista) do mundo. Conclui dizendo-nos que, tal como temos uma grande
capacidade de amar, temos também uma grande capacidade de destruir: são capacidades, na
sua perspetiva, equivalentes.
• Alexandre Castro Caldas: acredita que estamos a perder capacidade de memória pelo facto de
não a exercitarmos. Psicopatas e serial-killers são, afirma, pessoas com lesões no cérebro.
• Suzana Herculano-Houzel: defende que todos temos de ir à escola, sendo isso um dever da
nossa espécie, porque, se uma geração não aprender aquilo que é considerado o básico, não
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será capaz de o transmitir à geração seguinte. Perdido todo o conhecimento acumulado – que
deve ser passado de geração em geração –, retrocederíamos no tempo e voltaríamos às nossas
capacidades biológicas.
• Henry Markram: diz-nos que o cérebro não é uma entidade mágica, que é, tal como uma
máquina, a combinação de muitas coisas que se juntam. Afirma que somos um produto do
Universo, mas temos dele uma perceção muito limitada. Só sabemos dele graças à nossa
consciência, sendo esta, na sua perspetiva, o grande mistério da ciência.
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• Zachary Mainen: afirma que o cérebro é a fonte de tudo o que é importante para nós, porque é
ele o responsável por todos os nossos pensamentos e sentimentos. Acrescenta que o que nos
distingue dos outros animais é o livre-arbítrio, que nos liberta do que a evolução estabeleceu para
o ser humano.
• Pedro Cabral: refere que os polegares dos adolescentes já estão mais representados no córtex
parietal do seu cérebro como resultado do uso excessivo de dispositivos eletrónicos.
• António Damásio: afirma que, no decorrer da evolução humana, as emoções positivas têm sido
as mais significativas.
• Vlatko Vedral: acredita que sentimos intensamente (e que os sentimentos mais fortes que temos
são o amor, o ódio, a compaixão e o perdão), porque sabemos que morreremos um dia. Defende
que o comportamento humano mudaria, sendo nós mais aventureiros e dados ao risco do que
efetivamente somos, se o tempo de vida se prolongasse. A relação entre a mente e o cérebro é,
para ele, o grande mistério da ciência.
• Dean Buonomano: afirma que o nosso cérebro é uma máquina do tempo, porque guarda
informação do passado para nos ajudar a sobreviver no futuro. Também nos prega partidas,
ficando nós, por vezes, sem saber o que está a acontecer, porque consegue editar, cortar e colar
a informação que recebemos. Relativamente ao “tempo”, afirma que existe um erro entre os
relógios externo e interno, visto que, ao viajarmos para um país com um fuso horário diferente, a
adaptação acaba por ser complicada. Diz-nos que, à exceção da espécie humana, todas as
espécies são imortais, porque só o ser humano tem consciência da sua morte.
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