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Avaliação

IDentidade, Psicologia B, 12.˚ ano

Proposta de trabalho de grupo 1


A tarefa que se propõe assenta na análise dos quatro episódios da série Deus Cérebro (2021) realizada
por António José de Almeida e com música de José Maria Trindade.

Pode aceder-se a cada um dos episódios, disponíveis em streaming, no site da RTP Play:
https://www.rtp.pt/play/

Da sua visualização, desejavelmente feita em aula, resultarão, por turma, quatro trabalhos de grupo
cujos aspetos a serem observados se descrevem abaixo.

A opção por quatro trabalhos diferenciados resulta do próprio desdobramento da série, também ela
distribuída por quatro episódios com os seguintes títulos:
• Maquinaria das Emoções.
• Em Construção;
• A Peça que Falta;
• Inesgotável;

Aspetos a considerar no trabalho a efetuar:


a) Elaborar uma síntese dos temas tratados no respetivo episódio, acrescidos, tanto quanto possível,
das conclusões referentes a cada um deles.

b) Justificar a relação do título do episódio com o que nele é tratado.

c) Expor o que nesse episódio ficamos a saber que se conhece sobre o cérebro e o que sobre ele
não se conhece.

d) Elencar o nome de cada um dos oradores/intervenientes, com indicação do nome da unidade de


investigação onde efetuam o seu trabalho.

e) Apresentar a reflexão, em linhas gerais, que cada um desses intervenientes faz, sem recorrer à
transcrição.
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f) Resumir o episódio numa frase.


Poderão ser acrescidos outros itens, de acordo com a liberdade dos alunos e mediante a aceitação
do/a professor/a.

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Componentes do trabalho

O trabalho divide-se em três componentes:

1. estudo prévio e execução;

2. apresentação escrita;

3. apresentação oral.

Estas três componentes distribuem-se por duas outras:

1. a do processo, que se reporta ao estudo prévio e execução;

2. a do resultado, que abrange a apresentação escrita e a apresentação oral.

Para efeitos da avaliação deste trabalho, sugere-se a utilização da Grelha de avaliação de trabalho de
grupo, disponível no separador Grelhas do Dossiê do Professor. Aí poderão consultar-se os vários itens
a ter em consideração na avaliação do trabalho.

Critérios de classificação: Episódio 1 – Maquinaria das Emoções


a) Temas abordados
• A fisiologia do cérebro.
• A relação do cérebro com a alimentação.
• A sociabilidade do cérebro.
• A imaginação.
• Sensações internas e externas.
• Alterações climáticas e cérebro humano.
• Inteligência (QI).
• Emoção: no cérebro e não no coração.

b) Relação do título com o conteúdo do episódio


• Resposta livre, onde é tão-somente avaliado o nexo lógico (ou a qualidade da justificação
apresentada) do título com o conteúdo do episódio.

c) O que se conhece e não se conhece sobre o cérebro


Sabe-se:
• qual é, em termos anatómicos, a estrutura do cérebro humano, quais são os seus elementos
constituintes e as principais funções por eles exercidas;
• o que especifica o cérebro humano, diferenciando-o, por exemplo, dos restantes cérebros no
reino animal;
• qual foi a evolução do cérebro, que passou de um estádio reptiliano ao atual neocórtex, com a
etapa intermédia do cérebro límbico;
• que o facto de nos termos tornado omnívoros (com a consequente ingestão de carne), acrescido
da confeção de alimentos, foi determinante para a evolução do cérebro e, consequentemente,
para a humanização da paisagem;

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• que a rotinização das nossas práticas foi fundamental para diminuir o consumo de energia,
oriunda dos alimentos, de que carecemos para conseguirmos pensar;
• que o aumento das dimensões do nosso cérebro, consubstancial à sua evolução, deriva também
da socialização, ao mesmo tempo que a incrementa;
• que a dessensibilização face ao que acontece no interior do nosso organismo é uma resposta
evolutiva à necessidade de prestarmos atenção, para nos defendermos, ao que acontece no
nosso exterior – daí também a extrema importância dos nossos sentidos;
• que a inteligência afetiva ou emocional, pela sua prioridade evolutiva, é fundamental à nossa
sobrevivência. O nosso cérebro é uma poderosa maquinaria que alberga no seu seio as
emoções e os sentimentos, não os relegando para o seu exterior, como na visão tradicional se
refere, projetando-os no coração.
Não se sabe:
• como é que um código genético tão limitado permite a construção de algo tão belo e complexo
(cérebro) e pode arquitetar um ser em constante evolução;
• até que ponto o nosso cérebro e o nosso corpo podem influenciar decisões que tomamos em
matérias com efeitos tão dilatados no tempo como as alterações climáticas.

d) Oradores e respetivas unidades de investigação


• Susana Herculano-Houzel (Bióloga e Neurocientista na Universidade Vanderbilt);
• Alcino Silva (Neurocientista na Universidade da Califórnia, Los Angeles);
• James McGauch (Neurobiólogo na Universidade da Califórnia, Irvine);
• António Damásio (Neurocientista na Universidade do Sul da Califórnia e Diretor do Brain and
Creativity Institute USC);
• Alexandre Castro Caldas (Neurologista na Universidade Católica Portuguesa e Diretor do Instituto
de Ciências da Saúde da Universidade do Minho);
• Henry Markram (Neurocientista e Diretor do Blue Brain Project);
• Pedro Cabral (Neurologista Pedriátrico e Coordenador do Centro de Referência de Epilepsia
Refratária de Lisboa);
• Lisa Feldman Barrett (Psicóloga na Universidade do Nordeste, na Escola de Medicina de Harvard
e no Massachusetts General Hospital);
• Michio Kaku (Físico teórico no City College of New York);
• Daniel Levitin (Neurocientista e Músico na Universidade McGill).

e) Intervenções dos oradores


• Suzana Herculano-Houzel: compara o cérebro dos primatas aos dos não primatas, reflete sobre
a importância da confeção de alimentos (e, por inerência, da importância do fogo) e de não
ingerirmos apenas vegetais, e conclui com uma reflexão sobre a importância da cooperação num
contexto em que a esperança média de vida é cada vez maior.
• Alcino Silva: reflete sobre a complexidade da “computação” no cérebro humano quando em
comparação com a de outros animais.
• James McGauch: afirma ser o cérebro quem toma conta das nossas vidas, e que sem ele não
seríamos capazes de ouvir, ver, cheirar ou sentir dor.
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• António Damásio: justifica a riqueza do cérebro mais com a sua complexidade neuronal do que
com o seu tamanho, relaciona o “bem-estar” do cérebro com o “bem-estar” do cérebro (de que é
parte integrante), metaforiza a nossa existência como “seres multimédia”, explicita a necessidade
de ligar o universo das emoções ao mundo da razão e justifica a possibilidade de morrer por
amor.
• Alexandre Castro Caldas: recorda a nossa descendência de seres herbívoros, relembra que a
criatividade consome muito mais energia do que muitas outras atividades e relaciona o tamanho
do nosso cérebro com a dimensão do nosso grupo social.
• Henry Markram: explicita o que é o neocórtex cerebral.
• Pedro Cabral: compara o cérebro a uma empresa sempre preocupada com o que está em falta e
a sua consequente reposição, recorda, remetendo para uma experiência com ratos, que o
aumento do número de neurónios e a resistência ao stress estão ligados à socialização e reflete,
na esteira de António Damásio, sobre a importância do amor.
• Lisa Feldman Barrett: compara igualmente o cérebro a uma empresa e reflete sobre a
importância da intuição, ligando este fenómeno à relação entre as emoções e a razão.
• Michio Kaku: esclarece que o cérebro evoluiu em três fases, distingue a procriação dos insetos
da dos seres humanos, reflete sobre a importância da imaginação e liga-a às limitações do QI,
e refere que a essência da consciência e da inteligência é a previsão do futuro.
• Daniel Levitin: refere que, ao experienciarmos diferentes sensações, são ativadas diferentes
hormonas.

f) O episódio numa frase


Resposta livre, avaliando-se somente o nexo lógico (ou a qualidade da justificação apresentada)
da frase com as conclusões que se extraem do episódio.

Critérios de classificação: Episódio 2 – Em Construção


a) Temas abordados
• Os “savants”.
• Excesso de memória.
• Falsas memórias.
• O poder da música.
• Cérebro e cultura.

b) Relação do título com o conteúdo do episódio


Resposta livre, avaliando-se somente o nexo lógico (ou a qualidade da justificação apresentada)
do título com o conteúdo do episódio.

c) O que se conhece e não se conhece sobre o cérebro


Sabe-se que:
• cerca de uma centena de pessoas está identificada como uma espécie de superpoderes: os
savants (distúrbio psíquico raro que faz com que algumas pessoas tenham habilidades
intelectuais extraordinárias), e que tais habilidades estão ligadas a uma memória excecional, do
ponto de vista do armazenamento de informação;

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• apesar de a memória ter um papel determinante nas nossas vidas, não devemos confiar
demasiado nela;
• ter uma supermemória é, para se ter uma vida normal, mais uma desvantagem do que uma
vantagem;
• pessoas com capacidades excecionais, como as descritas, apresentam algumas diferenças, por
mais pequenas que sejam, na anatomia dos seus cérebros;
• a música ativa mais regiões do cérebro do que qualquer outra coisa, ligando o cérebro primitivo
aos centros cognitivos no córtex pré-frontal;
• as crianças desenvolvem-se mais rapidamente com educação musical, apresentam mais calma
na hora de tomar decisões e aparentam ter um maior controlo das emoções;
• há um impacto positivo da música no desenvolvimento dos processos auditivos e melhorias nas
habilidades cognitivas, incluindo memória de trabalho e função de inibição;
• apesar da inegável influência genética, as circunstâncias ambientais em que o cérebro cresce
determinam, até certo ponto, o seu potencial; por exemplo, crianças que vivem em meios mais
pobres apresentam um córtex cerebral mais fino.
Não se sabe:
• qual é exatamente a origem de capacidades extraordinárias como as dos savants;
• se primeiro nasceu a linguagem ou a música.

d) Oradores e respetivas unidades de investigação


• Anthony Cicoria (um dos casos analisados, como savant);
• Jill Price (um dos casos mencionados, que sofre de hipertimesia, ou supermemória);
• Susana Herculano-Houzel (Bióloga e neurocientista na Universidade Vanderbilt);
• Alcino Silva (Neurocientista na Universidade da Califórnia, Los Angeles);
• James McGauch (Neurobiólogo na Universidade da Califórnia, Irvine);
• António Damásio (Neurocientista na Universidade do Sul da Califórnia e Diretor do Brain and
Creativity Institute USC);
• Alexandre Castro Caldas (Neurologista na Universidade Católica Portuguesa e Diretor do Instituto
de Ciências da Saúde da Universidade do Minho);
• Henry Markram (Neurocientista e Diretor do Blue Brain Project);
• Lisa Feldman Barrett (Psicóloga na Universidade Nordeste, na Escola de Medicina de Harvard e
no Massachusetts General Hospital);
• Michio Kaku (Físico teórico no City College of New York);
• Daniel Levitin (Neurocientista e Músico na Universidade McGill);
• Elisabeth Loftus (Psicóloga e docente na Universidade da Califórnia, Irvine);
• Iain Mcgilchrist (Psiquiatra e neurocientista no Green Templeton College, Oxford);
• Wim Martens (Compositor, músico e musicólogo);
• Chad Smith (CEO do Los Angeles Philharmonic);
• Garry Kasparov (Campeão mundial de xadrez e embaixador da Avast Security).

e) Intervenções dos oradores


• Anthony Cicoria: relata-nos o acidente com um relâmpago que fez de si um savant.

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• Michio Kaku: descreve, exemplificando com alguém que voa sobre uma cidade e tudo consegue
depois descrever, as extraordinárias capacidades dos savants. Associa a música à sedução para
acasalamento, pelo que parece corresponder a um mecanismo evolutivo em várias espécies, que
não apenas a humana. Diz que o cérebro é uma máquina de aprendizagem. Nele tudo se religa
quando há aprendizagem de uma nova tarefa. A chave do sucesso, afirma (e isso também se
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aplica ao cérebro), é “prática, prática, prática”.


• James McGauch: fala-nos de casos de “memória biográfica altamente superior”, de pessoas que
conseguem lembrar-se, por exemplo, do que aconteceu em cada um dos dias do ano ao longo
de décadas, como nós nos lembramos de coisas que aconteceram tão-somente no dia anterior.
Regista, no entanto, que têm uma vida emocional pouco feliz, porque tudo o que lhes acontece,
inclusive o que não foi bom, está permanentemente presente. Acrescenta que, dos seus estudos,
verificou já que pessoas com este tipo de memória apresentam cérebros anatómica e
fisiologicamente ligeira, mas significativamente, diferentes. Aventa a possibilidade, na esteira de
Oliver Sacks, de que, em pessoas com partes danificadas do cérebro, se desenvolvem noutras
partes capacidades de nível muito superior e inusitado. Conclui que a memória é mesmo a
capacidade mais importante que temos.
• Jill Price: relata-nos a sua experiência de vida, confirmando, com histórias reais de vida, tudo
o que James McGauch afirma sobre os savants com a síndrome de MBAS.
• Henry Markram: refere a necessidade de termos um bom balanço da memória, esquecendo
o que não é relevante, sob pena de vivermos numa espécie de prisão.
• Elisabeth Loftus: especialista nas falsas memórias, relata-nos o caso de Steve Titus, que esteve
inocentemente preso porque a acusação, que resultou na sentença de culpa, se baseava numa
falsa memória/falso testemunho ocular. Relata as suas experiências, levadas a cabo com
eficácia, ao nível da criação de falsas memórias através de perguntas sugestivas. Conclui que é
importante termos um ceticismo saudável acerca da memória.
• Lisa Feldman Barrett: na esteira de Elisabeth Loftus, reflete sobre a necessidade de a justiça ser
mais justa, designadamente ao nível da fiabilidade dos testemunhos e, por aí, da construção da
prova. Afirma que o cérebro de uma criança não é como um cérebro adulto em miniatura, que
aguarda por informação, mas está ainda em formação e desenvolvimento. Diz-nos que, se
soubéssemos como atuar sobre o cérebro de uma criança, talvez conseguíssemos erradicar a
pobreza do mundo.
• Alcino Silva: reflete sobre a importância da Revolução Agrícola e acerca de como a
comunicação, feita a partir de então nas cidades, é a chave do nosso sucesso como espécie.
• Alexandre Castro Caldas: recorda que a escrita apareceu no Mediterrâneo há cerca de 7000
anos e na América Central, há cerca de 3500 anos. Ora, não havendo então contacto entre estes
povos, avança a hipótese de o aparecimento desta competência corresponder a uma normal
evolução do cérebro humano. Fala-nos de uma experiência feita com ratos criados em ambientes
pobres (com poucos estímulos), e outros em ambientes ricos (com muitos estímulos, como
rodas, entre outros). A conclusão é que o rato que foi mais estimulado tem um córtex muito mais
desenvolvido. Isto leva-nos a uma outra conclusão preocupante: talvez um rato crescido num
esgoto, que é um ambiente cheio de desafios, tenha um cérebro muito mais desenvolvido do que
um rato criado em laboratório.
• Iain McGilchrist: diz-nos que a metáfora não é um mero adorno de linguagem, já que
aprendemos, por exemplo, comparando coisas. Ela é, afirma, uma raiz da linguagem. Na esteira
de Daniel Levitin, defende que terá sido a linguagem a surgir da música e não a música a surgir

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da linguagem. Liga a música ao acontecimento, ao que está entre as notas, o silêncio entre elas
e elas próprias. Como a eletricidade: está nos polos positivo e negativo e na relação entre eles.
• Daniel Levitin: afirma que ainda existem incertezas sobre o que nasceu primeiro: a música ou a
linguagem. Todavia, os estudos têm indicado que as áreas cerebrais ativadas pela música são
mais antigas, pelo que se acredita que a música surgiu primeiro. Acrescenta que a música é mais
facilmente memorizada que a linguagem, e isso é uma vantagem da primeira relativamente à
segunda. A batida é a expressão matricial da música, e dela resulta sincronização, o que
contribui para a coesão social. Compara a música à riqueza visual de um pavão, que serve para
seduzir e acasalar. A música ativa várias partes do cérebro, ligando partes mais antigas (como o
cérebro reptiliano) a zonas mais recentes (como o córtex pré-frontal), e ativando nele os centros
de prazer. Diz haver evidência empírica de que crianças que aprendem a tocar um instrumento
musical têm melhor comportamento social, devendo começar a estudar música tão cedo quanto
possível. Afirma serem necessárias cerca de dez mil horas para nos tornarmos especialistas em
alguma área à escala mundial, seja ela a música, como jogador de futebol ou piloto de corrida, ou
até como grande líder de um país. Diz-nos que a neuroplasticidade dura toda a vida, embora seja
maior na infância.
• Wim Mertens: liga a música ao acontecimento, ao jogar um jogo, que, para chegar às emoções,
tem de ser jogado uma e outra vez mais. “Play” traduz-se literalmente por brincar ou tocar um
som, pô-los em marcha, a acontecer. Daí a ligação.
• Chad Smith: relata a bem-sucedida experiência de parceria com António Damásio e a Los
Angeles Philharmonic que tem sob a sua responsabilidade.
• António Damásio: afirma, baseado na experiência com a Los Angeles Philharmonic, que a
educação musical contribui significativamente para o desenvolvimento de determinadas zonas do
cérebro. Acrescenta, com evidência empírica, que crianças com estudos musicais têm maior
facilidade de adiar recompensas. Recorda que nas famílias de grandes compositores, como Bach
ou Mozart, havia uma tradição no ensino da música, começando esses estudos muito cedo, pelo
que parece sensato acreditar que há tanto um elemento genético como cultural na génese desse
potencial.
• Suzana Herculano-Houzel: compara o uso do cérebro (de que resulta a sua formação) à
passagem de um bloco de mármore para uma escultura.
• Garry Kasparov: diz que o talento numa determinada área, como, por exemplo, o xadrez, é um
pré-requisito para o sucesso, mas é o trabalho árduo o que permite a excelência. É uma questão
relacionada com o balanço certo.

f) O episódio numa frase


Resposta livre, avaliando-se somente o nexo lógico (ou a qualidade da justificação apresentada)
da frase com as conclusões que se extraem do episódio.

Critérios de classificação: Episódio 3 – A Peça que Falta


a) Temas abordados
• A demência.
• O Alzheimer e a inteligência artificial (IA), do inglês artificial inteligence (AI) (chips de memória).
• O Parkinson e a IA (elétrodos).
• Doenças mentais nas crianças.

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• Patologia mental e genialidade.


• A importância do sono/hiperatividade.
• A adição.
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• O suicídio.
• Além dos neurónios, as moléculas.
• Cartografar o cérebro.

b) Relação do título com o conteúdo do episódio


Resposta livre, avaliando-se somente o nexo lógico (ou a qualidade da justificação apresentada)
do título com o conteúdo do episódio.

c) O que se conhece e o que não se conhece sobre o cérebro


Sabe-se:
• há cerca de cem anos que as células nervosas estão conectadas numa rede muito complexa,
a qual, com o desenvolvimento da tecnologia, já é possível visualizar;
• que os neurónios são cerca de 10% das células cerebrais;
• que os autistas têm um cérebro hipersensitivo;
• que quem sofre de Síndrome de Asperger tende, de facto, a ter baixas competências sociais, mas
revela uma extraordinária capacidade de concentração;
• prever com alguma antecedência a emergência do Alzheimer;
• que o Alzheimer não é uma doença de idosos, podendo começar a manifestar-se a meio da fase
adulta;
• dormir tem uma importância vital, já que ajuda à manutenção do nosso “sistema operativo”
mental, elimina lixo tóxico produzido no cérebro durante o dia, contribui para a aprendizagem,
incrementa a criatividade, consolida memórias e previne algumas patologias;
• que uma parcela de cérebro do tamanho de um grão de sal equivale a vinte e cinco mil filmes de
alta-definição.
Não se sabe:
• o suficiente sobre o cérebro para curar várias doenças mentais, como Alzheimer (não se percebe
se o problema, por exemplo, são os neurónios que morrem, ou se são os que estão disfuncionais
que introduzem ruído nos circuitos);
• como compensar o aumento da esperança média de vida, relacionado com o crescente
conhecimento do nosso corpo, com a qualidade que para ela se requer, e que exige uma boa
saúde mental – havendo ainda tanto para conhecer quanto ao funcionamento do cérebro.

d) Oradores e respetivas unidades de investigação


• Rui Costa (Investigador no Centro Champalimaud para o Desconhecido e Universidade de
Columbia);
• Jeff Lichtman (Neurobiólogo na Universidade de Harvard);
• Michio Kaku (Físico Teórico no City College of New York);
• Alcino Silva (Neurocientista na Universidade da Califórnia, Los Angeles);
• James McGaugh (Neurocientista na Universidade da Califórnia, Irvine);

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• Jae Ho Sohn (Investigador em Inteligência Artificial na Universidade de Califórnia, São


Francisco);
• Pedro Cabral (Neurologista e Coordenador do Centro de Referência de Epilepsia Refratária, em
Lisboa);
• Henry Markram (Neurocientista e Diretor do Blue Brain Project);
• Nilli Lavie (Psicóloga no Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade de Londres);
• António Damásio (Neurocientista na Universidade do Sul da Califórnia e Diretor do Brain and
Creativity Institute USC);
• Susana Herculano-Houzel (Bióloga e Neurocientista na Universidade Vanderbilt);
• Zachary Mainen (Neurocientista e Diretor do Programa Champalimaud de Neurociência);
• Alexandre Castro Caldas (Neurologista na Universidade Católica Portuguesa e Diretor do Instituto
de Ciências da Saúde da Universidade do Minho);
• John Donoghue (Investigador na Brown University e Ex-Diretor do Wyss Center for Bio and
Neuriengineering, Genebra);
• Katrin Amunts (Diretora Científica do Human Brain Project).

e) Intervenções dos oradores


• Rui Costa: afirma que o aumento da esperança média de vida, com o crescente conhecimento,
por exemplo das doenças cardiovasculares, corre o risco de não ser acompanhado pelo estado
de saúde do nosso cérebro. Em breve, uma em cada três crianças irá viver até aos 120 anos,
mas, a partir dos 80 já se pode começar a sofrer de demência.
• Jeff Lichtman: estabelece que só agora se começa a perceber ser mais importante aprender o
que se passa no nosso interior, designadamente ao nível do conhecimento do cérebro, do que o
que ocorre no espaço sideral. Afirma ainda que a Medicina é melhor no tratamento das doenças
de qualquer outro órgão humano do que nas do cérebro.
• Michio Kaku: diz-nos que as doenças mentais são uma das grandes maldições do ser humano,
que perduram desde os nossos antepassados genéticos, e têm ensombrado a História da
espécie, com pessoas importantes, vítimas de doença mental, a destruírem países inteiros, com
o seu respetivo património.
• Alcino Silva: é sua opinião que o défice da memória (que exemplifica com a doença de
Alzheimer) é um dos grandes problemas (ainda) não tratados pela Medicina. Afirma que uma em
cada cinco pessoas no mundo sofre deste problema. Recorda que, pela primeira vez, se está a
fazer um trabalho não só para se entender a memória, mas também para se utilizar esse
conhecimento do cérebro no tratamento de distúrbios da memória.
• James McGaugh: diz-nos que o Alzheimer não é uma doença de idosos, sendo, antes de mais,
uma patologia que se vai desenvolvendo ao longo de décadas (pode espoletar-se trinta, quarenta
ou cinquenta anos antes).
• Jae Ho Sohn: afirma que compreendemos hoje melhor a doença de Alzheimer, quando em
comparação com o que se sabia cinco ou dez anos atrás. Com a ajuda do Deep Learning –
Inteligência Artificial, e de disciplinas científicas como a Genética ou a Bioquímica, muito em
breve esse conhecimento será exponencialmente maior. Diz-nos ainda que é possível fazer um
diagnóstico probabilístico do desenvolvimento de Alzheimer cerca de seis anos antes de a
doença se manifestar. O Deep Learning, de facto, faz uma previsão de dados, depois de analisar

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centenas de milhares de exemplos de portadores e não portadores da doença. Uma vez que não
existe cura definitiva para a doença, há quem discuta a utilidade dessa previsão.
• Pedro Cabral: refere que as doenças mentais que afetam as crianças nos nossos dias são
perturbações decorrentes do seu desenvolvimento e de situações congénitas, nascendo muitas
vezes com elas.
• Henry Markram: diz-nos que os microcircuitos no neocórtex estão intensamente conectados,
o que significa que, quando recebem informação, reagem muito fortemente, produzem respostas
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muito complexas e aprendem muito rapidamente. O autismo é precisamente um cérebro
hipersensitivo, que pensa o mundo como se alguém tivesse aumentado a intensidade das luzes,
das cores, dos sons, das texturas. Conclui que esse talento particular nos permite pôr em prática
capacidades fora de série.
• Nilli Lavie: diz-nos que as pessoas com transtorno do espetro do autismo (TDAH) têm uma
capacidade incrementada no processamento da informação visual, pelo que deveriam ser
direcionadas para tipos de emprego que requerem essa competência em grau superior.
As pessoas com síndrome de Asperger são também mais aptas para a realização de
tarefas específicas computadorizadas. As pessoas com transtorno de défice de atenção e
hiperatividade são mais distraídas do que as pessoas que não padecem desse transtorno.
Porém, se dificultarmos as tarefas às pessoas com TDAH, o seu nível de atenção aumenta.
• António Damásio: diz-nos que é errado pensar que só pessoas com um elevado grau de
patologia mental conseguem ser grandes artistas. Depois de estabelecer que todos somos
neuróticos, ou que todos temos um certo grau de neurose, diz-nos que, se tal não acontecesse,
seríamos pessoas extremamente aborrecidas e aborrecentes.
• Suzana Herculano-Houzel: afirma que algumas substâncias têm o poder de entrar diretamente
no cérebro, ligando o sistema que nos dá a sensação de prazer. Como o sistema é tão
fortemente ativado por estas drogas, mais do que alguma vez seria por si mesmo, o cérebro
protege-se, tornando-se menos sensível, e, portanto, da seguinte vez será necessária uma
quantidade maior dessa droga para sentirmos aquela sensação. É a explicação que avança para
as adições.
• Zachary Mainen: é sua opinião que a forma como as drogas atuam no cérebro é um mistério.
Acrescenta que ainda não se sabe o que é exatamente a depressão, estando nós, em larga
medida, a usar as mesmas técnicas que já utilizávamos há cinquenta anos.
• Alexandre Castro Caldas: recorda-nos que os neurónios são apenas 10% das células do
cérebro, estando ainda nós a evoluir no sentido de perceber o funcionamento celular, tanto no
cérebro como noutras partes do nosso organismo.
• John Donoghue: diz-nos que o cérebro é a estrutura mais complexa que conhecemos,
eacrescenta que é extraordinário ver como o mundo se está a unir para compreender o seu
funcionamento.
• Katrin Amunts: fala-nos do Human Brain Project, e diz-nos que aí se estudam as redes
neuronais, dado serem elas a chave para a compreensão do funcionamento da cognição ou da
consciência cerebral.

f) O episódio numa frase


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da frase com as conclusões que se extraem do episódio.

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Critérios de classificação: Episódio 4 – Inesgotável.


a) Temas abordados
• Ciborgue (telepatia, telecinesia).
• Saturação tecnológica e suas consequências.
• Uso diminuto da memória e suas consequências.
• Visão tecnicista – hemisférios esquerdo e direito.
• Livre-arbítrio.
• Tempo e consciência.
• Mente.

b) Relação do título com o conteúdo do episódio


Resposta livre, avaliando-se somente o nexo lógico (ou a qualidade da justificação apresentada)
do título com o conteúdo do episódio.

c) O que se conhece e não se conhece sobre o cérebro


Sabe-se que:
• o desenvolvimento da neurotecnologia e da genética permite equacionar a criação de seres
humanos melhorados com capacidades extraordinárias, mas é também uma via com riscos, já
que interferir com aquilo que a evolução demorou milhões de anos a aperfeiçoar pode provocar
no cérebro humano desequilíbrios inéditos;
• só aos 24 anos o ser humano tem o córtex pré-frontal totalmente formado (parte que, como
também já se sabe, é responsável pelas decisões, por saber distinguir o que é bom do que é
mau e pelo planeamento a longo prazo);
• o nosso cérebro tem sofrido alterações devido à forma como utilizamos a tecnologia
(principalmente as partes do cérebro responsáveis pelas decisões e pelo autocontrolo, que ainda
se encontram em desenvolvimento na adolescência);
• a tecnologia altera o nosso cérebro, alheando-nos e tornando-nos mais distraídos;
• a memória, a criatividade e a imaginação então ligadas, partilhando os mesmos processos
neuronais;
• o facto de externalizarmos demasiadas coisas, apoiando-nos na tecnologia, interfere com a nossa
criatividade;
• se deixarmos de realizar uma tarefa durante um longo período, o cérebro perde a capacidade de
a realizar;
• o sistema neuronal é utilizado de duas formas diferentes (uma é focar num pequeno detalhe de
maneira a captá-lo, e outra é usar o cérebro e, simultaneamente, olhar para tudo o que está a
acontecer), sendo uma o hemisfério direito e outra o hemisfério esquerdo;
• o hemisfério direito do cérebro controla o lado esquerdo do corpo. O hemisfério esquerdo do
cérebro controla o lado direito do corpo, pelo que uma lesão no lado esquerdo do cérebro pode
causar problemas nos movimentos ou falta de força no lado direito do corpo;
• a evolução humana prova que, no geral, tem havido mais emoções negativas do que positivas;
• o cérebro nunca desenvolveu mecanismos para rapidamente redefinir um fuso horário ao qual
não estamos habituados;
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• entre todas as que se conhecem, o cérebro é a entidade mais complexa do Universo.


Não se sabe:
• como, através do cérebro, podemos amenizar ou pôr termo aos comportamentos agressivos do
ser humano.
• como é que o cérebro nos possibilita ter consciência do mundo que nos rodeia.
• quais são, para o futuro da humanidade, as consequências de uma crescente extensão da
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esperança média de vida.

d) Oradores e respetivas unidades de investigação


• Neil Harbisson (Artista, Ciborgue, e Fundador da Cyborg Foundation and Transspecies Society);
• John Donoghue (Investigador na Brown University e Ex-Diretor do Wyss Center for Bio and
Neuriengineering, Genebra);
• Michio Kaku (Físico Teórico City College of New York);
• Rui Costa (Investigador no Centro Champalimaud para o Desconhecido e Universidade de
Columbia);
• Anastasia Dedyukhina (Fundadora da Consciously Digital);
• Joe Paton (Neurocientista no Centro Champalimaud para o Desconhecido);
• Alexandre Castro Caldas (Neurologista na Universidade Católica Portuguesa e Diretor do Instituto
de Ciências da Saúde da Universidade do Minho);
• Alcino Silva (Neurocientista na Universidade da Califórnia, Los Angeles);
• Iain McGilchrist (Psiquiatra e Neurocientista no Green Templeton College, Oxford);
• Pedro Cabral (Neurologista e Coordenador do Centro de Referência de Epilepsia Refratária de
Lisboa);
• Susana Herculano-Houzel (Bióloga e Neurocientista na Universidade Vanderbilt);
• Zachary Mainen (Neurocientista e Diretor do Programa Champalimaud de Neurociência/Centro
Champalimaud para o Desconhecido);
• António Damásio (Neurocientista na Universidade do Sul da Califórnia e Diretor do Brain and
Creativity Institute USC);
• Vlatko Vedral (Físico da Universidade de Oxford);
• Dean Buonomano (Neurocientista na Universidade da Califórnia, Los Angeles).

e) Intervenções dos oradores


• Neil Harbisson: dá-nos o seu testemunho, como ciborgue, da sua fusão com a tecnologia. A sua
doença (acromatismo), que o impede de ver cores, foi compensada com uma antena que tem na
cabeça, que lhe dá indicações das diferenças de coloração no mundo. Satisfeito este requisito,
procurou ir mais longe do que aquilo que é normal nos seres humanos: hoje, graças à tecnologia,
consegue percecionar infravermelhos e ultravioletas, podendo ir além daquilo que o olho humano
permite. Diz-nos que a mudança no planeta pode começar por nós mesmos: se, por exemplo,
pudermos ter visão noturna, deixamos de gastar tanta eletricidade.
• John Donoghue: fala-nos de tecnologia construída no Wyss Center para voltar a dar
movimentos a quem tem lesões na medula espinal, através de um sensor colocado no cérebro
ligado a um computador, levando estímulos aos músculos. Acrescenta que se está atualmente a
estudar a possibilidade de prever ataques de epilepsia.

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• Michio Kaku: distingue telepatia de telecinesia (e fala das possibilidades que há hoje nesta
segunda área, em que se explora a movimentação de objetos através da mente), e afirma que a
nossa mente é a entidade mais complexa do Universo. O nosso cérebro muda constantemente e
é por isso que será sempre um mistério. A partir deste raciocínio, conclui que o cérebro é
inesgotável.
• Rui Costa: realça o poder da mente humana, e menciona experiências em que, através da
mente, já foi testado, com sucesso, o controlo de voo de aviões e de drones.
• Anastasia Dedyukhina: diz-nos achar que a fusão entre a tecnologia e a espécie humana é um
dos grandes avanços da humanidade. Ainda assim, alerta para a tentação (os riscos) de
substituirmos partes do nosso corpo que funcionam bem. Apesar de referir tantos aspetos
positivos (a substituição de um olho “cego” por um olho biónico, por exemplo) como negativos,
foca-se sobretudo nos segundos. Diz-nos que vivemos numa espécie de escravatura tecnológica
e que a tecnologia pode ser aditiva. Devido aos dispositivos tecnológicos, estamos, de certa
forma, a fazer o nosso cérebro regredir, uma vez que deixamos de treinar algumas das suas
capacidades, fundamentais para a sobrevivência do ser humano, as quais, com o passar do
tempo, temos vindo a substituir por outras. Para finalizar, a especialista em bem-estar digital diz-
nos que a evolução da tecnologia e a própria tecnologia em si não vão tornar-nos mais felizes.
Comprova isso com um estudo que mostra que as pessoas mais felizes pertencem a um povo
que não reconhece qualquer tipo de tecnologia: os Amish.
• Joe Paton: afirma que, apesar de não termos a visão de uma águia ou a audição de um morcego
(e isso serem efetivas limitações), somos a espécie mais inteligente, a única capaz de se adaptar
e aprender.
• James Mcgaugh: diz acreditar que, com o passar dos anos, seremos capazes de criar seres
humanos com capacidades extraordinárias, embora possa haver um preço a pagar por isso.
• Alcino Silva: acredita que não conhecemos suficientemente o cérebro humano para poder
alterá-lo. Afirma que, uma vez introduzida tecnologia na espécie humana, torna-se muito difícil
livrarmo-nos dela. Diz que não estamos preparados para manipular o genoma humano, e dá o
exemplo de um cientista ambicioso na China que alterou características genéticas de duas
meninas, incrementando a sua capacidade cognitiva. Seria bom podermos reparar certas lesões
no cérebro, que levam, por exemplo, a comportamentos violentos, como os dos serial-killers e
psicopatas.
• Iain McGilchrist: considera que a tecnologia não é nem boa nem má, sendo simplesmente um
poder. Recorda que, apesar de esse poder ser bom, tudo depende de quem o controla: dar esse
poder a alguém que não seja sábio é como dar uma arma extremamente potente a uma criança
para brincar. Diz-nos ainda que o hemisfério esquerdo nos permite manipular o mundo e que o
hemisfério direito apenas ajuda a compreendê-lo, mas adverte para o facto de que confiar em
excesso no hemisfério esquerdo, cuja perspetiva é limitada e não nos permite ver as coisas a
longo prazo, pode comprometer o nosso futuro, ao adotarmos uma visão mecanicista (e, por
consequência, reducionista) do mundo. Conclui dizendo-nos que, tal como temos uma grande
capacidade de amar, temos também uma grande capacidade de destruir: são capacidades, na
sua perspetiva, equivalentes.
• Alexandre Castro Caldas: acredita que estamos a perder capacidade de memória pelo facto de
não a exercitarmos. Psicopatas e serial-killers são, afirma, pessoas com lesões no cérebro.
• Suzana Herculano-Houzel: defende que todos temos de ir à escola, sendo isso um dever da
nossa espécie, porque, se uma geração não aprender aquilo que é considerado o básico, não

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será capaz de o transmitir à geração seguinte. Perdido todo o conhecimento acumulado – que
deve ser passado de geração em geração –, retrocederíamos no tempo e voltaríamos às nossas
capacidades biológicas.
• Henry Markram: diz-nos que o cérebro não é uma entidade mágica, que é, tal como uma
máquina, a combinação de muitas coisas que se juntam. Afirma que somos um produto do
Universo, mas temos dele uma perceção muito limitada. Só sabemos dele graças à nossa
consciência, sendo esta, na sua perspetiva, o grande mistério da ciência.
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• Zachary Mainen: afirma que o cérebro é a fonte de tudo o que é importante para nós, porque é
ele o responsável por todos os nossos pensamentos e sentimentos. Acrescenta que o que nos
distingue dos outros animais é o livre-arbítrio, que nos liberta do que a evolução estabeleceu para
o ser humano.
• Pedro Cabral: refere que os polegares dos adolescentes já estão mais representados no córtex
parietal do seu cérebro como resultado do uso excessivo de dispositivos eletrónicos.
• António Damásio: afirma que, no decorrer da evolução humana, as emoções positivas têm sido
as mais significativas.
• Vlatko Vedral: acredita que sentimos intensamente (e que os sentimentos mais fortes que temos
são o amor, o ódio, a compaixão e o perdão), porque sabemos que morreremos um dia. Defende
que o comportamento humano mudaria, sendo nós mais aventureiros e dados ao risco do que
efetivamente somos, se o tempo de vida se prolongasse. A relação entre a mente e o cérebro é,
para ele, o grande mistério da ciência.
• Dean Buonomano: afirma que o nosso cérebro é uma máquina do tempo, porque guarda
informação do passado para nos ajudar a sobreviver no futuro. Também nos prega partidas,
ficando nós, por vezes, sem saber o que está a acontecer, porque consegue editar, cortar e colar
a informação que recebemos. Relativamente ao “tempo”, afirma que existe um erro entre os
relógios externo e interno, visto que, ao viajarmos para um país com um fuso horário diferente, a
adaptação acaba por ser complicada. Diz-nos que, à exceção da espécie humana, todas as
espécies são imortais, porque só o ser humano tem consciência da sua morte.

f) O episódio numa frase


Resposta livre, avaliando-se somente o nexo lógico (ou a qualidade da justificação apresentada)
da frase com as conclusões que se extraem do episódio.

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