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HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

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Núcleo de Educação a Distância
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
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rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de


ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Cristiano Alcantara Lima


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

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Esta unidade estudará o tema Higiene do Trabalho, correlacio-
nando os riscos com as formas de se controlar, avaliar, reconhecer e atuar
com vistas ao bem-estar do trabalhador. Apresenta os conceitos principais
dos tipos de riscos ambientais, tais como os físicos, químicos, biológicos,
as doenças com estes relacionadas, e as medidas de controle para miti-
gar ou eliminar por completo a presença de trabalhadores nestes tipos de
ambientes. Especificamente, foram enfocados os temas que permeiam o
assunto Higiene Ocupacional, estudando também o transporte, manuseio
e armazenamento dos produtos ou substâncias agressivas, a insalubrida-
de e periculosidade, a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual
(EPI), e os programas de saúde do trabalhador, para que os problemas
inerentes aos riscos não venham a ocasionar altos índices de acidentes do
trabalho, de doenças ocupacionais e de falta de produtividade, em decor-
rência do absenteísmo e da perda de aptidão para o trabalho.
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Higiene Ocupacional; Riscos Ambientais; Fiscalização; Agentes Físicos;


Agentes Biológicos; Insalubridade; Periculosidade.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
HIGIENE OCUPACIONAL X RISCOS – ABORDAGEM HISTÓRICO-
CONCEITUAL E OS RISCOS DO AMBIENTE DE TRABALHO

Conceito de Higiene Ocupacional - Estudando os Objetivos ____ 12

Histórico no Mundo ____________________________________________ 13

Histórico no Brasil ______________________________________________ 14

Entendendo melhor as Organizações no Brasil __________________ 14

Etapas da Higiene Ocupacional diante dos Riscos Ambientais ___ 15

Riscos Químicos _______________________________________________ 17

Riscos Físicos __________________________________________________ 21

Riscos Biológicos ______________________________________________ 24

Recapitulando _________________________________________________ 31
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CAPÍTULO 02
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

Atividades e Operações Insalubres ______________________________ 35

Atividades e Operações Perigosas ______________________________ 47

Recapitulando _________________________________________________ 57

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CAPÍTULO 03
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E OS
PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR

EPI – Equipamento de Proteção Individual ______________________ 62

Quando usar o EPI? ____________________________________________ 62

Critérios para o uso de EPI _____________________________________ 62

Correlação entre o EPC e EPI ___________________________________ 63

Tipos consagrados de EPIs _____________________________________ 64

Programas de Saúde do Trabalhador ___________________________ 68

Programa de Conservação Auditiva – PCA ______________________ 68

Programa de Proteção Respiratória – PPR ______________________ 71

Programa de Proteção de Riscos Ambientais – PPRA ___________ 75

Recapitulando ________________________________________________ 79

Considerações Finais __________________________________________ 83

Fechando a Unidade __________________________________________ 84


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Referências ___________________________________________________ 87

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Iniciemos nosso estudo acerca do tema Higiene do Trabalho
com os conceitos fundamentais, indispensáveis à formulação integral
do entendimento desta que é uma das mais importantes áreas da Se-
gurança do Trabalho.
O que significa a palavra Higiene? O termo Higiene é originário
da palavra grega Hygeia. Na mitologia grega é considerada a Deusa da
Saúde.
Isto posto, o que vem a ser Higiene Ocupacional?

É a ciência e a arte voltadas para a antecipação, reconhecimento, avaliação


e controle dos fatores de risco originados nos postos laborais e que podem
prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, também tendo em vista
o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral.
(ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists, EUA,
1973)

Por que algumas pessoas intitulam de Higiene Industrial? Ape-


sar de estar associado a outras áreas da saúde (higiene dental, higiene
sanitária, dentre outras), o termo higiene tem sido popularizado desde a
década de 70 no campo da Higiene Ocupacional após a publicação do
“Occupational Safetyand Health Act” de 1970, pela OSHA, EUA.
Já o termo industrial foi adicionado devido à preocupação dos pro-
fissionais da época em proteger a saúde dos trabalhadores da indústria.
Além do estudo sob o ponto de vista da evolução da Higie-
ne Ocupacional, estudaremos outros desdobramentos conceituais que
permeiam o tema principal, tais como:
Os riscos x higiene do trabalho: como se associam os vários tipos
de riscos com as avaliações e controles por meio da Higiene Ocupacional;
Estudaremos os tipos de riscos que se apresentam no ambiente
laboral, tais como: riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos ou de
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acidentes, além do transporte e manuseio de substâncias agressivas.


Os temas periculosidade e insalubridade também serão as-
sociados à matéria Higiene Ocupacional, uma vez que o conjunto de
situações onde se forma um cenário dotado de um ou mais elementos
ora citados, propicia os ambientes insalubres e/ou perigosos, e através
dos métodos de controle, da utilização adequada dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPI), e da aplicação eficaz dos programas de
saúde do trabalhador, esta situação pode ser resolvida ou, pelo menos,
minimizada.
Por fim, faz-se necessário estudar a eficácia destes diversos
programas que são as ferramentas de registro e controle para a inspe-
ção e a fiscalização do trabalho.
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HIGIENTE OCUPACIONAL x RISCOS
ABORDAGEM HISTÓRICO-CONCEITUAL E
OS RISCOS DO AMBIENTE DE TRABALHO

CONCEITO DE HIGIENE OCUPACIONAL - ESTUDANDO OS OBJE-


TIVOS
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O estudo do conceito de Higiene Ocupacional, ou do Trabalho,


pode ser feito através do conhecimento dos seus objetivos. Conforme
estabelece a Organização Mundial de Saúde, a OMS, são objetivos da
Higiene Ocupacional:

- Determinar e combater, no ambiente de trabalho, todos os riscos químicos,


físicos, biológicos e psicossociais de reconhecida e presumida nocividade;
- Conseguir que o esforço físico e mental, exigido de cada trabalhador para
o exercício do trabalho, esteja adaptado às suas necessidades e limitações
técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas;
- Adotar medidas eficazes para proteger as pessoas que sejam especialmen-
te vulneráveis às condições prejudiciais do ambiente de trabalho e reforçar
sua capacidade de resistência;

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- Descobrir e corrigir as condições de trabalho que possam deteriorar a saúde
dos trabalhadores, de modo a garantir que os índices de mortes ocasionadas
pelo exercício do trabalho não sejam superiores a do conjunto de população;
- Orientar a administração das empresas e os trabalhadores no cumprimento
de suas responsabilidades com a proteção e a promoção da saúde;
- Aplicar nas empresas programas de ação sanitária que englobem todos
os aspectos de saúde, o que ajudará o serviço público de saúde a elevar os
padrões mínimos de saúde e coletividade.

HISTÓRICO NO MUNDO

Desde a civilização greco-romana o homem já se preocupava


com a Segurança e Higiene Ocupacional. Como exemplo, temos traba-
lhos na Grécia antiga, como os de Aristóteles, que estudou as afecções
dos mineiros e como preveni-las.
Hipócrates também identificou a origem das doenças relacio-
nadas com os trabalhos em minas de estanho. E o próprio nome de
Higiene deriva da deusa grega da saúde, Hygeia.
No século XVI, temos Paracelso realizando estudos das doen-
ças dos mineiros na região de Tyrol. Naquela época, a Higiene Industrial
parecia ser ainda algo muito mística. As observações publicadas por
Paracelso são baseadas em dez anos de trabalhos das minas do Tyrol.
O livro cita algumas conclusões errôneas, como por exemplo, atribui ao
vapor de mercúrio, ácido sulfúrico e sal as doenças de pulmão identifi-
cadas nos mineradores.
Em meados de 1700, Bernardo Ramazzini, um médico italiano
considerado como o pai da medicina do trabalho, escreveu no seu livro,
“De Morbis Artificum Diatriba” (as enfermidades dos trabalhadores) so-
bre a silicose, usando termos patológicos, como observado nas autóp-
sias de mineiros. Infelizmente, os cuidados e a vigilância descritos para
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esses riscos foram ignorados por séculos. Todavia, este livro teve um
efeito pródigo no futuro da Higiene. Ramazzini acreditava que o meio
onde o trabalhador exercia a sua atividade afetava diretamente a saúde,
e perguntava a seus pacientes:” Em que você trabalha?”
No século XX, em 1910, a Dra. Alice Hamilton, uma americana
e médica clínica, não só evidenciou a relação entre a doença e a expo-
sição de trabalhadores, mas também propôs soluções para os proble-
mas. Este foi o início do surgimento da Medicina Ocupacional.
Entre 1908 e 1948, os governos Federal e Estaduais nos EUA
estabeleceram as legislações relativas às indenizações a trabalhado-
res, e isso influenciou o desenvolvimento da Higiene Industrial nos Esta-
dos Unidos. Os administradores começaram a reconhecer que controlar
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o meio ambiente custava muito menos do que pagar altas somas indeni-
zatórias. Assim, foram criadas nos EUA as mais importantes instituições
ligadas ao tema, tais como:
- AIHA - American Industrial Hygiene Association, em 1939;
- ACGIH- American Conference of Governmental Industrial Hy-
gienists, em 1938
- OSHA - Occupational Safety and Health Administration, em
1970;
- NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health,
1970

HISTÓRICO NO BRASIL

Por meio da Norma Regulamentadora 15, Atividades e Opera-


ções Insalubres (NR 15) e seus anexos da Portaria 3214/78, passou-se
a fixar os limites de tolerâncias para os agentes químicos e físicos. Não
se têm, de maneira consistente, registros da História da Higiene Ocu-
pacional no Brasil.

Muitos dos padrões estabelecidos nesta norma são os mes-


mos da época da sua elaboração, que utilizou como base os padrões
estabelecidos pela ACGIH. No decorrer desses anos foram revisados
alguns conceitos e critérios e introduzidas algumas modificações por
meio de Portarias.
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ENTENDENDO MELHOR AS ORGANIZAÇÕES NO BRASIL

ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais é


uma associação civil constituída com a finalidade do desenvolvimen-
to de estudos e ações relativas à Higiene Ocupacional, e para fins de
interesses individuais ou coletivos dos higienistas ocupacionais, tendo
como princípio fundamental a autonomia, a liberdade de associação e
de solidariedade profissional. Promove Seminários em diversos esta-
dos, com o objetivo de difundir conhecimentos aos higienistas e outros
profissionais da área de segurança e saúde.
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ETAPAS DA HIGIENE OCUPACIONAL DIANTE DOS RISCOS AM-
BIENTAIS

Quais são as principais etapas da Higiene Ocupacional? Res-


ponder a esta questão abre os precedentes para se entender a relação
Higiene x Riscos. Através de tais etapas é que se faz possível controlar
os riscos que provocam as doenças, prejuízos à saúde do trabalhador
de toda a monta, além de ineficiência de produtividade, acarretando
em desdobramentos de ineficácia produtiva de vários tipos. As etapas
consistem em:
- Antecipação
- Reconhecimento
- Avaliação
- Controle

Antecipação
O termo antecipação significa a necessidade real de buscar-
mos sempre identificar os potenciais de riscos e perigos à saúde, antes
que um determinado processo industrial seja implementado ou modifi-
cado, ou que novos agentes geradores de riscos sejam introduzidos no
ambiente de trabalho.
A antecipação dos riscos pode ser feita, principalmente, pela
implantação de projetos de modificações e/ou novas instalações, cuja
aprovação está subordinada à análise prévia dos riscos do projeto, atra-
vés de uma avaliação técnica. Esta avaliação, sob o panorama técnico,
pode ser feita através de ferramentas como Análise de Risco, HAZOP
(análise de riscos e operabilidade), FMEA (Análise de Modos de Falha
e Efeitos) e APP (Análise Preliminar de Perigo).
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No quesito Antecipação, existem os formulários de antecipa-


ção que compreendem técnicas de análise de risco, que são por exem-
plo, HAZOP, ART (Análise de Risco da Tarefa), PT/PET (Permissão de
Trabalho/Permissão de Entrada para Trabalho em espaço confinado).

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Muitas das vezes, esta etapa compreende em investimentos,
tais como aquisição de novos equipamentos e/ou materiais (inclusive
substâncias químicas). Entretanto, no processo de aquisição é pré-re-
quisito a análise prévia do item relacionado aos aspectos e impactos
de segurança e saúde ocupacional incrementados ao sistema/unidade.
A aquisição não deverá ser concretizada em casos de não garantia do
pleno gerenciamento e controle dos riscos oriundos da implantação e
manuseio destes.
A antecipação dos riscos também exerce influência nas insta-
lações atuais das empresas, e são controladas através da implemen-
tação dos planos de manutenção preventiva, bem como da definição e
controle dos equipamentos e sistemas críticos, sob o ponto de vista de
segurança e saúde ocupacional.
Outro panorama abordado pela antecipação é no âmbito dos
processos de trabalho, pois, estes são controlados sobre o ponto de
vista de segurança e saúde ocupacional, através dos processos e fer-
ramentas de identificação dos perigos e riscos, tais como, a Permissão
para Trabalho.

A antecipação dos riscos possui ligação relevante com a im-


plantação de projetos de modificações e/ou novas instalações; a aqui-
sição de novos equipamentos e/ou materiais; as instalações atuais das
empresas e as ferramentas de identificação dos perigos e riscos.

Reconhecimento
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O termo reconhecimento refere-se a toda análise e observação


do ambiente do trabalho, a fim de identificarmos os agentes existentes,
os potenciais de risco a eles associados e qual prioridade de avaliação
ou controle existe nesse ambiente de trabalho.

Avaliação
O termo avaliação designa, principalmente, as medições e mo-
nitorações que serão conduzidas no ambiente de trabalho.

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Controle
Pode-se definir controle como a associação à eliminação ou
minimização dos potenciais de exposição, antecipados, reconhecidos e
avaliados, no ambiente laboral considerado.

RISCOS QUÍMICOS

Nenhum produto é tão perigoso que não possa ser manipula-


do. É prudente que se comece a estudar os riscos químicos com esta
afirmativa, pois, ela traz uma reflexão importante. Isto denota que, para
que esta manipulação se faça de maneira segura e, praticamente, com
o perigo mitigado por completo, surge a necessidade de entender que
nenhum produto pode ser manipulado, sem que se conheça os riscos
que ele pode causar.
Para tratar dos riscos químicos, devem-se definir os agen-
tes químicos. São substâncias compostas que possam penetrar no
organismo por via respiratória, ou que, pela natureza da atividade, pos-
sam ser absorvidas pelo organismo, através da pele ou por ingestão.
Podem estar presentes em um local de trabalho e entrar em contato
com o organismo do trabalhador, agindo de forma localizada ou gene-
ralizada (quando distribuídos a diferentes órgãos e tecidos). Podem ser
encontrados nos estados gasosos, líquidos ou sólidos.
Os agentes químicos são classificados, de maneira geral,
como gases vapores e aerodispersóides (poeiras, fumos, fumaças e
neblinas).
Em relação às vias de penetração, os agentes químicos pos-
suem três vias básicas de penetração no corpo humano:
- Via respiratória: as substâncias penetram pelo nariz e pela
boca, afetando as vias aéreas superiores e chegando aos pulmões.
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Por meio da circulação sanguínea, podem seguir para outros órgãos,


onde manifestarão efeitos tóxicos conhecidos como a asma, bronquites,
pneumoconiose (alterações no tecido dos pulmões provocada pela pre-
sença de poeiras ou partículas sólidas no aparelho respiratório).
- Via digestiva: a contaminação do organismo ocorre pela in-
gestão acidental ou não de substâncias nocivas, presentes em alimen-
tos contaminados ou deteriorados, ou em contato com a saliva. Hábitos
inadequados como alimentar-se ou ingerir líquidos no local de trabalho,
umedecer ou limpar os lábios com a língua, usar as mãos para beber
água e não ter higiene contribuem para a ingestão de substâncias noci-
vas. Conforme o tipo de produto ingerido, podem ocorrer:
- queimaduras na boca
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- queimaduras no esôfago e estômago
- intoxicação aguda
- Via cutânea: as substâncias químicas (a exemplo dos ácidos,
álcalis e solventes) atingem a pele, podendo ser absorvidas e provocar
lesões, tais como alterações na circulação e oxigenação do sangue, al-
terações dos glóbulos vermelhos, problemas na medula óssea, anemia,
acne química dentre outros.

Figura 1 - Agentes de riscos químicos - Diversos tipos de partículas

Fonte: Autor, 2019.

Passemos a estudar os tipos de agentes contaminantes.


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Gases
São substâncias que, à temperatura ambiente, estão no estado
gasoso. Na maioria das vezes, são invisíveis. Os gases e os vapores
podem alcançar os pulmões diretamente e são levados pela corrente
sanguínea por todo o corpo, chegando ao cérebro, rins, fígado e outros
órgãos.
Tem-se como exemplo o monóxido de carbono dos escapa-
mentos dos carros, hidrogênio, gás carbônico, gás de cozinha, etc.

Vapores
São substâncias que evaporam de um líquido ou de um sólido,
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da mesma forma que a água transformada em vapor d’água. Geralmen-
te são caracterizados pelos odores.
São exemplos clássicos os vapores de gasolina, querosene,
thinner utilizado em pinturas, solventes de tinta, éter, nafta etc.

Grupos dos gases e vapores


- Substâncias que irritam os olhos, as mucosas e vias respi-
ratórias podem causar queimaduras. Temos como exemplo os ácidos
(ácido sulfúrico) e as bases (soda cáustica);
- Substâncias que deslocam (roubam) oxigênio. Podemos citar
como exemplos o Hélio, o Neon, o Argônio, o CO, o Nitrogênio e o CO2.
- Substâncias que geram efeito narcótico. Exemplos clássicos
são os Hidrocarbonetos Alifáticos (octano), os Aromáticos (Benzeno,
Xileno), os Álcoois (Etanol, Metanol), as Cetonas, dentre outros.

De maneira geral, os gases e vapores são classificados se-


gundo os efeitos que causam ao organismo humano. Eles podem ser
classificados em 3 grupos: irritantes, anestésicos e asfixiantes.

Aerodispersóides
Definem-se como materiais sólidos produzidos mecanicamen-
te pela ruptura de partículas sólidas maiores. Tem-se como principais
exemplos a fibra de amianto e poeiras de sílica.
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Os aerodispersóides possuem uma característica interessan-


te: quanto menor a partícula, mais tempo ela ficará suspensa no ar,
aumentando a chance de ser inalada. Neste caso, dá-se a formação de
poeiras.
No caso dos fumos, estes se formam quando um metal é fundi-
do (aquecido) e vaporizado, se resfriando rapidamente, criando partícu-
las muito finas que ficam suspensas no ar. Nas operações de soldagem
e dos processos de fundição, ocorre a formação dos fumos.
Quando são originadas pequenas gotículas que ficam suspen-
sas no ar, usualmente criadas por operações com spray, tem-se a for-
mação das névoas. Exemplos clássicos de formação são as névoas
advindas da aplicação de agrotóxicos e pinturas em spray.
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Outro tipo de aerodispersóides são as neblinas, sendo
partículas líquidas produzidas por condensação de vapores, tais como
anidrido sulfúrico e gás sulfúrico. Exemplo: Chaminé de Siderúrgica
com formação de neblina ácida em volta da mesma.
A fumaça, muitas das vezes, é o aerodispersóide mais conheci-
do pela sua frequência nos processos industriais, sendo partículas pro-
duzidas pela combustão incompleta. Um exemplo de fácil compreensão
é a fumaça liberada pelos escapamento dos automóveis que contém
Monóxido de carbono.

Avaliação dos Riscos Químicos


O nível de exposição é conhecido utilizando-se instrumentos
que medem a concentração dos contaminantes ou do oxigênio no ar.
Estas medições podem ser realizadas nos ambientes ou nas pessoas,
dependendo do tipo de contaminante e dos equipamentos disponíveis
para realizar tal avaliação.

É importante saber os fatores que influenciam a toxicidade dos


contaminantes. Aspectos como a concentração, índice respiratório (quan-
tidade de ar inalado no trabalho), sensibilidade de cada indivíduo, a toxici-
dade (potencial tóxico) e o tempo de exposição aos contaminantes.
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Figura 2 - Equipamentos de medição de agentes químicos

Fonte: Autor, 2019.

Medidas para controle de riscos químicos


De maneira objetiva, controlar os riscos químicos é, acima de
tudo, manter a saúde do ambiente de trabalho por meio das seguintes
medidas:
- Medidas ambientais: envolve a substituição ou alteração do
processo, a ventilação diluidora de aerodispersóides e a ventilação
exautora.
- Medidas de controle individuais: são assim categorizadas
por se tratar de ações aplicadas ao indivíduo, tais como educação e HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

treinamento, limitação à exposição, uso dos equipamentos de proteção


individual e acompanhamento médico.

RISCOS FÍSICOS

Exposição ao calor
Em princípio, nota-se que o calor é um agente físico presente
em uma série de atividades como a siderurgia, a fundição, a indústria
do vidro e a indústria têxtil.

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O homem exposto a altas temperaturas tem os rendimentos
físico e mental diminuídos. É sabido que a exposição não controlada ao
calor induz a erros de percepção e raciocínio, o que pode desencadear
acidentes.

Reações do Organismo ao Calor: o organismo humano, no


sentido de promover um aumento da perda de calor, processa uma sé-
rie de reações fisiológicas buscando o equilíbrio térmico. Estas reações
são mecanismos de defesa do organismo humano quando submetido
ao calor intenso. A primeira ação processada pelo organismo implica
num maior fluxo de sangue na superfície do corpo, com consequente
aumento da temperatura da pele. Este fluxo de sangue transporta o
calor do núcleo do corpo para a superfície, onde ocorrem as trocas tér-
micas. É a atividade das glândulas sudoríparas, proporcionalmente ao
desequilíbrio térmico, onde a quantidade de suor em curtos períodos
pode atingir até 2 litros por hora.

Valores aceitáveis de IBUTG (ºC)


Para se avaliar com eficácia os limites aceitáveis de exposição
do trabalhador ao calor, faz-se necessário estudar a Norma Regulamen-
tadora 15 (NR 15), estabelecida por seu Anexo 3. Este anexo apresenta
conceitos importantes a saber:
A exposição ao calor é avaliada através do Índice de Bulbo
Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), onde se define pelas equações
que se seguem:
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- Para ambientes internos ou externos sem carga solar, o IBU-


TG é:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

- Em se tratando de ambientes externos com carga solar, o


IBUTG sofre a influência do parâmetro temperatura de bulbo seco, o
tbs, e fica:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Em que,
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco
22
Figura 3 – Exposição ao calor

Fonte: Autor, 2019.

Efeitos adversos à saúde


O calor traz inúmeros efeitos à saúde do trabalhador, que vão
depender de vários fatores, tais como o tipo de fonte emissora de calor,
o tempo de exposição, umidade do ar, etc. De maneira prática, os efei-
tos acarretam em:
- desidratação
- internação
- cãibra
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- perda eletrolítica
- tontura
- desmaio
- em casos extremos, a morte

Doenças do calor
Estas se definem como sendo distúrbios fisiológicos que ocor-
rem quando os mecanismos de troca térmica não são suficientes para
remover a troca adequada de calor.
- Exaustão do calor: Decorre de uma insuficiência do suprimen-
to de sangue do córtex cerebral, resultante da dilatação dos vasos san-
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guíneos. Uma baixa pressão sanguínea é o evento crítico resultante.
- Desidratação: Inicialmente reduz o volume do sangue, pro-
movendo a exaustão do calor, podendo chegar à deterioração do orga-
nismo. A desidratação acarretará a ineficiência muscular, redução da
secreção, acúmulo de ácido nos tecidos, febre e morte, quanto mais
elevada for a intensidade.
- Cãibras de calor: São os espasmos musculares, seguindo-se
uma redução do cloreto de sódio no sangue.
- Choque térmico: Quando a temperatura do núcleo do corpo
põe em risco algum tecido vital.

Medidas de controle relativas ao meio ambiente


As medidas de controle possuem relação intrínseca com o fa-
tor alterado em um determinado ambiente laboral. A partir daí, pode-se
estabelecer:
- Fator temperatura do ar alterado: como medida adotada, tem-
-se a insuflação de ar fresco no local onde permanecer o trabalhador;
- Fator velocidade do ar alterado: como medida adotada, tem-
-se a maior circulação do ar existente no local de trabalho;
- Fator umidade relativa do ar: como medida adotada, tem-se
a exaustão do vapor d´água emanados de um determinado processo;
- Fator calor radiante: como medida adotada, tem-se a instala-
ção de barreiras refletoras (alumínio polido e aço inoxidável), barreiras
absorventes (ferro e aço oxidado) e barreiras contra radiação infraver-
melha;
- Fator calor produzido pelo metabolismo: como medida adota-
da, tem-se a automação do processo.
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RISCOS BIOLÓGICOS

As doenças transmissíveis não são só as que mais causam


morte, apesar de ainda compõem uma expressiva quantidade de víti-
mas fatais. Tais tipos de doenças compõem um caso crítico de saúde
pública no país e no globo e, desta forma, passa a exigir o uso efetivo
das ações para controlar de maneira geral, precipuamente falando, e em
segundo plano, de ordem particular. Dentre as medidas de ordem par-
ticular, pode-se destacar a utilização dos EPR- Equipamentos de Pro-
teção Respiratória, que são recomendados com vistas à mitigação da
contaminação de diversos transmissores de doenças através das vias
aéreas. O vírus do sarampo e o Bacilo de Koch são alguns exemplos
24
relevantes. O profissional da área de saúde e segurança, até mesmo
pelo frequente contato com diversos grupos de pessoas e pela natureza
de sua atribuição, é bastante suscetível ao contágio destes agentes. Em
se tratando, por exemplo, da tuberculose, um procedimento adequado
para controlar a infecção pelo bacilo demanda que se identifique, isole
e execute o devido cuidado/tratamento dos indivíduos com tuberculose.
Tais procedimentos requerem a aplicação prática das medidas de con-
trole, que devem mesclar também medidas de caráter administrativo,
com vistas à redução do risco de exposição a indivíduos portadores de
tuberculose; a utilização de controles de caráter técnico (na área de en-
genharia de segurança) para mitigar o aumento do contágio, reduzindo
a concentração das gotículas infectantes e aerossóis, além da utilização
dos EPRs em áreas, e até mesmo os procedimentos onde exista o risco
de exposição ao bacilo.
Bastante importante também é o investimento em materiais de
divulgação de prevenção das doenças, dos hábitos ligados à higiene e
ao comportamento em ambientes fechados e nos períodos mais frios.
A exposição aos agentes biológicos dispersos por via aérea é
a mais relevante no enfoque ao controle dos riscos biológicos, pois, as
contaminações são, em sua grande maioria, por via aérea. O doente ou
portador, quando fala, tosse ou espirra, dispersa agentes etiológicos de
doenças de transmissão aérea. Deste modo, qualquer pessoa pode ser
exposta a esses agentes quando em contato com o doente ou portador,
ao entrar em ambientes contaminados, ou ainda ao realizar procedi-
mentos nestas pessoas.
A outra via de transmissão de notada relevância é a via de
contato, sendo esta, porém, o foco de estudo secundário se comparada
à via aérea.

Diferença entre gotículas e aerossóis


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Saber tal diferença é fundamental para se estudar os riscos


biológicos, em que se pode notar que há uma diferença sob o ponto
de vista do tamanho das partículas (fator dimensional de particulado).
As gotículas possuem uma dimensão maior do que cerca de 5μm e
atingem o trato respiratória superior, isto é, as mucosas das fossas na-
sais e da boca/cavidade bucal. Em se tratando dos aerossóis, estas são
menores, ficam flutuando no ar por mais tempo e, quando são inaladas,
penetram de maneira mais profunda no sistema respiratório. A forma de
se prevenir um tipo de doença causada por gotículas é sensivelmente
diferente daquelas causadas por aerossóis.

25
Figura 4 - Indivíduo expelindo gotículas e aerossóis

Fonte: Vaccine information, 2006.

Doenças de transmissão respiratória por gotícula


São aquelas que ocorrem pela disseminação de gotículas
(partículas maiores do que 5μm), geradas durante tosse, espirro,
conversação ou na realização de diversos procedimentos tais como,
inalação, aspiração etc.
O quadro a seguir traz algumas das doenças transmitidas por
gotículas mais conhecidas:
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

26
Quadro 1 - Doenças transmitidas por gotículas

HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000.

27
Medidas de precaução indicadas para doenças transmitidas por
gotículas
Quando a proximidade com o paciente for igual ou inferior a um
metro, deve ser utilizada, no mínimo, a máscara cirúrgica. De maneira
prática, esta é a forma mais direta e simples de se prevenir de doenças
transmitidas por gotículas. No ambiente hospitalar, onde os riscos bio-
lógicos se fazem bastante propícios, orienta-se que seja utilizada más-
cara cirúrgica sempre que entrar em contato com o paciente. No caso
do ambiente industrial, cabe aos profissionais que avaliam os riscos em
ambientes laborais específicos, adotar o mesmo procedimento.

Medidas administrativas para evitar a transmissão de doenças por


via respiratória
Aplicando este tópico especialmente no ambiente laboral hos-
pitalar, o primeiro passo, neste caso, é a identificação rápida da patolo-
gia, seguida de isolamento do paciente, quando necessário, e tratamen-
to adequado. Para cada patologia existe um período de transmissão
próprio.
Como exemplo, os pacientes com tuberculose pulmonar e/ou
laríngea, adequadamente tratados, não transmitem o bacilo após apro-
ximadamente duas semanas de tratamento. Outro importante meio de
reduzir a disseminação da tuberculose é pela implantação de sistema
de ventilação e controle adequados.
No ambiente extra-hospitalar é difícil estabelecer tais tipos de
controle, pois, quando se tem casos de suspeita de doenças como a tu-
berculose, por exemplo, o profissional da área de saúde e segurança do
trabalho possui sua atuação limitada diante dos desafios do cotidiano
profissional. Faltam, muitas vezes, mecanismos de avaliação com a di-
nâmica de controle necessárias, e outros trabalhadores acabam sendo
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

contaminados antes de uma atuação de prevenção.

Classificação de risco de agentes biológicos


Ao se estudar a classificação de risco de agentes biológicos,
torna-se indispensável tomar como referência a Norma Regulamenta-
dora 32 (NR 32), em seu Anexo I. Segundo a referida norma, os agentes
biológicos são classificados em:
- Classe de risco 1: “baixo risco individual para o trabalhador e
para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser
humano.”. Nesta classe, cabe aos profissionais de saúde e segurança
do trabalho a criação de programas de monitoração para manter os ris-
28
cos nesta classe ou mitigá-los, dentro das possibilidades operacionais e
de recursos de cada empresa.
- Classe de risco 2: “risco individual moderado para o traba-
lhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade.
Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios
eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Nesta classe, cabe aos profis-
sionais de saúde e segurança do trabalho a atuação de maneira mais
estreita nas coletas e acompanhamentos de campo, a fim de se estabe-
lecer uma monitoração para mitigar os riscos desta classe. A empresa
necessita avaliar dentro das possibilidades operacionais e de recursos
de cada empresa.
- Classe de risco 3: “risco individual elevado para o trabalhador
e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem cau-
sar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sem-
pre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Nos ambientes
laborais onde se têm esta classe de risco, os profissionais de saúde e
segurança devem redobrar seus mecanismos de controle, agindo com
eficácia nas avaliações e tomadas de decisão, a fim de, pelo menos,
transformar um ambiente de classe de risco 3 para classe 2.
- Classe de risco 4: “risco individual elevado para o trabalha-
dor e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade.
Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro.
Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não exis-
tem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Neste cenário, a alta
direção da empresa deve ser envolvida de maneira ainda mais rápida e
direta, pois, programas de prevenção e mitigação de riscos devem fazer
parte das decisões estratégicas da empresa.

Abordagem objetiva dos Programas de Proteção Respiratória HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

(PPR)
O Programa de Proteção Respiratória precisa ser implementa-
do e gerido, além de requerer avaliação periódica no que tange aos ser-
viços de segurança e saúde do trabalhador, se for exigido algum tipo de
tarefa/atividade, em que necessite usar os Equipamentos de Proteção
Respiratória- EPR. O PPR deve abranger a política da empresa acerca
do uso de EPR, deve acrescentar, no mínimo, alguns procedimentos
elaborados acerca dos seguintes temas:
- Implementação de ações de teor prático acerca da utilização
dos EPRs, inclusive a não utilização de barba por parte dos trabalha-
dores;
- Gestão continuada do PPR;
29
- Os tipos de EPR recomendados nas diversas tarefas;
- Adoção de testes de estanqueidade/vedação;
- Treinamento sobre proteção respiratória;
- Limpeza, inspeção, higienização, guarda e manutenção dos
EPRs;
- Definição de itens na avaliação médica relativas ao uso dos
EPRs;
- Monitoração da utilização por parte de quem usa os referidos
EPRs;
- Monitoração do risco de maneira efetiva;
- Avaliação do programa, para que sejam instituídas ações de
aperfeiçoamento e cumprimento de metas.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

30
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: Técnico em Seguran-
ça do Trabalho.
A higiene ocupacional dedica-se ao reconhecimento, avaliação e
controle dos riscos ambientais (químicos, físicos, biológicos e er-
gonômicos) presentes nos locais de trabalho. Sobre os objetivos
da higiene ocupacional, analise as afirmativas a seguir.
I. Promover o desenvolvimento da empresa, conforme as normas
estabelecidas pelas NRs.
II. Controlar apenas os níveis de poluição atmosférica no ambiente
de trabalho.
III. Proteger e promover a saúde dos trabalhadores por meio de
ações preventivas no ambiente de trabalho.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas
b) II, apenas
c) III, apenas
d) I e II, apenas
e) II e III, apenas

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IPHAN Prova: Técnico I - Área 7
Com relação ao gerenciamento de riscos em ambiente de trabalho,
julgue o item que se segue.
É função da chefia imediata avaliar as atribuições do setor e
classificá-las como salubres ou insalubres.
( ) Certo
( ) Errado
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: Analista Legislativo -
Engenharia Mecânica
Em relação aos riscos ocupacionais, pode-se dizer que o trabalho
físico pesado é um risco do tipo:
a) físico
b) ergonômico
c) biológico
d) químico
e) ambiental

31
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: Instituto Americano de desenvolvimento (IADES)
Prova: Analista Legislativo - Área Engenheiro do Trabalho
No contexto de higiene do trabalho, a respeito da avaliação do ruí-
do, é correto afirmar que:
a) As operações em decibéis são lineares, bastando somar os níveis de
ruído medidos de cada fonte.
b) Os limites de tolerância consistem no conjunto de níveis de pressão
sonora e as respectivas intensidades sonoras.
c) O efeito danoso de um ruído depende, exclusivamente, de três fato-
res: suscetibilidade individual, duração e número de repetições diárias
da exposição.
d) Os medidores de nível de pressão, quando acoplados a analisadores
de frequência, resultam no nível de ruído correspondente à faixa de
frequência selecionada.
e) Foi adotada a curva de compensação C para medição de níveis de
ruído contínuo pelas normas internacionais e pelo Ministério do Traba-
lho, uma vez que esta se aproxima mais à resposta do ouvido humano.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: Instituto Americano de desenvolvimento (IADES)
Prova: Analista Legislativo - Área Engenheiro do Trabalho
No contexto de higiene do trabalho, acerca de radiações ionizantes
e não ionizantes, é correto afirmar que:
a) As radiações não ionizantes englobam raios X e raios Y.
b) A limpeza adequada do ambiente é uma das medidas de controle de
laser.
c) O uso de barreiras e de equipamentos de proteção individual (EPI)
são medidas de controle de radiação ultravioleta.
d) As radiações não ionizantes apresentam uma frequência maior que
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

as ionizantes.
e) A principal diferença entre radiações ionizantes e não ionizante é a
faixa de frequência em que ambas trabalham.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A partir dos conceitos estudados, elabore uma dissertação (10 a 15 li-


nhas) demonstrando a relevância de conhecer os riscos ambientais no
ambiente laboral, respaldando a tese com pauta nos principais concei-
tos, nas características e nas principais formas de controlar e atuar me-
diante a incidência destes riscos diante dos trabalhadores.

32
TREINO INÉDITO

Sobre as etapas necessárias para o controle dos riscos que provocam


as doenças, prejuízos à saúde do trabalhador na higiene ocupacional,
estão corretas as alternativas, exceto:
a) Antecipação
b) Reconhecimento
c) Inspeção
d) Avaliação
e) Controle

NA MÍDIA

Tentativa de retomar o uso do amianto é retrocesso, diz Anamt

A tentativa de retomada do debate feito pelo Senado Federal pela li-


beração do amianto no Brasil é vista como um preocupante retrocesso
pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Há mais de
20 anos, a Associação defende o debate técnico acerca do banimento
da substância, que já foi proibida em 65 países.
O movimento do Senado, em consonância com empresas que produ-
zem e exportam o produto, ocorre menos de dois anos após o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidir pelo banimento, em mais um episódio
de uma longa batalha pela saúde dos trabalhadores. Como associação
que congrega Médicos do Trabalho, a Anamt reafirma que as discus-
sões a respeito do amianto devem ser técnicas – e não guiadas pelo
viés econômico.
Todos os tipos da substância são cancerígenos e podem causar inú-
meras doenças graves, como asbestose, câncer de pulmão e meso-
telioma – além de câncer de laringe, do trato digestivo e de ovário,
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

espessamento na pleura e diafragma, derrames pleurais, placas


pleurais e severos distúrbios respiratórios. Apenas no Brasil, o Sistema
de Informação sobre Mortalidade (SIM) registrou 2,4 mil óbitos entre
2000 e 2010 decorrentes da exposição ao material.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também já se posicionou favo-
rável ao banimento do mineral. A organização classificou o uso da fibra
como uma catástrofe de saúde pública, responsável por mais de 100 mil
mortes por ano em todo mundo. Estudos conduzidos pela OMS também
reforçam que, ao contrário do que argumenta a indústria, não existem
limites seguros para o uso do amianto.
Na causa, ao lado da Anamt, também está a Associação Médica do
Brasil (AMB) e mais 50 entidades médicas.
33
Fonte: Portal Revista CIPA
Data: 15 mai. 2019.
Leia a notícia na íntegra: http://revistacipa.com.br/tentativa-de-reto-
mar-o-uso-do-amianto-e-retrocesso-diz-anamt/

NA PRÁTICA

Riscos físicos, químicos e biológicos: enfoque prático. Esta aborda-


gem prática envolve a Monitoração da Exposição aos Riscos. A mo-
nitoração dos agentes ambientais consiste na  avaliação sistemática
(quantitativa) destes agentes, em periodicidade determinada pela
gradação de risco recebida por este agente, através da emissão do
LTCAT. O monitoramento dos agentes ambientais pode ser realizado por
empresa Terceirizada com Certificado de Calibração dos Instrumentos
e os resultados serão apresentados em relatórios, cujos valores são
repassados para o LTCAT por função. As empresas podem dispor de
funcionários que não permanecem fixos em setores, realizando assim
uma média das situações mais críticas de exposição a um certo agente.
Quando o risco é tolerável, não é necessária, muitas das vezes, moni-
toração constante; quando o risco é moderado, é recomendada a moni-
toração, porém, não obrigatória ao menos que indicada na Avaliação de
Risco Ocupacional por Função.
Quando a exposição é substancial, a monitoração deve ser prioritária
para dimensionar a exposição, verificar a eficácia das medidas de con-
trole e equacionar as medidas complementares.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

34
INSALUBRIDADE &
PERICULOSIDADE

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

Ao estudar o tema em questão, faz-se necessário tomar como


referência primordial a Norma Regulamentadora 15 (NR 15), juntamen-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

te com os seus 14 anexos (13 anexos em vigor, sendo o anexo 4 revo-


gado), pois é neste arquétipo conceitual que se aprofunda com fluência
em tema tão relevante para o trabalhador e o profissional de saúde e
segurança do trabalho, em específico o higienista ocupacional.
O profissional se enquadra em atividades insalubres, se este
desenvolver atividades acima dos limites de tolerância previstos nos
anexos de nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12, a saber:
- Anexo I - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Inter-
mitente
- Anexo II - Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto
- Anexo III - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor
- Anexo V - Radiações Ionizantes
35
- Anexo XI - Agentes Químicos Cuja Insalubridade é Caracteri-
zada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho
- Anexo XII - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais

Para que se possa entender com os detalhes necessários o con-


ceito de insalubridade, serão estudados os anexos acima informados.

Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente


Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de
aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impac-
to. Esta conceituação foi trazida pelo Anexo I da NR 15 com o objetivo
de dar uma referência primária no estudo de limite de tolerância.
Mas o que vem a ser limite de tolerância? De acordo com a
conceituação trazida nesta NR, é o parâmetro que retrata a concen-
tração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza
e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do
trabalhador, durante a sua vida laboral. A última assertiva, isto é, “duran-
te a sua vida laboral”, tem um peso considerável, pois, muitas vezes o
trabalhador muda de empresa e esta rastreabilidade se perde. Portanto,
não é tarefa fácil se estabelecer o real impacto dos agentes na vida la-
boral dos indivíduos.
Em se tratando de limite de tolerância aplicado aos níveis de
ruído contínuo ou intermitente, segundo conceito normativo, devem ser
medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora,
sendo que as leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalha-
dor.
Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exce-
der os limites de tolerância fixados no quadro a seguir:
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

36
Quadro 2 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Fonte: NR15, 2019.

Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao ní-


vel imediatamente mais elevado. Esta assertiva visa beneficiar o traba-
lhador, protegendo o mesmo sob limites mais altos, arredondando para
cima os valores em questão.
Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115
dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Em
relação a esta regra, a norma é clara e taxativa, pois, não deixa margem
de subjetividade, o que também beneficia diretamente o trabalhador.
Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais perío-
dos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados
os seus efeitos combinados, conforme a seguinte equação de média
ponderada:

37
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1    T2    T3                                 Tn

Se a soma exceder a unidade, a exposição estará acima do


limite de tolerância, devendo ser tomadas as medidas de controle e de
atenuação de ruídos.
Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador
fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima expo-
sição diária permissível a este nível, conforme estabelecido no quadro
imediatamente anterior.
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a
níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem
proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente, conforme esta-
belecido em norma.

Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto


Para se estudar este tópico, apresentando pelo Anexo II da
NR15, deve-se em primeiro lugar definir ruídos de impacto. Entende-
-se por ruídos de impacto aqueles que apresentam picos de energia
acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores
a 1 (um) segundo. Desta forma, a característica deste tipo de ruído é
bem peculiar, pois, correlaciona intensidade ou pressão sonora com pe-
riodicidade deste ruído. Estes níveis de impacto sonoro deverão ser
avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora,
operando de maneira a captar níveis de pressão sonora adequada para
impacto. As leituras também devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130
dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser
avaliado como ruído contínuo.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Quando não for possível efetuar a medição deste tipo de ruído


de impacto com o tipo de medidor do nível de pressão sonora adequa-
do, será válida a leitura feita no medidor adequado para ruído contínuo
ou intermitente. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C).

38
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores,
sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140
dB, medidos com o medidor adequado, ou superiores a 130 dB, me-
didos com o medidor adequado para ruído contínuo ou intermitente,
oferecerão risco grave e iminente.

Limites de Tolerância para Exposição ao Calor


O estudo desta incidência de percentual de insalubridade sob
exposição ao calor foi estudado em um contexto dos riscos físicos, item
1.7, deste material.

Radiações Ionizantes
Nas atividades ou operações em que trabalhadores possam
ser expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princí-
pios, as obrigações e controles básicos à proteção do homem e do seu
meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radia-
ção ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NN-3.01.
Esta norma do CNEN trata, dentre outros assuntos que não
serão o foco deste estudo, dos limites de dose individual, onde se esta-
belece que a exposição normal dos indivíduos deve ser restringida, de
tal modo que nem a dose efetiva, nem a dose equivalente nos órgãos
ou tecidos de interesse, causadas pela possível combinação de expo-
sições, originadas por práticas autorizadas, excedam o limite de dose
especificado na tabela a seguir:

HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

39
Quadro 3 – Limites de dose

Fonte: CNEN -NN-3.01, 2019.


Notas:
[a] Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose
anual deve ser considerado como dose no ano calendário, isto é, no período
decorrente de janeiro a dezembro de cada ano.
[b] Média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv
em qualquer ano.
[c] Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose
efetiva de até 5mSv em um ano, desde que a dose efetiva média em um perí-
odo de 5 anos consecutivos, não exceda a 1 mSv por ano.
[d] Valor médio em 1 cm² de área, na região mais irradiada.

Para entender melhor os limites de dosagem das radiações


ionizantes, faz-se necessário definir o Sv. O sievert (Sv) consiste na uni-
dade usada para dar uma avaliação do impacto da radiação ionizante
sobre os seres humanos. É a unidade do Sistema Internacional de Uni-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

dades da dose equivalente e da dose eficaz, e que leva em conta os


efeitos biológicos em tecidos vivos, produzidos pela radiação absorvida.
O Sv é a unidade, portanto, utilizada pela normatização que trata deste
tema no Brasil.

Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de


tolerância e inspeção no local de trabalho
Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam
expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocor-
rerá, de maneira objetiva, quando forem ultrapassados os limites de
tolerância constantes no quadro a seguir:
40
41
Quadro 4 - Limites de tolerância

HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

42
43
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS
Fonte: Anexo XI da NR15, 2019.

Há várias considerações a serem feitas acerca do quadro em


epígrafe, a saber:
- Todos os valores fixados no quadro de Limites de Tolerância
são válidos para absorção apenas por via respiratória;
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

- Todos os valores fixados no quadro como “Asfixiantes Sim-


ples” determinam que nos ambientes de trabalho, em presença des-
tas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser 18%
em volume. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver
abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente.
- Na coluna “valor teto”, estão assinalados os agentes químicos
cujos limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento
algum da jornada de trabalho.
- Na coluna “absorção também pela pele”, estão assinalados
os agentes químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea, e por-
tanto, exigindo na sua manipulação o uso da luvas adequadas, além do
EPI necessário à proteção de outras partes do corpo.

44
- Na avaliação das concentrações dos agentes químicos atra-
vés de métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou não,
deverá ser feita pelo menos em 10 amostragens, para cada ponto - ao
nível respiratório do trabalhador.
- Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostra-
gens não deverá ultrapassar os valores obtidos na equação que segue,
sob pena de ser considerada situação de risco grave e iminente.

Valor máximo = L.T. x F. D. Onde:

L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o


quadro limites de tolerância, F.D. = fator de desvio, segundo definido no
quadro a seguir:

Quadro 5 - Relação de LT e FD

Fonte: Anexo XI da NR15, 2019.

Limites de tolerância para Poeiras Minerais


As poeiras minerais das quais se referem a norma são as es-
tabelecidas a seguir:
- Asbesto
- Manganês e seus compostos
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

- Sílica livre cristalizada

Tais tipos de poeiras são foco das instituições que estudam a


Higiene Ocupacional, por conta de seus danos à saúde, causando um
histórico triste de doenças ocupacionais.
Asbesto: Tal poeira é uma das substâncias mais severas quan-
do se estuda Higiene Ocupacional. Os profissionais de saúde e segu-
rança do trabalho devem estar atentos às atividades nas quais os traba-
lhadores estão expostos ao asbesto no exercício do trabalho.
Definição de asbesto: Entende-se por “asbesto”, também de-
nominado amianto, a forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes
aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas, que consiste na
45
crisotila (asbesto branco), e dos anfibólios, ou seja, a actinolita, a amosi-
ta (asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul), a tremolita
ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais. Esta
definição permite que se assimile a amplitude dos tipos de substâncias
que são compreendidas pelo termo asbesto.

Amianto (do latim) ou asbesto (do grego) significam sem mancha, incorrup-
tível e inextinguível. Trata-se de um grupo heterogêneo de substâncias, com
diferentes composições químicas e cristalográficas, facilmente separáveis
em fibras. São descritos mais de 350 minerais com estrutura fibrosa, en-
contrados como minerais essenciais ou acessórios nas rochas magmáticas
e metamórficas. Define-se como fibra o particulado cujo comprimento seja
pelo menos três vezes maior que o diâmetro. (ALGRANTI Et AL, 2003; Scliar,
2005).

Em novembro de 2017, o STF estabelece a proibição da


utilização de asbesto no país, instituindo um marco evolutivo na saúde
e segurança no trabalho de grande relevância.
Manganês e seus compostos: o anexo XII da NR15 também
estuda o limite de tolerância para as operações com manganês e seus
compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do mi-
nério, ou ainda a outras operações com exposição a poeiras do manga-
nês ou de seus compostos é de até 5mg/m³ no ar, para jornada de até
8 (oito) horas por dia. A norma fala acerca do limite de tolerância para
as operações com manganês e seus compostos referente à metalurgia
de minerais de manganês, fabricação de compostos de manganês, de
baterias e pilhas secas, de vidros especiais e cerâmicas, de eletrodos
de solda, de produtos químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras
operações com exposição a fumos de manganês ou de seus compostos
é de até 1mg/m³ no ar, para jornada de até 8 (oito) horas por dia.
De maneira geral, o tema é tratado de forma bastante objetiva,
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

uma vez que sempre que os limites de tolerância forem ultrapassados,


as atividades e operações com o manganês e seus compostos serão
consideradas como insalubres no grau máximo.
Em última instância, o pagamento do adicional de insalubrida-
de por parte do empregador não o desobriga da adoção de medidas de
prevenção e controle, que visem minimizar os riscos dos ambientes de
trabalho.

Sílica livre cristalizada:


A norma estabelece as seguintes regras para trabalho com sí-
lica ou areia, sendo as quais: para jornadas de trabalho que excedem a
48 (quarenta e oito) horas semanais, os limites deverão ser deduzidos,

46
sendo estes valores fixados pela autoridade competente; fica proibido o
processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmida como
abrasivo. Esta segunda limitação traz um avanço também para os que-
sitos ligados ao meio ambiente. As máquinas e ferramentas utilizadas
nos processos de corte e acabamento de rochas ornamentais devem ser
dotadas de sistema de umidificação capaz de minimizar ou eliminar a ge-
ração de poeira decorrente de seu funcionamento, e esta regra acarreta
em proteção ao meio ambiente, assim como a regra anterior.
Tanto a concentração, como a percentagem da sílica, para a
aplicação deste limite, deve ser determinada a partir da porção que pas-
sa por um seletor (equipamento que mede a granulometria através de
seleção de “passa ou não passa” das microesferas), conforme o quadro
a seguir:

Quadro 6 – Diâmetro versus passagem pelo seletor

Fonte: Anexo XII da NR15, 2019.

ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS

Assim como as atividades e operações insalubres, ao estudar


o tema atividades perigosas, faz-se necessário tomar como referência
primordial a Norma Regulamentadora 16 (NR16), juntamente com os
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

seus 05 anexos, pois é neste arquétipo conceitual que se aprofunda com


fluência em tema tão relevante para o trabalhador e o profissional de
saúde e segurança do trabalho, em específico o higienista ocupacional.
Consideram-se atividades e operações perigosas as seguintes:
- Anexo I: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos;
- Anexo II: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis;
- Anexo III: Atividades e Operações Perigosas com Exposição
a Roubos ou outras Espécies de Violência Física nas Atividades Profis-
sionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial;
- Anexo IV: Atividades e Operações Perigosas com Energia
Elétrica;
- Anexo V: Atividades Perigosas em Motocicleta.
47
Atividades e Operações Perigosas com Explosivos
São consideradas operações perigosas as estabelecidas con-
forme atividades a seguir:
- armazenamento de explosivos
- transporte de explosivos
- operação de escorva dos cartuchos de explosivos
- operação de carregamento de explosivos
- detonação
- verificação de detonações falhadas
- queima e destruição de explosivos deteriorados
- operações de manuseio de explosivos

Conforme o anexo I da NR16, todo o trabalhador que exerce


estas atividades faz jus ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre
o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa, sendo-lhe ressalvado o direito de
opção por adicional de insalubridade eventualmente devido.
Áreas de risco para avaliar atividades perigosas: conforme dita
a norma, são consideradas áreas de risco:
- Nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios
pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas ex-
plosivas ou de fogos de artifício, de explosivos iniciadores, de explosi-
vos de ruptura e pólvoras mecânicas. A norma também estabelece a
relação entre quantidade armazenada em quilos e a faixa de terreno até
a distância desta quantidade.

Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis


São consideradas atividades ou operações perigosas, de acor-
do com a NR 16, as realizadas:
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Quadro 7 - Tipos de atividades que fazem jus ao adicional de periculosidade

ATIVIDADES ADICIONAL DE 30%

Na produção, transporte, pro- Na produção, transporte, proces-


a. cessamento e armazenamento samento e armazenamento de gás
de gás liquefeito. liquefeito.

48
No transporte e armazenagem
de inflamáveis líquidos e gaso-
Todos os trabalhadores da área de
b. sos liquefeitos e de vasilhames
operação.
vazios não-desgaseificados ou
decantados.
Todos os trabalhadores nessas ati-
Nos postos de reabastecimento
c. vidades ou que operam na área de
de aeronaves.
risco.
Nos locais de carregamento de
navios-tanques, vagões-tan-
Todos os trabalhadores nessas ati-
ques e caminhões-tanques e
d. vidades ou que operam na área de
enchimento de vasilhames, com
risco.
inflamáveis líquidos ou gasosos
liquefeitos.
Nos locais de descarga de na-
vios-tanques, vagões-tanques
e caminhões-tanques com in- Todos os trabalhadores nessas ati-
e. flamáveis líquidos ou gasosos vidades ou que operam na área de
liquefeitos ou de vasilhames risco
vazios não-desgaseificados ou
decantados.
Nos serviços de operações e
manutenção de navios-tanque,
vagões-tanques, caminhões-
Todos os trabalhadores nessas ati-
-tanques, bombas e vasilhames,
f. vidades ou que operam na área de
com inflamáveis líquidos ou
risco.
gasosos liquefeitos, ou vazios
não-desgaseificados ou decan-
tados.
Nas operações de desgaseifica-
Todos os trabalhadores nessas ati-
ção, decantação e reparos de
g. vidades ou que operam na área de
vasilhames não-desgaseificados
risco.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

ou decantados.
Nas operações de testes de Todos os trabalhadores nessas ati-
h. aparelhos de consumo do gás e vidades ou que operam na área de
seus equipamentos. risco.
No transporte de inflamáveis
i. líquidos e gasosos liquefeitos Motorista e ajudantes.
em caminhão-tanque.

49
No transporte de vasilhames
(em caminhões de carga), con-
tendo inflamável líquido, em
quantidade total igual ou supe- Motorista e ajudantes.
j. rior a 200 litros, quando não ob-
servado o disposto nos subitens
4.1 e 4.2 deste anexo.
No transporte de vasilhames
(em carreta ou caminhão de
carga), contendo inflamável ga-
l. Motorista e ajudantes.
sosos e líquido, em quantidade
total igual ou superior a 135
quilos.
Nas operações em postos de
Operador de bomba e trabalhadores
m. serviço e bombas de abasteci-
que operam na área de risco.
mento de inflamáveis líquidos.
Fonte: Anexo II da NR16, 2019.

Para todas estas atividades, é conferido aos trabalhadores adi-


cional de 30%, bem como àqueles que operam na área de risco.
Áreas de risco: o Quadro 10 - Enumeração de áreas de risco enu-
mera as considerações acerca das áreas de risco, conforme dita a NR16.

Atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou ou-


tras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial
As atividades ou operações que impliquem em exposição dos
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras
espécies de violência física são consideradas perigosas.
Conforme estabelece a diretriz normativa, são considerados
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que


atendam a uma das seguintes condições:
- empregados das empresas prestadoras de serviço nas ativi-
dades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico de se-
gurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo governo;
- empregados que exercem a atividade de segurança patrimo-
nial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, ro-
doviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados diretamente
pela administração pública direta ou indireta.
As atividades ou operações que expõem os empregados a
roubos ou outras espécies de violência física são as estabelecidas no
quadro abaixo:
50
Quadro 8 - Enumeração de áreas de risco
ATIVIDADE ÁREA DE RISCO
Poços de petróleo em Círculo com raio de 30 metros, no mínimo,
a
produção de gás. com centro na boca do poço.
Unidade de processamen- Faixa de 30 metros de largura, no mínimo,
b to das refinarias. contornando a área de operação.
Outros locais de refinaria
onde se realizam opera-
ções com inflamáveis em
estado de volatilização ou Faixa de 15 metros de largura, no mínimo,
c possibilidade de volatili- contornando a área de operação.
zação decorrente de falha
ou defeito dos sistemas
de segurança e fecha-
mento das válvulas.

d Tanques de inflamáveis Toda a bacia de segurança.


líquidos
Círculo com raio de 3 metros com centro
e Tanques elevados de in- nos pontos de vazamento eventual (válvula
flamáveis gasosos registros, dispositivos de medição por es-
capamento, gaxetas).
Carga e descarga de infla- Afastamento de 15 metros da beira do cais,
máveis líquidos contidos
f durante a operação, com extensão corres-
em navios, chatas e ba- pondente ao comprimento da embarcação.
telões.

g Abastecimento de aero- Toda a área de operação.


naves
Enchimento de vagões
h –tanques e caminhões – Círculo com raio de 15 metros com centro
tanques com inflamáveis nas bocas de enchimento dos tanques.
líquidos.
Enchimento de vagões-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Círculo com 7,5 metros centro nos pontos


-tanques e caminhões-
i de vazamento eventual (válvula e regis-
-tanques inflamáveis ga- tros).
sosos liquefeitos.
j Enchimento de vasilha-
Círculos com raio de 15 metros com centro
mes com inflamáveis ga-
nos bicos de enchimentos.
  sosos liquefeitos.
Enchimento de vasilha-
mes com inflamáveis líqui- Círculo com raio de 7,5 metros com centro
l nos bicos de enchimento.
dos, em locais abertos.
Enchimento de vasilha-
m mes com inflamáveis líqui- Toda a área interna do recinto.
dos, em recinto fechado.

51
Manutenção de viaturas- Local de operação, acrescido de faixa de
-tanques, bombas e va-
n silhames que 7,5 metros de largura em torno dos seus
continham pontos externos.
inflamável líquido.
Desgaseificação, decanta-
ção e reparos de vasilha- Local da operação, acrescido de faixa de
o mes não desgaseificados
ou decantados, utilizados 7,5 metros de largura em torno dos seus
pontos externos.
no transporte de inflamá-
veis.
Testes em aparelhos de Local da operação, acrescido de faixa de
p consumo de gás e seus 7,5 metros de largura em torno dos seus
equipamentos. pontos extremos.
Toda a área de operação, abrangendo,
no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros
com centro no ponto de abastecimento e o
Abastecimento de infla-
q máveis círculo com raio de 7,5 metros com centro
na bomba de abastecimento da viatura e
faixa de 7,5 metros de largura para ambos
os lados da máquina.
Armazenamento de vasi-
lhames que contenham
inflamáveis líquidos ou Faixa de 3 metros de largura em torno dos
r vazios não desgaseifica- seus pontos externos.
dos ou decantados, em
locais abertos.
Armazenamento de vasi-
lhames que contenham
s inflamáveis líquidos ou Toda a área interna do recinto.
vazios não desgaseifica-
dos, ou decantados, em
recinto fechado.
Carga e descarga de
vasilhames contendo in-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

flamáveis líquidos ou vasi- Afastamento de 3 metros da beira do cais,


t lhames vazios não desga- durante a operação, com extensão corres-
seificados ou decantados, pondente ao comprimento da embarcação.
transportados pôr navios,
chatas ou batelões.
Fonte: Anexo II da NR16, 2019.

Atividades e operações perigosas com energia elétrica


Dentro das atividades ligadas à energia elétrica, têm direito ao
adicional de periculosidade os trabalhadores:
- que executam atividades ou operações em instalações ou
equipamentos elétricos energizados em alta tensão;
52
- que realizam atividades ou operações com trabalho em proxi-
midade, conforme estabelece a NR-10;
- que realizam atividades ou operações em instalações ou equi-
pamentos elétricos energizados em baixa tensão no sistema elétrico de
consumo - SEC, no caso de descumprimento do item 10.2.81 e seus su-
bitens da NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;
- das empresas que operam em instalações ou equipamentos
integrantes do sistema elétrico de potência - SEP, bem como suas con-
tratadas, em conformidade com as atividades e respectivas áreas de
risco descritas no quadro a seguir:

HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

1 10.2.8 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA:


Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, prio-
ritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a
serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica confor-
me estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança.
Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas
outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras,
sinalização, sistema de secciona mento automático de alimentação, bloqueio do religamento au-
tomático. O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme regulamentação
estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às Normas Internacio-
nais vigentes. 

53
Quadro 9 – Atividades x áreas de risco
ATIVIDADES ÁREAS DE RISCO
a) Estruturas, condutores e equipamen-
tos de linhas aéreas de transmissão,
subtransmissão e distribuição, incluindo
plataformas e cestos aéreos usados para
I - Atividades, constantes no execução dos trabalhos;
item 4.1, de construção, opera- b) Pátio e salas de operação de subesta-
ção e manutenção de redes de ções;
linhas aéreas ou subterrâneas c) Cabines de distribuição;
de alta e baixa tensão inte- d) Estruturas, condutores e equipamentos
grantes do SEP, energizados de redes de tração elétrica, incluindo es-
ou desenergizados, mas com cadas, plataformas e cestos aéreos usa-
possibilidade de energização dos para execução dos trabalhos;
acidental ou por falha opera- e) Valas, bancos de dutos, canaletas, con-
cional. dutores, recintos internos de caixas, poços
de inspeção, câmaras, galerias, túneis,
estruturas terminais e aéreas de superfície
correspondentes;
f) Áreas submersas em rios, lagos e mares.
II - Atividades, constantes no
item 4.2, de construção, opera-
a) Pontos de medição e cabinas de distri-
ção e manutenção nas usinas,
buição, inclusive de consumidores;
unidades geradoras, subesta-
b) Salas de controles, casa de máquinas,
ções e cabinas de distribuição
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

barragens de usinas e unidades gerado-


em operações, integrantes do
ras;
SEP, energizados ou desener-
c) Pátios e salas de operações de subes-
gizados, mas com possibilida-
tações, inclusive consumidoras.
de de energização acidental ou
por falha operacional.

54
a) Áreas das oficinas e laboratórios de
testes e manutenção elétrica, eletrônica
III - Atividades de inspeção, e eletromecânica onde são executados
testes, ensaios, calibração, testes, ensaios, calibração e reparos de
medição e reparos em equipa- equipamentos energizados ou passíveis
mentos e materiais elétricos, de energização acidental;
eletrônicos, eletromecânicos b) Sala de controle e casas de máquinas
e de segurança individual e de usinas e unidades geradoras;
coletiva em sistemas elétricos c) Pátios e salas de operação de subesta-
de potência de alta e baixa ções, inclusive consumidoras;
tensão. d) Salas de ensaios elétricos de alta tensão;
e) Sala de controle dos centros de opera-
ções.
IV - Atividades de treinamento
em equipamentos ou insta-
lações integrantes do SEP,
a) Todas as áreas descritas nos itens an-
energizadas ou desenergiza-
teriores.
das, mas com possibilidade de
energização acidental ou por
falha operacional.
Fonte: NR16, 2019.

Atividades perigosas em motocicleta


Conforme estabelecido em norma, as atividades laborais com
utilização de motocicleta ou motoneta no deslocamento de trabalhador
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

em vias públicas são consideradas perigosas.

Não são consideradas perigosas, para efeito de atividades


com motocicleta:
- a utilização de motocicleta ou motoneta exclusivamente no
percurso da residência para o local de trabalho ou vice-versa;
- as atividades em veículos que não necessitem de emplacamen-
to ou que não exijam carteira nacional de habilitação para conduzi-los;
55
- as atividades em motocicleta ou motoneta em locais privados;
- as atividades com uso de motocicleta ou motoneta de forma
eventual, ou que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente redu-
zido.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

56
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: Unicentro Órgão: Unicentro Prova: Engenheiro
de Segurança do Trabalho.
Sobre a NR-15 - Atividades e Operações Insalubres, é incorreto
afirmar:
a) Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde
que comprovada a insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho in-
dicará o adicional devido;
b) O percentual de adicional para insalubridade de grau mínimo é de
10% (dez por cento) sobre o salário do trabalhador;
c) A eliminação ou neutralização da insalubridade pode ser caracteri-
zada apenas através de avaliação pericial por órgão competente, que
comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador;
d) Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em
decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no
circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta (SLOW).

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: Fundação Getúlio Vargas (FGV) Prova: Assisten-
te Legislativo – Área Técnico em Segurança de Trabalho
Sobre as Normas de Higiene Ocupacional, analise as afirmativas a
seguir.
I. As Normas de Higiene Ocupacional determinam os limites de to-
lerância, a metodologia de avaliação e os critérios técnicos dos
equipamentos usados nas avaliações de riscos ocupacionais.
II. As Normas de Higiene Ocupacional servem de orientação sobre
as formas de controle dos agentes de riscos ambientais.
III. As Normas de Higiene Ocupacional identificam o risco, o men-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

sura, ou seja, atribui um valor para “provar” que ele está no am-
biente.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Engenheiro de Se-
gurança do Trabalho
57
Em relação à NR 16 – Atividades e Operações Perigosas, analise as
seguintes afirmativas.
I. Os cilindros de Gás Natural Veicular (GNV) com capacidade su-
perior a 6 m3 instalados nas empilhadeiras indicam a necessidade
de pagamento de adicional de periculosidade para o operador.
II. Os trabalhadores que laboram em áreas sujeitas a periculosida-
de têm direito a adicional de 30 % sobre o salário-mínimo e aposen-
tadoria especial com redução do tempo de trabalho.
III. Por tratar-se de área com risco de explosão, o operador de cal-
deiras tem direito a adicional de periculosidade independentemen-
te do combustível utilizado.
IV. O transporte de líquidos inflamáveis em embalagens certifica-
das simples de 200 L, independentemente do número de embala-
gens, garante o pagamento de adicional de periculosidade.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
d) Nenhuma afirmativa está correta.
e) Somente a afirmativa IV está correta.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Técnico em Segu-
rança do Trabalho
Analise os itens abaixo e identifique os que correspondem a ativi-
dades e operações perigosas, de acordo com a Norma Regulamen-
tadora 16. Em seguida, assinale a alternativa correta.
I. Operações de transporte de explosivos.
II. Atividades ou operações que impliquem exposição dos profis-
sionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

espécies de violência física.


III. Atividades que envolvam o manuseio de ácido sulfúrico.
a) Somente o item I está correto.
b) Somente os itens I e II estão corretos.
c) Todos os itens estão corretos.
d) Somente os itens I e III estão corretos.
e) Somente os itens II e III estão corretos.

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Técnico em
Segurança do Trabalho
Em relação à Norma Regulamentadora 16 (Atividades e operações
58
periculosas) e seus anexos, assinale a alternativa correta.
a) Considera-se líquido combustível todo aquele que possua ponto de
fulgor maior que 80 ºC e inferior ou igual a 100 ºC.
b) A energia elétrica não é considerada um fator de risco para a percep-
ção de periculosidade.
c) Os trabalhadores que operam bombas de abastecimento de infla-
máveis líquidos em postos de serviços não têm direito ao adicional de
periculosidade.
d) Periculosidade é um adicional de 30% que incide sobre o salário
mínimo.
e) As operações de transporte de inflamáveis líquidos, em quaisquer
vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosida-
de, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite
de 200 litros.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

A partir dos conceitos estudados, elabore uma dissertação (10 a 15 li-


nhas) demonstrando a relevância de se estabelecer de maneira eficaz
os tipos de agentes de risco no ambiente laboral, a fim de enquadrar os
profissionais envolvidos com os adicionais devidos de insalubridade e
periculosidade.

TREINO INÉDITO

“As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem pro-


teção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a ______ dB,
medidos com o medidor adequado, ou superiores a ______ dB, medi-
dos com o medidor adequado para ruído contínuo ou intermitente, ofe-
recerão risco grave e iminente.”. Os níveis que completam as lacunas
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

no trecho descrito estão descritas corretamente na alternativa:


a) 130 e 150, respectivamente.
b) 140 e 150, respectivamente.
c) 140 e 130, respectivamente.
d) 125 e 130, respectivamente.
e) 120 e 130, respectivamente.

NA MÍDIA

Advogada explica como funcionam os adicionais de periculosidade e


de insalubridade
Manoela Alves aponta que decisão da Justiça necessita de perícia e
59
que, na pandemia, há possibilidade de receber valor a mais devido ao
risco corrido pelo trabalhador.

Fonte: G1 – Portal de Notícias da Globo


Data: 16 abr. 2020.
Leia a notícia na íntegra:
<https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/04/16/advogada-
-orienta-sobre-adicionais-de-periculosidade-e-de-insalubridade.ghtml>

NA PRÁTICA

A abordagem prática deste tema permeia a forma de se determinar e


identificar os riscos que existem nas várias atividades laborais, com o
objetivo de apontar as tarefas em que há agentes nocivos, de maneira
que essa exposição seja indissociável ao enquadramento legal para fa-
zer jus aos adicionais de periculosidade e insalubridade. A importância
do Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT) é
parte integrante de um conjunto mais amplo de iniciativas, no sentido de
preservar a saúde e a integridade física dos empregados, e deve estar
associado com o disposto nas demais Normas Regulamentadoras, em
especial com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Desta forma, deve-se aplicar dois tipos de procedimentos de técnicas
de avaliação, que é a qualitativa e a quantitativa, em relação à exposi-
ção. A avaliação qualitativa define-se como uma análise ou inspeção
visual, sobre determinado local de trabalho, observando as caracterís-
ticas específicas do ambiente de trabalho, os agentes ambientais exis-
tentes, as atividades exercidas, as funções presentes no referido local e
tempo de exposição dos profissionais. A avaliação quantitativa se define
como uma análise sobre um dado local de trabalho, utilizando-se de
equipamentos específicos para medição e quantificação destes agentes
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

ambientais presentes.

60
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL & OS PROGRAMAS
DE SAÚDE DO TRABALHADOR

Visando proteger a saúde do trabalhador frente aos possíveis


riscos e perigos que podem existir durante a execução dos trabalhos, HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

tem-se a NR 6, que se refere aos Equipamentos de Proteção Individual


- EPI. A seguir, serão abordados tópicos importantes para se atentar a
proteção individual e coletiva do trabalhador, todavia, é importante fazer
a leitura da norma para estar ciente das responsabilidades, tanto do
profissional, quanto da organização.

NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI


Página principal das NRs disponível em: <https://enit.trabalho.
gov.br/portal/>.
61
Para acessar as normas individualmente, clique em “Normas
Regulamentadoras – NRs Atualizadas”

EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O conceito em epígrafe é de grande amplitude. Todavia, toda a


conceituação de EPI se dará com foco na Higiene do Trabalho, quando
se fizer possível, pois há conceitos e abordagens que permeiam to-
dos os temas relativos à Segurança e Saúde do Trabalho. Define-se
como EPI, todo dispositivo de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado a um ou mais riscos suscetíveis de ameaçar sua segurança
e saúde no trabalho, bem como qualquer complemento ou acessório
destinado a esse objetivo.

QUANDO USAR O EPI?

Quando o trabalhador se expõe diretamente a ariscos não con-


troláveis por outros meios técnicos, quando o trabalhador se expõe a
riscos apenas parcialmente controlados por outros recursos técnicos,
em casos de emergência, ou seja, quando a rotina do trabalho é que-
brada por qualquer anormalidade envolvida, quando em período de ins-
talação, reparos ou substituição dos meios que impedem o contato do
trabalhador com o produto ou fator de risco. Em todas estas hipóteses
ou situações, o trabalhador deve utilizar o EPI.

CRITÉRIOS PARA O USO DE EPI


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

A equipe de saúde e segurança do trabalho deve atuar no sen-


tido de constatar a existência ou não de elementos da operação, de
condições de trabalho, ambiente, entre outras, que sejam ou que pos-
sam vir a ser nocivos aos trabalhadores. Tal ação, muitas vezes, não é
tarefa fácil, por conta da subjetividade de determinação de situações
de risco em alguns ambientes laborais. Eis os critérios, no sentido mais
específico:
- Avaliação do risco constatado: para se avaliar os riscos, faz-
-se necessário determinar a intensidade e/ou extensão do risco, quanto
às possíveis consequências para o trabalhador e com que frequência
ele se expões a riscos, e quantos estão sujeitos aos mesmos perigos;
- Indicação do EPI apropriado: a indicação do EPI, com base
62
nos resultados previamente obtidos, a execução de testes e a escolha,
dentre vários, o EPI mais aconselhável para solução do problema que
se tem pela frente, é consequência final para convenção de grupos de
EPI, baseados em critérios de técnica e observação.

CORRELAÇÃO ENTRE O EPC E EPI

Estabelecer uma correlação intrínseca entre os Equipamentos


de Proteção Individual (EPIs) e os Equipamentos de Proteção Coletiva
(EPCs) é fundamental para o estabelecimento eficaz das medidas de
controle em um ambiente laboral, pra que seja possível alcançar os
objetivos, que são mitigar o risco e melhorar as condições de trabalho
dos profissionais.
Tal correlação se dá com os seguintes preceitos e considerações:

Quadro 10 – Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) versus


Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
EPCs EPIs
- Inicialmente, sempre optar pelo - Na maioria das vezes implanta-se o
EPC; uso dos EPIs como primeira medida;
- Só usar EPI quando o EPC for tec- Os EPCs requerem altos investimen-
nicamente inviável ou não oferecer tos;
completa proteção;
- Enquanto as medidas de controle Os EPCs, em muitos casos, são tec-
estão sendo adotadas nicamente inviáveis;
- Situações de emergências. Tecnologias não disponíveis.
Fonte: Autor, 2019. HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

63
TIPOS CONSAGRADOS DE EPIS

Proteção para as mãos


As luvas, que são os EPIs existentes para proteger as mãos
do trabalhador, devem ser usadas sob a avaliação do tipo de trabalho,
para seleção do tipo de luva a ser utilizada. Os tipos de materiais são
borracha nitrílica, hexanol, latex e PVC. O parâmetro a ser usado, por
exemplo, é a resistência química, que deve ser consultada em relação
aos produtos aplicados.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

64
Figura 5 - Proteção para as mãos

Fonte: Autor, 2019.

Considerações importantes:

- As luvas devem estar ligeiramente largas para um desempe-


nho máximo e uma rápida remoção em ambientes perigosos;
- Escolha um comprimento de luva adequado para sua aplicação;
- Inspecione periodicamente o estado das suas luvas;
- Substitua as luvas que demonstrem estar excessivamente
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

gastas;
- Use luvas adequadas a atividades a serem realizadas;
- Pergunte-se sempre: Esta luva é adequada ao produto que
estou utilizando?

Proteção para a cabeça


O capacete, o mais consagrado e versátil equipamento de pro-
teção individual, protege contra o choque elétrico, queda de objetos e
de muitas outras situações. No contexto da capacidade do capacete, de
proteger e salvar vidas, um objeto que caia começa a queda com veloci-
dade zero e acelera a 9,8 m/s². Desta forma, ao final de 10 segundos, tal
65
objeto terá velocidade de 90 m/s e terá caído 90 metros. A partir desta
avaliação simples, pode-se inferir o dano que um dado objeto faz na
cabeça do indivíduo, se este não estiver portando o capacete.

Figura 6 – Capacete - proteção para a cabeça

Fonte: Autor, 2019.

Proteção visual e facial


Levando-se em conta que, em média, a cada 30 segundos al-
gum trabalhador sofre ferimento nos olhos, e que cerca de 37 mil tra-
balhadores são afastados do trabalho diariamente por causa de feri-
mentos nos olhos, pode-se compreender claramente a relevância de se
acompanhar e fiscalizar a proteção visual e facial, por meio dos EPIs
adequados para tal aplicação.
Ao se estudar também a classificação percentual dos aciden-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

tes, reforça-se tal relevância, a saber:


- 80% por partículas arremessadas;
- 08% por ferramentas de maquinário;
- 07% por respingos de líquidos;
- 2,5% por explosões;
- 02% por quedas;
- 0,5% por infecção.

Estes tipos de EPIs protegem contra partículas, vapores e lí-


quidos corrosivos. Podem ser do tipo óculos, protetor facial, blindagem
ou outro dispositivo de proteção.

66
Figura 7 - Protetores facial e visual

Fonte: Autor, 2019.

Proteção auditiva
Estes tipos de equipamentos de proteção têm por finalidade
diminuir o nível de ruído recebido pelo trabalhador. Estes devem ser
usados nas áreas próximas aos equipamentos ruidosos e locais baru-
lhentos.

O protetor auricular do tipo abafador atenua cerca de 25 dB, e


o tipo plug atenua cerca de 18 dB.

Figura 8 - Protetores auriculares

HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Conectafg. Acesso em 2020.

67
EPIs para proteção respiratória
Este tipo de EPI protege as vias respiratórias, devendo ser
usado em atividades onde haja concentração de poeiras ou gases.

Figura 9 - Exemplos de máscaras de proteção respiratória

Fonte: Autor, 2019.

PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR

Os programas de saúde do trabalhador são iniciativas estabe-


lecidas nas Normas Regulamentadoras, sendo mecanismo de registro
e de fiscalização, por meio das quais o Governo exerce sua missão de
atuar como fiscal, fomentador de melhorias e punição das irregularida-
des efetuadas pelas empresas que descumprem tais programas.
Estes programas são de diversos tipos, a saber:
- Programa de Conservação Auditiva – PCA
- Programa de Proteção Respiratória – PPR
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

- Programa de Proteção de Riscos Ambientais - PPRA

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA

O PCA, de maneira objetiva, pode ser resumido, em termos de


sua implementação, em 4 passos: identificação dos riscos, os efeitos do
ruído à saúde, estabelecimento dos tipos de protetor auditivo, e como
usar o protetor auditivo.

68
Níveis de som para conforto, segundo a NBR 10152:2017
Trabalhos científicos relacionados com o ruído ambiental de-
monstram que uma pessoa só consegue relaxar totalmente durante o
sono, em níveis de ruído abaixo de 39 dB(A), enquanto a Organização
Mundial de Saúde estabelece 55 dB(A) como nível médio de ruído diário
para uma pessoa viver bem. Portanto, os ambientes localizados onde o
ruído esteja acima dos níveis recomendados, necessitam de um isola-
mento acústico.
Acima de 75 dB(A) começa a acontecer o desconforto acústi-
co, ou seja, para qualquer situação ou atividade, o ruído passa a ser um
agente que incomoda. Nessas condições há uma perda da inteligibili-
dade da linguagem, a comunicação fica prejudicada, passando a ocor-
rer distrações, irritabilidade e diminuição da produtividade no trabalho.
Acima de 80 dB(A), as pessoas mais sensíveis podem sofrer perda de
audição, o que se generaliza para níveis acima de 85 dB(A).

Tipos de ruído
Os ruídos podem ser classificados pelos seus diferentes tipos
de manifestação, a saber:
- Ruído contínuo
- Flutuante
- Impacto

Ruído contínuo: define-se como o próprio nome diz, isto é, é


um ruído sem interrupções em sua natureza, tais como frequência, in-
tensidade e variação média.

Gráfico 1 - Configuração gráfica do ruído contínuo


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Autor, 2019.

69
Ruído flutuante: define-se como o ruído de variação de fre-
quência, intensidade e variação no decorrer do tempo de manifestação
deste ruído.

Gráfico 2 - Configuração gráfica do ruído flutuante

Fonte: Autor, 2019.

Ruído de impacto: também chamado de ruído impulsivo, de-


fine-se como surtos de ruído e mais ou menos com uma frequência
regular e cíclica, conforme gráfico a seguir:

Gráfico 3 - Configuração gráfica do ruído impulsivo


HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Autor, 2019.

Efeitos sociológicos da deficiência auditiva


Quanto aos efeitos sociológicos, podemos citar, em relação à
reação da comunidade, a irritação geral e incômodo; a perturbação na
comunicação por conversação, por telefone, rádio, televisão; o repouso
70
e o relaxamento deficientes dentro e fora da residência; a perturbação
do sono; a concentração e performance deficientes; a sensação de vi-
bração; a associação do medo e ansiedade e a mudança na conduta
social.
Figura 10 – efeito social da surdez

Fonte: Autor, 2019.

PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA – PPR

O Programa de Proteção Respiratória (PPR) é um processo


para seleção, utilização e manutenção dos respiradores com o intuito
de assegurar proteção adequada para o usuário. Uma das premissas
relevantes apresentadas no PPR é demonstrar que, antes de se utilizar
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

um respirador, é essencial que seja estabelecido um PPR, por escrito,


com os procedimentos específicos para o local de trabalho. O progra-
ma deve ser implantado, avaliado e atualizado sempre que necessário,
de modo a refletir as mudanças de condições do ambiente laboral que
possam afetar o uso de respirador. O PPR deve ser compreendido por
todos os níveis hierárquicos da empresa.

Requisitos mínimos do PPR


O texto do PPR deve conter, no mínimo, os seguintes requisitos:
- política da empresa na área de proteção respiratória;
- abrangência;
71
- indicação do administrador do programa;
- regras e responsabilidades dos principais atores envolvidos;
- avaliação dos riscos respiratórios;
- seleção do respirador;
- avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos
usuários;
- treinamento;
- ensaio de vedação;
- uso do respirador e proibição da barba;
- manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respira-
dores;
- guarda e estocagem;
- uso de respirador para fuga, emergências e resgates;
- qualidade do ar/gás respirável;
- revisão do programa;
- arquivamento de registros.

Implementação do programa
É importante que o PPR seja implementado, avaliado e revisa-
do, quando necessário, de modo a refletir mudanças nas condições de
trabalho que possam afetar a seleção e o uso do respirador. Para isto, é
necessário que o profissional de saúde e segurança possa definir uma
estratégia de ação, preparar materiais de divulgação, formar agentes
multiplicadores, estabelecer um cronograma de ações e prioridades e
fomentar utilização de recursos financeiros.

Administração do programa
É de iniciativa do empregador atribuir a uma só pessoa a res-
ponsabilidade e a autoridade pelo programa. Ela deve ser qualificada
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

por treinamento ou possuir experiência compatível com a complexidade


do PPR, para implementar e administrar de modo apropriado o progra-
ma, bem como conhecer e estar atualizada no que se refere às publi-
cações e aos regulamentos legais vigentes. O administrador do PPR
poderá indicar pessoas competentes para auxiliá-lo na implantação e
na execução de algumas tarefas do programa. Essas pessoas devem
ter experiência e treinamentos apropriados para exercer suas funções
no PPR de maneira efetiva e manterem-se atualizadas.

Regras e responsabilidades do PPR


Todas as pessoas envolvidas no PPR devem ser competentes
72
em sua área de responsabilidade dentro do programa e devem manter
seus conhecimentos e treinamento atualizados, para poder desenvolver
com eficiência seus encargos.

A avaliação dos perigos no ambiente laboral


A avaliação dos riscos respiratórios é essencial para o proces-
so de seleção e uso do respirador adequado e deve ser realizada por
pessoa competente. A avaliação completa dos riscos inclui três etapas,
a saber:
- avaliação dos perigos no ambiente;
- avaliação da adequação do respirador à exposição;
- avaliação da adequação do respirador à tarefa, ao usuário e
ao ambiente de trabalho. É necessário que a análise dos parâmetros
contidos nessas etapas seja realizada antes de serem iniciadas as tare-
fas, sejam de rotina ou de emergência, e repetida quando as condições
de trabalho se alterarem.

Importante que sejam seguidas, ao avaliar os perigos, as se-


guintes etapas:
- Determinar se existe risco potencial de deficiência de oxigê-
nio e, quando existir, determinar o nível de oxigênio mais baixo que
possa ocorrer em trabalhos de rotina ou em emergência.
- Identificar os contaminantes que possam estar presentes no
ambiente laboral e seu estado físico (particulado, gás, vapor).
- Tomar conhecimento das Fichas de Informações de Seguran-
ça de Produtos Químicos (FISPQ) do agente contaminante, e disponibi-
lizar a FISPQ a todos os profissionais envolvidos.
- Determinar se existe óleo presente no caso de contaminantes
particulados, e se a presença de aerossol oleoso for desconhecida, de-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

ve-se assumir como existente. Exemplos de atividades conhecidas pela


produção de aerossol oleoso incluem o uso de compressor de ar com
lubrificantes oleosos e a operação de veículos com motor de combustão
interna.
- Identificar o limite de tolerância, ou qualquer outro limite de
exposição, ou estimar a toxidez dos contaminantes. Verificar se existe
concentração IPVS (Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde) para os
contaminantes.
- Medir ou estimar a concentração dos contaminantes na con-
dição de exposição ocupacional mais crítica, prevista nas operações de
rotina, emergência, resgate ou escape, obedecendo às boas práticas de
Higiene Ocupacional.
73
Adequação do dispositivo respirador à tarefa, ao usuário e ao am-
biente de trabalho
Além do respirador ser adequado à exposição, ele deve tam-
bém ser analisado em relação à tarefa, ao usuário e ao ambiente labo-
ral para que ofereça a proteção necessária durante o período de uso.
A avaliação da adequação do respirador à tarefa deve considerar os
seguintes fatores:
- Frequência e duração da tarefa: o tempo de permanência na
área de risco durante o turno de trabalho deve ser considerado na esco-
lha de um respirador. Para alguns tipos de respiradores, o tempo máxi-
mo de uso e a frequência de uso podem ser limitados, de acordo com o
conforto do usuário e a carga de trabalho. Cada tipo de respirador tem
características que o tornam apropriado ou não para uso rotineiro, não
rotineiro, emergências ou resgate. Além deste aspecto, devem também
ser incluídas considerações sobre vida útil dos filtros, carga e vida útil
de baterias e capacidade do reservatório de ar/gás respirável.
- Nível de esforço físico: o nível de esforço físico requerido
durante o uso do respirador, incluindo o nível máximo previsto, determina
a quantidade de ar/gás respirável demandada pelo usuário. Assim, por
exemplo, em casos de extremo esforço, a autonomia de uma máscara
autônoma fica reduzida pela metade ou mais.
- Uso de ferramentas: o emprego de equipamentos para solda,
para operações de pintura spray e muitos equipamentos elétricos, po-
dem influenciar no desempenho do respirador.
- Mobilidade: a mobilidade necessária para realização da tarefa
pode limitar a escolha do tipo de respirador a ser utilizado de maneira
segura. Espaços confinados requerem considerações especiais.
- Comunicação: na escolha de certos tipos de respiradores,
deve-se levar em conta o nível de ruído do ambiente e a necessidade
de comunicação do usuário. Falar em voz alta pode provocar deslo-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

camento de algumas peças faciais. Deve-se levar em conta também


necessidades especiais de comunicação, especialmente para espaços
confinados e atmosferas IPVS, onde a comunicação entre o usuário do
respirador e o pessoal de apoio é importante.
- Vida útil dos filtros: para a seleção adequada de um respira-
dor purificador de ar, o administrador do programa deve definir os tipos
e as classes de filtros, bem como a frequência de troca destes. Poucos
filtros possuem indicador de fim de vida útil, e desta forma, deve-se re-
dobrar o cuidado com este tema.

74
PROGRAMA DE PROTEÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA

NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, que


aborda sobre o programa PPRA, sofreu atualizações significativas em
2019/2020. Com a nova reformulação, será tratada na NR a exposição
à agentes ambientais químicos, físicos e biológicos. Todavia, as novas
mudanças passarão a valer somente em 2021 (um ano após a publica-
ção das atualizações). Sendo assim, durante esse período, as organi-
zações deverão seguir o texto vigente da NR - 09 com suas exigências.
Após vigência do novo texto, o conteúdo deste material será readequa-
do para atender às novas regras vigentes referentes à norma.
Veja as novas mudanças no site do ENIT – Escola Nacional da
Inspeção do Trabalho, disponível em: <https://sit.trabalho.gov.br/portal/
index.php/ctpp-nrs/nr-9?view=default>.

Considerações iniciais
Foram nas décadas de 1960 e 1970 que surgiram as diversas
técnicas, procedimentos e documentos com vistas a garantir a confia-
bilidade dos processos e da segurança de sistemas em diversas áreas
de atuação. A partir do desenvolvimento e da aplicação de técnicas e
métodos das áreas da Administração, Qualidade e processos de geren-
ciamento de riscos, tais como o ciclo Plan, Do, Check, Act (PDCA), o
método Failure Mode Effect Analysis (FMEA) e outros, mas voltados ao
controle de riscos com vistas à prevenção de danos à saúde trabalhador,
surge a necessidade de se estabelecer programas de grande abrangência,
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

e até mesmo a possibilidade de se criar tais programas de maneira a tornar


os processo mais sistemáticos e com viés técnicos, muitas vezes por conta
da subjetividade da matéria.
No Brasil, estes métodos, técnicas e princípios começam a ser
aplicados nas décadas de 1980, pelas grandes empresas e, de modo ge-
ral, nas décadas de 1990 pela preconização de programas de prevenção
exigidos na revisão de algumas das Normas Regulamentadoras. Neste
contexto é que surgem, dentre outros programas, o Programa de Proteção
Respiratória (PPR) e o Programa de Proteção de Riscos Ambientais –
PPRA.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) tem
o objetivo de atender aos riscos relacionados à Higiene do Trabalho, por
75
meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e do controle de riscos
ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho,
levando-se em consideração a proteção do meio ambiente e dos recur-
sos naturais.
De maneira objetiva, há dois aspectos relevantes que motivaram
a proposição do PPRA: em primeiro, foi a expectativa do governo em
promover o controle dos riscos ocupacionais, por meio do desenvolvi-
mento de proteções coletivas mais abrangentes e efetivas, que requeiram
investimentos mais significativos por parte das empresas, em lugar ape-
nas do uso de equipamentos de proteção individual, em particular os usos
de protetores respiratórios e auriculares que, comumente, são utilizados
como soluções definitivas para o controle da exposição aos agentes quí-
micos, físicos e biológicos nos locais de trabalho. O segundo aspecto, de
relevância mais acentuada, foi o de transformar a finalidade da avaliação
quantitativa dos agentes químicos, físicos e biológicos que, desde a
publicação da Portaria de n° 3214 de 1978 era efetuada para fins
de pagamento de insalubridade, para sua utilização como medida de
controle e de prevenção de riscos, uma vez que os chamados “Limites
de Tolerância” passam por revisões anuais e não são necessariamente
limiares entre a saúde e o aparecimento de doenças. Assim, o PPRA
torna o processo mais efetivo, mais técnico, mais eficaz para todas as
partes.

Abrangência de aplicação
É por meio da Norma Regulamentadora 9 (NR 9) que foi criada
a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA, por parte de
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados.
Conforme item 9.1.2.1 da NR 9, quando não forem identificados
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

riscos ambientais nas fases de antecipação ou reconhecimento de ris-


cos, o PPRA poderá resumir-se ao registro desta não existência.
Importante notar também que, de acordo com o item 9.1.4, esta
norma “estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem
observados na execução do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados
mediante negociação coletiva de trabalho.”.

Estrutura e conteúdo do PPRA


O PPRA deve obedecer a uma estrutura padronizada geral,
onde as informações mínimas a serem divulgadas devem obedecer a
tais critérios. Na maioria das vezes, o PPRA se apresenta com a seguin-
76
te estrutura:
- Introdução: A introdução do PPRA ocorre por meio da apre-
sentação da empresa ou organização fornecendo informações, tais como
nome, o que produz, quanto produz, número de trabalhadores efetivos,
número de contratados, ramo de atuação, classificação de grau de risco e
outras informações que caracterizam a organização/empresa.
- Objetivo: Recomenda-se apresentar como objetivos do PPRA o
aperfeiçoamento das condições de saúde do trabalhador, o cumprimento
da NR9 e a integração da higiene ocupacional com outros programas de
saúde e segurança do trabalhador e sistemas de gestão.
- Política: Este tópico deve definir como a empresa trata o assunto
de segurança e saúde no trabalho e deve conter o compromisso da alta
administração da empresa na implantação, acompanhamento e avaliação
do PPRA. As informações aqui prestadas devem envolver diretamenta a
alta gestão da empresa, a fim de criar um vínculo de compromisso em todos
os níveis.
- Responsabilidades e atribuições: conforme os itens 9.4.1 e 9.4.2
da NR9, é tarefa do empregador estabelecer, implementar e assegurar
o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou
instituição, e aos trabalhadores colaborar e participar na implantação
do PPRA, bem como seguir as orientações recebidas nos treinamentos.
Neste sentido, devem ser claramente definidas as responsabilidades e
as atribuições relacionadas à saúde e segurança no trabalho em todos os
níveis hierárquicos da organização. Estes esclarecimentos devem ser co-
locados com o intuito de prestação de contas e direcionamento de ativida-
des, pois, é o trabalho em conjunto que trará os resultados do programa.
Deve ser registrado o que cabe à Diretoria, às Gerências, aos Trabalha-
dores, à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –CIPA, ao Serviço
Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT e a outros
que, de alguma maneira, estejam envolvidos no PPRA.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

- Estabelecimento de metas e prioridades: O estabelecimento de


metas, prioridades e cronograma do plano de ação deve estar de acordo
com as informações levantadas nas etapas de avaliação dos riscos am-
bientais.
- Estratégia e metodologia de ação: Neste item devem ser ex-
plicados como foram estabelecidas as metas e as prioridades e como
estão sendo ou serão atingidas. É recomendado priorizar as ações, de
acordo com os graus de riscos encontrados nas atividades e nos proces-
sos, em função do número de trabalhadores expostos e da disponibilidade
da empresa.
- Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados: Os
dados devem ser guardados, de maneira sistemática, que permita um
77
rápido acesso quando solicitado pelos agentes de inspeção, membros da
ClPA, do SESMT e dos representantes dos trabalhadores e devem ser
guardados em local seguro por pelo menos 20 anos. O PPRA e os dados
pertinentes a ele, poderão ser divulgados por meio de treinamentos espe-
cíficos, reuniões setoriais ou da CIPA, programas de integração de novos
funcionários, boletins, jornais e quadros de aviso.
- Periodicidade: O PPRA é um programa permanente de me-
lhoria contínua das condições do ambiente laboral. Deve ser avaliado
constantemente quanto ao seu desenvolvimento e cumprimento em prazo
mínimo de 1 ano.
- Forma de avaliação: A avaliação deve ser feita por meio de um
sistema que verifique o cumprimento das metas e prioridades, sendo que
os pontos não cumpridos devem ser justificados e reprogramados.

Não significa necessariamente que o programa deve ser refeito


ou que deva se fazer um novo reconhecimento e avaliação dos riscos.
O PPRA deve ser avaliado desde a política adotada, os recursos
previstos, o andamento do programa, o grau de participação dos envolvi-
dos até a metodologia e as técnicas de avaliação de riscos utilizadas.

Participação dos trabalhadores no PPRA


Os trabalhadores devem participar assiduamente do PPRA.
Conforme o item 9.4.2.1 da NR 9, estes devem: colaborar e participar
na implantação e execução do PPRA, seguir as orientações recebidas
nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA, informar ao seu superior
hierárquico direto a ocorrências que, de acordo com seu ponto de vista,
possam implicar em riscos à saúde dos trabalhadores.
Adicionalmente, é direito dos trabalhadores de apresentar pro-
postas e receber informações e orientações, a fim de assegurar a pro-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

teção aos riscos ambientais identificados na execução do PPRA, ter


informações suficientes e recebidas de forma apropriada sobre os
riscos ambientais e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limi-
tar tais riscos para proteger-se dos mesmos.

78
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: COSEAC, Órgão: UFF, Prova: Técnico em Segu-
rança do Trabalho
Conforme a Norma Regulamentadora nº 06, a peça semifacial fil-
trante para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas
e fumos recebe o código:
a) PFF0
b) PFF1
c) PFF2
d) PFF3
e) PFF4

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: COSEAC, Órgão: UFF, Prova: Técnico em
Segurança do Trabalho
Conforme a Norma Regulamentadora nº 06, todo Equipamento de
Proteção Individual - EPI deverá apresentar em caracteres indelé-
veis e bem visíveis, além do número do Certificado de Aprovação
- CA, também:
a) A data de fabricação.
b) Um certificado anexo.
c) O nome do usuário.
d) O prazo de validade.
e) A empresa fabricante e o lote de fabricação.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: UFSC, Órgão: UFSC Prova: Técnico em Seguran-
ça do Trabalho
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Conforme expresso na Norma Regulamentadora 6 (Equipamentos


de proteção individual – EPIs), em qual(is) circunstância(s) abaixo a
empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funciona-
mento? Analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta.
I. Sempre que as medidas de ordem geral não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho.
II. Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo im-
plantadas.
III. Para atender a situações de emergência.
a) Somente os itens I e II estão corretos.
b) Somente os itens I e III estão corretos.
79
c) Somente os itens II e III estão corretos.
d) Todos os itens estão corretos.
e) Somente o item I está correto.

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Técnico em
Segurança do Trabalho
Relacione os responsáveis às suas atribuições, segundo disposto
na Norma Regulamentadora 6 (Equipamentos de proteção indivi-
dual – EPIs). Em seguida, assinale a alternativa que apresenta a
sequência correta, de cima para baixo.
Responsável
I. SESMT
II. Empregador
III. Trabalhador
IV. Fabricantes
Atribuição
( ) Responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI.
( ) Substituir imediatamente o EPI quando danificado ou extraviado.
( ) Solicitar a emissão do Certificado de Aprovação (CA).
( ) Recomendar o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade.
a) III – II – I – IV
b) III – II – IV – I
c) II – III – IV – I
d) I – III – IV – II
e) IV – I – II – III

QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: UFSC, Órgão: UFSC, Prova: Técnico em
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Segurança do Trabalho
A Norma Regulamentadora (NR) 6, aprovada pela Portaria nº
3.214/78, trata de equipamentos de proteção individual (EPIs). Com
base nessa NR, assinale a alternativa correta.
a) Cabe ao empregado responsabilizar-se pela guarda e conservação
dos EPIs.
b) Cabe ao empregado responsabilizar-se pela higienização e manuten-
ção periódica dos EPIs.
c) Não é permitido o uso de equipamento conjugado de proteção individual.
d) Os EPIs deverão ser utilizados somente para atender a situações de
emergência.
e) Cabe ao empregado a opção de utilização dos EPIs quando indicado.
80
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Com base na teoria estudada, elabore um texto argumentativo/disserta-


tivo acerca da importância de se especificar os Equipamentos de Prote-
ção Individuais, adequados para cada tipo de agente de risco, com vis-
tas à proteção e à preservação das integridades física e psicológica dos
trabalhadores, sujeitos aos agentes ambientais no ambiente laboral.

TREINO INÉDITO

Acerca da Norma Regulamentadora 6, que trata dos equipamentos de


proteção individual – EPIs, faça a seguir uma análise das expressões e
assinale a alternativa certa.
I. Cabe ao órgão nacional competente em matéria de Segurança e Saú-
de no Trabalho emitir e até mesmo renovar o cadastro de fabricante
e/ou importador e o Certificado de Aprovação, bem como fiscalizar a
qualidade dos EPIs.
II. Óculos, capacete, protetor facial são proteções para a cabeça.
III. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis
o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o nú-
mero do Certificado de Aprovação (CA), ou no caso de EPI importado, o
nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.
IV. Cabe ao empregador, quanto ao EPI, comunicar ao Ministério do Tra-
balho e Emprego qualquer irregularidade que venha a ser observada.
V. Nas empresas desobrigadas a constituir o Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), cabe
ao empregador selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orienta-
ção de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes (CIPA) ou, na falta desta, um trabalhador
nomeado/designado.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

a) Somente as afirmativas I, III, IV e V estão corretas.


b) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Somente as afirmativas III, IV e V estão corretas.

NA MÍDIA

Frigoríficos registram média de 54 acidentes por dia


A indústria frigorífica está no topo do ranking de acidentes de trabalho
do ramo alimentício. São registradas 54 ocorrências, em média, por dia.
Em 2017, foram 20.595 acidentes nesses locais, um aumento de 7,90%
81
em relação a 2016.
Os maiores riscos envolvendo esse tipo de atividade estão relacionados
ao abate, corte e armazenagem das carnes, englobados em diversas
tarefas do dia a dia, como manuseio de equipamentos pesados e cor-
tantes, ritmo acelerado de trabalho, exposição à umidade e a baixas
temperaturas e os choques térmicos.
Os números, no entanto, poderiam ser menores, caso houvesse gestão
de riscos ocupacionais, foco da Campanha Nacional de Prevenção de
Acidentes de Trabalho (Canpat) 2019, lançada em 03 de abril.
Segundo o coordenador da iniciativa, o auditor-fiscal do Trabalho da Se-
cretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia
José Almeida Junior, todos os locais de trabalho precisam de gerencia-
mento de riscos. “A necessidade é ainda maior naqueles locais onde
há atividades que, por sua natureza, condições ou métodos, exponham
seus empregados a agentes nocivos à saúde e à segurança. Esses am-
bientes devem ter uma cuidadosa gestão de riscos ocupacionais, com
um controle mais detalhado e uma fiscalização mais eficaz”, explica.

Fonte: Portal Revista CIPA


Data: 06 mai. 2019.
Leia a notícia na íntegra: http://revistacipa.com.br/frigorificos-regis-
tram-media-de-54-acidentes-por-dia/

NA PRÁTICA

A fim de se abordar, sob o ponto de vista prático, a importância dos


EPIS, passemos a buscar respaldo no que diz a Organização Interna-
cional do Trabalho - OIT (International Labour Office - ILO). Esta emi-
nente organização institui que os perigos e riscos à segurança e à saúde
dos profissionais devem ser minuciosamente identificados e analisados
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

continuamente, onde as ações preventivas de proteção devem ser co-


locadas em prática, de acordo com a seguinte ordem de prioridades: os
EPIS precisam mitigar, minimizar ou até mesmo eliminar por completo
os riscos e perigos existentes; em seguida, eles devem auxiliar no con-
trole das fontes de risco e perigo, por meio de técnicas de engenharia e/
ou medidas de gestão de segurança; os EPIs, na sequência, precisam
minimizar os riscos e perigos por meio de projetos de sistemas de segu-
rança, onde se incluem mecanismos de controle e gestão; e, por fim, os
EPIs devem, onde houver riscos e perigos residuais, que não se podem
evitar ou controlar de maneira eficaz, por meio de medidas coletivas,
serem providenciados pelos empregadores para utilização efetiva e in-
dispensável.
82
O Brasil é um dos países com uma legislação bastante con-
sistente, no que tange ao ordenamento jurídico, ao amparo teórico nas
normas trabalhistas, nos programas, nas normas regulamentadoras,
enfim, em todo o arquétipo técnico-legal. Todavia, ainda precisa cami-
nhar bastante na implantação e na prática de toda esta robusta teoria.
Cada vez mais, caminha-se para a flexibilização das garantias trabalhis-
tas e das relações de emprego e trabalho, e o risco é iminente. Se as ini-
ciativas privadas e públicas não se unirem para garantir a implantação
dos programas de saúde e higiene ocupacional, a execução dos direitos
e deveres do empregado e do empregador, e do poder de fiscalização
cada vez mais vigoroso por parte do governo, pode-se chegar ao caos
em termos de acidentes e doenças ocupacionais. O desfecho disso é a
falta de produtividade, os altíssimos custos na saúde pública e privada,
e a falta de consciência e cultura em saúde e segurança, o que torna o
desafio de se implantar o que já é robusto no aspecto teórico ainda mais
longe. As próximas gerações merecem herdar um processo de aplica-
ção da teoria técnica legal em sua rotina de trabalho, a fim de incenti-
var-se a cumprir os procedimentos e a ascender ao nível de excelência
da avaliação, no cumprimento assíduo dos processos e na participação
ativa para aprimoramento das regras.

HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

83
CAPÍTULO 1

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
C Errado B D C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O padrão de resposta consiste na elaboração de um texto argumen-


tativo pautado nos conceitos fundamentais dos agentes físicos, quími-
cos, biológicos, mecânicos e de acidentes, trazendo com detalhes as
características destes agentes, as formas de prevenção, antecipação,
controle, avaliação e reconhecimento.
A dissertação não pode deixar de descrever dentro dos conceitos de an-
tecipação, as diversas técnicas de análise de risco, que são, por exem-
plo, HAZOP, ART (Análise de Risco da Tarefa), PT/PET, dentre outros.
No quesito reconhecimento, faz-se necessário argumentar acerca da
relevância de se analisar e observar o ambiente do trabalho, a fim de
identificar os agentes existentes.
Nos quesitos avaliação e controle, não se deve deixar de descrever as
técnicas de monitoração dos agentes no ambiente de trabalho, e como
se dá a minimização dos potenciais de exposição dos agentes no meio
laboral.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

84
CAPÍTULO 2

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
B D D B E

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O padrão de resposta para esta dissertação deve permear as referên-


cias primordiais na Norma Regulamentadora 15 (NR15), juntamente
com as considerações dos seus anexos, pois, é neste arquétipo con-
ceitual que se aprofunda com fluência um tema tão relevante, para o
trabalhador e para o profissional de Saúde e Segurança do Trabalho,
em específico o higienista ocupacional. Isto vale dizer que o profissional
que se enquadra em atividades insalubres desenvolve atividades acima
dos limites de tolerância, previstos nos anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12, que
abordam as seguintes atividades: Anexo I - Limites de Tolerância para
Ruído Contínuo ou Intermitente; Anexo II - Limites de Tolerância para
Ruídos de Impacto; Anexo III - Limites de Tolerância para Exposição ao
Calor; Anexo V - Radiações Ionizantes; Anexo XI- Agentes Químicos
Cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção
no Local de Trabalho e Anexo XII - Limites de Tolerância para Poeiras
Minerais.
Assim, como as atividades e operações insalubres, ao estudar o tema
atividades perigosas, faz-se necessário tomar como referência primor-
dial a Norma Regulamentadora 16 (NR16), juntamente com os seus
cinco anexos, a saber: anexo I, que trata das Atividades e Operações HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

Perigosas com Explosivos; o anexo II, sobre as Atividades e Operações


Perigosas com Inflamáveis; o anexo III, que fala sobre as Atividades e
Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou outras Espécies de
Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou
Patrimonial; o anexo IV, que cita as Atividades e Operações Perigosas
com Energia Elétrica e o anexo V, que aborda as Atividades Perigosas
em Motocicleta.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

85
CAPÍTULO 3

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
C E D B A

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O padrão de resposta desta dissertação deve se desenvolver com a


abordagem cronológica acerca dos seguintes enfoques: por mais tri-
vial que seja, faz-se necessário definir o EPI, que é todo dispositivo de
uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a um ou mais riscos
suscetíveis de ameaçar sua segurança e saúde no trabalho, bem como
qualquer complemento ou acessório destinado a esse objetivo. O texto
deve abordar quando se deve usar o EPI, que é quando o trabalhador
se expõe diretamente a riscos não controláveis por outros meios técni-
cos, se expondo a riscos apenas parcialmente controlados por outros
recursos técnicos, em casos de emergência, ou seja, quando a rotina
do trabalho é quebrada por qualquer anormalidade envolvida. A fim de
concluir o texto, faz-se necessário citar quais são os critérios de utiliza-
ção de EPIs, a saber: efetuar a avaliação do risco constatado, onde se
determina a intensidade e/ou extensão do risco, quanto às possíveis
consequências para o trabalhador e com que frequência ele se expõe
a riscos, e quantos estão sujeitos aos mesmos perigos; a indicação do
EPI apropriado, que deve ocorrer com base nos resultados previamente
obtidos, a execução de testes e a escolha, dentre vários, o EPI mais
aconselhável para solução do problema que se tem pela frente, basea-
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

dos em critérios de técnica e observação.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

86
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR
10152:2017 Versão Corrigida:2020 - Acústica — Níveis de pressão
sonora em ambientes internos a edificações. Acesso em 15 jul. de
2020.

CONECTAFG. Disponível em: <http://conectafg.com.br/protetor-auricu-


lar-tipos-e-diferencas/>. Acesso em 15 jul. de 2020.

ENIT - Escola Nacional da Inspeção do Trabalho. NR 06 – EPIs - Equi-


pamentos de Proteção Individual. Brasília: DOU, 1978.

______. NR 07 - PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde


Ocupacional. Brasília: DOU, 1978.

______. NR 09 – Programa de prevenção de riscos ambientais. Bra-


sília: DOU, 1978.

______. NR15 – Atividades e operações insalubres. Brasília: DOU,


1978.

______. NR16 – Atividades e operações perigosas. Brasília: DOU,


1978.

______. EMPREGO, Ministério do Trabalho e. NR 17 – Ergonomia.


Brasília: DOU, 1978.

______. NR 18 - PCMAT – Programa de Controle Meio Ambiente de


Trabalho.Brasília: DOU, 1978.
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

HYGIENISTS, American Conference of Governmental Industrial. TLVs


& BELs Threeshold  Limit Values and Biological Expresure.Tradu-
ção ABHO (Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. São
Paulo: 2013.

GOELZER, Berenice. Avaliação de sobrecarga térmica no ambiente


de trabalho. São Paulo: ABPA, 2011.

87
HIGIENE DO TRABALHO - GRUPO PROMINAS

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