Você está na página 1de 96

1

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

2
Núcleo de Educação a Distância
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Águyda Beatriz Teles

3
Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de


ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

4
5
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Audennille Marinho de Almeida


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

6
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

7
Esta unidade é relativa à disciplina Gerência de Riscos, do
curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.
Basicamente, foram abordados aspectos históricos relevantes ao ris-
co e a sua gerência; conceitos e terminologias inerentes à ciência da
gestão de riscos; fatores humanos com potenciais contributivos de
consequências indesejáveis; classificação e evolução dos riscos; prin-
cipais normas relativas à gerência de riscos; principais técnicas de
identificação de perigos, avaliação e análise de riscos e, por último,
abordou-se o financiamento de riscos. Esta disciplina é de extrema
importância devido aos acidentes e doenças do trabalho que ocorrem
com grande frequência no Brasil e no mundo vide a negligência no que
tange aos aspectos relacionados à prevenção e à gestão dos riscos
nas organizações.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Gerência de Riscos. Segurança do Trabalho. Prevenção. Organizações.

8
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO

Breve Histórico e o Prevencionismo _____________________________ 13

Estudos Prevencionistas Relevantes _____________________________ 15

Fator Humano _________________________________________________ 18

Conceitos e Terminologia ______________________________________ 20

Recapitulando ________________________________________________ 29

CAPÍTULO 02
PROCESSO DE GERÊNCIA DE RISCOS

Classificação e Evolução dos Riscos _____________________________ 34

Normas sobre Gerenciamento de Riscos ________________________ 37

Metodologia de Gerenciamento de Riscos ______________________ 43


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Recapitulando _________________________________________________ 46

CAPÍTULO 03
ANÁLISE DE RISCOS

Primeira Etapa: Fases de Identificação de Perigos _____________ 50

Técnicas de Análise de Riscos ___________________________________ 52

9
Técnicas de Avaliação de Riscos __________________________________ 65

Recapitulando __________________________________________________ 67

CAPÍTULO 04
FINANCIAMENTO DE RISCOS

Noções Básicas e Princípios de Administração de Seguros ______ 73

Etapas do Financiamento de Riscos ______________________________ 77

Seguro ou Autosseguro? _______________________________________ 80

Definição de Níveis de Franquia ________________________________ 82

Recapitulando ________________________________________________ 84

Fechando a Unidade ___________________________________________ 88

Referências ____________________________________________________ 92
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

10
Não é de hoje que a sociedade vivencia o descaso com a se-
gurança e a saúde do trabalho. Apesar de não ter essa consciência, o
homem pré-histórico já lidava diretamente com o risco, através de ativi-
dades básicas para sua sobrevivência.

“O homem pré-histórico procurava proteção contra animais ferozes ades-


trando-se na caça e vivendo em cavernas. Inicialmente, a maneira com a
qual subsistia e enfrentava os perigos era devida à sua astúcia, inteligência
superior e uso de suas mãos. Com a descoberta do fogo e das armas e a
própria organização tribal com maior planejamento e ação grupal, o homem
evoluiu cientificamente e obteve maior proteção, porém, novos riscos foram
introduzidos. A invenção do machado de pedra, um avanço para assegu-
rar alimentação para si e sua família, incorria em graves acidentes devido
a práticas insegura sem seu manejo. Portanto, tanto o homem pré-histórico
quanto o da Idade da Pedra já estavam constantemente expostos a perigos
na vida diária, em sua luta pela existência”. (FIGUEIREDO JÚNIOR, 2009).

Com o advento da era industrial, numa fase em que as máqui-


nas estavam veementes, os índices de acidentes começaram a preocu-
par pessoas e empresas que, conscientizadas, futuramente buscariam
entender as causas daqueles eventos e propor medidas de controle que
visassem gerenciar os riscos no trabalho.
Nesse sentido, a disciplina de Gerência de Riscos fornece no-
ções gerais e importantes sobre os principais conceitos relacionados
à área do gerenciamento de riscos, na visão da segurança e da saú-
de do trabalho. Além disso, a disciplina cobre as principais técnicas de
identificação de perigos, de avaliação e análise de riscos presentes nas
principais bibliografias, que aqui serão apresentadas.
No primeiro capítulo, será apresentada uma breve introdução
do histórico dos riscos e da sua gerência, além de abordar aspectos
relacionados ao prevencionismo através do relato de alguns estudos
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

prevencionistas relevantes. Logo em seguida, serão estudados o fator


humano e a sua contribuição para os eventos indesejáveis, e para fina-
lizar, uma série de conceitos e terminologias necessárias para o enten-
dimento satisfatório da disciplina será introduzida.
No segundo capítulo, intitulado Processo de Gerência de Ris-
cos, serão apresentadas a classificação e a evolução dos riscos em-
presariais, e em seguida serão abordadas as principais normas sobre
gestão de riscos, bem como suas mais recentes atualizações. Ao final
do capítulo, a metodologia da gerência de riscos será abordada.
No terceiro capítulo, Análise de Riscos, serão esmiuçadas as
principais técnicas de análise e avaliação de riscos, por meio da repre-
11
sentação de quadros, organogramas, fluxogramas e tabelas próprios
que contribuem para o entendimento mais facilitado por parte do aluno.
E por fim, no último capítulo, intitulado Financiamento de Ris-
cos, serão exploradas noções sobre financiamento de riscos no am-
biente empresarial.
Bons estudos!
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

12
INTRODUÇÃO

BREVE HISTÓRICO E O PREVENCIONISMO GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Os estudos pioneiros de Willie Hammer, especialista em Se-


gurança de Sistemas, em meados dos anos 70, sobre prevencionismo,
foram essenciais para se alcançar o estágio atual de prevenção de da-
nos, potenciais causadores de perdas diversas, sejam elas pessoais,
materiais ou ambientais. A ideia da prevenção do dano antes que ele
pudesse ocorrer entrou em cena a fim de eliminar situações indesejá-
veis no ambiente de trabalho.
A Engenharia de Segurança passou a considerar o fator admi-
nistrativo atrelado ao fator técnico, este até então esquecido pelas pes-
quisas desenvolvidas à época, para solucionar problemas em sistemas
de caráter técnico-administrativo de maneira eficaz.
1313
Com esse olhar mais abrangente, tornou-se mais capacitada
para o processo de gerenciamento de riscos, no que tange às metodo-
logias de identificação de perigos e análise de riscos.
Conforme Sell (1995) citado por Webster (2001),

“[...]num sistema de trabalho, em seu estado ideal, os fatores técnicos, orga-


nizacionais e humanos estão em harmonia. Por ocasião de um acidente ou
quase acidente, essa harmonia é perturbada. Estritamente falando, não existi-
ria causas técnicas e/ou organizacionais para um acidente, em última análise,
eles dependeriam da conduta de pessoas. Essas pessoas poderiam ser os
projetistas, os construtores, os organizadores do trabalho, os mantenedores, e/
ou os próprios trabalhadores”. (SELL, 1995 apud WEBSTER, 2001).

Diversos autores, entre eles Jackson e Carter (1992), convergem


no sentido de reconhecer que o risco está diretamente associado à falha
de um sistema. A possibilidade de um sistema falhar pode ser traduzida em
recurso estatístico, à probabilidade, cujo conceito será visto adiante.
Outra definição bastante relevante é a proposta por De Cicco e
Fantazzini (1985), acerca da gerência de riscos,

“à ciência, a arte e a função que visa a proteção dos recursos humanos, mate-
riais e financeiros de uma empresa, quer através da eliminação ou redução de
seus riscos, quer através do financiamento dos riscos remanescentes, confor-
me seja economicamente mais viável” (DE CICCO; FANTAZZINI, 1985).

Nesse sentido, entende-se como gerência de risco a ciência


que visa à proteção dos recursos da organização, no que tange à eli-
minação ou redução dos riscos. Em casos específicos, nos quais se
demonstre viabilidade econômica, o financiamento dos riscos pode ser
estudado como uma boa alternativa de gestão.
Através da gestão de riscos é possível identificar cenários de
acidentes que antes eram ignorados pela organização, devido à falta de
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

uma sistematização. A maior parte das empresas utiliza-se do processo


de gestão de riscos de forma intuitiva. Na maioria das vezes, o trata-
mento dos riscos segue o processo da tentativa e erro, reagindo aos
eventos indesejáveis só depois que eles ocorrem. A gestão de riscos é
a melhor forma de aprendizado organizacional (MORAES, 2010).
É importante salientar que o processo de gestão de riscos é
composto pela identificação do perigo, avaliação do risco, comparação
com riscos tolerados e tratamento dos riscos. Nessa última etapa, as
decisões são tomadas de modo a eliminar, reduzir, reter ou transferir os
riscos levantados nas fases anteriores (CARDELLA, 1999).

14
Figura 1 - Processo da Gestão de Riscos

Fonte: Adaptado de Cardella,1999. p.72.

O Brasil permanece ainda hoje como um dos países com maio-


res índices de acidentes de trabalho no mundo. Segundo o Anuário Es-
tatístico da Organização Internacional do Trabalho – OIT (2009), o país
ocupa o terceiro lugar em números absolutos no ranking mundial, nova-
mente atrás dos Estados Unidos e China.
A seguir abordaremos alguns estudos importantes relaciona-
dos aos primeiros e mais relevantes estudos que surgiram visando a
prevenção dos riscos.

ESTUDOS PREVENCIONISTAS RELEVANTES

Como percebe-se, diversos foram os estudos que contribuíram


para que chegássemos ao patamar de controle de riscos que temos
hoje. Dentre eles, destacam-se os estudos prevencionistas de Heinrich,
Bird e Fletcher.

Estudos de H.W. Heinrich

Heinrich foi um dos engenheiros e estudiosos que defendiam


ações direcionadas a mitigar os acidentes antes mesmo que esses vies-
sem a ocorrer. Em meados dos anos 30, foi o responsável por introduzir
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

a noção de acidentes sem lesões ou, em outras palavras, acidentes


com danos à propriedade, ao bem material.
Através do seu empenho na confecção da obra Industrial Acci-
dent Prevention, o engenheiro H.W. Heinrich descobriu que, em média,
para cada acidente com lesão incapacitante, ocorriam 29 lesões leves
(não incapacitantes) e 300 acidentes sem lesões, como ilustrado na
pirâmide abaixo,

15
Figura 2: Pirâmide de Heinrich

Fonte: CTISM. Adaptado de Cicco; Fantazzini, 2003

Para Heinrich, existiam alguns fatores que influenciavam dire-


tamente à concretização dos acidentes, observe:

“Heinrich em sua obra "Industrial Accident Prevention”, aponta que os aciden-


tes de trabalho, com ou sem lesão, são devidos à personalidade do trabalha-
dor, à prática de atos inseguros e à existência de condições inseguras nos
locais de trabalho. Supõe-se, desta forma, que as medidas preventivas devem
ater-se ao controle destes três fatores causais” (FIGUEIREDO JUNIOR, 2009).

Frank E. Bird Jr.

Cerca de duas décadas depois, aproveitando-se dos estudos


de Heinrich, o também engenheiro Bird Jr, propôs um novo estudo inti-
tulado Damage Control que também gerou resultados impactantes.
Através da análise de mais de 90 mil acidentes ocorridos na side-
rúrgica Luckens Steel entre os anos de 1959 e 1966, chegou-se à propor-
ção de 1:10:500, ou seja, em média, para cada acidente com lesão incapa-
citante, havia 100 lesões leves, 500 acidentes com danos à propriedade.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Figura 3: Pirâmide de Bird

Fonte: CTISM. Adaptado de Cicco; Fantazzini, 2003.


16
Bird Jr. traz consigo uma nova ideia que incluía no conceito de
acidente aqueles eventos que resultavam em danos materiais. Observe
o que escreveu Figueiredo Júnior (2009) acerca disso,

“A partir dos estudos de Bird, além das lesões pessoais também começaram
a ser considerados como acidentes, quaisquer acontecimentos que geras-
sem danos à propriedade, ou seja, aqueles acontecimentos que provocas-
sem perdas para a empresa, mesmo que substanciais, em termos de mate-
riais e equipamentos” (FIGUEIREDO JÚNIOR, 2009).

Insurance Company of North America (ICNA)

Esse estudo foi realizado em 1969 nos Estados Unidos e mos-


trou-se bastante representativo por abranger 1.753.498 acidentes regis-
trados por 297 organizações, que empregavam 1.750.000 trabalhadores.
Conforme os estudos obtidos pela ICNA, a cada acidente com
lesão incapacitante associam-se 10 acidentes com lesões não incapa-
citantes, 30 acidentes com danos à propriedade e 600 acidentes sem
lesão ou danos visíveis (quase-acidentes).

Figura 4: Estudo das proporções de acidentes. Insurance Company of North


America

Fonte: DE CICCO; FANTAZZINI (1993).


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Diante dos estudos prevencionistas demonstrados acima, cabe


ressaltar a relevância de se combater os fatores que se encontram na
base da pirâmide, já que os mesmos são muito frequentes. Simplifican-
do, é preciso o emprego de ações preventivas para inibir os comporta-
mentos de risco e os incidentes (quase acidentes) a fim de evitar que
ocorram lesões mais graves e fatalidades.

17
FATOR HUMANO

É fato que todo ser humano está sujeito a erros. Porém, uma
empresa ou organização precisa entender a origem das falhas huma-
nas para evitar consequências indesejáveis como os acidentes. Para
tanto, faz-se necessário que o gerenciamento das falhas humanas es-
teja contemplado no sistema de gestão de segurança das empresas.
O erro humano pode ser do tipo intencional ou não intencional.
O hexágono das causas abaixo, proposto por Couto (2009), elenca as
principais causas do erro humano.

Figura 5: Hexágono de causas do erro humano

Fonte: CTISM, COUTO, 2009

Deslizes

Os deslizes, classificados como não intencionais e, por isso,


inerentes aos seres humanos, ocorrem no ato de execução da tarefa.
Duram cerca de segundos ou minutos. Geralmente ocorrem em tarefas
de rotina, feitas de maneira automática, quando há uma distração ou
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

ainda em uma mudança de rotina.


Causas: esquecer-se de fazer algo e fazer outra atividade;
acionamento de botão/tecla errados.
Possível solução: Já que se trata de falta de atenção, o treina-
mento puro não resolverá. É necessário, nesse caso, a elaboração de
mecanismos que adotem ações corretivas para quando o deslize ocorrer.

Condições Ergonômicas Inadequadas

Condições ergonômicas inadequadas surgem quando o indiví-


duo comete erro devido à disposição estrutural do ambiente ao qual ele
18
interage e trabalha.
Causas: pressão da chefia e sobrecarga de trabalho; equipa-
mentos e instrumentos inadequados para execução do trabalho.
Possível solução: Adaptação do local de trabalho à rotina ope-
racional do trabalhador; fortalecimento do diálogo entre o empregador
e os empregados.

Falta de Aptidão Física ou Mental

Esse tipo de falha ocorre com indivíduos expostos a trabalhos


estressantes, ruídos excessivos e trabalhadores que fazem uso de dro-
gas e medicamentos.
Possível solução: Acompanhamento periódico da saúde física
e mental dos empregados.

Falta de Capacidade

Pode ser entendido como o despreparo do indivíduo para lidar


com determinada atividade, geralmente decorrente da ausência de trei-
namento ou da participação em treinamentos deficientes.
Possível solução: Treinamentos periódicos; melhoria no con-
trole de qualidade dos treinamentos.

Falta de Informação

Decorre da falta de comunicação; informação incorreta, confu-


sa ou distorcida.
Possível solução: Melhorar a comunicação entre os trabalha-
dores, e fortalecer o diálogo entre empregador e empregado.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Motivação Incorreta

Situação em que o profissional possui todos os requisitos ne-


cessários para o cargo que exerce (qualidade profissional, informação
necessária e treinamento adequado), e ainda assim executa a tarefa de
forma errada.
Possível solução: Treinamentos sobre valores e incentivos por
parte dos empregadores.

19
CONCEITOS E TERMINOLOGIA

Segundo Willie Hammer, conforme citado por De Cicco e Fan-


tazzini (1985, p.8),

"Acidentes ocorrem desde os tempos imemoriais, e as pessoas têm se pre-


ocupado igualmente com sua prevenção há tanto tempo. Lamentavelmente,
apesar de o assunto ser discutido com frequência, a terminologia relacionada
ainda carece de clareza e precisão. Do ponto de vista técnico, isto é particu-
larmente frustrante, pois gera desvios e vícios de comunicação e compreen-
são, que podem aumentar as dificuldades para a resolução de problemas.
Qualquer discussão sobre riscos deve ser precedida de uma explicação da
terminologia, seu sentido preciso e inter-relacionamento”. (HAMMER apud
DE CICCO & FANTAZZINI (1985, p8).

Daí a importância de se entender a terminologia de maneira


correta, melhorando a comunicação no trabalho e evitando dúvidas que
possam dificultar a resolução dos problemas (gerência dos riscos). A
seguir veremos alguns dos conceitos mais importantes relacionados à
temática da gerência de riscos.

Risco

Nesta seção apresentaremos alguns conceitos e terminologias


relevantes à compreensão do gerenciamento de riscos. O primeiro ter-
mo é sobre riscos, você irá aprender a diferenciar risco de perigo. O
termo risco difere do perigo por ter a probabilidade de ocorrência a um
determinado evento potencialmente perigoso à integridade física do tra-
balhador, e dos equipamentos do ambiente de trabalho, em decorrência
da efetividade e da exposição direta do trabalhador ao perigo.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Na visão de Torreira (1997), risco é a medida das probabilida-


des e consequências de todos os perigos de uma atividade ou condi-
ção. É a possibilidade de dano, prejuízo ou perda.
Vale ressaltar que existem algumas normas sobre o gerencia-
mento dos riscos e perigos, sendo uma delas, a ISO 45001:2018, antiga
OHSAS 18001:2007, que é uma importante ferramenta de controle e
otimização do sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional
que passa, então, a permitir que uma organização possa ter conheci-
mento de todos os perigos relevantes e que sejam resultantes de suas
atividades de rotina e, assim, melhorar seu desempenho.
De acordo com a ISO 45001:2018, os riscos são conceituados
da seguinte forma:
20
“Combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições pe-
rigosas relacionadas aos trabalhos e da gravidade das lesões e problemas
de saúde que podem ser causados pelo (s) evento (s) ou exposição (ões)”.

Assim sendo, teremos um risco somente quando estivermos


expostos ao perigo. Sendo:
R= P x S
Sendo:
R = risco
P = probabilidade
S = severidade (consequência, severidade)
Percebe que o risco é a grandeza diretamente proporcional a
duas variáveis: probabilidade e severidade. Ou seja, quanto maior a
probabilidade e a severidade, maior é o risco, e quanto menor for a
probabilidade e a severidade, menor será o risco. Segundo a OHSAS
(2007), substituída pela ISO 45001:2018, o risco pode ser dividido em
três interpretações, são elas:
Risco Aceitável: Risco que foi reduzido a um patamar que pode
ser tolerado pela organização/empresa, levando em consideração suas
obrigações legais e a sua própria política de saúde, das pessoas envol-
vidas e da segurança do trabalho.
Risco Potencial: Ele está associado ao fato da resistência do
corpo, eventualmente atingido, ser inferior a uma determinada energia.
Risco Efetivo: É a probabilidade de o homem estar exposto a
um risco potencial.

- Reflita sobre essa imagem que você vê...


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Descalço, em uma escada de metal, mergulhada em uma


piscina, molhado e manipulando equipamento elétrico e próximo a
rede elétrica!
- Há Segurança no Trabalho?

21
Figura 6: Manutenção elétrica

Fonte: GANZAROLLI, 2014.

Perigo

Existem diversas definições acerca do significado do termo pe-


rigo. No contexto da segurança do trabalho, é comum encontrarmos que
perigo é a situação com potencial grande de causar danos à integridade
física do trabalhador e aos equipamentos do ambiente de trabalho.
A norma regulamentadora nº 10 – NR 10 , do Ministério do Tra-
balho e Previdência, determina o termo perigo como toda situação ou
condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou danos à
saúde das pessoas, por ausência de medidas de controle.
Segundo ISO 45001: 2018,

“É uma fonte com potencial para provocar lesão e afeção da saúde – diga-se
por exemplo queda de um objeto que tem potencial, se cair para magoar
uma pessoa, exposição ao ruído que pode levar à surdez se for por períodos
prolongados e valores altos etc.”. (ISO 45001, 2018).
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Na mesma linha, Tavares (1996), sustenta que perigo é a fonte,


situação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos
de lesão e/ou doença.

Um perigo pode estar presente, mas pode haver baixo nível


de perigo, devido às preocupações tomadas. Assim, por exemplo,
um banco de transformadores de alta voltagem possui um perigo
22
inerente de eletrocussão, uma vez que esteja energizado. Há um
alto nível de perigo se o banco estiver desprotegido, no meio de
uma área com pessoas. O mesmo perigo estará presente quando
os transformadores estiverem trancados num cubículo sob o piso.
Entretanto, o nível de perigo agora será mínimo para o pessoal.
Vários outros exemplos podem ser criados, mostrando como os
níveis de perigo diferem, ainda que o perigo se mantenha o mes-
mo. (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003).

Perigos e Riscos

A relação prática entre perigo e risco é demonstrada no quadro


abaixo,

Quadro 1: Relação entre perigo e risco.

Fonte: MORAES, 2010.

Nota-se que um perigo é algo com o potencial para causar um


dano, como as substâncias químicas e os sistemas energizados, já o
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

risco está associado à frequência e à probabilidade que a doença, dano


ou até a morte pode resultar por causa de um perigo (MORAES, 2010).

Risco e Perigo não são a mesma coisa... A diferença entre


os termos está no fato de que, o risco está relacionado à exposição
a um certo perigo, enquanto o perigo é a própria fonte com poten-
cial para causar danos diversos.
O perigo, como fonte, pode ser uma máquina rotativa, uma super-
23
fície quente, o fogo, um produto químico, um chão escorregadio etc. O risco
surge somente se houver exposição do trabalhador a essas fontes de peri-
go, ou seja, quando há uma aproximação do trabalhador à fonte de perigo.
- Para ler mais sobre o assunto acesse: < https://www.sstonli-
ne.com.br/perigo-ou-risco-entenda-a-diferenca-entre-eles/ >
- Assista a esse vídeo para entender a diferença entre perigo e
risco de uma forma ilustrativa: <https://www.youtube.com/watch?v=aI-
jwdWgxbXo>

Identificação de Perigos

“Processo de reconhecimento de que um perigo existe e defini-


ção de suas características” (TAVARES, 1996).

Análise de Riscos

A análise de risco é um estudo das ameaças futuras, consi-


derando o levantamento do local, tipo do negócio, bens patrimoniais e
pessoas a serem protegidas.
Ao analisar um risco devem-se considerar suas causas, pro-
babilidade de ocorrência e gravidade dos danos. As causas podem ser
oriundas da interação humana ou material em determinado evento con-
cretizando um perigo que pode resultar em danos (MACHADO, 2015
apud NADRUZ, 2014).
Para Cardella (1999, p. 106), “[...]a análise de riscos é o estudo
detalhado de um objeto com a finalidade de identificar perigos e avaliar
os riscos associados. O objeto pode ser organização, área, sistema,
processo, atividade, intervenção”.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Avaliação de Riscos

“Processo de avaliação de riscos provenientes de perigos, le-


vando em consideração a adequação de qualquer controle existente e
decidindo se o risco é ou não é aceitável” (TAVARES, 1996).

Gestão de Riscos

Para Moraes (2010), gestão de riscos é

24
“[...] o termo aplicado quando se implementa e mantém uma sistemática de
identificação, análise, avaliação, tratamento, monitoramento e comunicação
dos riscos associados a uma determinada atividade, função ou processo,
utilizando metodologias, ferramentas e estratégias reconhecidas. Esse pro-
cesso permitirá que as organizações possam atuar preventivamente, minimi-
zando sua vulnerabilidade à ocorrência de acidentes que possam resultar em
grandes perdas humanas e materiais”.

A gestão de riscos vai além de meramente identificar os riscos


no ambiente de trabalho, ela atua nas melhorias dos processos, ativida-
des e métodos de trabalho em busca de minimizar as perdas decorrentes
dos eventos indesejáveis, atuando preventivamente. Sua implementação
requer uma mudança no pensamento organizacional (MORAES, 2010).

Dano

É a severidade da lesão ou perda física, funcional ou econômi-


ca decorrente da perda de controle sobre um risco (TAVARES, 1996).

“Um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 m de


altura, resultando um dano físico, por exemplo, uma fratura na per-
na. Se a viga estivesse colocada a 90 metros de altura, ele com boa
certeza estaria morto. O perigo (possibilidade) e o nível de perigo
(exposição) de queda são os mesmos, entretanto a diferença exis-
te apenas na gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda”.
(DE CICCO; FANTAZZINI, 1985). GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Acidente

Acidente é a ocorrência normal que contém evento danoso. Danos


e perdas, ainda que desprezíveis, sempre ocorrem (CARDELLA, 1999).

Segurança

É constantemente entendida como “ausência de riscos”. Porém,


é muito improvável a eliminação dos riscos por completo. Define-se assim,
a segurança como uma condição ou conjunto de condições que objetivam
25
uma relativa proteção contra um determinado risco (SOUZA, 2012).

Perdas

As perdas geralmente podem ser avaliadas em relação aos


custos de reparo do equipamento danificado, despesas médicas e hos-
pitalares, lucro cessante, aumento da taxa de seguro etc. Quando reme-
te à vida humana, a discussão se acentua, pois, esta não possui preço,
embora possa haver estipulação de valor para efeito de indenização de
seguro. (TAVARES, 1996).

Sistema

Souza (2012) define sistema como sendo um arranjo ordenado


de componentes que estão inter-relacionados e que vão atuar e inte-
ratuar com outros sistemas, para cumprir uma determinada função ou
objetivo previamente definido, em um ambiente.

Probabilidade

“É o grau de possibilidade de que um evento ocorra”. (ABNT,


2005). Nessa hora, é importante pensar nos princípios do Gerencia-
mento proativo, que concede uma visão mais holística sobre o todo.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

O que é Gerenciamento proativo?


O objetivo de um Gerenciamento proativo é aumentar a
probabilidade e o impacto dos eventos positivos (oportunidades)
e reduzir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos (ame-
aças) do projeto.
Saiba mais: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/
artigos/idiomas/o-gerenciamento-proativo-de-problemas-e-a-pre-
vencao-dos-incidentes/47119

Confiabilidade

26
“É a probabilidade de um equipamento ou sistema desempe-
nhar satisfatoriamente suas funções específicas por um período espe-
cífico de tempo, sob um dado conjunto de condições de operação” (FI-
GUEIREDO JÚNIOR, 2009).

Sinistro

“Prejuízo sofrido por uma organização com garantia de ressar-


cimento por seguro ou outros meios” (TAVARES, 1996).

Ato Inseguro

Ato inseguro é a maneira como o indivíduo (trabalhador) se expõe


consciente ou inconsciente a riscos de acidentes. Oliveira (2003) diz que o
presente ato gera um questionamento muito grande em relação à figura do
“Ato inseguro”, para ele, não é o comportamento do trabalhador carregado
de erros no trabalho, mas a parcialidade com que é utilizado na definição
causal dos acidentes. Ou seja, o erro cometido no trabalho, embora seja
indesejável, é passível de ocorrer e todos podem incorrer contra o ato.

Condição Insegura

A condição insegura diz respeito ao risco condicionado, pelo


ambiente de trabalho, a todo trabalhador em execução de suas ativi-
dades. É necessário pensar que a amplitude de um ambiente inseguro,
afeta também as instalações do local, podendo desencadear processos
dificultadores ao meio ambiente e ao próprio patrimônio.
A seguir, algumas possíveis condições de insegurança no am-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

biente de trabalho podem ser vistas, a saber:


• Inadequação nos equipamentos de temperatura do ambiente;
• Piso escorregadio, causando danos ao trabalhador e às par-
tes envolvidas;
• Materiais perfurocortantes e/ou materiais perigosos/danosos
em locais inapropriados para suas devidas condições de armazenagem;
• Falta de iluminação ou iluminação excessiva, dentre outros.

Fator Pessoal de Insegurança (Fator Pessoal)

“Causa relativa ao comportamento humano, que pode levar à


27
ocorrência do acidente ou a prática do ato inseguro” (ABNT, 2001).

Incidente

Segundo Tavares (1996), incidente pode ser entendido como o


evento, no qual ocorreu ou poderia ter ocorrido lesão, doença ou fatali-
dade. Se não há lesões, doenças ou fatalidades decorrentes do inciden-
te, ele é classificado como “quase acidente, quase perda, ocorrência
anormal”; ou ainda de “ocorrência perigosa”.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

28
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: ALEMA Prova: Engenheiro de Segu-
rança do Trabalho Nível: Superior.
Relacione os termos abaixo com suas respectivas definições.
1. Avaliação de Risco
2. Gerenciamento de Riscos
3. Percepção do risco
4. Comunicação de Risco
( ) processo de identificação, análise, avaliação e tratamento dos
riscos dentro de uma organização, com o objetivo de minimizar a
ocorrência de acidentes.
( ) processo técnico-científico pelo qual o risco previsto em um
sistema é modelado e quantificado.
( ) processo que permite a transmissão das mensagens de risco
dos especialistas para os não especialistas
Assinale a assertiva que mostra a relação correta, de cima para
baixo
a) 2 – 1 – 3
b) 1 – 2 – 3
c) 2 – 1 – 4
d) 3 – 1 – 4
e) 3 – 2 – 1

QUESTÃO 2
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: ALEMA Prova: Engenheiro de Segu-
rança do Trabalho Nível: Superior.
Leia o fragmento a seguir.
Em uma empresa é possível realizar ações com relação à seguran-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

ça do trabalho, por meio de um conjunto de recursos e técnicas


aplicados preventivamente, diante de um ____ identificado, a fim
de diminuir seus ____.
Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as la-
cunas do fragmento acima:
a) risco – perigos
b) acidente – perigos
c) acidente – riscos
d) perigo – riscos
e) risco – acidentes

29
QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: IBFC Órgão: COMLURB Prova: Engenheiro de
Segurança do Trabalho Nível: Superior.
Dentre algumas terminologias utilizadas no contexto da saúde e
da segurança ocupacional, pode-se dizer que, a fonte ou situação
com potencial para provocar danos ao homem, à propriedade ou
ao meio ambiente, ou a combinação destes, denomina-se:
a) Acidente.
b) Risco.
c) Perigo.
d) Dano.

QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: INEA Prova: Engenheiro em Segu-
rança do Trabalho Nível: Superior.
Em um determinado ambiente de trabalho de uma fábrica, exis-
te um equipamento essencial na produção fabril que pode causar
dano ao trabalhador.
A respeito dessa situação, assinale a afirmativa correta.
a) O risco pode ser eliminado somente com a retirada desse equipamento.
b) O perigo pode ser controlado com medidas de segurança.
c) O perigo não pode ser eliminado, mas é possível controlar o risco.
d) O risco e o perigo podem ser eliminados com medidas de segurança.
e) A eliminação do perigo pode ser conseguida com o controle de risco.

QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: PC RJ Prova: Engenharia Ambien-
tal, Florestal, Agrícola e Agronomia. Nível: Superior.
A combinação da probabilidade da ocorrência de um evento peri-
goso e da gravidade do dano ou prejuízos que poderão resultar,
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

caso este evento venha a ocorrer é a definição de:


a) Acidente.
b) Risco.
c) Exposição.
d) Perigo.
e) Vulnerabilidade.

QUESTÃO 6
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: CONDER Prova: Técnico em Segu-
rança e Higiene do Trabalho. Nível: Técnico.
O trecho de uma ferrovia em um porto deve ser atravessado, diaria-
mente, por muitos trabalhadores.
30
A esse respeito, analise as afirmativas a seguir.
I. O trilho de trem configura-se como risco do local de trabalho.
II. A construção de uma passarela subterrânea sob a ferrovia eli-
minaria o perigo.
III. A instalação de sinalização para ultrapassar o leito ferroviário
controlaria o risco.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


No dia a dia, os termos perigo e risco são muitas vezes usados para
indicar a mesma coisa, porém, na realidade os termos possuem signi-
ficados diferentes. Explique a diferença existente entre perigo e risco
e cite pelo menos dois exemplos práticos de situações de trabalho, em
que perigo e risco estejam presentes, identificando-os.

TREINO INÉDITO
1 - Severidade da lesão ou perda física, funcional ou econômica
resultante da perda de controle sobre um risco.
Assinale a opção que corresponde à definição acima:
a) Confiabilidade
b) Sinistro
c) Perda
d) Incidente
e) Dano GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

2 - Como é chamada toda situação ou condição de risco com pro-


babilidade de causar lesão física ou danos à saúde das pessoas
por ausência de medidas de controle?
a) Risco
b) Perigo
c) Dano
d) Condição insegura
e) Ato inseguro

NA MÍDIA
DESASTRE DE BRUMADINHO: O PAPEL DA GESTÃO DE RISCOS
Processos de gestão de risco poderiam ter contribuído para evitar o
31
problema ou mesmo limitar os impactos verificados na tragédia.

Figura 7: Barragem de Brumadinho

Fonte: RPR/Fotos Públicas. Acesso em 2019.

Enquanto acompanhamos a extrema dor e sofrimento causados pelo im-


pacto do desmoronamento a barragem da Companhia Vale do Rio Doce
na Mina do Feijão, em Brumadinho (MG), ficamos chocados pelo elevado
número de vítimas, que provavelmente não tiveram nenhuma capacida-
de de reação ao súbito deslizamento de lama. Acompanhamos ainda o
esforço heroico das várias equipes de salvamento, que conseguiram res-
gatar muitas pessoas, ainda que haja centenas de vidas perdidas.
Em meio a discussões sobre punição dos culpados, extensão das pena-
lidades civis e criminais, assim como afastamento da diretoria da empre-
sa, não podemos deixar de olhar para essa catástrofe pela perspectiva
de gerenciamento de risco, para analisar em detalhe como processos
de gestão de risco poderiam ter contribuído para evitar o problema ou
mesmo limitar os impactos verificados.
Leia mais em: <https://www.gazetadopovo.com.br/justica/desastre-de-
-brumadinho-o-papel-da-gestao-de-riscos-6e1i3rnrzyplbqrur9i7t0k0v/
>Acesso em: 02/03/2023.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

NA PRÁTICA
Como sabemos, muitas pessoas ainda são vítimas de acidentes ou doen-
ças no ambiente de trabalho. Os anos se passam, os acidentes continuam
a ocorrer e o descaso para com a saúde e segurança dos trabalhadores só
aumenta, ano após ano. Não precisamos ir muito longe para lembrar de um
exemplo prático, vide o desastre de Brumadinho, ocorrido recentemente
em Minas Gerais. E a pergunta que não quer calar. Até quando será assim?
Após o desastre de Mariana , ocorrido em 2015, achava-se que não teriam
mais brechas para incompetências e descasos. Infelizmente, nada mudou
nos últimos três anos e em 25 de janeiro de 2019, uma barragem da mine-
radora Vale rompeu-se na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG),
32
município localizado acerca de 50 km de Belo Horizonte. Até agora (26 de
fevereiro de 2019), um mês após o desastre, 180 mortes foram confirma-
das e cerca de 130 pessoas seguem desaparecidas. As causas ainda se-
rão apuradas, mas certo é que vidas estão em jogo e isso, por si só, deveria
pesar mais do que o lucro a todo custo vislumbrado pelas empresas.
No que tange à gestão de riscos, segundo o Ministério Público (MP)
de Minas Gerais, a Vale desenvolveu uma metodologia interna própria,
baseada em uma metodologia usada internacionalmente para medir o
nível de aceitação aos riscos de uma barragem. O MP constatou, após
pedir informações ao setor de gestão da empresa, que 10 das 57 bar-
ragens avaliadas estavam alocadas na chamada Zona de Atenção ou
Alarp Zone. Estruturas enquadradas na Zona de Atenção são aquelas
em que o acidente é tolerável apenas se a redução for impraticável ou o
custo for desproporcional à melhoria obtida. Ou seja, a empresa soube
da situação, mas nada fez a respeito por entender (erroneamente) que
o risco de colapso era baixo.
Espera-se que as punições cabíveis sejam aplicadas aos responsáveis
pelas tragédias que têm assolado o nosso país. É necessário que a Alta
Direção das companhias reveja os seus sistemas de segurança, de modo
a fortalecê-los, resguardando a saúde e a proteção de seus trabalhadores.

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

33
PROCESSO DE GERÊNCIA DE
RISCOS

CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO DOS RISCOS


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Não é de hoje que se estabeleceu uma relação entre o homem


e a gestão de riscos. O homem, continuamente, se viu embarcado em
riscos e teve que aprender a encarar as consequências. Na atualidade,
estudiosos e cientistas têm se empenhado a estudar e desvendar técni-
cas para amenizar riscos de trabalho.
Neste capítulo, estudaremos a natureza dos riscos, bem como
suas normas, para isso, classificaremos os riscos em duas modalida-
des: Puros (estáticos) e, Especulativos (dinâmicos). A figura a seguir,
demonstra de forma clara através de um estudo de mapa mental, a
classificação dos riscos segundo suas subdivisões.

3434
Figura 8: Mapa mental: Classificação dos riscos

Fonte: Adaptado de RUPPENTHAL, 2013.

Riscos Puros

Os riscos puros são aqueles riscos em que há apenas possibi-


lidade de perda, ou seja, não há possibilidade de ganho ou de lucro. Re-
sulta em perda econômica para a empresa, tais como: fatores ambientais,
tecnológicos e econômico-financeiros (LIMA, 2000 apud FUNO, 2009).
Segundo Ruppenthal (2013), os riscos puros são aqueles que
resultam em perdas, sendo classificados quanto as suas propriedades,
sua responsabilidade e riscos às pessoas e materiais.
Os riscos à propriedade fazem parte das perdas advindas de
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

incêndios, explosões, vandalismo, roubo, sabotagem e danos a equipa-


mentos e acidentes naturais.
Já os riscos relativos às pessoas, remetem a doenças ou aci-
dentes no ambiente de trabalho, que comprometem a vida e a saúde
do servidor/trabalhador, podendo até a levar à invalidez ou morte de
colaboradores, ou a incapacidade temporária.
Por último, mas não menos relevante, os riscos por responsabili-
dade, tem a ver com as perdas causadas pelo pagamento de indenizações
a terceiros, pela falta de qualidade e segurança prestada ao cliente/forne-
cedor do serviço contratado ou até mesmo por responsabilidade ambiental.

35
Riscos Puros: Para exemplificar melhor os riscos puros, ten-
te imaginar por exemplo, você dirigindo um carro e, de repente, so-
fre uma colisão com outro carro. Neste caso, o condutor do veículo
(você), se associa ao risco (puro) da perda potencial da colisão. Ou
seja, se de fato ocorresse essa colisão, você sofreria, no mínimo, uma
perda financeira, certo? E se não ocorresse nenhuma colisão, obvia-
mente, você não teria perdas e nem muito menos ganhos. É por isso
que os riscos puros sempre significarão perdas e não ganhos.

Em suma, dentre as perdas mais recorrentes da materialização


dos riscos dito puros em uma organização, encontram-se as perdas de-
rivadas do falecimento, afastamento e/ou invalidez dos trabalhadores,
bem como as perdas por prejuízos aos bens não segurados.

Riscos Especulativos

Os riscos especulativos são separados em riscos políticos, ad-


ministrativos, e de inovação. Focaremos nossos estudos no risco admi-
nistrativo. Percebe-se que os riscos administrativos estão conectados aos
riscos de mercado, financeiro e de produção, isso quer dizer que ele pode
ser diferenciado nestas três modalidades que falaremos mais adiante.
Ruppenthal (2013) aborda em seu livro que os riscos administra-
tivos estão diretamente relacionados ao processo de tomada de decisão.
Ou seja, ela afirma que uma decisão correta pode levar ao alcance de
lucros, por outro lado, uma decisão incorreta e, portanto, falha, pode levar
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

a uma tragédia da empresa. No tocante a essa especificidade de risco,


existe certa complexidade em prever antecipadamente e com precisão
o resultado de uma decisão. Voltando aos riscos administrativos, temos:
1. Risco de Mercado
2. Risco financeiro
3. Risco de Produção
O risco de Mercado embarca a incerteza quanto ao resultado
positivo de vendas e lucros de um determinado produto em relação ao
capital investido. (ALBERTON, 1996; CASTRO, 2011).
O risco de mercado sofre influência de diversos fatores que
contribuem à sua variação, podendo ser:
• Turbulências políticas;
36
• Recessões;
• Mudanças nas taxas de juros;
• Mudanças nas taxas cambiais;
• Desastres naturais.
O risco financeiro, por sua vez, está relacionado às incertezas
quanto as tomadas de decisões econômicas e financeiras. (ALBER-
TON, 1996; CASTRO, 2011).
O risco de produção diz respeito às imprecisões no tocante ao
processo produtivo das companhias, na produção de produtos ou pres-
tação de serviços, na utilização de materiais e equipamentos, mão de
obra e tecnologia (ALBERTON, 1996; CASTRO, 2011).

NORMAS SOBRE GERENCIAMENTO DE RISCOS

Neste tópico estudaremos, basicamente, sobre a aplicabilida-


de das normas ISO 45001:2018 que substituiu a OHSAS 18001:2007 e
ISO 31000, para tanto, vamos entender primeiramente o que significa as
siglas OHSAS e a ISO. A palavra OHSAS, do inglês Occupational Heal-
th and Safety Assessments Series, cuja melhor tradução corresponde a
Série de Avaliação de Segurança e Saúde Ocupacional, consiste numa
série de normas britânicas formuladas pelo grupo BSI (British Standards
Institution). Já a ISO, International Organization for Standardization, ou
Organização Internacional para Padronização, é uma entidade de pa-
dronização e normatização, de origem suíça.
A OHSAS 18001:2007serviu como base para o desenvolvimen-
to dos sistemas de gestão empresarial, porém perdeu sua utilidade em
2021, dando lugar a ISO 45001:2018, intitulada Sistemas de gestão de
segurança e saúde ocupacional - Requisitos com orientação para uso.
Publicada em março de 2018, a ISO 45001 foi criada com uma
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

nova abordagem que permite uma maior integração com outras normas
do sistema ISO, como a ISO 9001:2015 (gestão da qualidade) e a ISO
14001:2015 (gestão ambiental). As organizações já certificadas na OH-
SAS 18001 tiveram três anos para cumprir a nova norma ISO 45001,
embora a certificação de conformidade com a ISO 45001 não seja um
requisito da norma (ABNT, 2018).
De acordo com o boletim de lançamento divulgado pela ABNT,
associação responsável pela tradução da ISO no Brasil, a ISO 45001
espera mudar o contexto atual de acidentes e doenças no ambiente de
trabalho. Segundo estudos da OIT no ano de 2017, estima-se que 2,78
milhões de acidentes fatais ocorrem no trabalho anualmente.
Nesse sentido, David Smith, presidente do comitê da ISO/PC
37
283, que desenvolveu a ISO 45001, teve por objetivo trazer diversas mu-
danças para milhões de trabalhadores, como por exemplo, transforma-
ções nas práticas no local de trabalho e redução no trágico número de
acidentes relacionados ao trabalho em todo o mundo". Com isso, a ISSO
45001:2018, traz para as organizações ambiente de trabalho seguro e
saudável para os trabalhadores e os visitantes, melhorando continua-
mente a performance de Segurança e Saúde Ocupacional (ABNT, 2018).
Por servir como base para o desenvolvimento da ISO
45001:2018, é válido abordar as características principais tanto da OH-
SAS 18001:2007, como da ISO 45001:2018e observar as diferenças
pontuais abordadas entre uma norma e outra.

Abordagem da Extinta OHSAS 18001:2007

A OHSAS 18001 foi uma norma que possuía como base o prin-
cípio da prevenção, ou seja, a reduzir ou prevenir situações que en-
volvam riscos no ambiente de trabalho, valendo-se da abordagem da
metodologia PDCA (sigla que em inglês significa “Plan Do Checkand
Act” ou em português, planejar, executar, controlar e agir). Vale lembrar
que a ISO 45001:2018 também segue os princípios do ciclo PDCA, con-
forme descrito abaixo:

Figura 9: Sequência do ciclo PDCA

Fonte: RUPPENTHAL, 2013.

Observe na figura 10 abaixo, o ciclo PDCA,


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Figura 10: Ciclo PDCA

38
Fonte: RUPPENTHAL, 2013.

A imagem reflete as quatro etapas, a começar pelo planejar,


que é o momento em que se elabora os planos de ações. Logo depois,
insere-se o fazer/executar sobre esses planos de ações, colocando em
prática todos os objetivos traçados. A próxima etapa é o da verificação
das metas para que se obtenham melhores indicadores no mercado, e,
por último, e não menos importante, as ações corretivas realizadas no
momento da ação, ou seja, do agir.
A imagem abaixo mostra o modelo de sistema de gestão, ba-
seado na utilização da prática da melhoria contínua, de acordo com a
OHSAS 18001:2007.

Figura 11: Modelo de gestão da OHSAS 18001:2007

Fonte: RUPPENTHAL, 2013.

Abordagem da ISO 45001:2018


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

A ISO 45001:2018, é um documento que especifica os requisi-


tos para um sistema de gestão e saude e segurança ocupacional (SSO)
e fornece orientação para seu uso, permitindo que as organizações pro-
porcionem locais de trabalhos seguros e saudáveis, prevenindo lesões
e problemas de saúde relacionados ao trabalho, bem como melhorando
proativamente o seu desempenho em SSO. (ISO 45001:2018).

39
Sistema de gestão: Conjunto de elementos inter-relaciona-
dos ou integrantes de uma organização, para estabelecer políticas,
objetivos e processos para atingir estes objetivos.
Sistema de gestão de SSO: Sistema de gestão ou parte de
um sistema de gestão utilizado para alcançar a política de SSO.
Objetivo do sistema de gestão de SSO: “O objetivo de um
sistema de gestão de SSO é fornecer uma estrutura para gerenciar
os riscos e oportunidades de SSO”.
Oportunidade de SSO: Circunstância ou conjunto de cir-
cunstâncias que pode levar à melhoria do desempenho de SSO.
Fonte: ISO 450001:2018

A ISO 45001:2018 é aplicável a qualquer organização, inde-


pendente do tamanho, tipo e atividade que deseja trabalhar com um
sistema de gestão SSO para melhorar a segurança e a saúde de seus
trabalhadores.
De acordo com a referida norma, sua criação foi pensada para
ajudar as organizações a alcançarem os resultados esperados de seu
sistema de gestão de SSO, tais como:
a. Melhoria contínua do desempenho de SSO
b. Cumprimento dos requisitos legais e outros requisitos
c. Atingimento dos objetivos de SSO
O sucesso da implementação de uma SSO que seja eficiente e
eficaz irá depender de diversos aspectos, tais como:
a) Liderança, compromisso, responsabilidades e responsabili-
zação da Alta Direção;
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

b) Gestão da Alta Direção, liderando e promovendo uma cultu-


ra na organização que suporte os resultados esperados do sistema de
gestão de SSO;
c) Comunicação;
d) Consulta e participação dos trabalhadores e, quando existi-
rem, representante dos trabalhadores;
e) Alocação dos recursos necessários para manter o sistema;
f) Políticas de SSO, que são compatíveis com os objetivos es-
tratégicos gerais e direção da organização;
g) Processo(s) efetivo(s) para identificação de perigos, controle
de riscos de SSO e aproveitamento de oportunidades de SSO;
h) Avaliação contínua do desempenho e monitoramento do sis-
40
tema de gestão de SSO para melhorar o seu desempenho;
i) Integração do SSO nos processos de negócios da organização;
j) Objetivos que se alinhem com a política de SSO e levem em
conta os perigos da organização, os riscos de SSO e as oportunidades
de SSO;
k) Compliance de requisitos legais e outros requisitos;
Além desses aspectos é importante frisar que o sucesso da imple-
mentação de um sistema de gestão de SSO também dependerá de aspec-
tos intrínsecos à organização, como o contexto da organização (tamanho,
número de colaboradores, culturas, requisitos legais, entre outros).

Outras Normas sobre Gestão de Riscos

Além das normas citadas acima, existem diversas outras que


tratam da gestão de riscos em âmbito mundial, entre elas merece des-
taque a série de normas ISO 31000, que no Brasil é normalizada pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Para Ruppenthal (2013), a ISO 31000:2009 não tem nenhuma
finalidade de certificação. Ela aborda princípios e diretrizes à gestão de
riscos, possuindo efetividade para qualquer órgão, seja ele público ou
privado.
A NBR ISO 31000:2009 foi atualizada e a International Stan-
dards Organization (ISO) divulgou uma revisão atualizada de suas di-
retrizes de gerenciamento de risco. A norma fornece diretrizes gerais
para gerenciar riscos em quaisquer atividades, incluindo a tomada de
decisão em todos os níveis. Além disso, fornece também uma aborda-
gem comum que pode ser personalizada para cada tipo de organização
e seus contextos (ABNT, 2018).
A nova norma está mais enxuta, porém, mostra-se mais clara
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

e direta que a anterior, o que pode beneficiar as organizações quando


da implementação das ferramentas de gerência de riscos. As principais
mudanças observadas na revisão são as seguintes:
• Revisão dos princípios da gestão de riscos, que são os prin-
cipais critérios para o seu sucesso;
• Foco na liderança da alta administração, que deve assegurar
que o gerenciamento seja integrado em todas as atividades organiza-
cionais, começando pela governança da organização;
• Maior ênfase na natureza iterativa dos riscos, aproveitando
novas experiências, conhecimento e análise para a revisão de elemen-
tos de processo, ações e controles em cada etapa do processo;
• Racionalização do conteúdo com maior foco na manutenção de
41
um modelo de sistemas abertos que regularmente troque feedback com
seu ambiente externo para atender a múltiplas necessidades e contextos.
Já em se tratando da ISO Guia 73:2009, ela fornece as defini-
ções de termos mais abrangentes relacionados à gestão de riscos. O
objetivo principal é estimular o entendimento consistente e mútuo, por
meio de uma tratativa coerente sobre as atividades realizadas na ges-
tão do risco (RUPPENTHAL, 2013).
A NBR IEC 31010:2021 – é uma normativa de auxílio e apoio à
NBR ISO 31000. Ela concede orientações de aplicação das técnicas sis-
temáticas para o devido processo de avaliação de riscos, e consequente-
mente, contribuindo também para outras atividades de gestão de riscos.
NR 1 - Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupa-
cionais que estabelece as disposições gerais, o campo de aplicação,
os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras - NR
relativas à segurança e saúde no trabalho e as diretrizes e os requisitos
para o gerenciamento de riscos e as medidas de prevenção em Segu-
rança e Saúde no Trabalho – SST.
Ainda segundo a NR 1, o gerenciamento de riscos ocupacio-
nais deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR.
Este, pode ser alimentado por informações de sistemas de gestão que
cumpram as exigências previstas nesta NR e em dispositivos legais de
segurança e saúde no trabalho.
Ressalta-se que o PGR deve contemplar ou estar integrado
com planos, programas e outros documentos previstos na legislação de
segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 2023).
Estas normas são para pessoas que queiram criar e proteger
valores das suas organizações, melhorando as operações, e aumentan-
do o seu desempenho.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Revisão da ISO 31000 em 2018!


A NBR ISO 31000 de 2009 foi alvo de uma revisão em feve-
reiro de 2018. As principais mudanças foram:
• Revisão dos princípios da gestão de riscos, que são os
principais critérios para o seu sucesso;
• Foco na liderança da alta administração, que deve assegu-
rar que o gerenciamento de riscos seja integrado em todas as ativi-
dades organizacionais, começando pela governança da organização;
• Maior ênfase na natureza iterativa da gestão de riscos,
42
aproveitando novas experiências, conhecimento e análise à revi-
são de elementos de processo, ações e controles em cada etapa
do processo;
• Racionalização do conteúdo com maior foco na manuten-
ção de um modelo de sistemas abertos que regularmente troque
feedback com seu ambiente externo para atender a múltiplas ne-
cessidades e contextos.
Saiba mais em:
<https://www.bsigroup.com/pt-BR/ISO-31000-Gestao-de-
-Risco/
<http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/5753-lancada-
-a-nova-versao-da-norma-iso-31000-gestao-de-riscos>

METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

Diversas são as definições sobre o significado gerência de ris-


co, dependendo do autor e da época em que ele vive (ou viveu). O
importante é lembrar que todas elas possuem algo em comum, a fina-
lidade em questão. O processo de gerenciamento pode ser diferente,
porém, a finalidade não muda.
Conforme Ruppenthal (2013), a metodologia pode ser enten-
dida como um fator que visa elevar a confiança da capacidade de uma
organização em prever, superar obstáculos e priorizar tendo como obje-
tivo principal o de realização de suas metas.
O resultado de um método deve ser comum a todos os outros,
de modo a gerenciar o problema (ou risco).
Como dito anteriormente, o gerenciamento de riscos auxilia
nas organizações, nas estratégias e nas tomadas de decisões impor-
tantes, por intermédio do conhecimento dos riscos associados às ativi-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

dades da organização.
As normas ISO 45001:2018 e ABNT NBR ISO 31000:2018
(abordadas acima) trazem uma sistematização em seus métodos para
o gerenciamento de riscos. Primeiramente, deve-se proceder a escolha
de um contexto. O contexto tem a ver com a área de atuação da organi-
zação, bem como de seus objetivos. Após, deve-se identificar, analisar,
estimar, tratar, monitorar e comunicar os riscos associados a alguma
atividade, função ou processo da organização. O organograma repre-
sentado na figura 11 abaixo, ilustra o processo descrito.
É importante lembrar que uma gestão eficiente e eficaz dos
riscos pode significar em ganhos imensuráveis para uma organização,
fazendo com que ela atinja seus objetivos com eficácia e qualidade. O
43
organograma abaixo ilustra o processo descrito.

Figura 12: Organograma Gestão de Riscos

Fonte: Adaptado de ABNT, 2009.

Sobre a etapa de análise de riscos, podemos separá-la de


duas maneiras possíveis. Seja pela metodologia qualitativa, ou pela
quantitativa. No quadro abaixo, estão expostas algumas diferenças das
características principais dessas metodologias.

Quadro 2: Análise Qualitativa x Análise Quantitativa


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Autor, 2019.

Percebe-se que a análise de riscos de forma qualitativa é ca-


racterizada por apresentar uma menor complexidade e custos meno-
res se comparada com a metodologia quantitativa. Isso ocorre, pois,
a quantificação de riscos é, na maioria das vezes, um processo mais
elaborado (e em alguns casos impraticável) que exige esforços maiores
para a realização. Por isso, a maioria das organizações optam pelos
métodos mais simplórios, os qualitativos.
Os métodos qualitativos vão definir as consequências, a proba-
44
bilidade e o nível de risco mediante níveis de significâncias, compreen-
dendo uma escala (Alto- Médio - Baixo).

O que é análise de riscos?


A análise tenta identificar a raiz ou causas originais das
falhas, ao invés de lidar com os sintomas imediatamente óbvios. É
aplicada para avaliação de uma grande perda e pode ser utilizada
para analisar as perdas de forma global, a fim de determinar me-
lhorias. A análise de risco pode tanto usar avaliações quantitativas
ou qualitativas. O tipo a ser usado deverá levar em conta o objetivo
final da análise de risco.
Saiba mais em: <https://segurancadotrabalhonwn.com/co-
mo-fazer-analise-de-risco/>

Conforme Ruppenthal (2013), definida a metodologia e a cate-


gorização dos riscos, chega a hora de lidar com o tratamento e com os
recursos a alocar. Deve-se optar por uma das ações abaixo:
• Alteração do sistema a fim de eliminar o risco;
• Atuar sobre os fatores que de certa maneira irão influenciar na
expectativa de ocorrência ou nas consequências, visando reduzir o risco;
• Transferência do risco, através de seguros ou cooperação;
• Retenção do risco quando nenhuma alternativa mais for viável.
Todas essas ações possuem caráter preventivo, com exceção
da última, que apresenta cunho contingencial ou mitigatório.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Abordagem Contigencial: Em um projeto organizacional,


os gerentes costumam utilizar a Abordagem Contingencial para es-
truturar as etapas dos processos. Algumas variáveis mais usadas
são: a estratégia, o tamanho e a tecnologia.
Saiba mais em: https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/
abordagem-contingencial/

45
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: INSS Prova: Analista do Seguro
Social - Segurança do Trabalho Nível: Superior.
A International Standard Organization (ISO), estabelecida em 1947, é
uma federação mundial de organismos nacionais de normalização. A
diretriz Specification for Occupational Health and Safety Management
Systems (OHSAS 18001), por sua vez, embora ainda não pertença ao
sistema de normas internacionais ISO, foi desenvolvida para ser com-
patível com as demais normas de sistemas de gestão (ISO 9000 e ISO
14000), de forma a facilitar a integração dos sistemas de gestão da
qualidade, do meio ambiente e da segurança e saúde no trabalho.
Em relação a sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho
(SGSST), julgue o item a seguir.
O sistema de gestão da OHSAS 18001 baseia-se nos princípios do
ciclo de PDCA (do inglês Plan, Do, Check and Act), que estabelece
as fases de planejamento, execução (implementação), avaliação
(verificação) e ação (corretiva).
( ) Certo
( ) Errado

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: Técnico em Se-
gurança do Trabalho Nível: Técnico.
Na utilização do ciclo PDCA, é correto afirmar:
a) O PDCA é um ciclo descontínuo que serve apenas para alertar o ad-
ministrador de possíveis falhas no processo.
b) Atuar corretivamente sobre a diferença identificada (caso houver) é
desaconselhável para evitar alterações na padronização.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

c) Realizar o trabalho planejado, de acordo com o plano de ação origi-


nal, torna o processo produtivo extremamente lento e, por isso, é desa-
conselhável.
d) Durante a realização do trabalho planejado, é aceitável efetuar altera-
ções no projeto original, em desacordo com o plano de ação.
e) A primeira etapa é onde devemos planejar o trabalho a ser realizado
através de um Plano de Ação, após a identificação, reconhecimento das
características e descoberta das causas principais do trabalho a ser feito.

QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enge-
nheiro de Segurança do Trabalho (Nacional) Nível: Superior.
46
Em uma inspeção de segurança, um engenheiro de segurança
do trabalho identificou que, na área da lavanderia de um hospital,
podem aparecer agulhas ou outros materiais cortantes, junto às
roupas, que podem causar lesões nos trabalhadores. Diante dessa
situação, podemos afirmar que existe um risco
a) especulativo administrativo.
b) especulativo administrativo de produção.
c) puro.
d) puro e um risco especulativo.
e) especulativo hospitalar.

QUESTÃO 4
Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: TRT 9a Região (PR) Prova: Técnico
Judiciário-Segurança Judiciária Nível: Técnico.
NÃO é inerente à Análise de Risco
a) a identificação de ações preventivas.
b) o cálculo das probabilidades de um acontecimento.
c) a projeção dos efeitos dos riscos.
d) a classificação dos riscos em graus de criticidade.
e) a busca pela eliminação dos riscos.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: COMPERVE Órgão: PREF. DE NATAL-RN Prova:
Enfermeiro do Trabalho Nível: Superior.
Um sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho constitui
parte do sistema global de gestão de uma organização que objetiva o
controle dos perigos e riscos em matérias de saúde e segurança no
trabalho. A implementação de segurança e saúde no trabalho e a res-
pectiva conformidade com as exigências estabelecidas pela legisla-
ção e pela regulamentação nacional são de responsabilidade e dever
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

a) do trabalhador.
b) do empregador.
c) da sociedade civil.
d) da administração pública.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Neste capítulo estudamos a natureza dos riscos empresariais, e vimos
que os riscos podem ser classificados em duas vertentes. Descreva
quais são essas modalidades e explique quais as principais caracterís-
ticas de cada uma delas.

47
TREINO INÉDITO
Sabe-se que os riscos empresariais podem ser divididos em duas
modalidades. São elas, os riscos puros e os riscos especulativos.
Assinale a alternativa que apresenta características típicas de um
risco puro.
Riscos:
a) Administrativos.
b) Políticos.
c) De inovação.
d) De mercado.
e) As pessoas.

NA MÍDIA
A ISO 45001:2018: GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO VA-
LORIZA EMPRESAS NO MERCADO
Marcos Conde
22 de Mai de 2018 às 00:05
Marcos Conde é Gerente de Business Assurance da Intertek Brasil
Mais de 7600 pessoas morrem diariamente por acidentes ou doenças
relacionadas ao trabalho, segundo a Organização Internacional do Tra-
balho (OIT) – totalizando mais de 2,78 milhões de mortes por ano. O
alarmante dado reforça a necessidade cada vez mais evidente de ado-
tar práticas que sejam capazes de reverter esse quadro que impacta
negativamente a sociedade e a economia.
Leia a notícia na íntegra em: https://portogente.com.br/noticias/opiniao/
101908-a-nova-iso-45001-gestao-de-seguranca-do-trabalho-valoriza-
-empresas-no-mercado Acesso em: 02/03/2023.

NA PRÁTICA
Vimos neste capítulo as principais normas de gestão de riscos que es-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

tão disseminadas em âmbito mundial e destacamos a importância das


empresas e organizações seguirem as diretrizes das normas, de modo
a adotarem uma postura de gestão que vise em primeiro lugar a saúde
e segurança dos seus colaboradores.
O compliance, que pode ser entendido como a necessidade de con-
formidade junto às normas existentes, já que o termo origina do verbo
comply, que em inglês quer dizer cumprir, ou seja, o compliance, na vi-
são de uma organização, nada mais é do que o cumprimento às regras
e normas, visando sempre a minimização dos riscos empresariais.
Nos países mais desenvolvidos, como nos Estados Unidos, as empresas
já contam com os profissionais de compliance, uma profissão que surgiu
devido a essa necessidade de prevenção e minimização dos riscos aos
48
quais uma empresa está exposta. No Brasil, esse profissional começou a
ganhar espaço agora e tende a ocupar uma maior parcela do mercado de
trabalho ao longo dos próximos anos, tendo em vista, principalmente, os
últimos casos de corrupções e negligências empresariais.
Entretanto, as empresas precisam entender que não basta o simples
cumprimento às regras e normas, mas sim além disso, proceder com
o monitoramento de atividades de todos os setores da organização, vi-
sando sempre a prevenção.
Saiba mais em: https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-compliance/
Acesso em 02/03/2023.

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

49
ANÁLISE DE RISCOS

PRIMEIRA ETAPA: FASES DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Os acidentes industriais causados pela ação do homem cres-


cem com o aumento das invenções de máquinas e equipamentos de
elevada geração. Portanto, é necessário mensurar o potencial do risco,
para que as tomadas de decisões sejam eficazes.
Nessa primeira fase, as investigações são voltadas à busca de
situações ou de um conjunto de situações que podem desencadear em
evento indesejável.
Historicamente, percebeu-se que as organizações se empe-
nhavam em identificar os perigos, porém, após a identificação nada era
feito. Veja o que levanta Moraes (2010).
“Na realidade, na visão da segurança tradicional a realização
5050
era apenas na identificação de perigos, esbarrando-se, então, na não
continuidade dos programas e não se chegando, efetivamente, até as
fases de análise e avaliação dos riscos”. (MORAES, 2010).
Nesta etapa, serão objetos de avaliação os procedimentos, a
descrição dos processos, atividades e as técnicas de trabalho, além dos
resultados do processo de busca ativa e de uma análise sistêmica dos
acidentes. Para auxílio nessa atividade, pode-se fazer uso de diversos
recursos, tais como listas de verificação, entrevistas, inspeções e medi-
das diretas. (MORAES, 2010).
Uma revisão periódica é necessária ser feita nos estudos dos
perigos e da avaliação dos riscos encontrados, pois, novas situações
podem surgir, devido a mudanças e adaptações organizacionais, como
mudanças no método de trabalho e reestruturação de empresas.
Dentre as diversas técnicas tradicionais de identificar perigos e
riscos comumente usadas pelas organizações, podemos citar:
• Análise de tarefas rotineiras;
• Análise do histórico de quase acidentes e acidentes da em-
presa;
• Reuniões sobre segurança, como a Comissão Interna de Pre-
venção de Acidentes (CIPA);
• Experiências passadas;
• Checklists.
Ao longo dos tempos e com o desenvolvimento tecnológico,
outras técnicas mais complexas surgiram para auxiliar nesta primeira
etapa, entre elas, foram as (TIC) e (WI), que significam, respectivamen-
te: Técnica de Incidentes Críticos (TIC) e a Técnica What-If / “E se...”
(WI) que serão comentadas posteriormente.

Segunda Etapa: Fase de Análise de Riscos GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Nessa fase, faz-se necessário esmiuçar os perigos identifica-


dos na primeira fase, com intuito de levantar as causas e as prováveis
consequências da efetivação dos acidentes.
É uma abordagem qualitativa, que objetiva estabelecer medi-
das que eliminem ou reduzam a frequência e consequências dos possí-
veis eventos indesejáveis se eles forem inelutáveis.
Dentre as técnicas mais utilizadas ao longo desta fase, podemos
citar: Análise Preliminar de Riscos (APR), Análise de Modos de Falhas e
Efeitos (AMFE) e a Análise de Operabilidade de Perigos (HAZOP).

51
Terceira Etapa: Fase de Avaliação de Riscos

Nessa terceira etapa, os esforços são voltados à quantifica-


ção de eventos precursores de possíveis acidentes. As variáveis a se-
rem avaliadas são a frequência ou probabilidade e a consequência dos
eventos indesejáveis.
A quantificação dessas variáveis não é fácil e, por isso, muitas
organizações optam pela avaliação qualitativa, que é mais simplória.
Vale ressaltar, porém, que a escolha pela técnica qualitativa fornece a
avaliação do perigo e não do risco.
Cabe destaque às seguintes técnicas de avaliação de riscos:
Análise de Árvore de Eventos (AAE), Análise de Causas e Consequên-
cias (ACC), Análise da Árvore de Falhas (AAF).

Quarta Etapa: Tratamento dos Riscos

Consiste na última fase e caracteriza-se pela tomada de deci-


são acerca dos riscos levantados nas fases anteriores. Busca-se pela
eliminação, redução, retenção ou transferência dos riscos.

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS

Técnica do Incidente Crítico (TIC)

Conforme Cardella (1999), a Técnica do Incidente Crítico (TIC)


visa identificar os quase acidentes e incidentes ou aqueles acidentes de
pequena proporção que não foram comunicados. É comumente conhecida
como “confessionário”, sendo uma análise operacional, englobando o fator
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

humano em todo o grau. A TIC é utilizada a partir de uma amostragem de


observadores/participantes escolhidos dentro de uma dada população.
Ainda, a técnica tem como principal objetivo “a detecção de
incidentes críticos e o tratamento dos riscos que eles representam” FI-
GUEIREDO JÚNIOR (2009). O quadro a seguir, produzido por Tavares
(1996), traz um resumo dessa técnica de análise (TIC).

52
Quadro 3: Quadro Resumo - TIC

Fonte: Adaptado de Tavares, 1996.

What If – E se...? (WI)

Essa técnica de identificação é amplamente conhecida como


uma análise qualitativa e geral. Utiliza-se do questionamento acerca da-
quilo que possa dar errado durante as fases de planejamento, execução
e manejo de uma atividade. Expressa-se na utilização da pergunta E
se...? Para obter respostas às diversas indagações propostas.
O questionamento é dividido em duas vertentes, livre ou sis-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

temático. O questionamento livre é aquele em que o objeto (sistema,


processo, equipamento ou evento) é questionado através da pergunta
E se...? Sobre qualquer assunto, ou seja, abre mais possibilidades de
perguntas que não necessariamente estão diretamente relacionadas
com a especificidade de um cargo ou de uma área numa empresa. Por
exemplo: E se ocorrer um acidente? E se fulano chegar atrasado?
Em contrapartida, no questionamento sistemático, as pergun-
tas são voltadas às especificidades de um cargo ou de um determinado
campo de atuação, como nas áreas de combate ao incêndio, eletricida-
de, medicina ocupacional, preservação do ecossistema etc.
Partindo do pressuposto de que a comissão responsável pela
elaboração das perguntas saiba a fundo acerca do sistema a ser anali-
53
sado, de modo a redigir perguntas inteligentes, que realmente ajudarão
no processo de identificação dos perigos e riscos existentes.
É importante frisar que os questionários devem ser registrados
em formulários, como o exemplo demonstrado abaixo, cujo objeto estu-
dado é uma festa de aniversário.

Quadro 4: Formulário What If (E se...?) – Objeto: Festa de Aniversário


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Adaptado de Cardella (1999) p.145.

Análise Preliminar de Risco (APR)

A APR abarca os eventos perigosos, cujas causas tenham ori-


gem no interior da instalação analisada, nesse sentido, englobam tanto
54
as falhas de sistemas, como as operacionais de manutenção (falhas
humanas). Não se pode excluir também os eventos causados por agen-
tes externos, tais como: sabotagem, queda de balões, de aviões, ou de
meteoritos, terremotos e inundações. A seguir apresentamos um resu-
mo de suas principais características:

Quadro 5: Quadro resumo - APR

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Tavares, 1996.

Pensando na prevenção dos riscos, estes devem ser categori-


zados conforme as suas severidades, permitindo uma priorização das
ações a serem tomadas. No quadro abaixo, Tavares (1996), estabelece
uma ordem crescente de priorização.

55
Quadro 6: Categoria de severidade dos efeitos da APR

Fonte: Adaptado de Tavares, 1996.

Hoje em dia, há uma maior preocupação e cobrança tanto dos


investidores, quanto dos clientes e/ou governo, a respeito dos níveis de
segurança das obras e projetos, por isso, tem prevalecido as políticas
para maior controle destes, visando eliminar ou reduzir os riscos de aci-
dentes, ainda na fase inicial, já que essa eliminação durante ou após a
construção e montagem do empreendimento, pode tornar-se mais one-
rosa, constituindo-se às vezes em uma perda bastante significativa de
tempo e lucratividade.
As etapas da APR são as seguintes:
• Revisão de problemas conhecidos (experiências passadas
em sistemas parecidos);
• Revisão da missão (objetivos, procedimentos, funções, ativi-
dades, meio ambiente etc.
• Determinação dos principais riscos;
• Levantamento dos pré-riscos e dos riscos contribuintes;
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

• Revisão e controle como forma de eliminação;


• Análise dos métodos de continência de danos;
• Designação dos responsáveis pelos planos preventivos ou
corretivos

56
Quadro 7: Formulário para execução da APR.

Fonte: Adaptado de Cardela, 1999.


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Série de Riscos (SR) ou Análise por Árvore de Eventos (AAE)

De aplicação bastante simples, esta técnica se presta muito


bem à investigação e à análise de acidentes. A seguir apresentamos um
resumo de suas principais características:

57
Quadro 8: Tabela resumo Série de Riscos

Fonte: Autor, 2019.

Algumas etapas para o traçado da árvore de eventos são impor-


tantes. Primeiro deve-se escolher ou definir o evento inicial, que pode con-
duzir ao acidente; definir as ações que podem amortecer o efeito do even-
to; fazer uma combinação dos diferentes tipos de sequências que podem
surgir e, por fim, uma vez que a árvore estiver construída, deve-se calcular
a probabilidade a cada ramo do sistema que conduz a alguma falha.

Tipos de Riscos
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

• Inicial – É o risco originário, que se encontra no começo da série.


• Principal - Que pode causar morte, lesão e degradação da
capacidade funcional aos trabalhadores, danos a equipamento, veículo,
estruturas, material etc.
• Contribuinte – Todos os outros riscos que compõem a série.

Elaboração da série de riscos

Na elaboração da série de riscos, é apresentado o passo a


58
passo, a partir do risco ou riscos iniciais (pode haver mais de um), de
todos os riscos capazes de contribuir na série, o que irá resultar, final-
mente, no risco principal e possíveis danos.
O inter-relacionamento dos riscos na série é feito de sequências
simples, pelo uso de comportas lógicas “E” ou “OU”. Uma vez obtida a sé-
rie, cada risco é analisado em termos das inibições que podem ser aplica-
das a cada passo, desde o risco inicial até a inibição dos danos (efeitos).
Os fluxogramas podem ser utilizados para ilustrar com maior
clareza a sequência lógica de encadeamentos dos eventos, como pode-
-se notar na figura abaixo relativa à série de riscos de uma atividade do
ramo da construção civil. Para contextualizar, caso não esteja familia-
rizado com os termos, a betoneira é um misturador de materiais, como
o concreto e a padiola é um recipiente que serve para transporte dos
materiais, como a areia. Observe o fluxograma abaixo:

Figura 13: Operação de betoneira em central de argamassa e concreto

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: Autor, 2019.

Análise de Modos de Falhas e Efeitos – AMFE

É uma análise detalhada, podendo ser qualitativa ou quantitati-


va. A AMFE serve para detectar os modos e os efeitos provocados pelas
falhas dos componentes de um sistema, processo ou produto, minimi-
59
zando ou evitando falhas antes que as mesmas ocorram, aumentando
a confiabilidade do sistema.
Como abordado nas técnicas anteriores, a AMFE também deve
ser registrada em uma planilha própria. A planilha da AMFE pode ser
vista ao final do capítulo. Além disso, pressupõem-se que haja um bom
conhecimento acerca do serviço, sistema, processo ou produto que
está sendo analisado para garantir o sucesso da aplicação da técnica.

Objetivos da AMFE

Antecipação de falhas prováveis de ocorrer em projetos, produ-


tos ou processos, de modo a atuar de maneira prévia e inibir a ocorrência
das falhas. Para tanto, segundo Figueiredo (2009), faz-se necessário:
1) Realizar uma revisão sistemática das falhas de um compo-
nente para garantir danos mínimos ao sistema;
2) Determinar os efeitos que tais falhas terão em outros com-
ponentes do sistema;
3) Inferir quais os componentes cujas falhas teriam efeito críti-
co na operação do sistema;
4) Calcular a probabilidade das falhas;
5) Simular como podem ser reduzidas as falhas.

Aplicações da AMFE

A AMFE possui diversas aplicações. Cabe destaque à aplica-


ção da AMFE como suporte ao processo de gerenciamento de riscos
em serviços hospitalares, além da sua aplicação na análise de falhas de
sistemas agroindustriais (GARRAFA; ROSA, 2009).
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Método da AMFE

O procedimento a ser realizado à elaboração de uma AMFE,


sugerido por Helman (1995) citado por Saxer (2015), segue as seguin-
tes etapas: definição da equipe de execução; definição dos itens do
sistema a serem considerados; preparação e aquisição de informações
de dados; análise preliminar dos itens considerados; identificação dos
modos de falhas e seus efeitos; identificação das causas das falhas;
levantamento dos controles atuais de detecção de falhas; determinação
dos itens de criticidade; análise de recomendações; revisão dos pro-
cedimentos; preenchimento do formulário da AMFE; reflexão sobre o
60
processo. (HELMAN, 1995 apud SAXER, 2015).

Na década 1950, a NASA utilizou variações dessa ferra-


menta desenvolvida pelos militares e a Ford Motors Company utili-
zou a FMEA (ou em português AMFE – Análise de Modos de Falhas
e Efeitos), para cumprir as normatizações de segurança para veí-
culos. Hoje existem inúmeras indústrias nacionais e estrangeiras,
dos mais diversificados setores, utilizando essa ferramenta para
incrementar seu nível de qualidade. Assista ao vídeo disponibiliza-
do a seguir, que apresenta um exemplo de falha de software que le-
vou um foguete francês a ser destruído logo após seu lançamento.
A falha em questão foi no software controlador e foi detectada por
meio da aplicação do FMEA. Veja o vídeo para saber mais: https://
www.youtube.com/watch?v=3qE3bNNf-cM

Quadro 9 – Análise dos Modos de Falha e Efeitos

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

61
Fonte: Autor, 2019. Adaptado de Cardella, 1999.

HAZOP – Estudos de Identificação de Perigos e Operabilidade

Conceito

Essa técnica, Hazop (Hazard and Operability Studies), é uma


técnica de análise qualitativa e consiste em detectar desvios anormais
do processo, ou seja, visa identificar perigos para prevenir situações
indesejáveis.
Cardella (1999), afirma que o objeto do Hazop são os sistemas
e o foco são os desvios das variáveis de processo.
Segundo LAWLEY (1974) os principais objetivos do Hazop são
identificar todos os desvios operacionais e seus perigos associados.
Conforme Cardella (1999) p.135, as variáveis de um processo
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

são, entre outras: vazão, pressão, temperatura, viscosidade, compo-


sição e componentes. O desvio é o contraste entre uma variável num
certo intervalo de tempo e o valor normal, como por exemplo, maior
vazão e menor pressão. Faz-se necessário mensurar e controlar essa
variação de maneira a evitar um comportamento anômalo, o que acarre-
taria situações indesejáveis, como em tubulações que se rompem pela
pressão anormal surgida em seu interior.

Método do Hazop

O método do Hazop utiliza-se de “palavras-guia”, que servem


62
como base para perguntas sobre os desvios comuns, que podem apa-
recer durante a fase de produção. Cardella resume as palavras em seis,
são elas: NENHUM, REVERSO, MAIS, MENOS, COMPONENTES A
MAIS, MUDANÇA NA COMPOSIÇÃO E OUTRA CONDIÇÃO OPERA-
CIONAL. Tais palavras estimulam a criatividade e o senso crítico das
pessoas, além de contribuir para o não esquecimento de tarefas rotinei-
ras e ações preventivas.
A aplicação do Hazop é bastante ampla, podendo ser emprega-
do em processos contínuos ou descontínuos. No caso de processos con-
tínuos faz-se necessário o uso de fluxogramas. Já no caso de processos
descontínuos, a descrição do procedimento é o principal requisito.
A equipe que integra o Hazop não deve ser muito grande, para
não prejudicar a produtividade, portanto, aconselha-se que o número de
integrantes não seja maior do que sete. Abaixo segue o procedimento
da técnica, de acordo com o tipo de processo (RUPPENTHAL, 2013).

Exemplo de Aplicação do Hazop – Processo Descontínuo

Nesse tópico veremos um exemplo, retirado de Cardella (1999),


de forma bastante didática para entendermos a aplicação do Hazop.
Na manhã de sábado, 10 de setembro de 1976, ocorreu uma
explosão numa indústria de triclorofeno, em Seveso, Itália. Uma decom-
posição exotérmica provocou a ruptura do reator e a emissão de gás
tóxico para a atmosfera. A elevada temperatura do reator favorecera o
aumento de TCDD (2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina) que é uma das
mais venenosas substâncias conhecidas e o acidente ficou marcado
como um dos mais graves ocorridos em todo o mundo.
No quadro abaixo, pode-se verificar a análise de dois passos
do procedimento utilizado no sistema de reação, bem como as falhas
que levaram ao acidente e como a aplicação do Hazop poderia ter sido
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

utilizada para identificar os perigos.

Quadro 10: Exemplo de Aplicação do Hazop

63
Fonte: Cardella, 1999, p.139.

Análise por Árvore de Falhas (AAF)

A AAF são técnicas qualitativa e quantitativa de identificação de


perigos e análise de riscos, que se inicia por um evento topo. O evento topo
é escolhido para estudo e, a partir dele são estabelecidas combinações de
falhas e condições que poderiam causar a ocorrência desse evento.

Método da AAF

Cardella (1999) elenca alguns passos do método de aplicação


da AAF, como descrito abaixo:
1- Seleção do evento topo (perigo) identificado por qualquer
das técnicas de identificação de perigos aqui estudadas.
2- Esquematizar os níveis subsequentes ou ramos, identifican-
do falhas (quaisquer) que podem causar a ocorrência do evento topo.
3- Possibilidade de estimar a frequência de ocorrência do
evento topo a partir de dados de frequência e probabilidade de eventos
básicos (cuja frequência geralmente é encontrada em banco de dados
ou registros).

Figura 14: Árvore de Falhas. Evento topo: superaquecimento de um motor


elétrico
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

64
Fonte: Adaptado de Cardella 1999, p. 148.

TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

Análise de Causa e Consequências (ACC)

Essa técnica de avaliação de riscos requer a construção de um


diagrama de consequências, que se inicia por um evento inicial. A partir
deste, os demais eventos surgem através da elaboração de algumas
perguntas, como demonstrado abaixo (RUPPENTHAL, 2013).
Através da ACC é possível avaliar as consequências pelas formas
qualitativa e quantitativa dos eventos catastróficos de maior repercussão,
além de verificar a vulnerabilidade do meio ambiente, da comunidade e de
terceiros. Escolhe-se um evento crítico, partindo-se para um lado, com as
consequências, e para outro, determinando as causas. Existem diversas
formas de se representar o diagrama de ACC, porém, o mais conhecido é o
diagrama de Ishikawa, conforme mostrado abaixo (RUPPENTHAL, 2013).

Figura 15 – Diagrama de Ishikawa

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: RUPPENTHAL, 2013

O Método dos Cinco “Porquês” – 5 W

É considerada uma abordagem científica utilizada no sistema


Toyota de produção, a fim de alcançar a verdadeira causa raiz do pro-
blema (que geralmente mostra-se escondida através de sintomas ób-
vios). É uma ferramenta bem simples que consiste em formular pergun-
tas “Por quê” cinco vezes consecutivas.
Para aplicar o método, Weiss (2011) descreve de forma simpli-
ficada os 5 principais passos, são eles:
65
1. Inicie a análise com a afirmação da situação que se deseja
entender – ou seja, deve-se iniciar com o problema;
2. Pergunte por que a afirmação anterior é verdadeira.
3. Para a razão descrita que explica por quê a afirmação ante-
rior é verdadeira, pergunte por quê novamente;
4. Continue perguntando por quê até que não se possa mais
perguntar mais por quês;
5. Ao cessar as respostas dos por quês significa que a causa
raiz foi identificada.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

66
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: CESGRANRIO Órgão: BR Distribuidora Prova:
Técnico de Segurança Júnior Nível: Técnico.
Uma determinada técnica é utilizada para identificação de perigos
e foi projetada para estudar possíveis desvios (anomalias) de pro-
jeto ou na operação de uma instalação. Nessa técnica, o líder da
equipe orienta o grupo através de um conjunto de palavras-guias
que focalizam os desvios dos parâmetros estabelecidos para o
processo ou operação em análise.
Tal técnica é denominada
a) APP.
b) APR.
c) AAF.
d) HAZOP.
e) WHAT-IF.

QUESTÃO 2
Ano: 2011 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobrás Prova: Técnico
de Segurança Nível: Técnico.
A técnica que consiste no estudo realizado durante a fase de con-
cepção ou desenvolvimento prematuro de um novo sistema, com a
finalidade de determinar os riscos que poderão estar presentes na
fase operacional, é a
a) Análise de Operabilidade e Perigos.
b) Análise Preliminar de Risco.
c) Análise Comparativa.
d) Análise Histórica.
e) What-IF.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: LIQUIGÁS Prova: Enge-
nheiro Júnior- Segurança do Trabalho Nível: Superior.
Há uma técnica que consiste em três passos principais. O primeiro
é a identificação dos desvios operacionais que podem ocorrer por
mau funcionamento dos equipamentos, dos dispositivos de con-
trole e das ações equivocadas dos operadores. O segundo é a in-
vestigação sistemática das possíveis causas e das consequências
esperadas. O terceiro é a proposição de salvaguardas para reduzir,
em níveis satisfatórios, a probabilidade de ocorrência dos desvios,
ou para mitigar suas consequências adversas.
67
A técnica descrita é a(o)
a) APR
b) ARP
c) HAZOP
d) Check-list
e) Brainstorming

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enge-
nheiro de Segurança do Trabalho Nível: Superior.
Em um hospital, pretende-se aplicar a Análise Preliminar de Riscos
(APR) em um novo sistema. Você foi consultado sobre as possí-
veis aplicações da APR e pôde afirmar corretamente que
a) A APR deverá ser aplicada após a fase de concepção do novo sis-
tema. Para a aplicação da APR será necessária encontrar um sistema
igual ao novo sistema proposto.
b) Para a aplicação da APR não será necessário encontrar um sistema
igual ao novo sistema proposto e o resultado da APR será uma análise
detalhada e específica.
c) É preciso conhecer os detalhes finais do projeto do novo sistema,
para a aplicação da APR.
d) A APR é normalmente uma revisão superficial de problemas gerais
de segurança.

QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRÁS Prova: En-
genheiro de Segurança do Trabalho Nível: Superior.
As ferramentas de análise e de avaliação de risco podem, em geral,
ser selecionadas, combinando os pontos fortes e fracos de cada
regime com o cenário a ser analisado. A ferramenta de estudos de
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

risco que deve ser utilizada para se avaliarem mecanismos e mo-


dos de falha em equipamentos e sistemas é a(o)
a) APP
b) APR
c) FMEA
d) Hazop
e) bow-tie

QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: FEPESE Órgão: CELESC Prova: Engenheiro de
Segurança do Trabalho Nível: Superior.
Assinale a alternativa correta em relação às técnicas de análise de
68
riscos:
a) A Análise Preliminar de Risco (APR) é uma técnica pouco utilizada
atualmente, devido a sua alta complexidade e pelo envolvimento de pro-
fissionais de diversas áreas.
b) O desenvolvimento e a implementação da APR devem ser realizados
após o início da execução prática de uma nova tarefa, aplicada somente
nos processos já existentes.
c) As técnicas de análise de risco são de fundamental importância para
o gerenciamento de risco, no sentido de evitar acidentes ou a repetição
deles, como também evitar perdas e danos.
d) É responsabilidade do SESMT (Serviço Especializado em Segurança
e Medicina do Trabalho) executar o processo de implantação da APR,
bem como estabelecer os critérios técnicos que servirão de base para o
treinamento das equipes.
e) A participação de todos os envolvidos torna-se desnecessária, bas-
tando que os líderes das equipes absorvam o conhecimento dos riscos
e sua consequente prevenção a ser observada cotidianamente.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


1- Com base nos princípios da Análise Preliminar de Riscos (APR) es-
tudados neste capítulo, preencha (proponha) o formulário da Análise
Preliminar de Riscos, supondo que o objeto de estudo se trata da ma-
nutenção de iluminação pública (troca de lâmpada em postes).

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste no estudo, durante
a fase de concepção de um novo sistema, da mensuração dos ris-
cos que poderão estar presentes no momento da fase operacional.
69
Segundo Tavares (1996), os riscos devem ser categorizados con-
forme as suas severidades, de modo a permitir uma priorização
das ações a serem tomadas. Assinale a alternativa correspondente
a ordem relacionada:
I. Desprezível
II. Marginal / Limítrofe
III. Crítica
IV. Catastrófica
( ) Não degrada o sistema nem seu funcionamento. Não ameaça os
recursos humanos.
( ) Degradação moderada com danos menores. Não causa lesões.
É compensável ou controlável.
( ) Degradação crítica com lesões. Dano substancial. Apresenta
risco e necessita de ações corretivas imediatas.
( ) Séria degradação do sistema. Perda do sistema, morte e lesões.
a) I , II , III , IV
b) III ,II, IV, I
c) III, IV, I, II
d) II, III, IV, I
e) I, III, II, IV

NA MÍDIA
SEGURANÇA NO TRABALHO COM AUXÍLIO DO HAZOP

Figura 16: Segurança no Trabalho


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: MOBUSS, 2017.

O Hazop, do inglês Hazardand Operability Study, ou em português “Es-


tudo de Perigos e Operabilidade”, é uma maneira sistemática de iden-
tificar possíveis perigos em um processo de trabalho, dividindo-o em
etapas e considerando as variações nos parâmetros de trabalho para
70
cada, para ver o que pode dar errado.
A abordagem meticulosa do Hazop é amplamente utilizada na Indústria
da Construção, particularmente onde estão envolvidos os processos
mecânicos, elétricos e/ou hidráulicos. Isso inclui estações de bombea-
mento, sistemas de drenagem, obras de tratamento de água e esgoto,
sistemas de controle ambiental na construção e qualquer tipo de sis-
tema de tratamento ou processamento, mas ela pode ser usada igual-
mente para outros processos, desde que se perceba sua necessidade
Para que você entenda como funciona o Hazop e qual sua influência na
segurança no trabalho de uma obra, explicaremos abaixo o que é essa
metodologia e como ela pode ser aplicada. Acompanhe:

O HAZOP E A SEGURANÇA NO TRABALHO


A tarefa de analisar os perigos em um local de trabalho ou sistema pode
ser assustadora. No entanto, sem um estudo efetivo, potenciais riscos
podem não ser descobertos antes de resultar em feridos e perdas. O
custo de um acidente é muitas vezes maior do que o custo da análise
que poderia ter evitado que ele acontecesse, comprometendo ainda a o
andamento e a qualidade da construção.
Leia a matéria na íntegra em: <https://www.mobussconstrucao.com.br/
blog/seguranca-no-trabalho-com-hazop/> Acesso em 20/02/2019.

NA PRÁTICA
Neste capítulo vimos as principais técnicas de identificação de perigos,
avaliação e análise de riscos. E agora iremos falar um pouco da aplicação
prática de uma dessas ferramentas, a Análise Preliminar de Riscos (APR).
Conforme estudamos a APR consiste no estudo, durante a fase de con-
cepção de um novo sistema, da mensuração dos riscos que poderão
estar presentes no momento da fase operacional. Antes da execução de
determinadas atividades que possam envolver qualquer tipo de risco, é
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

essencial que se elabore uma APR, como no caso do trabalho confina-


do em redes de esgoto, galerias de água, tubulações, entre outros.
O espaço confinado, de acordo com a NR-33, é definido como qualquer
área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que
possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é
insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a defi-
ciência ou enriquecimento de oxigênio. Devido a essas características,
os riscos associados são grandes, daí a importância de se elaborar uma
APR para estudar melhores maneiras de se trabalhar garantindo a se-
gurança do trabalhador. A APR indicará o tempo limite que o trabalhador
poderá permanecer no ambiente confinado, bem como estabelecerá to-
dos os procedimentos e equipamentos necessários para a execução do
71
trabalho com segurança.
Por último, após todo o estudo do local de trabalho e de suas caracte-
rísticas, e antes da execução do plano proposto na APR, deve-se provi-
denciar a Permissão de Entrada e Trabalho (PET), que é o documento
responsável por assegurar que o ambiente está em condições adequa-
das para a segurança e saúde do trabalhador
Saiba mais em: https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/entenda-importan-
cia-de-uma-analise-preliminar-de-riscos-apr-para-espaco-confinado/
Acesso em 20/02/2019.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

72
FINANCIAMENTO DE RISCOS

NOÇÕES BÁSICAS E PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DE SEGU-


ROS
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

De acordo com Althearn (1981), citado por Azevedo (2008), o


seguro pode ser entendido como “um plano ou dispositivo social que
combina os riscos de indivíduos de um grupo, utilizando fundos contri-
buídos pelos membros desse grupo para pagar pelas perdas”.
Souza (2002) também citado por Azevedo (2008) traz uma
definição mais abrangente ao definir seguro como “uma operação que
toma forma jurídica por meio de um contrato, em que uma das partes
(segurador) se obriga com a outra (segurado ou beneficiário), mediante
o recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la
(indenização) por um prejuízo (sinistro) resultante de um evento futuro,
7373
possível e incerto (risco), indicado no contrato”.
Segundo Azevedo (2008), todo contrato de seguro deve ser
dotado das seguintes características:
• Aleatório: pelo fato de depender de evento futuro e incerto.
• Bilateral: há obrigação para as duas partes. A seguradora fica
obrigada a indenizar desde que o segurado tenha quitado os prêmios.
• Oneroso: ambas as partes possuem ônus e vantagens eco-
nômicas. O segurado tem o ônus do prêmio e a vantagem da transfe-
rência do risco. O segurador tem a vantagem dos prêmios e o ônus de
formação de fundos de reserva para eventuais indenizações.
• Solene: há uma formalidade trazida pela apólice
• Boa-fé: trata-se do princípio basilar que o norteia. Cabe ao
segurado ser honesto (verdadeiro) em suas informações, e à segura-
dora também mensurar o risco, de forma honesta, bem como redigir
o contrato de maneira clara, de modo que o segurado possa entender
perfeitamente os compromissos assumidos.
No que diz respeito aos elementos do contrato de seguros, es-
tes podem ser diferentes, dependendo do autor e de sua abordagem.
Na visão de Clovis Beviláqua, citado por Alvim (1999), são quatro os
elementos de contrato de seguro, sendo eles: o segurador, o segurado,
o prêmio e o risco. Já na visão de Oliveira (2002) outro elemento que
também faz parte é a apólice. Bittencourt (2004) inclui a indenização no
lugar da apólice. Portanto, existem algumas diferenças básicas de abor-
dagem de um autor para outro. Vamos definir todos esses elementos
para maior clareza e conhecimento.
Prêmio: É o pagamento realizado pelo segurado ao segurador.
É estipulado com base no percentual de risco que se deseja cobrir.
Segurado: Pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ) que, ten-
do interesse segurável, contrata o seguro, em seu benefício pessoal ou
de terceiros.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Seguradora: É uma instituição que tem o objetivo de indenizar


prejuízos involuntários verificados no patrimônio de outrem, ou eventos
aleatórios que não trazem necessariamente prejuízos, mediante recebi-
mento de prêmios.
Risco: É o evento incerto ou de data incerta que independe da
vontade das partes contratantes e contra o qual é feito o seguro, poden-
do ser entendido como a expectativa de sinistro. Pode ser classificado
de duas formas: puro ou especulativo e fundamental ou particular (DE-
NENBERG et al., 1974 apud AZEVEDO, 2008).
Risco especulativo: Há possibilidade de perdas ou promessa
de ganhos. Exemplo: risco ligado a uma mudança no nível de preços;
se os preços subirem ocorrem ganhos; caso contrário, temos perdas
74
(commodities).
Risco puro: Ocorrem ou não perdas, não havendo chance de
ganhos. Exemplo: destruição de um armazém por um incêndio.
Fundamental: As perdas não são individuais, mas sim coleti-
vas. Exemplo: inflação, guerra etc.
Particular: As perdas são individuais (particulares). Exemplo:
incêndio de uma casa, roubo de um carro etc.
Apólice: É um instrumento, através da apólice, o segurado
transmite à seguradora a responsabilidade sobre os riscos.
Sinistro: É o acontecimento previsto e que como acordado le-
galmente, obriga a seguradora a indenizar o segurado.
Indenização: É a contraprestação do segurador ao segurado. É
o pagamento prometido na ocorrência de um sinistro.

O prêmio é o preço do seguro ao segurado. Cabe ao se-


gurado pagar ao segurador o valor do prêmio, que é estipulado
conforme o percentual de risco a ser coberto.

Os seguros também podem ser proporcionais ou não propor-


cionais. Os seguros proporcionais são aqueles em que o segurado e
a seguradora participam proporcionalmente dos prejuízos advindos de
um evento. Toda vez que o valor do seguro for insuficiente (inferior ao
valor do risco) o segurado torna-se coparticipante do prejuízo. Uma re-
lação de equivalência entre a importância recebida e a segurada é es-
tabelecida. (AZEVEDO, 2008).
Os seguros de materiais, equipamentos e instalações, geral-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

mente são do tipo proporcionais. Já os seguros não proporcionais ca-


racterizam-se por não apresentar uma relação de equivalência entre a
importância segurada e o valor em risco. Não há a aplicação do rateio
como no seguro proporcional.
A equação para aplicação do princípio do rateio é seguinte,

tal que,
I = indenização
P = prejuízo
IS = importância segurada
75
VR= valor em risco
Exemplo: Considere a seguinte situação hipotética de im-
portância segurada de R$ 1,5 milhões. Sinistro com prejuízo de R$
400.000,00. O seguro é proporcional. Calcule o valor da indenização (I),
considerando um valor de risco (VR) de:

a) 500 mil

b) R$ 1,5 milhões

c) R$ 2,0 milhões

Quadro 11: Vantagens e desvantagens da adoção de seguros


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

76
Fonte: RUPPENTHAL, 2013.

ETAPAS DO FINANCIAMENTO DE RISCOS

Os riscos que não foram eliminados ou reduzidos nas fases an-


teriores de prevenção e controle, podem receber um tratamento diferen-
ciado do convencional, através do financiamento. O financiamento de
riscos se subdivide em retenção e transferência. Iremos abordar cada
uma dessas subdivisões adiante.

Figura 17: Etapas de Financiamento do risco

Fonte: Autor, 2019. Adaptado de RUPPENTHAL, 2013.


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Ruppenthal (2003) afirma que, geralmente, somente os riscos


com baixa frequência e alta gravidade devem ser transferidos, e os de-
mais devem ser retidos.

77
Figura 18: Matriz de risco

Fonte: RUPPENTHAL, 2013.

Retenção de Riscos

De Cicco & Fantazzini (1985) afirmam que a retenção de riscos


pode ser entendida como um plano financeiro, elaborado pela própria
empresa, para enfrentar possíveis perdas acidentais. As formas de re-
tenção de riscos podem ser separadas em autoadoção (intencional e
não-intencional) e autosseguro (parcial e total).

Autoadoção

A autoadoção de riscos não requer que a empresa possua um


fundo financeiro de reserva para eventuais perdas, diferentemente do
autosseguro.
A autoadoção pode ter caráter intencional, quando as perdas são
aceitas de maneira voluntária (perdas são suportáveis) e não trazem con-
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

sequências negativas no que tange aos aspectos econômicos e financeiros


da empresa, ou não intencional, quando não há planejamento à chegada
das perdas (perdas inesperadas), o que pode resultar em consequências
desastrosas, no que tange aos aspectos econômico/financeiros.
A autoadoção intencional de riscos é representada pelas per-
das suportáveis, isto é, provenientes de pequenos furtos, perdas resul-
tantes de uso e desgaste natural de prédio, máquinas e equipamentos
e perdas decorrentes de maus pagadores até um certo limite.
Por outro lado, a autoadoção não intencional acarreta a acei-
tação de perdas inesperadas, pois, não foram planejadas previamente,
consequência da má gestão, ignorância e negligência dos riscos, por
78
parte da alta direção da empresa. Como não há uma receptividade das
perdas (financeiramente falando) esse tipo de autoadoção pode até le-
var uma empresa à falência.

Autosseguro

Para melhor entendimento do autosseguro, é importante co-


nhecer a definição de seguro já exposta aqui.
O autosseguro, a segunda forma de retenção de riscos, por
sua vez, envolve um planejamento formal, com fundos de reserva que
sejam dedicados à eventuais perdas. No autosseguro, a aceitação dos
riscos pode ser de forma parcial ou total. No caso do autosseguro par-
cial, uma parcela do risco é assumida pela empresa e a outra parcela
é transferida a terceiros. No autosseguro total, a empresa arca com os
riscos de maneira integral.
Segundo De Cicco & Fantazzini (2003), citado por Ruppenthal
(2013), as razões principais que podem levar uma empresa a adotar o
autosseguro, são:
• Pela redução de despesas na transferência de riscos através
de seguros.
• Como forma de reduzir os custos em autosseguro e em segu-
ro, investem no incentivo às ações de prevenção e controle de perdas.
• Soluções mais práticas e rápidas que venham a ocorrer sem
a necessidade de perícia.
• Atuação em riscos não segurados pelo mercado.
Existem alguns aspectos e requisitos básicos que uma organi-
zação deve possuir antes de optar pela adoção a um autosseguro.
• Os riscos a serem cobertos devem ser agrupados de forma
homogênea que permita estabelecer valores médios. Os bens protegidos
devem estar afastados de forma a não permitir a destruição simultânea.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

• A situação financeira da empresa deve permitir a criação des-


ses fundos de seguro sem comprometer a operacionalidade.
• A adoção do autosseguro deve estar atrelada a um esforço na
implementação e na manutenção de uma política de gerenciamento de
risco, além de estudos estatísticos e adoção de medidas concretas de
segurança e prevenção.

79
- Retenção do risco significa “correr o risco”.
- A retenção inclui ainda os riscos não identificados.
- Neste caso, não é necessária a implementação de controles.
- Deve ser elaborado um registro dos riscos aceitos, com a
justificativa da razão de terem sido aceitos, e a relação dos respon-
sáveis pela aprovação da retenção dos riscos
Fonte: BEZERRA, Edson Kowask. Gestão de riscos de TI.
NBR 27005. Rio de Janeiro: 2013.

Transferência de Riscos

Segundo De Cicco & Fantazzini (2003), basicamente a trans-


ferência de riscos a terceiros pode ocorrer de duas maneiras distintas.
São elas: através de contratos, acordos ou outras ações (sem seguro)
ou através de seguro.
A transferência de riscos de uma organização a terceiros sem
seguro, geralmente é feita através de contratos bem definidos, no que
diz respeito às responsabilidades, às garantias e às obrigações das par-
tes. Esse tipo de transferência é comum em contratos de serviços de
construção, montagem, projetos, transportes e outros.
No que tange à transferência de riscos por seguro, ela se dá
de modo parecido com o autosseguro, sendo que a diferença é que no
autosseguro há a retenção dos riscos pela própria empresa. A empre-
sa se prepara (através da criação de fundos de reserva) para receber
eventuais perdas. Já na transferência, como o próprio nome revela, há
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

um repasse dos riscos às instituições terceiras (que são preparadas


financeiramente para receber os riscos).
De Cicco & Fantazzini (2003) ainda revelam que o seguro é de
longe o método mais comum para transferência dos riscos puros (estuda-
dos no capítulo 2) e, ocasionalmente, até mesmo dos riscos especulativos.

SEGURO OU AUTOSSEGURO?

Ao gerente de riscos de uma organização, na fase de trata-


mento dos riscos que não foram reduzidos ou eliminados em etapas
anteriores, cabe a difícil missão de decidir por transferir os riscos a ter-
80
ceiros ou adotar o autosseguro, admitindo os riscos em fundos de reser-
va da própria empresa.
Para auxiliar nessa tomada de decisão, um modelo vem sendo
muito utilizado em diversos países, ele é chamado de “Modelo de Hous-
ton”, proposto pelo norte-americano David Houston.
O modelo de Houston utiliza-se do conceito de perda de opor-
tunidade, que resumidamente, representa um possível ganho financeiro
não obtido devido à decisão de não participar de um determinado negó-
cio. Considerando a seguinte situação hipotética: uma certa quantia é
aplicada na poupança (que é considerado um investimento de baixo ris-
co), cujas taxas de juros são baixas, ao invés de ser aplicado na própria
empresa, com taxas de retornos maiores, porém, também com maiores
riscos (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003).
O custo de oportunidade do dinheiro (ganho), em termos de
ativos líquidos, é representado pela diferença entre o rendimento que
seria obtido por investir capital na própria empresa (r) pelo rendimento
que poderia ser obtido pelo investimento na poupança (i).
O modelo de Houston é justamente uma aplicação desse con-
ceito e objetiva auxiliar na tomada de decisão sobre a melhor destina-
ção dos riscos excedentes.
Supondo que um gerente de risco deva decidir entre a adoção
de autosseguro e a aquisição de seguro para um período de um ano
em relação a certo risco. Se optar pelo autosseguro necessitará de um
fundo de reserva (F) no valor de R$ 800.000,00. Se por outro lado,
optar por adquirir um seguro, o valor do fundo será aplicado na própria
empresa. O prêmio do seguro (P) é de R$ 8.000,00 (*) . (DE CICCO;
FANTAZZINI, 2003).
Considere ainda que se o fundo for aplicado na empresa, resul-
tará em um rendimento de 30% (r), e se for aplicado de forma externa
(no mercado financeiro) o rendimento será de 15%(i). Vamos analisar
as duas hipóteses:
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

1) Se o gerente de riscos optar por comprar o seguro, a posição


financeira da empresa ao final do ano (PFs), será:

em que,
VL= Valor líquido no início do ano

81
2) Se o gerente optar pelo autosseguro, a posição financeira da
empresa ao final do ano ([PF]_(AS)), será:

em que, a parcela P/2 representa a perda média esperada no


período, assumindo que a empresa poderá perder, a longo prazo, me-
tade do prêmio do seguro.
A diferença entre é o valor econômico do seguro (V).

Logicamente, se V > 0, ou seja , a posição financeira


da empresa ao final de um ano será maior caso o gerente opte pela
compra do seguro. Caso contrário, V < 0, a melhor escolha será pelo
autosseguro.
Para o exemplo proposto, ao subtrairmos a equação (1) pela
equação (2) teríamos o seguinte valor econômico:

O valor encontrado é maior do que zero e, portanto, o gerente


de riscos poderá optar pela compra do seguro, no valor de R$8.000,00
e, caso julgue interessante, poderá investir o fundo de R$800.000,00 no
próprio negócio da empresa.

DEFINIÇÃO DE NÍVEIS DE FRANQUIA


GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Primeiramente, a franquia, basicamente, corresponde ao valor


que o contratante (segurado) deve arcar, caso ele se envolva em um
algum sinistro e tenha que acionar a seguradora. Isso significa que a em-
presa corre um determinado risco até o limite da franquia estabelecida. É
o valor correspondente ao fundo de reserva implementado na empresa.
Para determinar o valor da franquia, a empresa deve fazer uso
de dois métodos, o “Modelo de Houston” e a “Regra do Menor Custo”.
Considerando os dados de rendimentos do exemplo anterior e
supondo que a empresa decidiu autossegurar os primeiros R$30.000,00 e,
por isso, o prêmio foi reduzido para R$2.000,00, a opção do seguro ainda
82
será a mais vantajosa para a empresa? (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003)
Sabe-se que r =0,30; i = 0,15; F = 30.000 e P =2.000

Tendo em vista que o valor de V (valor econômico do seguro)


ainda é positivo, significa que ainda é vantajoso manter a compra do
seguro nessa nova situação.
Com base nesse modelo (Modelo de Houston), caso o gerente de
riscos queira saber o valor da franquia mínima a ser adotada, basta que ele
coloque V=0 na equação 3 acima e isole a variável “F” (fundo de reserva)
achando um valor que corresponde à franquia mínima aceitável. Veja:

Conclui-se, nessa situação hipotética, que a opção pela com-


pra do seguro é viável, mesmo se a franquia for reduzida a esse valor
mínimo de R$ 8.667,00.
A “Regra do Menor Custo” é um outro método utilizado para defi-
nir o valor da franquia de um seguro. Baseia-se na ideia de que o custo do
risco esperado equivale ao prêmio do seguro somado a perda assumida
pelo segurado em função da franquia vigente. Subentende-se que o valor
correspondente à franquia só será devido ao segurado em caso de perdas.
A equação que representa essa definição pode ser escrita dessa forma:

Onde
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

P = valor do prêmio
q= frequência esperada dos eventos que ocorram ao longo de
um ano
F = valor da franquia

83
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: TRT 14a Região Prova: Técnico Ju-
diciário-Tecnologia da Informação. Nível: Superior.
A etapa de análise de riscos, no processo de Gestão de Riscos,
pode ser realizada de forma quantitativa ou qualitativa. Após a ca-
tegorização dos riscos, deve-se decidir pelo tratamento e recursos
a alocar. Uma das opções disponíveis para tratamento do risco é
a) eliminar o sistema que gerou o risco, visando reduzir o risco.
b) atuar sobre os ativos que sofrem as consequências do risco, visando
eliminar o risco.
c) escolher apenas uma alternativa que seja economicamente viável, já
que é impossível reter o risco.
d) utilizar sempre medidas de caráter contingencial ou mitigatório, evi-
tando-se as medidas preventivas.
e) transferir o risco, por meio de seguros, cooperação ou outra ação
adequada.

QUESTÃO 2
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TCE-SE Prova: Analista de Tecnolo-
gia da Informação-Segurança da Informação. Nível: Superior.
Em uma dada situação de risco para um incidente de segurança,
determinada organização decidiu não adotar controles, preferindo
fazer um seguro para cobrir eventuais prejuízos no caso de ocor-
rência do incidente.
Nesse exemplo foi adotado o tratamento de:
a) mitigar o risco.
b) transferir o risco.
c) evitar o risco.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

d) aceitar o risco.
e) ocultar o risco.

QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: ESAF Órgão: SUSEP Prova: Analista Técnico-
-Controle e Fiscalização. Nível: Superior.
Considerando o texto abaixo, indique a opção correta e que o com-
plementa.
Entre as figuras de Gerenciamento do Risco, sob o prisma do clien-
te (futuro segurado), a transferência do risco denomina-se:
a) seguro.
b) retrocessão.
84
c) cosseguro (ou co-seguro).
d) resseguro.
e) auto seguro.

QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: IADES Órgão: SUDAM Prova: Analista em Tecno-
logia da Informação Nível: Superior.
Se uma organização aceita conscientemente o risco, sem a preo-
cupação de implementar controles adicionais, ela está praticando,
de acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC 27005, a seguinte op-
ção de tratamento do risco:
a) redução do risco.
b) retenção do risco.
c) suspensão do risco.
d) transferência do risco.
e) comunicação do risco.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FADESP Órgão: BANPARÁ Prova: TÉCNICO
BANCÁRIO Nível: Médio.
Em relação aos elementos que fazem parte de um contrato de se-
guro, pode-se afirmar que:
a) A franquia é a importância que o segurado recebe em caso de sinistro.
b) A indenização refere-se à prestação paga pelo segurado.
c) O sinistro é o valor do prejuízo que fica a cargo do segurado.
d) A indenização refere-se à importância que o segurado recebe em
caso de sinistro.
e) O prêmio refere-se à importância que o segurado recebe em caso de
sinistro. GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Os riscos que não foram eliminados ou reduzidos nas fases anteriores
de prevenção e controle, podem receber um tratamento diferenciado
do convencional, através do financiamento. O financiamento de riscos
se subdivide em retenção e transferência. Explique a diferença entre a
retenção e a transferência de riscos.

TREINO INÉDITO
1 - No âmbito da gestão de riscos, a transferência de riscos a ter-
ceiros pode ocorrer, basicamente, de duas maneiras distintas. As-
sinale a alternativa que corresponde a uma dessas maneiras.
a) resseguro.
85
b) retrocessão.
c) autosseguro.
d) auto adoção.
e) seguro.

2 - À luz da gestão e do financiamento de riscos, assinale a alter-


nativa correta:
a) Seguro e autosseguro possuem o mesmo significado.
b) A única maneira de se financiar um risco é transferi-lo a terceiros.
c) A empresa que compra um seguro concorda em transferir seus riscos
a terceiros. Já no autosseguro, não há repasse há terceiros e a empresa
decide pela retenção dos riscos ela mesma.
d) São três as formas de financiamento de riscos, são elas: retenção,
transferência e aniquilação.
e) O seguro é sempre a melhor escolha se comparado ao autosseguro.

NA MÍDIA
A SEGURADORA E SEUS RISCOS
A franquia e a participação obrigatória são ferramentas da seguradora
para baixar o valor do prêmio para o segurado.
Uma seguradora é a gestora de um grande fundo com o qual ela paga os
sinistros cobertos de seus segurados. O princípio que norteia e embasa a
operação é o mutualismo, ou a constituição de um fundo composto pelas
contribuições proporcionais ao risco individual por cada um dos segurados.
Assim, quem tem um risco maior, para equilibrar o fundo, paga mais, da
mesma forma que os riscos menores pagam menos. Importante lembrar
que o risco se mede de duas formas: a primeira, mais simples, o valor
do bem segurado e, a segunda, mais complexa de ser quantificada,
pelo impacto que o risco pode ter sobre o mútuo, não só pelo valor da
indenização, mas pela frequência de sinistros.
As seguradoras trabalham sempre em cima de uma regra da qual elas
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

se valem para precificar seus seguros. Quanto menor o valor do sinistro,


maior sua frequência e vice-versa. Ou seja, é muito mais difícil aconte-
cer um sinistro de grandes proporções do que dez sinistros pequenos.
Os eventos pequenos podem atingir frequências alarmantes e, se fos-
sem sempre cobertos pelo seguro, o custo de sua regulação poderia
custar mais caro do que o valor das indenizações.
Leia a matéria na íntegra através do link:
https://economia.estadao.com.br/blogs/antonio-penteado-mendonca/a-
-seguradora-e-seus-riscos/
Data da matéria: 11/08/2018

86
NA PRÁTICA
É importante frisar que, a maneira pela qual uma empresa gerencia
seus riscos, pode determinar o seu sucesso ou o seu fracasso no mer-
cado de trabalho. Tendo em vista a competitividade instaurada nas mais
diversas áreas do mercado de trabalho, se faz necessário que as em-
presas administrem corretamente os riscos envolvidos em sua área de
atuação. Isso inclui o tratamento dos riscos que não foram sanados nas
fases de análise e prevenção.
Como estudamos, o financiamento de riscos envolve duas vertentes, a
retenção de riscos e a transferência de riscos.
A retenção, como o próprio nome diz, significa que a empresa irá acei-
tar, admitir, acatar os riscos ela própria, através da criação de um fundo
próprio para eventuais perdas que venham a ocorrer. A retenção é a
resolução dos problemas de forma interna, sem transferi-los a terceiros,
quer seja de forma consciente ou mesmo não consciente. As formas de
retenção de riscos podem ser separadas em auto adoção (intencional e
não intencional) e autosseguro (parcial e total).
Na outra ponta está a transferência de riscos, que como o nome indica
é o repasse, a entrega dos riscos às instituições terceiras. A empresa
então opta por ceder, transferir o seu problema (risco) a outra pessoa
(jurídica) que cobrará um valor para isso, chamado de prêmio. A trans-
ferência pode se dar de duas formas. São elas: através de contratos,
acordos ou outras ações (sem seguro) ou através de seguro.
Quando a transferência de riscos não envolver seguro, ela deve ser
feita através de contratos bem definidos, no que diz respeito as respon-
sabilidades, garantias e obrigações das partes.
Cabe ao gerente de riscos, que futuramente pode ser você, juntamente
com sua equipe de colaboradores, definir o melhor caminho para a des-
tinação dos riscos excedentes, de modo que não haja prejuízos finan-
ceiros para a empresa. Nesse sentido, é importante que se observe os
princípios do custo da oportunidade de dinheiro, ou seja, que se faça a
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

escolha que seja mais interessante para a saúde financeira da empresa.

87
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O perigo é a fonte ou situação com potencial para o dano em termos


de lesões ou ferimentos para o corpo humano, ou danos à saúde, ao
patrimônio, ao ambiente do local de trabalho.
Já o risco é a exposição ao perigo, é a medida das probabilidades e
consequências de todos os perigos de uma atividade ou condição. Pode
ainda ser definido como a possibilidade de dano, prejuízo ou perda.
Existem muitos exemplos de perigo e risco no ambiente de trabalho, e
citarei dois exemplos aqui para servir de modelo. Fique à vontade para
propor novos exemplos.
Exemplo 1): Um bom exemplo da relação perigo x risco é o de uma
fiação energizada, porém, desencapada no canteiro de obras. Ela re-
presenta um perigo para os trabalhadores do canteiro, e representa um
risco de alguém se aproximar e, de alguma forma, entrar em contato
com a fiação, tomando choque elétrico.
Exemplo 2): Outro exemplo pode ser observado quando da lavagem de
um ambiente, uma sala numa empresa, por exemplo. O piso escorrega-
dio representa um perigo. Já o risco é o de alguém se aproximar e sofrer
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

uma queda, um acidente.

TREINO INÉDITO
Gabarito 1: E
Gabarito 2: B

88
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os riscos empresariais são divididos em duas modalidades: Puros (es-


táticos) e especulativos (dinâmicos). Os riscos especulativos se dividem
em riscos políticos, administrativos, e de inovação. Percebe-se que os
riscos administrativos estão conectados aos riscos de mercado, finan-
ceiro e de produção, isso quer dizer que ele pode se diferenciado nestas
três modalidades que falaremos mais adiante.
Já os riscos puros, segundo Ruppenthal (2013), sempre resultarão em
perdas, sendo classificados em riscos às propriedades, de responsabi-
lidade e riscos às pessoas e materiais.
Os riscos à propriedade fazem parte das perdas advindas de incêndios,
explosões, vandalismo, roubo, acidentes naturais, sabotagem e danos
a equipamentos e bens em geral.
Já os riscos que se referem à pessoa, estão relacionados a doenças ou
acidentes de trabalho, que comprometem a vida e a saúde do trabalha-
dor, podendo até a levar à incapacidade temporária, invalidez ou morte
de colaboradores.
Por último, mas não menos relevante, os riscos por responsabilidade, têm
a ver com as perdas causadas pelo pagamento de indenizações a tercei-
ros, pela falta de qualidade e segurança prestada ao cliente/fornecedor
do serviço contratado ou até mesmo por responsabilidade ambiental.

TREINO INÉDITO
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Gabarito: E

89
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

90
CAPÍTULO 04

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A retenção nada mais é do que a aceitação do risco pela própria empre-


sa. A empresa admite “correr riscos”. Pode ser entendida como um plano
financeiro elaborado pela própria empresa para enfrentar possíveis perdas
acidentais. As formas de retenção de riscos podem ser separadas em auto
adoção (intencional e não intencional) e autosseguro (parcial e total).
Por outro lado, a transferência de riscos nada mais é do que o repasse
dos riscos às instituições terceiras, e ela pode ocorrer de duas manei-
ras. Através de contratos, acordos ou outras ações (sem seguro) ou
através de seguro.

TREINO INÉDITO
Gabarito 1: E
Gabarito 2: C

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

91
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
14280:2001 Cadastro de acidente do trabalho. Rio de Janeiro. 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO/IEC GUIA


73. Gestão de Riscos- Vocabulário- Recomendações para uso em nor-
mas. Rio de Janeiro,2005.

AZEVEDO, Gustavo H.W. de. Seguros, Matemática Atuarial e Financei-


ra. São Paulo: Saraiva,2008

ABNT. Lançada a nova versão da norma ISO 31000 – Gestão de Riscos.


Disponível em:<http://www.abnt.org.br/imprensa/releases/5753-lanca-
da-a-nova-versao-da-norma-iso-31000-gestao-de-riscos> Acesso em
16 de fevereiro de 2019.

BEZERRA, Edson Kowask. Gestão de riscos de TI. NBR 27005. Rio de


Janeiro: 2013.

BOBSIN, Arthur. Entenda o que é compliance e como colocar em práti-


ca. Disponível em: https://www.aurum.com.br/blog/o-que-e-compliance/
Acesso em: 18 de fevereiro de 2019.

BLOG MOBUSS CONSTRUÇÃO. Segurança do Trabalho com auxílio do


Hazop. Disponível em: <https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/se-
guranca-no-trabalho-com-hazop/> Acesso em: 20 de fevereiro de 2019.

BLOG SEGURANÇA DO TRABALHO NWN. Como fazer análise de ris-


co. Disponível em: https://segurancadotrabalhonwn.com/como-fazer-a-
nalise-de-risco/ Acesso em 15 de fevereiro de 2019.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

BLOG TUIUTI. Entenda a importância de uma Análise Preliminar de


Riscos (APR) para Espaço Confinado. Disponível em:
<https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/entenda-importancia-de-uma-anali-
se-preliminar-de-riscos-apr-para-espaco-confinado/> Acesso em: 20 de
fevereiro de 2019.

BRASIL, Lei Nº 8.213, de 24 de jul. de 1991. Planos de Benefícios da


Previdência Social e dá outras providências. Brasília-DF, jul 2017.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR 1 - Disposições Ge-


rais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Disponível em: <https://
92
www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especifi-
cos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/
normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2020.pdf> Acesso em 05
de março de 2023.

BSI GROUP. ISO 31000 – Gestão de Risco. Disponível em: <https://


www.bsigroup.com/pt-BR/ISO-31000-Gestao-de-Risco/ > Acesso em
16 de fevereiro de 2019.

CARDELLA, Benedito. Segurança no trabalho e prevenção de aciden-


tes: uma abordagem holística: segurança integrada à missão organiza-
cional com produtividade, qualidade, preservação ambiental e desen-
volvimento de pessoas/ Benedito Cardella -São Paulo: Atlas, 1999.

CONDE, MARCOS. A nova ISO 45001: gestão de segurança do traba-


lho valoriza empresas no mercado. Disponível em: <https://portogente.
com.br/noticias/opiniao/101908-a-nova-iso-45001-gestao-de-seguran-
ca-do-trabalho-valoriza-empresas-no-mercado>

DE CICCO, F.; FANTAZZINI, M. L. Tecnologias consagradas de gestão de


riscos: riscos e probabilidades. São Paulo: Séries Risk Management, 1985.

DE CICCO, F.; FANTAZZINI, M. L. Tecnologias consagradas de gestão de


riscos: riscos e probabilidades. São Paulo: Séries Risk Management, 2003.

FIGUEIREDO JÚNIOR, José Vieira. Prevenção e controle de perdas:


abordagem integrada Natal : IFRN Editora, 2009.

FUNO, K. Fatores para Gerenciamento de Riscos na Cadeia de Forne-


cedores de Fabricantes de Aeronaves. Guaratinguetá, 2009.
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

GANZAROLLI, A. m5n.blogspot.com. Segurança no Trabalho é Essen-


cial.2014. Disponível em: <http://m5n.blogspot.com/2014/05/seguran-
ca-no-trabalho-e-essencial.html> Acesso em 15 fev. 2019.

GARRAFA, M. ROSA, L., Análise dos modos de falha e efeitos na otimi-


zação dos fatores de produção no cultivo agrícola: subprocesso colheita
da canola.2009. São Paulo. Acessoem: 29 mar. 2019.

LAWLEY, H.G. (1974) “Operability Studies and Hazard Analysis, Che-


mical Engineering Progress”, v. 70, n0 4, p. 45-56, April, NY, USA.

93
MACHADO, D. Segurança do Trabalho na Construção Civil: Um estudo
de caso. Curitiba, 2015. Acesso em 29 mar. 2019.

MAZI, Fernanda. Abordagem Contigencial. Disponível em:


https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/abordagem-contingencial/ Aces-
so em 15 de fevereiro de 2019

MEDEIROS, B. Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais. 2009.


Disponível em: <https://pt.slideshare.net/giovani_goncalves/acidentes-do-
-trabalho-e-doenas-ocupacionais-69841532> Acesso em: 29 mar. 2019.

NOGUEIRA, Danilo. Risco X Perigo – Há diferença entre eles?. Dispo-


nível em: <http://ambientesst.com.br/risco-x-perigo/> Acesso em 20 de
fevereiro de 2019.

OLIVEIRA, João Cândido de. Segurança e saúde no trabalho: uma


questão mal compreendida. São Paulo em perspectiva, v. 17, n. 2, p.
03-12, 2003.

PERIARD, Gustavo. O ciclo PDCA e a melhoria contínua. Disponível


em: < http://www.sobreadministracao.com/o-ciclo-pdca-deming-e-a-
-melhoria-continua/> Acesso em 16 de fevereiro de 2019.

ROCHA, Mel Aphonso. Desastre de Brumadinho: O papel da gestão


de riscos. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/justica/
desastre-de-brumadinho-o-papel-da-gestao-de-riscos-6e1i3rnrzyplb-
qrur9i7t0k0v/> Acesso em: 20 de fevereiro de 2019.

RUPPENTHAL, Janis Elisa. Gerenciamento de riscos – Santa Maria:


Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Técnico Industrial de
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

Santa Maria; Rede e-TEC Brasil, 2013.120p.

SOUZA, R. V. B. Aplicação do método FMEA para priorização de ações


de melhoria em fluxos de processos. 2012. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

SOUZA, C. R. C. Análise e gerenciamento de riscos de processos in-


dustriais. Pós-Graduação em engenharia de segurança. UFF-Universi-
dade Federal Fluminense, 2012. [Apostila]. Disponível em: <http://www.
areaseg.com/bib/12%20-%20Arquivos%20Diversos/Apostila_de_Ge-
renciamento_de_Riscos.pdf>. Acesso em: 15 Fev. 2019.

94
TAVARES, José da Cunha. Noções de prevenção e controle de perdas
em segurança do trabalho/ José da Cunha Tavares – São Paulo: Editora
Senac São Paulo, 1996.

TORREIRA, Raul Peragallo. Segurança Industrial e Saúde. São Paulo.


Editora MCT, 1997.

WEBSTER, M. Um modelo de melhoria contínua aplicado à redução de


riscos no ambiente de trabalho. Florianópolis, 2001.

GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

95
GERÊNCIA DE RISCOS - GRUPO PROMINAS

96

Você também pode gostar