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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Impacto das tecnológias de informação nas construções linguísticas do protuguês na


sociedades moҫambicana

Nome: Mércio Fernando Munuane Manhisse codigo: 708215386

Tutor: Geraldo Fernando Vunguire

Curso: Licenciatura em Ensino de Desenho

Disciplina: Técnica de Expressão da Língua portuguesa

Ano de frequência:1º Ano/Distância

Maputo, Janeiro, 2022


Folha de Avaliação/feedback

Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Subtotal
do
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos 0.5
Estrutura  Introdução
organizacionais
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
 (Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita
Conteúdo 2.0
cuidada,
coerência/coesão
Análise e textual)
Discussão
 Revisão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional relevante
na área de estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação parágrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências Edição em citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e bibliográficas
Bibliografia

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Recomendações de melhoria:

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Índice

1. Introdução...........................................................................................................................................4
1.1. Objectivos.............................................................................................................................................5
1.1.1. Objectivo Geral..............................................................................................................................5
1.1.2. Objectivo específico.......................................................................................................................5
2.1. Impactos na comunicação escrita....................................................................................................7
2.2. Impactos na comunicação oral.........................................................................................................9
3. Conclusão...............................................................................................................................................13
4. Referências Bibliograficas......................................................................................................................14

1. Introdução

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O presente trabalho intitulado “os impactos das tecnológias de informação no seio da sociedade
moçambicana,”, enquadra-se na disciplina de Tecnica de Expressão da Língua portuguesa. Tem
como:

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Conhecer os impactos dsa tecnológias de informação nas construções linguíticas do
Português na sociedade moçambicana

1.1.2. Objectivo específico


o Analisar o uso das tecnológias de informação na sociedade moçambicana
o Descrever os impactos das tecnológias de informação nas comunicação escrita e oral no
Português na sociedade moçambicana
o Relacionar as novas tecnológias de informação com desvios linguísticos do Português
moçambicano
o Citar exemplos que ilustram alguns desfios linguístico no Português de Moçambique.

O final da década de 1990 trouxe novas dinâmicas no mundo com a inovação tecnológica, como
aumento da demanda, a diversificação das ofertas, a mudança nos hábitos de aprendizagem ao
longo da vida; e o crescimento da utilização das novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) e o aprimoramento das redes e engajamento sociais. (Kearney, 2009).

Com o objectivo de assegurar o acesso dos cidadãos aos benefícios do saber mundial, o Governo
de Moçambique aprovou, em 2000, através da Resolução 28/2000, de 12 de Dezembro, a Política
de Informática, instrumento através do qual Moçambique apresentou a sua proposta de integração
na chamada Sociedade Global da Informação. Isto é, “o quadro de princípios e objectivos que
permitirão que as [TIC] sejam o motor impulsionador dos vários aspectos do desenvolvimento
nacional; da participação dos cidadãos na Sociedade Global da Informação […] cada vez mais
‘assente na informação e no conhecimento' ” (Moçambique, 2000, p.3-4; Ali, 2011).

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2. Impacto das tecnológias de informação nas construções linguísticas do
Protuguês na sociedades moçambicana
Segundo Skilbeck (1998) e Masetto (2003), as novas TIC – aqui entendidas como conjunto de
recursos electrónicos incluindo o Computador, a Internet, o correio electrónico, aplicativos de
discussão em rede, blogues, fornecem os caminhos para alcançar vários objectivos da sociedade,
através do desenvolvimento de competências cognitivas e habilidades infocomunicacionais dos
cidadãos, e novas oportunidades de ensino e aprendizagem.

A sociedade contemporânea está cercada pelos mais diferentes meios tecnológicos, como
telefone celular, caixas bancários eletrônicos, aparelhos móveis via internet, entre tantos outros.
Essas novas tecnológias, por sua vez, destacam-se como incentivadoras de alterações na forma de
escrita, tendo inclusive uma abordagem própria, uma nova linguagem, utilizada principalmente
pelos jovens e adolescentes. Essa linguagem, em crescimento e evolução, está ultrapassando os
espaços e limites da comunicação via digital e adentrando ambientes antes exclusivamente afeitos
às normas cultas da Língua Portuguesa, como o ambiente universitário e o ambiente profissional.
E a influência é tão grande que a própria Língua sofre transformações e passa a incorporar novas
expressões antes usadas somente nas comunicações pessoais e informais. Assim, verifica- se que,
na sociedade moçambicana, a linguagem escrita está se transformando e recebendo as novas
práticas do “internetês”.

    É importante, no entanto, destacar que as sociedades não se unificam por língua, mas por
interesses comuns, por interatividade como faz a internet por exemplo. Não existe uma única
maneira de falar, de se expressar. Assim como a gramática rígida é uma maneira de falar, a
internet também o é (DEMO, 2005). Porém, segundo o autor, com a liberdade da internet as
pessoas cometem abusos. “Os individuos, às vezes, sequer aprendem bem o português porque só
ficam falando o internetês. Acho que eles devem usar cada linguagem no ambiente certo, e isso
implica também aprender bem o português”.

    Analisando as mudanças, é muito provável que estas gerem uma terceira forma de
comunicação, com características bastante marcantes das duas existentes hoje, a verbal e a não
verbal. O suporte dessa nova forma de comunicação seria a chamada “linguagem multimodal”,
que segundo DEMO (2005), integra som, imagem, texto e animação.

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    A contribuição da comunicação verbal (oral/escrita) se daria na perspectiva das duas
categorias: a formal, que segue regras gramaticais e é utilizada em discursos e textos e
apresentações científicas e a informal ou coloquial utilizada no dia-a-dia, ou seja, na
comunicação interpessoal, dominada pelo senso comum e com gírias. Já a comunicação não-
verbal, que utiliza a linguagem gestual, facial e corporal, usa também outros códigos para a
comunicação entre as pessoas, como desenhos, sons, pinturas. Esta é responsável por 65% da
comunicação humana.

2.1. Impactos na comunicação escrita


As mudanças no meio da sociedade, envolvendo as novas tecnologias da escrita ofertadas pelo
computador e pela internet, poderão alavancar a importância de mídias como o rádio e a televisão
(que primam pela oralidade) em acções pedagógicas e deverão substituir, lentamente, a
linguagem oficial/formal utilizada e exigida pelo contexto educacional. Porém, para nós
moçambicanos, as mudanças protagonizadas pela internet, especialmente com
o internetês, correrão paralelas às mudanças propostas na ortografia da língua portuguesa. Duas
questões importantes, e que não deixam de ser conflitantes quando o assunto é educação,
considerando o sistema de ensino, no momento em que a tecnológia protagoniza profundas
mudanças nos hábitos e costumes sociais.

A escrita da internet, envolvendo principalmente os sites de relacionamento e os jogos


eletrônicos, rompe com as regras de linguagem e cria novos hábitos e novos desejos. A tendência
é que essa forma de comunicação vai exigir mudanças no processo social-educacional, nas
exigências de professores em sala de aula e no comportamento de alunos, que se expressam
através da nova linguagem, inclusive, em momentos em que são exigidas as normas da língua
oficial, como nas redações de concursos vestibulares e em provas de concursos públicos, por
exemplo.

As características comuns entre os usuários da internet para se comunicar através da escrita, são:
Abreviações, troca de letras, repetições e interjeições, falta de acentuação, letras maiúsculas,
ícones multimídia, invenções e emprestimo linguistico.

a) abreviações

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Abreviações — Grafia que permite economizar o espaço ou o tempo necessários para a escrita de
uma palavra, mediante a omissão de certas letras, isto é, a representação de uma palavra através
de suas sílabas (geralmente iniciais) ou de letras. as letras omitidas podem, eventualmente, ser
substituídas por um sinal convencional.

Com o advento da tecnologia, tornou- se muito usual as abreviaturas no que se refere à linguagem
dos interneutas. Tal prática não é bem aceita por estudiosos da língua, nem tão pouco pela
maioria de educadores, quando se trata da linguagem formal, a mesma interferena na qualidade
da escrita. Os internautas utilizam abreviações para acelerar o processo de comunicação através
da escrita.

Vejamos agora alguns exemplos das abreviaturas usadas pelos internautas.

Gram₋ Gramática; m– metro; adj.– adjetivo; núm.– número; gên.– gênero, pess.– pessoa; a. C.–
antes de Cristo; Dr.ª— doutora; k₋ que; k₋ quilo.

b) troca de letras 

Na disortografia, o processo de escrita das palavras foge do padrão ortográfico estabelecido.


Neste sentido, a escrita com alterações ortográficas apresenta substituições, omissões e inversões
de letras, com comprometimento da correspondência fonema-grafema (som-letra). Os internautas
trocam as letras para tornar a comunicação mais coloquial, próxima da fala-som; é o caso
capelo/cabelo, guarta/guarda, amico/amigo, máxica/mágica, etc;

c) repetições e interjeições 

As interjeições são unidades autônomas isto é, independentes de qualquer elemento no


discurso que exprimem a emoção de quem emite o enunciado, isto é conferem um tom mais
oral às conversas e expressam sentim sentos de quem está “falando” ex: (Ooooiiii!!!; Te
adoooooro!);

d)falta de acentuação: além de agilizar a escrita, encontra sustentação na configuração dos


teclados, que são distintos. Segundo relata o jornal Zero Hora, a configuração dos teclados é uma
das origens da popularização da escrita sem acentos;

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e) letras maiúsculas na internet é caracterizado como “gritar alguma coisa para alguém.
Palavras escritas com letra maiúscula são consideradas agressivas, embora isso dependa do
contexto;

f) ícones multimídia, são aqueles bonequinhos ou aquelas carinhas que ilustram o “estado de


espírito” do. Eles substituem a própria escrita “sucinta” da internet. Para os usúarios das
tecnológias (inclusive para a sociedade em geral, porém em menor grau), são mais um código
diferenciado de comunicação;

g) invenções são as seqüências estranhas de letras que nada mais significam que uma risada
internética, como “.heasuiheasuiheauishe”, "Бугагагага".

2.2. Impactos na comunicação oral

A utilização de tecnológias cria e recria novas formas de interação, novas identidades, novos
hábitos sociais, enfim, novas formas de sociabilidade. As relações sociais já não ocorrem,
necessariamente, pelo contato face a face entre os indivíduos. Elas passaram a ser mediadas pelo
computador, independentes de espaço e tempo definidos. Informação e conhecimento tornaram-
se variáveis imprescindíveis para o cidadão neste novo tempo que se estabelece, denominado das
mais variadas formas, como era da informação, sociedade pós-industrial, era do virtual ou
sociedade da informação e do conhecimento.

O impacto das tecnológias informação na comunicação oral verificada na sociedade


moçambicana em particular é o uso da calão/ giria e o empréstimo.

“Calão, gíria são os ternos com que em português se designa o vocabulário especial dos
criminosos de profissão, fadistas, contrabandistas, garotos e outra gente de hábitos duvidosos,
que por aquele meio buscam não ser entendidos da sociedade geral. Por extensão dão-se ainda
aqueles mesmos nomes à terminologia especial de uma classe, de uma profissão lícita, e
sobretudo ao conjunto de termos particulares, muitas vezes de caráter cómico, que usam certos
grupos sociais, como os estudantes, os actores, os pintores, os pedreiros, os tipógrafos.” (Coelho,
1892:55). O uso do calão influência na comunicação do dia a dia.

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Exemplo: Aquela mulher é canhão- aquela mulher é muito feia.

Cara você é inteligente- amigo você é inteligente.

Você é cabeça dura- você é muito teimoso.

Palavras

Corno: pessoa que foi traída; Pelada: jogo de futebol; Veado: homem homossexual; Milianos
Muito tempo, Firmeza: com certeza.

Expressões

Pagar mico » situação em que a pessoa sente vergonha; Tapar o sol com a peneira » demostra
ineficiência ou negligência; Gente fina » pessoa simpática e educada; Sangue bom » pessoa
que pode confiar; Rei na barriga » pessoa que se acha importante; Chapô o côco » ficou muito
alterado com uso de drogas

I. Empréstimo linguístico

Segundo FREITAS, RAMILO e SOALHEIRO (2005, p.37) estrangeirismos “são palavras


provenientes de línguas estrangeiras, que não estão integradas no léxico do português, sendo
empregues na nossa língua”. Segundo os mesmos autores, empréstimo é usado para designar
não só as palavras estrangeiras mas também o processo de passagem de uma língua para a outra.

As influências linguísticas sempre fizeram parte de todas as línguas e isso acontece por vários
motivos, como abordaremos detalhadamente mais adiante. Os motivos vão desde a questão do
prestígio que a língua tomada como fonte tem até questões de necessidade, no caso de
importações de objectos tecnológicos e da ciência que trazem consigo suas respectivas
nomenclaturas estrangeiras.

Muitos moçambicanos em especial aos que usam as tecnológias de informação com frenquência,
têm usado muito o estrangeirismo na sua comunicação do dia após dia. O uso de palavras ou
expressões estrangeiras, pela comunidade, pode causar atitudes diversas por parte dos falantes,
como rejeição ou aceitação. Podendo haver conflitos nas posições políticas e sociais provenientes
de diferentes grupos, acarretando, muitas vezes, um discurso equivocado sobre a natureza da
linguagem, sobretudo pregando o uso prestigioso e "correto" da língua e sobre a própria vida

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social da linguagem. Surge o propósito de estabelecer o que é legitimo na língua da comunidade,
ou seja, na língua do poder para a manutenção do poder e identificação daqueles que a utiliza.

O rápido e surpreendente desenvolvimento que se vem processando no ramo das comunicações e,


particularmente, na área da informática, desenvolvimento praticado originariamente, na sua
imensa maioria, por falantes do inglês, fez que com a difusão dos novos avanços tecnológicos se
exportassem as correspondentes denominações atribuídas na língua de origem a estes avanços. Às
vezes, mesmo existindo termo vernáculo para o item importado, preferiu-se substituí-lo pelo
lexema inglês, nem sempre com correção. Nas publicações que tratam das novas tecnológias, é
tal a quantidade de palavras e expressões específicas que, se o leitor não estiver familiarizado
com a área, terá dificuldade na plena compreensão do texto. Alguns desses termos, no entanto,
devido a seu uso intenso, já fazem parte do vocabulário do leitor comum e muitas vezes são
publicados sem qualquer tipo de grifo. Vejamos alguns desses novos empréstimos e seu
comportamento no português de Moçambique:

a) Alguns substantivos:
modem mod(ulation)/dem(odulation) = dispositivo que converte dados eletrônicos nos sentidos
de ida e volta; mouse (camundongo) = dispositivo para executar diversas operações com o
computador; game = jogo, particularmente jogo eletrônico; on-line = ligado (o aparelho), estar
na linha; off-line = desligado (o aparelho), fora da Internet; output = produção, saída (de dados).

b) Alguns verbos:
attach = anexar (documento com dados); delete = apagar, remover (material escrito em disco);
download = baixar (material da Internet); reset = reiniciar (o computador).

Na mídia não especializada estão sendo incorporados diariamente itens lexicais provenientes da
informática. Assim, já formam parte do léxico do cotidiano termos como micro, digitar,
digitalizar, acessar, chat, clicar, deletar, escanear, formatar, e-mail, disquete, drive, upgrade, e
outros. Embora muitos destes termos não sejam totalmente desconhecidos no português, por
serem de origem grega ou latina, o significado que adquiriram na informática é novo e foi
popularizado através do inglês. Assim temos micro, prefixo grego que entra em muitas
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composições do português para indicar pequenez, termo que, de início, se aplicou
a computador pequeno, mas logo passou por abreviação a sinônimo de computador.

Emprestimo nas línguas moçambicanas:


Timbila: xilofone; Khanimambo: obrigado; Matorritorri: doce feito de coco e açúcar; Tontonton:
aguardente de fabrico caseiro. Patchar: evocar espírito dos antepassados (provém de, ku patcha)
Tchovar: empurrar ( provém de ku tchova)bula-bular: conversar (provém de xichangana; ku
bula).
Exemplo 1: Khanimambo pela vossa presença. “Obrigada pela vossa presença”.
Exemplo 2: O próximo espectáculo será mahala “O próximo espectáculo será gratuito”.
“Khanimambo” e “mahana” são palavras vindas da língua xichangana.

Se por um lado as novas tecnologias da escrita podem trazer problemas a sociedade quanto ao
uso correto da língua (linguagem formal, científica), por outro podem ser (e são para os
internautas mais ativos) novos protagonistas que ratificam o antigo e elementar conceito de
comunicação, que pode ser entendido a partir do clássico esquema tricotômico da comunicação -
Fonte-Mensagem-Receptor – estabelecido por Aristóteles e publicado no Dicionário da
Comunicação (Rabaça e Barbosa, 2001), ou seja, comunicação é todo o processo de transmissão
e de troca de mensagens entre seres humanos.

É necessário, no entanto, ressaltar que a comunicação somente se efetiva entre emissor-receptor


se a mensagem for recebida e decodificada pelo receptor, por isso é necessário que ambos
estejam sintonizados no mesmo contexto, devem utilizar um mesmo código e estabelecerem um
efetivo contacto através de um meio de comunicação. Se qualquer um destes elementos falhar,
ocorre o chamado ruído na comunicação, um fenômeno que perturba de alguma forma a
transmissão da mensagem e sua recepção ou decodificação por parte do receptor. E é exatamente
esta (possível) falta de sintonia na linguagem entre professor e aluno que hoje não deixa de ser
um problema no meio educacional. Temos percebido ao longo dos anos, que a linguagem da
internet ainda não é dominada pela sociedade em geral, o que em alguns momentos dificulta a
comunicação.

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3. Conclusão
Diante do contexto apresentado, é importante que a sociedade atentem para estas transformações
e mudanças, pois estes tem influenciado de forma negativa a capacidade de comunicação das
pessoas, isto é, de se expressar e escreverem corretamente, sua capacidade criativa desatenção e
falta de foco. A inserção da tecnologia no meio da sociedade afeta muito a camada jovenil, pois
estes são os maiores usuários das novas tecnológias de informação, passam a maior parte do seu
tempo nas redes sociais conversando com amigos do outro lado e durante essas conversas usam
uma comunicação informal, expressões que não existem no Português padronizado.

Mesmo eficiênte o uso dessa linguagem dos internautas pode causar atitudes diversas por parte
dos falantes, como rejeição ou aceitação. Podendo haver conflitos nas posições políticas e sociais
provenientes de diferentes grupos, acarretando, muitas vezes, um discurso equivocado sobre a
natureza da linguagem, sobretudo pregando o uso prestigioso e "correto" da língua e sobre a
própria vida social da linguagem. É fundamental que a comunidade tenha consciência para
aceitar novas possibilidades de comunicação e interação, pois toda forma de comunicação dever
ser compreendida e aceita em todos os contextos, mas sobretudo, que estejam preparados para
estabelecer limites às novas formas de comunicação, para que não se comprometa a formação de
cidadãos em sua essência.

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4. Referências Bibliograficas
BUENDIA, M. Os desafios da leitura. In. Desafios para Moçambique. 2010. pp.257-271.

Conselho de Ministros. (2000). Resolução nº 28/2000: Aprova a Politica de Informática. De 12


de Dezembro

DEMO, Pedro. Os desafios da linguagem do século XXI para o aprendizado na escola. Palestra,
Faculdade OPET, junho 2008. Site: http://www.nota10.com.br

DEMO, Pedro. Os internetês: reflexo para o meio educacional dos jovens....2005.


http://periodicos.ufpb.br/index.php/tematica/article/download/29219/15598

FREITAS, T.; RAMILO, M. C.; SOALHEIRO, E. (2005). O processo de interação dos


estrangeirismos no português europeu. In MATEUS, M. H. M.; NASCIMENTO do, F. B.
(orgs). A Língua Portuguesa em Mudança. Lisboa: Caminhos.

GONÇALVES, Perpétua. Afinal o que são erros de português. Primeiras Jornadas de Língua
Portuguesa: dinâmicas do português de Moçambique. Maputo, 26 de maio. Disponível em:
<http://www.catedraportugues.uem.mz/lib/docs/Jornadas%202013%20(2005).pdf>. Acesso em:
28 mai. 2014.

Kearney, M. (2009). Higher Education, Research and Innovation: Charting the Course of the
Changing Dynamics of the Knowledge Society. In: Meek, V; Teichler, V. Kearney, M.
(Eds.).Higher Education, Research and Innovation: Changing Dynamics... Kassel: INCHER

NGUNGA, Armindo; Faquir, Osvaldo G. Padronização da ortografia de línguas moçambicanas:


Relatório do III Seminário. Col. As nossas línguas. Maputo: CEA, 2011.

Masetto, M. T. (2003). A mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: Moran, J. M; ___

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RABASA, Calos Alberto e BARBOSA Gustavo. Dicionário de Comunicação. 2ª ed. rev. e
atualizada. Rio de Janeiro: Eisevier, 2001.

VUNGUIRE, Geraldo Ferando. Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua


Portuguesa I. Beira, 2021

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