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Tema: A Importância do Psicólogo Clinico na Prevenção dos Problemas Mentais.

Caso Hospital
Psiquiátrico de Nampula (2019-2020)

Problematização

O objectivo deste capítulo é de apresentar um breve historial sobre o problema com a finalidade
de situar o leitor em relação a área temática e geográfica do estudo. Portanto, pretendesse avaliar
a Importância do Psicólogo Clinico na prevenção dos problemas mentais partindo de um
contexto geral para um contexto mais específico.

Segundo varias pesquisas realizados, os canais informativos assim como a experiencia pessoal
dos pesquisadores, dá a perceber de que na sociedade contemporânea há um número exorbitante
de pessoas diagnosticadas com transtornos mentais em todas as partes do mundo, porem, as
pessoas não dão o seu devido acompanhamento devido vários factores assim como, a falta de
valorização das doenças mentais, a automedicação e formas de tratamento dos aspectos mentais
que são transmitidas dos mais velhos para os mais novos.

Para o caso de Moçambique, dentre os vários factores, tudo indica que o analfabetismo
acompanhado por falta de informação contribui para a falta de importância do psicólogo clinico
na prevenção de problemas mentais; para além do analfabetismo, a questão cultural também
contribuí bastante na desvalorização dos cuidados mentais.

Practicamente em Moçambique, para todos os casos mentais têm o seu tratamento tradicional, a
sociedade acredita que alguns casos mentais, se não todos, não tem um diagnostico hospitalar por
mais que o hospital mostre a existência dos procedimentos clínicos. Por esta razão, esta
“epidemia” de transtornos mentais instiga pesquisadores de diversas áreas do conhecimento a
investigarem como chegamos a tal fenômeno no século XXI a nível mundial e de forma
particular em Moçambique.

Evidências indicam que desde a metade do século XIX inicia-se uma nova forma de
compreender e lidar com as doenças mentais. Os delírios, alucinações, actos violentos deixam de
ser o foco da atenção, busca-se então elaborar classificações de comportamentos e condutas que
ocorrem na vida quotidiana dos sujeitos. Deste modo, vários comportamentos passam a ser
considerados como desviantes e objecto de estudo e práticas médicas (CAPONI, 2012).

No que tange as literaturas virtuais e as literaturas no físico, notasse que varias pesquisas foram
feitas na área das doenças mentais, inclusive, encontram – se vários relatórios nas prateleiras do
Ministério Provincial de Saúde em Nampula, porem, tudo indica que esta não seja uma área do
interesse do Governo uma vez que pouco se nota, no que tange a implementação das actividades
no sentido de minimizar os casos mentais comparativamente com as outras áreas especificas
como o HIV/SIDA e a Nutrição.

Dados precipitados resultantes de uma observação na unidade sanitária demonstram que no ano
de 2016 num uiniverso de 300 pacientes, 200 foram atendidos pelo Psicólogo Clinico e 75 foram
diagnosticados com problemas mentais destes 40 com depressão,30 com esquizofrenia e 5 com
epilepsia.

Em 2017 registou-se um aumento de 150 casos de pacientes diagnosticados com problemas


mentais comparativamente ao ano anterior de 2016. No ano de 2018 registou ainda um aumento
significativo de 250 casos, num universo de 650 pacientes. Ainda numa interpretação
precipitada, os dados mostrados acima, mostram o elevado número de casos que têm sido
levados acabo a nível hospitalar mas que só um número insignificante dá o seu devido
acompanhamento clinico.

Face a esta situação, o governo e o hospital Psiquiátrico têm levado acabo acções para inverter o
cenário como: palestras educativas ao público-alvo, capacitação dos Psicólogos Clínicos em
matéria do aconselhamento, formação de activistas comunitários e sessões de discussão dos
casos. Apesar das actividades feitas a situação prevalece dai que surge a seguinte questão:

Por que razão não se dá a sua devida Importância do Psicólogo Clinico na prevenção dos
problemas mentais?
Justificativa

Pretendesse neste âmbito, apresentar as razões, motivos que cativam a pesquisadora a levar a
cabo o tema em pesquisa (A Importância do Psicólogo Clinico) e a sua devida relevância nos
dias actuais. Neste caso, foi no âmbito das aulas praticam realizadas no hospital psiquiátrico de
Nampula que o autor da presente pesquisa tomou contacto com o objecto de estudo.

De um lado, partindo do pressuposto de que a Psicologia é a ciência que estuda o comportamento


humano com seus processos mentais e o Psicólogo sendo o profissional que procura
compreender este comportamento e também, o pensamento das pessoas quando possuem algum
tipo de conflito ou distúrbio psicológico, e a saúde sendo a área de actuação, o interesse por esta
pesquisa surgiu mediante a participação das aulas práticas nas quais constatou o aumento de
ocorrências de casos novos de doenças mentais tais como a esquizofrenia, depressão e a
epilepsia, onde, constatou-se que para os pacientes que possuíam essas doenças, verificava-se um
seguimento inadequado dos pacientes, assim como, insuficiência do pessoal qualificado para
diagnóstico e tratamento das doenças mentais na unidade sanitária em estudo. De outro lado,
partindo do pressuposto de que cada ser humano é membro de uma sociedade, e cada sociedade
tem a sua cultura, verifica-se que os casos ligados a saúde mental são menos presados. Em
adicção, os casos mais visíveis da saúde mental, para cada comunidade, tem a sua forma de
tratamento, por mais que essas formas não sejam eficientes e eficazes. Por via disto, nota-se uma
sociedade defeituosa em termos da saúde mental.

Neste caso, no ponto de vista de uma profissional de saúde e uma académica e ou membro da
sociedade, e diante das pressuposições acima mencionados, encontra-se um paradoxe atendendo
in considerando que um profissional Psicólogo Clinico, no que tange a área especifica, saúde
mental assim como qualquer outra área de saúde, é de extrema importância. Porem por outro
lado, no que tange ao pensamento das comunidades moçambicana, algumas doenças mentais não
são dado a sua devida importância e as doenças mentais que tem manifestações mais visíveis não
são encaminhadas aos profissionais Psicólogos clínicos e nos nossos dias actuais estas doenças
mentais tende ao aumentar. Portanto, espera-se que os resultados desta pesquisa maximizem a
valorização e o encaminhamento das doenças mentais no sentido de se dar a sua devida
importância aos psicólogos clínicos em particular naquela unidade sanitária e de igual modo
maximize o melhoramento daquilo que é a saúde mental nas comunidades.
Delimitação da Pesquisa

Atendendo e considerando que estamos perante a uma pesquisa académica, e toda a pesquisa
académica do género é infalível a existência das suas delimitações. Nesta ordem de ideia,
pretendesse por via disto, apresentar as delimitações desta pesquisa no que tange a delimitação
espacial, temporal e o âmbito disciplinar. Portanto, depois de tanta análise feita, chegou-se a
conclusão das seguintes delimitações:

1. Espaço: A pesquisa será realizada no Hospital Psiquiátrico de Nampula;


2. Tempo: O tempo de pesquisa é o período compreendido entre 2019 e 2020; e
3. Âmbito Disciplinar: Esta pesquisa terá suporte a cadeira de Avaliação Psicológica.

Objectivos

A pesquisa em epígrafe possui dois tipos de objectivos nomeadamente objectivo geral e


objectivo específico. O objectivo geral é o principal e mostra claramente aquilo que é a essência
desta pesquisa, ao passo que, os objectivos específicos, que neste caso são 3, visão mostrar como
o objectivo geral será alcançado, isto é, para poder-se concretizar o objectivo geral, os três
objectivos específicos devem ser levados em consideração.

Objectivo Geral:

A pesquisa tem como objectivo geral:


Avaliar a Importância do Psicólogo Clinico na prevenção dos problemas mentais.

Objectivo Específicos:

A pesquisa tem como objectivos específicos os três que se seguem:


4. Identificar os métodos usados pelo Psicólogo Clinico na prevenção dos problemas
mentais;
5. Descrever os procedimentos usados pelo Psicólogo Clinico na prevenção dos problemas
mentais; e
6. Verificar a eficácia dos métodos usados pelo Psicólogo Clinico na prevenção dos
problemas mentais.
Hipóteses:

Variável independente (x) Indicador (x):


Entrevista Clinica usada pelo  Observação
A Entrevista Clinica usada Psicólogo Clinico  Entrevista Clinica
pelo Psicólogo Clinico ajuda  Terapia
na redução dos problemas Variável dependente (y)
mentais Ajuda na redução dos Indicador (y):
problemas mentais

Variável independente (x) Indicador (x):


Avaliação Clinica do  Observação Clinica
Psicólogo Clinico  Historia Clinica
Psiquiátrica
A Avaliação Psicológica feita  Uso de testes
pelo Psicólogo Clinico psicométricos
contribui para prevenção dos Variável dependente (y) Variável (y):
problemas mentais Prevenção dos problemas  Diminuição dos casos
mentais  Redução do índice dos
problemas mentais
 Melhoria dos pacientes
Indicador (x):
Variável independente (x)  Domínio da patologia por
Os testes usados pelo Testes psicométricos usados parte do Psicólogo
Psicólogo Clinico contribuem pelo Psicólogo Clinico  Diagnóstico definitivo
para diagnóstico precoce dos  Tratamento certo
problemas mentais Variável dependente (y) Indicador (y):
Diagnóstico precoce dos  Tratamento atempado
problemas mentais  Envolvimento da família
no seguimento do paciente
 Reinserção social do
paciente
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Como ponto de partida da fundamentação teórica da pesquisa em epígrafe, achou-se melhor


começar apresentando definições de termos considerados importantes para perceber-se esta
pesquisa. Nesta ordem de ideias, estamos a falar de termos como: doença, doença mental,
Psicologia Clinica, Psicólogo Clinico, saúde mental. Por outro lado, ainda no âmbito da
fundamentação teórica, achou-se melhor envolver-se a revisão bibliográfica, onde varias citações
serão apresentadas no sentido de dar a perceber sobre o tema da pesquisa a nível internacional e
nacional no que tange os aspectos até então compreendidas sobre este tema.

1.1. Definição de Termos:

1.1.1. Doença é uma situação ou estado em que há perturbações de saúde que pode ter um
caracter agudo ou cronico (Freitas 2005,100).

1.1.2. Doença Mental é uma estado de desequilíbrio dos sistemas do organismo suscetível
de arrastar o individuo para situações de desadaptação (Paim1993,17).

1.1.3. Psicologia Clinica

Pierón (1968) esclarecia que a Psicologia Clínica refere-se à ciência da conduta


humana baseada, principalmente, na observação e análise aprofundada dos casos
individuais, tanto normais como patológicos, podendo estender-se aos grupos.
Garfield (1965), na mesma época, define Psicologia Clínica como o ramo da
Psicologia que se interessa pelos problemas de ajustamento e de modificação da
personalidade.

1.1.4. Psicólogo Clinico é o profissional que procura compreender comportamento da


conduta humana e também, o pensamento das pessoas quando possuem algum tipo de
conflito ou distúrbio psicológico. Em outras palavras, Psicólogo Clinico é uma pessoa
forma na área de Psicologia Clinica com habilidade de cuidar de doenças mentais dos
pacientes de uma unidade sanitária ou clinica.
Psicólogos comportamentais e cognitivos comportamentais são especialistas em
comportamento humano e usam métodos científicos para estudar os fatores que
influenciam o modo como as pessoas sentem, agem, aprendem e pensam, bem como
estudam as estratégias e intervenções baseadas em evidências para ajudar as pessoas a
superar suas queixas.

Eles ajudam as pessoas a superarem e gerenciarem problemas de relacionamento,


ansiedade, estresse, medo, depressão, distúrbios alimentares, abuso de substâncias,
psicoeducação de filhos entre dezenas de outros, além de ajudar aquelas pessoas que
desejam aumentar seu nível de autoconhecimento.

1.1.5. Saúde Mental é um estado de relativo desequilíbrio e integração entre os elementos


conflitos, constitutivos do sujeito da cultura e dos grupos com crises preveniveis e
impreveniveis registrados, objetivos e subjetivamente na qual as pessoas ou grupos
participam activamente em suas próprias mudanças e nas do contexto social.
(GALL,1990,34).

1.2. Revisão Bibliográfica

Neste presente subcapítulo serão abordados assuntos que sustentam a importância do trabalho,
como o sistema único de saúde, a atenção básica, a saúde mental e a prática do psicólogo na
atenção básica em saúde mental.

Segundo as literaturas eletrónicas, já se foi o tempo em que pensavam que Psicólogo é coisa para
louco, aliás nem foi por causa da ‘loucura’ que a Psicologia surgiu, e a cada dia mais aumenta a
procura da psicoterapia nas clínicas e consultórios, inclusive sendo relatada em novelas da
atualidade. Isto porque, a Psicologia Clínica tem uma extrema importância, tais como, diminui o
sofrimento emocional e possibilita que a pessoa se conheça melhor, mudando assim seu modo de
agir que a angústia, havendo a compreensão do mundo que a envolve.

No mundo fora a concepcao e preocupação sobre saúde mental, em Portugal, segundo o estudo
epidemiológico, com dados recolhidos entre outubro de 2008 e novembro de 2009, as
perturbações psiquiátricas afetam mais de um quinto da população, já que 22,9% da amostra
apresentou uma perturbação psiquiátrica nos 12 meses anteriores ao estudo.8 No documento,
Saúde Mental em Números - 2013, compreende-se que a situação se agravou, já que “a saúde
mental apresentou 5 patologias no top tendas entidades nosológicas responsáveis pela maior
incapacidade para a atividade produtiva e psicossocial: a depressão major (em lugar cimeiro), os
problemas ligados ao álcool, as perturbações esquizofrénicas, as doenças bipolares e as
demências

O entendimento das concepções de saúde/doença no contexto brasileiro enquanto expressões da


realidade social, que refletem as contradições do sistema capitalista, é outra contribuição à
compreensão da construção social das concepções de saúde e doença (Minayo, 1998). As
representações dominantes são mediadas pelos profissionais de saúde que tendem a se ater ao
contorno biológico e individual do doente para explicar o fenômeno saúde/doença. Ao fazer isso,
separam o sujeito de seu meio, de sua experiência existencial e dos condicionamentos de sua
situação. Atualmente, as Mídias pode ser considerada como o maior veículo de reprodução das
representações dominantes, usurpando a capacidade crítica e singular de cada indivíduo, ao
manipular as ideias a serem disseminadas e deturpando as realidades como lhe convêm.

No contexto Moçambicano a concepçao sobre a doença mental em profissionais, é ainda um


desafio importante. Apesar do reconhecimento de que a psicopatologia básica relacionada à
maioria dos transtornos mentais é universal, a sua manifestação e interpretação adquire
especificidades próprias em função da cultura em que o indivíduo se insere, as crenças acerca da
doença mental estão ligadas à temas espirituais e religiosos. A “cura tradicional” é por isso
mesmo largamente aceite para os problemas de saúde de um modo geral e para os transtornos
mentais em particular, sendo que na maioria das vezes o utente entra no sistema de saúde
convencional só depois de ter procurado tratamento tradicional e de este ter “falhado”.

Este trajecto de procura de cuidados assume particular relevância no âmbito dos cuidados em
saúde mental, dada a forte impregnação das crenças e atribuições tradicionais na concepção da
doença mental.

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