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AMIGÁVEIS
À PRIMEIRA
INFÂNCIA
3 DIRETRIZES
PARA DESENHO
URBANO
1
2
ESTRUTURAÇÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS
3
BAIRROS
AMIGÁVEIS
BAIRROS
AMIGÁVEIS
À PRIMEIRA
À PRIMEIRA
INFÂNCIA MANUAL DE
DIRETRIZES PARA
DESENHO URBANO
4
INDICADORES PARA
MONITORAMENTO
UM BOM COMEÇO PARA
TODAS AS CRIANÇAS
S
interesse da profissão, da cultura arquitetônica e de suas relações com a
e você mudar o começo da história de uma criança,
sociedade. É a mais antiga instituição na área de arquitetura e urbanismo no
poderá transformar positivamente sua trajetória de vida
Brasil, tendo contribuído historicamente para a formulação dos capítulos da
e o final de sua história.
política urbana expressos na Constituição Federal.
Pesquisadores, cientistas, psicólogos, especialistas em
Entre as bandeiras que defende, está a garantia irrestrita do direito
saúde pública e economistas concordam: bebês e crian-
à cidade, incluindo a construção de territórios inclusivos para crianças e
ças na primeira infância (entre 0 e 6 anos) são os melhores
jovens, e garantindo sua escuta, sua participação e seu reconhecimento
aprendizes do planeta. Durante os primeiros seis anos de
como cidadãos. Para efetivar essas ações em políticas públicas, o IAB pro-
vida, seus cérebros se desenvolvem mais rapidamente do
move debates com a sociedade civil e com gestores de diferentes setores,
que em qualquer outra época, e as experiências vivenciadas
investe na produção de conteúdos, e conta com uma rede qualificada de
têm um impacto profundo e duradouro sobre sua saúde
arquitetos e urbanistas que se capilariza nos departamentos estaduais do
física e mental, sobre sua capacidade de aprender e de se
instituto em todos os estados do Brasil.
relacionar com os outros.
Para que uma criança cresça, ela precisa de uma boa
nutrição e bons cuidados médicos, proteção contra danos,
oportunidades de brincar e interações amorosas com adul-
tos. As crianças precisam de cidades com espaços seguros
e saudáveis, onde serviços essenciais são de fácil acesso.
Cidades que permitam interações afetuosas frequentes e
responsivas com adultos carinhosos, e que ofereçam um
entorno seguro e fisicamente motivador para brincar e
explorar. Estes são os alicerces de um bom começo de vida,
e têm sido a missão da Fundação Bernard van Leer há mais
Na Fundação Bernard van Leer nós acreditamos que dar a todas as crianças de 50 anos.
um bom começo na vida é tanto a coisa certa a fazer, quanto a melhor Intervenções na primeira infância são uma prioridade
forma de construir sociedades saudáveis, prósperas e criativas. Somos uma porque centenas de milhões de crianças ao redor do mundo
fundação privada que busca desenvolver e compartilhar o conhecimento não têm acesso a um bom começo de vida, o que impede
de experiências que funcionam no desenvolvimento da primeira infância. que alcancem seu potencial.
Fornecemos apoio financeiro e expertise para parceiros de governos, Atualmente, mais de um bilhão de crianças moram em
sociedade civil e privada para ajudar no teste e ampliação de serviços que cidades. As cidades representam uma oportunidade única
efetivamente melhorem a vida de crianças mais novas e suas famílias. para ajudar bebês e suas famílias a prosperar. Como pode-
Nos últimos 50 anos, investimos mais de meio bilhão de dólares e mos garantir que ofereçam mais oportunidades de lugares
trabalhamos em todas as regiões do planeta. Nossas parcerias notificaram seguros, saudáveis e interessantes – com possibilidades
as políticas públicas em mais de 25 países, levaram a inovações na de aprendizagem, interação, criação, imaginação, diversão
prestação de serviços e treinamento, amplamente adotados por governos e crescimento – em todos os bairros, alcançando o maior
e organizações sem fins lucrativos, e geraram ideias revolucionárias que número possível de famílias?
mudaram a maneira como as partes interessadas, dos pais aos formulado- Uma cidade que conta com planejamento e design
res de políticas, pensam sobre os primeiros anos de uma criança. urbano que incorpora as necessidades de bebês e crianças
GLOSSÁRIO
desenvolver e a ficar mais saudáveis, e empodera seus ⚫⚫ BAPI Bairro Amigável à Primeira Infância
cuidadores. Tendo isso em mente, a Fundação Bernard van ⚫⚫ BCC Bebês, Crianças nos primeiros anos de vida
e Cuidadores
Leer criou a iniciativa Urban95.
⚫⚫ BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
⚫⚫ Conanda Conselho Nacional da Criança e do Adolescente
Se você pudesse vivenciar uma cidade a partir de 95 cm – a
⚫⚫ DOTS Desenvolvimento Orientado ao Transporte
altura de uma criança de 3 anos – o que mudaria?
Sustentável
⚫⚫ EC Estatuto da Cidade
Esta é a questão chave que a iniciativa Urban95 procura
⚫⚫ ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
responder em nome dos bebês, crianças mais novas e cui-
⚫⚫ FBVL Fundação Bernard van Leer
dadores que raramente têm voz no planejamento, no design
⚫⚫ FMCSV Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
e nas políticas urbanas. Nós fazemos isto apoiando gestores
⚫⚫ FNCA Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente
públicos, planejadores urbanos e urbanistas a compreender
⚫⚫ ITDP Institute for Transportation & Development Policy
como seu trabalho pode influenciar no desenvolvimento
⚫⚫ Nacto National Association of City Transportation
infantil. Também os ajudamos a identificar e a dar escala a Officials
estratégias inovadoras que possam melhorar o modo como ⚫⚫ ODS Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
famílias com crianças na primeira infância vivem, brincam, ⚫⚫ ONU Organização das Nações Unidas
interagem e se movimentam nas cidades. Tradicionalmente, ⚫⚫ Primeira Crianças entre zero e seis anos completos
intervenções na primeira infância têm sido desenvolvidas infância
nas áreas de nutrição, saúde, saneamento básico, educa- ⚫⚫ PNMU Política Nacional de Mobilidade Urbana
ção e assistência social. Com este conjunto de guias para ⚫⚫ PMPI Plano Municipal pela Primeira Infância
o desenvolvimento de Bairros Amigáveis à Primeira Infância ⚫⚫ PCS Programa Cidades Sustentáveis (RNSP)
(BAPI), a Fundação Bernard van Leer e o Instituto de Arqui- ⚫⚫ PCU Plataforma dos Centros Urbanos (Unicef)
tetos do Brasil buscam incluir os primeiros anos de vida ⚫⚫ RNSP Rede Nossa São Paulo
dentro do escopo de outros setores que também afetam as ⚫⚫ Unesco Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura
primeiras experiências de milhões de crianças mais novas,
⚫⚫ Unicef Fundo das Nações Unidas para a Infância
como o de planejamento e de mobilidade urbana.
⚫⚫ WRI World Resources Institute
Esta publicação faz parte de uma coleção de quatro
livros que apresentam diretrizes, orientações técnicas e
boas práticas nas áreas de planejamento urbano, mobili-
dade e espaço público, com foco na primeira infância.
Este material foi inicialmente desenvolvido pelo Minis-
tério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia em parceria
com a Fundação Bernard van Leer. A versão brasileira foi
traduzida e adaptada para o contexto e realidades do País
pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
ÍNDICE
Necessidades Desafios
Objetivos
moramento, com linhas de base e metas. O voltada à primeira infância que traz exem-
processo de formulação e revisão das políticas plos no Brasil e na América Latina atualizados INDICADORES PARA
públicas é acompanhado de acordo com os constantemente. MONITORAMENTO
marcos regulatórios, documentos e plataformas
SOBRE AS DIRETRIZES PARA
DESENHO URBANO
3
Primeira Infância (BAPIs). físicos e as melhores abor-
No Manual de políticas públicas, con- Bairro dagens para garantir a qua-
templamos as normas e leis nacionais, DIRETRIZES
PARA DESENHO
Abrange fatores organizacionais de lidade do espaço público em
descrevendo os âmbitos de atuação e as maior escala, como o caráter geral do
URBANO
O
cidade. outros itens. s espaços públicos podem se tornar
Ainda assim, as intervenções preci- lugares ricos e interessantes para
sam ser planejadas com sabedoria. Por o aprendizado e o desenvolvimento das
mais que um gestor tenha boa intenção, crianças na primeira infância. Para que
há elementos nas esferas políticas locais isso ocorra, é preciso haver integração de
que precisam de controle e atenção para elementos como a sensação de silêncio
tornar um bairro efetivamente amigável e conforto, árvores, arbustos e canteiros, ↑↑Figura 1
à primeira infância – entre eles, a boa além de um bom design e um número Bancos amplos permitem sentar de diversas formas,
comunicação dos projetos, o apoio da adequado de equipamentos e mobiliários seja para descanso ou para uma conversa em grupo.
comunidade, a transparência nas ações, Mais pessoas irão Um gradil com Faixas de urbanos.
utilizar um banco trepadeiras ou pedestres com
a seleção de um bom projeto e materiais, Crianças de zero a seis anos usam o
bem projetado. folhagens em sua marcadores de piso
as fontes de financiamento para constru- Um banco ruim base, ou com são mais seguras, espaço público de maneiras específicas.
ção e manutenção futura, entre outros. pode tornar-se iluminação solar, principalmente no Um simples banco é um exemplo claro do
um banco vazio. é mais amigável. período noturno.
Instalar simplesmente um banco em que a primeira infância precisa: é baixo,
um espaço público pode ser um bom evitando o risco de queda; é amplo e
investimento. Mas quando esse banco é totalmente plano, permitindo que uma
cuidadosamente instalado em um local mãe possa deitar o bebê de costas ou
sombreado de qualidade e é projetado colocar o bebê conforto ao seu lado em
com uma superfície mais larga e plana + + vez de apoiá-lo no chão; fornece um
Valor para o desenvolvimento dos BCCs
para que um bebê possa engatinhar sobre encosto, que faz uma grande diferença
ele, este equipamento genérico torna-se 30 em estadias mais longas, como no caso
específico e uma peça adicional dentro de haver um irmão mais velho brincando
do espaço para contribuir ao desenvolvi- nas proximidades.
mento da primeira infância. O BAPI surge
quando um conjunto de tais elementos,
pensados de forma integral, é realizado.
↑↑Figura 2
1 100
Variações simples no design do banco mudam
completamente a forma com que podem ser usados.
Número de BCCs alcançados
N ovos projetos de BAPIs podem ter Utilize informações técnicas e dados para
Família com crianças na primeira infância
“
um espaço acessível a todos os cidadãos) estabelecem onde as novas intervenções
Quero algo que chame a atenção
e evitar armadilhas como projetos que devem ser implementadas e dão mais
da mídia para nosso BAPI.
chamam a atenção, mas que produzem qualidade aos debates. Também garan-
Precisa ser relativamente
efeitos positivos mínimos no bem-estar tem a uniformidade dos benefícios para a
barato e fácil de instalar.”
dos usuários. primeira infância em novos projetos.
Uma dessas armadilhas é o efeito ↑↑Figura 3
A intervenção BAPI deve contar com a participação
estátua: a prática de colocar uma estátua Representante da associação de bairro
“
dos interessados, principalmente do grupo BCCs,
em uma praça sem, no entanto, promover Queremos ter certeza de que desde o diagnóstico até a implantação.
melhorias relevantes à população. Para as vagas de estacionamento ao
evitar esse tipo de armadilha, é preciso redor do parque não serão
basear-se em informações técnicas e em ameaçadas pela intervenção.”
dados ao tomar decisões sobre as inter-
venções mais benéficas à primeira infân- EXEMPLO
Comerciante
“
cia e a seus cuidadores. CONSULTA DOS OBJETIVOS E BENEFÍCIOS DA PROXIMIDADE
Alargar a calçada ao lado do
A seguir estão exemplos de armadilhas COM A NATUREZA PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA
parque para os pedestres
nas quais gestores podem cair quando há
impede que as pessoas cheguem
falta de informações técnicas para a pro-
facilmente à minha loja.”
moção de espaços para a primeira infân-
+ + +
cia. Frequentemente, o primeiro impulso
é pensar apenas nas necessidades indi-
Diagnóstico Análise da solução Recomendação com foco no BAPI
viduais e rechaçar as ideias de outros
grupos. Por isso, estar munido de boas
↪↪Ações como colocar uma escultura Há um déficit de Proposição de um novo Apesar de um novo parque ou praça ser
áreas verdes e parque, no qual as inter- desejável, não terá a mesma eficácia se
informações e, principalmente, de dados, em um parque, adicionar vagas de
espaços de lazer venções ocorram apenas os frequentadores – principalmente os
garante um diálogo fundamentado, agre- estacionamento ou recuar por medo no bairro dentro da área delimitada BCCs – não puderem chegar ao espaço
gando os diferentes grupos em torno de
de perder negócios, claramente não do projeto (quadra, gleba por ruas seguras, rotas confortáveis e
resultados positivos em vez de disputas.
satisfazem os objetivos ou indi- ou terreno), sem incre- calçadas acessíveis. Por isso, é preciso
mentos ou propostas nas investir também na melhoria dos princi-
cadores BAPI. Os indicadores BAPI
ruas do entorno. pais caminhos para chegar aos parques e
são um primeiro filtro para avaliar praças do bairro.
ideias e níveis de investimento.
O
permitem seguir premissas de desenho urbano A página 50 do Urban Starter
s bairros devem ser planejados para garantir Posicionar estrategicamente instalações
que contribuem com o bom desenvolvimento Kit (FBVL) explica como
deslocamentos diários e experiências ao ar mistas ao longo de rotas de pedestres usadas
de BAPIs, seja em transformações na cidade estabelecer uma zona priori-
livre de qualidade. Um bairro planejado levando na vizinhança estimula a mobilidade ativa, pois
existente (formal), nas ações nos territórios de tária para crianças e os prin-
em conta os Bebês, Crianças mais novas e Cui- todos estão dentro de uma distância confor-
vulnerabilidade social (informais), nos territó- cipais equipamentos utilizados. Confira
dadores (BCCs) deve ter uma variedade de usos tável para ser feita a pé. Um cuidador costuma
rios novos (redesenvolvimento urbano), ou nas o seu conteúdo para verificar se ele se
e de serviços localizados a distâncias confortá- visitar diferentes lugares em um só desloca-
áreas de expansão urbana (bairros planejados). aplica à sua área, e dê uma olhada nesta
veis para serem feitas a pé e incentivar, assim, o mento: buscar crianças em uma creche pode
Abaixo listamos algumas premissas importantes animação sobre itens de uma cidade
uso de espaços públicos ao ar livre. ser combinado com a compra de alimentos e
a serem seguidas. que segue o conceito Urban 95, pensada
Isso significa que a localização de postos de com uma ida ao parquinho. Caso esses usos
saúde, creches, parques e outras amenidades para a primeira infância. não possam ser instalados próximos, conecte-
no bairro requer uma consideração cuidadosa. A implementação de uma zona prio- -os com uma rota de pedestres contínua e bem
Quando há mais de um serviço do mesmo tipo ritária para crianças envolve criar uma demarcada.
em um bairro, eles devem ser distribuídos de sinalização específica com mensagens Os diversos equipamentos de uso público
maneira uniforme pela vizinhança. Se há apenas sobre a importância dos primeiros anos também podem ser instalados ao longo ou nas
um equipamento, como um posto de saúde, de vida, dicas para incentivar e ampliar proximidades das paradas de ônibus e de outros
este deve ser instalado em um local de fácil os níveis de interação entre cuidadores e transportes de alta e média capacidade (como
acesso no bairro. crianças, e também atividades e ideias de estações de trens e metrôs). Essa estratégia
Assim como é preciso promover ruas que brincadeiras. Outra sugestão é designar facilita a vida de pais e mães que trabalham
possibilitem o uso diverso de modais e de pes- embaixadores do bairro que promovam o utilizando o transporte público, melhorando a
soas, e adequadas à primeira infância, também espaço como prioridade para as crianças logística de chegar à creche e ao trabalho todos
é preciso planejar bairros com variedade de no dia a dia. os dias.
usos, serviços e equipamentos, além das fun- No Brasil, a quantidade e a escolha da
ções do morar e trabalhar. Isso vale tanto para localização de várias infraestruturas voltadas
os bairros da cidade formal quanto para os ter- aos BCCs estão subordinadas às leis federais
ritórios de vulnerabilidade social, onde as pes- de parcelamento do solo e ao plano diretor do
soas devem encontrar as amenidades básicas município – que, por sua vez, não foram feitas
do dia-a-dia em poucos minutos de caminhada. HIERARQUIA, DISTÂNCIA para atender especificamente a esse grupo. No
E DENSIDADE DE entanto, é preciso sempre considerar que os
EQUIPAMENTOS PARA BCCS deslocamentos cotidianos dos BCCs são ligeira-
mente diferentes dos de um adulto normal. As
C
←←Figura 5 velocidades de caminhada, as distâncias per-
omo os BCCs têm um alcance menor de
Bairros planejados não são sinônimo de monotonia. Feiras
livres, comércios locais e serviços são elementos de
mobilidade, faz sentido agrupar alguns des- corridas e a quantidade de elementos observa-
vitalidade na vida urbana. tinos e serviços complementares. Por exemplo: dos por esse grupo são muito específicas – isso
um playground pode ser posicionado próximo a sem contar a maior vulnerabilidade à poluição
←←Figura 6 do ar e sonora de bebês e crianças mais novas.
uma loja para que possam ser visitados em um
Atividades noturnas como restaurantes, cafés, serviços e
lojas também auxiliam na sensação de segurança.
único deslocamento. Equipamentos de jovens Somado a isso, o clima local e as condições
e idosos podem ser instalados lado a lado para meteorológicas tornam a experiência de usar o
←←Figura 7 promover o contato entre diferentes faixas espaço público bastante desafiadora em algu-
Além de praças e parques, os espaços verdes devem
etárias. mas cidades brasileiras.
integrar a paisagem urbana como espaços acolhedores
que articulem outras atividades e como elementos
de conexão entre equipamentos comunitários.
os
em lugares bem conectados à vizi- 75-85
an
m/min
6
nhança. Por exemplo: ao longo das
0-
800-1.000 metros Ensino Infantil
principais conexões de pedestres ou PRIMEIRÍSSIMA
em cruzamentos de vias de pedestres; Velocidade média de um adulto caminhando Clínica INFÂNCIA
QUA
300 metros
DRA/
●● Cercas no entorno dos equipamen-
RUA
Parquinho Casa
CA
tos podem ser necessárias por ques- Velocidade média de um cuidador com carrinho de bebê
BAIRRO - 600m
SA -
Praça com
- 400m
ou velocidade de passeio com um bebê (0-2 anos).
tões de segurança, mas não devem se brinquedos
200m
transformar em obstáculos. Projete 0-
2
an
os portões com dimensões genero- 20-30 os
m/min
sas e suficientes para várias pessoas
CRIANÇAS
com carrinho de bebê poderem passar 200 metros Mercearia BEBÊS MAIS NOVAS
por eles confortavelmente ao mesmo Velocidade média de adulto com criança (2-3 anos)
Parque local
tempo; de mãos dadas ou ajudando a andar.
necessidades específicas, como carrinhos especialmente em ruas com rotas ambiental e a vitalidade das ruas, com
de bebês. prioritárias e equipamentos públicos consequentes benefícios econômicos. A
frequentados pelos BCCs. publicação traz diversos exemplos inter-
nacionais e brasileiros que, no entanto,
COMO PROJETAR RUAS 3 Projetar travessias e cruzamentos de precisam de atenção do ponto de vista da
PARA UM BAPI ruas seguros. primeira infância.
A mesma entidade, em parceria com
4 9
14 m 26 m
A
50 km/h
50 km/h 60%
s ruas são uma parte vital de nossas cida- ●● Restringir o movimento desnecessário do
des e facilitam uma variedade de usos, tráfego Proibir totalmente o tráfego de 85%
60 km/h
desde o transporte de veículos até o movimento veículos nas ruas, sempre que possível, para
Tempo de Distância
de pedestres. Mas os usuários das ruas podem dar prioridade aos pedestres e aos BCCs, e
reação percorrida
ter necessidades conflitantes. Em alguns casos, mais espaço para esses usuários caminharem
esses conflitos foram resolvidos com a proibi- livremente, sem medo da velocidade dos car-
ção total de carros em certas ruas na cidade, ros. Nesses casos, é preciso prever o acesso O diagrama mostra a distância necessária para frear um veículo. A probabilidade de uma fatalidade ocorrer
com um veículo trafegando a 60 km/h é em torno de cinco vezes maior do que um veículo trafegando a 30 km/h.
mas nem toda cidade ou bairro estão prontos a veículos de emergência e de abasteci-
para um passo tão grande. Há três maneiras mento, de acordo com as normas vigentes de
para tornar as ruas amigáveis aos BCCs: limitar segurança emitidas pelo corpo de bombeiros.
o uso de ruas para veículos motorizados, inter- ●● Definir e monitorar limites de velocidade departamento de mobilidade e transporte). sem distinção entre a calçada e a via de veí-
ligar destinos-chave dentro do bairro estabele- Globalmente, muitos bairros definiram e Faixas mais estreitas e o tráfego de mão culos, pois ambos são nivelados. Essas ruas
cendo uma rota prioritária, e compartilhar a rua, impuseram limites de velocidade de 15 a única tornam as ruas mais eficientes e tam- são compartilhadas por diversos usuários:
melhorando sua eficiência de usos5. 30 km/h nas ruas locais. Uma pesquisa da bém mais calmas. Uma medida semelhante veículos, bicicletas e pedestres. A prioridade,
Universidade Real de Holloway, de Londres6, é reestruturar a direção de vias, formando no entanto, é sempre do pedestre, seguido
mostra que as crianças são incapazes de binários: uma via vai e outra, paralela, volta, pelos ciclistas, o que reduz a velocidade do
1. LIMITAR medir a velocidade dos veículos que via- condicionadas também pelas vias transver- tráfego na via e em seu entorno.
MEDIDAS DE DIMINUIÇÃO DE jam a mais de 32 km/h e podem acredi- sais. Além de otimizar e organizar o sistema, ●● Sinalização Há diversas maneiras de reduzir
VELOCIDADE PARA PERMITIR tar que é seguro atravessar quando não é. essa organização das mãos únicas é uma a velocidade das vias e dos cruzamentos sem
MAIS CRIANÇAS NAS RUAS Exemplos brasileiros como as Zonas 307 em medida de baixo custo e amplo impacto na grandes mudanças: redutores de velocidade,
Florianópolis e as Áreas 408 em São Paulo segurança dos pedestres. travessias elevadas (lombofaixas) e rotató-
São Paulo, por exemplo, há a experiência Rota tornaram um sucesso: nas áreas holandesas
Escolar Segura12 com foco em territórios de vul- que adotaram o conceito, os acidentes de trân-
Ao projetar ruas compartilhadas, lembre-se:
nerabilidade social. sito caíram 40% ou mais.
No conceito de rua compartilhada, carros, ●● Escolha um material que esteja associado a
●● As rotas devem ser uma passagem de pedes-
ciclistas e pedestres compartilham a mesma calçadas para cobrir toda a rua. Isso incen-
tre sem obstáculos. É altamente recomen-
superfície de rua. Nessa situação, os motoris- tiva o trânsito a diminuir a velocidade e envia
dado ter, no mínimo, 1,80 metro de largura
tas ficam mais alertas e dirigem mais devagar. um sinal claro de que é uma zona com priori-
para permitir a passagem de dois carrinhos
O tráfego pode ser ainda mais desacelerado dade para pedestres;
de bebê em direções contrárias; ↑↑Figura 10
Calçadas amplas facilitam os deslocamentos de instalando limitadores de velocidade estrate- ●● Use obstáculos redutores de velocidade para
●● A rota deve levar a um importante destino todos e, principalmente, dos grupos BCCs. gicamente ao longo da rua, de modo que os que os carros os contornem e desacelerem
BCC (escolas, creches, parques e praças) e carros tenham de contorná-los e, assim, reduzir ainda mais;
a um equipamento público de relevância no a velocidade. Ruas compartilhadas preferen-
bairro; ●● Mantenha os canteiros a uma altura baixa, de
●● O uso misto (comércio, serviços e residên- cialmente não têm diferença de nível: um único
modo que as crianças mais novas que brin-
●● As medidas de diminuição de velocidade cias) deve ser incentivado ao longo dessas material de pavimentação é aplicado em todo
cam ou andam atrás deles fiquem visíveis
devem restringir o uso da rua como estacio- rotas, incluindo comodidades como fachada o percurso, sem distinção entre calçada e a via
aos veículos que se aproximam;
namento. O tratamento desejável seria uma ativa, lugares para sentar, iluminação ade- (leito carroçável). Adequações ao contexto local
via compartilhada, ou com remodelação de quada, comércio noturno etc. A presença de são bem-vindas – uma leve diferença de nível ●● Instale uma iluminação voltada aos pedes-
calçada que comporte o trânsito bidirecio- mais pessoas durante diferentes horários do pode facilitar o controle do acúmulo de água da tres, evitando postes com lâmpadas acima
nal de carrinhos de bebê, além de todos os dia auxilia na vigilância passiva e melhora a chuva sem prejudicar a caminhabilidade. Isso da copa de árvores para não causar áreas de
elementos de acessibilidade como rampas, segurança do local; torna as ruas compartilhadas fáceis de usar por sombreamento noturno;
travessias elevadas e guias rebaixadas, e uma crianças e seus cuidadores, já que mesmo com ●● Instale sinalização clara no início da rua para
●● Sinalização e medidas de orientação devem
faixa adicional para mobiliário urbano (lixei- uma diferença pequena de nível, as calçadas indicar aos veículos que eles estão entrando
ser instaladas em uma das extremidades e ao
ras, bancos etc.); não interferem no subir e descer com carrinhos em uma zona de rua compartilhada;
longo da rota para evidenciar sua existência e
de bebê nem podem causar tropeços.
●● Locais para descanso e brincadeiras devem criar consciência; ●● Estipule um limite de velocidade claro;
ser adicionados em intervalos regulares ao ●● A rota deve ser sombreada por árvores para ●● Monitore o uso do espaço por meio dos agen-
longo da rota, preferencialmente com prolon- melhorar o microclima e a sensação térmica tes de trânsito local, orientando, fiscalizando
gamentos de calçada ou adequações seme- ao caminhar, além dos benefícios ambientais e, se necessário, multando os infratores que
lhantes em áreas públicas; e paisagísticos que a ação implica. desrespeitam as normas.
1. Faixa livre
1,20 m (mínimo) – 1,80 m (ideal)
2. Faixa de rolamento
3 m (mínimo)
6. Faixa de estacionamento
2,70 m (mínimo)
4
4
Para obter mais informações sobre ●● Reduzir a velocidade do tráfego significativamente – para menos de 30km/h, sendo 15 km/h o
ruas compartilhadas, consulte: ideal para a segurança dos pedestres e BCCs;
Espaço compartilhado, superfícies comparti-
5 lhadas e homezones: uma abordagem de design
●● Melhorar a segurança das áreas residenciais e, talvez mais importante, a percepção de segurança
universal (em inglês) – NDA, Irlanda dos residentes;
Curbless Streets, Filadélfia (em inglês)
●● Incentivar as pessoas a caminhar e a pedalar dentro de sua área e para destinos próximos;
Ilustrações antes e depois: ruas residenciais
3 2 1 compartilhadas e ruas comerciais compartilhadas ●● Melhorar a qualidade do ambiente construído.
para áreas mais densas (em inglês) – Nacto
M A
uitos elementos precisam estar de veículos motorizados; maior preocupação dos pais e cuida-
integrados para garantir que as ruas ●● Travessias de pedestres sinalizadas e seguras; dores quando as crianças estão fora de
↑↑Figura 12
sejam agradáveis, seguras e inclusivas casa é com a segurança. Somente estando Fachadas ativas podem ser compostas de espaços comerciais.
●● Iluminação com foco no pedestre;
para Bebês, Crianças mais novas e Cuida- e sentindo-se seguras elas podem explorar
dores (BCCs). Tais elementos foram sub- ●● Sinalização identificando elementos para o espaço público para obter o maior bene-
divididos abaixo, com base nos objetivos BCCs. fício ao seu desenvolvimento físico e psico-
para a criação de um BAPI saudável. lógico, com a socialização, a recreação, ou
estando em contato direto com a natureza.
RUAS VERDES As cidades contemporâneas estão cheias de
perigos para as crianças mais novas e seus
●● Diretrizes para instalação de paisagismo ao cuidadores. Portanto, elementos que criem
longo das ruas; segurança devem ter prioridade no projeto
de ruas ou outros espaços de uso público.
●● Elementos de sombreamento e climatização,
com mobiliário urbano para descanso.
↑↑Figura 13
FACHADAS ATIVAS AO A interface dos espaços privados com o espaço público nem
LONGO DO TRAJETO sempre precisa ser um muro. Varandas, janelas e demais
C
urbano.
uidadores procuram evitar levar crianças
●● Materiais de pavimentação de boa qualidade a ruas isoladas ou desertas. A presença
e adequados às várias funções da rua; de pessoas e de atividades ao longo da rua
●● Rampas de acesso nos meios-fios nos cruza- atua como um meio de controle passivo, O CONTROLE PASSIVO PODE
mentos e nas travessias de pedestres; e são o que Jane Jacobs chamou de olhos OCORRER DA SEGUINTE FORMA:
da rua15. Incidentes de vandalismo e crimes
●● Mobiliário urbano instalado de forma a não
podem ser reduzidos por esse tipo de con- ●● Evitar muros altos e sem permeabili-
obstruir a passagem de pedestres, cadeiran-
trole extraoficial dos espaços públicos, por dade visual;
tes e carrinhos de bebê.
parte dos residentes ou transeuntes. Lugares
●● As janelas e portas das casas e dos
para descanso com sombreamento e bancos
edifícios devem oferecer uma boa visão
são mais seguros se estiverem rodeados por
RUAS LÚDICAS E INCLUSIVAS da rua;
edifícios com janelas voltadas a eles.
●● As fachadas residenciais devem ser
●● Mobiliário urbano para crianças; permeáveis visualmente para produ-
●● Espaços externos para sentar; zir uma sensação de interligação de
Para ideias sobre remoção de muros, consulte:
espaços públicos e privados e, conse-
●● Jogos nas calçadas; Remoção de muros de divisa: recuperação do
espaço público (em inglês) – Uttipec quentemente, dar mais sensação de
●● Fechamento temporário de ruas. O desenho de cidades seguras – WRI segurança para quem passa na rua.
Boletim mobilidados: ruas mais seguras – ITDP
O
los regulares, para evitar que os
trânsito de veículos motorizados, mesmo
BCCs tenham de andar mais para
em movimento lento, pode causar mui-
encontrar um ponto de travessia
tos danos a uma criança mais nova e, por-
adequado;
tanto, representar um perigo significativo à
primeira infância. Crianças entre zero e seis ●● Se houver um canteiro central, crie
anos são menos visíveis por um motorista um espaço com largura suficiente
dentro de um carro. Ao mesmo tempo, uma ↑↑Figura 14 ↑↑Figura 15 para que o cuidador e a criança
Balizadores são amplamente bem-vindos para evidenciar As travessias de pedestres podem conter elementos que
criança pode não ver o carro que se apro- esperem no meio do caminho, pois
a delimitação entre os espaços para pedestres ajudem a chamar a atenção dos motoristas. Entre as
xima porque sua visão pode ser obstruída, e os destinados aos veículos motorizados. medidas mais eficientes, está o estreitamento da via
eles podem não conseguir atraves-
por exemplo, por um veículo estacionado para os veículos automotores, que também diminui a dis- sar uma rua larga de uma só vez;
tância realizada pelo transeunte no leito carroçável.
próximo à rua. ●● Mantenha as travessias livres de
Crianças mais novas tendem a agir por obstáculos que obstruam a visão
impulso e sem pressentir o perigo – podem, AS SEGUINTES MEDIDAS DE de crianças pequenas. Não permita
por exemplo, correr atrás de uma bola em PROTEÇÃO DE TRÁFEGO PODEM SER carros estacionados perto de cru-
direção à rua. Medidas de proteção devem IMPLEMENTADAS EM UM BAIRRO: TRAVESSIA DE PEDESTRES zamentos nem vegetação alta junto
ser adotadas nas rotas mais frequentadas aos cruzamentos;
por crianças, com barreiras que as impeçam
de correr para a rua e, assim, protegê-las
do perigo de serem atingidas por um carro
●● Instalar cercas baixas em torno das
áreas do bairro onde as crianças O s BCCs são especialmente vulneráveis
nas travessias porque se movem mais
devagar do que os adultos ou crianças mais
●● Os principais cruzamentos devem
ser visíveis aos motoristas – com
brincam, como parquinhos e áreas luzes piscando, por exemplo;
enquanto brincam. Um veículo a uma veloci- informais de recreação e descanso; velhas. Além disso, a visibilidade de crian-
dade de 30km/h necessita de 8 metros para ças de zero a seis anos pode ser facilmente ●● Semáforos devem oferecer tempo
●● Proibir estacionamento próximo aos suficiente para que cuidadores e
reagir e 5 metros até frear, totalizando 13 bloqueada por vegetação baixa ou por carros
cruzamentos nas ruas mais fre- crianças atravessem com segurança;
metros. estacionados. A interface entre a rua e a
quentadas por crianças;
As medidas de proteção incluem baliza- travessia de pedestres deve ter rampas ou ●● É desejável que haja sinalização
dores, cercas baixas ou a implantação de um ●● Implantar medidas de diminuição de serem feitas em nível com a calçada, como colorida nas travessias de pedes-
canteiro com árvores junto ao meio-fio. A velocidade antes de cruzamentos no caso das lombofaixas, para facilitar a tres, além de um elemento lúdico
velocidade máxima nas ruas compartilhadas de ruas; travessia de cuidadores segurando crian- que instigue o caminhar, tornando a
deve ser de 15 km/h e, em outras ruas, de ●● Cercar áreas onde há atividades ças mais novas ou conduzindo carrinhos de passagem identificável para crian-
30 km/h. com bola para que não escapem bebê. ças pequenas e para chamar a aten-
para a rua; Além das normativas presentes no Código ção dos motoristas.
de Trânsito Brasileiro (Lei Federal nº 9.503,
●● Onde não há meio-fio, instalar obs-
de 23 de setembro de 1997), a resolução nº
táculos entre a calçada e a faixa de
738, de 6 de setembro de 2018 do Conse-
rolamento para evitar que veículos
lho Nacional de Trânsito (Contran) atualiza
desviem acidentalmente para as
os padrões e critérios para a instalação de
áreas de pedestres. O espaçamento
travessia elevada para pedestres em vias
entre os balizadores deve ser de no
públicas, um importante instrumento disse-
Para saber mais mínimo 1,20 metro para dar passa- Para saber mais
minado no País para melhorar a segurança
Estratégias de traffic calming gem a um carrinho de bebê. Intervenção urbana temporária:
(em inglês) – Nacto das travessias de pedestres. Cachoeirinha (2020) – ITDP
U
encontrar o caminho.
m bom projeto de iluminação com manu- manchas escuras devem ser deixa- Um bom sistema de sinalização e de
tenção adequada e periódica é essencial das ao longo do caminho ao instalar ●● Posicione o sistema de forma que seja
orientação projetado pensando nas crian-
para a percepção de segurança. A boa ilumi- a iluminação; visível a 95 cm de altura;
ças irá ensiná-las a reconhecer onde estão
nação também evita que crianças pequenas
●● Contrate uma empresa de lumi- e mostrar a rota para destinos familiares. ●● Use recursos brilhantes e reconhecí-
tropecem em obstáculos no pavimento ou em
notécnica para calcular o nível de Um sistema de orientação projetado para veis. Crianças mais novas não podem
pavimentos irregulares. Calçadas bem ilumina-
iluminação ao longo de toda a rua. crianças as prepara para a próxima etapa em ler, por isso símbolos claros devem ser
das atraem mais pessoas, são mais seguras e
Idealmente, o nível deve ser cons- seu desenvolvimento, quando sairão para usados em seu lugar;
permitem o uso prolongado da rua até a noite.
tante, com mínimo de 6 a 8 lux; o mundo de forma independente, sem seu
A escolha certa de postes de luz e luminárias ●● O uso de pontos de referência também
cuidador.
contribui para o caráter de uma rua e a torna ●● Evite mudanças significativas nos funciona bem para as crianças encon-
mais interessante e amigável. níveis de iluminação ao longo de trarem caminhos, enquanto a arte de
uma rua; rua pode ajudá-las a se orientar na
●● Considere a posição dos postes e cidade;
Para saber mais
Para saber mais das luminárias em relação à posi- ●● Objetos facilmente reconhecíveis,
O desenvolvimento de habilidades de orienta-
Algumas cidades brasileiras possuem planos diretores de ção das árvores e outras plantas. ção em crianças: rotas de aprendizagem com e instalados em intervalos regulares no
iluminação pública, caso de Barbacena, MG, e de Campinas, sem pontos de referência (2015) (em inglês)
SP. Outras cidades têm capítulos específicos sobre o tema
Certifique-se de que os galhos não pavimento, podem ser usados para
– Journal of Environmental Psychology
em seus planos diretores estratégicos, vinculando as lar- obstruam a luz gerando zonas de indicar rotas. Um sistema de sinaliza-
guras padrões de vias com as diretrizes para iluminação. sombreamento noturno; ção com símbolos em placas também
Lighting design e planos diretores de iluminação pública: pode indicar caminhos;
a requalificação da cidade por meio da luz artificial (2008) ●● Tenha sempre em mente que, além
– 8 o Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em da segurança, a iluminação pode ●● Mapeie e incorpore as rotas informais
Design.
agregar valor a um local de muitas feitas pelas crianças no sistema de
Eficiência energética e guia para iluminação de ruas (em
maneiras criativas. orientação.
inglês) – USAid India
U ma rua bem movimentada por pedes- isso, plante árvores, arbustos e trepa-
tres é aquela que oferece um ambiente deiras onde possível;
confortável a seus usuários. Em algumas ●● Execute o plantio de árvores para que
cidades brasileiras, isso significa proteção
contra chuva ou calor extremo durante os
meses de verão. Fornecer áreas sombrea-
haja sombreamento contínuo ao longo
de toda a rua, ao menos nas rotas mais T al como acontece com um parque ou
uma pequena praça de bairro, as calça-
das também devem ser um lugar onde as
MATERIAIS DE REVESTIMENTO
DE PISO E CORES
frequentadas por pedestres;
das nas calçadas, com árvores ou marquises
nos edifícios para proteção contra a chuva, é
muito importante para o conforto de crian-
●● Além das árvores, considere treli-
ças cobertas com trepadeiras. Elas
pessoas desejam ficar, tornando, assim, as
ruas mais habitáveis e vibrantes. Para garan-
tir que as calçadas sejam acessíveis aos
O s materiais de revestimento usados
para calçadas de uso público devem ser
cuidadosamente selecionados. As crianças
fornecem sombra e são um fator de
ças mais novas e seus cuidadores. As áreas BCCs, é importante considerar componentes mais novas tropeçam e caem facilmente
resfriamento;
de descanso devem ser protegidas do calor e como rampas para carrinhos de bebê, meios- onde o pavimento é irregular e as rodas dos
da chuva para uso durante todo o ano. ●● Forneça locais sombreados onde as -fios baixos que permitam que uma criança carrinhos podem ficar presas em superfícies
crianças e seus cuidadores precisam suba sem ajuda, materiais de revestimento ásperas, por outro lado, superfícies muito
esperar: em pontos de ônibus, em cru- de piso seguros quando molhados, além de lisas tornam-se perigosas quando molhadas.
zamentos de tráfego movimentado e equipamentos seguros nas áreas de lazer e Diferentes tipos de pavimentação podem
em áreas de lazer; de descanso. indicar sutilmente zonas onde é seguro
●● Certifique-se de que os elementos caminhar. Uma mudança no padrão de reves-
de descanso, como bancos, estejam timento em torno de uma peça lúdica de
sombreados nos horários de calor mais mobiliário urbano, por exemplo, pode indicar
intenso. a área de recreação informal na calçada. Da
mesma forma, cores podem ser usadas para
indicar áreas de atenção – esquinas pinta-
das de amarelo, por exemplo, tornam-se um
elemento reconhecível pelas crianças.
É fundamental ter materiais de pavimen-
tação disponíveis localmente, duráveis e de
baixo custo de instalação e manutenção.
Entre esses materiais, destacam-se: granito
não polido, blocos intertravados, piso cimen-
tado, concreto e blocos de concreto, entre
outros.
B
CALÇADAS, CONSIDERE: CCs têm demandas específicas no espaço
público no que diz respeito a diferenças de
●● Evite materiais de pavimentação que nível. Uma pequena diferença de nível, como
sejam irregulares; um meio-fio de apenas 10 cm de altura, é um
●● Se o pavimento for feito de cascalho ou obstáculo para uma criança mais nova e para
terra, adicione uma faixa menor e lisa um carrinho de bebê. Os meios-fios devem ser
de pavimentação sobre a qual os carri- inclinados em todas as travessias de rua para
nhos de bebês possam ser empurrados garantir uma travessia fácil e segura.
facilmente; Degraus nos espaços públicos podem repre-
↑↑Figura 23
sentar um problema intransponível para um Rampas e escadas devem sempre obedecer à NBR 9050. No
●● Use diferentes tipos ou padrões de
cuidador que empurra um carrinho de bebê exemplo acima, foi possível a integração desses elementos,
revestimento para dividir a área do pavi- criando uma nova espacialidade.
e para uma criança mais nova. Adicionar uma
mento em espaços reconhecíveis, como:
rampa onde há diferenças de nível maiores
espaço para caminhar, de recreação e um
garante que todas as crianças e cuidadores com
espaço menos seguro próximo a carros
carrinhos possam ter acesso a toda a exten-
estacionados; DIRETRIZES NBR 9050 SOBRE RAMPAS
são da esfera pública – ação que democratiza
●● Indique espaços de atenção, como cru- o espaço para tantos outros usuários, como
zamentos de ruas ou paradas de ônibus, pessoas em cadeiras de rodas, idosos e pessoas ●● As rampas devem ter inclinação
adicionando cores às calçadas nessas com dificuldade de locomoção. As diretrizes de máxima de 8,33%. Em reformas,
áreas; acessibilidade nos espaços públicos em todo o quando não existe a possibilidade de
●● Outros materiais adequados para crianças território nacional estão condicionadas à Norma atender a essa inclinação máxima, é
incluem: areia absorvente de impacto, Técnica 9050 da ABNT, e só devem sofrer ade- permitida a utilização de inclinações de
piso emborrachado, placas de revesti- quações para melhor acondicionar um projeto até 12,5%;
mento flexíveis (emborrachados, antider- específico caso haja indicação das Comissões ●● Os patamares no início e no término
rapantes e similares), entre outros. Permanentes de Acessibilidade municipais ou das rampas devem ter largura mínima
similares, que tratam também das interven- de 1,20 metro. Entre os segmentos de
ções urbanas significativas. A seguir, elencamos rampa também devem ser previstos
algumas diretrizes gerais sobre as rampas con- patamares intermediários com largura
tidas na NBR 9050, lembrando que a consulta mínima de 1,20 metro. Os patama-
à norma atualizada é obrigatória para os proje- res situados em mudanças de direção
tistas que devem cuidar das especificações do devem ter dimensões iguais à largura
projeto. da rampa.
●● Para rampas com inclinação entre
6,25% e 8,33%, é recomendado criar
áreas de descanso em patamares a
cada 50 metros de percurso;
●● Utilize materiais duráveis e dispo- tos informais em espaços públicos, sem sentar. Os bancos podem ser comuns e simples, mas também
um elemento de destaque. Para os BCCs, quando há um toque
níveis localmente para se tornarem necessariamente terem o formato de bancos
lúdico, o interesse é garantido.
bancos informais. formais.
Troncos de árvores, pedras grandes entre o Bancos para todos (em inglês) – Young Foundation
paisagismo, esculturas lúdicas, bordas de Convites para sentar de várias maneiras
fontes com dimensionamento e altura adequa- – Gestão Urbana São Paulo
das para uma criança sentar-se, muretas com
Guia de boas práticas para os espaços públicos
largura para uma criança escalar e sentar.
da cidade de São Paulo
Consulta pública Ruas SP, São Paulo Centro Aberto – Largo General Osório, São Paulo
SF – Better Streets Zones (em inglês), São Francisco 8 Princípios da calçada – WRI Brasil
Centro Aberto – Largo São Bento, São Paulo Ruas para resposta e recuperação da pandemia – GDCI
←←Figura 34
Espaços abertos para
sentar à mesa ou
apenas desfrutar o
ar livre ganharam
novos patamares
de importância,
principalmente em um
cenário de pós-pan-
demia de Covid-19.
É necessário, no
entanto, sempre
deixar 1,80 metro
livres na calçada
para a movimentação ↑↑Figura 35
dos pedestres. Intervenções lúdicas temporárias nos espaços públicos são bem-vindas para marcar os lugares com brincadeiras possíveis.
Figura 37 →
Diferentes
escalas e tipos
de ruas devem
receber adequações
específicas para
garantir o seu bom
funcionamento.
U ma rua do bairro pode ser temporariamente ●● Considere qual rua é mais viável para
fechada ao tráfego de veículos para que fechar temporariamente e como isso
outras atividades possam acontecer. irá afetar o tráfego do bairro. Fechar
Pode ser um fechamento anual, por exemplo, uma das principais ruas de entrada do
para facilitar uma festa de rua, mas também bairro apenas bloqueará o tráfego e
pode ocorrer com mais frequência. Uma rua do causará irritação;
bairro pode ser fechada semanal ou mensal- ●● Informe todos os residentes com ante-
mente, para dar às crianças a oportunidade e cedência sobre o fechamento da rua;
a liberdade de brincar com segurança nas ruas
●● Organize eventos a serem realizados no
enquanto os pais e responsáveis podem socia-
dia em que a rua estiver fechada. Jogos
lizar. Muitas vezes, esses fechamentos são um
de rua, arte de rua, oficinas e música
teste para o futuro e podem levar a um fecha-
criam uma vibração positiva e atraem
mento permanente.
as pessoas;
Disseminadas em várias cidades do País, de
Curitiba a Salvador, de São Paulo a Brasília com ●● Considere como o tráfego será des-
o nome de Ruas de Lazer, há uma diversidade viado nos dias em que a rua estiver
de modos de fazer e de itens disponíveis para fechada. Instale sinalização clara para
que o fechamento das vias para carros e con- direcionar o tráfego desviado.
sequente abertura para as pessoas seja ainda
mais incentivado e ganhe mais simpatia dos
residentes do entorno. São Paulo destaca-se Para saber mais
por tê-la realizado na sua mais simbólica ave- Ruas de lazer – Instituto Alana
nida (a Paulista), e há um relatório completo do Avaliação de impacto da Paulista
ITDP Brasil sobre o Programa Paulista Aberta. Aberta na vitalidade urbana – ITDP
a identificação de oportunidades para a cria- mas um novo mural em uma parede em branco
ção de novos espaços públicos de qualidade e pode desencadear uma conversa entre uma
experiências positivas perto de suas casas (e da criança e seu cuidador, um banco bem instalado
rede entre eles). pode fornecer um local para os tão necessários
As ruas são os canais que unem as comuni- momentos de descanso.
dades e devem ser redesenhadas para respon- Ao redesenhar as ruas, é importante identi-
der às necessidades e contextos das comuni- ficar áreas para melhorias detalhadas ou adi-
dades locais. Cada bairro tem várias tipologias cionar mobiliário, e revisar cuidadosamente os
de ruas que variam em tamanho, atendem a projetos e dimensões antes da construção para
Para mais informações sobre as várias
diferentes necessidades e têm prioridades dife- garantir que tudo esteja adequado, desde as fai- escalas das ruas como elemento
rentes. Dentro desse conjunto diverso, é impor- xas livres nas calçadas até o dimensionamento condutor de manutenção e adequação da
tante desenvolver projetos que garantam que das calhas de drenagem. cidade para a primeira infância, veja:
ter estacionamento lateral. São vias com compartilhamento de usos entre tilhada (página 36), principalmente a veloci-
pedestres, ciclistas e veículos diversos. É uma dade reduzida dos veículos, a fim de garantir o
Vias coletoras das soluções para vias com calçadas ou faixas bem-estar dos BCCs.
Conectam bairros ou áreas geradoras de trá- de rolamentos estreitas demais para sofrerem Nessa escala de ruas de bairro, ciclistas,
fego dentro da cidade e estão diretamente ampliações. Ao compartilhar os usos, porém, é pedestres, BCCs, pessoas com deficiência,
conectadas às principais vias arteriais. São vias necessário reduzir a velocidade de tráfego (esti- todos dividem potencialmente todo o espaço
de largura média e com duas a quatro faixas pula-se 15 km/h) para proteção dos pedestres. com veículos.
de rolamento e estacionamento lateral. Geral- O conceito de ruas compartilhadas tam-
mente são rotas de transporte público e podem bém é relevante em bairros densos e em áreas
incluir uma ciclofaixa. centrais da cidade. Nas cidades holandesas, o
↑↑Figura 43
conceito é chamado de Woonerf 18, e as ruas Nas transições para vias mais largas, é necessário
Vias locais são vistas como um espaço social, não apenas utilizar elementos que indiquem o espaço comparti-
lhado. No projeto da imagem, o balizador automá-
São as vias internas de um bairro, e a via de como um canal para a mobilidade de veículos.
tico se recolhe mediante a aproximação devagar de
acesso ao interior do bairro está diretamente Sem desnível entre as calçadas e as faixas de um veículo autorizado.
conectada a uma via coletora. São ruas estrei- rolamento, a rua torna-se de todos, obrigando
tas, geralmente com duas pistas de rolamento e os automóveis a diminuírem a velocidade.
estacionamento lateral.
Vias de pedestres
São vias com pavimentação especial para uso
exclusivo de pedestres, ocorrendo geralmente
nas áreas centrais e comerciais das cidades
brasileiras, com acesso por veículos de emer-
gência e de carga e descarga em horários espe- ↑↑Figura 44
A sinalização vertical também é essencial para
cíficos do dia.
indicar que o espaço é compartilhado. Na imagem,
a placa sinaliza uma rua compartilhada.
A
1. Faixa livre s ruas mais largas conectam o bairro ao pedestres e bicicletas, já que a velocidade dos
1,20 m (mínimo) – 1,80 m (ideal) restante da cidade e precisam oferecer veículos é maior do que nas ruas menores. Em
2. Faixa de rolamento segurança e espaço contínuo para o movimento ruas de mão única, uma calçada mais ampla
3 m (mínimo) dos BCCs. Estas ruas apresentam tanto tráfego pode ser projetada em um dos lados da rua,
local quanto de passagem e podem ser rotas podendo acomodar áreas de paisagismo, des-
3. Ampliação de calçada com a maior importantes de transporte público. Portanto, canso e recreação. Alternativamente, calçadas
extensão possível a circulação de veículos motorizados precisa de mesma largura dos dois lados podem ser
4. Diferenças visuais entre o material ser bem planejada, principalmente para evitar planejadas para acomodar vagas de estacio-
da via de passagem e a área livre congestionamentos e atrasos na circulação do namento principalmente em ruas de caráter
para pedestre transporte coletivo. O movimento nos dois sen- comercial. Nestes casos, as vagas podem ser
tidos pode ser aceito nesses casos, mas sempre interrompidas de tempos em tempos para
5. Bancos e elementos para sentar seguindo medidas adequadas para controle de adicionar paisagismo e áreas de descanso ou
6. Faixa de estacionamento velocidade e segurança para pedestres, para até área para mesas de restaurantes e bares. O
2,70 m (mínimo) 6 que os BCCs possam circular nas calçadas e estacionamento em ambos os lados só pode ser
nas travessias com mais segurança. acomodado em ruas com tráfego de mão única
Uma rua de bairro com 12 metros de lar- onde não há circulação de transporte público.
gura deve acomodar uma área segura para
4
4
↑↑Figura 45
A aplicação de materiais diferentes na pavimentação,
todos no mesmo nível, contribuem com a acessibilidade
universal.
3 2 1
↑↑Figura 47
Exemplo de ciclovia resguardada por
canteiro com vegetação.
1. Calçada
1,80 m (1,20 m mínimo)
1. Calçada
1,80 m (1,20 m mínimo)
cada 60 metros, para criar uma Exemplo de lombofaixa para travessia de pedestres nivelada 2 2
com a calçada em ambos os lados.
zona de passagem segura, calça-
das mais amplas com área para
recreação, árvores maiores para
sombreamento e bancos;
3
●● Travessias em lombofaixa com
sinalização segura e materiais de
superfície amigáveis para cami-
nhar com carrinhos de bebê.
1 4 1
●● Calçadas contínuas;
●● É extremamente aconselhável criar
várias travessias de pedestre seguras
em pontos de estreitamento;
●● O estreitamento da via permite uma
pausa visual nas áreas de estaciona-
mento, e cria espaços para vegetação e
descanso;
●● A lombofaixa atua como uma medida
de segurança, e o revestimento de piso
deve ser amigável para caminhar com
1 2 3 2 1 carrinhos de bebê.
Bancos e assentos
1. Introduzir faixas ele-
1 Travessias elevadas
preferencialmente sombreados
vadas para a traves-
(padrão faixa de
sia de pedestres em pedestres, CTB)
Estacionamento
cruzamentos e pontos paralelo
Quando possível,
3. Estacionamento
paralelo
4. Estreitamento da
via para travessia
Aproveite espaços As ampliações de calçada
de pedestres e faixa devem conter bancos e
residuais para criar
3 elevada áreas de brincar para a assentos sempre que possí-
primeira infância, com vel, respeitando a faixa
equipamentos lúdicos livre desejável (1,80 m)
ou a mínima (1,20 m)
3
N C
um meio de socializar. Mas se não há pla- os bairros onde não há espaço para adicionar rianças de zero a seis anos não precisam de ●● Projete ao menos três tipos de equipa-
nejamento suficiente e uma intervenção parques e jardins públicos devido à falta de grandes áreas para brincar. Em vez disso, mentos no parquinho;
eficiente, o espaço pode trazer perigos – espaço aberto, alguma forma de verde ainda pode precisam de áreas verdes menores com parqui- ●● Escolha objetos lúdicos especialmente
motivo pelo qual o desenho de áreas de ser adicionada em pequenas áreas. São pequenos nho e a uma distância facilmente caminhável de concebidos para a primeiríssima e a
recreação para crianças requer considera- bolsões verdes que melhoram e suavizam visivel- suas casas. É altamente recomendado, por isso, primeira infância;
ção especial. mente o caráter da rua e podem assumir diferentes que um bairro tenha diversos parquinhos para
●● Uma cerca baixa ao redor de um
Os destinos para BCCs configu- formas: uma fachada verde em um edifício, peque- garantir que mais pessoas se beneficiem com
parquinho é suficiente para proteger
ram uma rede de mobilidade diária que nos canteiros, uma abertura numa esquina, uma essa medida.
as crianças. Os cuidadores relaxam
conecta mães, pais e cuidadores ao seu rotatória, vasos posicionados junto às edificações
melhor se não precisam ficar constan-
entorno. Os destinos são múltiplos: espa- ou mesmo um antigo estacionamento abandonado
temente de olho nas crianças;
ços abertos, postos de saúde, escolas, transformado em uma área verde. Embora indivi-
creches e outros serviços comunitários. dualmente pequenos, em conjunto esses bolsões ●● Tente criar parquinhos onde há árvores
Esses espaços também precisam criar podem ter um grande impacto e ajudar a melhorar ou plante árvores para sombreamento;
uma atmosfera amigável aos BCCs para a qualidade do ar de um bairro e contribuir para a ●● Instale os parquinhos ao longo de rotas
que tenham um impacto positivo em todo mitigação do efeito de ilha de calor das áreas pavi- que são frequentemente usadas por
o bairro. Aqui vão algumas diretrizes: mentadas. Isso, por sua vez, melhora o ambiente BCCs. Por exemplo, a rota para as lojas
para a primeira infância e seus cuidadores. ou a caminho de um centro de saúde;
●● A distância que um integrante do grupo
BCC percorre em um determinado ●● Considere como os cuidadores espe-
período de tempo é menor do que a de ram enquanto as crianças brincam.
Para saber mais:
um adulto sozinho no mesmo tempo. Instale bancos ou projete um canteiro
Ideias para parquinhos para
crianças de 0 a 3 anos – FBVL com uma borda larga, por exemplo.
●● Os espaços precisam ser definidos PRAÇAS EM ÁREAS RESIDENCIAIS
para grupos de diferentes idades. Isso
P
garante que tanto os requisitos especí- raças em áreas residenciais são os principais
ficos da primeira infância quanto o de espaços recreativos para crianças da primeira
crianças mais velhas sejam atendidos. infância. Esses locais servem para fortalecer os
●● É necessário criar um espaço de inte- laços sociais em um bairro e criar comunidades
ração entre pais, mães e cuidadores mais coesas, além de oferecer uma excelente
para apoiar a comunicação e estimular forma de recreação e aproximar as crianças da
o contato entre eles. natureza.
←←Figura 52
Imagem 51 → Estruturas com
As praças em áreas residenciais são importantes para materiais naturais
a vida dos BCCs. Além do espaço de socialização, as estimulam os dife-
áreas de recreação também devem ser pensadas para as rentes sentidos na
crianças menores que precisam de mais cuidados. primeira infância.
fachadas ativas e vigilância informal (a pre- ●● Para tornar os percursos mais interes-
sença de outros usuários). Em parques maio- santes, o paisagista pode projetar um ou
res, ou com uma paisagem densa de árvores vários pontos focais (um objeto, edifica-
e bosques, torna-se mais difícil conseguir ção, escultura) que se tornem pontos de
vigilância natural em toda parte. O projeto referência para melhor orientação dos
do parque deve então ser claramente com- usuários dentro do parque;
preensível para um usuário iniciante. ●● Localize a sinalização nos principais
Visibilidade e linhas de visão claras são pontos de entrada e áreas de atividade.
um fator essencial para aumentar a percep- Certifique-se de que a sinalização é infor-
ção de segurança. A sinalização para orientar mativa, eficiente e bem iluminada;
o usuário para destinos e atividades interes-
●● Sinalizações afixadas na área do parqui-
santes também é importante. Ela deve ser
nho ou no equipamento em uso devem
simples, legível e de fácil manutenção, com
orientar os cuidadores quanto à adequada
←←Figura 53 uso de materiais resistentes ao vandalismo.
Na imagem, é possível ver a adequação de um baixio de utilização de acordo com a faixa etária.20
viaduto rodoviário para receber um espaço de convivência
com áreas ajardinadas, piso nivelado e boa iluminação.
Viaduto Matunga Flyover em Mumbai, Índia, 2018.
A
situação, enfatizando caminhos, pontos intensidades de iluminação; cerca ao redor de um parquinho ou necessariamente o uso de cercas reais.
de interesse, entradas e saídas e locais ●● Agrupe atividades noturnas de forma área de recreação é necessária como Dependendo das necessidades de um
de encontro. O espaço deve ser iluminado que sejam conectadas por rotas bem medida de segurança, pois evita que as espaço público, a vedação pode ser reali-
adequada e esteticamente, de maneira iluminadas; crianças acidentalmente se afastem e se zada com cercas vivas, por exemplo, com
uniforme, com baixa poluição luminosa. percam ou corram em direção ao trá- objetos e mobiliário urbano, ou com a
●● Forneça iluminação no perímetro para simples demarcação de terreno;
A iluminação deve ser de fácil manu- fego – além disso, um parquinho cercado
complementar a iluminação pública e
tenção e feita de materiais resistentes a pode ser trancado à noite, para dissuadir ●● Avalie de onde vem a maioria dos pedes-
garantir que o parque seja convidativo
vandalismo. Os sistemas de iluminação e prevenir o vandalismo. Mas, ao mesmo tres e como eles chegam ao parquinho
para entrar pela rua;
podem ser coordenados para fornecer um tempo, o perímetro do parquinho deve ser e posicione os portões e entradas de
senso de ordem e clareza em um parque. ●● Escolha um tipo de iluminação que visível e convidativo da rua, assim as pes- acordo;
Quanto ao desempenho e valores referen- comunique o uso do espaço público que soas estarão mais inclinadas a entrar.
está sendo iluminado: luzes altas e sem ●● A altura ideal: uma cerca com o objetivo
ciais de iluminação a NBR 5101:2018 deve
adornos para iluminar superfícies grama- de evitar que os animais de rua entrem
ser observada de acordo com as caracte-
das e luminárias mais baixas e de design ou que crianças mais novas se afastem
rísticas em questão.
atraente para trilhas e calçadas; acidentalmente pode ser mantida a uma
altura baixa. Uma cerca ao redor de um
●● Instale postes de iluminação em interva- campo onde há jogos de bola precisa ser
los frequentes nas áreas pavimentadas alta;
das principais rotas. Como regra geral,
implante de forma uniforme, pelo menos ●● Mantenha a cerca permeável, com abertu-
a cada 20 metros, postes com nível de ras frequentes a cada 50 a 80 metros;
iluminação de 20 lux. ●● Torne as entradas acolhedoras e de
●● Considere a posição das luminárias em dimensão mínima de 1,80 metro de lar-
relação à posição das árvores e outras gura. Cuidadores carregando crianças
plantas. Certifique-se de que os galhos mais novas ou empurrando um carrinho
não obstruem a luz; de bebê precisam de portões largos para
passar;
●● Certifique-se de que as áreas de lazer
estão bem iluminadas. Além disso, os ●● A cerca pode ser um elemento atraente
níveis de iluminação não devem causar para agregar valor a um espaço, podendo
brilho excessivo; ter floreiras ou treliças com trepadeiras e
bancos incorporados a ela;
●● Tenha sempre em mente que, além da
segurança, a iluminação pode agregar ●● As cercas também podem ser vistas como
valor a um local de maneiras criativas. um elemento para o desenvolvimento da
criatividade: outros usos podem ser com-
binados com cercas como oportunidades
↑↑Figura 56
de brincar e de escalar para crianças, ou
←←Figuras 54 e 55 Os elementos de cercamento devem ser visualmente
A iluminação adequada para os parques deve considerar a permeáveis, permitindo um horizonte mais livre, com arte de rua.
altura das espécies vegetais, para não gerar grandes áreas de principalmente para as crianças, e evitando
sombra. Também é desejável que haja mais pontos de iluminação criar pontos cegos de visualização dos caminhos
além dos postes – na figura acima, por exemplo, os caminhos são e das áreas de lazer, aumentando a segurança e a
destacados pelas luminárias embutidas no muro de contorno. vigilância.
E spaços públicos abertos devem ser É importante considerar outros equipa- sentar e observar as brincadeiras das crian-
acessíveis a bebês, crianças mais novas mentos que promovam brincadeiras senso- ças. Além disso, os parques são locais ideais
e seus cuidadores. Isso inclui equipamento riais e de aventura, além do uso de elemen- para os adultos se conhecerem, e bancos
de recreação adequado para a idade, locais tos naturais, como vigas de madeira, casas agrupados tornam possível o relaxamento e
confortáveis para descanso, rampas de incli- na árvore, ou uso de objetos que produzam a socialização.
nação para carrinhos etc. Da mesma forma, algum tipo de som. Crianças mais novas precisam de mais
as instalações devem permitir brincadeiras Outro ponto a evitar são os parquinhos tempo de inatividade do que crianças maio-
sensoriais e de aventura para o desenvolvi- enfadonhos, resultado de uma excessiva res e por isso precisam descansar entre as
mento geral da criança, e serem acessíveis abordagem de aversão ao risco.25 Equilibre a brincadeiras. Considere bancos de altura
a todas as crianças, incluindo aquelas com segurança com elementos e desenhos que mais baixa e mais largos do que o normal
algum tipo de deficiência. permitam que as crianças corram, escalem e para que crianças pequenas possam se dei-
descubram. tar e engatinhar de forma segura sobre eles.
Mobiliário urbano vandalizado ou danifi-
cado por falta de manutenção faz com que
Figura 63 →
Prefira brinquedos de mate-
um parque ou espaço aberto pareça negli-
riais naturais, que oferecem genciado. Escolha itens de mobiliário urbano
experiências sensoriais mais
de fácil manutenção, robustos e à prova de
relevantes para os BCCs.
vandalismo.
AO PROJETAR ELEMENTOS DE Cuidadores e crianças mais novas pas-
PARQUINHOS, CONSIDERE: sam mais tempo em um parque do que em
uma rua. Eles podem ficar com sede ou com
SUGESTÕES PARA PLAYGROUNDS DE 75 M² 24 ●● Combine-os com o revestimento de fome. Considere onde e como crianças e
piso adequado: macio, elástico, bor- cuidadores podem fazer pequenas refeições
racha artificial, areia, cortiça etc; ao ar livre de forma confortável, preferen-
●● Verifique cuidadosamente os regu- cialmente em um local sombreado, seguro
lamentos de segurança; e próximo a uma fonte de água potável para
que possam higienizar as mãos antes e
●● Incluir equipamentos que promo-
Espaço para Engatinhar depois da refeição.
sentar e escalar vam brincadeiras sensoriais e de
Espaço para sentar aventura, especialmente para crian-
Escorregar e se equilibrar ças com deficiência e crianças com
distúrbios de aprendizagem;
Caminhar Saltar
●● Sempre combine um mínimo de três
equipamentos com funções diferen-
Equilibrar-se Levantar-se
tes para um parquinho interessante
e funcional.
O
res possam socializar entre si26; s espaços abertos precisam conside- ●● As entradas devem ter uma passagem
●● Posicione os bancos de forma que rar que as crianças têm acessibilidade livre de pelo menos 1,80 metro para per-
tenham uma visão clara da área onde limitada – estejam sozinhas ou com seus mitir que uma pessoa com carrinho de
as crianças pequenas estão brincando; cuidadores. Entradas estreitas, uma dife- bebê se mova facilmente;
rença de nível acima de 10 cm de altura, e ●● Os meios-fios devem ser rebaixados
●● Escolha bancos que possam ser
degraus são obstáculos para uma criança sempre que houver uma entrada para o
usados por cuidadores e crianças
mais nova e para um cuidador levando parque para garantir um acesso fácil e
pequenas. Os bancos devem ter pelo
um carrinho de bebê. Qualquer desnível seguro;
menos 65 cm de largura para aco-
acima de 3 cm deve conter uma rampa de
modar uma criança que se senta ●● Rampas são necessárias onde há diferen-
8,33% de inclinação máxima, conforme a
confortavelmente27; ças de nível, para garantir fácil passagem
NBR9050/2020.
●● Considere o material do mobiliário. para todas as crianças, cadeirantes e cui-
Bancadas de concreto e aço absorvem dadores com carrinhos de bebê (além de
o calor e podem ser desconfortáveis pessoas com dificuldade de locomoção,
para sentar no verão. A madeira é mais
↑↑Figura 64 cadeirantes e idosos);
A união entre um espaço para sentar com um elemento de
confortável, porém requer manutenção aproximação com a água é um convite a brincadeiras e ●● As entradas devem se conectar direta-
constante; ao descanso. mente a uma calçada contínua dentro do
●● Além dos bancos, pense em como parque, pavimentada com material ade-
uma bebida ou um lanche podem ser quado para carrinhos de bebê;
consumidos no parquinho. Considere ●● Deve haver uma provisão de aberturas
colocar mesas de piquenique em uma maiores nas entradas para um grupo de
área adjacente, com uma fonte de água ↓↓Figura 66 15 a 20 crianças entrarem juntas, quando
potável e para higienização das mãos; Nesse exemplo, rampa e escada para vencer necessário.
o desnível se unem para criar um ambiente
●● Instale lixeiras perto, mas não imedia- de espacialidade diferenciada.
tamente junto dos bancos, para evi-
tar mau odor ou insetos nas áreas de
descanso;
●● Posicione os bancos em áreas som-
breadas considerando a posição do
sombreamento em vários períodos do
dia, mas principalmente nos horários
de calor mais intenso.
↑↑Figura 65
Um banco pode oferecer diversas combinações de
aproveitamento: sentar ou deitar sozinho, brincadeiras
de equilíbrio para as crianças ou um convite para uma
reunião em grupo.
O
autismo; s BCCs são especialmente vulneráveis à falta
●● Acesso eficiente para cami-
de banheiros dentro e ao redor dos parques.
nhar com carrinhos de bebê até
Crianças mais novas frequentemente precisam de
bebedouros de água potável e
água potável enquanto estão engajadas em ativi-
banheiros;
dades de alta energia no parque. Seus cuidadores
também. Assim, é necessário ter bebedouros de ●● A manutenção das instala-
água potável em todos os parques, que também ções é tão importante quanto
possam ser acessados de forma independente instalá-las;
pelas crianças. ●● O fornecimento de banheiros
só deve ser realizado se há um
programa claro de manuten-
ção; caso contrário, a instalação
afasta as pessoas, em vez de
atrair;
●● Devem ser disponibilizados
fraldários com plataformas
seguras e limpas, e com acesso
tanto para homens quanto para
↑↑Figura 71
mulheres.
↑↑Figura 72
Brinquedos inclusivos podem ser facilmente integrados aos espaços públicos.
Oferecer sanitários e bebedouros é parte da infraestrutura
mínima dos espaços públicos.
CONSIDERE O SEGUINTE:
↑↑Figuras 73, 74 e 75
Espaços que oferecem abrigo de ventos mais fortes,
chuva ou sol intenso em conjunto com infraestrutura
sanitária são desejáveis para promover o bem-
estar dos BCCs e incentivar a amamentação.
Figura 76 →
Brincadeiras com água são um atrativo
para crianças e adultos, incentivando-os
a utilizar o espaço público, e são
ótimas em dias de muito calor.
100 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 101
INDICADORES
Equipamentos e
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS URBANOS
serviços urbanos
N o Brasil, a provisão e a gestão ade-
quadas dos serviços públicos em um
bairro são tão relevantes quanto o seu
aspecto físico.
A falta de infraestrutura de coleta de
No. Indicador Objetivo Descrição do indicador Categoria
água pluvial, por exemplo, produz empo-
Sanitários e çamento e alagamento que se tornam
27
bebedouros
Percentual de parques com banheiros públicos e bebedouros. ★★★
criadouros de doenças transmitidas por
População com mosquitos, como a dengue e chikungunya,
28 acesso à água Percentual da população servida com água potável. ★★★★ doenças virais debilitantes, ainda mais
potável
para as crianças. A destinação inadequada
População com dos resíduos, além de amplificar doenças
29 acesso à coleta Percentual da população com coleta de lixo. ★★★ e a presença de agentes transmissores de
de lixo
doenças, pode acarretar em problemas
relacionados ao desenvolvimento físico e
intelectual infantis.
Objetivos BAPI: Acessível | Seguro | Verde e livre | Inclusivo | Lúdico A má gestão de resíduos urbanos (lixo
Categoria: ★★★★ Prioritário | ★★★ Relevante | ★★ Importante | ★ Apoio orgânico e recicláveis, além dos hospi-
talares e industriais, em conjunto com
os efluentes, esgotos e águas servidas)
aumenta a poluição urbana, diminui a
qualidade do ar e pode ser fonte de doen-
ças, especialmente em áreas vulneráveis.
As concessionárias para recolhimentos
↑↑Figura 77 dos resíduos precisam de provisão ade-
Educação ambiental começa cedo: é importante qualificar
quada e gerenciamento constante. Cons-
a formação das crianças como cidadãs transformadoras de
realidades. truir confiança é fundamental em ambos
os sentidos, tanto a partir do sistema
de gestão quanto pelos residentes para
usar o serviço adequadamente. O novo
Marco Legal do Saneamento Básico (Lei
Federal nº 14.026, de 15 de julho de 2020)
foi formulado de modo a obter resulta-
dos melhores para a universalização dos
serviços e objetiva também uniformi-
zar regras, definir padrões da atividade
regulatória e da formulação de políticas
públicas, bem como aumentar a com-
petição, sendo obrigatória a abertura de
licitação para a concessão do serviço
102 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 103
GERENCIAMENTO E COLETA
DE ÁGUAS PLUVIAIS
Lixão
Matéria prima Aterro
Outros materiais PLANO NACIONAL DE Incineração
RESÍDUOS SÓLIDOS Compostagem
104 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 105
MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS CONSIDERE AS SEGUINTES ETAPAS FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEL PARA INSTALAÇÃO DE ENERGIA
COMO PARTE DE GESTÃO DE RESÍDUOS RENOVÁVEL NO BAIRRO, CONSIDERE:
E H
stabelecer um sistema de gestão de resí- SÓLIDOS SAUDÁVEL E RESPONSÁVEL: á dois principais benefícios para o uso de
duos eficiente é um dos primeiros passos fontes de energia renovável (FER) em BAPIs: ●● Utilize tecnologia barata, o que inclui
para criar bairros saudáveis. O sistema de ges- ●● Disponibilize lixeiras perto de bancos, O primeiro é ser uma ótima opção em luga- não apenas o preço de compra do
tão deve destinar os resíduos de forma siste- pontos de descanso e ao longo das vias res ou situações que normalmente sofrem com equipamento, mas principalmente o
matizada, regulamentada e confiável para os de pedestres mais utilizadas no bairro; a falta de energia vinda de sistemas tradicionais. custo de manutenção, que pode ser
moradores. ●● Forneça lixeiras adequadas em áreas Iluminação de espaço público, sensores inteli- uma despesa contínua e pesada para
de lazer, parques, praças e outras gentes e sistemas de resfriamento e de som- as comunidades locais;
áreas onde as pessoas se reúnem; breamento podem ser alimentados facilmente ●● Iluminação de espaço público, senso-
com um custo que se reduz ano após ano, res e aplicativos inteligentes ou siste-
●● Escolha lixeiras que as crianças tam-
tornando a energia renovável uma tecnologia mas de resfriamento e sombreamento
bém possam alcançar;
acessível. Esses sistemas têm sido usados em podem ser alimentados por FER com
●● Recolha o lixo periodicamente, e projetos ao redor do mundo com sucesso, espe- muita facilidade;
observe se há áreas que necessitem cialmente em países em desenvolvimento.
de mais frequência de recolhimento do ●● Encontre maneiras criativas de incor-
O segundo benefício é o papel educativo que
que outras; porar fontes renováveis de energia. O
podem ter, principalmente entre os jovens. A
resultado sempre pode ser lúdico e não
●● Preveja manutenção constante das consciência ambiental que a energia renovável
apenas técnico;
lixeiras e substituição das que estão desperta é o investimento mais importante para
quebradas; o futuro de uma sociedade com um enorme ●● Sempre siga as regras de segurança ao
impacto nas próximas gerações. implementar a FER para evitar aciden-
●● Use símbolos nas lixeiras para indicar tes com crianças;
que tipo de lixo deve ser descartado
em diferentes lixeiras; ●● Pense com sabedoria ao usar FER de
acordo com cada tipo de clima.
●● Informe os moradores de uma vizi-
nhança sobre a importância do des-
carte adequado de resíduos. Incentive
os residentes a fazerem compostagem
dos resíduos de cozinha;
●● Organize a coleta de resíduos compos- Para saber mais:
táveis domésticos e biodegradáveis em Guia para uso eficiente de energia na ilumi-
áreas abertas para compostagem em nação das ruas (em inglês) – Usaid India
106 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 107
Infraestruturas COMO ABORDAR PROJETOS DE
EQUIPAMENTOS PÚBLICOS
sociais
←←Figura 81
Crianças tocam
A lém dos espaços abertos, as crianças
também frequentam outros destinos
dentro de um bairro: o mercado acompa-
instrumentos na
instalação em nhando seu cuidador, por exemplo, além
espaço público de creches e centros de saúde. Esses
do artista Jim
Brenner, no
equipamentos públicos também precisam
Mt. Greenwoord ser projetados tendo em mente as neces-
Park, Chicago, sidades da primeira infância.
Estados Unidos.
Cada bairro, quando planejado, deve
oferecer amenidades básicas de acordo
com as diretrizes e normas estabelecidas
←←Figura 82 pelo sistema de governança. Estas são, na
Espaços cobertos maioria das vezes, as soluções mínimas
em áreas abertas
incentivam encon-
possíveis. É importante notar que ameni-
tros e construção dades como compras diárias, cuidados de
de laços, como saúde, equipamentos culturais e utilitá-
reuniões para
exercícios em con-
rios como banheiros são os espaços mais
junto ou debates. frequentados em um bairro. Pais, mães
e cuidadores geralmente realizam esses
percursos diários com pouca ou nenhuma
assistência. Portanto, é necessário pro-
←←Figura 83
A proximidade
jetar o acesso a tais destinos para serem
com a natureza e compatíveis com os BCCs.
ambientes verdes As regras gerais neste sentido são:
alivia o estresse
e tem impacto
bons acessos, uma gama interessante de
positivo no desen- usos compartilhado, um ambiente que
volvimento geral estimule a imaginação, um espaço tran-
das crianças.
quilo e amigável para os cuidadores. Se
os cuidadores também aproveitarem seu
tempo ao ar livre, serão incentivados a
sair mais de casa com as crianças mais
novas, o que, por sua vez, lhes dará mais
tempo para brincadeiras ao ar livre e
←←Figura 84 oportunidades de aprender e se divertir.
Espaços abertos que permitam a criação de
atividades ao ar livre, reunindo grupos, são
um incentivo para o uso da cidade e para a
socialização das crianças e cuidadores.
108 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 109
INTERFACE COM EQUIPAMENTOS CULTURAIS
EDIFÍCIOS PÚBLICOS
←←Figura 85
Bancos de espera E difícios públicos podem criar e manter
espaços cobertos na frente de suas
A s crianças precisam ter acesso a equi-
pamentos culturais desde cedo para
maximizar seu desenvolvimento: a música ou
na área coberta da
entradas para oferecer aos cuidadores o teatro ajudam as crianças a aprender sobre
escola garantem
conforto aos
alguns lugares para sentar. A vantagem o mundo enquanto também se divertem.
cuidadores. dessas áreas é que são sombreadas e sob Os espaços ao ar livre, especialmente nas
supervisão, o que as torna seguras. Esses cidades com clima ameno, são ideais para a
espaços podem ser combinados com implantação de locais especialmente conce-
outros usos interessantes, como peque- bidos para facilitar as atividades culturais.
nas barracas de comida ou atividades de
recreação. Além disso, áreas verdes junto
←←Figura 86 a edifícios residenciais também são uma
Pinturas lúdicas
possibilidades de descanso para um tran-
que compõem as
brincadeiras das
seunte em um contexto mais informal.
crianças podem
ser feitas nos
muros da escola.
↑↑Figura 89
Exemplo de um teatro ao ar livre construído para receber
atividades culturais para o público infantil.
←←Figura 87
Amarelinhas pin-
tadas na calçada,
em frente a um
edifício público,
são uma forma de
criar brincadeiras AO PROJETAR ESPAÇOS OS ESPAÇOS AO AR LIVRE PODEM
na calçada de EXTERNOS DE EDIFÍCIOS SER PLANEJADOS PENSANDO EM
forma rápida e
com custo baixo.
PÚBLICOS, CONSIDERE: ATIVIDADES CULTURAIS COMO:
110 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 111
UTILIZE OS RECURSOS DAS AO UTILIZAR AS INSTALAÇÕES DAS ESCOLAS CRECHES E CENTROS DE
ESCOLAS EM HORÁRIOS COMO ESPAÇOS DE ENCONTRO, CONSIDERE: EDUCAÇÃO INFANTIL
EM QUE NÃO HÁ AULA
C
●● Trabalhar com administradores, conselhos reches e centros de educação infantil
M uitos bairros podem não ter espaços escolares e autoridades para que a escola para bebês e crianças mais novas devem
abertos adequados para crianças esteja aberta fora do horário escolar para ser bem planejados e oferecer um ambiente
mais novas. Nestes casos, uma opção atividades físicas da comunidade; estimulante ao desenvolvimento da primei-
são as escolas com espaços internos e ●● Enviar folhetos para a casa dos alunos ríssima infância. Precisam também criar uma
externos, que podem abrir suas instala- com atividades, publicar anúncios nos sensação de bem-estar e propósito para os
ções fora do horário escolar para fornecer jornais locais e alertar a mídia para notifi- BCCs e suas famílias.
um espaço seguro às crianças, às suas car a comunidade sobre a disponibilidade
famílias e à comunidade do entorno. Algu- de instalações escolares e os próximos
mas escolas de tempo integral, além dos programas;
territórios CEU 30, em São Paulo, e o Com-
●● Certificar-se de que a iluminação, tanto
paz 31, em Recife, exercem um papel social
natural quanto artificial, é adequada e que
fundamental na formação das crianças.
a escola possua mobiliário específico para
os BCCs;
●● A área de recreação dedicada para crian-
ças de zero a três anos deve ser projetada
como parte do pátio escolar aberto e
acessível.
↓↓Figura 90
Abrir os equipamentos de recreação e
infraestrutura básica de escolas no
contraturno escolar é fundamental para ampliar
a sociabilidade saudável das crianças.
112 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 113
CONSIDERE O SEGUINTE: ELEMENTOS FUNDAMENTAIS CRECHES E CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
PARA OS BCCS:
●● Tetos, paredes e luzes precisam ser agrada-
velmente coordenados. Evite cores fortes, ●● Calçadas pavimentadas
padrões e lâmpadas sem proteção com ele- contínuas
mento translúcido; ●● Áreas abertas 1
●● Áreas para brincar, trocar fraldas, alimentar e ●● Pisos emborrachados ou com 10
dormir devem ser instaladas para maximizar 2
materiais macios
o contato entre o cuidador e o bebê. Essas
áreas devem permitir que a interação seja ●● Áreas verdes naturais
3
tranquila e sem pressa; ●● Sombreamento
●● As áreas de recreação para crianças que já ●● Bancos com encosto, locais de 5
engatinham ou andam devem ser separadas apoio e de descanso 4
daquelas para bebês que ainda não enga- ●● Instalações sanitárias
tinham. Ao começar a se movimentar, as
crianças mais novas precisam de espaço inin- ●● Sem estacionamento adjacente à
terrupto suficiente para explorar e descobrir; entrada
●● A área de atividade ao ar livre deve ser cer- 3. Equipamentos e brinquedos adequados 8. Acesso separado para a edificação da cre-
cada por uma barreira (cerca, parede ou edi- para a primeiríssima infância che e outra para a área de brincar, pos-
ficação) de pelo menos 1,50 metro de altura; sibilitando uma maior gama de horários
4. Pavimento adequado para carinhos de para uso da comunidade
●● A área de atividades ao ar livre deve ter bebê
alguma parte bem sombreada; 9. Área de espera segredada do espaço de
Para saber mais: 5. Iluminação adequada brincar
●● As instalações devem ser equipadas com ProInfância – Fundo Nacional para o
6. Misturar áreas próximas com diferen- 10. Diversidade de arborização e vegetação
áreas para troca de fraldas, alimentação Desenvolvimento da Educação (FNDE)
tes materiais e texturas e incluir pisos que possibilite a interação e descoberta
e zona de dormir. É preciso também ter Manual de boas práticas para
atendimento na educação infantil, emborrachados ou com materiais macios pelas crianças
espaço para preparação e armazenamento de
Prefeitura de Jundiaí
alimentos.
114 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 115
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE AÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA A VENDEDORES AMBULANTES AO PROJETAR QUIOSQUES E
QUALIFICAÇÃO DO ENTORNO DAS UBSS: E QUIOSQUES BARRAQUINHAS DE COMIDA,
A
postos de saúde, como são popularmente ●● Proximidade aos terminais de trans- lém de viver em cidades saudáveis, as
chamados, são um equipamento público muito porte ou das paradas de ônibus, sendo crianças e seus cuidadores precisam ter ●● Fornecedores, quiosques e provedores
importante, especialmente no desenvolvimento que os abrigos dos pontos e terminais acesso fácil à água potável e a alimentos saudá- de serviços locais não devem bloquear
da primeira infância. Esses espaços recebem a devem ser ampliados para suportar um veis. Nem sempre é possível ter quitandas, mer- o domínio público. As instalações
visita frequente de crianças com seus cuida- número grande de pessoas; cearias ou mercados com alimentos in natura devem estar dentro de áreas desig-
dores e devem ser equipamentos âncoras no ●● Devem estar localizadas nas áreas perto de todas as crianças. nadas, deixando uma largura clara de
bairro. A municipalização da saúde no Brasil onde há maior densidade de pessoas Uma opção para resolver esse problema é movimento de 1,80 metro ao seu redor;
estabelecida pela Lei Federal nº 8080/1990 que residindo; projetar pontos dentro do bairro onde barra- ●● Quiosques temporários de comida
criou o Sistema Único de Saúde (SUS), com- quinhas temporárias com venda de alimentos podem ser projetados para se ajustar
●● É recomendado que haja praças ou
pletou 30 anos em 2020. Em sua trajetória de prontos ou in natura podem funcionar sem com precisão às dimensões de uma
parques no entorno imediato, onde um
imensos desafios, sejam eles de financiamento impactar outras questões urbanas, como trá- vaga de estacionamento, incluindo a
grupo de BCC possa esperar caso seu
ou de gestão, o SUS consagrou-se como um fego de carros ou pedestres. Também podem área necessária para os clientes espe-
irmão mais velho ou mais novo esteja
dos maiores sistemas públicos de saúde do ser definidos locais específicos para barraqui- rarem ou comerem;
precisando de atendimento. Assim, a
mundo e garante atendimento universal a toda a nhas de comidas saudáveis em dias e horários
criança não permanece em ambiente ●● Considere os locais mais adequados
população. controlados dentro de espaços públicos – ao
ambulatorial sem necessidade; nos espaços públicos para vendedo-
Como ponto inicial de atenção primária lado ou dentro de um parque, por exemplo.
●● Intervenções nas ruas do entorno ime- res de alimentos – por exemplo, perto
desse complexo sistema, as UBSs são de total
diato criam rotas seguras e são medi- de parquinhos, escolas ou postos de
prioridade para garantir o desenvolvimento
das que contribuem não somente para saúde;
adequado da primeira infância. De responsabili-
dade do planejamento municipal, a localização a mobilidade dos BCCs mas para toda a ●● Projete locais de descanso para os
de suas unidades, bem como a qualificação do sociedade. cuidadores junto aos quiosques de
entorno são fatores que contribuem fortemente comida.
para o bem-estar dos BCCs.
Desde 2011, existe um programa federal, o
Requalifica UBS, que contém estratégias de
adequação arquitetônica para qualificar as Uni-
dades Básicas de Saúde e facilitar as práticas
médicas e de cuidado.
←←Figura 97
Pontos temporários de serviços, como
barraquinhas de alimentos, estimulam os
cuidadores a ficar no espaço público por
mais tempo. É importante sempre levar em
Para saber mais: conta um espaço livre de pelo menos 1,80
metros para o trânsito de pedestres.
Requalifica UBS – Ministério da Saúde
↑↑Figura 96
UBS típica, com jogos de calçada em seu entorno e
gradil vazado para possibilitar a vigilância passiva.
116 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 117
SERVIÇOS LOCAIS NAS ÁREAS DE SERVIÇOS SERVIÇOS LOCAIS PRÓXIMOS A ÁREAS DE LAZER
LOCAIS, CONSIDERE:
118 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 119
PROGRAMA DE ARTE URBANA AO PROGRAMAR A ARTE PÚBLICA
EM UM BAIRRO, CONSIDERE:
Figura 99 →
Oficinas participativas com crianças para
desenhar um parque local são uma forma de ←←Figura 102
escutar suas demandas e incentivar sua Locais com pinturas lúdicas podem se
participação na construção das cidades. transformar em locais de encontro.
120 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 121
BANHEIROS E BEBEDOUROS PARADAS DE ÔNIBUS
EM ESPAÇOS PÚBLICOS
↑↑Figura 107
Abrigos fechados em países tropicais devem conter
climatização.
122 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 123
Diretrizes
SEGURO
ACESSÍVEL INCLUSIVO
classificadas
●● Ciclofaixas · 70 ●● Equipamentos para ●● Fechamento temporário de ruas · 56
●● Diferentes tipos de estacionamento · 60 recreação infantil · 92 ●● Recreação temporária · 55
LÚDICO
124 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 125
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Crédito: Mmcite Group p. 15 Figura 32 Reprodução de What Moms Love p. 53 Figura 66 Reprodução de BDP.com p. 95 Figura 101 Crédito: Radhika Mathur p. 121
Figura 2 Crédito: Mmcite Group p. 15 Figura 33 Reprodução de Landscape India p. 53 Figura 67 Crédito: Michio Noguchi p. 96 Figura 102 Divulgação St+Art India Foundation p. 121
Figura 3 Crédito: Michel Corvelo p. 17 Figura 34 Reprodução de BDP.com p. 54 Figura 68 Crédito: Andrezza Mariot/Semuc/PMBV p. 96 Figura 103 Crédito: Franck Fleury p. 122
Figura 4 Reprodução de ITCN Design Guidelines, FBVL e Figura 35 Reprodução de Architizer p. 55 Figura 69 Delhi Street Art/New Delhi Municipal Corporation Figura 104 Crédito: Radhika Mathur p. 122
Ministério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia p. 19 (NDMC). Reprodução de The Better India p. 96 Figura 105 Crédito: Manisha Bhartia p. 123
Figura 36 Cortesia da Casa de la Infancia p. 56
Figura 5 Crédito: Radhika Mathur p. 22 Figura 70 Divulgação Base p. 97 Figura 106 Reprodução de ITCN Design Guidelines, FBVL e
Figura 37 Crédito: Edson Alves p. 56
Figura 6 Crédito: Navanil C. p. 22 Figura 71 Crédito: Fernando Teixeira/PMBV p. 98 Ministério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia p. 123
Figura 38 Crédito: Dieny Portinanni/Unsplash p. 59
Figura 7 Crédito: Navanil C. p. 22 Figura 72 Shutterstock p. 99 Figura 107 Crédito: Andrezza Mariot p. 123
Figura 39 ITDP p. 60
Figura 8 Crédito: confusedparent.in p. 27 Figura 73 Crédito: Radhika Mathur p. 100
Figura 40 ITDP p. 60
Figura 9 Crédito: Fernando Teixeira/PMBV/Semuc p. 34 Figura 74 Crédito: PMBV – Prefeitura Municipal de Boa Vista Todos os diagramas foram adaptados pela equipe do Coletivo
Figura 41 Reprodução de Healthy Streets p. 60
p. 100 Oitentaedois com base no ITCN Design Guidelines (FBVL e
Figura 10 Crédito: Ceescamel (licença creative commons)
Figura 42 Johnston Architects p. 63 Ministério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia) e no Guia
p. 34 Figura 75 Crédito: Claudia Ferreira/PMBV p. 100
Figura 43 Reprodução de BDP.com p. 63 global de desenho de ruas (Nacto-GDCI)
Figura 11 Reprodução de ITCN Design Guidelines, FBVL e Figura 76 Prefeitura de Jundiaí p. 100
Ministério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia p. 35 Figura 44 Reprodução de ITCN Design Guidelines, FBVL e
Figura 77 Crédito: Ariel Skelley/Getty Image p. 103
Ministério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia p. 63
Figura 12 ITDP p. 39 Figura 78 Reprodução de BDP.com p. 105
Figura 45 Reprodução de BDP.com p. 68
Figura 13 Reprodução de Guide to the healthy streets: indicators Figura 79 Crédito: Fabio Arantes/Prefeitura de São Paulo p. 106
delivering the healthy streets approach . Mayor of London/ Figura 46 Getty Images Europe/Get Surrey p. 70
Transport for London p. 39 Figura 80 Divulgação Sol Inc. p. 107
Figura 47 Crédito: Paul Krueger p. 70
Figura 14 ITDP p. 40 Figura 81 Chicago Public Art Group p. 109
Figura 48 Nacto p. 72
Figura 15 Reprodução de Street Plans p. 41 Figura 82 Crédito: Jackson Souza p. 109
Figura 49 Crédito: Viviane Almeida p. 74
Figura 16 Reprodução de BDP.com p. 42 Figura 83 Crédito: Radhika Mathur p. 109
Figura 50 Crédito: Manisha Bhartia p. 81
Figura 17 Reprodução de Greenews.info p. 43 Figura 84 Crédito: Mauricio Graiki/Istock p. 109
Figura 51 Crédito: Tibico Brasil p. 82
Figura 18 Crédito: Chuy Altamira/Flickr p. 44 Figura 85 Crédito: Fernando Teixeira/PMBV p. 110
Figura 52 Crédito: Brett Boardman. Reprodução de Aspect Studio
Figura 19 Reprodução de Cure For The Quiet House p. 45 p. 83 Figura 86 Crédito: Fernando Teixeira/PMBV/Semuc p. 110
Figura 20 Reprodução de Tripgully p. 46 Figura 53 Reprodução de Swatantra Bharat News p. 84 Figura 87 Crédito: Fernando Teixeira/PMBV p. 110
Figura 21 Reprodução de Jensen Architects p. 47 Figura 54 Reprodução de BDP.com p. 86 Figura 88 Arquivo Mais Vida nos Morros p. 110
Figura 22 Reprodução de ITCN Design Guidelines, FBVL e Figura 55 Reprodução de BDP.com p. 86 Figura 89 Divulgação Rangaprabhat Children’s Theatre p. 111
Ministério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia p. 48 Figura 56 Reprodução de BDP.com p. 87 Figura 90 Crédito: Andrezza Mariot p. 112
Figura 23 Crédito: Beau Lebens p. 49 Figura 57 Reprodução de ITCN Design Guidelines, FBVL e Figura 91 Arquivo Mais Vida nos Morros p. 113
Figura 24 ITDP p. 50 Ministério da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia p. 88 Figura 92 Divulgação Learning Matters p. 113
Figura 25 Reprodução de BDP.com p. 50 Figura 58 Reprodução de City Lab p. 88 Figura 93 Divulgação Learning Matters p. 113
Figura 26 Reprodução Archinect p. 51 Figura 59 Reprodução de City Lab p. 88 Figura 94 Divulgação The Learning Curve p. 113
Figura 27 Reprodução Archinect p. 51 Figura 60 Crédito: Brett Boardman. Reprodução de Aspect Studio Figura 95 Divulgação Learning Matters p. 113
p. 90
Figura 28 Reprodução de ITCN Design Guidelines, FBVL e Ministé- Figura 96 Crédito: Andrezza Mariot p. 116
rio da Habitação e Assuntos Urbanos da Índia p. 51 Figura 61 Crédito: Peter Bennetts p. 90
Figura 97 Governo do Estado de São Paulo p. 117
Figura 29 Reprodução de Oasis p. 52 Figura 62 Crédito: Tibico Brasil p. 91
Figura 98 Reprodução de BDP.com p. 118
Figura 30 Reprodução de Kid Friendly Cities p. 52 Figura 63 Reprodução de BDP.com p. 92
Figura 99 Divulgação Open Architecture Austin p. 120
Figura 31 Crédito: Yoav Peled p. 52 Figura 64 Crédito: Helene Binet p. 94
Figura 100 Crédito: Jane Rhodes p. 121
Figura 65 Crédito: Navanil C. p. 94
126 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 127
NOTAS REFERÊNCIAS
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128 BAIRROS AMIGÁVEIS À PRIMEIRA INFÂNCIA DIRETRIZES PARA DESENHO URBANO 129
FICHA TÉCNICA
Instituto de Arquitetos do Brasil, Direção Nacional (IAB/DN) Equipe do IAB Nacional para acompanhamento do Projeto
Maria Elisa Baptista (MG) – Presidente Nacional IAB / FBvL / Urban95
Rafael Pavan dos Passos (RS) – Vice-Presidente Nacional Maria Elisa Baptista – Presidente do IAB
Cláudio Listher Bahia (MG) – Secretário Geral Luiz Eduardo Sarmento – Diretor Cultural do IAB
Rosilene Guedes Souza (MG) – Diretora Administrativo-Financeiro Rômulo Alves Sales – Secretário do IAB
Conselho Fiscal – Titulares Tradução e adaptação – Stuchi & Leite Projetos e Consultoria
Maria da Conceição Alves de Guimaraens (RJ) Carlos Leite – Coordenador
Solange Araujo de Carvalho (BA) Fabiana Terenzi Stuchi
Odilo Almeida Filho (CE) Fernanda Abreu Moreira
Maria do Rocio Rosario
Conselho Fiscal – Suplentes Tales Eduardo Ferretti
Aida Paula Pontes de Aquino (PB)
Claudia Cristina Taborda Dudeque (PR) Tratamento e edição dos textos – Pistache Editorial
Rael Belli (SC) Bianca Antunes – Jornalista
Comissão Especial do Conselho Superior do IAB para Design Gráfico – Coletivo Oitentaedois
acompanhamento do Projeto IAB / FBvL / Urban95
Bruno Kim – Coordenador
Graciete Guerra da Costa – Conselheira Superior do Instituto de
Arquitetos do Brasil, Departamento de Roraima – IAB/RR Douglas Higa