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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

PÂMELA KAROLINE OLIVEIRA - 24009340


CINTIA SILVERIO DE OLIVEIRA - 24009024
MARIA EDUARDA FIDELIS - 24009251
MARYANE CARDOSO DE LIMA -24009272
RAYANNE MARIA NUNES DE SANTANA - 24009326
JOSEFA VITÓRIA RAYANNY DA SILVA FLORENCIO - 01357797

PSICOPATOLOGIA
Reforma Psiquiátrica

Olinda
2022
PÂMELA KAROLINE OLIVEIRA - 24009340
CINTIA SILVERIO DE OLIVEIRA - 24009024
MARIA EDUARDA FIDELIS - 24009251
MARYANE CARDOSO DE LIMA -24009272
RAYANNE MARIA NUNES DE SANTANA - 24009326
JOSEFA VITÓRIA RAYANNY DA SILVA FLORENCIO - 01357797

Trabalho apresentado
Ao curso de Psicologia
Como requisito para obtenção
De nota.

Professora: Alanna Figueiroa

Olinda
2022
INTRODUÇÃO

A Reforma Psiquiátrica se deu no Brasil de forma progressiva e continua em


constante evolução para sua efetiva implementação, devido a percepção da
sociedade em relação ao louco, era tida como uma manifestação demoníaca, que
precisava de uma exclusão social do indivíduo. A loucura foi definida por Pinel como
patologia, que precisava de uma medicalização e fundou os primeiros hospitais
psiquiátricos europeus, modelo que foi usado até muito recentemente no Brasil. Para
levantamento dos dados além dos textos sugeridos foram pesquisados também
artigos científicos nacionais nas bases de dados Scielo, Pepsic e Scholar Google
(Google Acadêmico).
DESENVOLVIMENTO

No Brasil, podemos dizer que a reforma psiquiátrica é bem sucedida, através de


ações efetivas podemos constatar a evolução no tratamento das pessoas com em
sofrimento psíquico, mesmo que ainda recente, estamos diante de grandes
mudanças no sistema de tratamento da loucura. Nas décadas de 1940 e 1950 houve
grande expansão de hospitais públicos em diversos estados brasileiros, devido a
uma autorização através do decreto-lei 8.555, que autorizava o SNDM (Serviço
Nacional de Doenças Mentais) a realizar convênios com os governos estaduais para
construir hospitais psiquiátricos.
Partindo da premissa da garantia de direitos e o reconhecimento da cidadania das
pessoas com transtornos mentais e também das péssimas condições de trabalho
dos trabalhadores da saúde mental no Brasil, foi deflagrada a Reforma Psiquiátrica,
após inúmeras denúncias relacionadas aos maus tratos, mortes sem explicação
entre outros fatores.
Mesmo a Reforma Psiquiátrica tendo seu início em 1978 e a criação dos primeiros
CAPS em 1980, é somente em 2001 que as políticas de saúde pública começam a
tomar forma e se constituir, através da aprovação da lei n° 10.216, mais conhecida
como lei Paulo Delgado, que ficou em tramitação durante 12 anos. A expansão dos
CAPS tem início no ano de 2002, fortalecendo a ampliação da rede de serviços de
atenção psicossocial com a implantação de NAPS, urgência e emergência
psiquiátrica, centro de convivência, entre outros meios para consolidar o modelo de
programas assistenciais. Foi de fundamental importância a criação de um programa
ligado a reinserção do indivíduo que tinha um longo histórico de internações
psiquiátricas na sociedade, visando garantir o reconhecimento de sua cidadania, o
De volta para casa, que consiste em um pagamento mensal de um auxílio pago aos
seus beneficiários, contudo há grandes dificuldades para sua definitiva
implementação, pois muitos desses usuários muitas vezes não tem o mínimo de
documentação.
Apesar da adoção de todas essas medidas, a consolidação da reforma
psiquiátrica e do amplo debate sob as deficiências mentais, ainda há estereótipos de
que esses indivíduos representam perigo a sociedade de alguma forma, com isso
estes podem sofrer diversos tipos de exclusão e sofrer um processo de mendigação
devido a dificuldades encontradas em ser inserido no mercado de trabalho.
Convivemos diariamente com a marginalização de pessoas que sofrem de
transtornos mentais, pessoas estas que são tratadas com resíduos de uma
sociedade. A partir desta perspectiva ao assistirmos o documentário Estamira, nos
deparamos com uma realidade não tão distante, apenas excluída do olhar da
sociedade e somos convidados a nos chocar com as dores da trajetória social da
pessoa com deficiência mental como ser individual e social, ao ter os direitos mais
básicos negados. Mesmo com todas as dificuldades, que assistimos perplexos às
cenas e a história com tantos episódios traumáticos e penosos. Em seu discurso
intrigante, que nos faz querer dar sentido às suas palavras e entender o contexto de
seu sofrimento, sua dor e raiva, ela nos revela um misto de loucura e sabedoria, em
uma de suas falas ela nos traz uma colocação bem pertinente ao afirmar que quer
desmascarar o “Trocadilo”.

“O Trocadilo fez de uma tal forma que quanto menos a pessoa têm, mais eles
menospreza, mais jogam fora”.
O que seria o “Trocadilo”? Seria a sociedade, que discrimina, segrega e exclui,
não só os loucos, mas também as pessoas que vivem em camadas mais baixas da
sociedade?
Ao nos debruçarmos sob a história de Estamira identificamos diversos pontos que
influenciaram para o estado de anormalidade ao qual se encontra no momento da
gravação do documentário. No decorrer do documentário sabemos que a mãe de
Estamira também sofria de transtornos mentais, que foi internada (muito
provavelmente em um hospital psiquiátrico) e verbaliza que a mãe dela era
igualzinha a ela, pelo fato de também ouvir vozes, porém tinha uma diferença que
ela não se deixava influenciar pelas vozes e por ela ter em partes ciência de sua
condição, ao contrário de sua mãe, ela também tinha uma família dentro do padrão
de normalidade, porém após traições de seus ex-maridos, em especial o italiano a
quem declara amor, porém o coloca como “sujo que nem um porco” começa a ter
episódios de alucinações ligados a situações emocionais afetivas, que
gradativamente vão se tornando mais agudas. Em sua vivência marcada por
traumas e aversões talvez ligadas a tais acontecimentos, em um dado momento sua
filha conta que ela sofreu dois estupros, de forma que antes ainda mantinha sua
lucidez e sua fé mesmo diante das situações nada fáceis, em um deles seu algoz ao
ouvir seu pedido de socorro a Deus, rechaçam e menosprezam sua fé e afirma “que
deus o quê? Esquece deus”, após este fato ao ouvir falar de um deus de amor e de
justiça demonstra grande revolta e raiva. Tendo alucinações e delírios mais intensos
e nítidos à família passando a ter grande aversão a qualquer fator religioso.
Em uma das cenas Estamira conversa ao telefone, quebrado, em outra língua ao
que parece desconhecida, durante a “conversa” demonstra uma certa agressividade,
com elevação do tom de voz e expressões faciais de raiva e descontentamento, logo
em seguida ao fim do “diálogo” demonstra uma certa calma que segue de um leve
sorriso.
CONCLUSÃO

Ser Estamira foi a saída encontrada por ela para continuar sem o deus no qual
confiava, sem o marido ao qual amava e a partir daí ser suficiente para ela e para
outros que dependiam dela. Podemos destacar que Estamira ou esta mira, da qual
segundo ela todos dependem, deseja ser o deus que a abandonou, ela ainda
menciona “eu sou ruim, mas perversa não”, ruim ao ponto de não desistir, mas não
perversa ao ponto de abandonar alguém, pois tudo depende dela.

“Ninguém pode viver sem mim, sinto orgulho e tristeza por isso”.
“Eu sou Estamira e está acabado”.

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