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1.

1 Sentença denegatória da falência

Quando o pedido de falência é julgado improcedente (decisão denegatória), se


estará diante de uma sentença da qual cabe apelação, por se tratar de decisão que
finaliza o processo. LRF, art. 100.
Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária.
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe
agravo, e da sentença que julga a improcedência
do pedido cabe apelação.

Se for verificado que o autor ajuizou o pedido de falência por dolo, ou seja, com a
intenção de prejudicar, a sentença que julgá-la improcedente irá condená-lo a
indenizar o réu (ou terceiros prejudicados) por perdas e danos, a serem apuradas em
liquidação de sentença.

Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005

Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a


falência do empresário e da sociedade empresária.

Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem


será condenado, na sentença que julgar improcedente o
pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e
danos em liquidação de sentença.
Trata-se de uma hipótese em que independe de reconvenção (pedido contraposto
feito no prazo da contestação) por parte do réu empresário, uma vez que a própria
lei lhe assegura esse direito à indenização, que pode consistir em dano emergente,
lucro cessante e/ou dano moral, temas que vamos estudar no capítulo sobre
contratos.
Quando o pedido doloso de falência causar dano a terceiro, este também poderá
reclamar indenização dos responsáveis, mas neste caso por meio de ação própria, ou
seja, ação indenizatória por perdas e danos
Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005

Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a


falência do empresário e da sociedade empresária.

Art. 101. § 2ºPor ação própria, o terceiro prejudicado


também pode reclamar indenização dos responsáveis.

1.2 Sentença declaratória de falência

Caracterizada a insolvência jurídica do empresário devedor, o juiz ao proferira


sentença decretará a falência. A sentença da falência decretará a quebra do
empresário devedor, dano início à etapa falimentar do processo de falência. Pode-se
dizer que, a sentença que decreta a falência tem natureza constitutiva. Após a
mesma ser proferida, a pessoa, os bens, os direitos e as obrigações do empresário
falido passa a se sujeitar a um regime jurídico próprio, diferentemente do regime
obrigacional a que antes da sentença se encontravam submetidos. Além dos
requisitos essenciais e genéricos de qualquer sentença, o juiz ao decretar a sentença
de falência deve estabelecer, os requisitos específicos previstos no art.99 da Lei de
Falências. O primeiro requisito, afirma que a sentença deverá contar com o
relatório, o fundamento da decisão e o dispositivo legal que a embasa, como ocorre
com qualquer sentença judicial. Pelo segundo, deverá conter a identificação do
devedor, a localização de seu estabelecimento principal e, se for o caso, a
designação dos sócios de responsabilidade ilimitada ou dos representantes legais da
sociedade falida; o termo legal da falência, se possível; a nomeação do
administrador-judicial e outros elementos indicados na lei. Além disso, o juiz pode,
na sentença que declara a falência, determinar medidas cautelares no interesse da
massa, como o sequestro de bens. O termo legal da falência é o que se chama
período suspeito. Recebe esse nome porque os atos praticados nesse tempo têm uma
presunção legal de ilegitimidade, já que era possivelmente de conhecimento do
devedor sua eventual quebra/falência. Logo, esses atos são desconsiderados, por
exemplo, uma venda de ativos. A fixação do período do termo legal da falência será
feita pelo juiz na decisão que decretar a falência do devedor. Esse período poderá
ser de até 90 dias retroagindo a partir do pedido da falência; pedido de recuperação
judicial; ou primeiro protesto válido por falta de pagamento.
Lei nº 11.101 de 09 de Fevereiro de 2005

Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a


falência do empresário e da sociedade empresária.

Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor,


dentre outras determinações:

II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por


mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de
recuperação judicial ou do 1º (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se,
para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados.

Destaca-se que o termo legal da falência sofreu aumento quanto ao seu prazo
máximo, pois, na legislação anterior, Decreto-lei n. 7.661/45, art. 14, parágrafo
único, inc. III, o prazo era de até 60 dias.
Da decisão que decreta a falência (decisão declaratória), cabe agravo, pois não é
uma sentença que termina o processo, e sim uma decisão interlocutória que abre
uma nova fase processual.

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