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DIREITO EMPRESARIAL

Lei n. 11.101/2005 - Falência, recuperação judicial e extrajudicial VII


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LEI N. 11.101/2005 - FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO JUDICIAL E


EXTRAJUDICIAL VII

Deferimento da Recuperação Judicial ou a Decretação da Falência X Arbitragem

ART. 6º – § 9º O processamento da recuperação judicial ou a decretação da falência não autoriza


o administrador judicial a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo ou sus-
pendendo a instauração de procedimento arbitral.

PEGADINHA DA BANCA
Essa questão tem alta probabilidade de incidência em prova. A banca FGV pode alterar o
texto da lei, afirmando que o processamento da recuperação judicial ou a decretação da
falência autoriza o administrador a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, mas
impede e suspende a instauração de procedimento arbitral.

Possibilidade e Vedações na Recuperação Judicial

Art. 6º-A. É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, distribuir lucros
ou dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se o infrator ao disposto no art. 168 desta Lei.
Art. 6º-C. É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros em decorrência do mero inadimple-
mento de obrigações do devedor falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as garantias reais
e fidejussórias, bem como as demais hipóteses reguladas por esta Lei.

Exemplificando, haver mero inadimplemento não implica desconsideração da personali-


dade jurídica. Isto é, o mero inadimplemento não acarreta na responsabilidade de um admi-
nistrador ou de um sócio, ressalvadas as garantias reais (imóveis) e fidejussórias (fiança).
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RELEMBRANDO
Estudamos os efeitos da decretação da falência. O primeiro efeito é a inabilitação; o segun-
do é a suspensão e a proibição (art. 6º). Estudaremos adiante mais alguns efeitos.
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Efeitos da Decretação da Falência

Art. 77, da LRF:


Art. 77. A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos
sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros, e conver-
te todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão
judicial, para todos os efeitos desta Lei.
10m Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer os seus di-
reitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na forma que esta Lei prescrever.
Art. 116. A decretação da falência suspende:
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser
entregues ao administrador judicial; II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do
valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.

Obs.: o inciso II aborda o caso em que uma sociedade vai à falência e um dos sócios, com base
no direito previsto na Constituição Federal de que ninguém é obrigado a permanecer as-
sociado, deseja retirar-se da sociedade. O artigo, entretanto, veda essa possibilidade.

Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo admi-
nistrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for
necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
§ 1º O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias,
contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se
cumpre ou não o contrato.
15m § 2º A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à
indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.
Art. 118. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar cumprimento a
contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for ne-
cessário à manutenção e preservação de seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela
qual está obrigada.

Atente-se ao fato de que o art. 117 refere-se a contratos bilaterais, enquanto o art. 118
aborda contratos unilaterais.

Sistema Recursal

Um pedido de falência só pode ser julgado procedente ou improcedente; não há pedido


parcialmente procedente.
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De igual modo, a sentença só poderá ser procedente ou improcedente. No primeiro caso,


o recurso cabível contra decisão procedente de pedido de falência será o agravo de instru-
mento (art. 100, da Lei n. 11.101/2005), o qual, como regra, não possui efeito suspensivo. No
segundo caso, o recurso é o de apelação.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Eugênio Brugger Nickerson.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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