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PARTE FINAL
DE 14 A 28 DE JUNHO DE 2016
DO TIPO E DA TIPICIDADE PENAL
vlsr 2
Fases da evolução da teoria do tipo
vlsr 3
1ª - Fase da independência
v O tipo penal tem função meramente descritiva, competindo à norma a
valoração da conduta. Por isso, uma ação pode ser típica e não ser ilícita
(contrária a norma), ante a existência de uma causa de justificação.
v O tipo, na concepção inicial de Beling, esgotava-se na descrição da
imagem externa de uma ação determinada. Beling distinguiu, dentro do
injusto objetivo, a tipicidade da antijuridicidade . Assim, a proibição era
de causar o resultado típico, e a antijuridicidade era o choque da
acusação desse resultado com a ordem jurídica, que se comprovava
com a ausência da causa justificadora.
v Aqui a função do tipo é definir delitos.
vlsr 4
2ª - Fase da razão cognoscendi da
antijuridicidade
vlsr 6
3ª - Fase da ratio essendi da antijuridicidade
vlsr 7
Continuação
vPor isso, de um modo geral, concluem os
doutrinadores que a concepção de Mayer, definindo a
tipicidade como a ratio cognoscendi da
antijuridicidade, é a que melhor se adapta ao Direito
Penal. Praticado um fato típico, presume-se antijurídico
até prova em contrário. Em tese, todo fato típico é
também antijurídico, desde que não concorra uma
causa de justificação.
vlsr 8
4ª - Fase defensiva
v Beling em 1930 reformula seu conceito inicial estabelecendo a
distinção entre tipo de delito e a figura reitora. Ao tipo de delito
correspondem todas as características internas e externas de
cada figura legal.
v Todos os delitos-tipos são puramente descritivos porque neles
ainda não se expressa a valoração jurídica que os qualifica como
antijurídicos. A figura reitora, por sua vez, como figura ideal, não
se encontra alojado nem na parte objetiva e nem na subjetiva do
delito, sendo um modelo conceitual extraído do acontecimento
externo.
vlsr 9
5ª - Fase do finalismo: tipicidade complexa
v O tipo, na visão finalista, passa a ser uma realidade complexa,
formada por uma parte objetiva – tipo objetivo -, composta pela
descrição legal, e outra parte subjetiva – tipo subjetivo -,
constituída pela vontade reitora, com dolo ou culpa,
acompanhados de quaisquer outras características subjetivas.
vlsr 10
TIPO PENAL
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Composição do tipo penal
vlsr 16
Espécies de tipo
vlsr 18
Tipo fundamental ou básico:
ü Sujeito ativo: pessoa humana.
ü Conduta: ação e omissão.
ü Dolo: voluntariedade consciente da ação.
ü Sujeito passivo: pessoa humana.
ü Resultado: evento morte.
ü Nexo de causalidade. Se tirarmos qualquer um desses
elementos, o delito de homicídio desaparecerá.
vlsr 19
Espécies de tipos
vlsr 20
Espécies de tipos
vlsr 21
Tipos abertos:
v seriam aqueles em que a tipicidade só poderia ser avaliada com
o auxílio de um outro tipo, chamado tipo de extensão ou tipo
secundário, ou de um critério de extensão. É aquele que
necessitaria, para a definição da tipicidade, do auxilio de uma
norma de extensão ou, na falta ou na insuficiência desta, de um
critério de extensão.
vlsr 24
Espécies de tipos
v Tipos dependentes: são os que não subsistem por si, mas dependem de uma
conexão com outros tipos, como ocorre na tentativa ou no concurso de
agentes.
vlsr 25
Espécies de tipos
v Tipo objetivo: o mesmo que tipo em sentido estrito.
vlsr 26
Elementos do tipo
vlsr 28
Normativos do tipo:
vlsr 29
Subjetivos do tipo:
v são os concernentes ao estado anímico ou psicológico do agente.
Há referência à intenção do agente, ao motivo desencadeante ou
outro motivo qualquer.
v Também chamados de elementos subjetivos do injusto, ou
elementos subjetivos especiais. São os que, com exclusão do dolo
genérico e da culpa, se referem a certas particularidades
psíquicas da ação.
v Situam-se além do dolo, e se referem a um motivo, a uma
tendência, ou a algum dado intelectual ou psíquico do agente.
Ex.: dolo específico, que indica um fim especial visado pelo
agente – ato libidinoso, art. 219 CP.
vlsr 30
Da mesma forma temos:
vlsr 31
Da mesma forma temos:
vlsr 32
Adequação Típica
vlsr 33
DA TIPICIDADE
vÉ a subsunção, justaposição, enquadramento,
amoldamento ou integral correspondência de uma
conduta praticada no mundo real ao modelo descritivo
constante da lei (tipo legal).
v Para que a conduta humana seja considerada crime, é
necessário que se ajuste a um tipo legal. temos, pois, de
um lado, uma conduta da vida real e, de outro, o tipo legal
de crime constante da lei penal. A tipicidade consiste na
correspondência entre ambos.
vlsr 34
DA TIPICIDADE
vO juízo de tipicidade consiste em verificar se a
conduta praticada se adéqua perfeitamente a
uma norma penal incriminadora já existente.
Essa norma penal é chamada de tipo.
vlsr 35
DA TIPICIDADE
vA tipicidade consiste no ajuste perfeito do
fato com o tipo, ou seja, na exata
correspondência do fato praticado com a
descrição legal existente. Onde não há
tipicidade não há crime.
vlsr 36
DA TIPICIDADE
vlsr 37
DA TIPICIDADE
Ø Neste crime não haverá tipicidade se a associação
reunir apenas duas ou três pessoas, vez que o tipo
exige um mínimo de quatro pessoas (mais de três).
Assim também se a finalidade for apenas a de
praticar contravenções, atos imorais ou ilícitos
administrativos, pois o tipo exige a deliberação
específica de cometer crimes.
vlsr 38
DA TIPICIDADE
vlsr 39
Adequação típica imediata
vlsr 41
Continuação...
vlsr 42
Juízo de tipicidade e ausência de Tipicidade
v Há uma operação intelectual de conexão entre a infinita
variedade de fatos possíveis da vida real e o modelo típico
descrito na lei.
v Essa operação, que consiste em analisar se determinada
conduta apresenta os requisitos que a lei exige, para qualificá-la
como infração penal, chama-se “juízo de tipicidade”. Zaffaroni
afirma que ela cumpre uma função fundamental na sistemática
penal.
v Sem ele a teoria ficaria sem base, porque a antijuridicidade
deambularia sem estabilidade e a culpabilidade perderia
sustentação pelo desmoronamento do seu objeto.
vlsr 43
Continuação....
vQuando o resultado desse juízo for positivo
significa que a conduta analisada reveste-se de
tipicidade. No entanto, a contrário sensu,
quando o juízo de tipicidade for negativo
estaremos diante de uma atipicidade da
conduta.
vlsr 44
Diferença entre tipicidade e adequação típica
vlsr 46
Fases históricas da tipicidade
vlsr 47
Fase da independência do tipo:
v O exame da tipicidade era meramente formal.
v A morte provocada por força maior era um acontecimento
típico (homicídio – matar alguém), embora o agente não
fosse responsabilizado por ele.
v Mais tarde comprovou-se que com essa limitação dos
momentos objetivos o tipo não podia cumprir sua função,
que consiste em dar a imagem reitora de um delito e indicar
sua ilicitude.Tal teoria foi superada pela finalista e pela
naturalista, hoje também ultrapassadas.
vlsr 48
Fase do caráter indiciário da ilicitude:
vlsr 49
Fase do caráter indiciário da ilicitude
vlsr 50
Fase do tipo legal como essência da ilicitude:
vlsr 51
Continuação Fases históricas da tipicidade
vlsr 52
Continuação Fases históricas da
tipicidade
vlsr 53
CONCLUSÃO
II – tentado, quando iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias a sua
vontade.
14/06/2016 VLSR 55
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Zaffaroni e Pierangeli – processo entre o desígnio criminoso (no foro intimo do agente)
e a consumação do ilícito.
14/06/2016 VLSR 56
Crime consumado
• Há perfeita adequação do fato à descrição típica.
Ação composta em 2 fases:
14/06/2016 VLSR 58
Preparação
• Atos preparatórios – seleciona os meios aptos a chegar ao resultado
pretendido. Procura o lugar apropriado, enfim, prepara-se para
ingressar na terceira fase do iter criminis.
14/06/2016 VLSR 61
Consumação
Exaurimento – consuma-se o delito, esgotando-se plenamente.
14/06/2016 VLSR 63
CONSUMAÇÃO
14/06/2016 VLSR 64
EXAURIMENTO X CONSUMAÇÃO
• - O iter criminis se encerra com a consumação. Pode-se dizer,
portanto, que o exaurimento é um plus à consumação, que não tem
o condão de alterar a situação anterior. É mera conseqüência física
ou moral do delito.
• No crime exaurido, após a consumação, outros resultados lesivos
ocorrem. O crime pode estar consumado e dele não haver
resultado todo o dano que o agente previra e visara.
Exs:
• O crime de Corrupção Passiva, que se consuma com a
solicitação, exaure-se com o recebimento da vantagem indevida;
• A Concussão (crime formal) consuma-se com a simples exigência
da vantagem indevida e exaure-se com o recebimento;
• a Extorsão mediante Seqüestro consuma-se com o arrebatamento
da vítima e exaure-se com o recebimento do resgate.
14/06/2016 VLSR 65
Da tentativa
• Dispõe o Art. 14, II, CP: Diz-se o crime tentado, quando
iniciada a execução, não se consuma, por circunstâncias alheias
à vontade do agente”.
II CP).
(parágrafo único).
14/06/2016 VLSR 66
• CONCEITO: é a realização incompleta do tipo penal (atos
executórios/ não consumação/ circunstâncias alheias)
• ORIGEM HISTÓRICA: Os romanos não chegaram a
desenvolver o instituto da tentativa. Por seu turno, o Direito
Canônico também não formulou o conceito de tentativa.
• O desenvolvimento do mencionado instituto data do século XVI,
com os Patrícios ou pós-glosadores italianos, mormente com
Próspero Farinacius, através de sua obra “Tratactus Criminalis”.
Este chamava a tentativa de “Conactus”. Ele já distinguia entre a
“conactus proximus” (atos de execução) e “conactus remotus”
(atos preparatórios). Com isso Farinacius deu as bases da doutrina
científica da tentativa.
• Essa doutrina somente foi finalizada em 1810, com o advento do
Código Penal francês que instituiu a definição de tentativa, em seu
art. 2º, a qual é adotada por quase todos os códigos atuais.
14/06/2016 VLSR 67
NATUREZA E TIPICIDADE DA TENTATIVA:
14/06/2016 VLSR 68
NATUREZA E TIPICIDADE DA
TENTATIVA:
• A tipicidade da tentativa decorre da conjugação do tipo
penal com o dispositivo que a define e prevê a sua
punição, que tem eficácia extensiva, uma vez que, por
força dele é que se amplia a proibição contida nas
normas penais incriminadoras a fatos que o agente
realiza de forma incompleta.
14/06/2016 VLSR 69
NATUREZA E TIPICIDADE DA
TENTATIVA:
• A norma contida no art. 14, II, parágrafo único, de
caráter extensivo, cria novos mandamentos proibitivos,
transformando em puníveis fatos que seriam atípicos.
• É uma regra secundária que se conjuga com a regra
principal, a norma incriminadora.
• Sem tal norma de extensão (art. 14, II), a tentativa de
furto, por exemplo, seria um fato atípico, por força do
princípio da Reserva Legal.
14/06/2016 VLSR 70
ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM CRIME TENTADO
a) conduta dolosa, isto é, que exista uma vontade livre e consciente de querer praticar
determinada infração penal.
c) e não consiga chegar à consumação do crime, por circunstâncias alheias à sua vontade.
14/06/2016 VLSR 71
Elementos que compõem a tentativa
• A tentativa é a figura truncada de um crime. Deve
possuir tudo o que caracteriza o crime, menos a
consumação.
• O art. 14, II, afirma que o crime tentado ocorre quando,
iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
• Início da execução de um crime.
agente.
14/06/2016 VLSR 72
INÍCIO DE EXECUÇÃO DA FIGURA PENAL
14/06/2016 VLSR 73
NÃO-CONSUMAÇÃO DO CRIME POR CIRCUNSTÂNCIAS
ALHEIAS À VONTADE DO AGENTE
14/06/2016 VLSR 74
Não consumação por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
14/06/2016 VLSR 75
Continuação........
14/06/2016 VLSR 76
Crime falho
14/06/2016 VLSR 77
Continuação.......
socorro médico.
14/06/2016 VLSR 78
DOLO
• O dolo da tentativa é o mesmo do delito consumado.
Quem mata age com o mesmo dolo de quem tenta
matar, mencionado no art. 14, II, como a “vontade do
agente”. É com fundamento no elemento subjetivo
que se distingue a tentativa de homicídio, que exige
ato inequívoco de matar, do crime de lesões
corporais.
14/06/2016 VLSR 79
ESPÉCIES DE TENTATIVA:
• Iniciada a fase executória, o movimento criminoso, pode:
a) interromper-se no curso da execução;
b) parar na execução completa;
c)chegar à consumação.
14/06/2016 VLSR 82
E o que é tentativa branca?
14/06/2016 VLSR 83
CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
Crimes habituais – são os delitos em que, para se chegar à
consumação, é preciso que o agente pratique, de forma
reiterada e habitual, a conduta descrita no tipo.
14/06/2016 VLSR 84
Crimes culposos – não existe tentativa nos crimes culposos, uma vez que a vontade do
agente não foi dirigida a produzir o resultado, este ocorre em razão de sua
inobservância de cuidado. Não se cogita, não se prepara e não se executa uma ação
dirigida a cometer um delito culposo.
Crimes omissivos próprios – ou o agente não faz aquilo que a lei determina e
consuma a infração, ou atua de acordo com o comando da lei e não pratica qualquer
fato típico. Ex: omissão de socorro.
Crime complexo - é quando numa mesma figura típica há fusão de dois ou mais tipos
penais.
14/06/2016 VLSR 85
No roubo a consumação exige a prática das condutas de forma unida. Se o agente usar
à violência ou à grave ameaça e não obtiver sucesso no que diz respeito á subtração da
coisa, o delito será tentado.
§ § 2º - Se o homicídio é cometido:
§ V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime
(pena de 12 a 30 anos).
14/06/2016 VLSR 86
§ Para Fragoso e Noronha – havendo uma subtração
consumada e um homicídio tentado, resolve-se pela
tentativa de latrocínio.
14/06/2016 VLSR 87
PUNIBILIDADE DA TENTATIVA
14/06/2016 VLSR 88
PENA → Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços (parágrafo único do art.14).
14/06/2016 VLSR 89
CAUSAS EXCLUDENTES
• Tentativa abandonada
• 1. Desistência Voluntária
• 2. Arrependimento Eficaz
14/06/2016 VLSR 90
NATUREZA JURÍDICA:
14/06/2016 VLSR 91
Desistência voluntária e
Arrependimento eficaz
14/06/2016 VLSR 92
Desistência voluntária
14/06/2016 VLSR 93
Continuação.........
14/06/2016 VLSR 94
§ DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
14/06/2016 VLSR 96
§ Ex: logo após anunciar o assalto, o agente escuta um barulho
parecido com uma sirene utilizada em carros policiais e,
imaginando que será preso, coloca-se em fuga.
14/06/2016 VLSR 98
Arrependimento eficaz
§ ARREPENDIMENTO EFICAZ – quando o agente,
depois de esgotar todos os meios de que dispunha para
chegar à consumação da infração penal, arrepende-se e
atua em sentido contrário, evitando a produção do
resultado inicialmente por ele pretendido.
14/06/2016 VLSR 99
Continuação............
• Nesse caso, o agente esgotou todos os atos executórios,
se produzisse.
leva ao hospital.
Exemplos clássicos:
- utilização de revólver sem munição ou com munição já detonada;
- aquele que querendo causar a morte de alguém por
envenenamento, substitui, equivocadamente, o veneno por açucar;
- falsificação grosseira, destinada à obtenção de vantagem ilícita;
- aquele que quer contaminar alguém com moléstia grave de que
não é portador.
14/06/2016 VLSR 116
2. Absoluta impropriedade do objeto –
concreto.
14/06/2016 VLSR 120
São dois os pressupostos para a ocorrência do
conflito aparente de normas:
• Princípio da especialidade:
• Subsidiariedade.
• Consunção ou Absorção.
VLSR 126
Teoria do dolo
• A intervenção do DP começa e termina com o início e fim da
vontade humana, fora dela há somente a responsabilidade objetiva,
ou seja, responsabilização do sujeito por fatos estranhos a sua
vontade, puramente causais.
• Só as ações humanas exteriorizadas e lesivas ao bem jurídico
(princípio da lesividade) podem ser objeto de repressão penal – por
isso não são puníveis ações meramente imorais ou a simples
cogitação para delinquir (cogitationis poenam nemo patitur).
Teoria do dolo
• Com a teoria final da ação, passou-se a adotar um conceito mais
restrito de dolo, porque embora o deslocasse da culpabilidade
para a tipicidade, o destacaria da consciência da ilicitude,
adotando, assim, um conceito natural de dolo, por isso que o
conhecimento do caráter ilícito do comportamento segue
pertencendo à culpabilidade.
Teoria do dolo
• Assim, segundo Welzel, o dolo (de tipo) “é só a vontade de ação
orientada à realização do tipo de delito”, ou seja, “dolo é o saber e
querer a realização do tipo”. Por conseqüência, “a consciência da
antijuridicidade da ação não pertence ao dolo de tipo, senão que é
um momento da culpabilidade”.
• Ex.: age com dolo um estrangeiro holandês que traz de seu país
pequena quantidade de droga para uso pessoal, ainda quando
convencido (de boa-fé) de que o que faz é permitido aqui. Isso
porque, segundo o finalismo, o dolo requer apenas o conhecimento
dos elementos objetivos do tipo, não o da sua proibição, que
pertence à culpabilidade. Este é o conceito adotado pelo CP no art.
18, I e 21.
Teoria do dolo
• Ex.: no homicídio, deve saber que mata outra pessoa; no furto, que
se apodera de coisa alheia móvel. Portanto, não há dolo de
homicídio se o autor supõe que abate um animal; não há furto se
imagina ser sua a coisa.
CONCEITO DE DOLO
• Art. 18, I do CP: o crime é doloso quando o agente quis o resultado
ou assumiu o risco de produzí-lo.
VLSR 131
Conceito atual de dolo:
derivar o resultado.
VLSR 135
RESUMINDO:Elementos do dolo
concretizá-la.
VLSR 136
RESUMINDO:Elementos do dolo
VLSR 137
Abrangência:
• A consciência do autor deve referir-se a todos os componentes
do tipo, prevendo ele os dados essenciais dos elementos dos
típicos futuros, em especial o resultado e o processo causal.
VLSR 138
Fases da conduta
• Fase interna: opera-se no pensamento do autor. Caso não passe
VLSR 139
Cont....
VLSR 141
Teoria dominante no Brasil
RISCOS DE PRODUZÍ-LO.
VLSR 142
Espécies de dolo
do dolo de matar.
VLSR 143
DOLO NATURAL
VLSR 144
Dolo normativo
• Para que haja o dolo, não basta que o agente queira realizar a
conduta, sendo também necessário que tenha a consciência de
que é ilícita, injusta, errada.
VLSR 145
Dolo alternativo
VLSR 147
Dolo genérico
específica.
VLSR 148
Dolo Especifico
VLSR 149
Dolo direto e dolo eventual:
• O dolo direto e o eventual recebem o mesmo tratamento jurídico-
penal, contudo, em alguns delitos, é exigido o dolo direto, não
sendo suficiente o eventual, a exemplo da receptação dolosa (art.
180, caput), pois exige que sujeito tenha certeza de que a coisa é
produto de crime.
VLSR 151
Dolo indireto ou indeterminado
seguir:
VLSR 152
Dolo Eventual
• O sujeito não quer o resultado, mas assume o risco de
produzi-lo e o aceita. O resultado é indiferente ao
agente.
• Não quero, mas se acontecer, por mim tudo bem, não é
por causa deste risco que vou parar de praticar minha
conduta – não quero, mas também não me importo
com a sua ocorrência.
• Ex.
• Motorista e alta velocidade
• homem – mulher.
VLSR 153
Dolo eventual e culpa consciente: distinção
• Erro evitável: inescusável, pois o agente foi levado a ele por falta
de prudência, podendo evitá-lo caso fosse minimamente cuidadoso.
(ex.: caçador que deveria ter tomado mínimas cautelas para saber
se estava mirando em uma pessoa ou num animal). Assim,
admitindo o tipo a forma culposa, o agente responderá a titulo de
culpa, do contrário, não será punido.
Ausência de dolo: erro de tipo
atinge a consumação.
• Genro envenena a sogra. Pensa estar morta. Joga no mar. Morre afogada.
VLSR 166
Dolo geral, erro sucessivo ou “aberratio causae”
• Operou-se um equívoco sobre o nexo causal, pois o
VLSR 168
Dolo de Segundo Grau
VLSR 169
Exemplo
• Quer seguro do barco por meio fraudulento (1º G).
de dolo.
VLSR 170
Dolo e dosagem da pena
• A quantidade da pena abstratamente cominada no
tipo não varia de acordo com a espécie de dolo,
contudo, o juiz deverá levá-la em consideração no
momento da dosimetria penal, pois, quando o art. 59,
caput, do CP manda dosar a pena de acordo com o
grau de culpabilidade, está-se referindo à intensidade
do dolo e ao grau de culpa circunstâncias judiciais a
serem levadas em conta na primeira fase da fixação.
VLSR 171
Dolo e dosagem da pena
• Culpabilidade é juízo de reprovação do autor da
conduta.
VLSR 172
Dolo nos crimes comissivos por omissão
CRIMES CULPOSOS
Crimes culposos
VLSR 175
Crimes culposos
VLSR 177
Dever objetivo de cuidado
VLSR 178
TIPO ABERTO
VLSR 179
Crimes materiais
aperfeiçoamento típico.
VLSR 180
Elementos do fato típico culposo
VLSR 182
Previsibilidade e subjetiva
VLSR 184
Princípio da confiança
VLSR 185
Inobservância do dever objetivo de cuidado
VLSR 186
Imprudência
VLSR 187
Imperícia
VLSR 188
Negligência
VLSR 189
Imperícia x Erro médico
• Ocorre quando, empregados os conhecimentos normais da
o fato típico.
VLSR 190
Imperícia x Erro médico
• Além disso, a imperícia não se restringe à área médica, podendo
ocorrer em qualquer outra atividade ou profissão que requeira
habilidade especial.
• Somente a falta grosseira desses profissionais consubstancia a
culpa penal, pois exigência maior provocaria a paralisação da
ciência, impedindo os pesquisadores de tentar métodos novos
de cura, de edificações, etc.
VLSR 191
Crimes culposos
vRELEMBRANDO:
vArt. 18, II CP: crime culposo é aquele em que o agente
dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.
vTeoria finalista da ação: culpa é o elemento normativo
do tipo, fazendo parte da conduta.
VLSR 192
ESPÉCIES DE CULPA
SÃO ELAS:
Culpa inconsciente
VLSR 194
Culpa consciente
VLSR 196
Culpa imprópria ou por equiparação ou extensão
ou por assimilação
VLSR 197
Culpa imprópria ou por equiparação ou extensão
ou por assimilação
VLSR 198
Culpa mediata ou indireta
VLSR 200
Observação sobre culpa mediata ou
indireta
VLSR 201
Culpa presumida
• Sendo uma forma de responsabilidade objetiva, já
não é previsto no atual CP, antes existia. Inclusive se
punia o crime culposo quando o agente causasse o
resultado apenas por ter infringido uma disposição
regulamentar.
• Ex.: dirigir sem habilitação legal, ainda que não
houvesse imperícia negligência ou imprudência.
VLSR 202
Graus de culpa
VLSR 203
Compensação de culpas
• Não existe no direito penal brasileiro.
• O pedestre que atravessa imprudentemente a
via pública em local inadequado não afasta a do
motorista que, trafegando na contramão, vem
atropelá-lo.
• Na aplicação da pena é avaliado, pois o
comportamento da vítima é avaliado, cf. art. 59.
• A culpa exclusiva da vítima exclui a do agente.
VLSR 204
Concorrência de culpas
VLSR 205
Culpa nos delitos omissivos impróprios
VLSR 206
Excepcionalidade do crime culposo
VLSR 207
Participação no crime culposo
VLSR 208
Participação no crime culposo
• Mesmo no tipo culposo, que é aberto, é possível
definir qual a conduta principal. No caso do homicídio
culposo, por exemplo, a descrição típica é “matar
alguém culposamente”, logo, quem matou é autor e
quem o auxiliou, instigou ou induziu à conduta culposo
é o partícipe.
VLSR 209
EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO
VLSR 211
CRIME IMPOSSIVEL
ART. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
1. Ineficácia absoluta do meio – quando o agente após dar início aos atos de execução, só
não alcança o resultado pretendido porque utilizou meio absolutamente ineficaz.
Exemplos clássicos:
- utilização de revólver sem munição ou com munição já detonada;
- aquele que querendo causar a morte de alguém por envenenamento, substitui,
equivocadamente, o veneno por açucar;
- falsificação grosseira, destinada à obtenção de vantagem ilícita;
- aquele que quer contaminar alguém com moléstia grave de que não é portador.
212
2. Absoluta impropriedade do objeto –
214
SÚMULA Nº 145 DO STF – Não há crime,
quando a preparação do flagrante pela polícia
torna impossível a sua consumação.
VLSR 216
Crime qualificado pelo resultado
VLSR 217
— Crime Culposo x Crime Preterdoloso
— Crime culposo – é praticado pelo agente por negligência,
imprudência ou imperícia. O agente não tinha a intenção de
produzir o resultado, mas este é previsível.
219
Ocorre crime qualificado pelo resultado quando
(duas situações):
- o agente atua com dolo na conduta e dolo
quando ao resultado qualificador;
- ou quando o agente atua com dolo na conduta e
culpa no resultado qualificador.
220
Exs: - Lesão corporal qualificada pela perda ou
inutilização de membro, sentido ou função. O
agente dirige sua conduta, consciente, para
fazer com que a vítima sofra esse tipo de lesão
gravíssima. É a perda ou inutilização que faz
com que seja agravada a pena cominada ao
agente.
(CRIME QUALIFICADO PELO RESULTADO
– DOLO + DOLO)
221
- Lesão corporal qualificada pelo resultado aborto. Para que o
resultado qualificador seja imputado ao agente é preciso que ele
não tenha agido com dolo direto ou eventual, mas somente com
culpa (PRETERDOLO – DOLO + CULPA).
223
Um só crime
VLSR 224
EXEMPLO
VLSR 225
Momentos do crime qualificado pelo
resultado
VLSR 226
Espécies de crime qualificado pelo resultado
VLSR 227
Dolo no antecedente e dolo no consequente
(D+D):
VLSR 229
Culpa no antecedente e no
consequente (C+C):
VLSR 230
Culpa no antecedente e no consequente
(C+C):
• No crime de incêndio culposo, por exemplo, considerado fato
antecedente, se, além do incêndio, vier a ocorrer alguma morte,
também por culpa, o homicídio culposo funcionará como
resultado agravador (fato conseqüente).
• É a hipótese prevista no art. 258, parte final, do CP, que prevê o
crime de incêndio culposo qualificado pelo resultado morte.
• Ex2:. Art. 267, §2º, CP.
VLSR 231
Culpa no antecedente e dolo no
consequente: (C+D):
• Há culpa na conduta e o resultado agravador
decorre de dolo.
• Ex.: Homicídio de trânsito qualificado pela
omissão de socorro (art. 302, parágrafo único,
inc. III, da Lei nº 9.503/97).
VLSR 232
DIREITO PENAL - II
DO ERRO PENAL
ERRO DE TIPO
Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal do
crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
§ 1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a
ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de
culpa e o fato é punível como crime culposo.
§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
queria praticar o crime.
Wessels – “erro de tipo quando alguém não conhece, ao cometer
o fato, uma circunstância que pertence ao tipo legal. É o reverso
do dolo de tipo: quem atua ‘não sabe o que faz”. 234
O agente tem a “falsa representação da realidade”, falta-lhe na
verdade, a consciência de que pratica uma infração penal e,
dessa forma, resta afastado o dolo que, é a vontade livre e
consciente de praticar a conduta incriminada.
Exs:
a) quando o agente toma coisa alheia como própria;
b) quando se relaciona com vítima menor de 14 anos, supondo-a
maior;
c) quando atira em alguém imaginando ser um animal;
d) deixa de agir por desconhecer sua qualidade de garantidor;
e) ter relações sexuais com alguém supondo-se curado de doença
venérea.
Erro de Tipo como Excludente da Tipicidade tem suporte na
Teoria Finalista da Ação que coloca o dolo na área da tipicidade.
235
Muñoz Conde – “o autor deve conhecer os elementos objetivos
integrantes do tipo de injusto. Qualquer desconhecimento ou
erro acerca da existência de alguns desses elementos exclui,
portanto, o dolo e tudo o mais; se o erro for evitável deixa
subsistente o tipo de injusto de um delito culposo”.
236
ERRO ESSENCIAL – quando o erro recai sobre elementares,
circunstâncias ou qualquer outro dado que se agregue à figura
típica. Se inevitável, afasta o dolo e a culpa; se evitável afasta
somente o dolo, permitindo que o agente seja punido por crime
culposo.
ERRO ACIDENTAL - quando o agente age com consciência
da antijuridicidade do comportamento, apenas se engana quanto
a um elemento não essencial do fato ou erra no seu movimento
de execução.
237
• Erro sobre a pessoa – o erro restringe-se, especificamente, à
identificação da vítima que em nada modifica a classificação do
crime (§ 3º, art. 20, CP).
• Ex: agente quer matar seu pai, mas causa a morte de um
estranho por confusão, responderá como se tivesse ocasionado a
morte de seu ascendente.
• Erro na execução – quando por acidente ou erro no uso dos
meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
pretendia ofender, atinge pessoa diversa aplica-se a regra do §3º,
art. 20, CP).
• Responde o agente como se tivesse atingido a vítima que
pretendia ofender.
• No caso de atingir a pessoa que o agente pretendia, será aplicada
a regra relativa ao concurso formal de crimes (art. 70, primeira
parte do CP).
• Ex: o agente que, querendo causar a morte de seu desafeto, atira
contra ele, e errando o alvo, fere ou mata outra pessoa que
passava pelo local. 238
• Resultado diverso do pretendido – fora dos casos do
art. 73, CP, acidente ou erro na execução do crime.
• O erro deverá incidir de coisa para pessoa.
• Ex: o agente visava destruir uma vitrine, arremessa
uma pedra contra ela e, por erro, não acerta o alvo, mas
atinge uma pessoa.
• Responde por lesões corporais culposas, afastada a
responsabilidade no que se refere à tentativa de dano.
• Se ocorrer também o resultado pretendido, aplica-se a
regra do concurso formal de crimes (art. 70, CP).
239
• Descriminantes Putativas = Erro de Tipo Permissivo (Art. 20.
§ 1º)
242
• Rafael ameaçado de morte pelo chefe do tráfico da região. Não
podendo contar com a proteção policial por 24 hs, assustado,
adquire um revólver a fim de se defender do referido criminoso.
243
Erro de Tipo Permissivo – Erro sui generis, excludente da
culpabilidade dolosa.
• Ex: Raimundo sentado em frente ao banheiro, de
repente, Alfredo, conhecido na região como pessoa
violenta, se aproxima e vai em direção ao banheiro.
Imaginando que seria agredido por Alfredo, Raimundo
saca o seu revólver e o mata.
• O erro que incorreu não era justificado pelas
circunstâncias, sendo, portanto, considerado vencível,
inescusável, razão pela qual deverá o agente responder
pelo resultado morte a título de culpa, embora tenha
atuado com dolo.
244
• CULPA IMPRÓPRIA – ocorre justamente nas
hipóteses em que o agente atua com dolo na sua
conduta, mas reponde como se tivesse cometido um
delito culposo.
Art. 20, CP, § 1º, segunda parte.
248
Erro sobre o nexo causal
vNão há exclusão do crime se o resultado
desejado vier a ocorrer por uma outra causa,
diretamente relacionada com a ação
desenvolvida pelo agente.
vOu seja, o crime não é ilidido pelo erro sobre
detalhes secundários de processo causal.
vLança alguém de uma ponte para matar por
afogamento, responde também se a morte
ocorrer por fratura de crânio.
Exigibilidade de Conduta Diversa