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FACULDADE DE DIREITO
MINISTÉRIO PÚBLICO:
Função Essencial à Justiça
BELO HORIZONTE
2022
SUMÁRIO
POR QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO FAZ PARTE DE NENHUM DOS TRÊS
PODERES? 1
FUNÇÕES INSTITUCIONAIS 5
GARANTIAS INSTITUCIONAIS 6
1
2
1. CONCEITO E POSIÇÃO CONSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
2. POR QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO FAZ PARTE DE NENHUM DOS TRÊS
PODERES?
(BRASIL, 1988)
1
Denota-se, assim, a perenidade do órgão e a autoridade para questionamento
das ações e resultados dos demais poderes. A eficácia da atuação, em um sentido de dar
resultado às ações realizadas, é indiscutivelmente atrelada a essa autonomia e a essa
insubmissão.
A partir do que dispõe este parágrafo, fica claro que, embora o Ministério
Público possua divisões funcionais, deve ser reconhecido como uma instituição única. Com
isso, todos os membros do Ministério Público estão submetidos a um mesmo órgão. Isto
caracteriza o princípio da unidade. Além disso, o princípio da indivisibilidade visa a
estabelecer que o MP constitui um todo. Nesse sentido, é possível que os membros do
Ministério Público sejam substituídos uns pelos outros, sem que sejam necessários motivos
excepcionais, diferentemente do que ocorre na magistratura. Por fim, quanto ao princípio da
independência funcional, este estabelece que a hierarquia estabelecida na organização
institucional tem valor essencialmente administrativo, e que é garantido aos seus membros a
titularidade deste princípio para que exerçam sua autonomia no seu exercício funcional.
Teixeira (2002) analisa tais princípios e verifica que há estreita relação entre
eles, pois estes se articulam em determinado ponto. No entanto, reconhece que os
princípios da unidade e da indivisibilidade apresentam maiores afinidades entre si. Na
sua avaliação, o autor compreende que, a partir de uma ótica semântica das expressões
que dão nome aos princípios - unidade, indivisibilidade e independência funcional - “nota-
se que as duas primeiras querem limitar, enquanto a última visa ampliar as
possibilidades de ação do membro da Instituição” (TEIXEIRA, 2002, p. 79).
A partir dessa reflexão, pode-se perceber que nos dois primeiros princípios, o
membro do Ministério Público, não possui identidade própria e é uma expressão do todo,
enquanto no princípio da independência funcional, o membro expressa-se por convicção
própria, haja vista, inclusive, que é titular desse princípio. Para Teixeira (2002), é
fundamental compatibilizar os diferentes vieses derivados desses institutos principiológicos,
possibilitando equilibrá-los e contextualizá-los.
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eles devem ser fixos, com a esfera de competência prevista na legislação.
Busca-se, assim, propiciar ao acusado o direito de ter o seu caso
examinado por um órgão livre e independente, à luz da legalidade. Disso
deflui o objetivo do promotor natural: abolir os procedimentos de ofício,
eliminando a acusação privada e extirpando o acusador público de
encomenda, escolhido pelo procurador-geral de justiça (BULOS, 2010, p.
669/670.
O Ministério Público Federal (MPF) exerce suas funções nos processos que
competem ao Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais
Federais e Juízes Federais, e Tribunais e Juízes Eleitorais e ainda nas causas de
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competência de quaisquer juízes e tribunais, para amparo dos direitos e interesses dos
índios e das populações indígenas, do meio ambiente, de bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico, integrantes do patrimônio nacional (Lei
Complementar nº 75/1993, art. 37) (OLIVEIRA et al., 2019).
A Constituição, em seu art. 128, § 3°, enuncia que os Ministérios Públicos dos
Estados e do Distrito Federal têm por chefe, cada um deles, um Procurador-Geral de Justiça
que é escolhido, para um mandato de dois anos, sendo permitida uma recondução, pelo
Chefe do Poder Executivo e a partir de lista tríplice formada por integrantes da carreira do
Ministério Público (OLIVEIRA et al., 2019).
7. FUNÇÕES INSTITUCIONAIS
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I - velar pela observância da Constituição e das leis, e promover-lhes a
execução;
II - promover a ação penal pública;
III - promover a ação civil pública, nos termos da lei.
Dessa forma, para atingir tal objetivo, obsta ao Ministério Público também as
atribuições de proteger todos os interesses difusos e coletivos, individuais homogêneos, nos
quais se destacam a defesa do meio ambiente, do consumidor e do patrimônio público;
proteger o direito das crianças, adolescentes, idosos e portadores de necessidades
especiais; Controlar externamente a atividade policial.
9. GARANTIAS INSTITUCIONAIS
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10. GARANTIA DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
11. REFERÊNCIAS
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. Saraiva, 2010, págs. 669/670.
MAZZILLI, Hugo Nigro. O acesso à justiça e o Ministério Público. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2013. 266 p
MAZZILLI, Hugo Nigro. Introdução ao Ministério Público. São Paulo: Saraiva, 1997.
OLIVEIRA, Emerson Ademir Borges de; LAZARI, Rafael de; SILVEIRA, Daniel Barile da;
DIAS, Jefferson Aparecido. A estruturação do Ministério Público. São Paulo: Migalhas,
2019. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/coluna/federalismo-a-brasileira/304779/a-
estruturacao-do-ministerio-publico.
MAZZILLI, Hugo Nigro. A natureza das funções do Ministério Público e sua posição no
processo penal. Revista dos Tribunais, v. 805, p. 464, 2002.