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SUMÁRIO
MÓDULO I - INTRODUÇÃO 1
3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 4
Prezados cursistas,
Caso queiram saber mais, o Conselho Nacional de Justiça, por meio de seus canais de
informação, disponibiliza uma série de dados sobre os programas desenvolvidos para promover
a cidadania. Assistam aos vídeos em nossa videoteca.
O artigo 1º da Constituição Federal de 1988 (doravante CRFB/88), em seu caput, menciona que
a República Federativa do Brasil se constitui em um Estado Democrático de Direito.
Da mesma forma, você já deve ter lido ou ouvido a expressão “Estado Democrático de Direito”.
O que isso quer dizer?
Por sua vez, quando mencionamos que o Brasil é um Estado de direito queremos dizer que é
um Estado em que todos (os representantes eleitos, inclusive) devem respeitar as normas.
A Constituição Federal de 1988 trouxe vários avanços, como a consagração do sufrágio (voto)
direto, secreto, universal e periódico para todos os cargos eletivos, permitindo o voto também
aos analfabetos, e o estabelecimento dos instrumentos de democracia participativa, como o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis.
Outro avanço foi o fato de assegurar vários direitos fundamentais2 (alguns não previstos nas
Constituições anteriores), como os direitos trabalhistas, os direitos ao patrimônio cultural
(artigos 215 e 216, CRFB/88) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (artigo 225,
CRFB/88).
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A participação popular pode ser direta, indireta ou semidireta. No primeiro caso (direta), o próprio povo participa diretamente
do processo decisório governamental, administrando, elaborando as leis e julgando. Na democracia indireta, o povo elege
representante para exercer as referidas funções. Por fim, na democracia semidireta, há a combinação de mecanismos de
democrática direta e indireta, (democracia consagrada na Constituição Federal de 1988).
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Os direitos fundamentais são os direitos e liberdades básicos concedidos pelo ordenamento jurídico a qualquer ser humano,
de forma que constituem e asseguram um núcleo intangível, de acordo com determinado período histórico.
2.1 Noções gerais
Após tratarmos da finalidade da Administração Pública, necessário trazermos uma noção geral
do que venha a ser a Administração Pública.
A Administração Pública Direta é o próprio poder central. Assim, por exemplo, na esfera
federal, é a Presidência da República e os Ministérios (artigo 4º do Decreto-Lei nº 200/1967).
A Administração Pública Indireta é composta por entidades criadas para executar as atividades
próprias de governo, mas de forma descentralizada. São as autarquias (por exemplo, o INSS),
as empresas públicas (por exemplo, a Caixa Econômica Federal, os Correios), as sociedades
de economia mista (por exemplo, a Petrobras, o Banco do Brasil) e as fundações (por exemplo,
a Fundação Oswaldo Cruz).
O Poder Judiciário e seus órgãos também fazem parte da Administração Pública, devendo
observar, obrigatoriamente, os mandamentos constitucionais relativos à Administração Pública.
3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Para que se possa compreender o modo como a Administração Pública - incluindo o Poder
Judiciário - funciona, devemos antes conhecer alguns princípios fundamentais. Esses princípios
funcionam como diretrizes que guiam a interpretação das normas estabelecidas na
Constituição, facilitando a sua compreensão.
Os princípios fundamentais da Administração Pública, previstos expressamente no caput do
artigo 37 da Constituição Federal de 1988, são: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
Dessa forma, é conhecido o brocardo segundo o qual “enquanto aos particulares é permitido
fazer tudo o que a lei não proíbe, à Administração Pública só é permitido fazer o que a lei
prevê”, pois a atividade administrativa é vinculada à previsão legal.
O administrador público deve ter atuação impessoal, o que significa dizer que ele deve sempre
buscar a finalidade pública prevista em lei, sem favorecimentos ou privilégios a qualquer grupo
específico ou pessoa.
Moralidade significa que a Administração deve agir não apenas observando a norma, mas
também adotando uma postura ética em seus atos, sob pena de controle dos seus atos, a
exemplo do controle por parte do Poder Judiciário.
Por meio da publicidade, permite-se o controle dos atos administrativos pela sociedade.
3.5 Princípio da eficiência
Atualmente, não se exige mais que o administrador público aja apenas de acordo com a lei,
mas também que sua atuação seja eficiente e que produza resultados.
Esse princípio foi inserido no caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 por meio da
Emenda Constitucional nº 19/1998.
Assim, o princípio da eficiência informa que, para atingir o bem comum, a Administração
Pública deve agir buscando o melhor resultado com menos custos, ou seja, fazer mais com
menos recursos (financeiros, humanos e logísticos).
A Constituição Federal de 1988 consagra os princípios regentes das organizações dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário em seu Título IV, acrescentando ainda as funções essenciais
à Justiça, do Ministério Público, da Advocacia Pública, da Advocacia e da Defensoria Pública.
No século XIX, os teóricos se preocuparam com a estrutura do poder, de forma que a Teoria da
Separação de Poderes foi o modelo encontrado para evitar a concentração de poderes nas
mãos de um Poder soberano, como acontecia no Brasil ao tempo da Constituição de 1824 e da
previsão de um Poder Moderador.
A Teoria da Separação de Poderes, com a identificação de três Poderes estatais, foi idealizada
pelo teórico iluminista francês Montesquieu e seguida no Brasil, pela primeira vez, na
Constituição Republicana de 1891.
Apesar de mencionarmos que os Poderes são independentes e harmônicos entre si, por meio
da existência de um sistema de freios e contrapesos, isso não significa uma divisão absoluta.
Em termos práticos, cada Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) possui funções primárias
(Executivo – administrar a coisa pública; Legislativo – elaborar as leis; e Judiciário – julgar as
demandas a ele submetidas, ou seja, o Estado- Juiz exerce a sua função jurisdicional), mas
exercem outras funções que, num primeiro momento, seriam de outro Poder.
A função típica do Poder Judiciário é julgar as demandas a ele submetidas, incluindo aquelas
que a própria Administração Pública seja parte, com independência e imparcialidade, para fazer
valer a Constituição e as leis.
Contudo, o Poder Judiciário também exerce outras funções, chamadas de atípicas e ligadas às
funções de natureza legislativa e administrativa.
Um exemplo de função atípica administrativa exercida pelo Poder Judiciário diz respeito ao
provimento de cargos de juiz de carreira na respectiva jurisdição (artigo 96, inciso I, alínea “c”,
CRFB/88), enquanto a função atípica legislativa reside na elaboração dos regimentos internos
dos Tribunais (artigo 96, inciso I, alínea “a”, CRFB/88), por exemplo.