Você está na página 1de 8

1

SUMÁRIO

MÓDULO I - INTRODUÇÃO 1

1 BRASIL: ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 2

2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARA QUÊ? 3

2.1 Noções gerais 3

3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 4

3.1 Princípio da legalidade 5

3.2 Princípio da impessoalidade 5

3.3 Princípio da moralidade 5

3.4 Princípio da publicidade 5

3.5 Princípio da eficiência 5

4 OS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA: LEGISLATIVO, EXECUTIVO E JUDICIÁRIO 6

4.1 Mas como se organizam os Poderes da República? Pode um Poder se sobrepor a


outro? 6
MÓDULO I - INTRODUÇÃO

Prezados cursistas,

Sejam bem-vindos ao curso sobre o Poder Judiciário e o Conselho Nacional de Justiça.

Antes de iniciarmos, gostaríamos de informar que este curso é disponibilizado gratuitamente


como uma das iniciativa do Conselho Nacional de Justiça na sua missão de promoção da
cidadania.

Num primeiro momento, abordaremos as noções gerais acerca do Estado Democrático de


Direito, da Administração Pública, e dos três Poderes que compõem a República (Módulo I).
Depois, cuidaremos da composição do Poder Judiciário e das suas atribuições (Módulo II). Por
fim, destacaremos como funcionam os órgãos do Poder Judiciário, em especial, o Conselho
Nacional de Justiça (Módulo III).

Caso queiram saber mais, o Conselho Nacional de Justiça, por meio de seus canais de
informação, disponibiliza uma série de dados sobre os programas desenvolvidos para promover
a cidadania. Assistam aos vídeos em nossa videoteca.

1 BRASIL: ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Vamos assistir ao vídeo que trata da promulgação da Constituição Federal de 1988?


(clique aqui para ver o vídeo).

Foi nesse contexto da promulgação da Constituição Federal de 1988 que presenciamos a


transição do regime anterior, autoritário, ao regime atual, democrático.

E o que diz a Constituição atual sobre a democracia em nosso país?

O artigo 1º da Constituição Federal de 1988 (doravante CRFB/88), em seu caput, menciona que
a República Federativa do Brasil se constitui em um Estado Democrático de Direito.

Da mesma forma, você já deve ter lido ou ouvido a expressão “Estado Democrático de Direito”.
O que isso quer dizer?

Quando mencionamos que o Brasil se constitui em um Estado democrático queremos dizer,


primeiramente, que em nosso país o atual regime político permite a participação popular 1: de
forma direta, segundo o artigo 14 da CRFB/88, ao estabelecer o plebiscito, o referendo e a
iniciativa popular; de forma indireta, uma vez que o povo elege seus representantes para
praticar, em seu nome, atos estatais.

Por sua vez, quando mencionamos que o Brasil é um Estado de direito queremos dizer que é
um Estado em que todos (os representantes eleitos, inclusive) devem respeitar as normas.

A Constituição Federal de 1988 trouxe vários avanços, como a consagração do sufrágio (voto)
direto, secreto, universal e periódico para todos os cargos eletivos, permitindo o voto também
aos analfabetos, e o estabelecimento dos instrumentos de democracia participativa, como o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de leis.

Outro avanço foi o fato de assegurar vários direitos fundamentais2 (alguns não previstos nas
Constituições anteriores), como os direitos trabalhistas, os direitos ao patrimônio cultural
(artigos 215 e 216, CRFB/88) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (artigo 225,
CRFB/88).

Ao contrário das Constituições anteriores, a Constituição Federal de 1988, na história


republicana brasileira (de 1889 até os dias atuais), é a Constituição que mais se alinhou ao
modelo de Estado Democrático de Direito.

2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PARA QUÊ?

A Administração Pública tem por finalidade principal o atendimento às necessidades da


população. Para que isso ocorra, a Administração Pública lança mão de uma série de
atividades, como os serviços públicos, todas financiadas pela própria população, mediante a
arrecadação de tributos e outras taxas.

1
A participação popular pode ser direta, indireta ou semidireta. No primeiro caso (direta), o próprio povo participa diretamente
do processo decisório governamental, administrando, elaborando as leis e julgando. Na democracia indireta, o povo elege
representante para exercer as referidas funções. Por fim, na democracia semidireta, há a combinação de mecanismos de
democrática direta e indireta, (democracia consagrada na Constituição Federal de 1988).
2
Os direitos fundamentais são os direitos e liberdades básicos concedidos pelo ordenamento jurídico a qualquer ser humano,
de forma que constituem e asseguram um núcleo intangível, de acordo com determinado período histórico.
2.1 Noções gerais

Após tratarmos da finalidade da Administração Pública, necessário trazermos uma noção geral
do que venha a ser a Administração Pública.

A Administração Pública possui um conceito dual, de acordo com o ponto de vista, se do


sujeito (quem administra) ou do objeto (o que é administrado). Do ponto de vista subjetivo, a
Administração Pública representa o conjunto de órgãos e agentes do Estado (em letras iniciais
maiúsculas). Do ponto de vista objetivo, a administração pública (em letras iniciais minúsculas)
significa a própria função de administrar, revelando o planejamento, a organização, a direção
e o controle dos serviços públicos, visando ao bem comum.

A Administração Pública é dividida em dois ramos: a Administração Pública Direta e a


Administração Pública Indireta.

A Administração Pública Direta é o próprio poder central. Assim, por exemplo, na esfera
federal, é a Presidência da República e os Ministérios (artigo 4º do Decreto-Lei nº 200/1967).

A Administração Pública Indireta é composta por entidades criadas para executar as atividades
próprias de governo, mas de forma descentralizada. São as autarquias (por exemplo, o INSS),
as empresas públicas (por exemplo, a Caixa Econômica Federal, os Correios), as sociedades
de economia mista (por exemplo, a Petrobras, o Banco do Brasil) e as fundações (por exemplo,
a Fundação Oswaldo Cruz).

O Poder Judiciário e seus órgãos também fazem parte da Administração Pública, devendo
observar, obrigatoriamente, os mandamentos constitucionais relativos à Administração Pública.

Alguns desses mandamentos constitucionais serão vistos no próximo tópico.

3 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Para que se possa compreender o modo como a Administração Pública - incluindo o Poder
Judiciário - funciona, devemos antes conhecer alguns princípios fundamentais. Esses princípios
funcionam como diretrizes que guiam a interpretação das normas estabelecidas na
Constituição, facilitando a sua compreensão.
Os princípios fundamentais da Administração Pública, previstos expressamente no caput do
artigo 37 da Constituição Federal de 1988, são: legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.

Vamos conhecer cada um deles:

3.1 Princípio da legalidade

O princípio da legalidade informa a atuação da Administração Pública à medida que a sua


vontade é aquela que decorre da lei.

Dessa forma, é conhecido o brocardo segundo o qual “enquanto aos particulares é permitido
fazer tudo o que a lei não proíbe, à Administração Pública só é permitido fazer o que a lei
prevê”, pois a atividade administrativa é vinculada à previsão legal.

3.2 Princípio da impessoalidade

O administrador público deve ter atuação impessoal, o que significa dizer que ele deve sempre
buscar a finalidade pública prevista em lei, sem favorecimentos ou privilégios a qualquer grupo
específico ou pessoa.

3.3 Princípio da moralidade

Moralidade significa que a Administração deve agir não apenas observando a norma, mas
também adotando uma postura ética em seus atos, sob pena de controle dos seus atos, a
exemplo do controle por parte do Poder Judiciário.

3.4 Princípio da publicidade

De acordo com o princípio da publicidade, as ações administrativas devem ser transparentes,


visíveis a todos os interessados.

Por meio da publicidade, permite-se o controle dos atos administrativos pela sociedade.
3.5 Princípio da eficiência

Atualmente, não se exige mais que o administrador público aja apenas de acordo com a lei,
mas também que sua atuação seja eficiente e que produza resultados.

Esse princípio foi inserido no caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 por meio da
Emenda Constitucional nº 19/1998.

Assim, o princípio da eficiência informa que, para atingir o bem comum, a Administração
Pública deve agir buscando o melhor resultado com menos custos, ou seja, fazer mais com
menos recursos (financeiros, humanos e logísticos).

4 OS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA: LEGISLATIVO, EXECUTIVO E


JUDICIÁRIO

A Constituição Federal de 1988 consagra os princípios regentes das organizações dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário em seu Título IV, acrescentando ainda as funções essenciais
à Justiça, do Ministério Público, da Advocacia Pública, da Advocacia e da Defensoria Pública.

4.1 Mas como se organizam os Poderes da República? Pode um Poder se


sobrepor a outro?

A resposta para esta questões está na chamada Teoria da Separação de Poderes.

No século XIX, os teóricos se preocuparam com a estrutura do poder, de forma que a Teoria da
Separação de Poderes foi o modelo encontrado para evitar a concentração de poderes nas
mãos de um Poder soberano, como acontecia no Brasil ao tempo da Constituição de 1824 e da
previsão de um Poder Moderador.

A Teoria da Separação de Poderes, com a identificação de três Poderes estatais, foi idealizada
pelo teórico iluminista francês Montesquieu e seguida no Brasil, pela primeira vez, na
Constituição Republicana de 1891.

Na Constituição Federal de 1988, encontramos a previsão da separação de Poderes em seu


artigo 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário.”

Apesar de mencionarmos que os Poderes são independentes e harmônicos entre si, por meio
da existência de um sistema de freios e contrapesos, isso não significa uma divisão absoluta.

Em termos práticos, cada Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) possui funções primárias
(Executivo – administrar a coisa pública; Legislativo – elaborar as leis; e Judiciário – julgar as
demandas a ele submetidas, ou seja, o Estado- Juiz exerce a sua função jurisdicional), mas
exercem outras funções que, num primeiro momento, seriam de outro Poder.

Vamos exemplificar com as funções do Poder Judiciário:

A função típica do Poder Judiciário é julgar as demandas a ele submetidas, incluindo aquelas
que a própria Administração Pública seja parte, com independência e imparcialidade, para fazer
valer a Constituição e as leis.

Contudo, o Poder Judiciário também exerce outras funções, chamadas de atípicas e ligadas às
funções de natureza legislativa e administrativa.

Um exemplo de função atípica administrativa exercida pelo Poder Judiciário diz respeito ao
provimento de cargos de juiz de carreira na respectiva jurisdição (artigo 96, inciso I, alínea “c”,
CRFB/88), enquanto a função atípica legislativa reside na elaboração dos regimentos internos
dos Tribunais (artigo 96, inciso I, alínea “a”, CRFB/88), por exemplo.

No Módulo II, veremos os aspectos históricos relacionados ao Poder Judiciário, suas


atribuições e seus órgãos.

Você também pode gostar