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DIREITO EMPRESARIAL II

Prof. Leonardo Parentoni

UNIDADE 1 - TEORIA DO DIREITO SOCIETÁRIO


AULA 2: SOCIEDADE

1. DEFINIÇÃO

1.1. Sociedade é uma forma de proteger o patrimônio individual -> instrumento que permite o

cálculo racional de risco (limita o risco do investidor)

1.1.1. Sociedade simples tem personalidade jurídica, mas não protege o sócio -> a lei obriga

que seja realizado esse modelo de sociedade, nos casos, por exemplo, de escritórios de

advocacia (recebe em nome do cliente o valor do ganho de causa -> responsabilidade

dos sócios não pode ser limitada)

1.2. Ao longo da história essa proteção foi conquistada. No princípio, todas as sociedades eram de

responsabilidade ilimitada

1.3. Comandita por ações: Comanditário: indivíduo protegido / Comandito: não tem proteção ->

sociedade de meio (ex. casos de investidores)

1.3.1. Sociedade de capital e indústria até 2001 (um sócio é mero investidor e um que de

fato vai operalizar o processo -> investidor e operacional é o esquema que faz sentido

nesse modelo de sociedade pois depende do risco que se der errado)

1.4. Sociedade de responsabilidade limitada e sociedade anônima: todo e qualquer sócio está

protegido -> dá proteção em troca de investimento

1.4.1. Há um cálculo do próprio risco -> perde apenas o que investiu e nada mais

1.4.2. Sociedade limita a responsabilidade do credor

1.4.3. Caso esse modelo de sociedade quebre, o dinheiro não sairá do bolso do investidor

1.5. Responsabilidade da sociedade, dos sócios e do administrador

1.5.1. Sociedade: ilimitada pelas próprias vias -> responde com todo seu patrimônio sobre

suas próprias dívidas

1.5.2. Sócio: sócio pode sempre pagar, nunca pagar ou meio a meio

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1.5.3. Administrador: quem gerencia a sociedade não tem nenhuma relação com o

pagamento da dívida da mesma

1.6. Responsabilidade dos sócios por dívidas da sociedade: quanto o sócio está vinculado a arcar

com as dívidas da sociedade

1.6.1. Sociedade informal, não registrada, comum-> Art. 986 a 990

1.6.1.1. Responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada

1.6.2. Sociedade limitada: Art. 1052 a 1054

1.6.2.1. Responsabilidade é proporcional a participação do sócio na sociedade

1.6.2.2. Todos os sócios respondem pela integralização do capital social -> Art. 1052

1.6.3. Sociedade por ações: a responsabilidade de cada acionista recai sobre as cotas a ele

associadas -> cada um com o seu

1.6.3.1. Custo de administração de uma S/A é muito alto, mesmo ela sendo mais

vantajosa para o investidor, ela não é a mais realizada -> tabela de preço de

registro é maior, custo de administração de empresas é maior, tempo de

registro é mais longo

1.6.3.2. Proteção, custo e pegadinha (mais fácil de “passar a perna” nos outros na

S/A) são as 3 mudanças importantes de S/A para Ltda.

1.7. Sociedade de pessoas e sociedades de capitais: todas sociedade tem que ter ambos, são

pressupostos de uma sociedade

1.7.1. Sociedade de pessoas: quem quer entrar, além do capital, deve ter uma qualidade

pessoal específica (ex. escritório de advogado - qualidade pessoal para adentrar a

sociedade). Circulação das participação sociedade não depende somente do preço,

mas sim da qualidade da pessoa

1.7.1.1. Influência na sucessão: maior dificuldade de realizar a sucessão -> há

impedimentos que não podem ser considerados para a sucessão (ex. sócio do

cruzeiro morre e filho é atleticano -> não pode assumir)

1.7.1.2. No próprio contrato social há travas de natureza pessoal

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1.7.1.3. Caso uma S/A não venda ações em bolsa, ela pode ser uma sociedade de

pessoas

1.7.2. Sociedade de capitais: maior liquidez da participação

1.7.2.1. Toda sociedade limitada presume-se de capital, para tornar-se de pessoas,

coloca-se travas

1.7.2.2. Toda sociedade aberta para bolsa é de capital -> logo toda S/A aberta para

bolsa é de capital

1.7.2.3. RE 857638 -> numa S/A fechada eu posso restringir as ações com base em

alguma qualidade do sócio

1.8. Conceito de sociedade (art. 981 CC: Celebram contrato de sociedade as pessoas que

reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade

econômica e a partilha, entre si, dos resultados)

1.8.1. Casamento antigamente era considerado como um contrato de sociedade, realizado

de modo verbal, com o exercício de reciprocidade e partilha de bens

1.8.2. Dissolução dos casamentos tenha como base a dissolução de sociedades (presume-se

equitativa a participação dos casados) -> solução para um problema familiar

1.8.3. Evolução do direito em função do casamento homoafetivo, família monoparental

1.8.4. Bolão em loteria: participação igual no jogo para aumentar as chances de ganhar ->

partilha de bens de loteria -> conceito de sociedade (cada um jogava toda semana,

prova-se que o bolão é uma sociedade incomum, não registrada) -> hoje os jogos

podem ser realizados por mais de uma pessoa, a fim de evitar processos contra a

própria Caixa Econômica, que estaria impedida de realizar o pagamento para o

ganhador

1.8.5. Sociedade no Brasil sempre tem finalidade econômica -> atividade econômica é

diferente de atividade lucrativa (inerente a qualquer atividade), em relação a para

onde vai o lucro -> em uma atividade econômica o lucro é um fim em si mesmo,

já em uma atividade não econômica o lucro é um meio para que a atividade fim seja

realizada (fundação, comissão de formatura, associação) -> no Brasil toda e qualquer

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atividade societária presumesse que seja uma atividade econômica, pois o lucro em si

é presumido

1.8.5.1. Sociedade sem fins lucrativos não existe mais no Brasil, pois o próprio

conceito de sociedade foi modificado

1.8.5.2. Não existe no Brasil sociedades atípicas, tem que se escolher qual sociedade

vai se entrar, não podendo ser criadas

1.9. Ato constitutivo da sociedade é um contrato peculiar: as vontades são convergentes entre os

sócios, todos querem a mesma coisa -> contratos plurilaterais (várias partes querendo a

mesma coisa - vontades coincidentes)

1.9.1. Contrato padrão: compra e venda, troca -> bilaterais (entrega uma coisa em nome de

outra -> contratos sinalagmáticos - vontades opostas) -> caso uma pessoa não cumpra

seu lado do contrato, a outra parte não pode ser exigida

1.9.2. Contratos com vontades tanto opostas quando coincidentes -> ex. franquia, contrato

de distribuição (concessionária) -> Contratos de colaboração

1.9.2.1. Franquiador (dono da marca) e franquiado (dono da franquia)-> vontades

opostas e vontades coincidentes

1.9.2.2. Não está regulado normativamente na lei brasileira

1.10. Partes de um contrato de sociedade: tirando a sociedade limitada, sempre haverá mais de um

sócio nas sociedades

1.10.1. Sócios: dentro de uma mesma parte pode haver mais de um sujeito -> pode ter um ou

infinitos sócios

1.10.2. Própria sociedade: necessariamente é uma só

1.10.2.1. Cada sócio tem o direito de cobrar algo da sociedade (lucro), e todo sócio

tem direitos e deveres para com a sociedade -> entre os próprios sócios

também existem direitos e deveres, pode cobrar outros sócios e também ser

cobrado por eles

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1.10.2.2. Não é um contrato que pode ser aplicada a regra exceptio non adimplenti

contractus, na qual se um sócio não cumpre com suas obrigações os outros

estão desvinculados necessariamente de suas obrigações também.

1.11. Requisitos de um contrato de sociedade: contrato é um negócio jurídico e todo NJ tem

determinados requisitos básicos

1.11.1. Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

1.11.1.1. I - agente capaz -> sociedade pode ser formada com sócios incapazes, desde

que representados por seu responsável legal (não pode ter um contrato com

incapaz, mas pode haver um contrato de sociedade com um incapaz)

1.11.1.2. II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável -> toda sociedade

deve ter objeto lícito, regulamentado na CNAE (cadastro já disponível de

atividades, não será inventada uma nova modalidade de objeto), objeto

possível (qualquer coisa que você queria englobar dentro de um CNAE) e

determinado ou determinável (partes já pré fixaram os parâmetros de

determinação, não pode haver sociedade com objeto determinável pois, de

acordo com o CNAE, não há possibilidade de indeterminação, associado a

tributação, regulamentação e registro da sociedade)

1.11.1.3. III - forma prescrita ou não defesa em lei -> escrita e registrada em registro

público (redigir o contrato e registrá-lo em cartório ou na junta comercial se

for empresa)

1.11.2. Além disso, os contratos de sociedade também tem como requisitos:

1.11.2.1. Vinculação com fim social da sociedade -> nenhum sócio pode entrar na

sociedade para ir contra o fim social (vai contra a PJ - Art. 1.085. Ressalvado

o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais

da metade do capitalsocial, entender que um ou mais sócios estão pondo em

risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegávelgravidade,

poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde

que prevista neste a exclusão por justacausa.

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1.11.2.2. Toda sociedade necessita de capital

1.11.2.3. Participação nos lucros e nas perdas (Art. 1.007. Salvo estipulação em

contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das

respectivas quotas,mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços,

somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. Art.

1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de

participar dos lucros e das perdas.)

1.11.2.4. Aberração jurídica -> affectio societatis (afeição entre os sócios seria

necessário para existir sociedade) -> requisitos do contrato de sociedade

estão taxativamente previstos em lei, e esse “princípio” não está, logo, não

pode ser considerado um princípio/requisito para a existência de uma

sociedade

1.11.2.5. Visto de advogado -> estatudo da OAB prevê que é um requisito de validade

que todo contrato de sociedade seja assinado por um advogado -> garantir

que haja maior segurança jurídica nos contratos através da análise, por um

conhecedor do direito, do contrato em questão

1.11.2.5.1. Estatuto da micro e pequena empresa dispensa esse dispositivo

1.11.2.5.2. O visto de advogado será, de fato, visto nas S/A’s, pois elas nunca

serão pequenas empresas

1.11.2.5.3. O próprio sócio pode atuar como assinante da vista, caso tenha OAB

1.11.2.6. Unipessoalidade: sociedade pode ter um sócio só -> sociedade limitada

unipessoal pode ter um único sócio (acaba com a Eireli)

AULA 3: REGIME JURÍDICO DOS SÓCIOS

1. SÓCIO: terminologia e contextualização histórica

1.1. Evolução histórica

1.2. Sócio no CC2002: é aquele que integra uma sociedade empresarial. Acionista também pode ser

considerado como sócio (ações e não quotas) -> figura que integra os quadros sociais de uma

sociedade empresarial (pode ser uma pessoa jurídica também - PJ que é sócia de outra PJ -

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cadeia de titularidade de ações que vão representar como sócio uma outra PJ - não

necessariamente precisa ser uma pessoa física)

1.3. Sócio x empresário: vulgarmente confunde-se os conceitos

1.3.1. Empresário é quem exerce a atividade empresarial -> empresa e seus elementos

previstos no CC -> empresário é a sociedade

1.3.2. Sócio é titular das quotas ou ações que compõem os quadros sociais daquela

sociedade

1.3.2.1. A responsabilidade do sócio já foi sua própria vida, seu patrimônio e agora

pode haver uma responsabilidade com limites (sociedade limitada e anônima

-> não responde com todo seu patrimônio, há um limite imposto, e que antes

de chegar ao sócio, chegará a sociedade)

2. PREVISÕES LEGISLATIVAS: Código Civil; Lei de Sociedade Anônima (Lei 6.404/76)

2.1. Somente a S/A tem uma legislação própria que caracteriza o seu modelo de sociedade

2.2. CC encontramos muitas previsões em relação às sociedades empresárias

3. AQUISIÇÃO DE QUALIDADE DE SÓCIO

3.1. Contrato social/estatuto: a diferenciação diz respeito ao perfil e ao regime jurídico da

sociedade

3.1.1. Contrato social: diz respeito, preferencialmente, a sociedade de pessoas (a figura da

pessoa importa -> natureza de contrato) -> maior liberdade de estabelecer as regras

daquela sociedade e realizar alterações) -> lista do nome de todos os titulares das

ações -> prevê a finalidade da sociedade, indica a sede, quais são os sócios e qual é a

parte do capital social de cada um, prevê o capital que está subscrito e a forma de

integralização

3.1.2. Estatuto: sociedades institucionais, a pessoa não é tão importante, a margem de

proximidade é muito reduzida. O Estatuto possui as diretrizes básicas da sociedade,

afastando as características pessoais, com o repasse das ações. Ex. sociedade

anônima de capital aberto

3.2. Quotas/ações

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3.3. Subscrição: indica qual é a parcela de patrimônio que o sócio está integralizando à sociedade

em troca das quotas da sociedade -> previsão de um capital subscrito (prometido) o indivíduo

se torna sócio (parte do patrimônio vai para a sociedade e o patrimônio deixa de possuir)

3.3.1. Pode estabelecer a forma como o capital vai ser integralizado (efetivamente aportar o

capital a sociedade, enquanto a subscrição é a promessa de integralização)

3.4. Integralização (dinheiro, bens, créditos, serviço)

3.5. Sócio remisso (art. 1004, do CC/art. 106 e 107 da LSA): sócio inadimplente na integralização

do capital social

3.5.1. Mora (art. 394 do CC - Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento

e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção

estabelece)

3.5.2. S/A: formas de cobrar o sócio inadimplente

3.5.2.1. Execução: garantir o cumprimento efetivo de um direito já reconhecido, que

pode ser em um título executivo judicial, que veio de um processo de

conhecimento, ou título executivo extrajudicial, que provêm do processo de

conhecimento -> se no contrato social está estabelecido que o sócio deveria

pagar determinada quantia, e ela não foi paga, isso já se configura como um

título executivo extrajudicial (alega que havia um direito e que ele não

estava sendo cumprido

3.5.2.2. Leilão: leiloar as quotas para depois pagar o valor que já havia sido aportado,

e ficar com o restante

3.5.2.3. Caducar: caso a execução e o leilão não sejam bem sucedidos, as quotas

podem caducar

3.5.3. Ltda.: execução, transferência das quotas aos sócios ou terceiros (art. 1058 do CC),

redução do capital social

4. DIREITOS (art. 1001 a 1009 do CC e art. 109 do LSA) -> direitos essenciais e que não podem ser

mexidos

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4.1. Votar: uma forma de participar na análise do risco é votando -> é a partir do voto que o sócio

exerce o poder de influência nas decisões dessa sociedade e participa dos riscos associados a

ela

4.1.1. Há sociedades em que há uma vedação ao voto -> modelos institucionais de sociedade

em que a pessoa não é importante, no qual não há direito ao voto -> defende-se em

relação a isso ao não comprar esse tipo de ação

4.2. Participar dos resultados: se a sociedade foi lucrativa (recebeu mais do que gastou), isso pode

se tornar um dividendo dos sócios (igual entre eles, de acordo com as quotas). Não pode deixar

de distribuir o dividendo para nenhum dos sócios (o objetivo da sociedade é a produção de

lucro, que será dividido entre os sócios

4.3. Fiscalizar: sócio precisa e tem o direito de saber o que está acontecendo na sociedade. Há

limitações para essa fiscalização, pois ele não pode se voltar contra a sociedade e inviabilizar a

função da sociedade (pode disciplinar requisitos para que se acesse informações)

4.3.1. Pode pedir em assembléia a execução de livro, auditorias, instituição de comitê

específico para fiscalizar a sociedade - sociedade anônima

4.4. Preferência: possibilidade de serem retidas mais quotas ou ações, com a ampliação do capital

social, os sócios já existentes têm prioridade em adquirir -> evitar que o sócio pré-existente

seja suprimido com uma nova participação na sociedade

4.5. Recesso/Retirada: possibilidade do sócio de sair da sociedade

4.5.1. Sem motivo nenhum (imotivada)

4.5.2. Sociedade pode causar isso, através de uma alteração significativa, a lei permite que

o sócio saia da sociedade, que terá que pagar a ele o que é devido com sua saída ->

alteração em questões essenciais da sociedade (mudança no objeto social)

5. RESPONSABILIDADE

5.1. Subsidiária/Limitada/Solidária

6. DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE -> retirada de parte dos sócios

6.1. Morte (art. 1028): quota pode ser transferida para herdeiro ou não, podendo haver uma

redução do capital social (vai para o inventário casa não haja herdeiro)

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6.2. Resilição (art. 1029 e art. 5º, XX, CF): ninguém é obrigado a se associar

6.3. Exclusão (art. 1030): próprios sócios excluem outro

6.4. Recesso (art. 1077): retirada

AULA 4: CAPITAL SOCIAL

1. DEFINIÇÃO

1.1. Conjunto de bens com apreciação econômica que os sócios colocam na sociedade para dar

início as suas atividades -> alimentação inicial com capital dos sócios para nascimento da

sociedade

1.1.1. Necessário um capital razoável para que a empresa possa crescer e se manter -> ex.

manutenção de site, empregados, aluguel

1.1.2. Capital (K) é o que se coloca no inicio. O que mede o quanto vale uma PJ é o PL

(patrimônio líquido)

1.1.2.1. O capital é estático e o PL é dinâmico, o capital não é mexido

1.1.2.2. Se PL > K -> sociedade está dando lucro

1.1.2.3. Se PL < K -> sociedade está dando prejuízo

1.1.3. A participação dos sócios se dá dentro do capital e não da PL. O capital mede a

participação dos sócios na sociedade, ele não é negociável

2. FUNÇÕES DO CAPITAL SOCIAL

2.1. O capital serve para dividir o poder de controle societário (saber quanto cada sócio manda), em

regra, a participação no controle da sociedade é proporcional as quotas societárias

2.2. Participação nos lucros e nas perdas é proporcional ao capital injetado pelos sócios (art. 1007

e 1008)

2.2.1. Não pode ter um sócio que não tem participação nos lucros -> está em lei

2.3. Ponta pé inicial para a sociedade começar a funcionar

2.4. Obs: não existe capital mínimo em lei no Brasil, logo não se pode falar em capital como

garantia mínima dos credores. Qualquer valor de capital é registrado e garantido.

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2.4.1. Excessão são os mercados regulados, como bancos, pois existe um capital mínimo

associado à eles. Empresas de petróleo também não podem funcionar sem capital

mínimo

3. PRINCÍPIOS DO CAPITAL

3.1. Determinado: não existe capital indeterminado, ele é um valor em reais, determinado e

avaliado (art. 997, inciso 3º)

3.1.1. Capitais feitos em moeda estrangeira deve ser convertido e registrado em reais,

escrito numericamente e por escrito

3.2. Integridade do capital: deve ser capaz de se determinar quem é o dono de cada parcela do

capital (art. 997, inciso 4º)

3.2.1. Capital subscrito: promessa de pagamento de quota de capital

3.2.2. Capital integralizado: ainda não houve o pagamento do capital -> hora que o sócio

efeitivamente paga a quota prometida

3.3. Intangibilidade: o valor colocado no capital não pode ser reavido. O capital não faz parte dos

lucros e prejuízos. Não pode tirar dinheiro da sociedade quando está abaixo do PL. Não pode

usar o dinheiro do capital em benefício do sócio e em prejuízo da sociedade (art. 1004)

3.3.1. No Brasil o capital é comum

3.4. Publicidade: no Brasil o capital deve ser publico e qualquer pessoa pode consultá-lo

3.5. Estabilidade: art. 1008 CC

3.6. Regra da proporcionalidade: o capital deve ser proporcional à empresa. Se o capital é o valor

inicial para a sociedade funcionar, ele deve ser um valor adequado para ela funcionar. Não está

previsto em lei, mas é deduzido.

3.7. Em uma Sociedade Limitada ou S/A exige-se contribuição em bens, não é possível contribuir

somente em serviço. A única sociedade em que pode-se contribuir com serviço é a simples (ex.

sociedade de advogados)

3.7.1. 10% ou 20% devem ser pagos a vista e com dinheiro

3.7.2. Não pode haver contribuição exclusiva em serviços, podendo compensar o

investimento em serviço e em bens

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4. PRINCÍPIO MAJORITÁRIO (ART. 1072 E 1076)

4.1. Quando duas ou mais pessoas tem que decidir, deve haver um critério sobre como será

realizada tal decisão.

4.1.1. Clássico: nos casos de associações e no direito eleitoral (cada pessoa tem um voto)

4.1.2. Empresarial: quem paga mais tem mais votos, o poder de controle é proporcional a

participação no capital (quem coloca mais dinheiro manda mais, “um real, um voto”)

4.1.2.1. Na limitada -> havendo empate em relação ao capital, o desempate é feito

pelas cabeças votadas

4.1.2.2. Lei de SA (art. 129, caput e parágrafo 2º) -> em caso de empate, o que está

previsto no estatuto é o que deve ser seguido, caso ele seja omisso, haverá

uma assembléia para a deliberação, caso nao haja consenso, o entrave

poderá ser levado às vias judiciais, no qual o juiz decidirá em favor da

empresa

5. DIREITO DE PREFERÊNCIA

5.1. Uma empresa quer remover um sócio que está com problemas financeiros. Para isso acontecer,

eles aumentam o capital da empresa, que não será aumentado pelo sócio, e,

consequentemente, a sua participação na empresa será diluida (diminuida). Para evitar que

isso aconteça existe o direito de preferência (art. 1081 CC). Quando há um aumento de

capital, o sócio tem o direito de comprar a mesma porcentagem que ele já tinha na empresa,

para assim não ter sua participação diluida de modo forçado.

5.1.1. É um direito, e não um dever. Só participa se quiser e se puder arcar com esse gasto

5.1.2. Caso o sócio não consiga arcar com os custos de aumentar o valor do seu capital, ele

poderá, a fim de diminuir seu prejuízo, vender o seu direito de preferência, pois esse

direito é um bem que cabe à ele -> compra o direito de comprar a quota/a preferência

(é um direito economicamente apreciado)

AULA 5: TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

1. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

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1.1. Conceito: se um empresário constituir uma limitada e uma S/A -> sociedade de

responsabilidade limitada existe para proteger o empresário

1.1.1. Abuso da limitação de responsabilidade -> direito regula para reprimir o abuso

(conduta dentro de determinados limites - art. 186 CC) -> teoria da desconsideração

da responsabilidade jurídica serve para limitar esse abuso

1.1.2. Patrimônio dos sócios e da sociedade, em tese, não se comunicam, apenas em caso de

desconsideração

1.1.3. O abuso permite que a barreira entre sociedade e sócios seja quebrada, que leva a

permissão de desconsideração

1.2. Desconsideração direta: passa a dívida da PJ para o sócio

1.3. Desconsideração inversa: passa a dívida da pessoa física (sócio) e passa para a sociedade

1.3.1. Manutenção de patrimônio pessoal dentro da sociedade, em situação de má-fé

1.4. Desconsideração: instituto jurídico para reprimir abuso de responsabilidade

1.4.1. Consequência: separação entre sócio e sociedade é considerada ineficaz (não está

mais apto para produzir efeitos na situação em questão) -> dispositivo que separa

sócio e sociedade, em situação específica, não é mais eficaz (só gera efeitos em um

caso concreto, para um crédito específico)

1.4.1.1. Não apaga a personalidade jurídica e nem a limitação de responsabilidade ->

não acaba e nem deixa de ser eficaz, é específico para uma única situação

1.5. Pressupostos para existência de desconsideração:

1.5.1. Devem haver 2 sujeitos diferentes (quaisquer sejam os dois sujeitos, mesmo que um

deles não tenha personalidade jurídica - ex. fundo de investimento, condomínio) para

poder atribuir a dívida de um ao outro -> 2 centro autônomos de imputação

1.5.1.1. MEI não pode ser desconsiderado pois não existem 2 sujeitos -> MEI é

formada por apenas um sujeito

1.5.2. Deve haver uma atividade executada, que aparentemente é lícita, mas a sua ilicitude

é subliminar

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1.5.2.1. É uma fraude considerada inteligente, sutil, subliminar -> ex. deixa de pagar

fornecedor, mas paga dividendo

1.5.3. Exige que alguém tenha descumprido as regras que condicionam a separação

patrimonial entre sócio e sociedade -> lucro deve ser dividido entre todos os

investidores e não para apenas um ou para poucos

1.5.3.1. O uso de capital da sociedade por particular deve ser escriturado

1.5.4. Solidariedade e desconsideração são excludentes. A desconsideração só pode existir

caso a solidariedade não exista

1.5.5. RESP 895.792/RJ

1.6. Regras processuais da desconsideração

1.6.1. Quem pode mandar a desconsideração ser executada: juiz, árbitro (não há reserva de

jurisdição absoluta pois causa grande impacto na vida dos envolvidos), Estado (poder

público em geral - ação sumulada acórdão 3858/2009)

1.6.2. Quem pode pedir a desconsideração: credor (quem tem dinheiro a receber da

sociedade ou do sócio), Ministério Público (menor sócio de sociedade, credor pode não

estar regularmente regulado, com advogado ruim -> pede na condição de parte,

atuando como fiscal da lei)

1.6.2.1. Amicus curiae não pode pedir desconsideração, mas pode informar o poder

público da situação que está ocorrendo

1.6.3. Quem tem que provar os pressupostos: quem requereu a desconsideração

1.6.4. Contra quem pode-se pedir a desconsideração: contra quem cometeu o abuso (sócios

específicos que fizeram algo errado -> deve provar qual foi o erro da pessoa, não é

lícito pedir desconsideração indiscriminada contra todos os sócios, somente por

serem sócios da sociedade)

1.6.4.1. Desconsideração é uma sanção para reprimir um abuso, logo, ela deve ser

aplicada para quem causou o abuso -> justiça do trabalho aplica até hoje o

conceito de aplicar a todos os sócios, não havendo separação em culpados ou

não

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1.6.5. Alvos: pode ter como alvo qualquer instituição, seja ela pública ou privada, inclusive

para as estatais (limitação de responsabilidade patrimonial)

1.7. Contraditório: não pode desconsiderar sem um procedimento específico (incidente de

desconsideração da personalidade jurídica -> discute se qual sócios devem o credor, ou seja,

quais sócios abusaram da limitação da personalidade)

1.7.1. Ouve o alvo antes, dá o direito de defesa, e juiz dá uma decisão trazendo o alvo ao

processo

1.7.2. Credor entra contra sociedade, devedora, que não paga, e pede a desconsideração da

sociedade, para que os sócios sejam incluídos como devedores (cobra o mesmo

crédito com a mesma origem -> ampliação subjetiva do processo, colocando mais

pessoas como devedoras

1.7.3. Incidente suspende o processo (tudo que suspende o processo tem que ser decidido

rapidamente -> para que seja rápido, defende-se somente pela prática do abuso e não

de tudo que ele foi acusado)

1.7.3.1. Preclusão: perda de um direito processual que não foi exercido no tempo

correto -> CPC diz que toda vez que um acusado fala num processo ele deve

se defender de todas suas acusações, menos em fatos supervenientes ou

pretéritos

1.7.3.2. Em regra: depende só da extensão de responsabilidade, caso juiz de perda,

defende-se de todo processo, e caso seja alegado preclusão, o processo será

longo e pode-se alegar que na época foi defendido o que estava previsto em

lei

1.7.3.3. Questão tormentosa que não foi definida em doutrina e jurisprudência ainda

1.7.4. Só cabe desconsideração quando o interessado pedir (art. 50 CC e CPC art. 129 e ss):

na justiça do trabalho era comum, mesmo sem pedido, que houvesse desconsideração

ex officio

2. TIPOS DE DESCONSIDERAÇÃO NO BRASIL

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2.1. Teoria Clássica: exceção a regra -> não se presume que a pessoa fez nada de errado, deve haver

prova

2.2. Teoria Contemporânea: ramos novos que tutelam bens jurídicos especiais voltados à proteção

dos vulneráveis (ex. CDC -> são enviezadas)

2.2.1. No caso da desconsideração, essas leis perderam a mão (ex. art. 8º, parágrafo 5º do

CDC -> “sempre que”) em prol da defesa dos vulneráveis -> não existe limitação de

responsabilidade nesses casos (não há necessidade de prova)

2.2.2. Surge em função do caso Incoll do Brasil (construtora) -> quebrou por causa natural

de mercado

2.2.3. Desmoralizalção do mercado -> incentivo negativo do ponto de vista da economia

comportamental

2.2.4. Acaba gerando um aumento de custo sobre quem é mais pobre e não tem condição de

pagar -> efeito econômico de longo prazo é muito ruim (se A sempre paga a dívida de

B, B é imputado pelos riscos de A -> para resolver o problema cria-se um cenário

bizarro de falsa desconsideração)

2.2.5. Limites dessa escolha jurisprudencial:

2.2.5.1. Não é qualquer sócio que sempre vai pagar (deve indicar o porque do sócio

dever pagar, qual é a relação que ele tinha com a PJ para ser responsável por

pagar) -> evitar que sócios minoritários sejam culpabilzados erroneamente

2.2.5.2. Previsto em leis especiais, logo não são a regra, não pode ser aplicado a

todas situações -> não se pode aplicar a exceção ao invés da regra (único

caso que se aplica o CDC é para relações de consumo)

AULA 6: REGIME JURÍDICO DOS ADMINISTRADORES

1. CONCEITOS

1.1. Subjetivo:

1.2. Objetivo:

1.3. Teoria organicista e mandato (representação x presenteção)

16
1.3.1. Administração como um órgão da sociedade, não é de representação, mas é como se

fosse a própria sociedade agindo

1.3.2. Necessidade extrema de confiança pois ele é o responsável por assumir obrigações e

assumir compromissos interna e externamente

2. PREVISÕES LEGISLATIVAS

2.1. Código Civil (ex. art. 1060 a 1065; art. 1010 a 1021): disposições de sociedade limitada e

sociedade simples (sociedade limitada -> sociedade simples -> sociedade anônima)

2.2. Lei de Sociedade Anônima - Lei 6074/76 (ex. art. 138 a 159)

3. QUEM PODE ADMINISTRAR?

3.1. Sócio (art. 1060 e 1061): investe na sociedade e falta de competência levaram a figura do

sócio como não mais tão recorrente em ser administrador da sociedade

3.1.1. Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas

no contrato social ou em ato separado.

3.1.1.1. Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não

se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade.

3.1.2. Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da

unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois

terços), no mínimo, após a integralização.

3.2. Não sócio: mais comum por estar mais apto a administrar a sociedade -> maior dificuldade na

gestão administrativa

3.3. Pessoa Jurídica? (art. 997, VI, do CC e art. 145 da Lei 6404/76): não, não existe administrador

PJ em sociedade

3.3.1. Discussão doutrinária: pode-se aceitar uma administração conduzida em sociedade

empresarial (meramente doutrinária - se o contrato social prevê a possibilidade de

administração por PJ, as outras regras ficam sujeitas à essa previsão)

3.3.2. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas

Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. -> apresentação de

CPF, estado civil (vincula a necessidade de ser uma pessoa natural)

17
3.4. Impedimentos: não é qualquer pessoa natural

3.4.1. Deve haver uma relação direta entre sócio e administrador

3.4.2. Pessoa que foi condenada por crime falimentar não pode ser administradora em

sociedade -> crime concorrencial, relacionado com a administração em sociedades

3.4.2.1. Prevaricação, suborno, peculato, crime contra a economia popular

3.4.3. Juiz não pode ser administrador de sociedade

4. ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR

4.1. Funções

4.2. Dever de lealdade; de cuidado -> saber lidar com aquele tipo de atividade, atuar em boa-fé, não

tem dever de resultado (está sujeito à riscos -> deve agir de acordo com o mercado e agir de

acordo com o homem médio administrador), não promover concorrência da sociedade que ele

administra

4.3. Prestação de contas (art. 1065): Art. 1.065. Ao término de cada exercício social, proceder-se-á

à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico

4.3.1. Balanço de patrimônio de lucro que será submetido à aprovação dos sócios -> pode

haver consequências ao administrador

5. DURAÇÃO

5.1. Início:

5.1.1. Designação e posse

5.1.2. Contrato social (indica assim que é registrada a sociedade - indica um administrador

que também assina o contrato social) e ato em separado (alterações são feitas em

atos isolados - comunicados ao administrador - deve ser submetido à registro pois

interfere na esfera de terceiros)

5.2. Término:

5.2.1. Prazo de encargo: prazo certo para se encerrar

5.2.2. Renúncia (art. 1063, § 3º): não pretende continuar como administrador da sociedade

5.2.2.1. Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em

qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixado no contrato ou

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em ato separado, não houver recondução. § 3º A renúncia de administrador

torna-se eficaz, em relação à sociedade, desde o momento em que esta toma

conhecimento da comunicação escrita do renunciante; e, em relação a

terceiros, após a averbação e publicação.

5.2.3. Destituição (art. 1063, § 1º; 1071, III e 1076, II): pode ser por motivação ou por

deliberação, havendo, assim, a substituição

5.2.3.1. Art. 1.063. O exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em

qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixado no contrato ou

em ato separado, não houver recondução. § 1º Tratando-se de sócio nomeado

administrador no contrato, sua destituição somente se opera pela aprovação

de titulares de quotas correspondentes a mais da metade do capital social,

salvo disposição contratual diversa

5.2.3.2. Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias

indicadas na lei ou no contrato: III - a destituição dos administradores;

5.2.3.3. Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061, as deliberações dos sócios

serão tomadas. II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital

social, nos casos previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art.1.071;

6. RESPONSABILIDADE (art. 158 da LSA): atua como a sociedade (verificar se ele está agindo dentro

dos poderes que a sociedade associou à ele)

6.1. Teoria ultra vires: administrador atua fora do escopo que anteriormente foi concebido à ele -> a

sociedade não vai se responsabilizar por esses atos realizados para além do estabelecido pela

sociedade

6.2. Teoria da aparência: responsabilidade da sociedade ainda que o administrador atue para além

do estabelecido no contrato social, desde que em situação de boa-fé

6.2.1.

6.3. Perdas e danos (art. 1013, parágrafo 2º): Art. 1.013. A administração da sociedade, nada

dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios. § 2º Responde por

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perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou

devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria

6.4. Modos de repreender o administrador

6.4.1. Ação ajuizada pela própria sociedade. Assembléia que irá anular a aprovação de

contas (prazo de 2 anos), para depois aprovar o ajuizamento de uma ação contra o

administrador para pedir a reparação dos danos causados pelo administrador à

sociedade

6.4.2. Ação em nome da sociedade ajuizada pelo sócio em nome da sociedade e com

autorização dela, para reclamar os danos causados à sociedade

6.4.3. Ação individual reclamando os danos individuais do sócio, não há possibilidade de

outra pessoa ajuizar a ação em nome

6.4.4. Os administradores respondem solidariamente entre si

AULA 7: DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES

1. DISSOLUÇÃO TOTAL (dissolution)

1.1. Sociedade acabada, completamente dissolvida, deixa de existir -> não havia a possibilidade de

se modificar a sociedade sem ela acabar (não podia sair um sócio sem a sociedade acabar)

1.2. Ato que deu origem:

1.2.1. Coercitiva (quem ta falido não pode continuar sócio, exerce atividade ilegal) ou

voluntária (comum acordo)

1.3. Quem decide pelo ato:

1.3.1. Judiciais (ação judicial pelo poder público) ou extra judiciais (decisão dos sócios de

colocar fim)

2. DISSOLUÇÃO PARCIAL (dissociation)

2.1. Um ou mais de um sócio sai sem a sociedade acabar

2.2. Princípio da preservação de empresas: é preferível tirar um sócio e não acabar com a atividade

econômica

2.3. Ato que deu origem:

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2.3.1. Coercitiva (quem ta falido não pode continuar sócio, exerce atividade ilegal) ou

voluntária (comum acordo)

2.4. Quem decide pelo ato:

2.4.1. Judiciais (ação judicial pelo poder público) ou extra judiciais (decisão dos sócios de

colocar fim)

2.5. Casos concretos básicos:

2.5.1. Sociedade de prazo indeterminado: para sair é preciso dar um aviso de 60 dias, caso

seja uma sociedade com 2 sócios (art. 1029), ou seja, à necessidade de notificação da

sociedade a fim de não prejudicar o outro sócio que quer permanecer

2.5.1.1. Só informa, não tem que justificar a saída (art. 473), além disso, pode se

arrepender e voltar a trás, não precisando sair da sociedade

2.5.1.2. Caso um sócio emita notificação de saída da sociedade, os lucros

correspondentes ao período que ele ainda não saiu (fluxo de caixa esperado)

-> utiliza-se como data base para cálculoo do valor da sociedade a ser

entregue ao sócio 60 dias depois de que a PJ recebeu a notificação (art. 605,

inciso 2º CPC)

2.5.1.3. Para não deixar o sócio sair da sociedade, pode-se obrigá-lo ao vincular o

ganho de um com o de outro -> prazo indeterminado e lucro vinculado de

percentual de lucros por anos (o fundamento para se proibir a saída de um

dos sócios é o artigo 473, parágrafo único) -> sunk costs (dinheiro perdido

que não volta mais, já perdeu e não te chance de recuperar -> investimento

irrecuperável)

2.5.2. Sociedade de prazo determinado: um dos sócios pode sair, antes do prazo

determinado, em casos de comum acordo (distrato - extinção do contrato), pagando o

que a parte acha justo. Em cenário de briga, onde não há acordo financeiro, recorre-se

as vias judiciais (art. 1028 e 1029 CC), em situações de justa causa (ex. mudança do

objeto social, corrupção, má fama,

2.5.2.1. Prazo determinado por um longuíssimo tempo (ex. 100 anos):

21
3. CONCEITO

3.1. Em sentido amplo: procedimento total para chegar-se ao encerramento de uma sociedade

3.2. Em sentido estrito: indicação de uma fase desse processo que leva ao encerramento da

sociedade empresarial

3.2.1. Dissolução strito senso

3.2.2. Manifestação de que aquela sociedade empresarial vai passar pelo processo de

dissolução (Extinção da PJ)

3.3. O encerramento é material e formal

3.4. Pode vir de dentro da sociedade ou de fora (determinação externa)

4. PREVISÕES LEGISLATIVAS

4.1. Sociedades institucionais: art. 206 e s. da Lei de S/A

4.2. Sociedades contratuais: art. 1033 a 1038 do CC

5. CLASSIFICAÇÕES

5.1. Pela origem da manifestação de encerramento da sociedade

5.1.1. Por parte dos sócios: extrajudicial

5.1.2. Por parte do judiciário: judicial

6. CAUSAS

6.1. Vontade dos sócios (art. 206, I, c da LSA; art. 1033, II e III do CC): consenso de que deve-se

encerrar a sociedade -> pode acontecer na S/A (metade do correspondente de ações com o

poder de votos), Ltda. (quorum qualificado de ¾ do representativo das quotas para o

encerramento -> atividade não pode ficar sucetível a caprichos de sócios aleatórios - art. 1076

6.2. Decurso do prazo determinado de sua duração (art. 2016, I a da LSA; art. 1033, I do CC):

cenário que dificulta a saída da sociedade pelo sócio antes do tempo previsto no contrato ->

normalmente não há prazo

6.3. Falência (art. 206, II, c da LSA; art. 1033 do CC): concurso de credor (credores vão concorrer

para ver quem tem o crédito satisfeito - presunssão de insolvência ou insolvência comprovada

- administrador da massa falida -> saldar os créditos por conta da situação econômica da

sociedade) - recuperação judicial é prevista anteriormente à falência

22
6.4. Unipessoalidade (art. 206, I, d da LSA; art. 1033, IV do CC): somente para S/A -> acionista

reúne todas as ações de uma sociedade, podendo levar a dissolução

6.5. Impossibilidade de realização do seu objeto social (art. 206, II, b da LSA; art. 1034, II do CC)

6.6. Extinção da autorização de funcionamento (art. 206, I, e da LSA; art. 1033, V do CC)

7. LIQUEDAÇÃO E PARTILHA

7.1. A figura do liquidante

8. DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE LIMITADA (resolução da sociedade em relação a um

sócio)

8.1. Princípio da preservação da empresa

8.2. Contrato plurilateral (Tulio Ascarelli)


8.3. Affectio societatis?
9. ESPÉCIES DE DISSOLUÇÃO PARCIAL

9.1. Morte de sócio: padrão é o que cada sociedade definir (herdeiros incorporarem participação na

empresa do falecido como sócios ou pagamento das quotas para os herdeiros) -> se o contrato

for omisso, recorresse a regra supletiva da lei, logo, o herdeiro não entra na sociedade, ele tem

direito apenas de receber o valor econômico da quota do falecido

9.1.1. Data para ver as quotas do falecido: herança é uma universalidade de direitos até

decidir para quem vai cada pedaço -> valor é calculado com base na data do óbito

(art. 605 CPC)

9.1.2. Sociedade entre duas pessoas, A morreu, contrato omisso, herdeiros só entram se B

quiser -> herdeiros de A podem indicar administrador de sua confiança para

supervisionar a administração da sociedade nos 6 meses que eles não podem entrar

na sociedade

9.2. Problema com a sociedade que levará ao processo da sociedade: discussão é de quanto vale a

sociedade -> discute-se perante a vara especializada

9.2.1. Caso haja inventário aberto e não há divergência quanto ao valor da sociedade: dentro

do inventário, não se abre outro processo, os herdeiros irão discutir quanto cada um

deles vai ganhar -> todas as questões devem ser resolvidas dentro do processo do

23
inventário (foro do inventário é do local onde a pessoa morreu e foro da sociedade é

onde ela tem sua sede)

9.3. Exclusão extrajudicial de sócio na sociedade limitada (Art. 1085): majoritário mandar embora

minoritário -> deve ocorrer inegável gravidade

9.3.1. Pressupostos

9.3.1.1. Só pode expulsar minoritários -> precisa de alguém com 50% +1 e alguém

com 50% - 1

9.3.1.2. Sócio tem que saber de antemão que a sociedade que ele participa tem essa

modalidade -> expresso no contrato social

9.3.1.3. Previsão tem que ser anterior ao fato, salvo nos casos onde o ilícito é

continuado

9.3.1.4. Preciso que tenha sido praticado um ato de inegável gravidade, que ponha

em risco a continuidade da empresa -> ilícito qualificado (algo grave + que

prejudique a sociedade) -> só considera como ilícito qualificado o que é

prejuízo para a PJ, prejuízo para o indivíduo não é levado em consideração

9.3.1.5. Ex. corrupção, prejudica imagem da sociedade, má administração

9.3.2. Qual o âmbito de defesa do acusado:

9.3.2.1. Pode pedir diligência durante a assembléia (ex. perícia na sociedade)

9.3.2.2. Toda e qualquer produção de prova do acusado tem que ser prévia

9.3.2.3. Deve ser depositada na sociedade antes da Assembléia

9.3.2.4. Os sócios decidem na Assembléia

9.3.2.5. A Assembléia de exclusão é meramente deliberativa, não cabe pedido de

sustentação oral, de produção de prova, de levar testemunhas. Não há como

procrastinar a Assembléia

9.3.3. Quórum de deliberação: exclui o voto dos sócios que se pretende expulsar -> capital

dele não conta

9.3.4. Revisão judicial: pode pedir revisão judicial da expulsão. Pode-se discutir, apenas:

9.3.4.1. Litigância taxada:

24
9.3.4.1.1. Aspectos formais: não convocou com antecedência, não tinha ordem

do dia -> alguma formalidade ficou faltando

9.3.4.1.2. Não houve ato de inegável gravidade

9.4. Exclusão judicial de sócio (art. 1030): basta provar justa causa -> ato que prejudica o

funcionamento da empresa

9.4.1. Qualquer indivíduo pode ser excluído, não importando se é majoritário ou minoritário

9.5. Pagamento para o sócio que sai (independe da modalidade de saída): definido no contrato ->

em um cenário de quem sai tem muito dinheiro a receber, uma dissolução parcial vira

dissolução total

9.5.1. Se o contrato for omisso, o pagamento é em dinheiro e em até 90 dias

AULA 8: STARTUPS
Buscar incentivar o investimento de capital em atividade inovadora. A regulamentação traz
segurança ao investidor, aumentando a atratividade.

Startup não é um tipo de empresa, mas um enquadramento econômico. Startup pode ser
empresário individual, limitada, anônima…

Sociedades simples (profissão intelectual e não empresarial) e cooperativas também pode


receber o tratamento de startup.

1. CONCEITO
1.1. Modelo empresarial pequeno -> estatuto jurídico das microempresas
1.2. Vantagens tributárias e facilitação do trâmite trabalhista -> se enquadram no
simples nacional
1.3. 2019: reforma ao texto da Lei Complementar nº23/2006 (art. 65-A, parágrafo
primeiro) -> foi revogado (conceito aberto, valia para qualquer empresa,
independente do porte -> natureza experimental ou disruptiva -> não era
totalmente técnico, conceito aberto que permitia o enquadramento de
qualquer empresa que envolvesse atividade experimental ou disruptiva)
1.4. Lei Complementar nº 182/2021: tutela as startups
1.4.1. Acesso à crédito
1.4.2. Modelos contratuais

25
AULA 9: LGPD E EMPRESA

1. CONCEITO
1.1. Lei nº 13.709/2018: longo período de vacacio legis
1.1.1. Adequação ao mercado -> interação multidisciplinar
1.1.2. Promulgada em agosto de 2018
1.2. Proteção de dados pessoais e tecnologia por meio da regulação -> capítulo
específico ao tratamento internacional de dados
1.3. Inspiração européia
1.4. Não há previsão em matéria penal na LDPG brasileira, diferentemente do
visto pela “LGPD européia”
1.5. Catálise do fenômeno ocorre em função do surgimento de novos mercados
1.6. Previsões concretas sobre consequências aos que violarem as disposições:
administrativas e responsabilidade civil
1.7. Tutelar a atividade que se vale dos dados pessoais (tratamento - artigo 5º
inciso 10)
1.7.1. Exemplos de ações que configuram esse tratamento: acesso, coleta,
armazenamento, difusão, transferência -> ações configuradoras do
tratamento -> tudo o que se faz com dados pode representar um
tratamento para a lei
1.7.2. Todos os bancos de dados consolidados anteriormente a vigência da
lei não estão sobre sua incidência (lei não retroage)
1.7.2.1. Tratamento de dados é uma atividade ciclica, que se renova ->
o mero acesso consta a descrição do artigo -> o acesso
renova a atividade de tratamento de outrora
1.7.2.2. Imposição da responsabilidade civil -> mero acesso pode
expor bancos de dados antigos -> não havia preocupação ->
lei que se aplica de forma renovada aos tratamentos de dados
1.7.2.3. Lei não se aplica apenas a dados armazenados digitalmente,
mas também ao armazenamento analógico e em papel
1.7.3. Uso compartilhado de dados (art. 5º, inciso 16): retira a ação - ato de
compartilhar - definindo-o como comunicação, difusão e transferência
internacional de dados -> deslize do legislador, que tenta especificar
1.7.3.1. Razão de existência é o regime público de uso de dados
compartilhados -> fala sobre o uso compartilhado entre público
e privado -> erro legislativo

26
1.8. A prevenção norteia o pensamento de quem trabalha com dados -> por ela
que se consegue antecipar e prevenir riscos
1.9. Art. 46 e 49: cogentes
1.10. Art. 50: sessão de governança e boas práticas -> agentes poderão
implementar

UNIDADE 2 - ARRANJOS SOCIETÁRIOS ESPECÍFICOS


AULA 1: MAPA DE EMPRESAS DO BRASIL - DREI

1. EMPRESAS NO BRASIL
1.1. Tempo médio: 20 dias -> a partir de 2019 houve um esforço para modernizar
esses serviços, o que levou a média a ser de 48 horas

2. SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO (SPE)


2.1. Objeto determinado no CNAI + não pode mudar o seu CNAI -> só pode
exercer uma tarefa específica, só “serve” para uma única coisa
2.2. 2002: art. 91: objeto social pode constituir uma ou mais atividade
determinável ou determináveis
2.3. Prazo não necessariamente é de prazo determinado: existe SPE com prazo
indeterminável (mineração)

Sociedade de Propósito Específico (SPE) é um modelo de organização empresarial pelo


qual se constitui uma nova empresa, limitada ou sociedade anônima, com um objetivo
específico, ou seja, cuja atividade é bastante restrita, podendo em alguns casos ter prazo
de existência determinado. A SPE é também uma forma de empreendimento coletivo,
usualmente utilizada para compartilhar o risco financeiro da atividade desenvolvida.

Por se tratar de uma modalidade de joint venture (equity ou corporate joint venture), as SPE
são utilizadas para grandes projetos de engenharia, com ou sem a participação do Estado,
como, na construção de usinas hidrelétricas, redes de transmissão e projetos de Parceria
Público-Privada (PPP) . Não obstante, a modalidade de SPE pode ser aplicada nos
empreendimentos coletivos de pequenos negócios.

SPE de pequenas empresas


As SPE constituídas de pequenos negócios optantes pelo Simples Nacional são empresas
com o objetivo de aumentar a competitividade de suas sócias, por meio da união de
esforços para compras, revendas e promoção tanto no mercado interno quanto no externo.

27
Trata-se de uma forma de viabilizar as Centrais de Compra, as Centrais de Venda e o
Marketing Coletivo para os pequenos negócios, exercendo atividade de comércio (compra e
venda de bens) e a sua respectiva promoção.

Em todos os casos, a principal finalidade da SPE deverá ser a colaboração para


consecução de objetivos comuns e específicos.

Para não perder o foco de beneficiar as micro e pequenas empresas, o artigo 56 da Lei
Geral apresenta explicitamente várias particularidades e vedações às SPE constituídas por
micro e pequenas empresas – MPE. Trata-se de uma forma de diferenciação das demais
SPE, geralmente constituídas por empresas maiores.

SPE x Consórcio
A Sociedade de Propósito Específico (SPE) corresponde a uma sociedade com as mesmas
características do consórcio contratual, porém com personalidade jurídica, decorrente da
celebração de um contrato de sociedade, em que a sociedade empresária é constituída
especificamente para uma ação ou projeto.

Neste contexto, a SPE é também chamada de Consórcio Societário devido às suas


semelhanças com a tradicional forma de associação denominada Consórcio Contratual.
Porém, apresenta características especiais que as tornam mais seguras e práticas nas
relações entre as empresas.

Uma das diferenças entre SPE e Consórcio Contratual é a questão da personalidade


jurídica. Embora o Consórcio Contratual não tenha personalidade jurídica própria, ele é
obrigado a se cadastrar no CNPJ. Isso, porém, não o torna passível de obrigações
tributárias como, por exemplo, emitir uma nota fiscal para recolhimento de ICMS.

Resumindo, a SPE é uma sociedade com personalidade jurídica, escrituração contábil


própria e demais características comuns às empresas limitadas ou S/A. É também uma
sociedade patrimonial que, ao contrário dos consórcios, pode adquirir bens móveis, imóveis
e participações.

3. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO (SCP)

28
Os bens empregados no desenvolvimento da empresa compõem um patrimônio especial.

É sociedade sui generis porque não tem personalidade jurídica pois independe de registro
no órgão competente, seja a Junta Comercial, seja o Cartório de Registro de Pessoas
Jurídicas. A lei dispensa o registro, mas não veda.

Por outro lado, afirma o art. 999, que se aplica à SCP, subsidiariamente, e no que com ela
for compatível, o disposto para a sociedade simples.

É o sócio ou sócios ostensivos que em conjunto ou separadamente, assumem, como


obrigação pessoal, as obrigações da sociedade. Respondem ilimitadamente pelas
obrigações contraídas.

3.1. Tem dois tipos de sócio


Sócio Ostensivo: Aparente; atuante; entra com trabalho, obriga-se perante terceiros.

Sócio Participante: Oculto; desempenha o papel de prestador de capital, com direito a


lucro se tiver. Fiscaliza.

3.2. Casos em que o investidor não queria ou não poderia aparecer


A sociedade em conta de participação é, além de despersonalizada, também secreta, ou
seja, o contrato entre os sócios, que deu início à conjugação de esforços no
desenvolvimento de empresa comum, não pode ser registrada no registro das empresas.

Se os credores do sócio ostensivo têm conhecimento da existência da sociedade em conta


de participação, não haverá quebra do seu caráter secreto, posto que este reside não no
desconhecimento que o meio empresarial tenha da associação, mas, sim na proibição do
registro na Junta Comercial. Nada impede, por conseguinte, o registro do ato constitutivo da
sociedade em conta de participação, para melhor resguardado dos interesses dos
contratantes. Destaca a lei que este ato registrário não confere à SCP personalidade
jurídica.

29
3.3. Não há distinção clara em qual é a natureza jurídica da SCP: a maioria
assume esse modelo como um contrato de investimento, já os estudiosos do
assunto a definem como uma sociedade -> não há consenso na literatura,
quem define é o juiz -> Recurso Especial 1.230.981: é sociedade (apesar de
não registrada, não ter personalidade jurídica e não ter nome -> tem
distribuição de resultado e prejuízo, tem voto, tem modelo associdado as
sociedades)
3.4. Não tem proteção ao nome empresarial -> não é PJ -> não tem valor jurídico
o nome
Sendo uma sociedade despersonalizada e secreta, não adotará nenhum nome empresarial.

3.5. Não precisa ser registrada (não tem personalidade jurídica) -> pode registrar,
caso haja necessidade de haver publicidade da sociedade. Mesmo
registrada, ainda não possui personalidade jurídica
3.5.1. Casos em que é impossível evitar a publicidade da sociedade ->
hoteis
3.6. O sócio oculto não pode administrar o negócio, se administrar, ele assume
responsabilidade ilimitada (art. 993-conferir)
3.7. Responsabilidade dos sócios
3.7.1. Ostensivo: total e irrestrita -> responde por todos problemas do SCP
3.7.2. Investidor/oculto: art. 993, caput e PU -> perde todo o investimento +
cláusulas de participação nas perdas é a mesma da participação nos
lucros (art. 1007) -> rateia lucros e prejuízos da mesma forma
3.8. Tributação: cada sujeito ou PJ tem o seu regime tributário -> pode haver uma
tributação diferente do ostensivo e do oculto, a receita tem que ir atrás de
cada um
3.8.1. O proprietário tem que pagar o tributo -> se vira para cobrar do
inquilino depois

AULA 2: SUBSIDIÁRIA INTEGRAL E HOLDING

1. SUBSIDIÁRIA INTEGRAL

1.1. Sociedade mãe A pode ser a única dona de uma sociedade B -> questão logística, tributária,

segregação de risco

1.2. A é a Fiat e B é a fabricante de vidros automotivos -> Fiat pode contratar o vidro de alguém ou

pode B pode nascer de cara como tendo um único sócio (A)

30
1.3. Art. 251 e 252 da LSA

1.3.1. A subsidiária integral pode ser constituída por qualquer sociedade nacional (A), será

sempre uma S.A (instituto disciplinado na lei de S.A)

1.4. Único tipo de PJ com um sócio só

2. HOLDING

2.1. Sociedade matriz

2.2. Instrutura de sociedade de grupo, com várias PJ associadas, deve haver uma que manda ->

existe para controlar todas as outras PJs

2.3. Todas as ações das PJs estão concentradas na sociedade matriz (holding): mais prático,

objetivo a concentração

2.4. Pode funcionar de 2 formas:

2.4.1. Ser dona das PJs e administrar os dividendos -> não é operacional, existe apenas no

papel para que vender um percentual dela seja o mesmo que vender o percentual de

todas -> HOLDING PURA OU PRÓPRIA -> simplificação ao processo de

planejamento patrimonial

2.4.2. Além de dona, a holding pode produzir, vender ou prestar serviço, também é

operacional -> HOLDING IMPRÓPRIA OU IMPURA

2.5. A -> B -> C

2.5.1. B é subholding de C e A é holding de B

2.5.2. Roll Up: C - > D E F

2.5.3. Roll Down: cria novas PJs abaixo -> desfaz uma sociedade para controlar várias

controladas C <- D E F

2.6. Participação recíproca: duas empresas são sócias uma da outra, com a mesma participação

2.6.1. Art. 1101: não admite participação recíproca, só pode ocorrer até o limite do valor

extra da sociedade (reserva)

2.6.2. Não vota: ações da controladora que pertencem a controlada não terão direito de voto

3. COOPERATIVA

3.1. Porque cooperativa registra na junta?

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3.1.1. Lei de cooperativas é de 71: para abrir uma cooperativa deve haver prévia autorização

do Poder Executivo -> responsável pelo controle prévio, negando o registro de

cooperativas, JUCEMG -> evitar registro de partidos políticos como cooperativas

3.1.2. Alinhado com o CC2002: cooperativa registra na junta

AULA 3: LIMITADA E S/A

1. SOCIEDADE LIMITADA

1.1. No Brasil e no mundo é o único tipo societário planejado, feito sobre medida -> a maioria dos

tipos societários surge da prática e depois é regulado pelo direito

1.2. A primeira limitada da história é uma lei alemã de 1892, o Brasil criou a primeira limitada em

1919 (Dec. 3708/1919)

1.2.1. Não é criada pela prática e sim pela lei

1.2.2. Ideia de limitada consistia:

1.2.2.1. Pura autonomia privada (funciona como o sócio quer -> determina em

contrato qual é o quórum, deliberação era a qual o sócio quer)

1.2.2.2. Sociedade informal, baseada em contrato, sem muitas amarras legais, que

eram delimitadas pelos sócios -> poucos artigos em uma lei que dizia que, se

os sócios não decidirem, acatasse o disposto na lei

1.2.3. CC 2002: retrocesso quanto a ideia original da sociedade limitada

1.2.3.1. Tira o poder de decisão do sócio -> não escolhe mais o quórum de limitada

(art. 1072 e 1073)

1.2.3.2. Contrário a ideia que levou a criação da limitada -> deixa de ser flexível,

impondo uma série de regras cogentes que não podem ser afastados pelos

sócios

1.2.3.3. A responsabilidade dos sócios dentro da limitada é igual

1.2.3.4. Regras cogentes -> aplicam-se para todos cotistas

1.3. Limitação de responsabilidade do sócio: sociedade por quotas de responsabilidade limitada

1.3.1. Caracterísicas:

1.3.1.1. Se o capital está integralizado, nenhum sócio responde.

32
1.3.1.2. Casos em que os sócios respondem:

1.3.1.2.1. A limitada não protege o sócio se o capital não for integralizado

(Art. 1052)

1.3.1.2.2. Art. 1158, parágrafo 3º: artigo fictício -> tem que estar muito na

má-fé para cometer esse erro (não escrever limitada no fim)

1.3.1.2.3. Art. 977: afasta a limitação de responsabilidade -> regime de bens

de comunhão total o conjugê não pode ser sócio -> sociedade gera a

responsabilidade unicamente para os sócios se o capital não estiver

integralizado (responsabilidade ilimitada para os sócios

irregurlares)

1.3.1.2.4. Super avaliação de bens e avaliação de capital -> capital aguado

(pode integralizar as quotas em dinheiro ou em qualquer bem

suscetível de avaliação econômica -> no segundo caso, o capital não

está, em prática, integralizado, pois o valor declarado não

corresponde à realidade) -> art. 1055, caput e parágrafo 1º (prazo d

1.3.1.2.5. e 5 anos, de até 5 anos da sua constituição ou da data do aumento)

-> só existe em sociedade limitada

1.3.1.2.6. Distribuição indevida de dividendos só ocorre quando o sócio sabia

que ela era irregular -> art. 1009 (distribuição ilícita de lucros)

1.3.1.2.7. Art. 1080 -

1.4. Limitada unipessoal: limitada com um único sócio

1.4.1. Maior regularização da lei

1.4.2. Problemas:

1.4.2.1. Unipessoal tem que estar no nome?

1.4.2.2. Administrador?

1.5. Quotas podem ser desiguais, também as delimitação de poderes e deveres que elas conferem

-> podem ter quotas preferenciais (direitos e deveres diferenciados)

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1.5.1. Não há um limite para as quotas no CC -> limite definido na lei de S/A -> regência

supletiva pela lei de S/A

1.5.1.1. Expressa: escrita em contrato -> limites que a lei de S/A trazem no art. 109

(somente metade do capital pode ser preferencial, a outra metade deve ser

ordinário)

1.5.1.1.1. Quanto mais investimento mais controle é a regra, mas a sua

excessão é a quota e a ação preferencial (dissociação entre

proprietário e investidor -> poder pode ser maior que a propriedade

e pode ser menor também) -> ação preferencial que determina o

poder de controle

1.5.1.2. IN 81/2020 do DREI -> é ilegal, mas não é questionado no mercado pois é

benéfico para empresas

1.6. Sessão x cessão x seção

1.6.1. Sessão: reunião qualquer

1.6.2. Seção: repartição

1.6.3. Cessão: transferir -> cessão de quotas (transferência de quotaas)

2. S/A

2.1. Lei nº 6.404/76

2.2. O mais próximo que temos de um Código Societário -> ela trata de 5 tipos de sociedade

2.2.1. S/A : sociedade anônima ou por ações

2.2.1.1. Aberta (bolsa de valores) ou fechada (um dos atuais acionistas deve querer

vender sua ação ou venda de preferência)

2.2.2. Art. 235: Sociedades anônimas de economia mista -> estatal (estado tem controle

majoritário)

2.2.2.1. Ex. Petrobrás, Cemig

2.2.2.2. Impor governança em lei estatal -> Lei 13.303/2016

2.2.2.3. Pode ser aberta ou fechada (pertence 100% ao poder público - Ex.

Nuclebrás)

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2.2.3. Subsidiária integral: já nasce ou é reduzida a um sócio só durante sua existência ->

art. 251 e 252

2.2.4. Sociedade anônima simplificada: faturamento menor -> simplificação de alguns

requisitos -> art. 254

2.2.5. Art. 280: Comandita por ações -> duas classes de sócios com regimes de

responsabilidade diferentes

2.3. Sociedade anônima pois o sócio é oculto -> registrados no livro de registro, não é de

conhecimento público

2.4. Sistema de criação da S/A:

2.4.1. CC 1850: apresenta estatuto e estado confere se a S/A está de acordo -> Conselho de

Estado

2.4.2. Lei 3150/1882

2.5. Características comuns da S/A em todos os países? 5 atributos necessários

2.5.1. Tem personalidade jurídica, é uma PJ

2.5.2. Responsabilidade limitada -> grau máximo de limitação de responsabilidade do sócio

2.5.3. Circulação de valores imobiliários

2.5.3.1. Lei de valores imobiliários -> Lei nº 6385/76

2.5.3.2. Títulos que são ofertados por uma S/A à um público que pode ser

determinado ou indeterminado -> oferta privada, a um público específico

2.5.3.3. Finalidade: a própria S/A define as condições de pagamento, juros e

condições -> risco zero de ter que pagar o impréstimo


2.5.3.4. Principais espécies:
2.5.3.4.1. Ação: fração mínima representativa do capital da S/A

2.5.3.4.2. Debento: título representativo de dívida ou de participação ou

híbrido contra a sociedade (Art. 52) -> devedor que define todas as

características -> pode ter vários tipos de garantia

2.5.3.4.3. PAROU AQUI

2.5.4. Administração delegada à ordens específicas -> delegada à profissionais com uma

estrutura profissional própria

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2.5.5. Investimento sem interesse de participação em condução na sociedade (ações sem

voto) -> dissociação entre investimento e controle

2.6. S/A aberta comercializa ações

2.6.1.

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