Ana Geórgia - MED 08
Sepse
Definição e Diagnóstico
• Sepse é uma disfunção orgânica consequente a uma
resposta inflamatória do corpo contra uma infecção
•Singer et al.(2016), define sepse como presença de infecção
suspeita ou confirmada associada a elevação aguda no
escore SOFA de 2 pontos ou mais (levar em consideração o
basal do paciente, ex.: paciente DRC
- Lembrando que o Quick Sofa não serve para diagnosticar
sepse, mas para fazer triagem de uma possível sepse, a nível
de emergência. Etiologia e Fisiopatologia
- O surviving Sepsis 2021 não indica a utilização do Quick Sofa
usado isoladamente para screening de sepse ou choque séptico
-•Causa mais comum de sepse é pneumonia
(64% dos casos), outros focos: abdome (20%),
corrente sanguínea (15%), trato urinário (10%)
•Cerca de 80% dos casos são da comunidade,
mas podem ser de origem a cuidados de saúde
•Prevalência quase igual de bactérias Gram + e
Epidemiologia Gram –
•Microrganismos mais identificados:
Staphylococcus aureus, Pseudomonas e
-•Incidência de Sepse está aumentando no mundo - aumento Escherichia coli.
da expectativa de vida da população, maior número de •A sepse ocorre quando a liberação de
pacientes convivendo com imunossupressão, mediadores pró-inflamatórios excede os limites
desenvolvimento de microrganismos multiressistentes do ambiente local, levando a uma resposta
•A incidência de sepse em UTI’s no Brasil é de 36 por 1.000 generalizada
pacientes/ dia com mortalidade de 55% dos acometidos •A resposta generalizada é multifatorial
•Nos EUA, a incidência é de 750.000 pacientes por ano, com (depende do agente infeccioso e do hospedeiro)
mortalidade 210.000 •A sepse leva a lesão celular, incluindo isquemia
•Cerca de 15% dos pacientes com sepse evoluem para choque tecidual e lesão citopática
séptico, com taxa de mortalidade de 50%
•Custo associado ao tratamento relacionado a Sepse é de
mais de 20,3 bilhões
. Fatores de risco para pior evolução: extremosde idade,
doenças imunossupressoras, câncer, diabetes, abuso de álcool.

Quadro Clínico
••Apresentação inicial é inespecífica
•Paciente séptico se apresenta com sinais e sintomas
relacionados a infecção, a resposta inflamatória sistêmica
ou a disfunção orgânica.
•Ao exame físico, pode – se encontrar febre, taquicardia e
taquipneia
•Pode evoluir para choque séptico
Choque Séptico
• É uma anormalidade circulatória, celular e metabólica
presente em paciente séptico, apresentando - se como
hipotensão refratária a fluidos, que precisa de terapia
vasopressora e tem hipoperfusão tecidual associada (lactato >
2 mmol/L ou 18 mg/dL)
Diagnóstico: Necessidade de vasopressor para manter a PAM
maior ou igual a 65 mmHg + lactato > 2 mmol/L na ausência
de Hipovolemia
•Indicam choque: Hipotensão arterial,, Taquicardia, diminuição do
tempo de enchimento capilar, Livedo ou cianose de
extremidades,, Alteração do estado mental, Redução do débito
urinário e íleo
Exames Complementares
•São importantes para identificação do foco
infeccioso e diagnóstico da síndrome de sepse a
partir da comprovação de disfunção orgânica
•Exames laboratoriais para avaliação de disfunções
orgânicas
•São solicitados para todos os pacientes com
suspeita de Sepse: Dois pares de hemoculturas (para
anaeróbio e aeróbio),. Na prática pede - se mais
exames, como raio - x de tórax, além dos exames
laboratoriais.
Tratamento
É O BÁSICO:
• Identificação de paciente com possibilidade de sepse
•Diagnóstico precoce da sepse
•Coleta de culturas
•Antibioticoterapia precoce e adequada
•Suporte às disfunções
•Ressuscitação volêmica conforme necessidade
•Utilização de vasopressor conforme necessidade
ANTIMICROBIANOS
•Devem ser iniciados na primeira hora
•Deve ser direcionada para o foco suspeito da
infecção
•Recomenda – se iniciar com droga de amplo
espectro
•Lembrar de reduzir o espectro de antibióticos
quando os patógenos tiverem sido isolados e as
sensibilidades estabelecidas
•Suporte adicional: •Hidrocortisona - por conta da insuficiência adrenal; •Transfusão de
hemácias - se Hb< 7; •Manter Glicemia sérica entre 140-180 mg/dL
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Antifúngicos – lembrar dos fatores de risco para infecção
fúngica (cirurgia recente, nutrição parenteral, tratamento
antimicrobiano ou hospitalização prolongada, quimioterapia,
transplante, insuficiência renal ou hepática crônica, diabetes,
dispositivos vasculares, choque séptico ou colonização prévia
por Candida). Equinocandinas (candida) e voriconazol
(aspergillus) são medicações de escolha pensando em
pacientes neutropênicos ou com forte supeita de infecção
fúngica.
RESSUCITAÇÃO VOLÊMICA
•Recomenda – se a reposição volêmica inicial com 30ml/kg
de peso de solução cristaloide dentro de 3 horas
•Importante analisar fluidorresponsividade antes e após
cada bolus.
•Cautela com a infusão de fluidos, devido as consequências
da administração em excesso.
DROGAS VASOATIVAS
•Objetivo: manter a PAM ≥ 65 mmhg
•Droga mais utilizada: Norepinefrina 0,01u/kg/min.
•Dobutamina-inotrópico de escolha
•Surviving sepsis 2021
•Noradrenalina é o vasopressor de primeira linha
•Alvo: PAM maior ou igual a65 mmhg
•Se acesso central não disponível – considerar iniciar
vasopressor em acesso periférico (em veia antecubital)*
•Se PAM inadequada apesar de Nora 0,25-0,5 mcg/kg/min
considerar adicionar vasopressina
•Se disfunção cardíaca persiste com hipoperfusão apesar de
PA e status volêmicos adequados, considerar usar
Dobutamina ou Adrenalina