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NAEJ STEIL - 4 º PERÍODO

EPIDEMIOLOGIA
2022.1 - TURMA XLIV - PROFESSOR: ALAN DE MORAES
SUMÁRIO

CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA 2

MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (MBE) 5

ESTUDO OBSERVACIONAL TRANSVERSAL OU DE PREVALÊNCIA 6

REVISÃO PARA PROVA - M1 9

ARTIGO: AMPUTAÇÕES DE EXTREMIDADES INFERIORES POR DM: ESTUDO


CASO-CONTROLE 11

CONTINUAÇÃO CASO-CONTROLE 12

ESTUDO OBSERVACIONAL COORTE 15

VALIDADE E REPETIBILIDADE 17

1
Aula 01: 25/02/2022

CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA

mas seleciona-se um maior número de casos


ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS para descrever;
- Estudos epidemiológicos/populacionais, são
estudos cuja finalidade é PROVA:
descrever/caracterizar o processo 1. A epidemiologia descritiva evidencia, de forma
saúde-doença; quantitativa, que o processo saúde-doença está
- Os estudos podem ser classificados distribuído desigualmente na população. Sobre a
conforme: epidemiologia descritiva, é correto afirmar:
1. Quanto à unidade em estudo: R:
- Individual: questionário
individual;
- População: a partir de dados 2. Um pesquisador atende um paciente com uma
secundários, sem a
doença muito rara e escreve um artigo sobre este
interrogação efetiva de cada
ser, geralmente comparativo paciente, especialmente sobre a sua história, aspectos
de diferentes regiões físicos e curso clínico. Que tipo de estudo é esse?
geográficas > estudo
ecológico/comunitário; R:
2. Quanto à intervenção do
investigador:
- Experimentais: investiga os CORRELAÇÃO - ECOLÓGICO
indivíduos expostos ou não
expostos, por meio de - Estuda-se comunidades ou populações de
inclusão de drogas, exposição maneira indireta, a partir de um banco de
a fatores etc; dados, por exemplo: DATASUS;
- Observacionais: apenas - Nesse tipo de estudo, não existem
observa o processo informações sobre a doença e exposição do
saúde-doença; indivíduo, mas do grupo populacional como
3. Quanto ao propósito geral: um todo;
- Descritivos: visa descrever o - Descrevem as diferenças entre a população
processo saúde-doença, em um determinado espaço ou em um
ocorre quando ainda a doença mesmo tempo, comparando a ocorrência da
é recente e está sendo doença entre grupo de pessoas (populações
descrita e comparada; de países, regiões, municípios);
- Analíticos: Através de dois
grupos, é feita a análise PROVA:
comparativa; 1. Se um enfermeiro-pesquisador estiver participando
de um estudo internacional sobre a correlação de
consumo de álcool e a incidência de miocardiopatia
TIPOS DE ESTUDOS
alcoólica, em diversos países, utilizando informações
de anuários estatísticos regionais que correspondem
RELATO DE CASO às unidades de observação da pesquisa, esse
- É feito a análise desde o começo, relata-se o profissional estará colaborando com um estudo
que aconteceu, a semiologia, exames e denominado ecológico ou comunitário:
evolução > estudo descritivo;
a. Certo;
b. Errado;
SÉRIE DE CASOS
- É o mesmo conceito que o relato de caso,

2
2. Um estudo ecológico pode ser caracterizado por:
- Como coleta esses informações de forma
simultânea, pode ser chamado também de
R: seccional, visto que seria como um corte
numa linha do tempo (como tirar uma
fotografia, de um todo captura-se um ponto);
3. Os estudos ecológicos por utilizaram como unidade
PROVA:
de análise os agregados populacionais apresentam
1. São vantagens dos estudos transversais, exceto:
como principal viés a falácia ecológica. Identifique a. São rápidos e baratos;
dentre as opções abaixo aquela que define b. Medem prevalência da exposição;
c. São adequados para fazer inferência causal;
corretamente esse viés: d. São úteis para planejamentos em saúde;
e. Medem prevalência do desfecho;
R:
2. O trabalho de conclusão de curso de um aluno do
último ano de medicina foi estimar a prevalência de
insuficiência cardíaca dos pacientes internados no
hospital de sua universidade no ano de 1990. Qual
4. O serviço médico da empresa quer avaliar se o clima estudo mais adequado para essa investigação?
influencia o absenteísmo por doença respiratória. Para R:
isso, compara o número global de funcionários e de 3. Considere as afirmações abaixo:
dias de afastamento por essa causa durante o ano, de I. Estudos transversais são estudos complexos,
em que uma amostra simples da população é
dois locais em diferentes regiões geográficas. Esse tipo
seguida no tempo;
de estudo é qualificado como: II. Estudos seccionais, ou transversais, estuda a
situação de exposição e efeito de uma doença
R: em uma população em um único momento;
III. Estudos transversais não permitem o
5. Considere o seguinte texto: O Brasil é o quarto país estabelecimento da associação de
do mundo com a maior taxa de jovens mortos por causa-efeito;
IV. Em estudos transversais, pode-se determinar o
violência (...) os países com piores taxas de homicídio risco relativo de um fator causal associado a
juvenil são El Salvador, Colômbia (...) uma doença ou fenômeno;
Considerando que esse esses são resultados de um R:
estudo que comparou taxas de mortalidade divulgadas 4. Um grupo de 500 pessoas é observado em um dado
pelos Ministérios da Saúde de 83 países, o relatório momento e mede-se a prevalência de uma doença.
Que tipo de estudo é esse?
pode ser classificado como:
R:
R:
5. Para se conhecer a prevalência de anemia entre as
crianças menores de cinco anos de um município, qual
TRANSVERSAL - SECCIONAL dos seguintes delineamentos é o mais adequado?
R:
- Estudo em que se observa a população alvo
em apenas uma única oportunidade,
coletando nesse momento a variável
dependente e independente (prevalência);
● Variável dependente: doença
propriamente dita ou condição final - COORTE
exemplo: câncer de pulmão, ou seja,
é a variável que depende de um fator - Escolhe-se a população com base na
causal para acontecer; variável independente (exemplo:
● Variável independente: corresponde tabagismo), ou seja, são selecionadas
ao fator causal suspeito - exemplo pessoas que já fumam para serem
tabagismo; acompanhadas ao longo do tempo até o
desfecho, que no caso, seria o câncer de
pulmão;

3
- Estudo longitudinal, prospectivo e RESUMO:
observacional no qual um grupo de
pessoas é acompanhado por determinado
tempo. Os desfechos são comparados a
partir da exploração ou não de uma
intervenção ou outro fator de interesse para
análise posterior de incidência da doença;

PROVA:
1. Os estudos do tipo coorte são exemplos típicos de
estudos transversais.
a. Certo;
b. Errado;

2. Estudos do tipo coorte constituem uma subdivisão


dos estudos descritivos. Neles, acompanha-se um
grupo de indivíduos sadios, expostos e não expostos a ESTUDOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS
um fator em estudo, e observa-se quem irá ou não
desenvolver um determinado evento.
a. Certo;
b. Errado. PRIMÁRIOS
São pesquisas originais, em que os dados colhidos
ou variáveis observadas e analisadas no estudo (por
CASO CONTROLE um pesquisador) estão relacionados a aplicação de
- A população é escolhida com base na intervenções (estudos experimentais) ou
variável dependente, ou seja, no desfecho, observações (estudos observacionais);
que no caso do exemplo é o câncer de - População;
pulmão; Exemplos:
● São escolhidos paciente com câncer - Relatos de casos;
e sem câncer para eventual - Estudos de prevalência;
comparação; - Ensaios clínicos;
● Contrário a linha do tempo, investigar - Estudos de coortes;
o passado; - Caso-controle;

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO SECUNDÁRIOS


- Estudo tipicamente experimental ou de Geralmente utilizam os estudos que já existem
intervenção, porque é o próprio (publicados) para selecionar as melhores
investigador que determina¹ quem é evidências. Buscam estabelecer conclusões a partir
exposto e quem não é exposto; dos estudos primários com um resumo ou
● Escolha de determinada população; sistematização dos dados encontrados, que são
● É oferecido ou não um determinado comuns à estes estudos;
fármaco para a população, assim é - Base de dados;
selecionado o grupo de expostos e Exemplos:
não expostos, por exemplo; - Revisão sistemática/integrativa/narrativa;
● Experimentação/Intervenção; - Metanálises;
- Avaliação de tecnologia;
* Diferente¹ da coorte, transversal e caso - Guias de prática clínica;
controle;

METANÁLISES
- É quando, através da literatura, é feita a
análise de estudos que já foram
feitos/publicados de forma geral. A partir da
análise do conjunto, chega-se a uma
conclusão que talvez os estudos individuais
não tenham chegado.

4
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (MBE )

CONCEITO HIERARQUIA DA EVIDÊNCIA


''Uso consciencioso, explícito e judicioso das
melhores evidências científicas correntemente
disponíveis para tomar decisões relativas ao
cuidado de pacientes individuais''

DEFINIÇÃO
1. Identificar;
2. Avaliar;
3. Sintetizar;

Informações científicas de alta qualidade →


EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS:
- Para apoiar a prática clínica e com isso,
proporcionar melhores cuidados aos
pacientes;

FLUXOGRAMA DA MBE Prova: Coorte > E.O.T

Problema clínico

Elaborar uma pergunta a partir
do problema apresentado

Buscar selecionar a literatura pertinente através
de uma estratégia previamente construída

Avaliar a qualidade dos estudos selecionados e
decidir quais serão incluídos na análise

Extrair os dados dos estudos incluídos

Realizar uma síntese dos resultados encontrados



Aplicar os resultados obtidos na solução do
problema clínico apresentado.

5
Aula 02: 04/03/2022

ESTUDO OBSERVACIONAL TRANSVERSAL OU


DE PREVALÊNCIA

- São especialmente indicados para estudar


DEFINIÇÃO doenças de baixa letalidade ou que tenham
Investigações que produzem “instantâneos” da duração suficiente para serem identificadas,
situação de saúde da comunidade, com base na ou seja, doenças crônicas e de evolução
avaliação individual do estado de saúde de cada lenta;
membro do grupo, produzindo indicadores globais
de saúde para o grupo investigado. Amplamente VANTAGENS: Simplicidade, baixo custo, rapidez,
utilizados na epidemiologia; objetividade na coleta de dados, úteis para
- Ideia de fotografia instantânea, daquele planejamento em saúde, medem prevalência da
momento; exposição e do desfecho; *prova
- Avaliação individual de cada um, depois irá
usar os dados de maneira coletiva, MEDIDA DE OCORRÊNCIA E DE
produzindo um indicador, que pode ser ASSOCIAÇÃO
replicado para populações semelhantes;
- Estudos transversais oferecem uma medida - Medida de ocorrência: é a fração
estática; (proporção) de um grupo de pessoas que
- Exposição e desfecho podem mudar no apresenta uma determinada condição clínica
tempo, como o exemplo da fotografia, a qual ou desfecho em um determinado ponto no
muda ou pode mudar em determinado tempo;
tempo; - Prevalência: número de casos existentes da
doença dividido pela população:
● Número de casos de uma doença em
CARACTERÍSTICAS uma dado população em um
- Fornecem informações sobre frequência e momento específico;
características do agravo na população, em ● Proporção da população que sofria da
um período de tempo específico e em uma doença em um determinado
população bem definida; momento;
- Descrevem padrões de ocorrência de ● Probabilidade de ter a doença;
doenças em relação a variáveis tais como: ● Não mede o risco;
● Pessoa (população); - Medida de associação: razão de
● Lugar (espaço); prevalências, sendo a Pexpostos/Pnão
● Tempo (histórico/cronológico); expostos:
- A exposição e o evento são medidos durante
um curto período ou em um ponto no tempo; *RP> 1: fator de risco (associação positiva);
- Tem por medida principal a prevalência; *RP =1: não há associação;
- Não investiga relação causal entre exposição *RP <1: fator de proteção (associação negativa);
e desfecho; Existem fatores de proteção modificáveis e não
- Em análises descritivas, os estudos modificáveis:
transversais são amplamente utilizados para - Modificáveis: alimentação, atividade física,
a fundamentação de políticas públicas, pois tabagismo;
permitem: - Não modifcavéis: idade, sexo,
● O reconhecimento de grupos hereditaridade;
vulneráveis;
● Padrão de consumo de PROVA:
medicamentos; 1. Estudo observacional transversal (questão que o
● Prevalência de exposições de risco professor comentou em sala)
(tabagismo, hábitos alimentares etc) R:
ou vigilância de risco;

6
Aula 03: 11/03/2022
TABELAS DE CONTINGÊNCIA
Consiste de tabelas com 2 colunas e 2 linhas, que Tabela 1:
são compostas por 4 caselas:
Variável Categoria Nº de % % com
- Presença/ausência da exposição; crianças anemia
- Presença/ausência da doença;
Vaso com descarga 412 88,2 57,8
sanitário sem descarga 55 11,8 79,7

Aglomeração ≤ 2 morad/peça 169 36,3 47,7


2,1 a 3 m/peça 212 45,4 63,8
≥ 3,1 m ou+/peça 85 18,3 77,1

Internações nenhuma 364 77,9 60,0


EXEMPLO: nos últimos 1 ou mais 103 22,1 61,9
12 meses
Obesidade Hipertensos Não Total
hipertensos

Sim 78 82 160
Descarga com anemia Sem descarga com
anemia
412 - 100%
Não 236 871 1107 55 - 100%
X - 57,8%
Y - 79,7
Total 314 953 1267
x= 238
y= 44

Prevalência nos obesos: Descarga sem anemia: Sem descarga sem


- 78 pessoas obesas são hipertensas; 412 - 238= 174 anemia:
- O total de pessoas obesas é: 160; 55 - 44 = 11
- Logo, 78/160: 0,4875 ou 48,75% dos obesos
são hipertensos; * como estamos trabalhando com pessoas, quando:
- 0,5: arredonda para mais;
Prevalência dos não obesos: - 0,4: arredonda para menos;
- 236 pessoas não obesas são hipertensas;
- O total de pessoas não obesas é 1107;
- Logo: 236/1107: 0,2132 ou 21,32% de Com anemia Sem anemia Total
pessoas não obesas são hipertensas; Com 238 174 412
descarga
Razão de prevalência: 0,48/0,21: 2,3 (sem
unidade); Sem 44 11 55
- A prevalência de HAS nos obesos é 2,3 descarga
vezes a prevalência nos não obesos;
* Com esses dados é possível chegar aos dados da
- A prevalência de HAS nos obesos é 1,3
primeira tabela, como uma ''prova real'', mas nesse
vezes MAIOR que a prevalência nos não
caso sem necessidade;
obesos;
● Ou seja, a prevalência de HAS nos
RP: prevalência do desfecho entre os
obesos é 130% vezes maior que a
expostos/prevalência do desfecho entre os não
prevalência nos não obesos;
expostos;
FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO:
RP com descarga: 57,8/79,7= 0,7 > fator de
independentes;
proteção;
RP sem descarga: 79,7/57,8= 1,37 > fator de risco;
DESFECHO (DOENÇA): dependente;

- Sempre comparar na tabela os expostos e PROVA (questão que o professor comentou em sala):
não expostos; ''Os dados do referido estudo apontam que: a
prevalência do desfecho foi de xx% maior ou menor
entre os expostos comparados aos não expostos''

7
Aula 04: 18/03/2022

2. Um estudo na Holanda, avaliou crianças no final


INTERVALO DE CONFIANÇA (IC) do primeiro ano de vida. Comparando as crianças
em aleitamento materno exclusivo com crianças não
Em estatística, intervalo de confiança é um tipo de
amamentadas, foram encontradas medidas de
estimativa por intervalo de um parâmetro
associação de 0,65 [(IC95%): 0,51-0,83]); 0,50 [IC:
populacional desconhecido;
0,32 - 0,79]; e 0,41 [IC: 0,26 - 0,64], respectivamente
- Reta de confiança com limite superior e limite
para infecção respiratória alta, infecção
inferior (como uma estimativa de votos com
respiratória baixa e infecção gastrintestinal.
margem de erro);
Considerando esses dados, avalie as seguintes
Exemplo de provas anteriores: asserções e a relação proposta entre elas:

1. Um estudo epidemiológico de base hospitalar I. O aleitamento materno é um fator de


analisou a associação entre a ingestão de proteção contra as infecções respiratórias e
determinados nutrientes e o carcinoma de gastrintestinais estudadas;
nasofaringe. No modelo ajustado por variáveis PORQUE
demográficas, socioeconômicas e comportamentais,
os autores relatam razão de prevalências igual a II. Estudos observacionais transversais como
1,85 (IC95% 1,12 - 3,05), 1,09 (IC95% 0,67-1,78) e este, são úteis para o levantamento de
0,42 (IC95% 0,24-0,75) entre os grupos de maior possíveis fatores de risco e de proteção,
consumo de colesterol, açúcar e ϐ-caroteno, associados ao desfecho;
respectivamente, quando comparado aos grupos de
menor consumo desses nutrientes; A respeito dessas asserções:
Considerando esses dados, avalie as seguintes a. As asserções I e II são proposições
asserções e a relação proposta entre elas: verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
da I.
I. O consumo de colesterol e açúcar
apresentou-se como fator de risco ao - Em todas as medidas, a unidade (número 1)
carcinoma de nasofaringe; não está contida no intervalo, ou seja, o
aleitamento materno é um fator de proteção
PORQUE para todas as infecções estudadas.
II. O valor da razão de prevalência > que
1 e a interpretação do IC (95%),
indica que a exposição está
associada a maior risco;
A respeito dessas asserções:
a. A asserção II é uma proposição verdadeira,
mas não é justificativa da I.

Como analisar o IC:


- Não se prender a média, mas sim ao
intervalo;
● Intervalo que contém a unidade
(número 1) representa não
associação, por isso a alternativa I
está errada, porque o açúcar contém
a unidade, então não pode ser
considerado como fator de risco ao
carcinoma;
● Intervalo não contém o 1, abrange
números superiores a 1, como o do
colesterol: fator de risco;
● Intervalo não chega ao valor 1, como
o do ϐ-caroteno: fator de proteção;

8
Aula 05: 25/03/2022

REVISÃO PARA PROVA - M1

1. Um pesquisador está estudando 200 2. Um pesquisador está tentando determinar os


crianças, das quais 100 foram à creche e 100 fatores de risco para a bulimia. A amostra
não. Das que foram à creche, 90 ficaram selecionada foi de 50.000 adolescentes,
resfriadas. Das que não foram, 75 ficaram acompanhados ao longo de 5 anos para
resfriadas. Qual a RP de ter um resfriado em ver quais desenvolveriam a doença. Qual
relação a ir ou não para a creche? tipo de estudo é esse?
a. Estudo de coorte; (acompanhados: estudo
Tabela 2x2: longitudinal -tempo- > qualquer pessoa que
- Exposição: creche; não tenha desenvolvido o desfecho > coorte);
- Desfecho: resfriado; b. Estudo caso-controle; (comparados
grupos com doença e não doentes > parte da
doença (desfecho) > é uma retrospectiva);
c. Ensaio clínico;
d. Estudo de caso (única situação);
e. Meta-análise (revisão sistemática/estudo
secundário);

3. Um grupo de 500 pessoas é observado em


um dado momento e mede-se a prevalência
de uma doença. Que tipo de estudo é esse?
RP > 1: fator de risco a. Caso-controle;
b. Meta-análise;
Interpretação de 1,2: É possível verificar que houve 20%
c. Coorte;
a mais de prevalência de pessoas com resfriado entre os
que vão para a creche comparados aos que não vão; d. Ecológico;
e. Transversal (não se sabe quem tem a
doença);
a. Ir para a creche é um fator de risco?
R: Sim;
4. Um pesquisador atende um paciente com
b. Quantos % aumenta a prevalência de ir
uma doença muito rara e escreve um artigo
para a creche?
sobre este paciente, especialmente sobre a
R: 20%;
sua história, aspectos físicos e curso clínico.
Que tipo de estudo é esse?
RP: 1,2 IC95% (1,053 - 1,367) - ele pegou o intervalo de
confiança no artigo que mostrou;
a. Caso-controle;
- Associação: sim (não passa pela unidade b. Ensaio clínico randomizado;
então é associado); c. Coorte;
d. Estudo de caso;
e. Transversal;
* Valor de p: p < 0,05 (número convencionado):
> 0,05: significa que o desfecho foi meramente ao acaso;
< 0,05: quanto menor o valor de p, significa que o desfecho
está relacionado a intervenção > maior confiança;
- Por exemplo: medicação utilizada em um grupo e
sua eficácia positiva;

* Na M1 o valor de p não será cobrado;

9
5. Assinale a opção correta com relação ao c. O risco relativo obtido não é estatisticamente
inquérito realizado por equipe de saúde da família significativo, pois o intervalo de confiança de
para conhecer, na localidade em que atua, casos de 95% contém o valor 0,8;
hipertensão. d. Pode-se afirmar que os vegetarianos eram
a. Obtêm-se resultados que possibilitam 20% menos propensos a desenvolver
testar hipóteses de associação entre doenças cardíacas durante 30 anos de
causa e efeito; seguimento em comparação com os
b. É possível estimar a prevalência do não-vegetarianos;
agravo de interesse, avaliando-se os
indivíduos que participaram do estudo
em um único momento; 9. Em uma linha de produção, 100 pessoas, das
c. Os indivíduos são avaliados quais 30 tinham rinite alérgica, trabalhavam em um
inicialmente e acompanhados ambiente onde existia poeira. Outras 200 pessoas,
permanentemente, para que se das quais 20 tinham rinite alérgica, trabalhavam em
obtenham medidas de incidência do um ambiente sem esse agente de risco. Logo, o
agravo; Risco Relativo de ter rinite alérgica no ambiente com
d. Os indivíduos são avaliados em um poeira é:
único momento, no início do estudo, a. 3;
para a determinação da incidência do b. 2,5;
agravo; c. 2;
e. Esse estudo possibilita a estimativa DESFECHO
da prevalência do agravo de EXPOSIÇÃO Rinite Não rinite
interesse, excluídos os indivíduos que
apresentem, desde o início, a Poeira
característica de interesse;
Não poeira
6. O risco relativo do grupo profilático em relação ao
grupo que recebeu tratamento para doença Prevalência de rinite entre a poeira: 30%
osteomuscular foi igual a 5,3 (IC95% 0,66 - 41,5). Prevalência de rinite aonde não tem poeira: 10%
Este resultado é significativo? Justifique.
R:
10. O estudo abaixo pode ser classificado como:

7. Estudo de Framingham, no qual um grupo de ''(...) Para determinar a prevalência da cisticercose


moradores foram seguidos desde a década de 1950 em suínos e de teníase em 176 propriedades
para identificar a ocorrência e fatores de risco para localizadas na zona rural de Viçosa, Minas Gerais
doenças do coração, é um exemplo de que tipo de (MG), foram coletadas amostras de sangue de 226
estudo? suínos e fezes de 266 humanos, além da realização
a. Coorte experimental; de um inquérito epidemiológico. Não foi identificada
b. Caso-controle observacional; teníase humana, e a prevalência da cisticercose
c. Coorte observacional; suína foi de 0,4%. As informações obtidas
mostraram que a maioria das pessoas possuía o
hábito de consumir carne suína não inspecionada;
8. Pesquisadores, prospectivamente, seguiram um
entretanto, todas propriedades, o esgoto era
grupo de 100 vegetarianos e 200 não vegetarianos.
depositado diretamente no solo e em 99,4% destas
Após 30 anos, 8 vegetarianos e 20 não-vegetarianos
a água era canalizada, enquanto 8,1% dos suínos
desenvolveram doenças cardíacas. O intervalo de
eram criados presos. Concluiu-se que, na zona rural
95% de confiança variou de 0,6 a 0,9 e se refere à
do município de Viçosa-MG, a prevalência do
comparação entre vegetarianos e não-vegetarianos.
complexo teníase-cisticercose foi baixa, mostrando
Qual a interpretação?
ainda um nível de contaminação inferior ao de
a. Os vegetarianos eram 80% menos
outros municípios onde o complexo foi estudado;
propensos a desenvolver doenças cardíacas
a. Seccional;
durante 30 anos de seguimento em
b. Caso-controle;
comparação com os não vegetarianos;
c. Coorte;
b. Os pesquisadores deveriam ter calculado o
odds ratio, em vez de um risco relativo;

10
Aula 06: 29/04/2022

ARTIGO: AMPUTAÇÕES DE EXTREMIDADES


INFERIORES POR DM : ESTUDO
CASO-CONTROLE

- Título, autores, local de atuação dos autores, - p < 0,05 confirma, analisando o artigo, que o
e contato; fato de ser fumante aumenta o risco de
- Leitura dos resumos selecionados (nesse pessoas que possuem DM II precisarem de
exemplo: 500 artigos) > filtra e seleciona os amputação; (p: 0,037 - artigo);
artigos para leitura íntegra; - Odds ratio: é definida como a razão entre a
● Palavras chaves: direcionamento; chance de um evento ocorrer em um grupo e
- Leitura na íntegra dos artigos selecionados; a chance de ocorrer em outro grupo;
- MÉTODO ''realizou-se estudo caso controle ● Análise do artigo: ser fumante e não
emparelhado. Foram identificados 117 ser fumante;
pessoas com DM e submetidas a - Fumante OR ajustado: 4,62,
amputações de extremidades inferiores, na IC [1,09 - 19,50] > fator de
rede de serviços do Munícipio de São Paulo; risco;
● Estudo observacional de caso - Não fumante OR ajustado
controle (retrospectivo); 3,12, IC [1,00 - 9,73] > Já que
- Comparação dos que tiveram IC contém a unidade, não tem
e não tiveram o desfecho; associação, o resultado pode
- Seleciona-se outro grupo para ser falso e não possuir
comparar com quem teve o significância estatística, mas
desfecho; pode ter significância clínica;
- Caso: doença e amputação;
- Controle: doença (DM II); - O estudo caso-controle é utilizado
- Porque o grupo caso e geralmente para surtos, pela vigilância
controle são diferentes? epidemiológica;
tiveram desfechos diferentes?
já que ambos possuem DM II? - Vantagens: particularmente adequados para
● Partimos do desfecho (desfecho: doenças raras, porque é possível selecionar
comumente a doença); um intervalo de 10/15 anos para análise,
- Amputação de extremidades visto a necessidade de uma grande
inferiores, nesse caso; população para p < 0,05;
● No estudo caso controle não se
calcula incidência/prevalência, ou - Limitações: não adequados para
seja, sem porcentagem; investigações de exposições tatas, a menos
que o risco atribuído à exposição na
população seja muito alto;
● Não estima a incidência das
doenças/infecções estudadas;
● A informação sobre a exposição ou
fator é obtida após a ocorrência da
doença e portanto, não há como
distinguir uma cronologia nítida entre
a exposição e o aparecimento de
doenças, diferente do que ocorre nos
estudos de coorte onde a exposição é
o ponto de partida.

- Referência: Exposição não. OD = 1 >


exemplo: nunca ter fumado;

11
Aula 07: 06/05/2022

CONTINUAÇÃO CASO-CONTROLE

CASO CONTROLE SELEÇÃO DOS CASOS


Abaixo, em relação a confiança/validade, da coorte e Primeiro decidir uma definição específica de caso.
ensaio clínico; Isto é, decidir como confirmar os casos;
Exemplos:
- Câncer de pulmão diagnosticado por biópsia;
- Osteoporose confirmado com densitometria
óssea;
- Cárie dentária de acordo com tais critérios;

Definir se serão casos prevalentes ou incidentes:


Prevalente:
- Não necessita esperar os casos
acontecerem;
- No entanto, o estudo irá medir;
- Especificamente exposições relacionadas à
- Nos estudos de caso-caso os eventos de
sobrevivência, pois os casos serão apenas
interesse (casos) já ocorreram e o grupo
os prevalentes;
controle é selecionado buscando-se o
máximo de semelhança com os casos;
Incidente:
- A amostra ideal só difere no desfecho;
- Esperar os casos acontecerem;
- Processo de retrospecção;
- O estudo pode especificamente medir
● Parte do desfecho para buscar as
exposição relacionado ao desenvolvimento
exposições associadas ao desfecho;
da doença;
- Permite aumentar a amostragem pela
possibilidade de trabalhar 1:1, 1:2, 1:3 - caso
e controle; SELEÇÃO DOS CONTROLES
- Indivíduos já conhecidos - consultório, clínica
e serviço de saúde; - Controles devem ser representativos da
- Não existe medida de ocorrência; população, isto é, fonte na qual os casos
- No caso controle, existe pessoas com o foram selecionados;
desfecho e é comparado com quem não - Eles não tem que ser representativos da
tem, característica de escolher a amostra; população em geral e sim da população que
● É possível estabelecer o perfil que deu origem a cada caso;
não queremos; - Controles tem que ter o potencial para se
- Em estudos de surto é usado a taxa de tornarem casos (e tem que ser susceptíveis
ataque (''semelhante'' a medida de ao desfecho de interesse);
ocorrência); - Não dá para incluir mulheres com
- Calcular o ODDS (chance - probabilidade de histerectomia como controle de mulheres
desenvolver o desfecho) quem tem/quem com câncer de útero e nem pacientes
não tem: desdentados para controle de casos de
periodontite;

Diferentes tipos de controles:


- Aleatoriamente selecionados - pode
representar os casos;
- Indivíduos que vivem na mesma vizinhança -
Razão de ODDS: melhores controles;
- RO (medida de associação): - Esposa, irmãos, amigos - podem ser muito
O.caso/O.controle= a/c ÷ b/d = a.d/c/b iguais inclusive em comportamentos;
● Odds caso: a/c; - Indivíduos no mesmo hospital;
● Odds controle: b/d;

12
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA E EXEMPLOS
ASSOCIAÇÃO
1. Imagine que você está investigando um surto
- Medidas de frequência: não existem de diarréia em um grupo de pessoas que
medidas de frequência porque não se tem participou de um piquenique com o objetivo
grupo ou população definida; de descobrir o que o causou. Uma primeira
- Medidas de associação: Odds ratio (OR); investigação identificou alguns possíveis
● Não é risco, risco somente pode vir fatores de risco, conforme apresentado na
de estudo de coorte; tabela;
a. Calcule as porcentagens de casos em
relação ao total de pessoas
VANTAGENS
relacionadas a cada um dos fatores
- Bom potencial analítico; de risco. Essas proporções
- Obter resultados de forma rápida; denominam-se taxas de ataque.
- Baixo custo; Pelos resultados, você considera que
- Busca de fontes de dados em várias a natação durante o piquenique pode
instituições (análise etiológica); ser um fator de diarréia?

Tabela 1 - Taxas de ataque (proporção de pessoas


DESVANTAGENS que tiveram o evento em questão) de diarréia em
- Dificuldade de seleção dos controles; piquenique
- As informações obtidas frequentemente são Fator de Casos Não casos Taxa de
incompletas; risco ataque
- Vieses de informação de seleção;
- Fatores de confusão; Aperitivos 30 40 42,85%
- Impossibilidade de cálculo direto da
incidência entre expostos e não expostos e, Natação 15 39 27,77%
por decorrência do risco relativo;
Almoço 20 95 17,39%

ROTEIRO PARA DELINEAR UM ESTUDO Aperitivos: 30 (casos) ÷ pelo total 70 (30+40) = 42%;
CASO-CONTROLE Natação: 15/54 = 27,77%;
- Definir a questão a ser respondida; Almoço: 20/115 = 17,39%
- Estabelecer a definição de casos e controles;
- Especificar o critério de amostragem; 2. No sentido de aprofundar a investigação,
- Definir as variáveis de exposição e variáveis você resolveu testar se natação e consumo de
potenciais de confusão a serem controladas; aperitivos poderiam ser considerados fatores de
- Calcular o tamanho da amostra; risco. Para isso montou um estudo com base na
- Descrever as etapas para a análise de exposição a esses dois fatores de risco, cujos
dados; resultados são apresentados na tabela 2. Calcule as
respectivas taxas de ataque. Analise os resultados
e diga o que se pode concluir deles.

Tabela 2. Cálculo das taxas de ataque - consumo de


aperitivos e natação;

13
consumiram cogumelos entre os que não ficaram
Natação Casos Não casos Taxa de
doentes (controle). Compare essas duas
ataque proporções. O que se pode concluir?

Sim 15 39 27,78% Tabela 4 - Caso-controle investigando consumo de


cogumelo?
Não 20 61 27,69%

Consumo
de aperitivos

Sim 30 40 42,85%

Não 5 60 7,70%

3. Agora, para cada fator de risco, divida a taxa


de ataque dos expostos ao fator (por 5. Numa investigação epidemiológica de surto
exemplo, a taxa de ataque dos que nadaram) de gastrenterite, foi metodologia tipo
pela taxa de ataque dos não expostos ao caso-controle com os seguintes resultados:
fator (por exemplo, a taxa de ataque dos que Bolo: OR = 2,00 (0,8 - 3,2);
não nadaram) de ataque (tabela 3). Esse Maionese: OR = 5,4 (0,4 - 10,4);
cálculo produz o chamado risco relativo. Sushi: OR = 3,5 (0,8 - 6,2);
Comente os resultados obtidos. O que se Sorvete de creme: OR - 2,7 (1,2 - 4,2);
pode concluir? Água: OR = 0,8 (0,2 - 0,97);

Tabela 3 - Cálculos dos riscos relativos - consumo O alimento provavelmente associado ao aumento do
de aperitivos e natação; surto foi:
a. Bolo;
b. Maionese;
Natação Casos Não casos Risco
relativo
c. Sushi;
d. Sorvete de creme;
Sim 15 39 1,17 e. Água;

Não 20 61

Consumo de
aperitivos

Sim 30 40 9

Não 5 60

4. Uma vez que o consumo de aperitivos


revelou-se como fator de risco, você pretende
investigar o que exatamente, entre o que foi
oferecido como aperitivo, gerou problemas de
saúde. Mas como toda a população exposta não
está disponível, você resolve conduzir um estudo
desenhado para ser realizado a partir dos casos de
diarréia e não dos fatores de exposição. Na tabela 4
é apresentado o resultado do estudo para investigar
o papel dos cogumelos recheados. Calcule a
porcentagem de pessoas que consumiram
cogumelos entre os que ficaram doentes (casos) e a
porcentagem de pessoas que consumiram
cogumelos entre os que não ficaram doentes
(casos) e a porcentagem de pessoas que

14
Aula 08: 13/05/2022

ESTUDO OBSERVACIONAL COORTE

- Estudo de maior confiança e validade, abaixo


do ensaio clínico randomizado e revisão TIPOS DE COORTE
sistemática; Classificações segundo:
- POPULAÇÃO: primeiro identifica a
população e depois classifica em exposto e
não expostos, não usa exposição como
critério para selecionar a população
● GERAL: Uma amostra da população
geral, de uma área bem definida
geograficamente ou
administrativamente;
● RESTRITA: São escolhidos grupos
que oferecem facilidade para
avaliação de exposição, seguimento e
- Observação por um tempo, procura do desfecho
desfecho; ● ESPECIAL: Seleciona-se um grupo
- Ter pelo menos 2 momentos de avaliação; de pessoas submetidas a níveis
- ORIGEM: divisão do exército romano; elevados de uma exposição não
● 6 centúrias = 1 coorte; usual (acidentes químicos, exposição
● 10 coortes = 1 legião; ocupacional, acidentes nucleares)
- Pessoas livres da doença > classificadas - TIMING DA COLETA:
em exposto/não expostos > ● CONCORRENTE (prospectivos)
acompanhadas no tempo > classificadas - Estudo prospectivos,
em doente/não doente; clássicos;
- A exposição pode já ter
ocorrido, mas o desfecho
MODELO CONCEITUAL ainda não ocorreu;
- Não possuem o desfecho
OBJETIVO presente;
● NÃO CONCORRENTES
O objetivo de um estudo de coorte é identificar o (retrospectivo):
efeito de uma exposição em relação à ocorrência - Os problemas dos estudos
de um determinado evento; não concorrentes são: viés de
- Avaliação da etiologia de doenças (ex.: informação e a inabilidade
associação entre fumo e câncer de pulmão); para controlar variáveis de
- Avaliação da história natural de doenças (ex.: confusão (falta de
evolução de pacientes HIV positivos); informação);
- Estudo do impacto de fatores - Desfecho e exposição já
prognósticos (ex.: marcadores tumorais e aconteceram antes do início
evolução de câncer); do estudo;
- Estudo de intervenção diagnóstica (ex.: - Não confundir com o
impacto da realização de colpocitologia sobre caso-controle, no caso da
a mortalidade por câncer de colo uterino); coorte não concorrente o
- Estudo de intervenções terapêuticas (ex.: desfecho já aconteceu, como
impacto do tipo de tratamento cirúrgico de também a exposição, mas não
fraturas de colo do fêmur em idoso sobre a sei quem da amostra tem o
mortalidade); desfecho; (no caso controle
para selecionar é necessário
QUESTÃO saber quem tem o desfecho);

A exposição prévia está associada ou não à


ocorrência do evento?
15
- EXPERIÊNCIA POPULACIONAL eito a partir do cálculo de medidas de
CAPTADA: associação baseadas em diferenças de
● POPULAÇÃO FECHADA OU FIXA: incidências (Ie - Io) ou em razão de
Conjunto de pessoas identificadas em incidências (Ie/Io);
um ponto no tempo e seguidos por - Razão ou diferença de incidências
um período para detecção de novos acumuladas:
casos. Não são permitidas novas ● População fechada (sem perdas);
entradas no estudo após o início do ● Exposição delimitada no tempo (não
acompanhamento; modifica);
- Exemplo dos nascidos vivos ● Seguimento curto;
em determinado ano, só reduz - Razão ou diferença de taxas de
no decorrer do tempo; incidência:
● POPULAÇÃO ABERTA OU ● População fechada, mas que
DINÂMICA: Novas entradas podem demande longo período de
ocorrer durante o estudo. Se o seguimento (covariáveis, como idade
tamanho da população e a podem modificar);
distribuição etária permanecem ● Exposição muda no tempo;
constantes a coorte é chamada de ● População dinâmica;
estável;
- Permite a entrada e a saída
de sujeitos. Ex.: Framingham;
FONTE DOS DADOS

MEDIDAS DE OCORRÊNCIA
- INCIDÊNCIA CUMULATIVA: populações
fixas, não há entrada durante determinado
período; VANTAGENS
● IC: casos novos/pessoas expostas - Exposição precede desfecho (ausência de
início; ambiguidade temporal);
- DENSIDADE DE INCIDÊNCIA: - Permitem o cálculo direto das medidas de
● DI: Casos novos/pessoas-ano em incidência nas coortes de expostos e não
risco; expostos, e a avaliação de exposições raras;
- Status de desfecho não influencia a medida
ANÁLISE DE DADOS do status de exposição ou seleção de
indivíduos (coorte concorrente);
- População de estudo é definida segundo a - São menos sujeitos a viés de seleção que os
situação de exposição, sendo seguida para a estudos de caso-controle, especialmente
observação da ocorrência de casos novos de quando os grupos de expostos e não
doença (ou de outro desfecho de interesse). expostos são classificados internamente à
Estas características permitem o cálculo coorte;
direto das medidas de incidência; - Várias desfechos podem ser avaliados;
- A maioria dos estudos de coorte tem como ● Alguns estudos permitem ainda que
objetivo primário a comparação da várias exposições possam ser
incidência do desfecho entre indivíduos avaliadas (coortes de população geral
expostos (Ie) e não expostos (Io), o que é ou de grupos populacionais restritos);

16
LIMITAÇÕES
- Geralmente caros e difíceis de
operacionalizar (estudos etiológicos);
- Ineficiente para doenças raras e com longo
período de indução;
- A perda de participantes ao longo do
seguimento pode comprometer a validade
dos resultados;
- Como não é realizada a alocação aleatória
de intervenções (terapêuticas ou
preventivas), são menos indicados que os
estudos experimentais para a avaliação
dessas intervenções, pois os fatores de
seleção e confundidores não controlados
podem comprometer a validade do estudo;

CONCLUSÃO

- Coorte parte da exposição, a exposição está


associada ao desfecho?;
- No caso controle se parte do desfecho.

Aula 10: 24/06/2022

VALIDADE E REPETIBILIDADE

“Devemos ter a capacidade de diferenciar


corretamente quem tem doença de quem não tem” VALIDADE E REPETIBILIDADE PODEM SER
- Válido e repetível - todas as repetições
- Teste (screening, diagnóstico) verificar se vai
deram certo;
dar o mesmo resultado se repetir;
- Válido e não repetível - uma repetição deu
- Estudo se repetir vai dar o mesmo
certo;
resultado?;
- Não válido e repetível - nenhuma repetição
- Teste de screening sempre é mais sensível,
deu certo;
evitar circulação;
- Não válido e não repetível - sem resultado;

17
Para verificar a validade de um teste, utilizamos 2
parâmetros, são característicos do teste:
1. Sensibilidade;
2. Especificidade;

SENSIBILIDADE
- Capacidade de identificar corretamente quem
TEM a doença;
- Maioria dos testes têm sensibilidade abaixo
- Falso positivo e falso negativo;
de 90%;
PADRÃO OURO:
ESPECIFICIDADE Doentes Não doentes População
- Capacidade de identificar corretamente quem
NÃO tem a doença; + 90 (VP) 100 (FP) 190

- 10 (FN) 800 (VN) 810


Azul: doente;
Amarelo: saudáveis; 100 900

90: verdadeiro positivo (VP)


10: falso negativo (FN)
100: falso positivo (FP)
800: verdadeiro negativo (VN)

SENSIBILIDADE: 90/100 = 90% = VP/TOTAL


POSITIVOS PADRÃO OURO
ESPECIFICIDADE: 800/900 = 89% = VN/TOTAL
- Padrão ouro: 100% sensível e 100% NEGATIVOS PADRÃO OURO
específico;
PROBLEMAS FALSO POSITIVOS E FALSOS
NEGATIVOS:
Falsos positivos:
- voltarão para mais exames;
- mais custos;
- pessoas estigmatizadas;

Falsos negativos:
- pessoas doentes que não voltam;

- Falsos negativos: se o teste é negativo, - Sensibilidade e especificidade dependem


mas tem a doença o teste vai ter uma da outra;
sensibilidade menor, mas tem 100% de - Ao subir um baixar o ponto de corte uma
especificidade; sobe e outra desce;
- O ponto de corte deve ser estipulado em
detrimento da importância dos FP e FN
especificamente para cada doença.
Ex: falso negativo não tem o cuidado necessário na
diabetes, assim como o falso positivo faz uso de
medicamentos desnecessariamente;

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CURVA ROC:
VALOR PREDITIVO
- Depende da doença e especificidade;

VALOR PREDITIVO POSITIVO


- Se o paciente teve um teste positivo, qual é a
probabilidade de que realmente ele TENHA a
doença;

VALOR PREDITIVO NEGATIVO


- Se o paciente teve um teste negativo, qual é
a probabilidade de que ele realmente NÃO
tenha a doença;
Utilizar mais testes:
Sequencialmente = aumenta a especificidade
- Usamos mais de um teste para confirmar o
diagnóstico;
- O primeiro geralmente mais barato ou de
menor risco n usamos para screening;
- Confirmação do diagnóstico teste mais caro
ou de maior risco;

Simultaneamente = aumenta a sensibilidade


- Usado para determinar quem tem a doença;
- Usamos mais de um teste para que não
ocorra erro na identificação de doentes;
- Serão considerados com a doença os
indivíduos positivos a um dos testes ou aos VÍDEO AULAS:
dois; Entenda o que é Sensibilidade e Especificidade …
Valores preditivos - Epidemiologia

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