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EPIDEMIOLOGIA
2022.1 - TURMA XLIV - PROFESSOR: ALAN DE MORAES
SUMÁRIO
CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA 2
CONTINUAÇÃO CASO-CONTROLE 12
VALIDADE E REPETIBILIDADE 17
1
Aula 01: 25/02/2022
CONCEITOS DE EPIDEMIOLOGIA
2
2. Um estudo ecológico pode ser caracterizado por:
- Como coleta esses informações de forma
simultânea, pode ser chamado também de
R: seccional, visto que seria como um corte
numa linha do tempo (como tirar uma
fotografia, de um todo captura-se um ponto);
3. Os estudos ecológicos por utilizaram como unidade
PROVA:
de análise os agregados populacionais apresentam
1. São vantagens dos estudos transversais, exceto:
como principal viés a falácia ecológica. Identifique a. São rápidos e baratos;
dentre as opções abaixo aquela que define b. Medem prevalência da exposição;
c. São adequados para fazer inferência causal;
corretamente esse viés: d. São úteis para planejamentos em saúde;
e. Medem prevalência do desfecho;
R:
2. O trabalho de conclusão de curso de um aluno do
último ano de medicina foi estimar a prevalência de
insuficiência cardíaca dos pacientes internados no
hospital de sua universidade no ano de 1990. Qual
4. O serviço médico da empresa quer avaliar se o clima estudo mais adequado para essa investigação?
influencia o absenteísmo por doença respiratória. Para R:
isso, compara o número global de funcionários e de 3. Considere as afirmações abaixo:
dias de afastamento por essa causa durante o ano, de I. Estudos transversais são estudos complexos,
em que uma amostra simples da população é
dois locais em diferentes regiões geográficas. Esse tipo
seguida no tempo;
de estudo é qualificado como: II. Estudos seccionais, ou transversais, estuda a
situação de exposição e efeito de uma doença
R: em uma população em um único momento;
III. Estudos transversais não permitem o
5. Considere o seguinte texto: O Brasil é o quarto país estabelecimento da associação de
do mundo com a maior taxa de jovens mortos por causa-efeito;
IV. Em estudos transversais, pode-se determinar o
violência (...) os países com piores taxas de homicídio risco relativo de um fator causal associado a
juvenil são El Salvador, Colômbia (...) uma doença ou fenômeno;
Considerando que esse esses são resultados de um R:
estudo que comparou taxas de mortalidade divulgadas 4. Um grupo de 500 pessoas é observado em um dado
pelos Ministérios da Saúde de 83 países, o relatório momento e mede-se a prevalência de uma doença.
Que tipo de estudo é esse?
pode ser classificado como:
R:
R:
5. Para se conhecer a prevalência de anemia entre as
crianças menores de cinco anos de um município, qual
TRANSVERSAL - SECCIONAL dos seguintes delineamentos é o mais adequado?
R:
- Estudo em que se observa a população alvo
em apenas uma única oportunidade,
coletando nesse momento a variável
dependente e independente (prevalência);
● Variável dependente: doença
propriamente dita ou condição final - COORTE
exemplo: câncer de pulmão, ou seja,
é a variável que depende de um fator - Escolhe-se a população com base na
causal para acontecer; variável independente (exemplo:
● Variável independente: corresponde tabagismo), ou seja, são selecionadas
ao fator causal suspeito - exemplo pessoas que já fumam para serem
tabagismo; acompanhadas ao longo do tempo até o
desfecho, que no caso, seria o câncer de
pulmão;
3
- Estudo longitudinal, prospectivo e RESUMO:
observacional no qual um grupo de
pessoas é acompanhado por determinado
tempo. Os desfechos são comparados a
partir da exploração ou não de uma
intervenção ou outro fator de interesse para
análise posterior de incidência da doença;
PROVA:
1. Os estudos do tipo coorte são exemplos típicos de
estudos transversais.
a. Certo;
b. Errado;
METANÁLISES
- É quando, através da literatura, é feita a
análise de estudos que já foram
feitos/publicados de forma geral. A partir da
análise do conjunto, chega-se a uma
conclusão que talvez os estudos individuais
não tenham chegado.
4
MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS (MBE )
DEFINIÇÃO
1. Identificar;
2. Avaliar;
3. Sintetizar;
Problema clínico
↓
Elaborar uma pergunta a partir
do problema apresentado
↓
Buscar selecionar a literatura pertinente através
de uma estratégia previamente construída
↓
Avaliar a qualidade dos estudos selecionados e
decidir quais serão incluídos na análise
↓
Extrair os dados dos estudos incluídos
↓
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Aula 02: 04/03/2022
6
Aula 03: 11/03/2022
TABELAS DE CONTINGÊNCIA
Consiste de tabelas com 2 colunas e 2 linhas, que Tabela 1:
são compostas por 4 caselas:
Variável Categoria Nº de % % com
- Presença/ausência da exposição; crianças anemia
- Presença/ausência da doença;
Vaso com descarga 412 88,2 57,8
sanitário sem descarga 55 11,8 79,7
Sim 78 82 160
Descarga com anemia Sem descarga com
anemia
412 - 100%
Não 236 871 1107 55 - 100%
X - 57,8%
Y - 79,7
Total 314 953 1267
x= 238
y= 44
- Sempre comparar na tabela os expostos e PROVA (questão que o professor comentou em sala):
não expostos; ''Os dados do referido estudo apontam que: a
prevalência do desfecho foi de xx% maior ou menor
entre os expostos comparados aos não expostos''
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Aula 04: 18/03/2022
8
Aula 05: 25/03/2022
9
5. Assinale a opção correta com relação ao c. O risco relativo obtido não é estatisticamente
inquérito realizado por equipe de saúde da família significativo, pois o intervalo de confiança de
para conhecer, na localidade em que atua, casos de 95% contém o valor 0,8;
hipertensão. d. Pode-se afirmar que os vegetarianos eram
a. Obtêm-se resultados que possibilitam 20% menos propensos a desenvolver
testar hipóteses de associação entre doenças cardíacas durante 30 anos de
causa e efeito; seguimento em comparação com os
b. É possível estimar a prevalência do não-vegetarianos;
agravo de interesse, avaliando-se os
indivíduos que participaram do estudo
em um único momento; 9. Em uma linha de produção, 100 pessoas, das
c. Os indivíduos são avaliados quais 30 tinham rinite alérgica, trabalhavam em um
inicialmente e acompanhados ambiente onde existia poeira. Outras 200 pessoas,
permanentemente, para que se das quais 20 tinham rinite alérgica, trabalhavam em
obtenham medidas de incidência do um ambiente sem esse agente de risco. Logo, o
agravo; Risco Relativo de ter rinite alérgica no ambiente com
d. Os indivíduos são avaliados em um poeira é:
único momento, no início do estudo, a. 3;
para a determinação da incidência do b. 2,5;
agravo; c. 2;
e. Esse estudo possibilita a estimativa DESFECHO
da prevalência do agravo de EXPOSIÇÃO Rinite Não rinite
interesse, excluídos os indivíduos que
apresentem, desde o início, a Poeira
característica de interesse;
Não poeira
6. O risco relativo do grupo profilático em relação ao
grupo que recebeu tratamento para doença Prevalência de rinite entre a poeira: 30%
osteomuscular foi igual a 5,3 (IC95% 0,66 - 41,5). Prevalência de rinite aonde não tem poeira: 10%
Este resultado é significativo? Justifique.
R:
10. O estudo abaixo pode ser classificado como:
10
Aula 06: 29/04/2022
- Título, autores, local de atuação dos autores, - p < 0,05 confirma, analisando o artigo, que o
e contato; fato de ser fumante aumenta o risco de
- Leitura dos resumos selecionados (nesse pessoas que possuem DM II precisarem de
exemplo: 500 artigos) > filtra e seleciona os amputação; (p: 0,037 - artigo);
artigos para leitura íntegra; - Odds ratio: é definida como a razão entre a
● Palavras chaves: direcionamento; chance de um evento ocorrer em um grupo e
- Leitura na íntegra dos artigos selecionados; a chance de ocorrer em outro grupo;
- MÉTODO ''realizou-se estudo caso controle ● Análise do artigo: ser fumante e não
emparelhado. Foram identificados 117 ser fumante;
pessoas com DM e submetidas a - Fumante OR ajustado: 4,62,
amputações de extremidades inferiores, na IC [1,09 - 19,50] > fator de
rede de serviços do Munícipio de São Paulo; risco;
● Estudo observacional de caso - Não fumante OR ajustado
controle (retrospectivo); 3,12, IC [1,00 - 9,73] > Já que
- Comparação dos que tiveram IC contém a unidade, não tem
e não tiveram o desfecho; associação, o resultado pode
- Seleciona-se outro grupo para ser falso e não possuir
comparar com quem teve o significância estatística, mas
desfecho; pode ter significância clínica;
- Caso: doença e amputação;
- Controle: doença (DM II); - O estudo caso-controle é utilizado
- Porque o grupo caso e geralmente para surtos, pela vigilância
controle são diferentes? epidemiológica;
tiveram desfechos diferentes?
já que ambos possuem DM II? - Vantagens: particularmente adequados para
● Partimos do desfecho (desfecho: doenças raras, porque é possível selecionar
comumente a doença); um intervalo de 10/15 anos para análise,
- Amputação de extremidades visto a necessidade de uma grande
inferiores, nesse caso; população para p < 0,05;
● No estudo caso controle não se
calcula incidência/prevalência, ou - Limitações: não adequados para
seja, sem porcentagem; investigações de exposições tatas, a menos
que o risco atribuído à exposição na
população seja muito alto;
● Não estima a incidência das
doenças/infecções estudadas;
● A informação sobre a exposição ou
fator é obtida após a ocorrência da
doença e portanto, não há como
distinguir uma cronologia nítida entre
a exposição e o aparecimento de
doenças, diferente do que ocorre nos
estudos de coorte onde a exposição é
o ponto de partida.
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Aula 07: 06/05/2022
CONTINUAÇÃO CASO-CONTROLE
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MEDIDAS DE FREQUÊNCIA E EXEMPLOS
ASSOCIAÇÃO
1. Imagine que você está investigando um surto
- Medidas de frequência: não existem de diarréia em um grupo de pessoas que
medidas de frequência porque não se tem participou de um piquenique com o objetivo
grupo ou população definida; de descobrir o que o causou. Uma primeira
- Medidas de associação: Odds ratio (OR); investigação identificou alguns possíveis
● Não é risco, risco somente pode vir fatores de risco, conforme apresentado na
de estudo de coorte; tabela;
a. Calcule as porcentagens de casos em
relação ao total de pessoas
VANTAGENS
relacionadas a cada um dos fatores
- Bom potencial analítico; de risco. Essas proporções
- Obter resultados de forma rápida; denominam-se taxas de ataque.
- Baixo custo; Pelos resultados, você considera que
- Busca de fontes de dados em várias a natação durante o piquenique pode
instituições (análise etiológica); ser um fator de diarréia?
ROTEIRO PARA DELINEAR UM ESTUDO Aperitivos: 30 (casos) ÷ pelo total 70 (30+40) = 42%;
CASO-CONTROLE Natação: 15/54 = 27,77%;
- Definir a questão a ser respondida; Almoço: 20/115 = 17,39%
- Estabelecer a definição de casos e controles;
- Especificar o critério de amostragem; 2. No sentido de aprofundar a investigação,
- Definir as variáveis de exposição e variáveis você resolveu testar se natação e consumo de
potenciais de confusão a serem controladas; aperitivos poderiam ser considerados fatores de
- Calcular o tamanho da amostra; risco. Para isso montou um estudo com base na
- Descrever as etapas para a análise de exposição a esses dois fatores de risco, cujos
dados; resultados são apresentados na tabela 2. Calcule as
respectivas taxas de ataque. Analise os resultados
e diga o que se pode concluir deles.
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consumiram cogumelos entre os que não ficaram
Natação Casos Não casos Taxa de
doentes (controle). Compare essas duas
ataque proporções. O que se pode concluir?
Consumo
de aperitivos
Sim 30 40 42,85%
Não 5 60 7,70%
Tabela 3 - Cálculos dos riscos relativos - consumo O alimento provavelmente associado ao aumento do
de aperitivos e natação; surto foi:
a. Bolo;
b. Maionese;
Natação Casos Não casos Risco
relativo
c. Sushi;
d. Sorvete de creme;
Sim 15 39 1,17 e. Água;
Não 20 61
Consumo de
aperitivos
Sim 30 40 9
Não 5 60
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Aula 08: 13/05/2022
MEDIDAS DE OCORRÊNCIA
- INCIDÊNCIA CUMULATIVA: populações
fixas, não há entrada durante determinado
período; VANTAGENS
● IC: casos novos/pessoas expostas - Exposição precede desfecho (ausência de
início; ambiguidade temporal);
- DENSIDADE DE INCIDÊNCIA: - Permitem o cálculo direto das medidas de
● DI: Casos novos/pessoas-ano em incidência nas coortes de expostos e não
risco; expostos, e a avaliação de exposições raras;
- Status de desfecho não influencia a medida
ANÁLISE DE DADOS do status de exposição ou seleção de
indivíduos (coorte concorrente);
- População de estudo é definida segundo a - São menos sujeitos a viés de seleção que os
situação de exposição, sendo seguida para a estudos de caso-controle, especialmente
observação da ocorrência de casos novos de quando os grupos de expostos e não
doença (ou de outro desfecho de interesse). expostos são classificados internamente à
Estas características permitem o cálculo coorte;
direto das medidas de incidência; - Várias desfechos podem ser avaliados;
- A maioria dos estudos de coorte tem como ● Alguns estudos permitem ainda que
objetivo primário a comparação da várias exposições possam ser
incidência do desfecho entre indivíduos avaliadas (coortes de população geral
expostos (Ie) e não expostos (Io), o que é ou de grupos populacionais restritos);
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LIMITAÇÕES
- Geralmente caros e difíceis de
operacionalizar (estudos etiológicos);
- Ineficiente para doenças raras e com longo
período de indução;
- A perda de participantes ao longo do
seguimento pode comprometer a validade
dos resultados;
- Como não é realizada a alocação aleatória
de intervenções (terapêuticas ou
preventivas), são menos indicados que os
estudos experimentais para a avaliação
dessas intervenções, pois os fatores de
seleção e confundidores não controlados
podem comprometer a validade do estudo;
CONCLUSÃO
VALIDADE E REPETIBILIDADE
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Para verificar a validade de um teste, utilizamos 2
parâmetros, são característicos do teste:
1. Sensibilidade;
2. Especificidade;
SENSIBILIDADE
- Capacidade de identificar corretamente quem
TEM a doença;
- Maioria dos testes têm sensibilidade abaixo
- Falso positivo e falso negativo;
de 90%;
PADRÃO OURO:
ESPECIFICIDADE Doentes Não doentes População
- Capacidade de identificar corretamente quem
NÃO tem a doença; + 90 (VP) 100 (FP) 190
Falsos negativos:
- pessoas doentes que não voltam;
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CURVA ROC:
VALOR PREDITIVO
- Depende da doença e especificidade;
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