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11/09/2023

MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE COLETIVA

Prof.ª Nathalya Carneiro


CONCEITO
• Estudo cuja a finalidade é descrever/caracterizar o processo SAÚDE-
DOENÇA.

SAUDÁVEL DOENTE

RETROSPECTIVOS X PROSPECTIVOS
• Período de tempo durante o qual os dados foram registrados em relação
ao tempo no qual o estudo começou.

RESTROSPECTIVO INVESTIGAÇÃO PROSPECTIVO

• Prospectivo: Presente – Futuro


Causa → Efeito

• Retrospectivo: Presente – Passado


Efeito → Causa

ESTUDOS OBSERVACIONAIS ESTUDOS OBSERVACIONAIS


• Permitem que a natureza determine o seu curso: o investigador mede, ESTUDO DESCRITIVO
mas não intervém.
• Limita-se a descrever a ocorrência de uma doença em uma população;
• Esses estudos podem ser
• Não fazem associações, apenas relata o que está acontecendo
Descritivos
• Primeiro passo de uma investigação epidemiológica;
Analíticos
RELATO DE CASO SÉRIE DE CASOS

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ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS DESCRITIVOS ESTUDOS OBSERVACIONAIS


RELATOS DE CASO → descrições de pacientes individuais
ESTUDO ANALÍTICO
SÉRIE DE CASOS → descrição de uma série de pacientes • Pressupõe a existência de um grupo de referência, o que permite
estabelecer comparações
Especialmente úteis em:
• Detecção de epidemias
TRANSVERSAIS COORTE
• Descrição de características de novas doenças
• Formulação de hipóteses sobre possíveis causas para doenças CASO-CONTROLE ECOLÓGICOS
• Descrição de resultados de terapias

ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS ANALÍTICOS ESTUDOS ANALÍTICOS


TRANSVERSAIS TRANSVERSAIS
• Doença e exposição → medidas simultaneamente ou em curto período
de tempo.
• Medem a prevalência da doença e, por essa razão, são frequentemente
chamados de estudos de prevalência.

• Informa o número de casos de uma determinada doença no momento.

ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS ANALÍTICOS ESTUDOS ANALÍTICOS


• TRANSVERSAIS CASO-CONTROLE

• Comparação entre o grupo de indivíduos com a doença x grupo de


Aplicações: indivíduos sem a doença.
• Medir a frequência das doenças
- Prevalência de AIE em Boa Vista-RR

• Avaliar e planejar serviços e programas de saúde


- Cobertura de vacinação da Febre Aftosa

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CASO-CONTROLE
ESTUDOS ANALÍTICOS
CASO-CONTROLE

• Visa entender e identificar quais são:

• Os fatores de risco e de exposição

• Fatores prognósticos da patologia em questão

• Eficácia das intervenções.

ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS ANALÍTICOS ESTUDOS ANALÍTICOS


COORTE
CASO-CONTROLE
• Também conhecidos como:
Vantagens:

• Possível estudar vários fatores de risco • Estudos de incidência

• Em geral não requer grande nº de indivíduos • Estudos longitudinais


• Relativamente rápido
• Estudos de seguimento (follow-up)
• Baixo custo

ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS ANALÍTICOS ESTUDOS ANALÍTICOS


COORTE
COORTE

• Parte-se de grupos com ou sem fator de exposição e que ainda não


desenvolveram o desfecho de interesse.

• Os grupos são seguidos longitudinalmente e observa-se quem desenvolve


ou não a doença

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ESTUDOS OBSERVACIONAIS ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS ANALÍTICOS ESTUDOS ANALÍTICOS


COORTE COORTE

Vantagens: Desvantagens:

• Frequentemente demoram vários anos


• Estabelece a incidência;
• Pode-se estudar poucas exposições
• Segue a mesma lógica da pergunta clínica: Se expostas, as pessoas
contraem a doença?
• Logisticamente difíceis

• Pode-se avaliar a relação da exposição com várias doenças • Perda de indivíduos

ESTUDOS OBSERVACIONAIS ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS ANALÍTICOS ESTUDOS ANALÍTICOS


ECOLÓGICO ou DEMOGRÁFICO ECOOLÓGICO
• Procuram avaliar como os contextos social e ambiental podem afetar a
• Unidade de informação não é um indivíduo, mas grupo (população) saúde de grupos populacionais

• Informação sobre doença e exposição em grupos populacionais (escolas,


cidades, países, etc) • Não é possível afirmar uma conclusão, usa a ideia de “pode ser isso...”

• Os dados dessa área são comparados a outras, ou no tempo (séries


temporais) ou ambos

ESTUDOS OBSERVACIONAIS

ESTUDOS ANALÍTICOS ENSAIO CLÍNICO


RANDOMIZADO
ECOOLÓGICO

Vantagens:
ENSAIO DE
• Baixo custo e rápida execução EXPERIMENTAIS
CAMPO
• Dados disponíveis: SINAN, IBGE

• Mensuração da implantação de um novo programa de saúde ou uma nova


legislação em saúde na melhoria das condições de saúde ENSAIO
COMUNITÁRIO

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ESTUDOS EXPERIMENTAIS

ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO (ECR) O QUE É RANDOMIZAÇÃO?


• Objetivo: estudar os efeitos de uma intervenção em particular. • Processo que sorteia aleatoriamente em que rupo de tratamento cada
sujeito de pesquisa irá estar.
• Os indivíduos selecionados são aleatoriamente alocados para os grupos
intervenção e controle, e os resultados são avaliados comparando-se os
desfechos entre esses grupos • Dá a cada participante uma chance igual de ser designado para qualquer
um dos grupos de tratamento estabelecidos pelo protocolo.

• É considerado o método mais seguro e imparcial

ESTUDOS EXPERIMENTAIS ESTUDOS EXPERIMENTAIS

ENSAIO DE CAMPO
• Semelhante ao ensaio clínico, mas a população estudada não são
pacientes e sim pessoas livres de doenças e presumivelmente sob risco.

• Os dados são coletados na população em geral

• É focado na prevenção e estágio inicial de patologias.

ESTUDOS EXPERIMENTAIS

ENSAIO COMUNITÁRIO
• Os grupos de tratamento são comunidades ao invés de indivíduos. MEDIDAS DE OCORRÊNCIA OU
• Particularmente apropriado para doenças que tenham suas origens nas FREQUÊNCIA DAS DOENÇAS
condições sociais e que possam ser facilmente influenciadas por
intervenções dirigidas ao comportamento do grupo ou do indivíduo.

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MEDIDAS DE OCORRÊNCIA

MEDIDAS DE OCORRÊNCIA MEDIDAS TRANSVERSAIS


• Revelam a magnitude do problema a ser estudado. • Medidas obtidas quando os indivíduos são examinados apenas
uma vez.
• Há duas formas básicas de medir a ocorrência de doença:
• Estudo de PREVALÊNCIA.

Examinando pessoas em um único momento → MEDIDAS TRANSVERSAIS

Acompanhando pessoas durante um certo tempo - MEDIDAS LONGITUDINAIS

PREVALÊNCIA PREVALÊNCIA
• Informa apenas o número de casos de uma determinada doença no • Para essa medida, todos os indivíduos doentes são considerados;
momento.
• não importa se a doença foi diagnosticada recentemente ou se já está
presente no indivíduo há muito tempo.

Proporção de doentes em uma determinada


população em um determinado momento.

MEDIDAS DE OCORRÊNCIA

MEDIDAS LONGITUDINAIS INCIDÊNCIA


• São medidas obtidas quando os indivíduos são acompanhados • Implica em uma dimensão de tempo, ou seja, reflete a velocidade com
durante um certo período de tempo; que os casos novos aparecem.

• Estudos de INCIDÊNCIA.

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INCIDÊNCIA INCIDÊNCIA
• Mais apropriada para quantificar doenças de curta duração; Utilizada para avaliar a frequência de doenças:

• É uma medida aproximada da velocidade com que surgem os casos no • Respiratórias (sarampo, gripes)
tempo.
• Doenças virais transmitidas por vetores (dengue, febre amarela)

• Acidentes (atropelamento, colisões)

• Estudos realizados para identificar fatores de risco para doenças.

RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA


INCIDÊNCIA

• A prevalência depende da incidência e da duração da


doença, isto é, depende da relação entre o adoecimento e a
cura ou óbito.

• Doenças com baixa incidência, mas de longa duração, como o


diabetes, terão alta prevalência.

RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E


INCIDÊNCIA
• Para diminuir a prevalência de determinada doença é preciso:

Diminuir o aparecimento de novos casos (prevenção primária);


MEDIDAS DE EFEITO
ou
Encurtar a duração da doença (prevenção secundária)

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MEDIDAS DE EFEITO MEDIDAS DE EFEITO


• Também chamadas medidas de associação;
F D
• Expressam a relação entre exposição e desfecho (doença, óbito, etc). • Qual a força de associação entre F e D?

• F aumenta em quantas vezes o risco de desenvolver D?


• São usadas para detectar quantitativamente essa relação.
 Risco Relativo
• Indicam a magnitude do efeito de um fator de risco sobre a
 Odds Ratio
ocorrência do desfecho.

MEDIDAS DE EFEITO MEDIDAS DE EFEITO

RISCO RELATIVO (RR) RISCO RELATIVO (RR)


• Indica quantas vezes maior é o risco de adoecer entre os expostos
comparados aos não expostos.
RR = 1 → incidência do desfecho foi igual nos dois grupos comparados
• O cálculo para o RR é simples: é a razão entre duas taxas de incidência.
RR > 1 → A exposição é um fator de risco

RR < 1 → exposição foi um fator de proteção

MEDIDAS DE EFEITO MEDIDAS DE EFEITO

RISCO RELATIVO (RR) RISCO RELATIVO (RR)


• Exemplo: Exemplo:

• Exposição (Causa) → diferentes tipos de alimentação

• Desfecho (Efeito) → Casos de cólica em equinos

Qual o risco de equinos terem episódio de cólica


quando sujeitos a diferentes tipos de
alimentação?
Alimentação X Episódios de cólica em equinos

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MEDIDAS DE EFEITO MEDIDAS DE EFEITO

RISCO RELATIVO (RR) RISCO RELATIVO (RR)


• Incidência de equinos que usam ração em relação aos que se alimentam
a pasto:

Se RR= 4. O risco de equinos que se alimentam de ração é 4 vezes


maior de apresentarem casos de cólica em relação aos que se
alimentam a pasto

RR>1 - a exposição é um fator de risco

RISCO RELATIVO (RR) RISCO RELATIVO (RR)


• Exposição (Causa) → Uso de anti-helmíntico ou não (exposto e não • Se RR= 0,2. O risco dos expostos é menor que dos não expostos.
exposto)
• Desfecho (Efeito) → Casos de cólica em equinos

Usar anti-helmínticos é um fator protetor.

MEDIDAS DE EFEITO

ODDIS RATIO (OR)


• “razão de chances”, “razão de probabilidades”; COBERTURA VACINAL E
• Medida de intensidade de associação (entre efeito e exposição) utilizada
em estudos retrospectivos (caso-controle) EFEITO DE REBANHO
• Mede relação de chances de exposição entre casos e controles

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COBERTURA VACINAL EFEITO DE REBANHO


• Pode ser entendida como a porcentagem de indivíduos completamente • Obtida quando a maior proporção de indivíduos em uma comunidade está
vacinados dentro do total de indivíduos que precisam ser vacinados. protegida, seja porque teve a doença ou porque foi vacinada.

• Com poucos vulneráveis → circulação do agente que causa a doença cai


→ protege de modo indireto aqueles que não estão imunizados.

• Porcentagem necessária de vacinados - varia de acordo com a doença e


com a efetividade da vacina

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