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Tipos de estudo epidemiológico

Epidemiol0gi11 i5 n ciência da saúde coletiva que estuda


a casos, sugerindo até a emergência de novas doenças ou
rdnçiio de causa-efeito, ou saúde-doença. Para este fim epidemias.
existem diversos tipos de estudos epidemiológicos de Ex: Relato de manifestações clinicas de uma doença X
uma população. cada estudo é indicado para um tipo de (rara).
hipótese levantada pelo pesquisador. As hipóteses po-
dem ser. entre outras , relação entre exposição ao fator
• 2.2 - Investigação Experimental em laboratório
de ,isco e a doença, ou doença sobre óbitos , ou também
a eficácia de determ inado medicamento para uma deter-
minada doença. É um estudo de curta duração feito, geralmente, com ani-
mais, sendo ideal quando não é possível realizar em hu-
manos, por questões éticas.O laboratório é o local ideal
para estudos experimentais, pois pode-se controlar as va-
1 Tipos de estudo epidemiológicos riáveis, reduzindo, portanto, o grau de subjetividade na
aferição dos dados. Vale ressaltar que o transporte do
Na saúde existem tipos específicos de delineamento de resultado para seres humanos deve ter cautela, já que se
estudos para estuda r efeitos e diagnóstico que consideram trata de um estudo feito com diversas espécies que não
a
e
e se adapta m a fatores especiais como problemas éticos espécie humana.
alto custo.
Difere nteme nte de outras ciências as investigações são • 2.3 - Pesquisa Populacional ou Epidemiológica
feitas sobre a saúde das próprias pessoas, o que limita
muito a aplicação dos tipos de estudo preferidos pelas de- • Classificações:
mais áreas correlatas.
• Descritiva
Nos estudos de fatores para cada tipo de situação pode
ser possível interv ir em um fator livremente, intervir con- • Analítica
dicion almen te, interv ir igualm ente ou não intervir. Nos
estudos de diagnóstico pode ser permit ido aplicar as téc- Nas pesquisas descritivas, procura-se estuda r a distribui-
nicas de diagnóstico, apena s uma ou nenhuma. ção das doenças num determinado local, realizando a for-
Todos esses parâm etros geram tipos de estudo típicos
da mulação de hipóteses. São usadas , dessa forma, algumas
saúde e com tipos de viés (erros sistem áticos) conhe cidos, variáveis que podem auxiliar o estudo, tais como: indi-
A
que são muito impor tantes para a avaliação crítica de um víduo (quem?), o local (onde?) e o tempo (quando?).
obtenção dos dados para o estudo pode ser feito de duas
trabalho e sua impor tância .
formas , através das fontes primá ria e secundária, cujas in-
Os tipos de estudo podem ser: formações são coletadas num determ inado momento es-
pecificamente e a partir de uma base ou registro de dados,
• l.Qualitativos : utiliza conceitos, compo rtamen tos, respectivamente, a fim de se obter as informações dese-
percep ções. inform ações das pessoas (coleta de da- jadas.
dos: observações, entrevistas e leituras);refere-se a s
Nas pesquisas analíticas , a elucidação dos determ inante
estudo s profundos, subjetivos;usados em larga es- -
da doenç a e teste de novos resultados e hipóteses formu
cala nas ciência<;·sociais.
ladas a partir de estudos descritivos é feito .
• 2.Quantitativos: são objetivos na busca para expli- Dentr o das pesquisas descritivas e analíticas, ainda, há:
cação dos fenômenos, ênfase numér ica;ma ior apli-
cação na área da S.Júde .
• Classificações :

• 2.1 - Estudo de Caso • Estudos Observacionais:


• Estudos Ecológicos
,
O estudo de caso é um tipo de estudo descritivo básico • Estudos Transversais ou de Prevalência
ados de um único ou
cujos relatos são cuidadosos e detalh • Estudo de Caso- contro le
i-
poucos pacien tes.Po de ser feito por mais de um profiss
série de • Estudo de Coorte
onal.Além disso, pode ser expandido para uma

l~ ('\ í ,· n 1 ,,
2 2 CLASSIFICAÇÃO

• Estudos lntcfYCll(IOll!II,\ 1111 u., pcrl mc11 ll11.~: dirlc.;1 1:.nhcr· 11 ~ c1111.~a.~ dn doença; . A randomi zaçiio pos-
• 8 1:-ai11 dtnk,i ~lhllilu diminu ir a vuríuç/ío ocorrida por fat ores externos
que; po~sam 11 fc11,r II comp:1ruç;)o; . Duplamente-cega:
• E.ns;11,, de l"ll flllh'
quando investigadores e pac ien tes não sabem a que tipo
• l~n'-11\, '-k Con11111id,,dc de intcrvençtio são submetidos.

1.1 Escudos Ecológicos 1.6 Estudo de Campo


D~,, ec i\$ diferença, entre as populações num deter-
Semelhante ao ENSAIO CLÍNICO, mas a população es-
minirdo c-sp;iÇ'O de tempo ou num mesmo tempo: Com-
tudada não são pacientes e sim pessoas livres de doenças
p,.u-:1 us fre quências da doença entre os diferentes grupos
e presumivelmente sob risco: . Os dados são coletados na
num dctcm1i nado espaço de tempo; In formações dese-
população em geral ; . São mais caros e de maior duração
j;idns são retiradas de registros de dados coletados roti-
de tempo: . Também devem buscar a randomização.
nci r.:imcntc como fonte de dados oficiais (OMS. registros
nacionais .. .): São rápidos e de baixo custo, já que dispen-
sa m amostragens, entrevistas. fi chas ou exames clínicos.
1.7 Ensaio de Comunidade

Envolve a intervenção em nível de comun idades. ao in-


1.2 Estudos Transversais ou de Prevalên-
vés de indivíduos, apenas; . Usado para avaliar a efi-
cia cácia e efetividade de intervenções que busquem a pre-
venção primária através da modificação cios fatores de
Usados em saúde pública para avaliar e planejar progra- risco numa população; . É conduzido dentro de um con-
mas de cont role de doenças; Medem a prevalência da do- texto sócio-econômico de uma população naturalmente
ença ; Muit o di fu ndida em epidemiologia; Dados levanta- formada . Limitações: pequeno número de comunidades
dos num detem1inado ponto no tempo, especificamente podem ser incluídas ; difícil de isolar uma comunidade.
para a obtenção de informações desejadas de grandes
popul;,içé'\cs; São fáceis e econômicos, com duração de
tempo relatiYament e curta .
2 Classificação

1.3 Estudo de Caso-Controle • Populacional (ecológico) / ind ividual

O inveslig..idor part e de indi víduos com e sem doença e


Quando obtemos dados aglomerados, ou seja, dados em
busca no passado a presença/ausência ~o fa tor d: expo:
que não sabemos as distribuições condicionais, classifi-
sição (ca usa ); Analisa os possíveis fa tores associados ~
camos o estudo como ecológico, caso contrário o classifi-
doença em questão; Melhor es wdo p~ra doenças raras; E
camos como sendo individu al. Estudos ecológicos costu-
rápido e bara to;. mam estar relac ionados a ações públicas em massa. Por
. /..
exemplo: se temos o total de crianças com cane antes e
o total de cri anças com cá ri e depois do programa de edu-
1.4 Estudo Coorte
cação sobre higiene nas escolas, não podemos saber se
houve diminuição do número de casos apenas pela ação
O investigador pane do fator d~ e~ osi_ção (causa) para
pública e nem podemos resgata r o dado de uma criança
descrever a incidência e analisar associações entre cau-
especí fi ca (antes sem cárie e depois com, por exemplo) .
sai; e doenças; . Fornece m~lhores infomrnções s9hre as
Temos apenas indi cadores.
cau~11g de uma doença : . Alto custo e longe>_ eeríodo de
tempo;. Pode ser di vidido em- Coon e Histórica, quando
utiliza dado~ 1.ecu ndári os já coletados, e Coorte Contem- • Longi tudinal / transversal
poránea, guand<J o&dados são coletados ao longo do pró-
prio estudo. Sã-o eswdo,; longitudi nais que permitem me- Estudos longitudinais são aqueles cujo objetivo é estudar
dir a incidência dos efeiw~ dà ex posição. Permitem ainda
0 efeito de um ou mais fa tores. Nes tes estudos os da~~s
estudar a história na1und de uma doença . Sno muito úteis estudados sí'lo w letados em dois 111omen10s, no ponl 0 1111 -
para a determinação de fa tores de risco a~soc iados. cial ela exposição(o encontrado) e em um momento pos-
teri or. Es tudos transversais têm como objeti vos procurar
rapidamente associações comuns entre fa tores, ,º .qu e é
1.5 Ensaio Clínico bom para a criação ele métodos de diagnós tico rapido.

Tem como objetivo testar a efi cácia de uma int ervençã?


terapêutica ou preventiva sobre determinada doença; • E • Controlado / Não contro lado
te é o uso de me tod olo -
• O mas car ame nto do pac ien
ien tes saib am se faz em
ndo há formação de gn'.po gias que imp eça m que os pac
Em estudos longitudinais qua de inte rve nçã o.
con trol e - um estudo é class~fi- par te de um ou out ro gru po
para com par açã o_ grupo
mplo, par a sab er o efeito nçã o é o uso de me tod o-
cado como controlado. Por exe • O mas car ame nto da inte rve
sobre uma doença ela é ad- soa que está faz end o
atribuindo a uma nova droga logias que imp ede m que a pes
e os grupos, most~ando
ministrada diferentemente entr a inte rve nçã o saib a qual ela
é.
ific ante entr e a ~voluçao de
que não houve diferença sign
usou._ Qua ndo nao há_grupo é o uso de técn icas de
quem a usou e de quem não a • O mas car ame nto da aná lise
ex1ste, com o_nos 1elat~s s par a imp edi r que o
para comparação a análise não codificação dos dad os cole tado
is, estudos de rntervençao tíst ica crie tend ênc ias.
de caso, inquéritos populaciona responsável pel a análise esta
incidência.
não controlados e estudos de
la ou cruzada:
A inte rve nçã o pod e ser parale
• Intervenção / Observa ção
lisa do dua s vezes, um a
• Na par alel a cad a gru po é ana
trolados quando os fatores antes e out ra após a inte rve nçã o.
Em estudos longitudinais con
são impostos ou quantificados
para um efeito estudado rve nçã o par alel a seg uid a
intervenção, caso contrário • Na cru zad a é feita um a inte
pelo pesquisador temos um a o e dep ois de out ra in-
ção. de um tem po de clar eam ent
apenas um estudo de observa pos troc ado s.
tervenção par alel a com os gru
ão com critério de sele-
• Alocação aleatória / Alocaç ciru rgia s e de dro gas .
ção São estudos típicos de efei tos
:
As desvantagens do EC R são
itudinal de intervenção
Quando em um estudo de long
par a quem irá fazer par te
controlado o critério de seleção • Pre ço elevado;
inte rve nçã o diferente é feito ao
de um ou out ro gru po de rda de étic a;
então dizemos que houve • Nec essi dad e de mu ita libe
acaso (por exemplo por sorteio)
trário dizemos que houve
alocação aleatória. Caso con • Nec essi dad e de rigo r met odo
lóg ico con stan te.
viés de seleção.
critério de seleção que implica

to ou de acordo com a As vantagens do EC R são:


• Seleção de acordo com o efei
exposição lho r tipo de estu do par a
• Ser reco nhe cido com o me
fatores;
observacionais controlados
Em estudos longitudinais
pos de estudo com critério • Ser asso ciad o a mu ito pou
co viés.
quando selecionamos os gru
o fator pod emo s calcular
na exposição a um dete rmi nad
tos possíveis e ana lisa r se
a incidência dos diversos efei
rentes se não hou ver essa do
eles são significantemente dife
dos de coorte. Qua ndo in- 4 En sa io clinico nã o ale at or iza
exposição, o que define os estu
sad o de dete rmi nad os fa-
vestigamos a exposição no pas S
tores em grupos com e sem o
efeito estu dad o fazemos um
Intervenção nã o co nt ro lad a
estudo de casos e controles.
é exe cut ado em con diç ões
Nes se cas o, o exp erim ent o
são sele cio nad os ale at;r ia-
não -co ntro lad as; gru pos não
3 Ensaio clínico aleatório men te e tod os os exp osto s ao
fato r dev em ou pod em , em
rido exp erim ent o.
prin cípi o, fazer par te do refe
gitudinais, de inte rve nçã o,
São estudos individuais, lon
tória. Tam bém con hec i-
controlados e com alocação alea
pois o pac ient e e o méd ico
d~s como Estudo Duplo Cego,
o placebo, qual esta com
6 Es tu do de coorte
~1ao sa_bem_ qual grupo esta com
ador do estu do sab e.
a medicaçao, somente o organiz ond e a situ açã o dos par tici
-
São estu dos obs erv acio nai s
) dos estudos de fatores inte ress e det erm ina sua se-
São o pa_dr~o ouro (melhor tipo pan tes qua nto à exp osiç ão de
to de variáveis de con fusã o sifi caç ão apó s inc lusã o 110
porque _d1mmuem muito o efei leçã o pai_·a estu do, ou sua clas
qualidade e qua ntid ade dos gru po de ind ivíd uos que é
e permitem padronização da estu do. E con stit uíd o por um
resu ltad os mais seg uro s. e que pe11 ' men te
.· 0 d 1ca
fatores, tornando os anh ado ao longo . do tem po
, . mp .
aco
ndo dad os
de técnicas extras com o o e mvest1gado por pesqu1sad
ores que vão col eta
Eles também per mit em o uso con he 'd
mascaramento. sob re estas pes soa s. Tam bém c1 os com o:
f

4 8 LIGAÇÕES EXTERNAS

• estudos de incidência (incidence),

• longitudinais (longitudinal) ou

• de seguimento (follow-up).

Este delineamento é utilizado para problemas comuns,


como doenças cardiovasculares, acidentes de trânsito, in-
fecções, mortes etc.
VANTAGENS :
- Pennite esclarecer/garantir a relação temporal entre ex-
posição e desfecho.
- É útil quando a exposição é rara.
- Permite examinar os múltiplos efeitos de uma única ex-
posição.
- Permite que se façam medidas diretas na incidência da
doença nos expostos e nos não expostos.
LIMITAÇÕES (ou desvantagens):
- São muito caros.
- Não é eficiente nos estudos de dôença rara.
- A validade dos resultados pode ser muito comprometida
pelas perdas durante o período de seguimento.

7 Ver também
• Epidemiologia

• Saúde Pública

• Patologia

• Estatística

• Economia

• Demografia

• Tábua de mortalidade

• Metanálise

8 Ligações externas
• Programa Epiinfo em português

• Curso ele Revisão Sistemática e Metanálise

• Centro Cochrane do Brasil

• Centro Latino-Americano e do Caribe de Informa-


ção em Ciências da Saúde (BIREME)

• CDC - Centros para el Control y la Prevenciôn de


Enfermedades

• CDC - Centers for Disease ControJ anel Prevention


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