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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 Introdução
Independentemente da causa, normalmente, as situações que envolvem alterações de registro de nascimento
para a mudança de nome ou sobrenome só se concretizam em virtude de afetarem, através do nome, aspectos
importantes da personalidade daquele indivíduo, não se podendo esquecer que o nome é um importante
2 Considerações iniciais
O nome, indubitavelmente, é componente fundamental da personalidade humana, constitui importante direito
O direito ao nome consiste no direito de não ter seu nome violado, nos termos do que prescreve o art. 16 e
verdade, um direito-dever, pois, ao mesmo tempo em que é disposto que a todos é dado o direito ao nome, uma
análise sistemática das normas, incluindo a Lei de Registro Público, nos indica que há efetiva imposição legal do
uso do nome.
Ou seja, há obrigatoriedade na utilização do nome por parte de toda e qualquer pessoa, pois através desse uso se
dará a identificação da própria pessoa, conhecimento da titularidade de direitos e proteção da esfera privada,
sendo seu uso, portanto, subordinado a normas de ordem pública, conforme assevera Leonardo Brandelli (p.
211).
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O aspecto público do direito ao nome, por outro lado, dá ensejo à obrigatoriedade de utilização do
nome por parte de seu titular. É o dever de uso do nome. Como do direito ao nome decorre o direito
O interesse público de que cada pessoa tenha obrigatoriamente um nome como o principal signo
identificador seu, a fim de que se possa de maneira segura atribuir direitos e imputar deveres na
ordem civil, impõe a necessidade de que o titular do nome use-o nas suas relações civis.
3 Imutabilidade
Em decorrência da vinculação do nome enquanto identificador, no âmbito do interesse público, surgem algumas
características do nome, dentre elas a da imutabilidade, que confere segurança às relações jurídicas como um
todo, de acordo com o art. 58 da Lei 6.015/73 (Lei de Registro Público), sendo essa imutabilidade flexibilizada
Uma flexibilização permitida por lei se refere à faculdade que se dá a toda pessoa de modificar seu prenome,
aparentemente sem que exista um motivo determinante para tanto no decurso de 1 ano, prazo que será
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Aparentemente a norma contida no art. 56, da Lei de Registro Público, não determina mais dificuldades em sua
compreensão. Pois informa, em linhas gerais, que o interessado poderá alterar seu nome, no primeiro ano, após
ter atingido a maioridade civil. Algumas considerações, contudo, são necessárias. Clique para mais informações!
A primeira consideração necessária é sobre o procedimento que envolverá essa mudança, uma vez que, em
princípio, a mudança poderia ser diretamente no registro público. Porém, como alertado por Walter Ceneviva, o
artigo 56 deve ser interpretado de forma sistemática com o art. 40 do mesmo diploma legal, onde fica
estabelecido que as retificações serão necessariamente judiciais. Observa-se, por isso, a necessidade do
interessado se dirigir ao juízo competente e formular seu pedido. É certo que, em se tratando de direito
potestativo, conferido pela lei, o procedimento judicial é estabelecido com vistas a garantir que não sejam
prejudicados os outros direitos que envolvem a situação como a garantia dos apelidos de família.
Ou seja, o momento em que se iniciará a contagem do prazo de 1 ano para que o interessado formule seu pedido
Nos casos de emancipação, a capacidade plena é alcançada antes do sujeito completar 18 anos, ou seja, antes de
alcançada a maioridade. O uso pela lei da expressão “maioridade civil” faz com que alguns autores defendam que
a lei outorga tal direito àquele que atinge a capacidade, de modo que a fluência de prazo de 1 ano, para o
Por outro lado, há quem entenda, ainda que o sujeito seja emancipado, o direito de mudar o prenome será
conferido pelo prazo de 1 ano a contar da data em que alcançou a maioridade não se confundindo com
capacidade. Acreditamos que afirmar que o prazo se inicia da emancipação pode determinar uma restrição de
direitos para aquele que é emancipado, de modo que seria mais razoável a contagem do prazo a partir da
maioridade, ou seja, aos 18 anos, independente da capacidade ter sido obtida anteriormente.
família ao seu nome, em razão do casamento, sendo inclusive fato bastante corriqueiro.
Sobre esse tema, duas modificações, hoje já não tão novas, merecem destaque.
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1- A primeira, trazida pelo Código Civil de 2002, que possibilitou ao homem também incluir os apelidos de
família da mulher, consoante dispõe § 1o, do art. 1565, do Código Civil. Essa modificação é derivada da igualdade
de direitos entre homens e mulheres e, apesar de ainda não muito utilizada, não traduz mais controvérsias.
2- A segunda, constante do § 2o, do art. 57, da Lei de Registro Público, se refere à possibilidade da companheira
adotar os apelidos do companheiro, desde que requerido ao juiz competente e preenchidos os requisitos
enumerados pela lei, dentre eles a anuência expressa do companheiro e a união datar de mais de 5 anos.
Algumas considerações...
• a)
A mudança do nome, no segundo caso, será a partir de ação direcionada ao juízo competente, deste
modo, a decisão deve ponderar os requisitos da lei em consonância com as normas de direito de família
envolvendo a questão.
• b)
A primeira delas é que diante da igualdade entre homens e mulheres, no casamento e na união estável, o
direito de acrescer o nome deve ser conferido ao homem e à mulher, e não somente à companheira.
• c)
Os demais requisitos devem ser observados sem que se deixe de promover a especial proteção que é
outorgada pelo art. 226, da Constituição da República de 1988, à união estável na qualidade de família.
Por essa interpretação, podemos constatar que requisitos como o prazo de convivência ser de 5 anos, ou
enteada acrescer o sobrenome do padrasto ou madrasta, desde que não prejudique os apelidos de família, com a
A referida norma ainda muito recente e, aparentemente inocente, não se apresenta com muitas considerações na
doutrina. No entanto, o legislador regulou a matéria de forma insuficiente, pois algumas dúvidas ficam sem mais
esclarecimentos.
É certo que o dispositivo legal em comento é derivado de uma demanda natural da existência das famílias
recompostas (Com a dissolução do casamento e a formação de novas uniões as famílias recompostas são cada
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vez mais crescentes, o que é bom), que são aquelas formadas pela criança, a mãe e o padrasto, e o pai e a
madrasta.
Em paralelo a isso não podemos deixar de considerar a existência, por vezes de grandes conflitos entre os
genitores da criança e o perigo da alienação parental, configurada, grosso modo, por atos de um genitor com
vistas a denegrir a imagem do outro ou afastá-lo daquela criança. Por isso, a possibilidade de acrescentar o nome
do padrasto ou madrasta, ao nome do enteado ou enteada, deve ser realizada com o máximo cuidado.
A doutrina ainda não se posicionou firmemente sobre o tema, e a jurisprudência ainda se apresenta de forma
bastante controvertida, porém, acreditamos que, na decisão de autorizar o acréscimo de nome de padrasto ou
madrasta, no nome da criança, devem ser considerados (ainda que não conste da lei a idade da criança) a
autorização de ambos os genitores da criança além da autorização do padrasto ou madrasta que cederá seu
nome.
Por fim, cumpre ressaltar que tal modificação, no registro civil, não determina qualquer mudança na filiação, mas
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· Um primeiro vinculado a uma proteção negativa, no sentido de vedar qualquer tipo de agressão de terceiro que
· Por segundo, uma proteção de conteúdo positivo, que é pertinente à disponibilidade que cada um tem sobre o
próprio corpo.
A proibição de atentar contra o próprio corpo poderia se identificar no art. 13, do Código Civil de 2002, com as
regras sobre a inviolabilidade do próprio corpo, onde são estabelecidos critérios de licitude de manifestação de
vontade do indivíduo, em relação ao próprio corpo, em condutas que poderiam ser vislumbradas como
violações.
6.1 Conclusões
Constatando-se, no entanto que a transexualidade consiste, em linhas gerais, no anseio que o indivíduo tem de
Chegou-se a uma definição do que seria o paciente transexual como aquele que é portador de um desvio
fundamentou em diversos princípios, inicialmente calcada na dignidade da pessoa humana, vislumbrando-se que
a manutenção da vida, onde o sujeito possui grave transtorno de identidade sexual permanente, seria atentatório
E ainda, no princípio constitucional da solidariedade social, inscrito no art. 3º, da CR/1988, que estabelece como
objetivo da República Federativa do Brasil a constituição de uma sociedade livre, justa e solidária, como
promoção do bem de todos, sem discriminação de qualquer natureza, seja de sexo, raça, cor etc.
Fique ligado
Fundado nesses princípios reguladores de direitos fundamentais, o Conselho Federal de
Medicina, inobstante a falta de legislação específica sobre a matéria, mas auxiliando a aplicação
horizontal dos princípios fundamentais, regulou a cirurgia de transgenitalização na Resolução
1.652/2002, CFM, posteriormente revogada pela Resolução 1.955/2010, CFM.
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7 Outros pedidos de mudança de nome
a) Nome vexatório
Entre as outras possíveis causas de modificação do prenome ou acréscimo de nome, que não suscitam
dificuldades estão a possibilidade de mudança de nome nos casos em que o nome dado pelos pais àquela pessoa
a coloca em situação de constrangimento ou quando o sujeito é notoriamente reconhecido por outro nome ou
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Analisou as causas de flexibilização da imutabilidade do nome no registro civil;
• Reconheceu os reflexos das modificações do registro civil perante terceiros;
• Identificou os procedimentos a serem observados quando existir o interesse na alteração do registro de
nascimento.
Referências
BRANDELLI, Leonardo. Nome civil da pessoa natural. São Paulo: Saraiva, 2012.
CENEVIVA, Walter. Lei dos registros públicos comentada. São Paulo: Saraiva, 2009.
VIEIRA, Tereza Rodrigues. Nome e sexo. Mudanças no registro civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
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