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Sinopse:
A trama se passa entre Natal (RN ) e João Pessoa (PB). A história de Ana Carolina, mais conhecida como Carol,
chega às telinhas do cinema, e promete arrancar lágrimas e boas gargalhadas dos telespectadores. Tudo começa, quando a
estudante descobre que terá de viajar algumas vezes para as terras paraibanas, ao mesmo tempo em que estuda Direito, e se
prepara para casar. E é na disciplina de Prática em Gestão Pública e Cooperação Internacional, lecionada pela professora Ana
(interpretada por Ana Coelho), que os maiores dilemas e descobertas acontecem. A moça costuma registrar um diário de
classe - suas memórias de aula, referente a disciplina e isso faz com o que Carol, que já tem um perfil questionador, seja ainda
mais instigada. A capa desse diário, é uma borboleta - imagem feita por ela no seu primeiro dia de aula a pedido de Ana, sua
professora. A imagem é desenhada para fazer menção ao que representa para Carol o processo de ensino aprendizagem:
LIBERDADE . A jovem noiva que desbrava o conhecimento docente, guarda pra sempre tal desenho:
“A escolha desse desenho, expressa o que sinto, espero e anseio pela docência: Liberdade. Por isso a borboleta enquanto
metáfora de crescimento, maturidade, mas também leveza e liberdade. A borboleta sinaliza o fato de as coisas não
serem estatísticas, lineares mas de serem um processo contínuo de aprimoramento, desenvoltura e muito aprendizado.
Assim visualizo o ato de ensinar, aprender, refletir e se portar como mediador do conhecimento. Na imagem, a
borboleta sorri e está leve. O caminho formativo deve ser encarado com leveza, e não como um ambiente de
aprisionamento, ausente do lúdico e das emoções. Sem descaracterizar o sujeito, há um tempo de maturação conceitual
dele mesmo, e cabe ao mediador auxiliá-lo, de forma que o conduza e oriente seus passos, conforme o que ele consegue e
o que ainda não considera ser capaz, mas impulsionado pelo docente, que ver além, é estimulado a caminhar outros
rumos” (Memórias de aula, 13 de Março de 2022).
A partir desse desenho - instigado pela professora, a estudante se enche de expectativas pela disciplina e passa a esperar/realizar as tarefas
pedidas com esse norte: Autonomia e liberdade. Na trama, é possível ver o registro de diversas memórias e ensinamentos que Carol vai captando. E
alguns deles são: O que esperar de um docente? Como um discente deve encarar o processo de aprendizagem? Porque na condição de discente, às
vezes é mais fácil aceitar as deliberações institucionais, do que questionar as razões das mesmas? Até que ponto, o docente pode ir, sem
descaracterizar o sujeito aluno? E quem é esse aluno? Qual seu perfil? A comunidade acadêmica tem mudado? Deve se adequar a esse novo perfil?
Ou é esse novo perfil que deve mais se adequar a academia - tendo em vista a hierarquia natural existente? Como equilibrar tal relação?
Muito mais do que dar respostas sobre esses dilemas enfrentados pela aluna/seus colegas, as memórias de aula são registros que apontam
para reflexões, muitas vezes duras de serem feitas no ambiente contemporâneo da sala de aula, mas necessárias.
A trama se desenrola, e em Abril, a jovem noiva vê no seu colega - Zeca (interpretado por Sérgio Braga), uma oportunidade de tornar mais
leve a dura jornada de ter que ir e voltar no mesmo dia ( PB - RN ). Neste momento da história, há boas gargalhadas na ida e retorno da viagem,
e mais conhecimento mútuo sobre quem é de fato Zeca, sua história, as lutas, e também superações. Momento este, que só o ambiente da sala de aula
acabou rolando na estrada. Por sorte, apenas um susto, que logo foi sanado. Também as chuvas que enfrentaram na estrada, Zeca não sabe, mas
como Carol confiava nele no volante, e ele foi peça fundamental para que ela conseguisse viver essa parte do Mestrado.
Em relação à disciplina de GPCI, por sua vez, é palco central na narrativa! Há um forte estímulo da oratória, de questionamentos, da fala
em público, e principalmente da reflexão sobre a relação ensino - aprendizagem. O filme aponta alguns dilemas suscitados em sala de aula, pela
matéria GPCI: O planejamento docente, deve ter uma gestão de risco para eventuais contratempos? Há contratempos que são mais admissíveis do
que outros? Em uma das memórias registradas pela protagonista, ela levanta o seguinte questionamento: A prática docente, deve se deter ao
Na formulação de uma ementa para disciplina, a aluna em conjunto com sua dupla sempre fiel: (Elizabeth) - interpretada pela atriz: Adalvambeth
Souza, insere no cronograma, atividades realizadas em sala de aula com vistas a observar melhor as lacunas, e o desenvolvimento intelectual dos
sujeitos aprendizes. Além de momentos individualizados com a docente para fins de esclarecimento e orientações sobre suas demandas
estudantis/humanas.
Durante toda a jornada na disciplina, é notório a inquietação de Carol por refletir mais sobre o ambiente universitário inclusive. A borboleta
nunca esteve tão viva dentro dela: É o seu desejo de liberdade e autonomia falando mais alto. No enredo, a amizade com Beth, sua querida colega de
sala, gera um bom fruto de estratégia de ensino, a partir de um HQ - solicitado pela professora:
O HQ intitulado de: “Amizade na escola”, nada mais é do que uma singela homenagem a Elizabeth - sua fiel escudeira durante o
Mestrado. Ele representa a solidão que a vida acadêmica pode gerar, fruto do automatismo das demandas a serem entregues, mas, o olhar
atento que um indivíduo mais sensível ao outro pode ter, para ver além disso. A amizade entre Carol e Beth é sem dúvida algo muito belo de
assistir no filme. Vale a pena conferir! Também junto com Beth e seu colega Zeca, é retratado na produção, a elaboração de um Podcast,
mais uma estratégia fomentada pela Professora Ana, que permitiu a superação do grupo nessa tarefa. Além de toda a animação nos
bastidores, também houve trabalho duro, distribuição de tarefas, articulação entre o trio e muito aprendizado. A seguir é possível conferir o
Esse momento da trama, rende bons aprendizados, e ótimas gargalhadas. Ao final do trabalho, alguns alunos são premiados com chocolate .
E para a surpresa da turma, prefere-se premiar os alunos que durante a disciplina não tinham o hábito de participar de forma oral, mas que naquela
aplicação de estratégia, se sentiram à vontade para tal. Isso tudo é reflexo das discussões estimuladas em GPCI, sobre ir além, acionar formas
criativas e valorizar a singularidade daquele perfil de aluno. Dentre estas, a estratégia que Carol mais curtiu, foi a do filme - por isso a escolha de
lançar uma produção assim! Foi nesse momento, em sala de aula, que ela pôde dizer que fazia parte de um Grupo da Igreja Católica, e falou sobre um
curioso episódio que assistiram ao filme preferido do Papa Francisco, mas com expectativas frustradas. Além de estudante e noiva, ela também é
Em meio a tudo isso, Carol planeja seu casamento, e conta com apoio dos colegas e da professora. Ana, para organizar datas de trabalhos, a
fim de não se prejudicar por faltas, nem pelo conteúdo. Ela se casa em 25 de junho de 2022, e já no dia 29 de junho, retorna para sala de aula em
modalidade remota: Uma experiência incrível de poder visitar virtualmente a Comunidade de São Rafael. Foi a despedida dela, da turma e da prof.
Ana. Nem de longe ela esperou se despedir dessa forma. Por isso, o filme é esse momento: Um momento para registrar a finalização desse processo
com chave de ouro, Oscar, e tudo o que há direito!
A produção se encerra, com ela agradecendo por todos os questionamentos suscitados ao longo da disciplina, e cheia de bons aprendizados na
bagagem, manifestando sua gratidão por poder questionar, e continuar buscando a liberdade na vida acadêmica. A imagem da borboleta é uma
metáfora de vida para ela, e se tornou ainda mais marcante, ao se inserir no contexto sala de aula. O filme nos estimula a não ter medo de aprender,
questionar, e ousar ser estudante de Mestrado, mergulhando por inteiro: Missionária, noiva e estudante de Direito sim!