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TRABALHO DE FILOSOFIA DO DIREITO

E TEORIAS DA JUSTIÇA

LUCAS GOEDERT
VICTOR EDUARDO L. LEHMKUHL

UNIDAVI
Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí
Curso de Graduação em Direito
Disciplina: Filosofia do Direito e Teorias da Justiça
Professor: Lucemar José Urbanek
Turma: Direito 1 A
Acadêmico: Lucas Goedert e Victor Eduardo L. Lehmkuhl

RUDOLF VON IHERING

Rudolf Von Ihering nasceu em Aurich, Hanôver, em 22 de agosto de 1818. Estudou em


diversas universidades alemãs e doutorou-se em Direito na Universidade de Berlim, em
1842. Foi professor universitário em Berlim, Basileia e Kiel e também na Universidade
de Giessen, onde configurou seu pensamento jurídico inovador, centrado no estudo das
relações entre o Direito e as mudanças sociais. Pioneiro na defesa da concepção do
Direito como produto social e fundador do método teleológico no campo jurídico . Seu
trabalho dessa época foi registrado nos quatro volumes do “Espírito do direito romano”
(1852-1865). Durante os últimos vinte anos de vida, Ihering deu aulas na Universidade
de Gottingen. Lá escreveu “A finalidade do Direito” (1877-1883). Morreu em
Gottingen, em 17 de setembro de 1893.

Duas de suas principais obras foi a obra citada acima “A finalidade do Direito” e a “A
luta pelo Direito” (1872), sendo que o primeiro volume deles foi publicado quando ele
estava com cinquenta e nove anos e o segundo com sessenta e quatro. A tese central do
livro “A finalidade do Direito” afirma que o Direito deve procurar conciliar os
interesses individuais e sociais, mas, em caso de conflito, deve inclinar-se para o bem
social. Para Ihering, a luta para impor a norma jurídica era um dever ético. Acreditava
que o Direito tinha sempre uma finalidade e que toda lei advinha de um motivo prático.
“O Direito não é uma teoria, mas uma força viva. Por isso, a justiça sustenta em uma
das mãos a balança em que pesa o Direito, e na outra, a espada de que se serve para
defendê-lo. A espada sem a balança é força brutal, e a balança sem a espada é a
impotência do Direito. Uma não pode avançar sem a outra, nem haverá ordem jurídica
perfeita sem que a energia com que se aplica a espada seja igual a confiabilidade com
que maneja a balança. O Direito é um trabalho incessante, não somente dos poderes
públicos mas, ainda, de uma nação inteira”.

Em seu livro “A luta pelo Direito”, Ihering acredita que o Direito é conquistado através
de lutas com dores, tal qual as de um parto. Ihering afirma que quando o povo luta e por
seu Direito, a ligação será muito mais forte, real, verdadeira, incondicional, bem como a
ligação de uma mãe com seu filho. É nesse sentido que ele compara o nascimento de
uma lei ao nascimento do homem, pois ambos são cedidos mediante dores violentas de
parto. Assim como uma mãe batalha, luta, sofre e sangra para ter um filho, assim
também ocorre com as leis, através de muitas dificuldades, e essas dificuldades serão
revertidas num vínculo forte entre mãe e filho, e no caso jurídico, entre a lei e o homem.
A batalha do Direito é o produto da violação do Direito de alguém. Ihering crítica ainda
aqueles que não lutam por seus direitos individuais e conclui que aqueles que não por
direitos no campo individual, tampouco irão lutar por direitos da coletividade. Ihering é
enfático ao criticar aqueles que aceitam terem seu Direito violado, comparando esses a
um verme. Diz que quando um homem se torna um verme, ele não pode reclamar ao ser
pisoteado, ou seja, quando esses homens lançam seu direito aos pés de outros, devem
aceitar calados, pois, para Ihering, nem dignos de reclamarem são, já que permitiram
que seu direito fosse violado.

O pensamento de Rudolf Von Ihering é muito importante na filosofia jurídica, sendo ele
um grande influenciador do Realismo Jurídico, doutrina que concebe o direito como
produto social a partir dos conflitos de propósitos e interesses, em contraposição ao
Idealismo fortemente presente na filosofia alemã do século XIX. No Brasil, o Código
Civil de 1916 teve forte influência das ideias de Ihering, principalmente no conceito de
posse. Além disso, influenciou a Escola de Recife, principal representante do Realismo
Jurídico no país. Quanto ao conteúdo dos livros, apesar da complexidade dos assuntos
abordados nas obras, a linguagem é acessível em comparação a outros escritores da
filosofia jurídica alemã. A ideia principal defendida por Ihering é o que o Direito é
produzido através de lutas, fazendo dessa forma uma objeção à corrente Historicista do
Direito defendida por Savigny e Puchta, que pregavam que as alterações no Direito
ocorrem espontaneamente como fruto do processo histórico. Para Ihering, o conflito
entre o que está no ordenamento jurídico, ou seja, aquilo que está positivado, e os
interesses do povo é o que motiva a evolução da sociedade e consequentemente do
direito. Essas foram as contribuições de Rudolf Von Ihering para o Direito.

REFERÊNCIAS:

https://www.conjur.com.br/2014-ago-31/embargos-culturais-rudolf-von-ihering-luta-
direito

https://brasilescola.uol.com.br/biografia/rudolf-von-ihering.htm

https:// artigos.com.br/artigos/66668/resenha-a-luta-pelo-direito

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1079/A-luta-pelo-direito

Morris, Clarence - Os grandes filósofos do direito

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