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RESUMO
O artigo traz os conteúdos de Ginástica Artística e Rítmica como possibilidade de
serem trabalhadas nas aulas de Educação Física, de maneira que as experiências
dos movimentos naturais da criança se expressem, tendo como objetivo analisar se
as experiências, sensações e emoções conseguiram conversar entre si nas falas
verbais e corporais dos 250 estudantes, dos primeiros, segundos e terceiros anos do
Ensino Fundamental, além da classe especial. A escola escolhida foi um CIEP do
Município do Rio de Janeiro, Realengo, tendo ao redor três comunidades “carentes”.
Estas sofrem com questões de facções e brigas verbais, e às vezes físicas, entre as
mesmas ligadas ao baixo conhecimento e consciência cultural e por descaso
político. A metodologia baseia-se na pesquisa participativa que prevê o
acompanhamento e registros do trabalho. Os resultados indicam que as atividades
executadas trazem as diversas expressões corporais e memórias relacionadas às
suas experiências do mundo da criança, principalmente, quando ligadas ao circo.
Abstract
The article brings the contents of Artistic and Rhythmic Gymnastics as a possibility to
be worked in Physical Education classes, so that experiences of the child's natural
movements express themselves, thus aiming to analyze if the experiences,
sensations and emotions were able to talk to each other in verbal and body speech
of the 250 students, first, second and third years of elementary school, as well as the
special class. The school chosen was a CIEP from Rio de Janeiro Municipality,
Realengo, with around three “needy” communities. They suffer from faction issues
and verbal quarrels and sometimes get caught up in the low knowledge and cultural
awareness and political neglect. The methodology is based on participatory research
that provides monitoring and work records. The results indicate that the activities
performed bring the various body expressions and memories related to their
experiences of the child's world, especially when linked to the circus.
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Mestre; regisalexsandro.ufrural.rj@gmail.com; Professor.
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ARTIGOS ORIGINAIS
INTRODUÇÃO
A ginástica artística e rítmica tem sido uma possibilidade de ser vista com
outros olhares pedagógicos dentro do cotidiano escolar, e as mesmas quando
trabalhadas na escola pode sofrer uma repercussão do conteúdo muito bem aceita
pelos estudantes, que em sua maioria preferem atividades com bola, principalmente,
o futebol e o queimado. Pois até uma década atrás a ginástica artística e rítmica
eram pouco difundidas em nossa sociedade, mas com os Jogos de Inverno de
Ginásticas e as Olimpíadas tornou as mesmas mais populares e com agrado social.
Schiavon & Nista-Piccolo (2007) nos mostram em pesquisas que o desconhecimento
sobre como aplicar a Ginástica pelos professores dificulta o seu desenvolvimento em
ambiente escolar, pois os mesmos possuem dificuldades em visualizar como a
modalidade pode contribuir em meio a vida dos estudantes. As atividades com bolas
é uma das grandes problemáticas com relação à Educação Física Escolar,
desmitificar que a mesma é somente trabalhar com esportes e estes com bola, mas
sim possibilitar aos estudantes vivências e experiências corporais diversas, mostrar
novas possibilidades de se expressarem e o prazer em praticar algo novo.
Correr, saltar, pular e até mesmo rolar, são movimentos naturais que já fazem
parte do vocabulário corporal de cada criança. O ambiente no qual se realizou as
atividades propiciou uma boa desenvoltura de tais movimentos, pois os alunos estão
acostumados a subir nas árvores da escola, explorar o gramado com suas piruetas,
giros, corridas, saltos e até mesmo aberturas de pernas, sem, contudo, um
acompanhamento pedagógico ou direcionamento profissional. Porém, o mais
importante era juntar tais expressões pré-conhecidas e desenvolvidas pelos
estudantes em ambiente do brincar, do lúdico e da infância ao educacional, com
técnicas de execução no qual pudessem todos e todas se expressarem, sem se
machucar ou ser excluído pela execução dos movimentos.
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ARTIGOS ORIGINAIS
No início de cada ano letivo de 2017, 2018 e 2019 propôs-se aos estudantes
os conteúdos Ginástica Artística e Rítmica e agregaram-se os elementos
trabalhados no circo, para que as atividades fossem vividas de maneira lúdica e
prazerosa, o que acabou culminando em um dia de apresentações dos trabalhos
realizados pelos mesmos para a escola inteira em cada ano letivo.
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ARTIGOS ORIGINAIS
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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ARTIGOS ORIGINAIS
Alguns estudiosos, como Ted Lentz na década de 1950, nos Estados Unidos,
Terry Orlick, no Canadá, no final da década de 1970 e Fábio Otuzi Brotto, no Brasil,
na década de 1980, pensaram na possibilidade de ser trabalhado em sociedade a
cooperatividade, principalmente, para se contrapor ao avanço da competição social
e de mercado de trabalho, nas sociedades de economia capitalista.
Desta forma, valores que são necessários para a prática das ginásticas, como
pensar no próximo, disponibilizar a vez, companheirismo, o trabalho em equipe e
outros, acabam se perdendo por causa da necessidade da produção de mercado, de
mostrar serviço, competência, ser e estar melhor que os demais em sociedade,
contribuindo para a degradação de valores em sociedade.
Ainda Brotto (2001) afirma que trabalhar com atividades educativas com o
intuito de cooperação é trabalhar as competências compartilhadas, necessárias para
a melhoria da qualidade de vida, pois desenvolvem atitudes de empatia, de
cooperação, de estima e de comunicação.
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ARTIGOS ORIGINAIS
pois acaba priorizando a exclusão dos menos habilidosos ou os que não possuem
as mesmas características físicas e motoras.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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ARTIGOS ORIGINAIS
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Por fim, os estudantes tiveram uma grande festa escolar com o tema circo e o
mundo das ginásticas, na qual puderam apresentar seus elementos, treinos,
criatividades e coreografias em belíssimas danças e coreografias. Neste dia os
estudantes puderam apreciar fantasias, enfeites, arcos, bambolês, cenários,
perucas, dentre outras coisas presentes no circo e que alegraram um pouco mais a
vida da criançada.
REFERÊNCIAS
ORLICK, T. Libres para cooperar, libres para crear. Espanha: Editorial Paidotribo,
2ª ed, 1987.
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