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MÁCARA FACIAL
Escolha uma máscara facial que cubra da ponte nasal à fenda do queixo da criança (no naso ao
mento), recobrindo o nariz e a boca, mas sem comprimir os olhos.
A máscara tem que ter uma borda macia (cuff flexível) que se molde para criar uma vedação
adequada contra a face
Se a vedação não estiver adequada, o O2 destinado à ventilação escapa e não será eficaz.
Escolha uma máscara transparente, pois permite ver a cor dos lábios da criança e a condensação
na máscara (indica exalação) e também permite observar se há regurgitação.
BOLSA DE VENTILAÇÃO
Existem 2 tipos de bolsas de ventição: bolsa autoinsuflável e bolsa insuflável por fluxo
BOLSA AUTOINSUFLÁVEL
Para a ressuscitação inicial, usa-se normalmente uma bolsa autoinsuflável.
Ela consiste em uma bolsa com uma válvula de entrada e uma válvula de saída sem reinalação
A válvula de entrada permite o preenchimento da bolsa com O2 ou ar ambiente.
Ao comprimir a bolsa, a válvula de entrada se fecha e a válvula de saída se abre, fazendo com que
o ar ambiente ou a mistura de ar e O2 flua para a criança.
Quando a criança exala, a válvula de saída se fecha e os gases exalados são expelidos.
A válvula de saída sem reinalação serve para impedir que a criança reinale CO2
Para transferir uma alta concentração de O2 (60-95%), conecte um reservatório de O2 à válvula
de entrada
Mantenha um fluxo de 10-15 L/min, em caso de reservatório conectado a uma bolsa pediátrica, e
de pelo menos 15 L/min, em caso de bolsa para adulto.
Tamanho da bolsa: use uma bolsa autoinsuflável com um volume de pelo menos 450-500 mL ou
mais para bebês e crianças pequenas. Em crianças mais velhas ou adolescentes, talvez é necessário
usar uma bolsa de adulto (1000 mL ou mais) para obter a elevação do tórax e o volume-minuto.
BOLSA INSUFLÁVEL POR FLUXO (BALÃO ANESTÉSICO)
Pode ser mais usada em UTIs, salas de parto e salas de cirurgia
Sua operação requer fluxo de O2 e para fornecer ventilação eficaz com uma bolsa insuflável por
fluxo, o profissional deve ser capaz e ajustar o fluxo de O2, ajustar a válvula de controle de saída,
assegurar a vedação com a máscara facial e transferir o volume corrente apropriado, na frequência
correta.
POSIÇÃO DA CRIANÇA
Posicione a criança de maneira para manter a via aérea aberta.
Durante a ventilação pode ser necessário mover a cabeça e o pescoço da criança para otimizar a
ventilação.
Uma posição “olfativa”, sem hiperextensão do pescoço, é normalmente a melhor para bebês de 1-3
anos.
Posição olfativa: coloque a criança em decúbito dorsal, flexione o pescoço da criança para frente no
nível dos ombros ao estender a cabeça. Posicione a abertura do canal auditivo externo no nível ou
na frente do aspecto anterior do ombro, enquanto a cabeça é estendida. Evite estender o pescoço
demais para não obstruir a via aérea.
Crianças com mais de 2 anos podem precisar de um protetor de impacto sob o occipício, já crianças
mais jovens podem necessitar de um coxim/protetor de impacto sob os ombros ou tronco superior.
EXECUÇÃO DA VENTILAÇÃO
A ventilação com bolsa-válvula-máscara pode ser realizada por 1 ou 2 profissionais.
Durante uma RCP, o socorrista que atua sozinho deve usar a técnica de dispositivo boca a barreira
para ventilação.
1. Passo 1: Para abrir a via aérea e obter a vedação entre a máscara e o rosto, na ausência de
suspeita de lesão a coluna cervical, incline a cabeça para trás.
a. Use a técnica C-E para erguer a mandibula contra a máscara, pressionando e
vedando a máscara no rosto. Essa técnica afasta a lingua da faringe posterior, move a
mandibula para frente e abre a boca. Erguer a mandibula contra a máscara aiuda a
vedar esta última contra o rosto.
b. Se possível, a boca deverá ser aberta sob a máscara, em decorrência da elevação da
mandibula ou inserção de uma via area orofaríngea.
2. Passo 2: Com a outra mão, comprima a bolsa de ventilação até que o tórax se eleve.
Administre cada ventilação por 1 segundo. Evite ventilação excessiva.
PRECAUÇÃO
Os profissionais da saúde administram uma ventilação excessiva durante a RCP
A ventilação excessiva é nociva porque:
o Aumenta a pressão intratorácica e impede o retorno venoso, o que diminui o
preenchimento do coração entre compressões e reduz o fluxo sanguíneo gerado pela
compressão seguinte, reduzindo a perfusão coronária e o fluxo sanguíneo cerebral
o Causa retenção de gás e barotrauma em crianças com obstrução de vias aéreas pequenas
o Aumenta o risco de regurgitação e aspiração em crianças sem via aérea avançada
Ventilações mal cronometradas podem estimular tosse, vômito, laringoespasmos e distensão
gástrica, que impede a ventilação eficaz → principalmente em crianças que respiram
espontaneamente.
MÁSCARA LARÍNGEA
É uma alternativa à intubação endotraqueal e fornece ventilação comparável.
Somente profissionais experientes devem realizar a inserção da máscara laríngea.
Indicado para pacientes inconscientes (só neles) ou com acentuada depressão do nível de
consciência e quando a ventilação por ambu com reservatório não for possível.
Existem 6 tamanhos, separados por peso e cabe ao médico escolher tamanho 5 cabe em homens e
4 em mulheres
TÉCNICA DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARÍNGEA
Desinfle totalmente o manguito pneumático com ajuda de uma seringa e uma superfície rígida
Lubrifique a face posterior da máscara para facilitar o deslizamento pelo palato e pela curvatura da
faringe
Segure a ML usando como se fosse uma caneta, posicionando o dedo indicador na junção do
manguito com o tubo
Realize uma leve extensão na cabeça do paciente (se for trauma realizar a projeção da mandíbula)
Inicie a passagem da ML com sua abertura dirigida para frente da lingua e o dorso para o palato de
forma alinhada e com movimento curvilíneo contínuo, breve e firme.
A inserção deve ser realizada o mais profundamente possível na hipofaringe até que exista
resistência na passagem.
Certifique o correto posicionamento (o tubo deve estar alinhado com o nariz do paciente e o
protetor de mordedura deve estar alinhado com o dentes)
Insufle o manguito com a quantidade de ar recomendada, acompanhando pelo cuff a quantidade de
ar insuflada.
Conecte a bolsa-válvula-máscara e fixe a ML adequadamente.
POSSÍVEIS INDICAÇÕES
Considere intubação ET se a criança não conseguir manter uma via aérea eficaz, a oxigenação ou a
ventilação, apesar da intervenção inicial.
A intubação orotraqueal é um procedimento que deve ser realizado durante a RCP, logo após a
pausa para reavaliação do rítmo cardíaco e administração de adrenalina, especialmente se esse for
um ritmo não chocável.
EQUIPAMENTO
1. Precauções universais (luvas, máscaras, proteção ocular)
2. Monitor cardíaco, oximetro de pulso e dispositivo de monitorização da pressão arterial
3. Detector de CO, do final da expiração ou capnografia do CO, exalado (ou dispositivo detector
esofágico, se apropriado)
4. Equipamento de infusão endovenosa e intraóssea
5. Fonte de oxigênio, bolsa-válvula-máscara (do tamanho adequado)
6. Equipamento de aspiração oral/traqueal (tamanho apropriado); confirme o bom
funcionamento
7. Cânulas orofaríngeas e nasofaringeas (do tamanho adequado)
8. Tubos endotraqueais com estiletes (todos os tamanhos, com e sem cuffs) e tamanhos 0,5 mm
(diâmetro interno)
9. acima e abaixo do tamanho previsto para o paciente
10. Laringoscópio (lâminas curvas e retas) e/ou videolaringoscópio; laringoscópio reserva
disponível
11. Monitor de pressão no cuff (em caso de uso de tubos com cuff
12. Seringas de 3 ml, 5 ml e 10 ml para teste de insuflação do cuff do tubo endotraqueal
13. Fita adesiva/de pano ou suporte comercial para tubo endotraqueal, para fixar o tubo
14. Toalhas ou travesseiros para alinhar a via área, colocando-os sob a cabeça ou o tronco
15. Equipamento especializado conforme a necessidade, para manejo difícil da via aérea ou
complicações previstas (supraglótica, transtraqueal e/ou cricotirotomia).
ESCOLHA DA CÂNULA
Para que a IOT seja realizada de forma segura, todo o material deve estar separado e pronto para uso.
Na pediatria sugere-se que a cânula sem cuff (balonete) é mais seguro, uma vez que as vias aéreas das
crianças costumam ser reduzidas.
A escola da cânula orotraqueal (COT) para crianças pode ser baseada nas seguintes fórmulas:
o Sem cuff = (idade/4) + 4; considerando 0,5 para mais ou para menos
o Com cuff = (idade/4) + 3,5; considerado 0,5 para mais ou para menos
Para lactentes, a indicação é de se usar cânulas orotraqueais 3,5 ou 4, ou até mesmo 4,5 para
lactentes grandes
Antes de fixar a COT, é necessário verificar se a intubação orotraqueal foi realizada com sucesso, ou seja,
se a COT está localizada na subglote.
Essa avaliação deve ser feita por meio da visualização de expansibilidade torácica simétrica e da
ausculta pulmonar.
O murmúrio vesicular deve ser simétrico em 4 pontos: base esquerda, base direita, ápice esquerdo e
ápice direito. Deve ser ausente no epigástrio. Em crianças maiores, iniciar a checagem pelo epigástrio.
Recomenda-se ainda usar um capnógrafo de onda (mede a quantidade de CO2 ao final da expiração),
considerado o método padrão para confirmar e monitorizar o correto posicionamento da COT.
Após a confirmação de que não há riscos de a COT estar locada no esôfago, essa deve ser fixada
A altura da fixação deve ser orientada a partir da rima labial superior, tomando como referência 3x o
tamanho da COT (por exemplo, uma COT 3,5 deve ser fixada inicialmente na rima labial superior 10,5)
LARINGOSCÓPIO
A lâmina de laringoscópio a ser utilizada também deve ser separada e devidamente testada. Temos 3
tipos de lâminas: curva, semicurva e reta.
A lâmina reta (preferencialmente usada em crianças abaixo de 1 ano) deverá funcionar como um
afastador de epiglote. Devemos localizar tal estrutura anatômica e com cautela levantá-la para expor as
pregas vocais e introduzir o tubo.
No caso da lâmina curva, ela deve ser posicionada na valécula e sua tração levará a uma elevação da
epiglote e consequentemente ao clareamento da nossa visão da via aérea.
A escolha do tamanho da lâmina a ser utilizada pode ser grosseiramente realizada medindo-se
comparativamente a lâmina com a distância da rima labial até o lóbulo da orelha.
Os laringoscópios devem ser manipulados com a mão esquerda, tanto por destros quanto por
canhotos.
A cânula deve passar lateralmente ao laringo, mais à direita.
Durante a manipulação para intubação, o punho deve permanecer reto, sendo que o movimento
da laringoscopia é feito para frente e para cima (45o), para evitar que infrinjamos lesão ao lábio
superior, à gengiva ou arcada dentária superior.
PROCEDIMENTO
Posicionar o paciente em decúbito dorsal com a cabeça estendida, mas sem hiperextensão
Colocar-se na cabeceira da maca e posicionar um coxim abaixo do osso occipital ou nos ombros
Em caso de suspeita de trauma cervical, solicitar ao auxiliar que estabilize a cabeça e região cervical
do paciente
Checar parâmetros clínicos e hemodinâmicos (principalmente oximetria de pulso e pressão arterial)
Sedar o paciente com infusão em bolus intravenosa da medicação escolhida (ex: midazolan,
fentanil), pode ser necessário o uso de bloqueador neuromuscular de ação rápida (ex: rocurônio)
em paciente com estômago contendo alimentos.
Realizar oxigenação com bolsa-máscara (pré-oxigenação), acompanhar parâmetros de
monitorização e nível de consciência. Um tempo de 2 minutos é aceitável
Obtida a sedação (paciente inconsciente), realizar a laringoscopia
Não se esquecer de se paramentar com o EPI: máscara, óculos e luvas estéreis.
Escolher o laringoscópio e a lâmina correta para a criança e segurá-lo com a mão esquerda
Introduzir a lâmina de laringoscópio acima do lábio inferior, na cavidade oral, à direita, e deslocar a
língua da direta para esquerda, com a ponta da lâmina curva em contato com a valécula, para
conseguir deslocar a epiglote.
Se utilizar lâmina reta deve-se cobrir a epiglote com a mesma
A tração do cabo do laringoscópio deve ser realizada em direção superior e anterior, em direção
única e reta. Não realizar o movimento de alavanca devido ao risco de trauma dentário.
Após visualização das cordas vocais, introduzir o tubo orotraqueal (do tamanho ideal), junto com
seu guia, se necessário. Deve-se ter cuidado para que a ponto do guia não ultrapasse o final do tubo
orotraqueal.
Retire o fio guia do tubo e infle o balonete de ar (cuff), se tiver, com uma seringa.
Realize a ventilação através do tubo com o dispositivo bolsa-válvula máscara e verifique a posição
do tubo através da ausculta do tórax (bilateralmente no ápice e base do pulmão – MV presente) e
epigástrio (ausente), e capnografia se disponível
Fixar o tubo (na altura de 3x a COT/TOT) e solicitar radiografia de tórax para checar a posição do
tubo
A manobra deve durar em torno de 30 segundos.