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Introdução..........................................................................................................................2
Conclusão........................................................................................................................12
Bibliografia......................................................................................................................13
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Introdução
O presente trabalho da cadeira de Atletismo, tem como tema: Impacto dos níveis de
ansiedade pré-competitivo dos atletas da corrida de velocidade, tem como objectivo
geral compreender a vantagem e as desvantagens dos níveis de ansiedade pré-
competitivo dos atletas na corrida de velocidade; e tem como objectivos específicos:
conceituar o termo corrida de velocidade, (i) identificar a ansiedade estado pré-
competitiva em atletas praticantes do Atletismo; (ii) identificar os componentes do
estado de ansiedade e (iii) descrever os factores comparar o estado de ansiedade em
função do sexo e da experiência competitiva.
Assim espera-se que este trabalho traga uma contribuição valiosa em torno das questões
em destaque.
Corrida é uma noção que admite vários usos. Neste caso, interessa-nos a sua acepção
como a competição na qual os participantes tentam chegar em primeiro lugar a
uma meta. Velocidade, por sua vez, pode fazer referência à rapidez de um movimento.
O facto de este problema não ter sido alvo de estudos rigorosos e sistematizados, em
Moçambique, leva-nos a procurar obter respostas para as nossas preocupações, podendo
constituir um contributo para a melhoria do conhecimento dos nossos atletas, do seu
rendimento desportivo e consequentemente da sua saúde e do seu bem-estar.
Groen (1975), Ansiedade deve ser entendida como um estado peculiar, desagradável
citado por Serra caracterizado pela antecipação de um acontecimento ameaçador ou
(1980) perigoso que pode acontecer no futuro.
Landers, (1980) A ansiedade é a adaptação negativa do arousal, manifestada com
reacções emotivas desagradáveis.
Gould et al, A ansiedade centra-se essencialmente nos aspectos energéticos, mais do
(1983), citado por que nos aspectos emocionais negativos. Ansiedade resume-se ao estado
Sonstroem (1984) mais elevado de activação sendo nestes momentos que se produzem
sentimentos de desconforto ou de elevada preocupação.
Madeleine A ansiedade é uma resposta global, não especifica do organismo às
e Sarrazin (1987) exigências que lhe são feitas.
Gould Definem a ansiedade como as sensações de nervosismo e tensão
eKrane (1993) associadas com a activação ou arousal do organismo. Identificam ainda,
o arousal e ansiedade como um mesmo fenómeno, aplicando o termo
ansiedade à dimensão cognitiva do arousal, ou seja, o arousal ou
activação do sistema nervoso autónomo pode ser acompanhado por
reacções emotivas desagradáveis que se designam como ansiedade.
Thomas, Missoum A Ansiedade é um estado emocional desagradável que se manifesta por
e Rivolier (1987) componentes psicológicas e fisiológicas. Segundo estes autores,
quando um certo limiar de ansiedade é ultrapassado, gera-se uma
participação somática (caracterizada por múltiplas manifestações, como
opressão toráxica, dores abdominais, etc.), que os autores designam por
"angústia".
Nodell e Sime A ansiedade pode ser vista como uma reacção emocional a vários
(1993) estímulos de angústia, em que os indivíduos se podem encontrar num
elevado estado de excitação e serem acompanhadas por sentimentos de
desconforto e de apreensão.
Cruz (1996) A ansiedade na competição é um processo emocional e relacional
mediado cognitivamente.
Izard Ansiedade é um conjunto complexo de emoções. È constituído pela
(1977), citado por emoção dominante do medo, à qual se associam outros, entre as quais
Carvalho (1995) se podem apontar a amargura, a cólera, a vergonha, a culpa e o
interesse-excitação.
Serra (1980), Distingue a grande e pequena ansiedade. Nas crises de grande
citado por ansiedade o doente sente-se ameaçado em várias frentes e esta
Carvalho (1995) complexidade incapacita-o de reagir. "A sua existência é posta em
questão desenvolvendo a sensação de que vai morrer. O infortúnio, a
culpabilidade, o desespero, agitam-se por todo o lado. A ansiedade
assim vivenciada torna-se tão perturbadora que dá vida o sabor amargo
de um pesadelo. Na pequena ansiedade a situação é igualmente
perturbadora, mas menos grave. Nela transparece a hesitação, a
insegurança frente aos acontecimentos, o temor, a amargura, a
lamentação de não poder modificar o passado, a resignação temerosa
perante a catástrofe, a falta de coragem para reagir".
Devido à existência de várias definições não encontrou-se uma definição formal para o
conceito de Ansiedade.
Cruz, (1996), define que a ansiedade se deve essencialmente a dois factores: (i) o
mundo externo e (ii) os próprios impulsos do indivíduo; Daí a considerar-se, que
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Se antes da competição o atleta entra num estado de elevada ansiedade, pode ver o seu
rendimento prejudicado (Boby e Davison, 1970, citados por Rushall, 1979). Vários
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Segundo Nordell e Sime (1993), tal acontece porque a competição nestes atletas é vista
como uma ameaça à sua auto-estima. Na sua opinião, os atletas que vêem as exigências
situacionais da competição como um desafio e uma fonte de excitação sentem a
ansiedade como um estado que pode favorecer o seu rendimento. Segundo Cruz (1996),
a grande diferença entre atletas reside no facto de os atletas com maior sucesso terem
aprendido a regular, tolerar e utilizar a ansiedade de forma mais eficaz. Indivíduos mais
ansiosos podem apresentar as seguintes características: (i) Reduzida habilidade para
usar as modificações num contexto competitivo. Logo produzem um número elevado de
erros por omissão; (ii) Numerosas reacções de stress que geralmente são não funcionais;
(iii) Reduzida tolerância à dor e à frustração; (iv) Demasiada ênfase dos erros
competitivos e interpretação dos mesmos como mais sérios do que na realidade são
Verifica-se que o estado de ansiedade pode prejudicar mais o rendimento do atleta do
que o seu estado psicológico de excitação.
Segundo o mesmo autor, pessoas com elevado nível de ansiedade distraem-se com
muita facilidade sempre que há alterações no contexto competitivo.
Teoria do U-Invertido - de acordo com esta teoria, à medida que aumenta a activação
assiste-se a um aumento no rendimento até um ponto óptimo, a partir do qual, aumentos
posteriores da activação geram decréscimos do rendimento.
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Para além destas componentes existe uma terceira dimensão adicional: a autoconfiança
(Martens, 1990).
Para esta teoria existe um estado de ansiedade óptimo (EAO) que é definido como o
nível de ansiedade-estado que permite a um determinado atleta render ao nível do seu
melhor (Hanin, 1989, citado por Cruz, 1996). Segundo o referido autor, a ansiedade está
relacionada com o rendimento desportivo, mas ao nível individual: cada atleta possui
um nível particular de ansiedade onde o rendimento é maximizado ou optimizado,
variando este nível de atleta para atleta. O funcionamento óptimo é o rendimento da
tarefa que é facilitado pela ansiedade do indivíduo, ao fenecer-lhe uma elevada
probabilidade de atingir resultados esperados, geralmente próximos do seu potencial
pessoal.
Por fim, é um facto reconhecido, o que se prende com a ansiedade, como reacção
emocional que só se evidencia quando o indivíduo "percepciona" uma ameaça que
poderá pôr em causa o seu "estatuto" ou "ego", isto feito através da "avaliação cognitiva
das situações e capacidades dos atletas para se confrontarem e lidarem eficazmente com
os seus pensamentos e emoções.
Conclusão
Feitas as abordagens constantes neste trabalho, conclui-se que dentro dos limites
conceptuais e metodológicos os atletas praticantes de atletismo que possuem níveis de
Ansiedade Estado pré-competitiva mais elevados e o seu rendimento será mais baixo.
Os atletas quando mostraram-se cognitivamente mais ansiosos e menos autoconfiantes
do que os praticantes encaram a competição de forma mais ameaçadora e confiam
menos nas suas capacidades de obterem os resultados desejados.
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Admite-se que o facto de o atleta não ter confiança em si mesmo ou apresentar baixas
expectativas na obtenção de determinada marca ou resultado prejudica ou afecta o seu
rendimento, mas se, pelo contrário e independentemente dos resultados, quando os
atletas vivenciam situações de competição com sentimentos de competência, valor,
orgulho e satisfação a sua autoconfiança sai reforçada.
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Bibliografia