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Alexy (2008), expõe que o ponto decisivo na distinção entre regras e princípios é
que princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida
possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes. Já as regras são normas
que são sempre ou satisfeitas ou não satisfeitas. Assim, se uma regra vale, então, deve
se fazer exatamente aquilo que ela exige. Outro aspecto importante citado pelo autor é o
distinto caráter prima facie das regras e dos princípios. Dessa forma, os princípios
exigem que algo seja realizado na maior medida possível dentro das possibilidades
jurídicas e fálicas existentes.
No que tange ao caso das regras, Alexy (2008) afirma que a situação é
completamente diversa. Segundo o autor, uma vez que as regras exigem que seja feito
exatamente aquilo que elas ordenam, elas contam cum uma determinação da extensão
de seu conteúdo no âmbito das possibilidades jurídicas e fálicas. Essa determinação
pode falhar, mas, se isso não ocorrer, então, vale definitivamente aquilo que a regra
prescreve.
Para que isso ocorra, o autor afirma a necessidade de que sejam superados
também aqueles princípios que estabelecem que as regras que tenham sido criadas pelas
autoridades legitimadas para tanto devem ser seguidas e que não se deve relativizar sem
motivos uma prática estabelecida. Tais princípios devem ser denominados "princípios
formais". Em um ordenamento jurídico, quanto mais peso se atribui aos princípios
formais, tanto mais forte será o caráter prima facie de suas regras. Somente quando se
deixa de atribuir algum peso a esse tipo de princípios - o que teria como consequência o
fim da validade das regras enquanto regras - é que regras e princípios passam a ter o
mesmo caráter prima facie.
O fosso entre ambas as concepções é no, entanto, menos profundo do que pode
parecer, pois, se regras e princípios são razões para normas, eles são também
indiretamente razões para ações. Diante disso, o autor ressalta que é possível afirmar
que sempre que um princípio for, em última análise, uma razão decisiva para um juízo
concreto de dever/ser, esse princípio deve ser considerado o fundamento de uma regra,
que representa uma razão definitiva para esse juízo concreto. Em suma, em si mesmos,
princípios nunca são razões definitivas.