Você está na página 1de 57

Testosterona

GUIA DE NUTRIENTES

Conheça mais sobre alguns nutrientes importantes


para o funcionamento da testosterona e saiba como
implementá-los de forma adequada na sua rotina
APRESENTAÇÃO

Olá!

Nós somos a EndoNutrir e nossa missão é


democratizar conteúdo técnico-científico.
Nós temos uma grande paixão pelo estudo da
endocrinologia, em especial pela sua conexão
com a Nutrição. Acho que deu para perceber
pelo nome, né? Bem sugestivo. Hehe!

Nós criamos esse e-book para compartilhar


informações desta importante conexão entre
nutrientes e hormônios. Neste caso específico,
trataremos o papel de alguns micronutrientes
na síntese e ação de um hormônio bastante
conhecido por nós: a testosterona.

Não é por nada não, mas temos a impressão


que você vai gostar do assunto.

Vamos lá?

2
INTRODUÇÃO
Quando pensamos em endocrinologia logo
pensamos em hormônios, certo?

E quando pensamos em hormônios, nossa


tendência é crer que estes só podem ser
balanceados por meio de… mais hormônios.

Como assim?

Problema na tireoide? Corrija com


hormônios.
Problema com testosterona? Corrija com
hormônios.
Problema com hiperglicemia? Corrija com
hormônios.

E veja bem… por mais que a correção de


desequilíbrios fisiológicos por meio de
hormônios seja completamente válida e, em
diversos casos, seja mesmo necessária,
existem muitos indivíduos que precisam de
correções em seu estilo de vida, em sua
alimentação.

3
INTRODUÇÃO

Foi pensando nisso que elaboramos este


conteúdo, para te mostrar que carências
nutricionais estão associadas a desequilíbrios
hormonais (neste caso, testosterona) e que
correções realizadas por meio da dieta ou por
meio de uma suplementação específica
podem ajudar nosso paciente.

Neste sentido, o trabalho do nutricionista ao


lado de um médico endocrinologista trás
resultados brilhantes.

Esperamos poder mostrar isso para você!

Vamos a leitura!

4
zinco
Um mineral que regula mais 100 enzimas, associa-se também ao
metabolismo da testosterona. Da inibição na enzima aromatase
até a espermatogênese, o zinco possui grande importância na
saúde reprodutiva do homem e da mulher.
ZINCO
O zinco é fundamental para várias funções
metabólicas, e é bem estabelecido que ele
possui importante influência no metabolismo
da testosterona. Eis alguns pontos
importantes:

1. A carência de zinco suprime a atividade


dos receptores androgênicos, o que
mostra sua fundamental importância na
regulação das funções reprodutivas
masculinas;

2. O zinco é necessário para a conversão de


testosterona em dihidrotestosterona, uma
vez que a enzima 5-alfa redutase é
dependente de zinco;

3. O zinco estimula a produção de LH, que


por sua vez estimula o testículo a formar
testosterona;

4. A deficiência de zinco atrapalha a


produção de andrógenos também nas
glândulas adrenais

6
ZINCO

Estudos mais antigos conduzidos em 1996


por Prassad e colaboradores já mostravam
que uma deficiência severa de zinco pode
levar ao hipogonadismo sintomático, ou
seja, produção insuficiente de testosterona
com presença de sintomas.

Trabalhos como esse mostram a relação que


o zinco possui com a testosterona: uma
relação de permissão. O que isso quer dizer?
O zinco é necessário para o adequado
funcionamento da testosterona.

Também implica dizer que níveis sub-ótimos


de zinco prejudicam a produção da
testosterona, no entanto, até o ano de 2019
não existe citação clara de que suplementar
zinco estimula a produção direta de
testosterona.

Interessante, né?

7
ZINCO
Estratégias na alimentação
As principais fontes dietéticas de Zinco são os
alimentos de origem animal. De forma
curiosa, o alimento que possui os maiores
níveis de zinco é a ostra.

Carnes variadas, feijão, iogurte e algumas


castanhas também podem ser fontes
alternativas, conforme mostra a figura acima.

8
ZINCO
As pequenas concentrações de zinco nos
alimentos de origem vegetal nos trás uma
preocupação com um público específico:
indivíduos vegetarianos e veganos.

Qual seria a dica importante aqui: busque


sempre rastrear os níveis de zinco em
indivíduos que possuem essa restrição
alimentar. Pode ser que, nestes casos, uma
suplementação bem elaborada faça sentido.

Estratégias de suplementação
A preferência aqui é, novamente, em utilizar
formas quelatas e formas de de sais
orgânicos.

- Zinco (glicina)
- Zinco (metionina)
- Zinco (quelato)
- Zinco (citrato)

São alguns dos exemplos possíveis de


suplementação de Zinco.

9
ZINCO
Para a suplementação, atente-se ao seguinte
fato: o zinco ativar proteínas chamadas
metalotioneínas que, entre suas múltiplas
funções, reduzem a absorção de cobre.

Já é sabido que altas concentrações de zinco


via suplementação podem levar a uma
redução expressiva nos níveis de cobre.

Vale lembrar que o cobre é importante para


nossas funções antioxidantes, em especial
para a proteção do fígado. Sua deficiência
está associada a inflamação no fígado e ao
quadro de esteatose hepática.

A dica é: ao suplementar zinco, mantenha


uma relação 10:1 ou 15:1 entre zinco e cobre.

Exemplo:

Zinco (glicina) ………….. 30 mg


Cobre (quelato) …………. 2 mg

Quantidades sugeridas: 20 a 30 mg

10
magnésio
Relaxamento muscular, balanço de fluidos, suprimento de ATP,
e ativação de diversos complexos enzimáticas são algumas
das funções desempenhadas pelo Magnésio. Quase nada, né?
MAGNÉSIO
O magnésio é um mineral bastante
mencionado quando o assunto é pressão
arterial e saúde cardiovascular, mas pode
também ser relacionado ao metabolismo de
andrógenos.

Motivo para isso? Temos dois principais.

1. A síntese de hormônios esteroidais, tais


como a testosterona, demanda muita
energia. O magnésio é um grande gestor
da utilização de ATP, sendo assim
necessário para que possamos construir
testosterona a níveis fisiológicos;

2. O magnésio possui a capacidade de se


ligar com a partícula de SHBG (globulina
ligadora de hormônios sexuais) de forma
não específica, favorecendo as frações
livres e biologicamente ativas da
testosterona.

12
MAGNÉSIO
Um trabalho de Maggio e colaboradores (2011)
mostrou associação positiva entre os níveis de
magnésio e os níveis de testosterona. Ou seja?
Aqueles indivíduos com maior consumo de
Magnésio eram comumente encontrados
com níveis mais adequados de testosterona.

E é justamente aí que entramos em um


“pequeno problema”. É bastante comum
encontrarmos níveis insuficientes ou sub-
ótimos de Magnésio na população.

13
MAGNÉSIO

Esta imagem pontua algum dos principais


motivos:

i) consumo inadequado: o magnésio está


presente de forma abundante em vegetais
verdes escuros, sementes e grãos integrais.
Alimentos que a população não costuma
priorizar;

ii) má absorção: aqui temos uma


dependência da boa saúde intestinal. Dados
os maus hábitos da população, é de se
esperar que a absorção seja razoavelmente
comprometida

iii) aumento da excreção: a utilização de


alguns fármacos, como diuréticos, e a
presença de algumas condições clínicas, tais
como o diabetes tipo II são capazes de
aumentar a excreção de Magnésio.

14
MAGNÉSIO

Estratégias na alimentação
O consumo rotineiro de folhosos verdes
escuros, sementes e cereais integrais é uma
boa alternativa quando pensamos em
Magnésio.

Em especial, a semente de abóbora possui


quantidades bem interessantes do mineral.

15
MAGNÉSIO

Estratégias de suplementação

O magnésio possui diferentes formas de


administração, como sais inorgânicos, sais
orgânicos e quelatos.

Uma dica importante é evitar formas de sais


inorgânicos, como: óxido, carbonato e sulfato,
por exemplo.

Algumas formas possuem boa


disponibilidade:

- Magnésio (citrato)
- Magnésio (aspartato)
- Magnésio (glicina)
- Magnésio (L-treonato)
- Magnésio (dimalato)

Quantidades sugeridas: 300 a 500 mg

16
selênio
Mineral importante para o funcionamento das chamadas
Selenoproteínas, estruturas importantes para nossas defesas
antioxidantes e para nossa função tireoidiana.
SELÊNIO

Aqui neste caso, o papel do selênio é indireto,


mas não menos importante.

O selênio é conhecido por suas propriedades


antioxidantes, uma vez que é importante
para a criação de glutationa.

A glutationa é um peptídeo importante para


a neutralização de algumas espécies reativas
de oxigênio (EROs), substâncias
potencialmente nocivas para nosso
organismo e para nossas glândulas.

A incidência de estresse oxidativo em


glândulas endócrinas é capaz de atrapalhar
seu funcionamento e sua secreção hormonal.

Ou seja? A ação da glutationa pode manter


boa saúde de testículos, ovários e adrenais,
mantendo secreção fisiológicas dos
hormônios andrógenos.

18
SELÊNIO
Um outro ponto importante é o papel do
selênio na função tireoidiana. As enzimas
deiodinases, responsáveis por converter T4
em T3, são selenoproteínas. Dependem de
selênio para seu correto funcionamento.

E por que mencionar hormônios


tireoidianos?

A atividade tireoidiana afeta a taxa de


produção de testosterona e sua utilização em
tecidos periféricos. E é o hormônio T3, forma
biologicamente ativa, um dos grandes
responsáveis por estas ações.

Deiodinases I e II

19
SELÊNIO

Estratégias na alimentação

Aqui é indiscutível. A principal fonte de selênio


é a nossa querida Castanha-do-Brasil.

Estimular seu consumo, mesmo que semanal,


já é uma ideia interessante quando pensamos
no aporte de selênio.

Não gosta da Castanha-do-Brasil? Existem


outras fontes alimentares, em especial
quando pensamos em peixes.

20
SELÊNIO

Estratégias de suplementação

Se o consumo da castanha e dos peixes não


for uma boa ideia para determinada pessoa, a
suplementação pode ser cogitada.

O selênio conjugado a metionina e cisteína


apresentam ótimas biodisponibilidade, sendo
bem aproveitados pelo nosso organismo.

Desta forma, a sugestão de prescrição:

- Selenometionina
- Selenocisteína

Quantidades sugeridas: 80 a 120 mcg

21
vitamina A
Um grupo de substâncias com ampla função fisiológica.
Imunidade, integridade intestinal, espermatogênese, saúde
ocular, etc. Importantes para nossa saúde? Certamente.
VITAMINA A

Quando nos referimos a Vitamina A, na


verdade estamos falando de um grupo de
substâncias composta por retinol, retinal e
ácido retinóico. Integridade de mucosas,
sistema imune, fertilidade e saúde ocular
são alguns dos processos coordenados pela
Vitamina A.

23
VITAMINA A

Em relação a testosterona, alguns pontos


podem ser debatidos:

1. O ácido retinóico, é um importante


regulador da síntese de testosterona nas
células de leydig (testículo);

2. A Vitamina A, de maneira geral, é


importante no processo de absorção
intestinal de gorduras dietéticas, sendo
estas importantes para a construção de
hormônios esteroidais.

3. O transporte de colesterol para gônadas


e adrenal utiliza a Vitamina A como
cofator. Como o colesterol é o “bloco
construtor” da testosterona, este processo
é importante para ter níveis hormonais
adequados.

24
VITAMINA A

Um trabalho antigo, realizado no ano de 1988


por Bishop e colaboradores, mostrou haver
uma associação entre parâmetros dietéticos e
níveis hormonais. Um dos parâmetros
avaliados foi o consumo de Vitamina A.

E adivinha só? Os níveis de testosterona


mostraram correlação positiva com o valor
calórico da dieta e também com a Vitamina
A.

Estratégias na alimentação

Para adequar seu consumo, é importante


pensarmos que ela pode ser fornecida
diretamente como Vitamina A, o que ocorre
nos alimentos de origem animal, ou na forma
de carotenoide pro-Vitamina A, molécula
precursora da Vitamina A, que ocorre em
alimentos de origem vegetal.

25
VITAMINA A

Vitamina A (origem animal):


- Óleo de fígado de bacalhau
- Cavala
- Salmão
- Manteiga
- Queijos
- Ovos
Carotenoides (origem vegetal):
- Batata doce
- Abóbora
- Couve
- Cenoura
- Pimentão vermelho
- Tomate
- Manga
- Mamão
- Damasco
- Goiaba
Obs.: a conversão endógena de carotenoides para a
Vitamina A é mediada por enzimas que dependem
de Zinco para seu correto funcionamento, sendo
assim, atente-se para a adequação de seus níveis no
indivíduo.

26
VITAMINA A
Estratégias de suplementação
Considere usar a Vitamina A em uma forma
farmacêutica que favoreça sua absorção. Isto
ocorre quando a incluímos em uma base
oleosa, por exemplo.

A utilização de um óleo, em especial com


gorduras monoinsaturada e poliinsaturadas
pode ser uma boa ideia. As farmácias
trabalham com óleo de linhaça, oliva e
abacate, por exemplo.

Para a forma de utilização, temos três


sugestões:

- Vitamina A (palmitato)
- Vitamina A (acetato)
- Beta-caroteno

Para as quantidades:

- Palmitato ou acetato: 3000 a 6000 UI


- Beta-caroteno: 10 a 20 mg

27
vitamina D
A vitamina D é uma das vitaminas que mais tem sido estudada nos
últimos anos, dada sua amplitude de ações no corpo. Do sistema
imune ao endócrino sua relevância tem sido cada vez maior
VITAMINA D
A vitamina D é associada à saúde óssea e
imunológica, e cada dia mais parecem surgir
“novas” funções para esta vitamina. Entre
elas está uma forte relação com o
metabolismo da testosterona:

• Foi observado que havia expressão


significativa de receptores de vitamina D e
enzimas para metabolizar a própria
vitamina D nos testículos. O que levantou
a hipótese de que a vitamina D possui
influência na produção androgênica

• Alguns estudos demonstram que a


reposição de vitamina D aumenta
sensivelmente, mas significativamente, os
níveis de testosterona

• Estudos in vivo com ratinhos que não


possuem receptor para vitamina D
revelaram hipogonadismo
hipergonadotrófico (LH alto, mas incapaz
de estimular corretamente o testículo,
gerando uma testosterona baixa)

29
VITAMINA D

• O status de vitamina D está diretamente


associado aos níveis de testosterona 

• Também se suspeita que as células de


Leydig testiculares produzam vitamina D,
e essa produção é aumentada na
presença de HCG (gonadotrofina
coriônica). 

No entanto os resultados ainda são


conflitantes. Ao passo que alguns trabalhos
mostram uma relação da vitamina D com
testosterona, outros não são incapazes de
provar isso.

Um exemplo é o trabalho conduzido por Pills


e colaboradores em 2011, que encontrou
relação causal entre reposição de vitamina
D e aumento de níveis de testosterona. 

30
VITAMINA D
Temos hoje uma epidemia de hipovitaminose
D, muito em função do nosso estilo de vida
"moderno", que naturalmente limita a nossa
exposição solar, e acrescido a isso, essa
formação de vitamina D a partir dos raios
solares tende a diminuir com o avançar da
idade.

31
VITAMINA D

Estratégias na alimentação

O grande problema aqui é que as fontes


dietéticas de vitamina D parece ser
insuficientes para um aporte adequado.

Realmente dependemos da exposição solar


para a produção de vitamina D em
quantidades adequadas.

32
VITAMINA D
Estratégias de suplementação
Quando falamos de suplementação, existe
um aspecto importante sobre a Vitamina D:
sua característica lipossolúvel.

Dada esta característica, é importante dizer


que a Vitamina D deve estar sempre diluída
em alguma fonte lipídica (base oleosa ou
softgel, por exemplo) para a sua adequada
absorção.

Logo, pastilhas e cápsulas comuns (aquelas


secas, sabe?) acabam não sendo boas opções.

Outro aspecto importante diz respeito a


forma de prescrição. Aparentemente a forma
de Colecalciferol (Vitamina D3) apresenta-se
superior a forma Ergocalciferol (Vitamina D2). 

Quantidades sugeridas: 2000 a 6000* UI por


dia ou cargas semanais de dose única
(50 000* UI a 70 000* UI).
*Doses médicas

33
vitamina E
Se tivéssemos somente uma palavra para definir a Vitamina E,
ela seria: antioxidante. Esta vitamina é uma importante
protetora de nossas estruturas lipídicas.
VITAMINA E

A Vitamina E possui uma importante


característica antioxidante e desde cedo, já
na década de 30, foram feitas menções de
sua relação com o sistema reprodutor
humano.

Inicialmente, estudos com ratos mostraram


que a presença da Vitamina E é de vital
importância para manutenção da fertilidade
nestes animais.

Anos depois dos primeiros trabalhos, foi visto


que a deficiência da Vitamina E era motivo
para supressão da síntese de testosterona e
redução da atividade testicular nestes
animais.

Um dos principais mecanismos utilizados


para explicar estes efeitos é a ação
antioxidante da Vitamina E, responsável por
nos proteger contra os danos causados pelo
radical peroxil no aparelho reprodutor.

35
VITAMINA E

Uma outra associação utilizada para


defender a vitamina E é a seguinte:

- Com o aumento da geração de radicais


livres, existe um aumento da liberação de
cortisol;

- O cortisol possui grande ação supressora


nos hormônios androgênicos, entre os
quais podemos mencionar a testosterona;

- Com um aumento crônico deste cortisol,


maior o impacto no metabolismo da
testosterona, o que implicaria em uma
redução dos seus níveis plasmáticos.

- Desta forma, com o fornecimento


adequado de Vitamina E existe uma
redução na geração de radicais livres,
reduzindo a liberação crônica de cortisol e,
consequentemente, preservando os níveis
plasmáticos de testosterona.

36
VITAMINA E
Estratégias na alimentação
A Vitamina E caracteriza um grupo de
substâncias denominadas tocoferois e
tocotrienois.

Estas substâncias são encontradas em maior


quantidade nos seguintes alimentos:

37
VITAMINA E

Perceba que a inclusão de castanhas e


sementes é uma boa estratégia para
potencializar o fornecimento de Vitamina E
em uma estratégia alimentar.

Estratégias de suplementação

A suplementação pode ser realizada na


forma de tocoferol (1) ou mesmo na forma de
tocotrienois (2). Duas formas comumente
utilizadas para sua prescrição:

- (1): Acetato de tocoferol


- (2): Mix de Tocotrienois

Um outro ponto interessante é que a


suplementação da Vitamina E realizada em
paralelo ao fornecimento de ácidos graxos
mono e poliinsaturados (MUFAs e PUFAs)
parece potencializar sua biodisponibilidade.

38
vitamina C
A vitamina C é uma das vitaminas hidrossolúveis mais estudadas
e um dos suplementos mais vendidos no mundo. Diversas
associações já foram desvendadas, mas e com a testosterona?
Já existem informações suficientes? Vamos conferir!
VITAMINA C

O ácido ascórbico, mais popularmente


conhecido por Vitamina C, é uma das
vitaminas mais estudadas e um dos
suplementos mais vendidos em todo o
mundo.

Suas ações relacionadas a testosterona não


são muito estudadas, mas algumas
informações já foram trazidas na literatura
científica:

1. Sua ação antioxidante é capaz de


proteger a estrutura testicular e adrenal.
Ao fazer isso, auxilia indiretamente na
síntese da testosterona e dos andrógenos;

2. No que diz respeito a espermatogênese,


alguns trabalhos em animais mostraram
que a utilização de Vitamina E foi capaz
de melhorar a qualidade, viabilidade e
motilidade dos espermatozoides.

40
VITAMINA C
3. Uma outra menção que é usualmente feita
trata sobre o papel da vitamina C na
redução dos níveis de cortisol. Embora isso
não seja algo completamente esclarecido
na literatura, uma redução do colesterol
preservaria a síntese de testosterona e,
consequentemente, sua ação fisiológica.

Estratégias na alimentação

A vitamina C é facilmente incluída em nossa


alimentação, uma vez que existem diversos
alimentos com concentrações bastante
generosas. Aqui, vale listarmos alguns:

- Acerola
- Kiwi
- Camu-camu (farinha)
- Goiaba
- Laranja
- Pimentão vermelho
- Brócolis

41
VITAMINA C
Estratégias de suplementação

Aqui podemos mencionar algumas coisas


importantes.

A assimilação intestinal de vitamina C é


limitada, uma vez que seu transportador
intestinal possui uma capacidade ótima de
absorção. Essa quantidade aproxima-se das
200 - 250 mg em dose única.

Não significa dizer que quantidades maiores


não serão absorvidas, e sim que serão
percentualmente menos aproveitadas.

Pense em fracionar dosagens maiores ao


longo do dia para otimizar sua absorção da
Vitamina C.

Um outro ponto importante diz respeito a


suplementação de Vitamina C para portadores
de pedras nos rins e gota.

42
VITAMINA C
A suplementação para estes indivíduos, em
especial se realizada com quantidades muito
elevadas em dose única (superiores a 250 mg),
pode auxiliar na precipitação de pedras.

Isso pode intensificar os sintomas e aumentar


a dor do indivíduo. Neste caso, invista na
Vitamina C oriunda de alimentos.

Para isso, basta retornar a lista que fornecemos


nas páginas anteriores. Incluindo aqueles
alimentos ao longo do seu dia, tenha certeza
que suas necessidades de Vitamina C serão
atendidas.

43
vitaminas do
complexo B
Múltiplas vitaminas. Múltiplas funções. Essas são as
vitaminas do complexo B. Você sabia que elas podem sim
ter relação com o perfil hormonal? Confere aqui!
VITAMINAS DO
COMPLEXO B

Este é um grupo de vitaminas bastante


conhecido por suas múltiplas aplicações no
corpo humano, em especial com o
metabolismo energético. Quem são elas:

- Vitamina B1 (Tiamina)
- Vitamina B2 (Riboflavina)
- Vitamina B3 (Niacina)
- Vitamina B5 (Ácido pantotênico)
- Vitamina B6 (Piridoxina)
- Vitamina B7 (Biotina)
- Vitamina B9 (Ácido fólico)
- Vitamina B12 (Cobalamina)

É de se esperar que cada vitamina contribua


de forma bastante individual para a síntese
hormonal, mas de maneira geral podemos
dizer que são importantes ao subsidiar a
geração de energia para a síntese da
testosterona, um processo bastante
dispendioso do ponto de vista energético.

45
VITAMINAS DO
COMPLEXO B
Entre as vitaminas citadas na página
anterior, podemos destacar algumas,
especificamente:

- A Vitamina B3 é parte fundamental do


composto NADPH (nicotinamida adenina
dinucleotídeo fosfato), que por sua vez
possui grande importância na síntese de
testosterona dihidrotestosterona (DHT);

- A Vitamina B6 possui ação supressora no


hormônio Prolactina. Esta prolactina, por
sua vez é capaz de suprimir a ação da
testosterona… ou seja? O correto aporte da
piridoxina favorece níveis adequados de
testosterona.

- A adequação dos níveis de ácido fólico


(B9) mostram um impacto bastante
positivo no processo de espermatogênese
e no metabolismo dos andrógenos, como
um todo (incluímos aí a testosterona,
evidentemente)

46
VITAMINAS DO
COMPLEXO B
- Estudos em animais demonstraram que a
deficiência de Biotina (B7) é capaz de
impactar negativamente na síntese de
testosterona. Nestes trabalhos enfatiza-se,
inclusive, que efeitos similares podem
ocorrer em humanos caso identifique-se
esta carência nutricional.

Estratégias na alimentação

As vitaminas do complexo B também podem


ser bastante exploradas na alimentação. Ao
priorizar cereais integrais e folhosos de cor
verde-escura já é possível otimizar (e muito)
o aporte diário.

Salmão, leguminosas e a levedura nutricional


também são ótimas fontes de vitaminas do
complexo B, contribuindo com ótimos
percentuais das nossas necessidades diárias.

47
VITAMINAS DO
COMPLEXO B
Estratégias de suplementação
Aqui temos uma boa notícia: a
suplementação de vitaminas do complexo B
não precisa ser em dosagens exorbitantes
para que tenhamos reposição de seus níveis
diários.

Como cada vitamina possui aplicabilidades e


quantidades específicas, vamos nos ater a
formas de melhor biodisponibilidade
quando pensamos em utilizá-las como
suplementos:

- Vitamina B1: Benfotiamina


- Vitamina B2: Cloridrato de Riboflavina
- Vitamina B3: Nicotinamida ou Hexaniacinato de
Inositol
- Vitamina B5: Pantotenato de Cálcio
- Vitamina B6: Piridoxal-5-fosfato
- Vitamina B7: Biotina
- Vitamina B9: 5-metilfolato
- Vitamina B12: Metilcobalamina

48
UMA BOA SAÚDE HORMONAL
É ALCANÇADA PELA SOMA DE
BONS HÁBITOS

Bem, neste momento é importante deixar


claro uma coisa: não há estratégia milagrosa
quando o assunto é testosterona.

Ao identificarmos um paciente com níveis


baixos deste hormonio, é importante
pensarmos na complexidade desta fato e,
principalmente, na multifatorialidade do
caso.

Uma testosterona baixa pode estar assim por


diversas razões. Sendo assim, faz sentido
adotar a máxima:

“Uma boa saúde hormonal é alcançada pela


soma de bons hábitos”.

O mais sensato, claramente, é tentar abordar


todos os possíveis fatores causais: má higiene
do sono, estresse intenso, condições
inflamatórias crônicas, déficit energético
severo, etc.

49
UMA BOA SAÚDE HORMONAL
É ALCANÇADA PELA SOMA DE
BONS HÁBITOS

Ao corrigirmos estes pontos fundamentais


podemos então pensar sobre a correção
nutricional de forma paralela.

E um outro lembrete importante é: a


alimentação pode fazer muito pelo nosso
sistema endócrino. Ou seja? As primeiras
tentativas de correção podem e devem ser
realizadas por meio dos bons hábitos
alimentares.

Observou que a alimentação não foi


suficiente para que se alcançasse o resultado
desejado? Tudo bem, siga para a
suplementação.

E seja responsável com ela, sabendo que


eventuais efeitos colaterais e resultados
indesejados.

50
CHEGAMOS AO FIM…

E… é isso!

Esperamos que tenha gostado do material


que preparamos pra você.

É lógico que existe muito mais acerca da


relação entre os nutrientes e o metabolismo
da testosterona.

O objetivo aqui não era esgotar o assunto, e


sim lhe “provocar” para que busque mais
informação sobre o assunto e apaixone-se
(mais ainda) pela endocrinologia.

Assim como nós, né? Hehe.

@ENDONUTRIR
Se você gostou do conteúdo
deste e-book, acompanhe o
conteúdo que publicamos
em nosso Instagram… Acho
que você vai gostar, hein? :)
Basta clicar aqui ou na imagem ao lado

51
Material
de estudo
Algumas referências científicas para que você possa
ler e se aprofundar mais no assunto. Boa leitura!
MATERIAL PARA ESTUDO

Zinco
Om, A. S., & Chung, K. W. (1996). Dietary zinc deficiency alters 5α-
reduction and aromatization of testosterone and androgen and
estrogen receptors in rat liver. The Journal of nutrition, 126(4),
842-848.

Koehler, K., Parr, M. K., Geyer, H., Mester, J., & Schänzer, W. (2009).
Serum testosterone and urinary excretion of steroid hormone
metabolites after administration of a high-dose zinc
supplement. European journal of clinical nutrition, 63(1), 65.

Ozturk A, Baltaci AK, Mogulkoc R, Oztekin E and Kul A


(2005). The effects of zinc deficiency and testosterone
supplementation on leptin levels in castrated rats and
their relation with LH, FSH and testosterone. Neuro
Endocrinol. Lett., 26: 548-554.

Magnésio
Maggio, M., De Vita, F., Lauretani, F., Nouvenne, A., Meschi, T., Ticinesi,
A., ... & Ceda, G. P. (2014). The interplay between magnesium and
testosterone in modulating physical function in men. International
journal of endocrinology, 2014.

Maggio, M., Ceda, G. P., Lauretani, F., Cattabiani, C., Avantaggiato, E.,
Morganti, S., ... & Paolisso, G. (2011). Magnesium and anabolic
hormones in older men. International journal of andrology, 34(6pt2),
e594-e600.

Costello, R. B., Elin, R. J., Rosanoff, A., Wallace, T. C., Guerrero-Romero,


F., Hruby, A., ... & Van Horn, L. V. (2016). Perspective: the case for an
evidence-based reference interval for serum magnesium: the time
has come. Advances in Nutrition, 7(6), 977-993.

53
MATERIAL PARA ESTUDO

Selênio
Ren, X. M., Wang, G. G., Xu, D. Q., Luo, K., Liu, Y. X., Zhong, Y. H., & Cai, Y.
Q. (2012). The protection of selenium on cadmium-induced inhibition
of spermatogenesis via activating testosterone synthesis in
mice. Food and chemical toxicology, 50(10), 3521-3529.

Oluboyo, A. O., Adijeh, R. U., Onyenekwe, C. C., Oluboyo, B. O., Mbaeri, T.


C., Odiegwu, C. N., ... & Onwuasoanya, U. F. (2012). Relationship
between serum levels of testosterone, zinc and selenium in infertile
males attending fertility clinic in Nnewi, south east Nigeria. African
journal of medicine and medical sciences, 41, 51-54.

Behne, D., Weiler, H., & Kyriakopoulos, A. (1996). Effects of selenium


deficiency on testicular morphology and function in
rats. Reproduction, 106(2), 291-297.

Vitamina A
Bishop, D. T., Meikle, A. W., Slattery, M. L., Stringham, J. D., Ford, M. H.,
West, D. W., ... & Rao, D. C. (1988). The effect of nutritional factors on sex
hormone levels in male twins. Genetic epidemiology, 5(1), 43-59.

Chaudhary, L. R., Hutson, J. C., & Stocco, D. M. (1989). Effect of retinol and
retinoic acid on testosterone production by rat Leydig cells in primary
culture. Biochemical and biophysical research communications, 158(2),
400-406.

The Function of Retinol and Retinoic Acid in the Testes, Nutrition


Reviews, Volume 40, Issue 6, June 1982, Pages 187–189

54
MATERIAL PARA ESTUDO

Vitamina D
Pilz, S., Frisch, S., Koertke, H., Kuhn, J., Dreier, J., Obermayer-Pietsch,
B., ... & Zittermann, A. (2011). Effect of vitamin D supplementation on
testosterone levels in men. Hormone and Metabolic Research, 43(03),
223-225.

Nimptsch, K., Platz, E. A., Willett, W. C., & Giovannucci, E. (2012).


Association between plasma 25‐OH vitamin D and testosterone levels
in men. Clinical endocrinology, 77(1), 106-112.

Wehr, E., Pilz, S., Boehm, B. O., März, W., & Obermayer‐Pietsch, B.
(2010). Association of vitamin D status with serum androgen levels in
men. Clinical endocrinology, 73(2), 243-248.

Yang, B., Sun, H., Wan, Y., Wang, H., Qin, W., Yang, L., ... & Yao, B. (2012).
Associations between testosterone, bone mineral density, vitamin D
and semen quality in fertile and infertile Chinese men. International
journal of andrology, 35(6), 783-792.

Vitamina E
Lodhi, G. M., Latif, R., Hussain, M. M., Naveed, A. K., & Aslam, M. (2014).
Effect of ascorbic acid and alpha tocopherol supplementation on acute
restraint stress induced changes in testosterone, corticosterone and nor
epinephrine levels in male Sprague Dawley rats. Journal of Ayub
Medical College Abbottabad, 26(1), 7-11.

Schröder, H., Navarro, E., Mora, J., Galiano, D., & Tramullas, A. (2001).
Effects of α-tocopherol, β-carotene and ascorbic acid on oxidative,
hormonal and enzymatic exercise stress markers in habitual training
activity of professional basketball players. European journal of
nutrition, 40(4), 178-184.

Hartman, T. J., Dorgan, J. F., Virtamo, J., Tangrea, J. A., Taylor, P. R., &
Albanes, D. (1999). Association between serum α-tocopherol and serum
androgens and estrogens in older men. Nutrition and cancer, 35(1), 10-15.

55
MATERIAL PARA ESTUDO

Vitamina C
Sönmez, M., Türk, G., & Yüce, A. (2005). The effect of ascorbic acid
supplementation on sperm quality, lipid peroxidation and
testosterone levels of male Wistar rats. Theriogenology, 63(7),
2063-2072.

Biswas, N. M., Chaudhuri, A., Sarkar, M., & Biswas, R. (1996). Effect of
ascorbic acid on in vitro synthesis of testosterone in rat testis. Indian
journal of experimental biology, 34(6), 612-613.

Lodhi, G. M., Hameed, W., Ahmed, T., Latif, R., & Aslam, M. (2011). Effects
of ascorbic acid and alpha tocopherol supplementation on basal
testosterone cortisol ratio in male sprague dawley rats. Pakistan
Journal of Physiology, 7(2), 7-11.

Vitaminas do complexo B
Wong, W. Y., Merkus, H. M., Thomas, C. M., Menkveld, R., Zielhuis, G. A., &
Steegers-Theunissen, R. P. (2002). Effects of folic acid and zinc sulfate on
male factor subfertility: a double-blind, randomized, placebo-controlled
trial. Fertility and sterility, 77(3), 491-498.

DELITALA, G., ROVASIO, P., & LOTTI, G. (1977). Suppression of thyrotropin


(TSH) and prolactin (PRL) release by pyridoxine in chronic primary
hypothyroidism. The Journal of Clinical Endocrinology &
Metabolism, 45(5), 1019-1022.

Wong, W. Y., Merkus, H. M., Thomas, C. M., Menkveld, R., Zielhuis, G. A., &
Steegers-Theunissen, R. P. (2002). Effects of folic acid and zinc sulfate on
male factor subfertility: a double-blind, randomized, placebo-controlled
trial. Fertility and sterility, 77(3), 491-498.

Paulose, C. S., Thliveris, J. A., Viswanathan, M., & Dakshinamurti, K. (1989).


Testicular function in biotin-deficient adult rats. Hormone and
Metabolic Research, 21(12), 661-665.

56

Você também pode gostar