1) O documento introduz conceitos fundamentais do Direito como ciência, incluindo seu objeto, métodos e tipos de conhecimento.
2) A ciência do Direito é uma ciência social aplicada que estuda o agir humano através de uma dimensão normativa, orientada por valores para guiar o comportamento.
3) Uma norma jurídica possui cinco elementos essenciais: ordenação lógica do agir, fatos, valores, fim e consequência jurídica atribuída a um fato.
1) O documento introduz conceitos fundamentais do Direito como ciência, incluindo seu objeto, métodos e tipos de conhecimento.
2) A ciência do Direito é uma ciência social aplicada que estuda o agir humano através de uma dimensão normativa, orientada por valores para guiar o comportamento.
3) Uma norma jurídica possui cinco elementos essenciais: ordenação lógica do agir, fatos, valores, fim e consequência jurídica atribuída a um fato.
1) O documento introduz conceitos fundamentais do Direito como ciência, incluindo seu objeto, métodos e tipos de conhecimento.
2) A ciência do Direito é uma ciência social aplicada que estuda o agir humano através de uma dimensão normativa, orientada por valores para guiar o comportamento.
3) Uma norma jurídica possui cinco elementos essenciais: ordenação lógica do agir, fatos, valores, fim e consequência jurídica atribuída a um fato.
demonstrado por meio de um argumento verdadeiro, Conceitos, princípios, regras jurídicas, História ou seja, é um estudo metódico de um assunto, de um do Direito são os elementos que compõem a Ciência recorte da realidade. (objeto específico). do Direito. A ciência só ganha autonomia quando ela Para compreendermos a totalidade dos aspectos ganha um objeto próprio. Enquanto não houver da ciência que compõem os objetos do Direito, tratamento de diferentes para os objetos, não haverá devemos trabalhar de modo sistemático, ou seja, com conhecimento de novos ramos, de novas ciências. método científico. Apesar de haver uma unidade do Direito, ele é Método: pluralizado, pois cada estado tem o seu ordenamento. O método é um instrumento de entrada no Conhecimento: interior da realidade que busca a essência do que é A ciência faz parte do conhecimento, dessa mera aparência para nós, busca a verdade, o resultado forma, temos dois tipos, o vulgar e o científico. Mas verificado a partir da razão. para que haja conhecimento é necessário que tenhamos A partir disso, a relação entre o método e a um sujeito e um objeto. ciência é indissociável, pois para que tenhamos ciência, • Sujeito → é o agente, aquele que formula temos que ter um método e, que podem ser de 2 tipos: juízos a respeito de um objeto. indutivo e dedutivo • Objeto → é o recorte da realidade em partes INDUTIVO DEDUTIVO para compreendermos o todo. Parte da pluralidade de Partimos da unidade de O conhecimento pode ser vulgar (domínio da opinião) fenômenos para a um argumento para e científico (domínio da ciência): construção da unidade de chegarmos a uma um único argumento pluralidade de fenômenos ➔ Vulgar: é o conhecimento do cotidiano adquirido no dia-a-dia, ele não possui um Pluralidade → unidade Unidade → pluralidade método e independe de provas, nós não Ex. criação do Ex. a aplicação da lei → questionamos esses conteúdos adquiridos. Por antibiótico → partiu de existe apenas um código se dar no cotidiano, ele é fortuito, ou seja, várias experimentos para civil, mas ele é aplicado aleatório, não é esquematizado. chegar a uma única diariamente em uma ➔ Científico: um conhecimento que busca a fórmula, uma substância pluralidade de situações verdade e, por isso, requer uma metodologia e provas, com o intuito de demonstrar e concluir Criação da lei (método Aplicação da lei utilizado em uma (Silogismo Jurídico: como verdadeiro o argumento que está sendo democracia, pois parte estrutura triádica colocado em pauta. É necessário todo um de uma necessidade dialética. Toda aplicação sistema racional para a comprovação de um coletiva para da norma jurídica se dá argumento, primeiramente elabora-se uma tese, regulamentar uma coisa) de forma dialética) em seguida uma antítese e, por fim, chegamos a Recorrente das Ciências Recorrente das ciências uma síntese que é onde temos a comprovação empíricas (partem do humanas (partem daquilo ou negação do argumento. mundo que nos é dado, que nós criamos, da ou seja, da pluralidade, racionalidade ex. o OBS: só comprovamos a inverdade de um argumento, para chegar apenas a Direito) se provamos de forma científica a verdade de um outro uma ciência, as ciências que contrapõe aquela ideia. biológicas e exatas p/ ex) OBS: Silogismo Jurídico é a aplicação de uma lei Ex: Se você comprar algo, você deve pagar. Caso não abstrata em um fato concreto para chegar a uma pague, sofrerá consequência jurídica. → imposição da decisão para aquele fato. lei sobre a conduta para provocar um comportamento.
➔ Premissa maior (tese ou universalidade): é a Essa consequência jurídica de pagamento é imputada/
lei/norma atribuída aquela hipótese de fato, não há relação entre a ➔ Premissa menor (particularidade ou antítese): é hipótese de fato e a consequência jurídica, há uma o fato que aconteceu na realidade relação de imputação marcada pela liberdade. ➔ Conclusão (síntese ou singularidade): Diferente da relação de causalidade que ocorre nas subsunção, ou seja, elevação do fato a lei, a ciências empíricas, na relação de causalidade, dada a aplicação dela. causa necessariamente há o efeito, estabelecendo então um preceito de necessidade. Ciências: Ex: lei da gravidade, se eu der a causa, que no caso é soltar um objeto, necessariamente ele irá cair. Toda ciência tem um objeto: ➔ Ciências humanas/ sociais é o ser humano e a Conceito de norma: produção humano, ou seja, aquilo que ele passa (obtém a verdade por meio de argumentos) Toda norma é uma ordenação lógica do agir ➔ Ciências biológicas/ da natureza é a vida, os humano segundo fatos que são valorados para o seres vivos. (chegam a verdade com alcance de determinados fins. Ou seja, há cinco experimentos concretos) elementos essenciais que compõem a norma, se é ➔ Ciências exatas é o mundo natural, verdades retirado um deles, não se tem uma norma. obtidas por cálculos matemáticos. 1. Ordenação lógica → se organiza de forma Ciência do Direito – Ciência Social Aplicada: hipotético-condicional (uma proposição hipotética). O direito como ciência, não como um conjunto de leis, pois se a lei muda, muda o direito. O direito 2. Agir → ordenação lógica do agir humano → enquanto ciência é um só, possui conceitos e princípios só agimos porque pensamos, decidimos e próprios universais. queremos fazer algo, ou seja, depende do É a ciência social aplicada que tem por objetivo intelecto e da vontade de atuar. o agir e o cotidiano do homem por meio da dimensão normativa, do modo como ele deve ser e não como ele 3. Fatos → podem ser humanos ou que dizem é . Ou seja, a dimensão normativa diz como dever-ser e respeito a realidade dada. Exemplo: o código não como é, orientada conforme os valores para atingir penal regula os fatos humanos, as ações dos um fim. sujeitos. Já o direito ambiental regula fatos não Os juízos normativos que compõem a regra humanos, mas que dizem respeito a como jurídica, são chamados de hipotéticos-condicionais, devemos nos portar diante da fauna e da flora. pois a estrutura clássica da norma jurídica é se "A'', deve ser “B”. → Juízo normativo 4. Valores → toda norma tem valor, pois só é hipotético-condicional tornado conteúdo de norma o objeto da realidade que é valorado (positivo ou negativo). ● “A” → é a hipótese de fato São os valores que disciplinam o que é direito ● Dever-ser → é a cópula (vínculo) subjetivo, o que é dever jurídico, o que é ● “B” → consequência jurídica (que nos ordenado, o que é permitido e proibido. atribuímos ao fato) 5. Fim → precisamos do intelecto e da vontade cumprimento de forma heterônoma. (fundada para dar finalidade a norma. na heteronomia → que é atribuída por terceiros) ➔ Irresistibilidade: a possibilidade de demanda Toda norma é criada durante um momento irresistível, não pergunta para o sujeito passivo histórico, a partir das contingências da concretude da se ele quer ou não cumprir o dever jurídico, ele realidade. Essa norma compõe o ethos (dimensão deve cumpri-lo, pois o direito é coercitivo. normativa da cultura) da sociedade. Ela pode ser (coercibilidade do Direito → somente a norma mutável/ revogável, com exceção das invariantes jurídica é coercitiva → possibilidade do uso axiológicas. da força física do estado para o cumprimento Invariantes axiológicas são os valores que de do direito) tão relevantes e articulados intelectualmente pela ➔ Universalidade: do ponto de vista formal sociedade, são tornados intangíveis por terem um formal e material. caráter fundamental na vida. São elas aquelas que ● Formal → a todos dirigida, igual para todos compõem os Direitos Humanos, que quando são ● Material → diz respeito a elaboração do positivados passam a ser Direito Fundamental como a conteúdo da norma pois ela é elaborada e liberdade. advém da vontade de todos. Toda norma é um esquema de interpretação da realidade, somos nós que disciplinamos como deve ser Relacionado com a juridicidade temos a o agir humano dentro dessa realidade. legitimidade da norma, que pode ou não ser legítima. O conhecimento da norma jurídica não advém → Legitimidade significa a correspondência da do seu cumprimento, uma vez conhecida a lei, ele é vontade popular (Lei legítima é aquela que livre para a possibilidade de cumpri-la ou não. corresponde a vontade do povo, e ilegítima quando não Na norma jurídica então, temos a relação de satisfaz a todos). imputabilidade, nós imputamos uma consequência Uma norma é legítima quando satisfaz a todos, jurídica a uma hipótese de fato (essa consequência não é o fundamento da exigibilidade irresistível existe naturalmente no mundo do ser somente no do (inquestionável), e da sanção (punição pelo dever-ser). É daí que vem a diferença da dimensão do descumprimento da norma) e coação (efetiva utilização ser e do dever-ser, o ser é a relação de causalidade, no da força física do estado). dever-ser de imputabilidade. Toda norma jurídica tem o seu conteúdo axiológico máximo, que é aquilo de mais valor que Norma jurídica: temos em nossa vida identificado pela racionalidade. Com isso, nós atribuímos sentido objetivo ao dever-ser, O que especifica a norma jurídica em relação às porque toda norma tem como cópula a estrutura demais normas, ou seja, o que torna a norma uma dever-ser. Esse dever-ser guarda um sentido objetivo, norma jurídica? R: A juridicidade ou seja, não é aquilo que o eu julga como correto, mas A juridicidade é formada por 4 elementos aquilo que a sociedade considera como certo a partir da específicos: criação da lei. Essa lei possui forma imperativa/ prescritiva, ➔ Bilateralidade atributiva: a norma jurídica se pois ela impõe o que deve ser, ela prescreve, ordena, divide para dois ou mais sujeitos, pois ela trata ainda que apresente forma declarativa. da relação interpessoal. Ela é atributiva pois se Ex: Art. 1o/CF – A República Federativa do Brasil atribuem direitos subjetivos aos sujeitos de constitui-se em Estado Democrático de Direito direito da mesma forma que se impõe deveres Apesar de ser uma norma de organização e jurídicos ao sujeito passivo aparentemente declarativa, ela é uma República ➔ Exigibilidade: é a possibilidade de demanda do Federativa que constitui-se em um Estado Democrático direito subjetivo, que torna possível o de Direito porque nós queremos que seja. Dessa forma, se é nós que queremos que seja, não conseguimos criar, não é da natureza, mas sim ● (U): → o momento da universalidade é sempre determinar. o momento da abstração da consciência moral Toda norma jurídica então, são enunciados individual, porque nós não existimos deônticos e mandamento, permissão ou proibição que isoladamente. estabelecem o que deve ser, independente se for de ● (P): é sempre um momento concreto da conduta (ligada ao agir humano) ou de organização realidade empírica , sendo assim temos a (disciplinam a estrutura do estado). consciência moral intersubjetiva, advinda da Todas as normas formam um sistema, um relação entre sujeitos. ordenamento jurídico, elas possuem uma ordem que foi ● (S): é a negação da negação, enquanto a estabelecida por Hans Kelsen. (escalonada → antítese nega a tese (ou a particularidade nega a piramidal) universalidade), a singularidade nega a negação da particularidade. A consciência jurídica surge Todas as normas jurídicas estão objetivadas, ou na singularidade pois ela supera a subsunção, seja, possuem o sentido do dever-ser, mas nem todas as ela supera a negação feita pela particularidade à normas jurídicas objetivas,que são passíveis de universalidade. conhecimento por todos, são positivas. Pois norma jurídica positiva é a norma escrita, lei, portaria, ★ Consciência moral individual (universalidade) : regulamentos. é toda reflexão judicativa (que julga) a conformidade do ato à norma moral, ou seja, As normas podem ser válidas (dimensão corresponde a reflexão pessoal do ato na norma formal) e corretas (dimensão material). moral ou não, que é organizada na estrutura São válidas, dimensão formal, uma norma triádica dos três momentos, sendo eles: jurídica válida é aquela que seguiu todos os procedimentos devidos para a sua formação. Podemos (U) Normas morais construídas até discordar e achar-lá incorreta, mas ela é válida. abstratamente (P) Condições empíricas → realidade Ou seja, para que uma norma seja válida ela deve (S) Ato moral → a prática cumprir todo o processo legislativo. ➔ Iniciativa: elaboração do projeto de lei A liberdade está dentro da consciência moral ➔ Discussão: feita no Congresso Nacional individual, pois o indivíduo é livre para agir ou não ➔ Votação: feita no plenário conforme a norma moral, e também é livre para a sua ➔ Sanção ou Veto: aprovação ou não feita pelo elaboração. chefe do poder executivo. Importante ressaltar E quem pratica esse ato moral é o sujeito que possui que o veto pode ser total ou parcial, se vetada sua inteligência e a vontade para a prática desse ato. ela volta ao Congresso. Pela inteligência ele tem o discernimento para saber ➔ Promulgação: atestado de existência válida da qual é o ato devido segundo a norma moral , e pela lei, ordenar sua publicação vontade ele opta por agir ou não em conformidade. ➔ Publicação: conhecimento coletivo da existência da lei, Então, nesse tipo de consciência, especialmente em Estados Democráticos de Direitos, ela elabora normas Formação Dialética da Norma Jurídica: morais para reger a sociedade de forma legítima, quanto mais nós praticarmos as normas morais, mais O processo de formação da norma seguem uma estaríamos nos auto realizando estrutura dialética, que é sempre triádica, ou seja, 3 momentos: o da universalidade → U (ou tese), ★ Consciência moral intersubjetiva (realidade particularidade → P (ou antítese) e o da singularidade empírica/ particularidade): é advinda do → S (ou síntese). Isso se dá através da consciência: encontro dos sujeitos. Intersubjetividade do encontro com o outro → seu livre e racional. Dessa forma, quanto mais sólido é a reconhecimento (intelecto) e consentimento (vontade) democracia, ou seja, quanto mais houver essa como um igual a si em liberdade. participação dos sujeitos, mais racional é o código. Então, nos seus 3 momentos temos:
(U) Consciências morais individuais na
abstração de seu isolamento (P) Concretude do encontro com o outro (intersubjetividade) (S) Objetivação normas morais → elaboração de normas morais objetivas
★ Consciência jurídica (singularidade): é a
consciência do que deve se tornar jurídico mediante a realidade dada. O que ela deve ser, é Principais acepções do termo Direito: a sociedade que é que diz por meio da consciência. Direito, onde temos o D maiúsculo, estamos Nesse momento, então, temos a racionalização e a nos referindo a sua ciência. objetivação (tornar externo) do que deve ser tornado Nessa perspectiva, existem várias formas de jurídico. interpretar o Direito enquanto ciência, sendo elas o Segundo Toledo, é a reflexão sobre a conduta Direito objetivo, Direito subjetivo, Direito objetivo e de outrem, reflexão essa voltada não para a análise das subjetivo, Direito positivo, Direito natural, Direito consequências da conduta sobre a vida ou os valores vigente, Direito geral e Direito especial. individuais daquele que a julga, mas sobre a vida e o ethos social. ➔ Direito objetivo: é aquele externo ao sujeito, cognoscível, ou seja, ele vai além da Direito: subjetividade, dessa forma, ele está externo a mim e, por isso, é passível de conhecimento por É a máxima racionalização da ethos em um todos. Ele é formado pela consciência jurídica determinado momento histórico constituindo-se como de uma sociedade, a partir daquilo que ela um sistema aberto, porque ele pode ser diariamente considera que deve ser considerado jurídico. O criado ou revogado.(com exceção das invariantes Direito objetivo é o conjunto de normas que axiológicas) existe em um país, são todas as normas de Embora o direito de cada estado seja composto conduta, normas de organização que existem por várias normas jurídicas, leis, costumes e outras naquele estado nacional. fontes, elas estão organizadas de forma sistemática e coerente. São construídas mediante um processo ➔ Direito positivo: é um Direito objetivo, mas que discursivo,ou seja, do debate interpessoal entre a tem uma especificidade, ou seja, ele é externo sociedade, essa proposta é levada ao processo ao sujeito e passível de conhecimento por legislativo onde os representantes discutem a respeito todos, mas além de ser objetivo, ele é um da viabilidade ou da correção de determinado projeto Direito posto pelo Estado. Sendo assim, ele é de lei até que se chegue a formulação e votação de uma um Direito escrito, codificado, é a própria lei lei, para que, por fim, seja levado para a sanção do posta pelo poder legislativo. chefe do executivo. É importante ressaltar que nem todo direito Durante esse processo discursivo há igual objetivo é positivado, nem todos são postos participação dos sujeitos na formulação de seus pelo estado. argumentos, com o intuito de alcançar um consenso ➔ Direito subjetivo: é uma prerrogativa vantajosa estipulada pelo Direito objetivo ao sujeito de ➔ Direito vigente: é a lei válida inserida no direito munida de ação judicial para a sua direito positivo, ou seja, a lei que existe. proteção. Quando analisamos a sua validade significa Lembre-se o D.S. é composto por 3 itens: verificar se ela passou por todos os processos 1) prerrogativa vantajosa; 2) direito objetivo; imputados pelo poder legislativo. A lei 3) ação judicial. seguindo todos os processos, sendo válida e existente no ordenamento jurídico, podemos 1. Prerrogativa vantajosa do sujeito de dizer então, que ela é vigente. direito, é uma vantagem, nós exercemos A lei deixa de ser vigente em um país caso ela nosso direito se quisermos, estipulado seja revogada, que se dá pelo mesmo órgão que pelo direito objetivo. Isso significa que a elabora, o legislativo. Ao ser revogada ela ele é posto por nós a partir das normas perde sua eficácia, a possibilidade de sua jurídicas que criamos dotadas de aplicação e de gerar efeitos jurídicos. juridicidade. 2. Direito objetivo: as normas impostas ➔ Direito geral: é a regra que se aplica a todas pela sociedade. situações jurídicas ou a um conjunto amplo 3. Ação judicial: ação para garantir que o delas. cumprimento aparelhado do dever jurídico. Ou seja, se alguém não ➔ Direito especial: é aquele que se aplica a um cumpre, é necessário pedir ao judiciário campo restrito de situações jurídicas que exija o cumprimento da norma. específicas. Por exemplo, o regime jurídico pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), O Direito subjetivo possui a norma jurídica sob este, só será regido se uma empresa contratar o ângulo do sujeito, diferente do objetivo que é um funcionário para trabalhar. sob a sociedade. O D.O (conjunto de norma jurídica) prescreve direitos subjetivos e deveres História do Direito: jurídicos. Então, o D.S. sob a ótica do sujeito, A história do direito tem como objeto o compõe o conteúdo D.O., a norma é a mesma, conhecimento sistemas e ordenamentos jurídicos do só muda o enfoque. passado, visando um melhor entendimento e desenvolvimento do presente. Os fatos ocorridos, são singulares, ou seja, únicos, cada fase da história teve ➔ Direito natural: é o direito elaborado pelo sua contribuição para a evolução do Direito. jusnaturalismo, que foi a primeira grande corrente do pensamento jurídico. - Jusnaturalismo na Antiguidade Clássica É o direito devido ao ser humano por sua - Jurisprudência Romana natureza, por sua essência humana. Ele é um - Jusnaturalismo na Idade Média tipo de Direito eterno (imprescritível, que não - Jusnaturalismo na Idade Moderna tem prazo de validade) e imutável (pois ele se - Escola Exegese relaciona com a essência humana). O D.N. independe do reconhecimento Jusnaturalismo na Antiguidade Clássica (Grécia e do Estado, pois ele positiva o direito à medida Roma): distinção Direito natural e mito em que elabora as leis e essas leis podem trazer o mesmo conteúdo que o D.N ou não. Mas Primeira grande corrente do pensamento mesmo sendo ou não reconhecido ele existe. jurídico que surge na antiguidade clássica. É a corrente Ele é composto pelos maiores valores que que cria a noção de Direito Natural, que é a mais antiga temos em uma sociedade. doutrina sobre o Ser do direito, e buscava se distinguir do mito, do que é advindo da vontade divina. O em que houve a primeira compilação dos costumes jusnaturalismo na antiguidade clássica, corresponde ao jurídicos, a Lei das XII Tábuas (séc. V a.C.). período cosmonômico, pois se busca nos cosmos a partir das leis da natureza parâmetros para a elaboração É a base do nosso direito hoje, na qual suas das leis em virtude da boa convivência humana. origens estão nos costumes e decisões. Buscavam a elaboração de princípios gerais válidos para todos os povos, universalmente, e em Inicialmente havia pouca argumentação e todos os tempos, ou seja, imutável. abstração dos casos (caso que estava sendo julgado O grande valor que se tem nesse período é de pelo pretor) e com muito recurso ao argumento de igualdade, pois se atribui a mesma natureza humana autoridade - remissão ao nome de um autor aos indivíduos reconhecido como competente naquela área. Um OBS: Jusnaturalismo: direito que vai além da exemplo disso, é quando escrevemos um trabalho e vontade humana, é algo natural a ele e tem como fazemos referências e citações a fala de outros autores. pressuposto o valor do ser humano. Mas igualdade Mas, o que inicialmente era pouco também implica em diferença, há alguns que são iguais argumentativo e pouco abstrato, gradualmente foi e esses iguais são diferentes de outros. Exemplo, ganhando uma amplitude, a abstração do caso concreto existem os homens livres gregos nascidos da época, foi acontecendo a partir das decisões do jurisconsultos, esses homens são iguais entre si, já as mulheres, apesar com base na fundamentação, ou seja, com base em de também serem humanas, são diferentes dos homens. argumentos trazidos para justificar as premissas do Outro exemplo são os escravos da época, que eram discurso. iguais entre si, mas diferente dos homens e das A partir do entrelaçamento das Responsas, foi mulheres havendo a elaboração de princípios que surgiram no Direito Romano e que são válidos até hoje, como por Jurisprudência Romana: distinção entre Direito e exemplo, o princípio do contraditório, que ordena que Moral as partes do processo devem ter oportunidades iguais de comprovação das suas alegações. Ou seja, para cada Posterior ao Jusnaturalismo da Idade Clássica, acusação feita, cabe ao contraditório ouvir a parte temos a Jurisprudência Romana como doutrina jurídica contrária com iguais condições, como tempo, do Império Roamano. quantidade de provas, testemunhas e etc. Essa Enquanto os gregos se destinavam à filosofia e amplitude, que deu-se pela justificação trazida pelos à especulação, os romanos se destinaram à prática e à jurisconsultos aos casos concretos, foi solucionando organização. Buscavam distinguir entre o âmbito lacunas e ambiguidades que existiam naquele momento normativo da moral e o que era jurídico. histórico. Na sua organização haviam os pretores, que são Logo, com o passar dos anos, surge a grande atualmente conhecidos como juízes, do império, e os compilação - transcrição- do Direito chamada de jurisconsultos que eram os juristas, atuais Corpus Juris Civilis (séc. VI d.C.), por ordem de doutrinadores, que elaboram o direito científico, que Justiniano. Existia naquele momento histórico o ius escrevem livros e artigos. Ademais, os juristas eram civile, direito aplicado ao cidadão romano e o ius responsáveis pela sistematização e aprimoramento do gentium, o direito aplicado aos povos estrangeiros Direito, enquanto os pretores eram responsáveis pela conquistados que depois viravam escravos. O ius civile Responsa - traziam respostas para as demandas sociais. possuía duas partes, o Digesto (Pandectas) que eram A Jurisprudência Romana era baseada nos seus núcleos e as Institutas, comentários explicativos costumes de uma sociedade e nas decisões de seus dos jurisconsultos ao Digesto. pretores, ou seja, a partir do conjunto de decisões dos Nessa época já havia clareza que o Direito não pretores vai se originando uma sistematização do era natural, que ele não era nos dado de forma pronta Direito daquele momento histórico. Foi nesse período na natureza, mas sim construído pela sociedade. Jusnaturalismo da Idade Média: Aristóteles e mantém noção elaborada por Santo No processo de cristianização do mundo Agostinho de lei eterna, natural e humana. romano há a queda do Direito Romano, então, a Acrescentando então, a primeira grande conceituação jurisprudência romana é o momento histórico da da idéia de justiça como sendo a “vontade constante e construção do seu Direito e chega ao fim com a sua perpétua de dar a cada um o que lhe pertence” sendo queda. assim, ele traz a noção de mérito para a justiça. Com a sua queda, nasce a Idade Média, período É importante ressaltar que na Baixa Idade que resgata o jusnaturalismo, com a adaptação da Média, o jusnaturalismo se identifica com o concepção greco-romana ao cristianismo, mediante a centralismo do poder, ou seja, a formação dos Estados autoridade transcendente de Cristo. Nacionais. Poder centralizado significa Direito No momento da antiguidade clássica, o período produzido para um mesmo território onde será ficou conhecido como cosmonômico, pois as normas exercido. Nesse período houve também um embate eram extraídas dos cosmos. Na Idade Média, temos o entre o poder da Igreja e o poder Secular (poder dos período Teonômico, as normas são extraídas da indivíduos sem influência religiosa). vontade divina de Deus. Ou seja, agora, o Direito Ademais, como final do feudalismo, houve a Natural é baseado na vontade de Deus. retomada do Direito Romano nas primeiras Nesse âmbito, temos Santo Agostinho como universidades, especialmente na Universidade de maior expoente da época (séc. V), retomando Platão e Bolonha, onde tivemos os conhecidos glosadores. elaborando a concepção de leis eternas, naturais e Glosadores aqueles que fazem glosa, que nada mais humanas. eram que explicações de palavras, por exemplo, ➔ Lei eterna: advém da razão divina que dirige colocadas à margem dos textos científicos. todos os movimentos e ações do universo, e por Nesse período em que começa haver o ser advinda de Deus ela é eterna e imutável. surgimento do cientificismo, com ênfase na capacidade ➔ Lei natural: elaborada pelos seres humanos, ela da razão em construir verdades. é a descoberta parcial da lei eterna através da Sendo assim, a conciliação de contradições razão humana, então, o ser humano no exercício Direito romano, direito canônico (direito da igreja), da sua razão ele não chega ao conhecimento costumes bárbaros e costumes locais de cada feudo completo da lei eterna, mas sim de forma formam a primeira manifestação da moderna ciência parcial. do Direito.
Dessa forma, o Direito natural é então o reflexo Jusnaturalismo da Idade Moderna
incompleto dos ditames da razão divina, que está em um patamar superior que o dos humanos. Mas, embora Nessa época há o abandono da exclusividade da seja um reflexo incompleto, ele possibilita ao fé e a retomada da razão, por isso era chamado por indivíduo conhecer alguns dos seus princípios, alguns autores de Jusracionalismo. Por isso, esse mediante o exercício da razão. momento foi chamado de modelo autonômico, pois era fundado na autonomia do sujeito, a norma advém do ➔ Lei humana: destinada a reger, ou seja, dar indivíduo. Essa é a chamada Reviravolta ordem a sociedade, sendo variável ao tempo, ao Antropocêntrica, onde o indivíduo se torna o centro, lugar e sociedade, diferentemente da lei eterna e não é mais a natureza, nem Deus. E, para que ele possa a lei natural. Pois a lei eterna advém da razão ser definitivamente autônomo, e realizar toda a sua divina e, por isso, é uma só. E a lei natural por potencialidade, vem essa ênfase do ser no sujeito e na ser um reflexo incompleto a essa razão, é liberdade. Pois na Antiguidade Clássica o grande valor marcada pela imutabilidade. em que se tinha clareza era o da igualdade. Então, nessa ênfase no sujeito e na liberdade Ademais, podemos citar também Santo Tomás de com a Revolta Antropocêntrica, temos o foco na Aquino (séc. XIII), que ao final da Idade Média retoma autolegislação, a capacidade do indivíduo de se governar, se legalizar. Antes disso, o Direito Natural Estado - uma vez que são inatos, e os indivíduos são tinha suas normas criadas por Deus, estava acima do anteriores a formação do Estado. Direito Positivo, e eram transcendentes. Já na Idade Moderna, ele continua existindo independente o D.P., Escola de Exegese podendo também estar acima ou ao lado, mas era fundado pela razão do sujeito, na vontade do indivíduo. A partir do Jusnaturalismo, surge uma outra O indivíduo renascentista então é o centro do universo, corrente na França, no séc. XIX, chamada Escola de que coloca tudo em verificação racional, que enfatiza Exegese. Ela surge nesse momento de codificação do de fato a ideia do cientificismo, que começou a se Direito, que após a Revolução Francesa, o Direito mostrar presente ao final da Idade Média. E uma das passa a ser positivado, escrito, em toda a França e produções da razão é o Direito. Europa continental. Dessa forma, surge a primeira Nessa ótica, surge a Escola de Direito Natural e constituição e os códigos, a primeira constituição das Gentes, que possui como grande representante francesa de 1791. E o primeiro código, o Código Immanuel Kant. Kant foi responsável pela formulação Napoleônico, em 1804, o primeiro Código Civil que racional da noção de liberdade. A escola junto a Kant surgiu para regular as relações particulares entre entendiam que o Direito natural era composto por indivíduos. princípios a priori imanentes fundados na liberdade. Os A Escola tinha como base o Direito positivo, ou princípios a priori, é algo que está anterior à seja, um direito perfeito, escrito, completo e que era experiência, ou seja, independente da experiência ser posto pelo Estado. Ele é dotado de perfeição por conta realizada, e do estado declarar. E ele é imanente, do seu processo de aprimoramento, e, por isso, tem sua porque advém do sujeito, da subjetividade. Por fim, aplicação praticamente mecânica. O juiz deve entende-se que o Direito Natural, como advindo do identificar qual é o direito cabível no caso concreto e indivíduo, da sua subjetividade, e fundados na sua simplesmente aplicar a lei, que a lei detém a sabedoria liberdade, primeiro de pensamento, ou seja, de jurídica definitiva, ou seja, o direito perfeito. elaboração, e, se forem cumpridos a liberdade se Até hoje, a maior vantagem do Direito positivo, concretiza na experiência, na realidade, mas o Direito é a garantia de segurança jurídica, princípio pelo qual existirá independente do seu cumprimento. asseguramos a previsibilidade do enquadramento da Por isso, essa escola era chamada de conduta do indivíduo no ordenamento jurídico. Ou Racionalista, o Direito não advém da experiência e sim seja, a lei vai estabelecer qual é a conduta devida da razão, e por isso continuam sendo válidos mesmo naquele caso, e todos sabem isso de antemão, pois ela é não havendo verificação concreta. publicada, e a partir do momento que é publicada ela é Ao final da Idade Moderna, houve a Revolução tida como conhecida, então sabemos previamente a Francesa em 1789, na qual foram declarados os prática qual é o tratamento que o Direito daquele país Direitos do Homem e do Cidadão, tendo em vista que a dá aquele comportamento, isso é segurança jurídica, liberdade, por exemplo, era algo natural dos seres, ele não se é refém ao pensamento e a vontade do juiz, e foi declarado, então, para aparelhar os indivíduos como sim pela lei. iguais em liberdade contra o absolutismo estatal, a Cabe ao intérprete tornar explícito o que estava partir do discernimento racional da noção de liberdade. implícito na vontade do legislador, uma vez que a lei é perfeita. O legislador então goza de supremacia em OBS: o Direito do Homem e do Cidadão como Direito relação ao intérprete, o poder legislativo é visto com natural, entendido como imprescritível - aquilo que não maior ênfase do que o poder judiciário, já que o tem prazo de vencimento, não se extingue com o judiciário vai aplicar aquilo que o legislativo disse. tempo- , inato - inerente a natureza humana- , Então, se a lei não for clara o juiz irá interpretar originário - advém dos demais direitos básicos -, a lei tentando encontrar qual foi a vontade do inalienável - não são passíveis de venda ou doação, legislador quando elaborou aquela lei, ainda que essa exclusivos ao indivíduo- , anterior à formação do vontade não esteja explícita ou clara. Logo, o primeiro método interpretativo, o cânone hermenêutico, foi o cânone da literalidade, a interpretação literal. Pois se a Positivismo Jurídico Sociológico: lei é perfeita, cabe ao juiz aplicar a letra da lei, a literalidade para que se solucione o conflito da forma Também chamado de juspositivismo, não buscava devida. investigar a lei, mas descrever forças sociais de A Escola de Exegese trabalha com um dogma - formulação do direito positivo, ou seja, ele se centra aquilo que é inquestionável - , que era a completude, nos fatos, nas demandas das relações intersociais que pois o Direito positivo era inquestionável, era visto vão gerar e são a base do direito. como correto, perfeito, completo. Essa noção se caracterizava como um empecilho para a modificação e Positivismo Jurídico Analítico progresso das normas, o que causava uma estagnação do Direito. (grande desvantagem) Se centra na Inglaterra, com Escola Analítica Se ela enfatizava o D.P. como o único direito Inglesa, que teve como representante John Austin. perfeito, ela negava a noção de D.N., pode até haver Enfatizavam a relevância da decisão judicial como normas no D.N. mas são vistos como normas morais fonte primária do direito, decisão essa que emana do pela escola. Pois direito, é só o direito escrito. estado a partir do poder judiciário e que possui a É uma escola civilista, ou seja, voltada para o mesma vinculatividade legal que atribuem aos código civil, pois nesse momento tem o surgimento do precedentes, que são as decisões que vinculam não só primeiro código, o de Napoleão. O direito então, é as partes do processo, mas que tem efeito para todos da equiparado às leis, o que fez com que o seu estudo sociedade. fosse substituído pelo estudo dos códigos. O Direito como é, não como deveria ser. Ademais, eles acreditavam em uma É como ele está na nossa realidade e não o conjunto de neutralidade da Ciência do Direito, pois se ele é pleno princípios gerais válidos para todos e são fundados na e perfeito, ele deve ser simplesmente aplicado pelo natureza humana e justos em si mesmos. intérprete em um caso concreto, o que se caracteriza O P.J.A. se centraliza muito na ideia de como um método dedutivo. Ele parte de uma unidade coerção, que seria a característica diferencial da norma para uma pluralidade pela dedução da norma jurídica e jurídica em relação às demais normas. Pois coerção é a aplicação da lei → Silogismo jurídico. possibilidade do uso da força física do estado para o cumprimento da lei, então pelo fato do direito positivo Positivismo: de centrar na norma, ele irá enfatizar essa atuação Surge na sociologia, mas se espalha para as prática do estado de forçar o cumprimento da norma. outras ciências, inclusive pelo Direito. Negavam o Direito natural, pois se centravam Ele prega a extensão às ciências humanas do na empiria e ele era desprovido de coerção, método indutivo-experimental que é típico das ciências característica diferencial do Direito positivo. da natureza, ou seja, só é científico aquilo que passa pela realidade, que é passível de observação, descrição Positivismo Jurídico Lógico-Sistemático: e comprovação. E indutivamente, se chegam a conclusão que depende da experiência concreta, Mais próximo a Europa continental e somente existe a posteriori, ao contrário do que dizia Amércica-latina, negam o direito natural, só era direito Kant. aquilo posto pelo estado. Questionavam a metafísica, já Só é científico aquilo que passa pela que tudo o que é científico passa pela realidade experiência e que é passível de ser observado e concreta, e a metafísica está no domínio imaginário no descrito. Logo, a partir disso há uma redução máximo moral. experimental da ciência aos fatos empíricos, ou seja, só Tinham como foco os dogmas com que os é ciência se tiver experiência. juristas trabalham, as leis inquestionáveis. Direito como é, não como deveria ser Importava o que o estado colocava e não o que deveria ser colocado. Com isso, temos a redução do direito como mera necessariamente há o efeito. Ex: lei da gravidade) e na observação e descrição do Direito positivo. Descrição normativa princípio da imputabilidade (se imputa uma não reflexão crítica, não valoração do D.P. , ele é a consequência jurídica à uma hipótese de fato, não realidade jurídica dada. havendo entre elas relação de necessidade ou Dessa forma, há a sistematização lógica da causalidade, mas sim de imputação. Ex. aquisição de ciência do direito, sem caráter crítico axiológico. Ou mercadoria → só haverá pagamento se houver seja, pregam a neutralidade para que haja ciência do aquisição → não é porque deve ser assim, que direito, se você atribui conteúdo axiológico, você não necessariamente será, pois a norma pode ser está sendo neutro. descumprida). As ciências normativas não descrevem Prega a divisão do direito e da moral, só vale o como é a conduta, mas como deveria ser. Logo, o direito posto pelo estado. Jurídico não está na existência dos fatos, mas é a eles Tem a noção que existe valor na norma, mas atribuído não um critério objetivo de justiça, existe aquele que é posto pelo estado em um país e num determinado Negação do direito natural, de questionamentos tempo histórico. Com isso, temos a redução do direito valorativos → separação entre Direito e Moral. Só é positivo ao direito estatal, fazendo do estado uma valorativo aquilo que está na lei. condição de possibilidade do Direito. Há uma dependência do estado para ter ciência do direito. A Teoria Pura do Direito (maior livro de Kelsen) é Logo, ele obriga o ser a realização de um fim posto por fundada na teoria radicalmente empirista, ou seja, ele mediante a coerção, ou seja, possibilidade do uso baseada na realidade concreta. da força física. Estado e direito → fundados na força O Direito positivo para Kelsen, era um direito único e Estado → organização social da coerção concreto passível de conhecimento científico, é um Direito → regulamentação do uso da força conjunto de leis escalonadas, ou seja, organizadas em escalões, em pirâmide. Normativismo Jurídico - Kelsen:
Hans Kelsen foi um filósofo austríaco que foi
além do juspositivismo e , por isso, criaram uma corrente própria, o normativismo jurídico. Kelsen, pregava a purificação da ciência do Direito de qualquer elemento que seja estranho ao Direito, isso é requisito para a autonomia do indivíduo. Ou seja, a ciência do direito deve lidar com o direito positivo que está em vigor naquele momento, com aquele direito posto pelo estado. Todas as normas abaixo da constituição, normas Trás a noção clara do Princípio basilar, que diz infraconstitucionais, retiram a sua validade da que o dever-ser não decorre do ser e vice-versa, mas constituição, pois um dever-ser, advém somente de somente advém de outro dever-ser. → ou seja, a norma outro dever-ser só advém da norma ela não advém da realidade. No A norma jurídica tem proposição domínio do ser, temos a vida em sociedade, no hipotético-condicional, cópula dever-ser → se houver domínio do dever-ser nós temos a norma inferior A (ato hipotético) deve ser B (consequência) retirando a sua validade da norma superior. O dever-ser orienta o ser, mas não advém do mundo do ser. A norma jurídica é coercitiva, o que a diferencia das Daí uma distinção entre ciências naturais e demais normas por essa possibilidade do uso da força ciências normativas. Nas ciências naturais temos o física do estado para seu cumprimento, têm a função princípio da causalidade (dada a causa, de obrigar os sujeitos a se conduzirem de determinada maneira, sancionando a conduta contrária, e por medo pensada, o domínio máximo que temos é o domínio do da coação os sujeitos obedecem a norma. pensamento. A norma fundamental, então, não é posta por Coerção Coação um ato de vontade, mas sim pressuposta pela razão. Todo o direito positivo, no final das contas, irá Possibilidade Utilização tirar sua validade da norma fundamental que é pensada pela razão, estando no domínio metafísico. Possibilidade de uso da Uso da força para Ai se tem uma contradição, a fundamentação força (poder das obrigar alguém a agir autoridades, imposição daquilo que é tão empírico e material em uma noção da lei) que é completamente metafísica. Tudo que é a posteriori, que passa pela experiência, no final das contas irá se fundar e um elemento a priori, antes da Com isso, temos a redução Direito à técnica de experiência. coação social, de obrigar, a partir da utilização da força A norma fundamental é então uma proposição física do estado. racional, ela não tem um conteúdo, não tem função Ênfase no dever jurídico, no que devemos ético-política, ela não prescreve um determinado valor, fazer, sendo que é no antijurídico que se confirma a ela é uma única ordem, que é a de obedecer a existência do Direito para o normativismo. Pois é no Constituição, é isso o que torna constituição válida e descumprimento do dever jurídico que o direito vai se vinculante, uma vez válida ela dá validade às outras. mostrar presente com o uso da força física. A norma fundamental se refere imediatamente à constituição estabelecida por um estatuto ou costume. ➔ Norma superior: é a constituição federal, nela Essa constituição é criada por um ato constituinte ou se baseia a validade das normas inferiores (leis costume, interpretados objetivamente como fatos federais, estaduais, municipais e etc), ela atribui produtores de normas. competência ao ato de vontade do legislador Condição lógico-transcendental do direito para elaborar as normas infraconstitucionais. positivo, é uma condição pressuposta pela lógica, a essa lei é válida pois as leis do municípios priori ao ser, que confere possibilidade ao D.P. garantem competência a ele para tal ato. Confere sentido objetivo ao dever-ser, objetivo Realismo Jurídico porque é fundado na norma e não no sujeito.
Direito é o que é sempre aquilo que se apresenta como
➔ Norma fundamental: não é posta por um ato de tal na sociedade. Ex. lei jurídica (deduzida do fato) vontade, mas pressuposta e pensada, ela existe no domínio do pensamento. Surge no séc. XIX, sua base é o Common Law (Direito Jurisprudencial), é o direito que advém do As normas inferiores, tiram a sua validade da norma poder judiciário se centrando nos tribunais superiores superior, que é a constituição, e como não pode haver (precedente judicial). É empirista, ou seja, o uma norma mas superior a ela, ela necessita de uma conhecimento vem dos fatos sociais, busca identificar norma superior a ela para tirar a sua validade. Mas essa o ser do Direito. norma superior a constituição não pode ser outra A sua fonte primária, é o costume. A lei é a norma posta, pois se ela for posta, ela precisará de fonte secundária, que busca esclarecer, acrescentar ou outra norma superior para conferir sua validade, e isso corrigir complementos à jurisprudência. se perderia no infinito. Então, Kelsen diz que a Decisões judiciais são fundadas no juízo de constituição deve tirar sua validade de uma norma eqüidade, poder criativo do juiz de decidir conforme pressuposta, pensada. Sendo pensada, não existe a seu entendimento de justiça no caso concreto. necessidade lógica de uma norma superior a norma Assim como toda corrente empirista, ele tem um ceticismo, uma descrença, nesse caso quanto à objetividade das normas jurídicas. Ele não é voltado para lei, mas sim para os costumes que depois serão institucionalizados pelo judiciário. O Direito é aquilo que o judiciário diz que é, por meio da imposição de normas, o que causa um reducionismo ao direito judiciário. O realismo utiliza também de fatores irracionais, os psicologismos - está na dimensão interna do ser - buscam as causas que levam o juiz a tomar uma decisão fundada em intuição, no que ele acha certo, aquilo que está à margem da subjetividade. Logo, para ganhar uma ação judicial, por exemplo, é necessário analisar aquilo que o juiz faz, dar ênfase na pessoa, estudar o seu comportamento, sua sensibilidade, emoções, intuições e preconceitos. Assim, considerando a existência do realismo, existem lacunas do ordenamento (ausência de lei) judiciária, mas ela é completável a qualquer momento. Quando há essa lacuna, o juiz pode usar da analogia para julgar o caso.